sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 50



 Quando eu entrei, ele já me esperava em pé perto da porta com a luz acesa. Eu fechei rapidamente a porta, depois olhei para ele. Olhei para o seu rosto procurando algum sinal da briga com Peter, não havia nada.
Mila: Tem muita gente ai?
Tom: Tem algumas pessoas.
Mila: Hum!
Tom: Se veio por causa do Peter, eu...
Mila: Não, não foi por causa dele. Mas não vou ignorar o que você fez. Sabe que não devia ter feito.
Tom: E você sabe que eu faria de qualquer forma.
Mila: O que eu acho mais engraçado é que, parece que ele não devia ter me contado o que viu. Queria esconder de mim que tava com outra no posto?
Tom: Eu nunca escondi!
Mila: É, você nunca escondeu, obrigada pela sinceridade. - Falei sarcasticamente.
Eu olhei para a mão dele enquanto ele gesticulava e percebi que sua mão estava machucada, eu me aproximei e segurei na sua mão para ver melhor. Ele ficou parado observando enquanto eu segurava sua mão.
Mila: Ele disse que tinha te batido.
Tom: Hum, ele esqueceu do "quase" me batido. Idiota.
Mila: Ai Meu Deus.
Ele não disse nada e continuou a me olhar enquanto eu massageava sua mão.
Tom: Você não se importa mais?
Mila: Com o que?
Tom: Que eu saia com outras garotas.
Mila: Você quer que eu me importe?
Tom: Quero.
Eu abaixei a cabeça preferindo ficar em silêncio.
Mila: Já colocou gelo na mão?
Tom: Um pouco, mas não esta me incomodando.

Eu levei sua mão até minha boca e beijei onde estava vermelho, ele me segurou pela nuca e respirou fundo ao sentir meu hálito quente na sua mão. Depois segurei seu dedo do meio e o chupei, ele suspirou mais forte, sorrindo.
Tom: Miiiila, nós não estamos sozinhos aqui, e eu não vou deixar você escapar de novo.
Mila: Não deixa. - Falei sem sorrir..
Tom: Ai Deus! - Ele falou respirando fundo.

Ainda me segurando pela mão, ele foi até o enteruptor e apagou a luz da salinha e da varanda.
Tom: Vem ca.
Ele me puxou para mais perto da varanda e me encostou na parede. Suas mãos percorreram primeiro meu decote apertando meus seios.
Tom: Seus seios parecem que aumentaram.
Mila: Eles estavam inchados por causa da menstruação.
Tom: Você ta menstruada?
Mila: Não, já acabou.
Suas mãos desceram dos meus seios pra minha bunda que ele puxou, colocando sua boca na minha e me beijando. A essa altura eu já havia me esquecido do que eu havia vindo falar com ele, meu Deus, até de minha mãe eu havia esquecido.
Com uma mão ele tentava levantar minha saia e com a outra tentava abrir a calça.
Mila: Hey, hey, para, sem camisinha não. - Ele parou de me beijar ofegando.
Tom: Merda, eu não estou com nenhuma aqui. Droga Mila, você tem que tomar a porcaria do anticoncepcional.
Ele ainda segurava a calça que antes ele tentava abrir, como se pensasse no que fazer.
Tom: Eu vou la dentro ver se acho uma.
Mila: Não, não espera. Eu vim aqui pra falar uma coisa.
Tom: Agora?
Mila:S im, agora.
Tom: Primeiro, promete que vai tomar.
Mila: Mas que saco, ta bom, eu vou tomar.
Ele sorriu satisfeito por finalmente ter me convencido.
Mila: Agora me deixa falar.
Ele ainda me segurava pela cintura mantendo seu corpo colado ao meu. Eu tirei meus braços que o envolviam na cintura para poder falar.
Mila: Eu vou para o Brasil.
Ele parecia ter sido pego de surpresa, ele não esboçou nenhuma reação de imediato, seu rosto pareceu congelar na mesma hora, eu quase estalei meus dedos em frente dos seus olhos para ver se ele acordava.
Seus olhos me encaram confusos de repente, eu realmente estava estranhando essa reação que parecia ser "choque", será?
Tom: Porque? - Ele falou finalmente.
Mila: Minha mãe sofreu um acidente, estou indo la para vê la.
Ele soltou a respiração parecendo estar aliviado.
Tom: Mas ela não corre risco de vida, corre?
Mila: Não, não corre, mas foi grave, eeee... ela quer me ver.
Tom: Então você vai e fica la uma semana ou duas.
Eu fiquei um pouco com medo de dizer que não.
Mila: Eu não sei quando, ou se vou conseguir voltar.
Tom: O que? Como assim não sabe se vai conseguir voltar?
Mila: Deixa eu falar, quando eu vim pra ca, foi minha mãe que me mandou, porque ela se casou de novo, ela disse que seria melhor para os meus estudos, mas na verdade ela estava me expulsando de casa pra viver com o marido. Só que o problema é que ela sempre fez isso, mas se arrepende depois, quando por algum motivo senti culpa, ela me quer de volta. Eu tenho medo de que ela não deixe eu voltar mais pra Hamburgo.
Tom: Mila, ela não pode fazer isso, você já tem uma vida aqui, seus estudos, em Dezembro você faz 18 anos, ela não pode te prender la contra a sua vontade.
Mila: Ela pode, porque eu ainda não tenho 18, Tom.

Ele olhava para os lados parecendo não saber o que fazer.
Tom: Você vai sozinha?
Mila: Vou.
Tom: Quando?
Mila: Depois de amanha.
O telefone dele começou a tocar nessa hora, ele tirou do bolso e viu que era Bill ligando.
Tom: Oi, já to indo, espera mais 1 minuto.
Mila: Tem que voltar?
Tom: Tenho. - Ele falou bufando.
Mila: Então eu já vou.
Tom: Não, escuta, passa aqui mais tarde, la pelas dez não vai ter mais ninguém aqui.
Mila: Dez horas? Eu não posso sair essa hora.
Tom: Inventa alguma coisa, fala que vai ficar na casa da Monica até mais tarde, não sei, qualquer coisa.
Mila: Pra você é fácil falar nê. Não é tão simples assim.
Tom: Eu tenho mesmo que voltar agora, mas eu quero você venha mais tarde.
Ele falou enquanto me beijava já se despedindo.
Tom: E eu ainda não te dei o troco por ontem, já se esqueceu do que eu prometi?
Mila: Que iria me fazer implorar?
Tom: Isso mesmo. Agora vai.

Ele me deu outro beijo e correu da sala enquanto eu abria a porta para sair. Fui pensando em que desculpa arrumaria para voltar la. Decidi ligar para minha tia e pedir para ficar até umas 11 da noite da casa de Monica. Eu tive de convence la que estávamos vendo um filme e que la pelas 11 terminaria, e assim que acabasse eu iria correndo para casa.
Ela engoliu e me deixou ficar. Mas eu não poderia voltar para casa agora, teria de fazer hora até poder voltar até o estúdio.
Eu fui para o parque que não ficava longe e fiquei la sentada esperando a hora passar, ainda eram 8:40 da noite.

Agora sentada sem nada para fazer, fiquei lembrando da reação dele quando eu disse que teria que ir para o Brasil, ele ficou tão sem ação que não teve como fingir indiferença, ele demonstrou ter ficado desesperado mas de uma forma muito controlada. Ele sentiria minha falta, não era de sexo que ele sentiria falta, porque por mais que eu odiasse admitir, ou pensar nisso, ele tinha sexo quando ele quisesse.

Conforme o tempo passava, e essa aproximação crescia, mais medo me dava, quando ele me machucasse novamente, me traísse, agisse como se eu fosse nada, porque isso aconteceria novamente, tenho certeza, seria mil vezes pior. Mas eu continuava aqui, e o desejo de me vingar dele usando qualquer outro já não me satisfazia, o que era ter o meu corpo pra qualquer um, se meu coração era dele? O que adiantava tentar feri lo me entregando ao Peter, se por causa dessa paixão maluca eu sempre acabava voltando pra ele?

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