domingo, 3 de junho de 2012

Hypnotized By Jane - Parte XIII - Final


As minhas manhãs começaram a ficar mais comuns com a presença dele. Ora no meu apartamento, ora no dele. Era divertido ver a cara do Tom quando eu tomava café com os gêmeos, ele me olhava como se não acreditasse em tudo que estava acontecendo. Apesar de tudo, ele era muito legal comigo, fazendo palhaçadas logo de manhã e comentários que não agradavam nada o Bill.
Foi uma tortura para nós dois quando ele teve que sair em turnê. Ligava-me todos os dias sem exceção, mas eu também gastava um pouco ligando para ele. Teve uma noite que eu ouvi um show pelo celular, Bill disse que daria tudo para que eu estivesse lá com ele e isso me deixava tão feliz, ainda achava meio inacreditável tudo aquilo, mas eu estava começando a me acostumar com todo o carinho que ele tinha comigo, era tão bom.
Minha carreira deslanchou depois que eu apareci em diversos jornais, até no que eu trabalhava como suposta nova namorada de Bill Kaulitz. Eu fazia matérias sem parar, mas valia a pena. No final do mês tinha o meu abençoado salário, que eu gastava com gosto em tudo que eu precisava, estava feliz demais com aquela minha vida. Não era muito pacata, tinha que andar meio escondida porque os paparazzis insistiam em me perseguir, mas eu era da imprensa, sabia como me esconder e disfarçar.
Quando Bill voltou para Berlim, eu não me agüentava mais de saudades dele. Misses me deu o dia de folga e fui até o aeroporto. Estava lotado de fãs, mas eu fui privilegiada, sendo reconhecida por um dos seguranças que me levou até o portão de desembarque. Bill me agarrou e me beijou na frente de todos, sem se importar com os fotógrafos, fãs e o resto do mundo. Aquele dia, aquele reencontro, eu nunca me esqueci.
Depois de um super beijo cheio de saudade, ele separou-se de mim e falou algo que eu não esperava, pelo menos não naquele momento.
– Ich liebe dich. – ele falou ainda com os lábios sobre os meus.
Eu o beijei com amor, amor contido durante longos meses e depois, sussurrei as mesmas palavras que ele.
– Ich liebe dich.
Ele sorriu, aquele sorriso lindo capaz de derreter um iceberg e me girou, depois me abraçou.
– Quer namorar comigo, Jane? – ele perguntou no meu ouvido.
– É claro que quero, Bill. – respondi, resposta mais do que obvia.
Novamente, nos beijamos, dessa vez com mais intensidade que o beijo anterior. Eu estava sentindo calor em pleno inverno! Tom foi quem nos interrompeu, dando uma tossida forçada e reclamando.
– Vocês não preferem um quarto? – perguntou nos obrigando a separar-nos.
– Sim, preferimos. – Bill respondeu me encarando todo pervertido.
– No meu ou no seu? – perguntei inocentemente.
– No seu. – respondeu me dando um selinho.
– Vamos logo então, antes que acabem fazendo o que não se deve no aeroporto. – Georg falou puxando o bando.
Saímos para os corredores do aeroporto, Bill a todos sorrisos e apenas desgrudou de mim para dar alguns autógrafos, tirar algumas fotos, mas logo voltou correndo para o meu lado todo alegrinho, tentando me arrastar o mais rápido possível para a van. Fomos seguidos por um monte de jornalistas, fotógrafos... A imprensa.
– Quem é essa, Bill? – perguntou uma das repórteres, colocando o microfone bem na nossa frente.
Bill, para a minha surpresa, parou e respondeu a pergunta dela.
– Ela é Jane Toledo, jornalista do Bild e minha namorada. – disse frizando a última palavra e dando um sorriso para as câmeras.
– Já falei que você é louco? – perguntei enquanto ele me puxava para mais perto dele e andávamos em direção à van.
– Só se eu for louco por você. – falou parando e me roubando um selinho para o delírio dos fotógrafos.
Tive vontade de cavar um buraco no concreto e me esconder lá, mas ao contrario disso, sorri marota para ele, deixando-o confuso.
– Você irá sofrer. – prometi antes de entrar na van preta.
– Não vejo a hora! – pude ouvi-lo exclamar empolgado.
E ele sofreu muito naquela noite, coitado. Apesar do cansaço, ele parecia insaciável e antes de finalmente dormir, ele me disse que desejava sofrer todas as noites. Sussurrei um pervertido e me apertei mais contra ele, sendo abraçada e ganhando um beijo no topo da testa.
Eu me senti a pessoa mais sortuda e feliz do mundo, por ter o homem que eu amava ao meu lado e não o vocalista da banda Tokio Hotel, Bill Kaulitz, mas sim o meu Bill. O homem que muita gente não conhecia e eu o conhecia por inteiro, em todos os sentidos

Fim

Postado por: Grasiele | Fonte: x

Hypnotized By Jane - Parte XII


Na manhã seguinte, nunca acordei tão bem e feliz, acordei antes do despertador o sentindo acariciar o meu cabelo. Já estava me acostumando com aquilo, era tão bom... Quando abri os olhos, ele sorriu aquele sorriso lindo que me fazia derreter. Sorriu e beijou a minha testa.

– Bom dia. – me desejou suavemente.

Fiquei admirando-o por um momento, ele estava com o cabelo um pouco bagunçado e uma cara fofa de sono, mas ainda sorria feliz.

– Bom dia. – falei sorrindo sem desviar os meus olhos dos dele.

Bill me abraçou de surpresa, era tudo tão surreal que eu me apertei mais nele com medo que você mais um sonho. Senti as mãos dele acariciarem as minhas costas e ele sugar o ar, cheirando o meu cabelo. Bill afrouxou o abraço e me encarou, os olhos desejosos desceram para a minha boca. Inocentemente, aproximei mais os nossos rostos, tocando de leve meu nariz com o dele e depois, finalmente ele acabou a distância entre os nossos lábios me beijando com volúpia. Talvez as coisas tivessem esquentado mais se o celular dele não começasse a tocar.

– Droga. – ele reclamou ainda com os lábios nos meus.

– Acho melhor você atender... – falei sem querer solta-lo.

– Hunf... – ele resmungou e contra gosto separou-se de mim.

Eu me sentei na cama, enrolando-me no lençol e percebi que ele já tinha vestido as boxers dele enquanto eu ainda estava nua. Bill pegou o celular que tocava insistentemente no bolso da calça dele, soltou um palavrão e atendeu-o.

– Fale Tom. – disse irritado – Não, não, estou com a Jane... Sim, está atrapalhando! – eu ri fazendo-o me olhar – Tá, tá... Aff, foi útil. Tá, você tinha razão, agora pare de se achar... Que horas são? – perguntou – Ah, que cedo! Como você me liga numa hora dessas? Idiota. – me olhou por um momento – Que horas você vai pro jornal? – perguntou-me.

– Às dez. – respondi sem entender.

– Ótimo, dez e quinze eu estou aí. – falou para o Tom – Ah, cale a boca. Até mais tarde. – e desligou o celular irritado, largando-o em cima da calça.

Olhei para o meu relógio do criado mudo, nem eram oito horas ainda... Estava cedo! Bill voltou para a cama, me abraçou apertando-me contra ele.

– Hum, hum... Quando repetimos? – perguntou mordiscando o meu pescoço.

Corei com a pergunta dele e me virei para encará-lo.

– Você quer repetir? – perguntei sem acreditar.

– Claro que quero, quantas vezes for possível. – respondeu roubando-me um selinho – Quero que se torne a minha escrava sexual. – afirmou sacana sugando meu lábio inferior.

– Bill! – exclamei repreendendo-o, mas sem deixar de sorrir.

– Ah Jane, ainda quero fazer no carro. – afirmou manhoso começando a beijar meu pescoço.

– Para, para. Seu pervertido! – exclamei tentando me livrar dele enquanto ria.

Bill separou-se de mim e me encarou, fazendo um delicado carinho no meu rosto com a mão.

– Jane, como você consegue ser tão bonita logo de manhã? – ele perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

– São seus olhos Bill. – afirmei abraçando-o encantada.

– Eu podia ficar assim o resto do dia. – falou me apertando contra ele.

– Mas temos que trabalhar. – lembrei-lhe sugando o cheiro dele.

– Hum, hum, mas antes precisamos de um banho. – sussurrou sedutor no meu ouvido, fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem.

– Um banho ou outra sessão de sexo? – perguntei rindo.

Ele pareceu pensar um pouco na resposta, mordiscando o meu ombro e subindo para o meu pescoço.

– Que tal os dois? – sugeriu pervertidamente.

– Não meu lindo, um ou outro. – falei séria.

– Hum, então quero continuar aqui! – exclamou alegremente, tornando a me apertar contra ele.

– Que seja, então eu vou tomar banho sozinha. – insinuei tentando me soltar dele.

– E quem disse que eu vou deixar? – falou mordendo o meu pescoço.

Não quero começar o dia desmaiando! Quando fui abrir a boca para reclamar com ele, meu celular despertou, era a minha hora de acordar.

– “Du wirst für mich immer heilig sein...” – ele cantou no meu ouvido acompanhando a música.

Voltei a ficar nas nuvens e suspirei realizada, procurando a boca dele para beijá-lo novamente. Eu tenho muita sorte mesmo!

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte XI


Minhas dúvidas acabaram no momento que ele falou aquilo e sorriu verdadeiramente para mim, minhas mãos voltaram para a nuca dele e eu o puxei para um beijo cheio de segundas, terceiras, quartas intenções. Ele sorriu entre o beijo, me beijando com mais intensidade ainda e colocando as mãos grandes dentro da minha blusa. Estremeci com o toque dele e aos poucos, enquanto nos beijávamos mais e mais, ele subiu a minha blusa e se livrou dela, jogando-a em um canto qualquer do quarto. Por um momento Bill observou parte do meu corpo desnudo me fazendo corar e fechar os olhos super envergonhada. Quando ele voltou a me cobrir com o corpo dele, sussurrou em meu ouvido:

– Você é linda...

Ah Gott, eu estava nas nuvens! Ajudei-o a se livrar da camiseta dele e admirei seu dorso descoberto, o novo piercing no mamilo delirante, a frase em forma de ‘b’ que dominava os meus sonhos e a estrela que me enlouquecia. Apesar da magreza ali, Bill tinha uns músculos sim, ele era mais bonito do que eu imaginava. Com as minhas mãos trêmulas, eu toque a frase em forma de ‘b’ tatuada no abdômen dele, devia estar com as mãos geladas, pois ele se estremeceu com o meu toque.

– Você é quente Jane. – Bill falou outra coisa que eu não esperava ouvir.

– Sou? – perguntei ainda sem tirar as minhas mãos da tatuagem.

– Sim, é. E precisa urgentemente que alguém apague o seu fogo. – respondeu me olhando marotamente.

Minhas mãos não me obedeceram quando eu tentei para-las, na verdade mal tentei parar, elas desceram até o cós da calça dele, eu queria ver e tocar a outra tatuagem!

– Você não vai conseguir apagar o meu fogo usando essas calças. – falei, minhas mãos trabalhando rapidamente para abrirem o cinto dele.

– Quem é você? O que fez com a tímida Jane? – ele perguntou rindo e tocando as minhas costas com aquelas mãos...

– Eu estou aqui. – respondi arrancando o cinto da calça dele – Quero que você apague o meu fogo. – pedi mordendo o lábio inferior.

– Seu desejo é uma ordem. – afirmou abrindo a minha calça jeans.

Livrei-me da calça dele e Bill se livrou da minha, estávamos apenas com as peças íntimas. Ele de boxers pretas e eu com o meu inocente conjunto de lingerie cinza. Bill me beijava com tanta intensidade que, apesar do frio do outono, eu estava me sentindo no verão. Eu gemia à cada toque, beijo e mordida que ele me dava, descendo pelo pescoço até a curva dos meus seios ainda seguros pelo sutiã.

– Você está me torturando! – exclamei irritada, conseguindo fôlego para falar uma frase completa.

Bill ergueu a cabeça para me encarar sorrindo sacana e me beijando de surpresa. Correspondi-o na hora sentindo a mão dele descer até a minha coxa, depois, ele separou-se de mim sorrindo mais sacana ainda.

– Você é que está se sentindo provocada. – afirmou provocador descendo novamente beijos e mordidas pelo meu pescoço.

Arqueei as minhas costas sentindo ele me beijar com vontade e apertar ainda mais a minha coxa, arranhei-o segurando um gemido alto, mas foi ele quem gemeu contra a minha pele ao sentir-se arranhado, me excitando ainda mais. Bill me puxou para sentar-me no colo dele, abracei e beijei-o automaticamente. Ele também era quente e estava me esquentando ainda mais apesar de querer apagar o meu fogo.

As mãos já ágeis dele abriram o meu sutiã, eu corei novamente ao perceber ele observar o que tinha descoberto e Bill foi extremamente ousado, abocanhou um dos meus seios me fazendo gemer alto. Ficou sugando-o levando-me à loucura e depois tornou a me beijar me apertando ainda mais contra ele.

Enquanto nos beijávamos, eu fiz um esforço para fazê-lo deitar na cama comigo por cima dele. Quando nos separamos, meu cabelo caiu no rosto dele enquanto eu ousadamente sugava-lhe o lábio. Depois, fui com a boca para o tronco dele, beijando, mordendo e sugando o mamilo sem o piercing, o que o fez gemer alto. Beijei aquele ‘b’ que tanto sonhava e atrevidamente, desci até o início da estrela, a parte que estava descoberta pelas boxers pretas e beijei provocante. Não tinha ideia se estava proporcionando prazer a ele, mas continuei a fazer o que estava fazendo. Subi manhosamente pelo corpo dele até chegar ao rosto dele, encarei-o mordendo o lábio inferior tentando perceber o que ele sentia.

Bill estava de olhos fechados, respirava tão rápido quanto eu e podia sentir o coração dele batendo contra mim. Ele abriu os olhos, me encarou por um momento e depois me puxou rapidamente para beijá-lo, como se não agüentasse mais aquela tortura toda.

Depois de me beijar por um longo tempo, tocando o meu corpo sem pudor nenhum, ele me encarou demoradamente.

– Eu não agüento mais. – falou me olhando seriamente.

Abracei-o de forma provocante, colocando as minhas pernas envoltas na cintura dele.

– Então me faça sua. – sussurrei sedutoramente no ouvido dele, mordendo-o de leve.

Desci a minha mão para as boxers dele, enquanto ajudava-o a tirar a minha calcinha. Bill apenas se levantou para tirar as boxers e pegar alguma coisa na calça jeans jogada no chão, uma camisinha.

– Era essa a sua intenção desde o principio? – perguntei observando-o voltar até a cama.

– Na verdade não, foi o Tom que me obrigou a trazer isso. – respondeu se ajoelhando na cama e colocando a camisinha. Não pude deixar de reparar no Junior dele, eu corei na hora, mas conclui que Bill era perfeito demais e que eu não tinha azar, tinha era muita sorte – Precisamos agradecer o Tom depois. – falou me puxando para o colo dele.

– Uhum. – concordei dando-lhe um selinho.

– Farei tudo para não te machucar. – afirmou olhando nos meus olhos.

– Eu confio em você. – afirmei abraçando-o pelo pescoço.

Devagar, ele foi entrando em mim, com todo cuidado e delicadeza que conseguia. Depois, ele me deitou na cama. No início doeu um pouco sim, mas depois toda a dor foi substituída por um prazer incrível. Eu gemi alto e começamos a nos movimentar lentamente, aos poucos aumentamos o ritmo, os gemidos e o prazer. Foi tudo tão incrível, tão perfeito que eu estava realizada quando tudo acabou.

Bill saiu de dentro de mim e foi jogar a camisinha usada fora, depois voltou rapidamente para deitar-se ao meu lado puxando o lençol para nos cobrir junto com um cobertor que estava na poltrona do quarto. O frio tinha voltado, mas o aquecedor e o cobertor nos ajudavam a suportar o frio, mas mesmo assim dormimos abraçadinhos.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte X


Fui andando em direção ao Audi, o primeiro flash aconteceu. Bati no vidro da janela dele, segundo flash e depois que ele abriu a janela, muitos flashs! Oh Gott!

– Olá! – Bill exclamou animado.

– O que está fazendo aqui? – perguntei nervosa, tentando não dar atenção para os flashs.

– Pensei em te ver hoje à noite. – falou fazendo uma carinha inocente – Trouxe até uns lanchinhos... – acrescentou mostrando-me dois pacotes do MC Donald’s.

Olhei alarmada para ele, pensando por um momento enquanto olhava os pacotes dos lanches. Ele estava se convidando para entrar no meu apartamento que devia estar um pouco bagunçado... Mein Gott! Nein, nein, nein. Mas ele fez aquela carinha fofa e eu não resisti. Acabamos subindo para o meu apartamento em meio à flashs. Que ótimo, minha vida pessoal iria rodar o mundo inteiro.

Fomos para o elevador, Bill contando animado o que tinha feito à tarde. Quando as portas do elevador se fecharam e ficamos sozinhos, ele ficou quieto, batendo nervosamente o pé no piso do elevador enquanto segurava os pacotes com os lanches.

– O que foi? – perguntei sem olhá-lo.

– Bem, eu estou me segurando para não te agarrar aqui. – respondeu-me rindo nervoso.

Calei-me de vez, ficamos sem dizer nada até chegarmos ao andar do meu apartamento. Ele permitiu que eu saísse primeiro, para que o guiasse até a porta. Eu estava nervosa, foi inegável. Tentei colocar a chave no buraco da fechadura, mas minha mão tremia, não me ajudando em nada. Pude ouvi-lo rir do meu nervosismo, não tinha culpa se havia sido pega de surpresa, não estava nem um pouco preparada para ficar mais tempo sozinha com ele.

– Vou ajudá-la. – afirmou ele.

De início, não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas depois que ele ajudou a minha mão a parar na fechadura e girar a chave entendi. Dei um suspiro nervoso e abri a porta.

– Apenas não repare na bagunça, morar sozinha dá nisso. – pedi mordendo o lábio.

Bill entrou reparando em tudo curioso e alegremente, eu entrei fechando a porta atrás de mim e trancando-a. Ele até pareceu gostar do que viu e se distraiu olhando o mural de fotos da sala, aonde tinha fotos dos mais variados tipos.

– Eu gostei. – afirmou observando as fotos.

– Hum, isso veio do Brasil. – falei largando a mochila ao lado da mesa de canto e indo para o lado dele para observar as fotos – Meus pais que mandaram a maioria das fotos. – afirmei observando uma das fotos em que eu estava numa coletiva em São Paulo.

– Essa daqui era você? – Bill perguntou apontando para uma foto antiga.

– Ah sim. – observei a minha própria foto, era uma das que eu mais gostava. Na época eu tinha nove anos e estava com o Toddy, meu vira-lata super fofo que havia ganhado de aniversário, presente atrasado, mas que foi o que eu mais gostei – Esse é o Toddy, abandonei-o no Brasil. – falei apontando para o meu cachorrinho – Ele fez dez anos na semana passada.

– Hum, ele parece ser uma gracinha. – afirmou sorrindo, me fazendo sorri com ele – E você é bonita desde pequena. – acrescentou ainda observando o meu mural.

Eu corei fortemente e olhei para baixo, parando meu olhar nos pacotes do MC. Lembrei-me do motivo dele ter subido aqui.

– Vamos comer então? – perguntei tirando os pacotes da mão dele – Estou com fome.

– Pra variar. – falou sarcástico – Tudo bem, vamos para a sua cozinha. – afirmou em estranha empolgação.

– Hunf. – resmunguei seguindo pelo apartamento. Minha cozinha era pequena, mas até que eu achava ela bem ajeitada e por sorte, naquele dia, ela não estava bagunçada. No meio dela, tinha um balcão com quatro bancos com encosto, seguindo pela esquerda, tinha mais um balcão com uma pia, típico de apartamentos e virando, tinha mais outro com o forno de gás e o forno microondas. A geladeira ficava do outro lado da cozinha, junto com o lixo. Nos balcões, tirando o de comer, tinham armários em cima e embaixo, para se guardar os mantimentos que não precisavam ser congelados e gavetas para os talheres.

Coloquei os pacotes em cima do balcão e peguei a coca que havia comprado dias atrás, por sorte não tinha tomado quase nada dela e ela ainda estava boa. Fiquei tomando muito café, então acabei deixando a santa coca de lado. Peguei os copos que eu mais gostava e coloquei-os no balcão, me sentando num banquinho de frente para ele. Bill já tinha aberto um dos pacotes e empolgado, começou a comê-lo. Eu abri o outro pacote e comecei a comer também. De início, comemos silenciosamente, mas depois Bill puxou um assunto qualquer e em meio à mordidas e mastigadas, conversávamos como duas crianças felizes... Comedia pura, eu sei.

Gentilmente, ele me ajudou a arrumar aquela pequena bagunça e após terminarmos tudo, acabamos no sofá da sala.

Eu estava acabada, cansada desse dia super corrido, com bastante sono e apesar de ter tomado coca, sentia que já estava querendo dormir. E para piorar a minha sonolência, Bill se aproximou mais de mim enquanto conversávamos sobre o Toddy, ele começou a acariciar o meu cabelo, me dando mais sono ainda.

– Não, não. Não faça isso se não eu durmo. – reclamei olhando-o, mas sem querer afastar a mão dele.

– Então, é hora de acordá-la. – conclui se aproximando mais de mim.

Pensei que ele fosse me beijar, mas não. Ele começou a me fazer cócegas! Nunca ri tanto na minha vida e quando percebi, já estava completamente desperta. Cheguei a deitar no sofá na esperança de me livrar dele, foi quando misteriosamente, ele parou de me fazer cócegas. Eu abri meus olhos lacrimejantes de tanto rir e encarei-o. Bill estava por cima de mim e as mãos dele já não estavam mais na minha barriga, estavam segurando a minha cintura. Okay, okay, controle-se Jane, você não está sonhando, isso tudo é incrivelmente real! Mein Gott irei desmaiar.

As mãos dele apertaram mais a minha cintura, okay, ele ia me beijar novamente. Eu fechei os olhos, esperando ele colar os nossos lábios, mas não foi nos lábios que ele me beijou. Senti os lábios dele pousarem no meu pescoço, eu ofeguei surpresa na hora e abri rapidamente os olhos.

– Bill, você... – comecei nervosa, mas ele não me permitiu continuar a falar, colocando o polegar na minha boca.

– Shh... Não fala nada Jane. – ele pediu num tom que me deixou nas nuvens, me olhando nos olhos.

E aí, aconteceu a pior coisa do mundo que podia acontecer num momento como aquele. Senti meu corpo amolecer por debaixo do dele, havia apagado.



Quando voltei a mim, estava deitada na minha cama confortável e alguém mexia no meu cabelo. Eu me segurei para não dormir, me virando na cama e abrindo os olhos ao me lembrar de tudo. Bill estava deitado na cama comigo e me encarava com um olhar divertido, não um bravo como achei que seria. Ele riu quando o olhei sem entender.

– Você é uma figura Jane. – afirmou me olhando divertido e rindo.

– Desculpe. – pedi – Isso sempre acontece quando eu tenho emoções fortes. – expliquei envergonhada – Uma hora eu não agüento e apago.

– Hum, acho que você terá que se acostumar com isso. – afirmou sorrindo – É talvez seja isso que mais me encanta em você. – falou acariciando o meu rosto delicadamente – O seu jeito alocado e verdadeiro de ser.

– Hum, talvez você esteja enganado e não percebeu o quanto sem graça... – insinuei nervosamente e ele não me deixou terminar de falar:

– Cada vez eu tenho mais certeza da minha escolha. – afirmou colocando uma mecha do meu cabelo para trás.

– Mas Bill, eu... – comecei, mas ele não me deixou terminar, me puxando para mais perto dele.

– Shh... Deixe-me apenas beija-la e não desmaie, por favor. – pediu.

Ele tinha vencido e eu estava me sentindo corajosa. Quando ele me beijou, foi calmo, carinhoso e sem pressa nenhuma. Senti-me extasiada e incrivelmente bem ao sentir aquela língua invadir a minha boca. Bill me virou na cama ainda me beijando e ficando por cima de mim. Minhas mãos foram para a nuca dele, algo me dizia que eu teria que me acostumar com aquilo... Ele apertou a minha cintura e separou-se de mim por falta de ar. Encarou-me por um segundo e desceu beijos pelo meu pescoço.

Pela curta experiência que eu tinha com relacionamentos, eu percebi bem que ele não queria só me beijar, queria ir mais além... Eu senti medo e parei de acariciá-lo, ele ao perceber que eu tinha parado com os carinhos, me encarou e não sei como, percebeu o meu medo. Bill parecia me conhecer melhor do que eu mesma.

– Não tenha medo. – pediu me olhando seriamente – Não irei machucá-la.

– Não quero que seja apenas uma noite. – falei.

Aquilo, por mais careta que fosse, ia contra os meus princípios. Já cheguei a ficar com alguém por uma noite, mas aquilo? Nunca.

– Você ainda não entendeu Jane? Não quero que seja apenas uma noite, quero mais que isso, muito mais. – ele me garantiu no tom mais verdadeiro que eu já ouvi.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte IX

 


– Que bom que veio Jane! – exclamou animadamente sem me soltar e beijando o topo da minha cabeça.

Não se derreta, esse não é o momento, deixe para derreter-se no seu apartamento... Ah, eu não vou conseguir!

– Eu disse que vinha. – minha voz saiu meio abafada e ele pareceu se ligar de que estava me apertando forte e me soltou. Droga, queria continuar agarrada a ele!

Bill sorriu, aquele sorriso lindo que me fazia ficar abobalhada. Oh Gott, alguém me socorre? Não, não, me deixe morrer aqui, irei morrer feliz! Sorri para ele e me deixei guiar até uma mesa do canto.

– E então, como foi a sua manhã? – perguntou-me curioso.

– Super corrido, não sei como continuo inteira. – respondi relaxando no sofá/mesa.

– Bem, a minha foi o de sempre. Correr para entrevistas e tal, a única coisa que mudou foram as perguntas. – falou empolgado e orgulhoso (?).

– Você já se acostumou com isso e eu ainda estou tentando. – falei colocando parte do meu teimoso cabelo atrás da orelha.

– Você logo se acostuma. – afirmou-me batucando a mesa com as unhas bem feitas.

Minha barriga roncou escandalosamente o fazendo rir e eu corar envergonhada.

– Acho que temos alguém com fome... – Bill falou fazendo cócegas na minha barriga.

– Ei, ei... Pode ir parando. – reclamei em meio ao riso – Eu estou sim com fome.

Bill riu mais um pouco e apertou um botão vermelho, logo uma garçonete apareceu e anotou os nossos pedidos. Extravasamos nos nossos pedidos, eu pedi um Big Tasty e um Big MC, duas porções de batata-frita e coca-cola. Bill pediu dois Big’s MC’s, duas porções de batata-frita grandes e a coca-cola.

– Olha só, conheço um ser igual a mim. – falei assim que a garçonete nos deixou sozinhos.

– Conhece? – perguntou-me sem entender.

– Sim, você também é magro de ruindade. – respondei-lhe rindo.

Bill riu comigo por um momento, mas depois me deixou rindo sozinha e me olhando, pelo que pareceu, admirado. Eu parei de rir e corei na hora, desviando o meu olhar do dele. Agora que tinha me esquecido da vergonha, ela volta. Então, ele colocou delicadamente uma mecha do meu cabelo que voltou a cair nos meus olhos e se aproximou mais de mim. Olhei-o alarmada e ele sorriu tranqüilizador, se aproximou mais ainda e quando os nossos lábios estavam quase se tocando, nossos pedidos chegaram. Salva pela garçonete, ou será que eu não queria ser salva?

Começamos a comer aquele lanche pouco nutritivo, mas que era delicioso. Depois de comermos tudinho, ainda tinha espaço para sobremesa. Pedimos dois sorvetes de caramelo, um de baunilha e um de chocolate para mim. Quando terminamos tudo, estávamos cheios, completamente satisfeitos.

– Ah que vontade louca de dormir! – exclamei relaxando no sofá novamente.

– Nada de dormir Srta. Toledo, sabe muito bem que precisamos conversar. – ele falou autoritário.

– Temos mesmo? – perguntei alarmada, me acertando melhor no sofá.

– Sim senhora, você sabe muito bem que é essa a minha intenção desde o princípio.

– Ah, tudo bem. – me dei por vencida, olhando-o por um curto momento.

– Você pensou no assunto? No que aconteceu ontem? – perguntou prendendo os meus olhos.

– Sim, foi a coisa que eu mais pensei... Mas é tudo tão surreal, não sei o que fazer ao certo.

– Você está com medo? – perguntou num tom preocupado.

– Não, medo não é a palavra certa. Eu apenas não sei o que irá acontecer e isso me deixa aflita. – respondi desviando os meus olhos para o pote do sorvete vazio.

– Hum, acha que, sei lá, eu tenho chances? – perguntou me encarando super sério.

– Bill isso não é pergunta que se faça. – respondi corando, mas sem conseguir desviar os olhos dos dele.

– Sim ou não? – insistiu.

– Talvez. – respondi ainda sem desviar os meus olhos dos dele.

Bill riu, fechando os olhos por um momento e depois me encarando demoradamente, se aproximando mais de mim.

– Então, você é difícil como eu suspeitava. – afirmou sorrindo de canto.

Não respondi nada, apenas fiquei quietinha olhando-o, sem acreditar em nada do que estava me acontecendo. A vergonha voltou rapidamente e eu estava começando a achar um erro ter vindo encontrá-lo, mas ele parecia tão interessado em mim, que talvez viesse atrás de mim como fez no jornal... Ah mein Gott, eu não sei no que pensar, no que acreditar!

– Você não está acreditando em mim, não é? – Bill perguntou como se lesse a minha mente.

Ele tocou o meu rosto com o polegar, fazendo delicadamente um carinho na minha bochecha e finalmente pareceu entender que eu, por mais que tentasse, não estava acreditando nele, era tudo tão surreal!

– Bem, eu tenho como te provar. – afirmou decidido.

Bill parou de acariciar o meu rosto e puxou a minha mão que estava em cima da mesa, colocou-a no peito. Apesar de ele estar falando super tranqüilo comigo, seu coração estava tão disparado como o meu. Fiquei sem ação, olhado abobalhada para a minha mão no peito dele. Agora eu tinha os motivos que precisava para acreditar nele? Encarei-o por um momento, ele sorriu, aquele sorriso lindo que me fez ficar ainda mais sem ação.

– Confie em mim Jane. Dê-me uma chance. – pediu sem desviar os olhos amendoados dos meus castanho-escuros e soltando a minha mão.

Eu tinha vontade de dizer que daria todas as chances que ele quisesse, mas não respondi. Atos demonstram melhor que palavras, não é? A minha mão que ainda estava no peito dele, eu a subi para a nuca e aproximei mais o meu rosto do dele. Bill sorriu todo feliz e me agarrou num super beijo, seja o que Gott quiser.

Bill me beijava com tanta intensidade, que me fazia esquecer de respirar. Eu pouco queria respirar, queria que a minha boca continuasse sobre a dele e sentir aquela língua invadir a minha boca. Era tão bom beija-lo que eu não me importaria de perder o meu emprego por causa disso, mas as coisas não são bem assim... Passamos o resto do meu almoço nos beijando e parecia que a cada tomada de fôlego, o nosso beijo ficava mais intenso que antes.

Quando deu o meu horário, ele pagou a conta, apesar de eu insistir em pagar a minha parte.

– Se você for sair comigo, terá que se acostumar com isso. – afirmou me puxando para fora da área vip.

O MC Donald’s continuava um pouco cheio e as fãs ainda estavam lá, esperando-o sair. Bill não se importou em sairmos de mãos dadas e manteve-me ao lado dele o tempo inteiro que dava autógrafos para as fãs.

– Quem é ela? – uma das fãs perguntou me olhando, olhar curioso misturado com mortífero, me encolhi por um instante.

– Jane, minha... – Bill começou respondendo-a.

– Amiga. – cortei-o sorrindo amarelo.

– É, por enquanto. – acrescentou piscando para a fã que quase desmaiou ali mesmo.

Oh Gott, não estou preparada para perseguições! Bill me puxou pela mão, para sairmos do MC Donald’s, ele insistiu em me levar até o jornal, apesar de eu falar que ia bem sozinha...

– Bill, Bill... Será que não devíamos nos esconder um pouco da imprensa? – perguntei sendo puxada por ele.

– Jane, você é a imprensa. – afirmou rindo.

– Dã, eu sei. Eu estou falando de nos escondermos dos outros... – falei rapidamente.

Ele parou de andar e ficou de frente para mim, no meio do corredor do shopping.

– Eu não quero escondê-la de ninguém, quero que todo o mundo saiba que eu te encontrei! – falou lindamente tocando o meu rosto – Prometo que vou cuidar de você e que não deixarei ninguém te atacar. – garantiu se aproximando mais de mim.

– Mas Bill... – comecei, mas ele me calou do modo que eu mais gostei de ser calada até hoje, roubando-me um beijo.

Okay, estávamos no meio do shopping nos beijando... Uma situação normal de pessoas apaixonadas se ele não fosse o cara mais conhecido da Alemanha. Bem, mas enquanto ele me beijava, eu não ouvi nada do que se passava ao nosso redor, eu estava concentrada em trazê-lo para mais perto de mim e corresponde-lo da forma mais intensa que eu conseguisse. Foi a falta de ar que nos separou, não a vontade e quando eu abri os olhos, fiquei cega!

O lugar estava lotado de fotógrafos, vi até o Hanz naquele meio. Oh Gott, Bill não era nada discreto... Pude perceber que ele ria feliz e acenou para os fotógrafos, me puxando junto com ele para fora do shopping. Mais seguranças apareceram para nos escoltarem até a garagem onde estava o Audi branco dele e o carro dos seguranças.

Fomos pouco seguidos, os seguranças se livraram deles. Bill foi dirigindo o tempo inteiro cantando Komm animadamente. Sem se importar em ser visto, ele me agarrou novamente no carro antes de eu entrar no prédio do Bild. Eu estava eufórica quando sai do carro dele, ainda estava na duvida se aquilo tudo era real, pois era bom demais para ser verdade... Mas que mais provas eu queria para acreditar em tudo aquilo?

Meu resto de tarde passou mais rápido do que eu imaginava, entretanto foi tranqüilo, logo escureceu e meu dia de trabalho acabou. Consegui terminar tudo que tinha que fazer aquele dia, apesar dos atrasos e de todas as coisas que aconteceram. Surpreendentemente, eu sairia no meu próprio jornal, só que não como autora de uma matéria, mas como notícia, com uma bela foto de Bill me agarrando no corredor do shopping. Hanz que veio até mim, pedindo para que eu escolhesse uma foto! Aquele trairá!

Enquanto arrumava minhas coisas na mochila para partir pra casa, meu celular apitou anunciando uma nova mensagem. Quase o derrubei quando vi que a mensagem era do Bill.


“Não se assuste e não fuja. Eu irei atrás de você. Wink”.


Okay, não me assustar com o que e fugir do que? Será que ele ia me seqüestrar? Oh Gott! Peguei rapidamente a minha mochila, colocando meu notebook dentro dela, me despedi do pessoal e finalmente sai para a neve! Sai meio disfarçada, por sorte ou azar, ninguém me seguiu.

Nevava um pouco e a paisagem parecia ficar à cada passada que eu dava mais branquinha ainda. Neve era tão bonita e legal... Queria brincar naquele meio como as crianças que eu vi passarem correndo por mim, tentando acertar umas às outras com bolas de neve. Apressei meu passo antes que surtasse por causa da neve, sim eu sou louca. Quando finalmente dei de cara com o meu prédio, ele estava estranhamente cheio de gente, tudo por causa de um Audi branco como a neve parado bem no meu caminho!

Alguém me segure, vou surtar antes de chegar às paredes seguras do meu apartamento! Escondi-me atrás de uma árvore e fiquei olhando alarmada para frente. Não tinha como eu entrar no prédio sem ser vista por ele. Sentei-me um pouco na neve, mordendo o lábio inferior nervosamente. Encontra-lo novamente naquele dia não estava nos meus planos. Reuni toda a coragem que consegui e me levantei, teria que encarar aquilo de alguma maneira.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte VIII



– Hallo?
Eu reconhecia aquela voz em qualquer lugar, foi a que eu mais ouvi aquele dia...
– Bill? – perguntei só para ter certeza.
– Jane! – ele também me reconheceu – Então você achou. – conclui.
– Achei. – concordei – Por que anotou seu número no meu DVD? – perguntei.
– Não fui eu, foi o Tom. Ele falou que eu não ia escapar... Se eu não conseguisse ir até você, você vinha até mim. – ele respondeu com irritação na voz.
– Afinal, nem foi necessário. – falei desligando o som.
– Preparada para amanhã? – Bill perguntou, mudando de assunto.
– Hum, acho que não... Vão me encher de perguntas. – falei me deitando na cama – E você? Preparado? – perguntei.
– Acho que sim... Bem, é a primeira vez que algo assim sobre mim está estourando na mídia. Amanhã, não será nada diferente, só mudaram as perguntas. – respondeu animado(?).
Eu fiquei em silêncio por um momento, ouvindo a respiração meio irregular dele, estava tudo quieto, ele devia estar sozinho. Estava pensando em tudo o que me aconteceu hoje, tantas coisas impossíveis... Devia estar sonhando.
– Jane, o que está pensando? – perguntou quebrando o silêncio.
– São tantas coisas para pensar... – comecei – Aconteceram tantas coisas hoje que eu estou com medo de dormir e descobrir que tudo não passou de um sonho muito bom. – respondi verdadeiramente me enrolando na colcha.
– Não é um sonho Jane. Se quiser eu te acordo amanhã. – falou, pelo que eu percebi, rindo.
– Você sempre me acorda todas as manhãs, cantando Heilig. – falei bocejando.
– Bem, então uma manhã à mais não fará mal. 
– É, talvez não faça. – falei meio grogue por causa do sono me dominando...
– Ah, vá dormir Jane. Boa noite e não se preocupe em acordar. – garantiu-me.
– Boa noite Bill, vou tentar. – falei fechando os olhos.
– Até amanhã... – ele parecia não querer se despedir de mim.
– Até mais tarde.
Eu desliguei o telefone primeiro, estava com um super sono, apaguei. Flashs do meu dia passaram por mim enquanto eu dormia... Meus sonhos estavam tão bons que eu não queria acordar, mas o meu celular começou a apitar.
Acordei com o celular tocando Automatisch, estranhei... Meu despertador devia tocar Heilig, conclui que alguém estava me ligando. Ainda de olhos fechados, tateei a minha cama atrás do meu celular e atendi sem olhar quem era.
– Alô? – falei em português por causa do sono.
– Jane? – ouvi uma voz musical que eu parecia conhecer de algum lugar...
– Sim, quem está falando? – perguntei ainda em português.
– Fale em alemão, por favor. – pediu o individuo.
Foi então que eu me lembrei que estava na Alemanha, trabalhava no Bild, que tinha conhecido Tokio Hotel, que Bill estava interessado em mim, que nós tínhamos nos agarrado no Audi branco dele, que ele prometera me ligar de manhã...
– Bill? – perguntei me sentando rapidamente na cama, acordando por completo.
– Sim, é ele mesmo, você não está sonhado, está super acordada e são oito da manhã. – falou rindo pelo que eu percebi.
– Oh Gott, não creio, não creio! – vou começar a surtar logo de manhã, controle-se Jane!
– Pois creia Srta. Toledo. Já são oito da manhã, me desculpe se estou acordando-a cedo. – pediu.
Fiquei em silêncio por um tempo e pude ouvir vozes junto com a voz do Bill reclamando com o que parecia serem Georg e Tom.
– Bill, está tudo bem aí? – perguntei me levantando da cama para abrir a cortina e ver como estava o dia.
– Sim, está. É apenas o chato do Georg. – Bill respondeu-me com irritação na voz – Dormiu bem? – perguntou suavizando a voz.
– Como uma ursinha. – respondi puxando a cortina – E você?
– Dormi com pressa de acordar para ouvir a sua voz. – falou lindamente me deixando deslumbrada.
– Oh Bill, você é um fofo. – falei envergonhada.
Ele riu e eu observei como estava o tempo pela minha janela, neve, neve e mais neve. Seria um dia frio, nada que algumas roupas não ajudem, mas tinha mais. Pela janela, eu pude ver um bando pequeno de quatro homens, eles estavam todos de preto, com proteção nas cabeças e câmeras fotográficas, era o que parecia...
– Oh Gott! – exclamei saindo da janela.
– O que foi? – Bill perguntou-me preocupado.
– Hã, tem uns caras lá embaixo, com câmeras fotográficas. – falei entrando na cozinha.
– Ah, é verdade, sobre isso que eu queria falar... Saímos em vários lugares essa manhã, fotos de eu e você no carro, no parque e em frente o seu prédio. – ele falou enquanto eu colocava as coisas na cafeteira, preciso de café, café, café!
– Mein Gott, não pensei que eles seriam tão rápidos... – fui para o quarto, escolher a minha roupa para aquele dia enquanto deixava a cafeteira trabalhando por mim.
– Pois eles são super rápidos... Acha que terá problemas em sair do prédio? ­– perguntou-me ­– Posso mandar o Saki aí, qualquer coisa...
– Não Bill, não se preocupe... Esqueceu-se que eu sou uma jornalista? Sei me disfarçar bem. – afirmei divertida – Nada que uma boina, uns óculos escuros e uma saída pelos fundos não resolva. – tirei a minha boina da caixa, colocando-a em cima da cama desarrumada, junto com um sobretudo marrom, uma calça jeans clara e uma blusa de lã.
– Tem certeza? Porque eles parecem já terem descoberto tudo. – falou ainda preocupado.
– Eu sei me virar, não se preocupe. Chego inteira no MC Donald’s sem problema nenhum. – garanti-lhe.
– Acha que terá problemas no jornal?
– Bem, eles podem tentar me entrevistar e tal, mas acho que não terei nenhum problema, meu contrato não diz nada contra se envolver com famosos. – voltei para a cozinha, ver como estava o meu café.
– Jane, vou ter que desligar agora... Temos uma entrevista numa rádio. – falou pelo que pareceu aborrecido.
– Ah, desculpe tomar seu tempo... – falei triste também, queria falar mais com ele!
– Você nunca toma meu tempo, eu preferiria ficar a manhã inteira falando com você, mas eu tenho que trabalhar e você também. – lembrou-me do meu encargo no jornal... Com que cara eu ia entrar nele? Dã, a mesma de sempre!
– Hum, isso é bom então... – falei rindo e bebericando o meu café.
– De qualquer forma, nos vemos no almoço... Não vejo à hora de ele chegar! – falou em animação súbita e risadas ao fundo.
– Eu também... – rindo.
– Eles são uns chatos. – reclamou irritado.
Eu apenas dei risada.
– Agora eu preciso ir mesmo, até o almoço... Ah, talvez eu fique na área vip, mando te levarem para cima, é só você falar com o Saki. – falou rapidamente empolgado.
– Okay, okay. Vemos-nos no almoço Sr. Kaulitz. – falei desanimando-me.
– Até. – e depois, antes de desligar, pude ouvi-lo começando a brigar com os outros por ficarem atrapalhando ele enquanto conversava comigo.
Dei risada sozinha e fui fazer a minha higiene matinal, voltei para tomar o meu café e me arrumar para o trabalho. Escovei os dentes, penteei o cabelo, me agasalhei bem, coloquei a boina e os óculos escuros, fui trabalhar. Não sem antes dar uma ajeitada no meu apartamento, até que ele não estava tão bagunçado... Consegui sair sem ser notada e chegar ao jornal inteira.
No Bild, foi uma entrevista geral, até Belle veio perguntar coisas para mim. Misses me puxou para a sala dela e perguntou-me várias coisas... No final, só consegui terminar a matéria da entrevista antes do almoço, o jornal estava muito alvoroçado! Consegui sair do jornal e por sorte ninguém me seguiu. Vaneza ia almoçar com o Hanz, contou-me isso no dia anterior a todos sorrisos...
Quando cheguei ao MC Donald’s do shopping, ele estava um pouco cheio como era de costume naquele horário e tinha algumas garotas com camisetas do Tokio Hotel... Bill já estava lá. Como ele tinha me avisado, Saki estava na entrada das escadas que davam acesso ao segundo piso. Dirigi-me diretamente a ele, sem dar atenção para ninguém, conversamos um pouco e ele permitiu a minha passagem.
Seja corajosa Jane, você consegue subir essas escadas! Meu coração estava a mil enquanto eu subia vagarosamente degrau por degrau... Eu estava com medo, um medo louco que me dominou na hora que eu o vi encostado na parede perto da entrada da área vip. Bill parecia estar tão nervoso quanto eu, mas quando me viu, só faltou pular de alegria. A principio, ele ficou parado me olhando, mas depois me agarrou num abraço. Senti-me sufocada pelo perfume dele e o engraçado é que eu queria continuar sufocando-me com aquilo!

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte VII



Foi um pouco difícil Bill se livrar dos paparazzis, mas ele conseguiu. Nessa corrida toda, nós nos afastamos de Berlim e entramos em uma das estradas. Ficamos em silêncio o caminho todo, ele nem ligou o rádio, nem nada. Bill sorriu satisfeito assim que ficamos sozinhos na estrada, quando eu olhei para o relógio, percebi que já era mais de dez e meia, precisava voltar para casa, descansar.
– Ei, ei, vamos voltar! – exclamei nervosa.
– Vou pegar o próximo retorno, não se preocupe. – garantiu-me.
O silêncio voltou no carro, durou uns cinco minutos e depois Bill começou a rir. Ele ria como uma criança feliz, como um retardado na verdade. Teria sido muito engraçado se eu não estivesse tão apavorada como estava naquele momento.
– Desculpe. – ele pediu em meio ao riso.
– Não, acho que sou eu é que devo me desculpar. – falei olhando para ele.
– Por quê? – ele perguntou me olhando pelo canto dos olhos, ficando sério.
– Bem, acho que amanhã você terá problemas... – mentira, eu tinha certeza que ele teria problemas.
– Faz tempo que eu não arranjo problemas. – afirmou voltando à rir.
– Não está preocupado? – perguntei nervosa.
– Sinceramente, não. – respondeu e depois sorriu lindamente para mim.
Eu fiquei mais espantada ainda. Como assim ele não está preocupado? Estamos metidos em sérios problemas!
– Tá, tá. Eu sei que estou exagerando em tranqüilidade. – ele falou entrando no retorno – Mas o que pode ser feito agora Senhorita Toledo?
– Nada... – respondi num sussurro.
– Exatamente. – Bill se virou para me olhar e sorriu.
Não sabia se falava mais alguma coisa, não sabia como agir com ele ali. Apenas me aconcheguei melhor no confortável banco de couro e inclinei a minha cabeça na direção dele. Fiquei observando-o dirigir até cochilar...

Quando finalmente voltei a mim, senti-o mexendo carinhosamente no meu cabelo e uma respiração muito próxima da minha. Também percebi que não estava mais com o cinto de segurança, devíamos ter parado em algum lugar.
Ao abrir meus olhos, encontrei os amendoados dele. Bill me olhava curioso, devia ter me observado cochilar e pela claridade, já devíamos estar na cidade.
– Desculpe. – ele pediu super próximo de mim.
– Desculpá-lo pelo... – comecei sem entender, mas pensei ter entendido quando ele se aproximou mais ainda e me beijou novamente.
Okay, era a segunda vez que nós estávamos nos agarrando no carro dele. Oh que emoção, emoção demais para uma criatura! Naquele momento, nem ameacei em desmaiar, eu estava apenas querendo aproveitar tudo aquilo e corresponde-lo com a mesma intensidade que ele me beijava. Eu estava nas nuvens, Bill tinha se interessado por alguém e todos os indícios apontavam para mim, era bom demais para ser verdade. E era muito sortuda, mas ainda sim, tudo estava muito confuso, parecia um sonho...
Quando finalmente paramos de nos beijar, Bill não quis ficar muito longe de mim, ele queria porque queria continuar com o nariz colado ao meu.
– Não estou me desculpando por causa disso. – afirmou roubando-me um selinho.
Depois disso, ele separou-se de mim e me permitiu olhar onde estávamos. Bill tinha me levado para casa, estávamos parados em frente ao meu prédio... Mas como ele sabia que eu estava morando exatamente ali?
– Como? Como você sabia que era exatamente aqui? – perguntei olhando-o.
Ele fez uma careta e me encarou culpado.

– Ah cara, você tem que fazer alguma coisa, né? – Georg falando – Já mandou até investigarem ela.

Lembrei-me do que eu tinha escutado após a entrevista ter terminado, então era verdade. Bill tinha mandado investigarem sobre mim... Meu nome, naquele dia eu disse meu nome, e foi o que bastou para ele me encontrar. Oh Gott, por que ele fez isso?
– Sinto-me culpado por isso, mas não consegui resistir... Jane, você me hipnotizou. – ele começou num tom culpado – Desculpe-me. – pediu.
– Você mandou me seguirem? – perguntei sem olhá-lo.
– Desculpe, eu não resisti... Depois daquele dia no parque, eu não consegui parar de pensar em você... Então, eu contei sobre você para o Tom, ele deu a ideia de investigar sobre você. Acho que deve saber que eu demoro muito para confiar nas pessoas, então eu mandei alguém ir atrás de ti... – parou de falar.
– Contratou um detetive particular, meu nome e descrição bastaram. – conclui encarando-o, aquele era o mais provável.
– Exatamente. – confirmou – Eu pensei me aproximar de você, mas naquele dia você tinha se apavorado, então... Descobri que você trabalhava no Bild, comecei a comprar aquele jornal todo dia, só para ler as suas matérias. – confessou – David nos contou que aquele jornal estava tentando uma nova entrevista conosco, então decidimos aceitá-la com a condição de que fosse você que nos entrevistasse. – ele respirou fundo antes de continuar – Tom insistiu que se não fosse você, nós não faríamos a entrevista e cá estamos nós. – fechou os olhos.
– Por que de tudo isso? – perguntei, tinha o direito de saber.
Bill ficou em silêncio por um longo tempo de olhos fechados ainda. Quando os abriu, ele prendeu o meu olhar por uns segundos e depois desviou os olhos dos meus.
– Porque eu achei-a diferente, precisava saber mais sobre você, Jane. Esse seu jeito me hipnotizou. – respondeu segurando o volante, sem me olhar.
Foi a minha vez de ficar em silêncio e sem ação nenhuma. Fiquei um pouco desconfortável também, ele não era a primeira pessoa que falava ter sido hipnotizada por mim, meus dois namorados falaram isso e várias outras pessoas já disseram o mesmo. Será que eu tinha esse dom de hipnotizar as pessoas? Oh Gott!
– Preciso organizar um monte de coisas. – falei admirando a mão dele que segurava o volante – E além disso, você só me viu duas vezes, pode estar enganado... – parei de falar. Será que ele já tinha me visto mais alguma vez?
– Eu não te vi só duas vezes Jane. – afirmou como se lesse meus pensamentos – Já a vi tantas vezes que você nem imagina. – acrescentou.
– Okay, preciso de um minuto. – pedi me acertando no banco.
– Pode ter dois se quiser... – falou tentando me descontrair.
Tinha tanta coisa na minha cabeça que estava difícil pensar. Primeiro de tudo, eu precisava me acalmar, estava voltando a ficar nervosa. Bill tinha se interessado por mim, me seguiu durante, mais ou menos, um mês. Tinha me beijado e agora dizia estar hipnotizado, apaixonado por mim... Ah mein Gott, tanta coisa para pensar! Como ele pode se interessar por alguém tão idiota como eu? Eu preciso de café, chocolate, qualquer doce para me acalmar! Será que tinha algo na minha mochila? Olhei pelo carro em busca de algo que chamasse a minha atenção. A principal coisa que chamou a minha atenção foi Bill me observando curioso... Ah Gott, ele era tão perfeito! Descobri-me cansada e com sono, já era quase onze e meia. Eu precisava subir para o meu apartamento e dormir.
– Bill, você tem tempo para conversar amanhã? – perguntei olhando-o – Não irei conseguir pensar direito com sono e nervosa. – expliquei.
– Que tal um almoço amanhã? – sugeriu, ele também parecia estar cansado.
– Ótimo, meu almoço é meio-dia. Podemos nos encontrar no MC Donald’s do shopping, perto do jornal? – sugeri.
Bill sorriu realizado, como se eu tivesse feito a melhor escolha possível.
– Certo, meio-dia no MC Donald’s. – ele concordou animado.
– Bem, eu preciso dormir. – minha mão já estava pronta para abrir a porta.
– Jane, eu... – ele me chamou atraindo a minha atenção.
Eu olhei-o por um momento e foi o que bastou para ele me roubar mais um selinho. Fiquei sem ação por um longo momento, olhando-o abobalhada. Lembrei-me de movimentar a minha mão para abrir a porta do carro, fiz o movimento, mas continuei olhando-o. Não estava com a mínima vontade de subir para o meu apartamento só com um selinho... Tá no inferno? Abraça o capeta!
– Okay, okay. É loucura o que eu irei fazer, mas dane-se. – falei tirando a mão da porta.
Ele sorriu feliz, aquele sorriso lindo que me fazia babar e me agarrou para um beijo lascivo. Sai satisfeita do carro com a minha mochila, mas voltei para trás e bati no vidro da janela dele. Bill abriu-a sem entender.
– Eu já sabia, pelo menos um pouco eu sabia. – afirmei – Só faltava acreditar. – conversa de louco? Sim, mas ele pareceu entender...
– Como sabia? – ele perguntou um pouco surpreso.
– O gravador ficou ligado o tempo todo. – sorri feliz e fui ousada roubando um selinho dele, que o deixou visivelmente abobalhado – Boa noite Bill.
Subi rapidamente para o meu apartamento e cuidadosamente coloquei a minha mochila no sofá, tirando a minha coleção autografada de lá. Liguei aquecedor e o som um pouco alto, extravasei a minha loucura ouvindo as mais novas músicas deles. Pulei pelo apartamento inteiro, pulei na minha cama, cantei em cima da mesa da cozinha e o pior, gritei da janela do meu quarto, berrei acho que expressa melhor. Assim que me acalmei, tomei banho e meu leite com toddy, depois peguei toda a minha coleção e fiquei observando os autógrafos um por um. Nem podia acreditar que aconteceu tanta coisa num dia só!
Quando vi o autógrafo de um dos DVDs, encontrei uma série de oito números, parecia ser um telefone... Minha curiosidade foi maior, peguei meu celular e disquei o número, só podia ser o celular de um dos quatro, mas de quem?
– Hallo?

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte VI

 


Passei pelo parque como de costume, era caminho do meu apartamento e também era uma ótima vista para todas as manhãs e tardes. Eu me tranqüilizava todas as vezes que passava por ele e consequentemente, me lembrava do meu primeiro dia na Alemanha, quando eu encontrei meu ídolo. Dei risada sozinha, lembrando que eu tinha me escondido atrás de uma árvore. Continuei caminhando, olhando encantada a neve, mas para a minha total surpresa e desespero, na faixa de pedestres, estava parado um Audi branco!

Oh mein Gott, isso é demais para um ser só, eu não agüento! Podia ser e não podia ser ele, mas achei melhor prevenir. Dei meia volta, ia fazer o caminho mais longo, não estava preparada para encontrá-lo novamente. Mas aquele dia, eu não estava com sorte. Quando passei pelo mesmo lugar que me encontrei pela primeira vez com ele, um ser misterioso de sobretudo e boné preto, estava sentando no banco próximo à árvore que eu tinha me escondido. Não consegui ver a face do que parecia ser um homem, estava encoberta pela aba do boné.

Pensei nas possibilidades, muitas pessoas usam sobretudos pretos e bonés para se protegerem do frio e da neve, era um ser humano normal como qualquer um. Então, eu passei por ele sem olhar muito, se fosse o Bill, ia fingir que não havia visto-o e é claro que eu não ia até o homem perguntar se ele era Bill Kaulitz. Concentrei-me na neve, o parque já estava lotado dela e começava a nevar mais forte.

Continuei a caminhar pelo parque, estava concentrada demais na neve porque me assustei muito quando alguém me puxou pelo braço. Quando encarei a figura à minha frente, comecei a tremer descontroladamente. Eu estava cansada, estressada, era muita emoção para um ser humano só. Foi como se todo o desespero que se acumulou no decorrer do dia quisesse sair de uma vez, eu estava surtando.

– Jane, você está bem? – ele perguntou com aquela voz musical que somente ele tinha.

Não consegui falar, me mexer, fazer qualquer gesto que fosse, apenas continuei a tremer sendo amparada por ele.

– Jane, fale comigo, pelamor. – ele pediu-me nervoso.

Então a vertigem começou, eu ia desmaiar...

Bill... – foi a única coisa que eu consegui falar antes de tudo ficar escuro.


De todas as coisas que eu, Jane Toledo, já fez, essa foi a pior. Desmaiar em plena praça pública, nos braços do meu ídolo... Patético. Eu era completamente patética, uma mulher sem a mínima graça. Bill devia ter percebido o quão sem graça eu era e me largado no meio da praça, no meio da neve, para que algum mendigo tarado me pegasse.

Entretanto, eu não sentia frio algum e estava super confortável no que parecia ser um banco de um carro. Estava tão bem que queria continuar mais um tempinho aproveitando aquele conforto, mas eu me lembrei de como tinha ido parar naquele conforto todo... Abri meus olhos e me sentei rapidamente. Eu estava num carro todo branco, confortável e moderno.

– Como se sente? – a voz musical me perguntou.

Olhei melhor para o lugar que eu estava, era o Audi branco, o carro do Bill que eu tanto sonhei em andar, não podia acreditar que estava ali. Para acreditar melhor, minha mão começou a trabalhar automaticamente, tocando no porta luvas, no cinto de segurança que me pendia ao banco e depois olhei para o motorista mais lindo que já tinha visto na vida, a meu ver, com o polegar toquei a bochecha dele o fazendo rir divertido.

– É real. – afirmei bobamente.

– Para quem estava super nervosa, você parece estar super bem agora. – ele falou estacionando melhor o carro. Estávamos ainda perto do parque, podia ver pela neve e as árvores.

Fiquei em silêncio e tirei meu cinto de segurança, comecei a mexer e olhar melhor o carro. Pude perceber que a minha mochila estava no banco detrás junto com o sobretudo dele. Tudo no carro era branco indo para um bege bem clarinho, eu estava encantada com o carro, mas é claro que o motorista me encantava mais ainda.

– Jane? – Bill me chamou – Você está bem? – perguntou-me num tom preocupado.

Encarei-o e fiz um gesto afirmativo com a cabeça, me perdi naqueles olhos amendoados. Bill me olhava como se me conhecesse há um bom tempo, como se soubesse o que havia dentro daquela minha mente louca. Eu desviei o olhar com medo de fazer alguma coisa que não devia. Entretanto, ele não permitiu tal ato meu, segurou meu queixo e me obrigou a encará-lo. Foquei meus olhos nos dele com medo de continuar encarando-o, ele subiu a mão pelo meu rosto e acariciou a minha bochecha. Senti que ia desmaiar novamente, mas me mantive firme para ver o que mais ele faria. Ele aproximou aquele rosto perfeito do meu, como se fosse me beijar... Okay, eu estava me segurando para não desmaiar, era muita emoção para um ser só.

Bill continuou a se aproximar de mim, se aproximou mais e mais, quando eu senti o hálito quente dele bater no meu rosto e aqueles lábios tão próximos dos meus, ele parou. Eu respirei fundo e continuei encarando-o. Ele piscou duas vezes e a razão pareceu chegar aos olhos dele, Bill se afastou de mim, tirando a mão do meu rosto.

– Eu, é... Vou te levar para sua casa. – afirmou segurando o volante com as duas mãos, tenso.

Demorei uns segundos para processar tudo, olhando para além da janela do carro, para entender o que quase tinha acontecido ali. Oh mein Gott, ele ia me beijar! Como assim? Será que eu fiz algo errado? Será que ele pensa que fez algo errado? Mein Gott, mein Gott! Virei novamente meu rosto para encará-lo, ele parecia estar super nervoso, não me olhava e segurava fortemente o volante, apesar de não precisar por conta da direção hidráulica, ele estava pronto para girar a chave e acionar o motor, quando...

– Bill... – eu o chamei.

Ele tirou a mão da chave, mas não me olhou.

– Sim? – falou olhando para frente e ainda segurando o volante.

– Olhe para mim. – pedi falando lentamente palavra por palavra, elas saíram sem eu pensar direito.

Então, ele me olhou, os olhos amendoados se encontraram com os meus e eu não tive controle sobre meus próprios atos. Bill queria, não queria? Se não quisesse não teria tentado me beijar... Quando percebi, minhas mãos o puxaram pela gola da camisa que ele usava, puxe-o para mais perto de mim, mas eu permiti que ele desse o próximo passo, se ele quisesse realmente me beijar. Foi automático, Bill me encarou surpreso, mas levou as mãos grandes até a minha cintura e me puxou rapidamente para mais perto dele, automaticamente nossas bocas se encontraram. Estávamos nos beijando, eu estava beijando Bill Kaulitz! Foi muito bom, muito bom mesmo! Beijávamos-nos lentamente, querendo aproveitar cada toque, cada momento. Eu não podia acreditar que estávamos nos beijando dentro do carro dele... Carro? Oh mein Gott, os carros da Alemanha não tem vidros escurecidos!

Ao me lembrar disso, eu tentei, mas tentei mesmo me separar dele. A vontade de continuar beijando-o foi mais forte. Beijáva-nos em sincronia perfeita, eu não acreditava que estava sentindo aquele piercing na minha língua, era bom demais para ser verdade, só faltava eu estar sonhando... É só podia ser isso, mas parecia tudo tão real! Aos poucos, o carro ficou ainda mais quente e olha que o aquecedor estava ligado... Bill estava tentando a todo custo tirar o meu sobretudo. E então, algo inesperado, mas não completamente inesperado aconteceu. Um flash ocorreu e foi o que nos separou.

Bill mal olhou para fora, me distraiu colocando o cinto de segurança em mim, passando carinhosamente a ponta do nariz sobre o meu e sorrindo, mais um flash e por final, ele puxou o próprio cinto, colocou o boné que estava sobre o porta-luvas e arrancou com o Audi.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte V

 


– Oh, outra pergunta nunca feita, dessa vez uma inteligente. – Georg falou quebrando o silêncio e piscando para mim.

– Ahm, é, acho que sei ser inteligente quando eu quero. – falei sorrindo e dando de ombros.

– Bom, respondendo a sua pergunta. – Bill começou sério – Acho que uma hora enjoa, principalmente aquelas que estão na cara. Tipo, se você fizer uma pesquisa bem feita, irá perceber que elas já foram respondidas várias vezes, mas eles insistem em perguntar.

– Verdade, tem umas que enchem o saco. – Tom concordou com o irmão – Por exemplo, aquela de quem nasceu primeiro, está na cara que sou eu. – falou convencido.

– Ah, babaca! – Bill reclamou com ele.

– Ou então se o Georg usa chapinha, é obvio que usa. – Tom não deu atenção para o irmão, e implicou com Georg.

– Tem outra também. – Georg começou – Se o Tom é o mais idiota da banda? Obvio que ele é. – conclui ele.

– Bem, acho que já respondemos, essas perguntas são um saco e nos cansamos de respondê-las. – Bill falou.

– Mas no final, já estamos acostumados com elas. – Gustav concluiu a resposta do Bill.

– Ótimo, obrigada! E terminamos aqui, então. – finalmente? Ou tristemente?

Eu estava aliviada por acabar, mas super triste também.

– Mas já? – Tom reclamou – Estava tão legal!

– Legal e diferente. – Georg afirmou concordando com Tom.

– Não quer fazer mais nenhuma perguntinha? Tipo se eu ou o Bill estamos disponíveis à noite? – Tom insistiu manhoso – Oh, mas talvez o namorado não goste... – acrescentou.

– Não, eu não tenho namorado e minha noite é para descansar, não para cair na gandaia. – respondi sem graça – Sem contar que saio daqui só depois das oito e esgotada, não agüento uma noitada. Rimou!

– Viu Bill, ela não tem namorado. – Georg falou olhando para o chefe.

– Mas eu terei que atrasá-los mais um pouco, preciso de duas fotos e autógrafos. – acrescentei sem dar atenção ao comentário de Georg.

– Oba, pode nos atrasar o quanto quiser! – Bill comemorou animado, batendo palminhas.

– Okay, já volto com o fotógrafo. – falei me levantando.

Sai rapidamente da sala e encontrei Hanz, o meu fotógrafo preferido, sentado na mesa da Vaneza conversando com ela.

– Venha comigo agora! – falei autoritária para ele.

– Fiquei com medo. – ele brincou, pulando da mesa e rindo.

Nós três rimos e Vaneza aproveitou para perguntar como eu estava me saindo, se eu já tinha surtado ou estava bem controlada.

– Acho que estou me saindo bem. – afirmei pensativa.

– Tenho certeza que está, você é ótima. – amiga pouco coruja eu tinha...

– Obrigada, bem agora vamos Hanz, eles estão nos esperando.

Quando voltamos para a minha sala, eles estavam conversando e eu consegui pegar uma última fala, Gustav estava dando a opinião dele num assunto que parecia ser sério.

– Acho que devia voltar mais tarde... – e a sua voz morreu ao perceber que nós tínhamos chegado.

Rapidamente eles tomaram posição, levantando-se do sofá e fazendo pose para a foto. Ficou Gustav, Bill, Tom e Georg, depois, eu pedi para tirar uma foto com eles. E adivinha aonde eles abriram espaço? Sim, sim, exatamente entre Bill e Tom. Apavorei-me na hora, mas engoli o meu pavor e fui para o meio. Quando Bill apertou o meu lado direito da cintura, me segurei para não desmaiar. Emoção demais para um ser em um só dia.

Assim que Hanz tirou a segunda foto, sai do meio deles e pedi para ver como elas tinham ficado. A primeira foto tinha ficado linda demais! E a segunda foto, na qual eu estava, percebi que não ficou desproporcional a altura, nunca tinha percebido que eu era alta... Na foto, eu sorria super feliz, deixei a minha emoção de fã escapar nela. Pedi para que Hanz as revelassem rapidamente, três cópias eu pedi, de cada uma delas, queria que eles autografassem ainda e também, para que mandasse no meu celular via bluetooth. Gentilmente, ele falou que voltaria em cinco minutos, uma coisa que eu admirava em Hanz, era a rapidez e o trabalho bem feito dele. Tomei mais café antes de pegar as quatro folhas para eles autografarem. Segurei a minha louca vontade de pegar os meus CDs, mas Bill pareceu ler a minha mente quando eu estava indo pegar o CD do jornal.

– Tem algum CD? – ele perguntou enquanto assinava a terceira folha.

– Sim, o do jornal. – respondi pegando-o da minha mesa.

– Nenhum seu? – Bill perguntou dessa vez me encarando.

– Não quero incomodá-los, já vou pegar uma das folhas para mim. – falei segurando a vontade louca de ir até a minha mochila e tirar a minha coleção de lá.

– Não será incomodo nenhum. – Tom garantiu sorrindo para mim maroto (?).

– Bem, é que não é só um. – afirmei fazendo careta.

– Quantos? – Gustav perguntou autografando o CD do jornal.

– São oito CDs e três DVDs. – respondi fechando os olhos.

– Pegue-os. – Bill falou.

– Tudo bem, já autografaram a folha, está ótimo. – afirmei sorrindo sem graça.

– Pegue-os logo antes que eu vá até a sua mochila e tire-os de lá. – ele falou autoritário, erguendo uma sobrancelha.

– Ah, tem certeza? – isso é maldade com o meu ser, sou fraca, Bill!

– Tenho Jane, obedeça ao chefe pura sedução! – ordenou-me sorrindo de canto e fazendo os outros rirem.

Dei-me por vencida e sorri, fui buscar a minha coleção pulando que nem uma criança feliz. Eles autografaram uma por uma das minhas relíquias, Tom demorou-se num dos DVDs, mas nem dei muita importância. Bill me devolveu a pilha e eu guardei-as cuidadosamente na minha mochila, eu estava feliz demais!

Hanz voltou com as fotos e as passou para o meu celular, eles autografaram-nas também e chegou a hora de despedirmos. Despedir-me deles foi triste, eu estava à beira do choro e não consegui me segurar por muito tempo. Abracei cada um deles agradecendo-os por tudo, estava emocionada. E não sei se foi coisa da minha cabeça, mas quando eu abracei o Bill, ele pareceu me apertar mais forte que os outros e eu me senti nas nuvens quando o perfume dele chegou às minhas narinas, ia dar um jeito de descobrir qual era só para tê-lo sempre comigo.

Bill andou com um braço nos meus ombros quando eu acompanhei-os até a saída do jornal. E quando eu subi para a minha sala, percebi que havia me esquecido o gravador o tempo inteiro ligado. Parei a gravação e voltei para escutar a entrevista. Dei risada das minhas perguntas idiotas e das respostas, foi então, que para a minha surpresa, comecei a ouvir o que eles conversaram quando eu sai para buscar o meu café, depois da pergunta do chefe pura sedução.


“- Tom, você é um idiota, ich hasse dich! – a voz do Bill exclamava irritada.

– Calma maninho, só estava tentando ajudar-te. – Tom.

– Sei, sei. Você não ajuda em nada. – Bill estava irritado mesmo.

– Ah cara, você tem que fazer alguma coisa, né? – Georg falando – Já mandou até investigarem ela.

– Hunf, mas o que vocês acharam dela? – dessa vez, a voz dele estava num tom mais bobamente animado.

– Ela é doidinha, mas legal. – era a voz do Gustav.

– Gostei dela, daria um bom par nas suas idiotices. – Georg.

– Ela é gostosa. – quem mais podia ser?

– Tom! – Bill exclamou bravo.

– Ai, não bate em mim! – Tom reclamou – E não fique com ciúme também, lerdo!

– Cale a boca!

– Não irá atacar? – Georg perguntou.

– Claro que não, não sou que nem vocês. – Bill falou.

– Mas fará alguma coisa, né Bill? – Tom perguntou.

– Acho que não dá para fazer nada. – respondeu, parecia desanimado.

– Babaca, a convide para tomar um café, assistir um ensaio... Poxa, você estava tão animado em vir aqui e agora tem a sua chance, não a deixe escapar! – uau, Tom.

– Não sei o que fazer...

– Ah Bill, pare de ser bobão. Ela nem atacou a gente, e tem cara de ser super fã. Parece ser uma guria super gente boa. – Georg que falou dessa vez.

– Concordo com eles. – Gustav falou e eles pararam de falar, eu tinha voltado para a sala
.”


Passei rapidamente a gravação, indo para a segunda vez que eu saí da sala, queria escutar essa história por inteiro.


“- E então? – a voz do Bill perguntou nervosamente.

– Você podia ter dado mais em cima dela. – Tom falou – É muito lerdo.

– Não sou igual a você Tom, pelo menos não nisso.

– Acho que você podia vir encontrá-la depois do trabalho, ela não passa sempre por aquele parque lá? Então, encontre-a lá. – Georg falou.

– Não sei se consigo...

– Bill, maninho, pega o seu belo Audi branco e venha convidá-la para um lanche no MC Donald’s, saída perfeita! – percebi um pouco de sarcasmo na voz de dele.

– Eu gostei da ideia. – Bill afirmou em repentina animação, pelo que eu percebi da voz dele.

– Acho que você deveria voltar mais tarde... – e acabou.”



Terminei de ouvir a gravação super confusa. Como assim Bill estava interessado em mim? Desde quando isso? Mandou me investigar também? Como assim? E falou que vinha atrás de mim novamente... Que toda aquela entrevista tinha sido planejada... Oh mein Gott, como assim?

Super confusa, eu comecei a escrever a matéria, às vezes dando uma olhada na gravação e na foto que tinha tirado com eles. Tudo aquilo era bom demais para ser verdade, por isso não botei muita fé naquilo tudo. Quando eu estava quase no final da matéria, percebi que meu expediente tinha acabado e decidi que terminaria a matéria amanhã.

Arrumei as minhas coisas, dei uma olhada nos meus CDs e DVDs autografados e despedi-me do pessoal. Ao sair pelas ruas de Berlim, percebi que começara a nevar e isso me encantou, me fazendo esquecer um pouco das coisas do dia. Entretanto, eu apressei o passo para o meu apartamento quando começou a esfriar mais, hoje estrearia o aquecedor.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte IV

 


– Okay, agora uma pergunta para o Bill. – olhei para ele – Uma pergunta de fã, não sei como achei uma pior que eu. – falei balançando o cabelo nervosamente.

Era mentira, a pergunta não era de fã nenhuma, eu é que estava com vergonha de fazê-la.

– Então, vamos lá. – ele falou um pouco desanimado.

– Está bem. Bill, você não se importa que as fãs admirem demais a sua parte traseira por causa das calças justas? – perguntei – Não que isso seja ruim, ela acrescenta. – na verdade fui eu que acrescentei.

Ele ficou super sem graça, eu devo ter corado e os outros três riram escandalosamente, deixando-o mais sem graça ainda.

– Ahm. – forçou uma tossida – Nunca ninguém fez uma pergunta assim. – afirmou se mexendo desconfortável – Bem, nunca me importei até agora, eu acho. Tomarei mais cuidado. – respondeu rindo sem graça.

Eles riram mais um pouco, eu ri também e Tom começou a falar:

– Que bando de loucos nós somos... Uma jornalista louca e gostos... – cotovelada do Bill – Ai Bill! – reclamou – Okay, eu sou um super bombeiro, gostoso também, é claro. Gustav é o gordinho sedução, Georg é o cara da chapinha e Bill é o das calças justas...

Eu ri com o comentário dele, mas continuei encarando o Bill, tinha mais uma pergunta para ele.

– Mais uma para você, menos comprometedora. – garanti colocando a mão na boca para não rir.

– Manere Jane, por favor. – ele pediu me olhando desconfiado.

– Como você se sente sendo comparado ao vampirão Edward Cullen, da saga Crepúsculo? – perguntei ficando séria.

Bill riu divertido e aliviado antes de começar a me responder.

– Sinto-me honrado em ser comparado a alguém tão desejado como ele. Mas admito que não sou tudo isso que dizem... Talvez um pouco menos... – falou sendo modesto.

– Em lentidão eles são iguais. – Tom alfinetou.

– Claro que não, o Cullen pega uma, isso o Bill nem faz. – Georg juntou-se a ele.

– Ah, o que foi que eu fiz para merecer esses dois? – Bill perguntou-se olhando emburrado para ambos.

– É lerdo demais. – Tom balançou negativamente a cabeça e olhou para mim – Acredita que ele está afim de uma garota, mas não tem nem a capacidade mental de dar em cima dela? Ele fala super empolgado dela, fez até burrada por causa dela e agora, não faz nada!

– Cale a boca Tom. – Bill mandou, ele parecia estar extremamente bravo.

Preferi ficar na minha, mas como fã não pude deixar de ficar triste com essa informação, era coisa demais para a minha cabeça! Pensem só: Eu estou fazendo uma entrevista super nervosa, vai sair merda dela com certeza e eu descubro que Bill está interessado em uma garota que eu nem tenho ideia de quem seja. Meu sonho acabou, dã Jane, príncipes encantados não existem, pelo menos não o seu. Devo ter ficado super aérea, porque eles tiveram que me acordar. Chamaram meu nome umas duas vezes.

– Desculpem, é que é informação demais. – pedi roubando um chocolate de Gustav.

– Ei! – ele reclamou comigo.

– Desculpa, desculpa... Mas é meu calmante. – falei rapidamente colocando o chocolate na boca – Okay, voltemos a entrevista aqui. Algum de vocês já comeu espuma de barbear pensando que era chantilly quando eram pequenos? – perguntei rapidamente, engolindo o chocolate.

– Bem, o Georg com certeza já fez isso. – Bill implicou com ele.

– Gustav? – chamei o gordinho sedução, ele estava muito quietinho.

– Nunca, só tentei uma vez, minha mãe me impediu, mas eu não cheguei a comer. – respondeu me olhando por um momento.

– Tom? – olhei para ele.

– Só impedi o Bill de fazer isso... Parecia que ele estava com raiva, cachorro louco. – Tom respondeu me divertindo.

– Oitava pergunta. Tom, o que você faria se trocasse de corpo com o Bill por um dia? – essa pergunta era da Misses.

– Primeiro de tudo, faria o que ele está querendo fazer, que é pegar vo... – ele começou a responder, mas ao olhar para o irmão se calou – Depois cataria todas as garotas que quisesse e vestiria algo mais confortável.

Gustav e Georg riram. Bill ficou meio sério, mas sorriu lindamente quando olhei para ele e eu passei rapidamente para a próxima pergunta antes que pensasse em me esconder debaixo da mesa novamente.

– Vocês têm alguma fantasia sexual maluca que pretendem realizar? – pergunta sobre sexo. Devo ter corado um pouco, mas continuei encarando-os. Vaneza que me deu a ideia de fazer uma pergunta assim, aquela pervertida!

– Queria que me amarrassem na guarda da cama com os fios da chapinha. – Georg respondeu nos fazendo rir – Sinceramente, nenhuma que eu me lembre...

– Nenhuma, talvez na praia. – Gustav respondeu dando de ombros.

– Hum, ter eu tenho, mas é difícil explicar, prefiro te mostrar. – Tom falou super sedutor.

– Ahm, nem pensar Sr. Kaulitz, prefiro que nem responda então. – falei séria e depois mostrei a língua para ele.

Os outros três riram da cena, principalmente o Bill que mostrou a língua para o irmão, revelando aquele piercing super sedutor que eu tinha uma imensa vontade de sentir na minha boca. Controle-se Jane, deixe para surtar na sua casa!

– E só falta o Bill responder. – olhei para ele esboçando um sorriso gentil e tentando disfarçar a minha imensa curiosidade.

– Hum, talvez no carro. – falou parando de rir e desviando os olhos amendoados dos meus.

– Você tem alguma Jane? – Tom perguntou curioso.

Okay, eu tentei me distrair com aquilo, não ia responder uma coisa tão pessoal assim... Olhei para a janela, tinha começando a nevar! Eu surtei, me levantei da poltrona e me escorrei na janela.

– Neve! – exclamou com os olhinhos brilhando.

– Uau, uma garota selvagem, fazer sexo no meio da neve para se esquentar... – Tom fez um comentário idiota.

Eles riram e eu me lembrei que estava no meio de uma entrevista, okay sou uma pessoa super distraída. Envergonhada, voltei a me sentar na poltrona, mas ainda continuava olhando para a janela encantada.

– Nunca viu a neve? – Bill perguntou num tom gentil, atraindo a minha atenção.

– Não, não. É a minha primeira vez. – respondi dando uma rápida olhada para a janela e voltando-me para eles, Bill sorriu novamente para mim, me encantando.

Voltei o meu olhar abobalhado inicialmente por causa da neve e depois por causa do sorriso do Bill. A penúltima pergunta saiu sem eu estar preparada mentalmente.

– Bill, como é ser o chefe pura sedução?

Novamente eles riram com a pergunta. Tom zoou com o irmão acompanhado de Georg, Gustav apenas riu e Bill corou um pouquinho. Quando ele me encarou, eu tive que segurar a vontade de louca de voltar para debaixo da mesa e também, a vontade louca de agarrá-lo.

– Você acha que eu sou bom em seduzir? – ele perguntou-me um tanto sedutoramente, erguendo a sobrancelha e me olhando divertido.

Eu quase me esqueci de respirar, gente alguém me socorre, vou desmaiar! Devo ter ficado super hiper corada, pois ele sorriu de canto.

– Bem, é bom. Posso controlar um bando de idiotas e seduzir as garotas sem querer, ganho do Tom. – respondeu ainda me encarando sedutor, super sedutor.

Preciso de café, chocolate, caramelo! Alguém me socorre, por Gott? Levantei-me da poltrona rapidamente e dei as costas para eles.

– Vou buscar café, alguém quer? – perguntei me adiantando para a porta.

– Não, mas o Bill quer outra coisa. – Tom respondeu por eles.

– O que? – perguntei, a curiosidade foi maior.

– Nada Jane, ele só está brincando... Pode ir buscar o seu café. – Bill falou apressadamente.

Quando escapuli para fora da minha sala, fechando a porta atrás de mim, ouvi Bill xingar o Tom, mas xingar mesmo. Respirei fundo duas vezes antes de ir para a maquina de café, nem reparei que deixei o gravador ligado... Bebi um copo de café e levei outro comigo, essa noite não dormiria nada bem.

Assim que entrei na sala, eles ficaram num super silêncio, eu sabia que eles estava conversando e tinha a ligeira impressão que era sobre mim.

– Muito bem, a última pergunta. – comecei – Como é responder sempre as mesmas perguntas em entrevistas comuns? – essa foi uma pergunta inteligente, que fez eles ficarem quietos e pensarem no assunto.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte III

 


Okay, okay, eu me apavorei! Não consegui falar nada e por pouco não consigo me mexer, é emoção demais. Então eu fiz uma coisa idiota, me enfiei debaixo da minha mesa. Ah, eu não estava pronta para vê-lo novamente e muito menos pronta para aquela entrevista, não mesmo!

Não ouvi ele se aproximar, nem nada, apenas mordi nervosamente o lábio inferior esperando com esperança que ele percebesse o quanto eu estava nervosa e fosse embora.

– Por que está se escondendo aí Jane? – a voz musical perguntou próxima demais de mim.

Olhei para o lado, não pude acreditar que ele tinha se enfiado ao meu lado debaixo da mesa. Bill continuava sorrindo e tamanha foi a minha surpresa que eu pateticamente bati a cabeça na mesa. Foi a vez de ele ficar nervoso, Bill me ajudou a sair debaixo da mesa enquanto pressionava aonde eu tinha batido, mais ‘um galo’ para a coleção.

– Você se machucou? Está doendo? – ele perguntou me fazendo sentar na minha cadeira.

– Eu acho que estou bem, agora isso vai me ajudar a fazer a entrevista. – afirmei fazendo uma careta.

– Vai? – ele perguntou sem entender.

– Sim, vou me preocupar com a dor e não em esconder-me. – afirmei ajeitando meu cabelo bagunçado e pressionando o ‘galo’.

Bem, pelo menos agora eu tinha outra coisa para me preocupar, doía um pouco, mas logo a dor passaria e o meu pavor voltaria. Concentre-se Jane, você pode fazer isso! Bill me encarou por um longo momento e depois sorriu lindamente, me deixando sem ação.

– Ótimo, está bem para a entrevista? – perguntou me olhando divertido.

– Ahm, tenho que estar. – afirmei e respirei fundo.

– Então irei chamar os outros! – exclamou batendo palminhas como uma criança feliz. Oh que lindo!

– Só preciso de um momento para me preparar mentalmente. – falei quase levando a mão à boca novamente, queria roer as unhas!

– Um minuto e nós entramos. – afirmou já se dirigindo à porta, segurando a maçaneta.

– Não pode ser dois? – pedi nervosamente.

– Não pode! – respondeu-me sorrindo – Estou tão feliz de te encontrar novamente, Jane! – e falando isso, saiu da minha sala.

Tudo bem, tudo bem, eu tinha que me acalmar, relaxar a minha mente para emoções super fortes! Oh Gott, eu não conseguirei pensar direito, vou errar todas as perguntas... Por que tinha que ser pessoalmente, não podia ser por telefone?


“- Mas não pode ser por telefone Misses? – perguntei no exato momento que tinha aceitado a entrevista.

– Querida, o guitarrista insistiu em conhecer Jane Toledo, você, então foram eles que insistiram em vir aqui. Eu até propus que você os encontrasse, mas eles insistiram que queriam conhecer o jornal, já que fizeram várias entrevistas para nós, mas nunca vieram aqui. – ela me respondeu empolgada, explicando-me tudo.

– Tem certeza que não prefere Belle fazendo essa entrevista? Ela nem é tão fã deles... E também não me sinto preparada para isso. – tentei novamente passar isso para ela.

– Jane, você não entendeu bem. É você ou você. Tenho certeza que se saíra bem, você é ótima! Agora pare com esse pessimismo todo e vá trabalhar. – mandou dando fim naquela minha tentativa de livrar-me da entrevista.”



Minha humilde vidinha não podia ficar pior... Bem, até o final daquele dia ela ficaria bastante pior. Ouvi uma batida na porta e as conversações costumeiras do Bild, meu um minuto tinha acabado e eu não estava preparada para aquilo, mas dane-se. Precisava ser profissional e é exatamente isso que eu seria! Seja o que Gott quiser. Finalmente eu consegui encarnar o meu espírito jornalista-profissional.

– Podem entrar. – falei sem gaguejar, sentindo a coragem que eu não sabia de onde surgiu me dominar.

A porta foi aberta e quatro belos indivíduos passaram por ela. Tive que me segurar para não correr até eles e agarra-los um por um. Eu sorri nervosa e feliz, feliz porque por algumas horas eu teria os quatro só para mim.

– É uma honra conhecer todos vocês ao vivo e a cores! – falei me adiantando na direção deles.

Preferi cumprimenta-los formalmente com medo de dar uma de louca. Meu sorriso mostrava o quanto eu estava feliz por tê-los ali, não estava mais com medo, acho que o café tinha dado certo... Ofereci algumas coisas para eles antes de começar a entrevista. Bill aceitou as balinhas, Tom ficou com o Redbull, Gustav pegou uns chocolates e Georg com a coca-cola. Eles sentaram-se no sofá enorme e antes de começarmos a entrevista, Tom fez um comentário que me surpreendeu, me deixando super sem graça. Ele me analisou por inteiro, quando eu falo por inteiro eu digo por completo mesmo, dos pés à cabeça, observou-me com a intenção de que fosse notado.

– Então, essa é a famosa Jane. – começou ele. Famosa? Aonde? Só se for no jornal – Ótima saúde, hein? – piscou para mim e depois se virou para encarar o Bill, sorria marotamente – Parabéns maninho, você tem um ótimo gosto! – e piscou para o irmão.

Okay, eu irei me enfiar embaixo da mesa novamente, pode? Pisquei umas duas vezes e roubei um dos chocolates do Gustav. Relaxa Jane, relaxa, você conseguirá fazer essa entrevista! Ah mein Gott, eu não conseguirei!

– Cale a boca Tom. – Bill falou entre-dentes olhando-o feio e depois olhou de canto para mim.

Será que eu posso me esconder detrás da poltrona? Posso, posso? Eu consegui me mexer, sentei na poltrona de frente para eles com o gravador na mão e a pasta com as perguntas. Sorri super sem graça e me recompus.

– Bem, acho que podemos começar a entrevista. – sorri fracamente ligando o gravador e colocando-o em cima da mesa – Por quem começamos então? – olhei para cada um deles sorrindo nervosamente e abrindo meu plano para a entrevista.

– Hum, talvez você queira ter um papo sobre chapinhas com o Gê... – Tom insinuou arrancando risadas dos outros.

– Ou talvez um papo sobre cobrinhas com O cobrinha da banda. – Georg revidou dando uma cotovelada n’O cobrinha.

Eu passei a mão no meu galo, apertando-o por um momento para não dar uma de louca. Bill pareceu perceber o que eu fazia, quando encontrei o olhar dele, ele fez uma careta e depois riu.

– Muito bem, comecemos pelo Georg. – comecei me distraindo, mexendo nas folhas – Seja sincero, ouviu. – falei encarando-o.

– Oh, prometo ser sincero. – ergueu a mão direita como um juramento.

Não me segurei com aquele gesto dele e acabei rindo, atraindo a atenção dos outros, que pararam de se atazanar para prestar atenção no meu riso.

– Cara, você é bom hein. – Tom começou olhando para o irmão – Além de ser gos... – ele não conseguiu terminar a frase, Bill deu uma cotovelada na barriga dele.

– Que tal fazer a pergunta do Georg, Jane? – ele pediu-me com os olhinhos imploradores.

Resista à fofura, você é forte Jane! Desviei o meu olhar dele para o Georg.

– Okay, okay. – olhei seriamente para ele e fiz a pergunta na maior seriedade que eu consegui: - Qual é melhor: Taiff ou Gama?

Eles seguraram-se para não rirem e Georg respondeu como se fosse o expert no assunto:

– É claro que é Taiff!

A risada foi geral, nem eu me segurei e comecei a rir junto. Eles eram uma comédia e as minhas perguntas loucas ajudavam pouco...

– Bem, voltando aqui. Como foi gravar Automatic no meio deserto? Passaram muito calor, frio? – perguntei-lhes, uma pergunta séria dessa vez.

– Eu passei frio, meu aquecedor não funcionava e mal tive água quente. – Tom respondeu mal-humorado.

– Bom, lá é muito quente de dia... É um pouco difícil aquentar couro naquele sol todo, mesmo ele sendo falso. – Bill respondeu me olhando seriamente por um momento – Mas acredito que valeu a pena, gravamos um vídeo incrível!

– Ótimo, agora uma pergunta para o Gustav. Como você se sente sendo tachado de gordinho sedução, seduzindo as fãs sem dizer uma palavra sequer? – pergunta besta, mas eu não resisto.

Gargalhadas gerais e um Gustav super fofo vermelhinho. Aquela já era a minha terceira pergunta, só tinha mais oito.

– Hum, isso é bom, eu acho. – Gustav respondeu desconfortável.

– Ain gordinho sedução, me seduz mais tarde, tá? – Georg brincou com ele.

Gargalhamos novamente e eu encarei Tom, minha próxima vítima.

– Tom, eu ouvi dizer que você incendeia e apaga o fogo melhor que um corpo de bombeiros, o que diz a respeito? Essa é pergunta de uma fã. – mais uma pergunta besta, Vaneza que tinha me ajudado com essa.

Pergunta besta sim, mas que foi levada super a sério Kaulitz, que não riu com os outros.

– Isso é um caso delicado. Incendiar é fácil, difícil é apagar, mas com o tempo você adquire certa prática... – respondeu mexendo no piercing.

Então, eles deram risada novamente e eu acompanhei-os. Eles pareciam diferentes das entrevistas que eu os via pelo YouTube, não era nada planejado, era tudo por acaso, às escuras e eles não tinham ideia das perguntas de Jane Toledo. Talvez eles estivessem até mais empolgados por não serem as mesmas perguntas de sempre... É, talvez fosse isso.

– Muito bom Tom, obrigada. Agora, próxima vítima! – não me importei em encarar o Bill maldosamente.

Ele se encolheu por um momento e acabou levando uma cotovelada do Tom, voltou ao normal. Os olhos amendoados e super maquiados se encontraram com os meus por um momento, eu levei automaticamente a minha mão ao meu galo para não fazer nenhuma besteira, e depois ele sorriu lindamente como ele só consegue fazer. Segure-se Jane, não faça nada que não deva fazer. E apertei o galo.

Como eu ia fazer aquela pergunta para ele? Era idiota, sim. Mas era uma curiosidade interessante... Bem, eu preparei toda a minha coragem inexistente e comecei a pergunta.

Postado por: Grasiele

Hypnotized By Jane - Parte II

 

Um mês se passou desde aquele meu encontro conturbado, nunca mais o vi para minha sorte. E eu progredi muito mesmo no meu trabalho, a Sra. Schüz, Misses para mim, tinha se tornado uma grande amiga e Vaneza também, vivíamos fazendo matérias juntas, Misses parecia gostar do nosso trabalho em conjunto. Belle se tornou inimiga de nós duas, quando estávamos na frente da chefa, era uma conversa super amigável, depois... Era bom tomar cuidado. Com o meu primeiro salário, eu comprei o que faltava na minha coleção, nem acreditei quando fui à loja comprar aqueles CDs novinhos, comprei ambas as versões. Não me canso de escutar até hoje, faz quase duas semanas que os CDs saíram, eles vivem no meu rádio e no meu MP3. É tão viciante!

Okay, não é o momento certo para dar uma de louca, minha chefa tinha me chamado para a sala dela, não podia ser coisa boa... Eu tinha acabado de terminar uma matéria sobre o tempo, daqui uma semana talvez nevasse! Pela primeira vez eu veria, tocaria e sentiria a neve, era tão empolgante pensar nisso.

Quando eu entrei na sala de Misses, ela falava ao telefone super empolgada com um tal de David. Tremi com o nome, mas não me importei muito. Sentei-me na poltrona a frente dela, Misses logo desligou o telefone e estendeu a mão para ler a minha matéria. Ela leu por uns cinco minutos e depois um sorriso surgiu na sua face, mais uma matéria bem feita.

– Isso está ótimo Jane! Ah, você é ótima! – ela exclamou largando a folha na mesa.

– Que bom, obrigada. – respirei aliviada.

– Ah, que isso querida... – ela falou balançando a mão e rindo do meu alivio – Bem, você deve estar se perguntando por que eu te chamei aqui, não é?

– Sim, estou curiosa! – exclamei concordando com ela e rindo, todos os jornalistas são curiosos.

– Tenho excelentes notícias! Lembra-se daquela entrevista que você fez com o chefão do Greenpance? – ela perguntou-me empolgada, assenti com a cabeça, então ela continuou – Eu consegui uma super entrevista para você, irá promovê-la ao extremo, ficará conhecida em todo o país e talvez até no mundo! – exclamou ainda mais alegremente.

Eu tremi na poltrona e fiz a pergunta morrendo de medo:

– Quem eu irei entrevistar?

– Será a banda mais famosa da Alemanha! – Misses respondeu batendo palminhas.

Encarei-a por um momento esperando a vertigem passar, minha expressão devia ser de choque, pavor, eu estava amedrontada. Como assim uma entrevista com a mais famosa banda alemã? Isso não podia ser verdade, não podia ser eles, não podia ser ele! Não podia entrevista-los, não conseguiria!

– Que banda você diz? – perguntei-a depois do meu longo silêncio.

– Ora querida, é claro que eu estou falando do Tokio Hotel... Quem mais podia ser? – respondeu-me rindo, como se fosse à coisa mais normal do mundo entrevistá-los.

– Oh mein Gott, eu preciso de um minuto. – falei me levantando da poltrona.

– Então vá buscar um café para nós, querida... Deve estar nervosa por entrevistar uma banda que é fã, fiquei assim quando entrevistei o U2. – falou gentilmente.

Sai da sala, respirei fundo três vezes e andei até a cafeteira. Foi trágica a minha tentativa de colocar café nos dois copos, Vaneza teve que me ajudar se não derramaria tudo em mim. Voltei para a sala da minha chefa segurando firmemente os copos de café, Vaneza abriu e fechou a porta para mim, pedindo que depois lhe contasse tudo. Fiz um gesto afirmativo para ela. Quando me sentei novamente na poltrona e bebi um grande gole de café, olhei para ela e comecei:

– Misses, eu não posso fazer essa entrevista. – afirmei pausadamente.

Ela me olhou chocada e piscou diversas vezes, digerindo o que eu tinha acabado de falar.

– Como assim? Você tem que fazer essa entrevista! Quando eu falei que chamaria Jane Toledo para entrevista-los, eles perguntaram várias vezes se era você mesma, insistiram para que fosse você ou então, nem aceitariam serem entrevistados para o jornal. – explicou me encarando nervosa.

– Eu não posso, não irei conseguir, ficarei muito nervosa, mal conseguirei falar com eles. – falei já começando a morder o lábio inferior.

– Claro que você irá conseguir, seja profissional minha querida, como eu sempre fui e tentei. Sei que você é ótima em fazer perguntas nunca feitas, tenho certeza que se saíra super bem. Você tem capacidade para isso, pode fazer melhor que Belle. – ela falou me olhando seriamente, quase conseguindo me convencer.

Belle era a segunda melhor jornalista da Misses, após a minha entrada no Bild, eu me tornei a melhor. Não que eu quisesse me gabar, nem nada, mas eu adorava o que fazia e conseguia escrever super bem, era uma coisa fácil de entender. Ás vezes escrevia coisas mais especificas, mas somente quando o assunto era para um pessoal em especial, Misses adorava esse jeito. Apesar de Belle não gostar de mim por eu ter tomado o lugar dela, nunca fiz nada que a prejudicasse, nunca me meti no trabalho dela, nunca a ofendi, o contrario do que ela fazia contra mim sempre que tinha chance.

Minha chefa acabou me convencendo, não teve como eu dizer não para ela. Ao menos tinha uma semana para me preparar. Eu estava apavorada, tinha uma semana para preparar onze perguntas que mudariam a minha carreira e uma semana para me preparar mentalmente. Milhares de pessoas leriam aquela entrevista, ela teria que ser preparada nos mínimos detalhes.

A semana passou mais rápido do que eu desejava, ao menos consegui concluir com sucesso as perguntas sem noção que eu faria. Misses aprovou-as em meio a risos, seria uma entrevista divertida se eu estivesse preparada mentalmente. A noite que antecedia a entrevista mal consegui dormir. Fiquei ouvindo Humanoid até pegar no sono, coisa que foi um pouco antes do amanhecer. O celular despertou duas horas depois que eu dormi com os fones do MP3, estava horrível, mas iria daquele jeito mesmo. Apenas disfarcei um pouco as olheiras recém adquiridas e coloquei uma roupa menos surrada das que eu costumava usar, já que me metia em cada uma... Vesti uma calça jeans simples e quentinha, uma blusa de lã, o meu sobretudo novo e umas botas de couro falso. Meu apartamento estava um pouco bagunçado, meu quarto eu deixei uma bagunça, já que estava atrasada, apenas ajeitei a cozinha e a sala.

A minha ida até o jornal foi tranquila, apenas começou há nevar um pouco. Eu estava encantada com aquilo, nunca tinha visto a neve, mas caiam flocos pequeninos. A previsão era que até o final do dia, a linda Berlim estaria branquinha. Esqueci-me um pouco da entrevista que faria naquele dia, queria que o final do dia chegasse logo para que eu pudesse me deitar na neve, desejo louco eu sei. Mas quando cheguei ao jornal, o pavor voltou.

Fiquei traficada na minha sala a manhã inteira, treinando diversas vezes como iria entrevistá-los e verificando se o gravador estava funcionando bem. O gravador era novinho e super moderno, sem fitas, era igual ao do MP3, só que mais profissional. Saia da minha sala apenas para pegar mais café e ir ao banheiro, acho que nunca bebi tanto café na vida! Na hora do almoço, fui ao MC Donald’s do shopping com a Vaneza, ela disse que íamos honrar os garotos comendo fast-food, brindamos com coca-cola desejando o sucesso da minha entrevista. Para me acalmar mais um pouco, tomei sorvete de caramelo e de chocolate, meus calmantes preferidos.

A entrevista seria as três, fiquei da uma até as duas e meia bebendo café, bebi tanto café que acabei ficando super elétrica, cheia de energia, parecia que eu tinha bebido outra coisa. Fiquei esperando-os andando de um lado para o outro pela minha sala e olhando pela janela. Quando vi uma van preta com o logo do Tokio Hotel parar na porta do prédio, eu me apavorei. Comecei a roer as unhas sem me importar se elas estavam feitas ou não, bebi mais e mais café, e para não ficar com o hálito de café, mastiguei apressadamente um chiclete.

Assim que ouvi gritos animados por de trás da porta, retirei um espelhinho da minha mochila, dando uma checada no meu visual e vendo se todos os meus CDs e DVDs estavam lá, se tivesse coragem pediria para eles autografarem. Olhei meu reflexo de aparência super nervosa e joguei o chiclete fora, tentei me acalmar. Bateram na porta, mas a conversa lá fora continuava animada e parecia estar um pouco distante, disse que podia entrar numa voz extremamente nervosa. Quando a porta se abriu, ele entrou por ela, fechando-a logo em seguida e me encarou, sorrindo aquele sorriso lindo.

– Olá Jane, finalmente nos encontramos novamente. – falou olhando-me sorrindo.

Bill Kaulitz estava parado à minha frente sorrindo para mim.

Postado por: Grasiele

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