domingo, 3 de junho de 2012

Hypnotized By Jane - Parte VII



Foi um pouco difícil Bill se livrar dos paparazzis, mas ele conseguiu. Nessa corrida toda, nós nos afastamos de Berlim e entramos em uma das estradas. Ficamos em silêncio o caminho todo, ele nem ligou o rádio, nem nada. Bill sorriu satisfeito assim que ficamos sozinhos na estrada, quando eu olhei para o relógio, percebi que já era mais de dez e meia, precisava voltar para casa, descansar.
– Ei, ei, vamos voltar! – exclamei nervosa.
– Vou pegar o próximo retorno, não se preocupe. – garantiu-me.
O silêncio voltou no carro, durou uns cinco minutos e depois Bill começou a rir. Ele ria como uma criança feliz, como um retardado na verdade. Teria sido muito engraçado se eu não estivesse tão apavorada como estava naquele momento.
– Desculpe. – ele pediu em meio ao riso.
– Não, acho que sou eu é que devo me desculpar. – falei olhando para ele.
– Por quê? – ele perguntou me olhando pelo canto dos olhos, ficando sério.
– Bem, acho que amanhã você terá problemas... – mentira, eu tinha certeza que ele teria problemas.
– Faz tempo que eu não arranjo problemas. – afirmou voltando à rir.
– Não está preocupado? – perguntei nervosa.
– Sinceramente, não. – respondeu e depois sorriu lindamente para mim.
Eu fiquei mais espantada ainda. Como assim ele não está preocupado? Estamos metidos em sérios problemas!
– Tá, tá. Eu sei que estou exagerando em tranqüilidade. – ele falou entrando no retorno – Mas o que pode ser feito agora Senhorita Toledo?
– Nada... – respondi num sussurro.
– Exatamente. – Bill se virou para me olhar e sorriu.
Não sabia se falava mais alguma coisa, não sabia como agir com ele ali. Apenas me aconcheguei melhor no confortável banco de couro e inclinei a minha cabeça na direção dele. Fiquei observando-o dirigir até cochilar...

Quando finalmente voltei a mim, senti-o mexendo carinhosamente no meu cabelo e uma respiração muito próxima da minha. Também percebi que não estava mais com o cinto de segurança, devíamos ter parado em algum lugar.
Ao abrir meus olhos, encontrei os amendoados dele. Bill me olhava curioso, devia ter me observado cochilar e pela claridade, já devíamos estar na cidade.
– Desculpe. – ele pediu super próximo de mim.
– Desculpá-lo pelo... – comecei sem entender, mas pensei ter entendido quando ele se aproximou mais ainda e me beijou novamente.
Okay, era a segunda vez que nós estávamos nos agarrando no carro dele. Oh que emoção, emoção demais para uma criatura! Naquele momento, nem ameacei em desmaiar, eu estava apenas querendo aproveitar tudo aquilo e corresponde-lo com a mesma intensidade que ele me beijava. Eu estava nas nuvens, Bill tinha se interessado por alguém e todos os indícios apontavam para mim, era bom demais para ser verdade. E era muito sortuda, mas ainda sim, tudo estava muito confuso, parecia um sonho...
Quando finalmente paramos de nos beijar, Bill não quis ficar muito longe de mim, ele queria porque queria continuar com o nariz colado ao meu.
– Não estou me desculpando por causa disso. – afirmou roubando-me um selinho.
Depois disso, ele separou-se de mim e me permitiu olhar onde estávamos. Bill tinha me levado para casa, estávamos parados em frente ao meu prédio... Mas como ele sabia que eu estava morando exatamente ali?
– Como? Como você sabia que era exatamente aqui? – perguntei olhando-o.
Ele fez uma careta e me encarou culpado.

– Ah cara, você tem que fazer alguma coisa, né? – Georg falando – Já mandou até investigarem ela.

Lembrei-me do que eu tinha escutado após a entrevista ter terminado, então era verdade. Bill tinha mandado investigarem sobre mim... Meu nome, naquele dia eu disse meu nome, e foi o que bastou para ele me encontrar. Oh Gott, por que ele fez isso?
– Sinto-me culpado por isso, mas não consegui resistir... Jane, você me hipnotizou. – ele começou num tom culpado – Desculpe-me. – pediu.
– Você mandou me seguirem? – perguntei sem olhá-lo.
– Desculpe, eu não resisti... Depois daquele dia no parque, eu não consegui parar de pensar em você... Então, eu contei sobre você para o Tom, ele deu a ideia de investigar sobre você. Acho que deve saber que eu demoro muito para confiar nas pessoas, então eu mandei alguém ir atrás de ti... – parou de falar.
– Contratou um detetive particular, meu nome e descrição bastaram. – conclui encarando-o, aquele era o mais provável.
– Exatamente. – confirmou – Eu pensei me aproximar de você, mas naquele dia você tinha se apavorado, então... Descobri que você trabalhava no Bild, comecei a comprar aquele jornal todo dia, só para ler as suas matérias. – confessou – David nos contou que aquele jornal estava tentando uma nova entrevista conosco, então decidimos aceitá-la com a condição de que fosse você que nos entrevistasse. – ele respirou fundo antes de continuar – Tom insistiu que se não fosse você, nós não faríamos a entrevista e cá estamos nós. – fechou os olhos.
– Por que de tudo isso? – perguntei, tinha o direito de saber.
Bill ficou em silêncio por um longo tempo de olhos fechados ainda. Quando os abriu, ele prendeu o meu olhar por uns segundos e depois desviou os olhos dos meus.
– Porque eu achei-a diferente, precisava saber mais sobre você, Jane. Esse seu jeito me hipnotizou. – respondeu segurando o volante, sem me olhar.
Foi a minha vez de ficar em silêncio e sem ação nenhuma. Fiquei um pouco desconfortável também, ele não era a primeira pessoa que falava ter sido hipnotizada por mim, meus dois namorados falaram isso e várias outras pessoas já disseram o mesmo. Será que eu tinha esse dom de hipnotizar as pessoas? Oh Gott!
– Preciso organizar um monte de coisas. – falei admirando a mão dele que segurava o volante – E além disso, você só me viu duas vezes, pode estar enganado... – parei de falar. Será que ele já tinha me visto mais alguma vez?
– Eu não te vi só duas vezes Jane. – afirmou como se lesse meus pensamentos – Já a vi tantas vezes que você nem imagina. – acrescentou.
– Okay, preciso de um minuto. – pedi me acertando no banco.
– Pode ter dois se quiser... – falou tentando me descontrair.
Tinha tanta coisa na minha cabeça que estava difícil pensar. Primeiro de tudo, eu precisava me acalmar, estava voltando a ficar nervosa. Bill tinha se interessado por mim, me seguiu durante, mais ou menos, um mês. Tinha me beijado e agora dizia estar hipnotizado, apaixonado por mim... Ah mein Gott, tanta coisa para pensar! Como ele pode se interessar por alguém tão idiota como eu? Eu preciso de café, chocolate, qualquer doce para me acalmar! Será que tinha algo na minha mochila? Olhei pelo carro em busca de algo que chamasse a minha atenção. A principal coisa que chamou a minha atenção foi Bill me observando curioso... Ah Gott, ele era tão perfeito! Descobri-me cansada e com sono, já era quase onze e meia. Eu precisava subir para o meu apartamento e dormir.
– Bill, você tem tempo para conversar amanhã? – perguntei olhando-o – Não irei conseguir pensar direito com sono e nervosa. – expliquei.
– Que tal um almoço amanhã? – sugeriu, ele também parecia estar cansado.
– Ótimo, meu almoço é meio-dia. Podemos nos encontrar no MC Donald’s do shopping, perto do jornal? – sugeri.
Bill sorriu realizado, como se eu tivesse feito a melhor escolha possível.
– Certo, meio-dia no MC Donald’s. – ele concordou animado.
– Bem, eu preciso dormir. – minha mão já estava pronta para abrir a porta.
– Jane, eu... – ele me chamou atraindo a minha atenção.
Eu olhei-o por um momento e foi o que bastou para ele me roubar mais um selinho. Fiquei sem ação por um longo momento, olhando-o abobalhada. Lembrei-me de movimentar a minha mão para abrir a porta do carro, fiz o movimento, mas continuei olhando-o. Não estava com a mínima vontade de subir para o meu apartamento só com um selinho... Tá no inferno? Abraça o capeta!
– Okay, okay. É loucura o que eu irei fazer, mas dane-se. – falei tirando a mão da porta.
Ele sorriu feliz, aquele sorriso lindo que me fazia babar e me agarrou para um beijo lascivo. Sai satisfeita do carro com a minha mochila, mas voltei para trás e bati no vidro da janela dele. Bill abriu-a sem entender.
– Eu já sabia, pelo menos um pouco eu sabia. – afirmei – Só faltava acreditar. – conversa de louco? Sim, mas ele pareceu entender...
– Como sabia? – ele perguntou um pouco surpreso.
– O gravador ficou ligado o tempo todo. – sorri feliz e fui ousada roubando um selinho dele, que o deixou visivelmente abobalhado – Boa noite Bill.
Subi rapidamente para o meu apartamento e cuidadosamente coloquei a minha mochila no sofá, tirando a minha coleção autografada de lá. Liguei aquecedor e o som um pouco alto, extravasei a minha loucura ouvindo as mais novas músicas deles. Pulei pelo apartamento inteiro, pulei na minha cama, cantei em cima da mesa da cozinha e o pior, gritei da janela do meu quarto, berrei acho que expressa melhor. Assim que me acalmei, tomei banho e meu leite com toddy, depois peguei toda a minha coleção e fiquei observando os autógrafos um por um. Nem podia acreditar que aconteceu tanta coisa num dia só!
Quando vi o autógrafo de um dos DVDs, encontrei uma série de oito números, parecia ser um telefone... Minha curiosidade foi maior, peguei meu celular e disquei o número, só podia ser o celular de um dos quatro, mas de quem?
– Hallo?

Postado por: Grasiele

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