sábado, 24 de setembro de 2011

Sie Hat Mich - Capítulo 32 - To The End



"Se você se casar comigo,
Você me enterraria?
Você me carregaria até o fim?"
(Trechos da tradução da música To The End do My Chemical Romance)
O dia de pegarmos o exame foi no mínimo estranho. Parecia que o tempo estava passando rápido demais. Do nada, Bill havia me convidado para jantar num restaurante chique e lá veríamos o resultado. Johan me fez vestir um vestido preto com uma faixa verde delineando minha cintura, me maquiou e depois fui me despedir dos meus gêmeos lindinhos. Ao descer as escadas, encontrei Bill na ponta dela me esperando ansioso.
- Você está linda. – ele falou segurando a minha mão.
- Obrigada, mas você também não está nada mal também. – sorri sem graça para ele quando me abraçou pela cintura.
- Diga a verdade, Julia. – falou num tom brincalhão – Eu estou irresistível. – concluiu metido e me roubando um selinho.
- Okay, okay, você está irresistível. – concordei com ele ironicamente – Agora podemos ir? Não quero deixar Billie e Joe por muito tempo. – pedi o sentindo pressionar um lado da minha cintura, me levando até a porta.
- Claro, vamos então. – e fomos para o carro dele.
O caminho foi silencioso, nenhum dos dois ousou abrir a boca ou algo do tipo. Bill parecia estar bastante ansioso, eu também estava. O envelope com o resultado do exame estava no painel do carro dele. Quando paramos no estacionamento do restaurante, ele pegou e guardou-o num bolso dentro da jaqueta, depois o leríamos.
O restaurante era nosso. Bill havia fechado-o para nós, parecia até que ele já havia planejado isso... E, de algum jeito, já havia alguns fotógrafos na entrada do mesmo. Oh céus, adeus privacidade. Sorrimos acenando para eles e entramos no restaurante.
O serviço lá foi de primeira, ficamos numa mesa bem no fundo dele, muito difícil que alguém da rua nos visse, e isso incluía aqueles paparazzis, eles não veriam nada do que acontecesse dentro do estabelecimento.
Até que foi um jantar divertido, apesar da ansiedade. Ficamos o tempo inteiro conversando enquanto comíamos, rimos, nos distraímos. Então o clima ficou estranho, a conversa havia acabado junto com a comida.
Bill tirou o envelope do exame de dentro do bolso da jaqueta, pousou-o na mesa quando ela já estava limpa e disse que era para eu abri-lo.
- Por que eu? – perguntei-lhe ainda com a mão no colo, sem tem feito o mínimo gesto para pegá-lo.
- Quero lhe dar a escolha, você pode me contar se quiser ou não. – respondeu me encarando.
- Você pode ver depois que eu lhe contar, do que adiantaria?
- Julia, você não está me entendendo. – disse sorrindo fracamente – Não me importa mais o que está aqui. – tocou o envelope – O que me importa é o que eu tenho agora. Você, a mulher linda que eu amo e meus filhos. – disse sério.
- Se eles não forem seus vai se repetir aquela nossa situação. Você voltará a ficar distante até eu dizer chega e acabar com qualquer relação que tenhamos. – revidei triste.
- Não, eu não cometerei o mesmo erro, por isso que vou fazer isso antes que você veja esse resultado. – afirmou decidido se levantando da cadeira.
Bill veio para o meu lado, tirou alguma coisa da jaqueta e se ajoelhou.
- Julia Herz, eu amo você e tudo que vem de você. Estou pouco me importando para aquele resultado ali em cima da mesa. Eu quero você e quero Billie com Joe também. Quero todas as horas possíveis e impossíveis ao seu lado. Quero ser o seu homem e quero que seja a minha mulher. Quero ser pai e finalmente me sinto pronto para isso. – abriu uma caixinha com um lindo anel me fazendo levar a mão à boca – Quer se casar comigo? – perguntou.
Senti uma única lágrima escorrer pelo meu rosto, foda-se a maquiagem. Então, esse tempo todo que ele ficou distante, ele cresceu, amadureceu como homem. Oh céus, depois de uma declaração assim, eu fiquei sem palavras, quem não ficaria? Eu não esperava que ele me pedisse em casamento, não sem antes eu ter aberto aquele envelope branco estendido na mesa. Bill ainda esperava a minha resposta, ajoelhado ainda e segurando para mim a caixinha do anel que era em ouro branco com uma esmeralda em forma de coração.
- Sim, eu quero me casar com você. – respondi sorrindo e sentindo mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Bill sorriu feliz, segurou a minha mão esquerda e colocou a aliança no meu dedo. Ele beijou graciosamente a minha mão e se levantou, eu me levantei junto dele, o abracei apertado e depois nos beijamos carinhosamente.
Depois do beijo, ele sentou-se ao meu lado e olhou para o envelope em cima da mesa. Minha mão tremeu quando eu peguei-o. Ansiosa, abri o envelope e tirei de lá o resultado. Minha mão tremia como nunca e eu demorei um pouco para entender aquela porcentagem, só depois que eu vi o escrito embaixo... Positivo.
Bill era o pai de Billie e Joe.
Imagine se eu tivesse abortado e depois descoberto isso? Como eu iria me sentir? Eu já estava me sentindo mal por ter pensado em abortar, agora, se eu tivesse realmente tivesse tentado abortar, estaria muito pior mesmo.
Eu comecei a chorar quando larguei o papel do exame na mesa, Bill não fez menção nenhuma de pega-lo, ele se aproximou de mim, me abraçando e pedindo para que eu me acalmasse. Mas eu estava calma, mais calma que antigamente. Procurei a boca dele e o beijei ternamente, ele meio que se espantou, mas ao ver como eu estava me puxou para o seu colo.
- Bill, você sabe que eu te amo, não sabe? – perguntei-lhe sorrindo enquanto sentia lágrimas escorrerem pela minha bochecha.
- Sim, eu sei. Eu amo você também. – respondeu calmamente alisando o meu cabelo.
Abracei-o com mais força e sussurrei no ouvido dele algo que talvez ele não merecesse saber.
- São seus, meus gêmeos são seus filhos.
Ele apertou a minha cintura com uma mão e a outra pareceu ir em busca do resultado que estava em cima da mesa. Ouvi aquele típico barulho de papel sendo amassado quando ele achou-o, depois ele procurou algo nos bolsos, me mostrou um isqueiro e eu me separei dele para ver o que ele iria fazer.
Sorrindo, Bill me mostrou uma travessa de metal, colocou a bolinha de papel amassada lá e acendeu o isqueiro numa ponta que ele havia deixado estrategicamente na bolinha. Aquilo tudo pegou fogo, se tornou cinzas rapidamente e depois ele me encarou, puxou-me para um abraço apertado e me beijou com vontade.
Agora sim eu tinha certeza que estávamos prontos para sermos pai e mãe, sobretudo, marido e mulher.
Saímos do restaurante a todos sorrisos, parecia até que estávamos meio bêbados. Posamos para várias fotos entre sorriso e alguns beijos, selinhos. E, para o delírio dos fotógrafos, Bill segurou a minha mão esquerda para uma câmera, faltou os fotógrafos se matarem de tão empolgados que ficaram com essa novidade.
Foi divertido ver aquela cena, mas alguns seguranças tiveram que nos acompanhar até o carro depois disso. Bill dirigiu animado segurando a minha mão esquerda, as ruas nem estavam tão cheias, já passava das duas da manhã.
Apesar de estar preocupada com os gêmeos, tivemos um amasso intenso no carro e subimos aos beijos para o quarto de nossos filhos. Eles estavam dormindo respirando tranquilamente.
Bill me abraçou por trás de forma carinhosa enquanto os observávamos e ficamos olhando para aquelas duas coisinhas lindas frutos do nosso amor, que, a partir daquele dia, só cresceria mais.

"A última parada
Quando os partidos se desvanecerem
E a escolha que você fez
Até o fim".


Por: Grasiele | Fonte: x

Sie Hat Mich - Capítulo 31 - Eu amo você e tudo que vem de você




Senti Bill me abraçar por trás, a respiração dele no meu pescoço me fez arrepiar.
- Senti tanto a sua falta. – ele sussurrou em meu ouvido apertando a minha cintura.
- Também senti a sua falta. – falei tocando-lhe as mãos grandes.
- Eles são tão lindos como a mãe. – Bill falou suavemente se referindo aos bebês.
- Já eu não diria isso, diria que eles são tão lindos quanto o... – pai? Como eu poderia dizer aquilo se eu não tinha certeza de quem era o pai deles? – Bill, eu quero o DNA. – falei séria o sentindo apertar mais a minha cintura.
- Também acho melhor que o façamos, apesar de ter quase certeza que são meus... – concordou descansando o queixo no meu ombro.
Ficamos assim por um tempo, com ele me abraçando pela cintura enquanto observávamos os bebês dormirem tranquilamente. Até ele revogar a minha atenção... Bill me virou lentamente de frente para ele, me deu aquele sorriso lindo e acariciou o meu rosto me fazendo fechar os olhos.
- Quero que eles tenham os seus olhos. – declarou levando a mão até a minha nuca – Seus belos olhos verdes. – disse antes de me beijar.
Ah, beija-lo era tão bom quanto eu me lembrava e eu não tive forças para resistir ou afasta-lo. Eu estava carente, carente de amor, dos carinhos dele... Era fraca, sabia, mas não conseguia resistir a ele. Bill me beijava sempre de um modo único, era tão bom sentir aqueles lábios sobre os meus que me fazia ir às nuvens. Mas como sempre acontecia entre nós, de um beijo calmo, delicado, ele se tornou intenso, necessitado, de tirar o fôlego. Quando deu por mim, eu puxava fortemente os cabelos pretos dele e me apertava cada vez mais contra ele, querendo me aproveitar o máximo da situação. Começamos a dar pequenos beijos, Bill estava mais controlado que eu, talvez ele estivesse nervoso e quando nos separamos, ficamos nos encarando por um tempo.
- Como você está? – ele perguntou me encarando sério.
- Eu estou bem. – respondi deslizando a minha mão pelo rosto dele.
- Eles estão bem? – olhou para trás de mim, para os bebês.
- Sim... – respondi vendo-o buscar meus olhos novamente – Você não me ligou nem um dia... – falei olhando-o magoada.
- Tom me informou sobre você. Não precisava ligar. – explicou apertando delicadamente a minha cintura.
- Eu queria ter falado com você, ter contado sobre eles. – disse me referindo aos bebês.
- Desculpe. – pediu baixando o olhar – É que nunca achei que seria pai tão cedo, estava com medo. – confessou voltando a me encarar e me dando um mínimo sorriso.
- Não é certeza que eles sejam seus mesmo, precisamos fazer o DNA. – falei sorrindo minimamente também, Bill seria capaz de assumi-los mesmo que não fossem dele?
- E faremos o DNA, mas nem tenho tantas dúvidas assim. – afirmou me soltando e se aproximando do berço de Billie, o mais próximo de nós – Quando os vi pela primeira vez, parecia que estava vendo uma foto minha e do Tom de quando éramos pequenos. – disse cobrindo Billie que devia ter se mexido enquanto dormia.
Não pude conter um ofegar surpreso, como assim ele já estava os assumindo? E mais, os estava assumido só porque estava na cara que eram dele, mas e se não fossem?
- Como pode ter tanta certeza disso? E se não forem seus mesmo? – questionei-o apertando a madeira do berço.
- Julia, – encarou-me dizendo o meu nome de forma doce – eu amo você e tudo que vem de você, mesmo se não forem biologicamente meus, eu ajudarei a criá-los. – disse cobrindo a minha mão com a dele – Eu estava apenas confuso, me desculpe esse tempo todo longe, mas eu precisava de um tempo para pensar e céus, cada segundo que passava ao seu lado eu me segurava para não agarra-la com medo de fazer algo errado. Eu sei que perdi muita coisa, me arrependo disso, mas não me arrependo da decisão que estou tomando, de ficar ao seu lado sempre que me quiser por perto. Eu amo você, não irei abandoná-la e amo essas coisas fofas que você gerou, sejam meus ou não. – afirmou me encarando intensamente.
Não disse nada, apenas aproximei o rosto dele do meu e o beijei com vontade. Eu estava no mínimo encantada com o que ele falou e isso me fez, mais uma vez, pensar no quanto eu o amava e tinha sorte de tê-lo ao meu lado.
Depois daquele dia, Bill desmarcou a viagem que fazia em suas férias, disse que ia ficar comigo e com os bebês. Simone nos deixou dias depois disso, ela precisava voltar para a casa em Hamburgo, devia estar com saudades de Gordon também. Após diversas recomendações para mim, Bill, Layla e Hanna, ela nos deixou. Johan tinha que coordenar um desfile, ia sumir por uma semana. Então ficamos eu, Layla, Hanna e Bill. Tom e Vanessa apareciam quase todo dia, ela tinha que correr para ajudar Johan, mas sempre dava um pulinho em casa junto com o Tom, ele me contou, todo empolgado, que ela estava passando um tempo com ele no apartamento, já que Bill havia basicamente se mudado para minha casa.
Bill aprendeu a segurar os bebês, a niná-los e dar mamadeira quando eles já puderam tomar outro leite, não apenas o meu... Ah, era tão lindinho o ver segurando um deles. Passou-se assim a semana, e a semana seguinte. Então, um mês depois, decidimos que era hora do DNA e com isso, fomos a uma clínica particular e discreta. Foram tiradas amostras de sangue de Bill e Joe, não era necessário tirar de Billie também, como os dois eram pequenos, basicamente recém nascidos, ainda tinham o mesmo DNA. O resultado ficaria pronto em uma semana.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 30 - Coisinhas



A enfermeira agiu instantaneamente apertando o botão de emergência da cama e eu devolvi-lhe os bebês para que ela os colocasse em segurança no berço aquecido. Duas enfermeiras e um médico apareceram no quarto, eles acolheram Simone colocando-a no divã enquanto Johan vinha nervoso para o meu lado. Eu não estava entendendo nada que havia acontecido.
- Por que ela reagiu assim? – perguntei nervosa olhando para o meu amigo gay.
- Não percebeu diva? – questionou ao invés de responder-me.
Fiz que não com a cabeça dando uma breve olhada para os meus pequenos.
- Eles são a cara do Bill. – Johan respondeu para a minha surpresa.
Olhei para os bebês novamente, eles estavam quietinhos, deviam estar dormindo ainda, prestei atenção nos traços deles... A pele de bebê, os olhos lindinhos fechados, o narizinho bem delineado e meio arrebitadinho, a boquinha cheia e também bem desenhada... Céus, a pessoa que eles lembravam não era Trevor para a minha felicidade, mas sim Bill!
- Quero o teste de DNA. – minha voz saiu rouca enquanto observava os dois.
- Claro diva, quando o Bill voltar da turnê, nós faremos o teste... Faremos tudo o que você quiser. – Johan disse tocando o meu ombro.

Simone acordou algumas horas depois, quando eu estava amamentando os bebês. Ela tornou a me olhar admirada e dessa vez não desmaiou, mas veio sentar-se na poltrona ao meu lado e pediu para segurar um dos dois, recebendo Joseph da enfermeira.
- Sempre achei que os filhos de Tom viriam primeiro, nunca pensei que Bill aprontaria uma dessas. – comentou ninando Joseph.
- Tem tanta certeza assim que são do Bill? – perguntei-lhe temerosa.
- Claro que sim! – exclamou em resposta – Senti um déjà-vu quando vi os dois nos seus braços, são tão parecidos com os meus gêmeos quando nasceram. – disse olhando para o pequeno que eu amamentava.
- Eu pensei em fazer o DNA para que tenhamos essa certeza... Tudo bem que eles não me lembram Trevor, mas uma certeza... – falei ninando o pequenino que já estava satisfeito – Bill também me disse que queria o DNA depois de ter se lembrado que talvez eles pudessem ser dele...
- Oh claro, se quiser fazer, façamos! Apesar de já ter certeza que são meus pequeninos netos. – riu brincando com a mãozinha dele.
- Obrigada Simone. – sorri para ela – Agora vamos trocar? Joe precisa de leite também. – falei mais tranquila.
- Já escolheu o nome deles? – perguntou surpresa.
- Sim. Esse é o Billie. – olhei para o bebê em meus braços – E esse é o Joseph. – olhei para o que ela segurava.
Dei Billie para a enfermeira e Simone me entregou Joe para que eu o amamentasse. Ela pediu para segurar o mais pequenino, o que ela pode apenas por uns cinco minutos, ele precisava voltar para o berço aquecido segundo a enfermeira.
Vanessa apareceu mais tarde, toda espevitada como ela é ficou babando nos meus bebês, também me disse que eles lembravam muito o Bill e consequentemente o Tom. Johan voltou mais tarde também, ele havia ido resolver uns problemas de um desfile. Amamentei-os mais um pouco e dormi, acordando com Johan falando ao celular com Bill, que pareceu dar uma desculpa quando meu amigo falou que eu tinha acabado de acordar e desligou o celular.
Deixamos o hospital após uma semana de berço aquecido, até eles ganharem peso suficiente. Confesso que os dois estavam parecendo duas bolinhas de tão fofos que eram. Dessa vez fomos para a minha casa, ficaríamos melhor lá, pois lá já tinha o quarto dos gêmeos já pronto. Eu e Johan trabalhamos nisso o mês retrasado. O quarto tinha ficado tão fofo que eu não me importaria de passar noites e noites com meus pequenos.
Simone contratou uma babá de confiança, uma mulher de uns trinta chamada Layla. As duas eram bastante amigas, então fiquei mais tranquila. Hanna, Simone e Layla ficaram comigo me ajudando no primeiro e segundo mês. Eu queria era mais curtir essa nova fase da minha vida, as passarelas e revistas podiam esperar. Dinheiro? Bem, eu me garantia para o resto da vida dos gêmeos, Helen me deixou uma gorda herança, mas eu tinha também bastante dinheiro do meu próprio trabalho, afinal eu era uma modelo internacional.
Esses dois meses passaram rápido, mas ao mesmo tempo lentamente. Não falei um dia sequer com Bill, era apenas Tom que me ligava, Tom que perguntava dos gêmeos, Tom que conversava comigo. Sempre que ele tinha um tempinho, me ligava para querer saber dos sobrinhos. Dizia-me que Bill sempre perguntava de mim, mas tinha medo de me ligar... Talvez até eu o entendesse, apesar de estar magoada com ele, mas Bill devia estar assustado com a possibilidade de ser ou não ser pai, Johan com certeza havia contado que eles se pareciam com o Bill e com o passar dos meses estavam se parecendo cada vez mais. Claro que eu tinha um enorme medo de perdê-lo, bem acho que já o tinha perdido, mas mesmo assim, não me deixava abalar por muito tempo, Billie e Joe precisavam de mim.
Então, dois meses e alguns dias após a minha saída do hospital, os bebês já estavam com três meses, Bill e a banda voltaram de turnê. Os gêmeos Kaulitz apareceram na minha casa no dia seguinte ao que voltaram para o país. Eu me encontrava na cadeira de balanço ninando meus gêmeos quando eles chegaram. Vanessa, Johan e Simone estavam lá comigo naquele dia também.
Layla os guiou até o quarto que estávamos, ambos cumprimentaram a mãe e depois pousaram os olhos em mim se aproximando hesitante, pelo menos isso da parte de Bill. Mas eles pararam quando já conseguiram ver bem os pequenos. Assim como Simone, eles os olharam meio perplexos, se olharam por um momento e depois se voltaram para nós, me encarando e depois descendo os olhos para os pequenos que ninavam no meu colo. Tom sorriu abertamente e Bill se aproximou mais como se quisesse ter certeza do que estava vendo.
- Então eu realmente sou tio. Haha, isso é ótimo. – Tom comemorou vindo para o meu lado esquerdo olhar Joe que já dormia.
Encarei Bill, ele ainda estava parado olhando os bebês, mas às vezes os gêmeos se encaravam e depois voltavam a olharem abobalhados para os meus gêmeos e às vezes, Bill olhava para o Tom e depois para os pequenos.
- Bill? – chamei-o.
Ele não me respondeu, o chamei novamente até observar ele piscar os olhos e, finalmente, me encarar.
- Está tudo bem? – perguntei receosa.
- Eles são lindos. – afirmou se aproximando de mim, parando do meu lado direito.
- Claro que são lindos, sem contar as pessoas que os fizeram são bonitas, então... – Tom falou sarcasticamente.
Bill ergueu os olhos mortalmente para o irmão, que apenas riu divertido da cara do mais novo.
- O quê? Acha que eu não percebi que a Julia é bonita? Babaca. – disse revirando os olhos para ele – E eu não ia falar que você é feio, somos basicamente iguais, claro que sou o mais bonito, mas mesmo assim... Viemos da mesma célula então nenhum pode ser feio. – deu de ombros.
- Idiota. – Bill falou dando outro olhar mortal para ele, mas logo baixou os olhos para os bebês.
- Então, quem é o Billie e quem é o Joe?– Tom perguntou dando por encerrada a conversa anterior e se concentrando nos pequenos – Identifique essas coisinhas aí. – pediu.
- Joseph é o que está do seu lado e Billie é o que está do lado do Bill. – respondi – E eles não são coisinhas. – acrescentei olhando feio para ele.
- Ah, mães. – revirou os olhos.
- Como sabe quem é quem? – Bill perguntou se ajoelhando para observar Billie melhor.
- Pelo tamanho e as mínimas diferenças. – respondi – Billie é o menor e tem uma marquinha fofa na testa. Joe é maior e tem uma pintinha no pescoço. Sem contar que sou mãe, de alguma forma sei quem é quem. – respondi olhando para cada detalhe que falei e depois o encarando.
- Entendo, acho que com mamãe também foi assim. – disse olhando para Simone que nos observava junto de Johan. Vanessa tinha saído para fazer uma boquinha.
- Uhum. – ela concordou sorrindo.
- Layla, pode me ajudar? – pedi vendo-a entrar com mais fraldas – Eles já podem ir para o berço, já dormiram. – falei.
Ela veio pegar Joe e colocamos ambos em seus berços sob o olhar atento dos gêmeos Kaulitz. Ajeitei a cobertinha de Joe e depois parei para olhar Billie, senti Bill parar ao meu lado observando tudo o que eu fazia.
- Bem, irei fazer uma boquinha com a Nessah, vejo vocês depois. – Tom falou num tom malicioso que me fez rir suavemente.
Layla chamou Simone para ajuda-la com alguma coisa na cozinha, acho que era confirmar o que teríamos de almoço com Hanna. E Johan saiu com o celular em mãos dizendo que precisava fazer uma ligação após ter vindo olhar os bebês dormirem. No final, cada um tinha dado uma desculpa para deixar eu e Bill sozinhos, precisávamos conversar.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 29 - Billie e Joseph

Após o dia do ultra-som, Bill ficava mais perto de mim, me acariciava, acariciava a minha barriga e às vezes me beijava. Ele era tão carinhoso e delicado comigo como sempre foi, mas me tratava ainda mais com cuidado por causa do meu estado atual, afinal, eu estava grávida. Johan estava todo feliz porque de certa forma estávamos próximos, ele vivia aos cochichos com Hanna, que também se mudará para a casa dele, e vivia ao telefone com Simone, que sempre conversava comigo sobre a gravidez, afinal eu estava num caso que era bem parecido com o dela quando ela engravidou de Bill e Tom.
Os meses passaram mais rápido do que eu achei que passariam. Minha barriga ficava cada semana maior e cada dia que passava eu sentia umas olhadelas discretas do Bill. Será que eu estava tão horrível assim? Um dia eu me peguei olhando no espelho para ver se estava realmente feia, mas até que não... Por causa da minha alimentação ultra balanceada, eu não estava engordando muito, apenas o necessário para manter os bebês saudáveis e a mim também saudável.
No sétimo mês eu tinha desejos loucos e céus, estava pervertida novamente! O médico disse que era normal, mas mesmo assim, era meio estranho. Johan corria em encontrar o chocolate, sorvete que eu queria, mas às vezes até ia atrás... Até que chegou algo que ele não poderia me dar.
- Eu quero o Bill e um sorvete de baunilha. – pedi um pouco antes do almoço daquele dia.
- Julia, não seja pervertida durante a gravidez, os bebês podem não nascer puros. – Johan me repreendeu – E o Bill chega daqui a pouco, agüente aí.
- Hunf, fala como se eles tivessem vindo de um ato puro. – resmunguei – Quando ele chegar, mande-o para o meu quarto com um sorvete de baunilha. – falei me levantando da poltrona, precisava descansar os pés.
Fui para o quarto e fiquei lá até ele chegar com meu sorvete, coisa que demorou uma meia-hora. Já estava impaciente quando a porta foi aberta e se não fosse ele, é provável que ficasse ainda mais irritada.
Bill sentou-se ao meu lado como eu pedira e trazia o sorvete de baunilha que eu queria. Obriguei-o a colocar um pouco do sorvete na boca e depois o puxei para que me beijasse. Hello, sou uma grávida e preciso que sejam feitas as minhas vontades, tá? Deu que eu comi o sorvete pela boca dele, coisa que foi aproveitada por ambos, porque cá entre nós, Bill tinha uma mão muito boba.
Para o meu desespero, ele e a banda precisaram sair em turnê no oitavo mês e provavelmente não estariam aqui na hora do meu parto. Chorei horrores quando descobri isso, sendo egoísta, mas acabei por ficar mais tranquila quando ele disse que jamais me abandonaria e que, quando voltasse, me traria uma surpresa. Entretanto, tive uma grande surpresa no dia seguinte ao dele ter ido para Milão.
Logo pela manhã, quando Johan e eu fazíamos alguns exercícios, a campainha tocou e a empregada foi atender. Em seguida, desesperada para me ver, Simone Kaulitz invadiu a sala. Ela se desculpou milhares de vezes por não poder ter vindo antes e ficou comigo o resto da minha gestação. Tinha três pessoas para cuidarem de mim, ela, Johan e Hanna.
Exatamente dezessete dias após a chegada dela e dezoito da partida de Bill, eu entrei em trabalho de parto. Johan ficou desesperado e eu ansiosa demais, Simone e Hanna nos acalmaram e a mãe dos Kaulitz nos levou para o hospital após a minha linda governanta ter arrumado todas as coisas que precisaríamos levar.
Três horas depois, após muito suor, força, gritos, um pouco de dor e choros, meus gêmeos, ainda sem nome, nasceram, mas eles foram direto para a incubadora e ficaram por quatro dias lá. Eu tinha vontade de pega-los nos meus braços, nina-los, mas isso só foi permitido no quinto dia, quando ambos já tinham engordado mais um pouco e foram para o berço aquecido que ficava no meu quarto. Nem Simone e Johan haviam visto os pequenos, mas eu havia obrigado os médicos a me levarem até eles... Tão pequeninos e fofinhos, mas me deram boas notícias, eles estavam bem formados e sairiam logo de lá, como eu mesma disse, no quinto dia, após eu ter acordado com Johan conversando com Bill ao celular, que estava evitando falar comigo, e tomado meu café, meus pequenos apareceram no quarto.
Quase chorei, eles eram tão fofinhos e pequeninos que eu estava louca para tocá-los, segura-los. Os dois estavam com os macacãozinhos que trouxemos, um deles usava o verde e o outro o azul. A enfermeira colocou o berço duplo ao meu lado e me deu o menorzinho primeiro para segurar. O bebê mexeu a boquinha e a mãozinha tocando o meu pescoço, oh céus, ele era tão encantador. Eu nunca fui muito boa para nomes, mas naquela hora eu disse Billie tão automaticamente que ficou. Ah, aquilo era tão bom, tão gostoso.
Dei Billie para a enfermeira que o colocou de volta ao berço e me deu o outro. Ele era maiorzinho, mas mesmo assim era pequenino e delicadinho assim como o outro. Oh, os dois me lembravam alguém, mas minha mente estava muito ocupada pensando no nome do maiorzinho... Joseph é muito clássico? Ah, meu Joe! Sim, Joseph para ele. Encontrei o Johan que me observava segurar o Joseph e depois ele moveu os olhos para Billie.
- Quero segurar os dois. – falei para a enfermeira.
Ela sorriu, já deveria estar acostumada com aquilo quando se tratavam de gêmeos. Deu-me o meu outro pequenino e me ajudou a segura-los em meus braços. Estava olhando de um para o outro quando a porta foi aberta e Simone entrou no quarto. Ela sorriu encantada e se aproximou da cama, mas parou a uma curta distância dela olhando perplexa para os bebês e eu. Céus, tinha algo de errado neles? Perguntei me voltando para eles, mas não, os dois estavam bem bonitinhos no meu colo. Simone se aproximou mais da cama um tanto hesitante. Olhou-nos por um momento e parou os olhos por um tempo nos meus gêmeos. Deu-nos um meio sorriso antes de ir ao chão.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 28 - Mostrando o exame

Ao chegarmos na mansão do Johan, encontramos o carro do Bill parado na garagem... Ele tinha a intenção de passar a noite lá ou era só impressão minha? Johan olhou para o carro de testa franzida e estacionou um pouco longe do Audi. Ele insistiu em me ajudar a descer do carro apesar de dizer que eu podia fazer aquilo sozinha, mas tudo bem. Entramos pela cozinha e logo eu me perdi na geladeira atrás de um pedaço de torta de chocolate, meu amigo não reclamou, apenas colou uma foto dos babys na geladeira e depois foi saltitante para o ateliê dele provavelmente colar outra no mural.
Sentei-me numa cadeira deixando a bolsa em outra e me pus a comer a torta de chocolate, estava tão concentrada nela que nem percebi passos se aproximando da cozinha, apenas notei que havia alguém comigo quando esse alguém puxou a cadeira do meu lado esquerdo. Ergui meu olhar para encarar a minha companhia, me surpreendi ao ver Bill ali sentando ao meu lado.
- Oi. – falou me encarando.
- Oi. – respondi baixando o olhar para a torta de chocolate.
- Como foi lá? – quis saber.
- Foi bom, meio surpreendedor, mas bom. – respondi colocando a torta na boca.
- Como ele está? – perguntou indicando com os olhos a minha barriga.
Quando eu fui responder que eles estavam bem, Johan adentrou na cozinha com as imagens do ultra-som. Veio direto na mesa e colocou uma das imagens bem no nariz do Bill. Eu me segurei para rir da expressão maníaca no rosto do meu amigo gay, mas foi inevitável, comecei a rir segurando a barriga.
- Olha só o que você perdeu seu insensível! – Johan exclamou esfregando na cara dele a imagem.
- Johan, deixa ele. – pedi em meio ao riso.
- Não, ele vai pagar, perdeu a chance de ouvir dois coraçõezinhos e ver as coisas mais lindas do mundo. Babaca! – revidou ainda esfregando a imagem no nariz dele.
Bill afastou a mão de Johan do rosto e com brutalidade tirou o papel das mãos do meu amigo gay. Ele olhou por um momento a imagem, depois voltou o olhar para mim, desceu para a minha barriga e voltou a olhar para o papel em mãos.
- São dois, gêmeos. – expliquei por causa da cara de interrogação que ele fazia.
- Onde estão? – perguntou virando o papel sem conseguir enxergar nenhum dos dois.
- Que burro, céus, nunca irá conseguir diferenciar um do outro e olha que é um gêmeo. – Johan falou revirando os olhos.
Levantei-me da cadeira e mostrei-lhe os dois delineando-os com o dedo. Depois disso Bill olhou maravilhado para a minha barriga e depois para a foto deles. Ele ficou com uma cara tão boba e fofa que eu quase achei que estava tudo bem entre a gente, mas logo ele tornou a ficar sério e Johan mostrou-lhe o dedo do meio tirando o papel das mãos dele.
Johan me puxou para o meu quarto no térreo dizendo que eu precisava de um banho e de descanso, deixando Bill sozinho na cozinha. Tomei um banho relaxante de depois coloquei a minha camisola, Johan me mandou ficar deitada descansando os pés enquanto ia buscar algo para eu comer... Estava com fome novamente.
Não me deitei, mas me sentei na cama e fiquei olhando as imagens dos gêmeos... Tão fofinhos e pequeninos. A porta do quarto foi aberta, deveria ser Johan com o meu jantar, mas não era ele e sim o Bill.
- O que você quer? – perguntei meio grossa sem querer encará-lo.
- Quero conversar com você, será que não posso? – perguntou se sentando na poltrona ao lado da minha cama.
- Claro que pode. – suavizei mais a minha voz voltando a olhar para o exame.
- Eu sei que não estou sendo um bom namorado e tal, mas não me culpe, se você estivesse no meu lugar ia me entender. – ele falou batucando nervosamente no braço da poltrona.
- Sim, eu entendo que não posso cobrar nada de você. – revidei erguendo meus olhos para ele.
- E tem uma coisa que eu quero saber, mas não sei como te perguntar. – falou meio incerto das palavras enquanto me encarava.
- Pergunte, eu aguento. – falei – Aproveite que eu não estou nos últimos meses, pois a tendência é que eu fique insuportável. – acrescentei sorrindo sem humor.
- Julia... – começou ele. Golpe baixo! Não fale o meu nome – Eu estava me lembrando que, em uma das últimas vezes que fizemos amor, não usamos camisinha... – falou pausadamente.
Tentei me lembrar dessa vez que ele falava... Vinham flashs de nós dois subindo as escadas desesperados, um pega super intenso quando terminamos de subi-la e depois algo muito selvagem na porta do meu quarto. O fato é que realmente não usamos camisinha naquela vez.
- Tem possibilidades desses gêmeos, ainda mais por serem gêmeos, serem meus? – perguntou hesitante.
Possibilidades? Claro que tinham, mas depois do que ele me fez lembrar e não pelo fato de eles serem gêmeos, mas sim porque transamos, uma única vez que tenha sido, sem camisinha. Certeza não dava para ter, mas era uma possibilidade que só podia ser confirmada com um teste de DNA.
- Eu não sei. – respondi – Claro que tem possibilidades, mas não certeza.
- Mas eu quero saber com certeza! – revidou irritado.
- Ótimo, quando eles nascerem peça o maldito teste de DNA ou tire as suas conclusões próprias. – eu me irritei também.
- Hunf, é o que eu farei, o DNA. – disse convicto.
- Faça o que quiser. – disse-lhe elevando um pouco a voz.
Ficamos em silêncio durante um momento enquanto eu acariciava a minha barriga e bufafa de raiva. Bill se levantou e milagrosamente sentou-se ao meu lado na cama, ele pousou a mão sob a que estava na minha barriga e disse algo que eu não esperava.
- Julia, não fique assim... Pode fazer mal para os bebês. – falou próximo do meu ouvido.
Ah, se ele quer me deixar confusa conseguiu, uma hora estamos discutindo sobre a paternidade e depois ele vem querendo dar uma de pai protetor? Poupe-me!
- Hunf, eu ficarei bem. – revidei olhando para o lado contrário que ele estava sentado.
- É o que eu espero. – falou segurando o meu queixo e me fazendo encara-lo.
Confesso que fiquei surpresa com esses atos vindo dele. Fazia tanto tempo que ele não me tocava... E mais, eu fiquei ainda mais surpresa com o que veio a seguir. Bill me deu um curto beijo nos lábios que me fez esquecer que eu estava brava com ele, mas foi curto porque bem na hora que ele parecia querer aprofundar, Johan entrou no meu quarto trazendo o meu jantar. Soltei um muxoxo de desagrado o que fez Bill rir minimamente e me dar um selinho antes de sair do quarto sem dizer uma palavra.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 27 - Grávida



Uma semana se passou desde o dia que eu acordei, eu estava reagido bem aos remédios, muito bem pelo que os médicos me falavam, mas sempre não estava muito bem disposta. Bill, ao ver que eu já estava melhor, começou a ter uma meia rotina, mas ainda insistia em passar todas as noites no hospital, comigo. Achava muito legal isso da parte dele, mas Johan o fez dormir algumas noites no apartamento dele. Meu melhor amigo ficava muito tempo comigo, mas às vezes saía e me deixava com Vanessa, que não reclamava nem um pouco de ficar comigo. Ela sempre me contava novidades e tudo mais. A mídia estava desesperada por notícias minhas, mas a entrada não era permitida no hospital particular que eu estava, seguranças era o que mais havia por lá.
Minha menstruação já estava atrasada uma semana, eu me encontrava desesperada por dentro... Desejava muito não estar grávida de Trevor, mas mesmo assim, sabia que não poderia controlar isso.
Na segunda semana que passei no hospital, comecei a sentir fortes enjoos logo pela manhã, eu estava grávida! Na primeira manhã, Johan estava comigo e logo foi chamar o médico ao ver o quão branca eu estava. Doutor Rortz veio com vários papeis, exames... Eu realmente estava grávida. Aquela notícia fez meu mundo desabar, comecei a chorar compulsivamente e Johan me abraçou, vindo chorar junto comigo. Que horror, estava grávida de Trevor apesar de que, o que crescia dentro de mim não tinha culpa nenhuma. A minha gravidez já tinha aproximadamente quatro semanas, fiquei tão desesperada... Não sabia como contar para o Bill, apesar de achar que ele já devia ter uma ideia, já que novamente tinha ficado meio distante...
Mas ele apareceu na hora do almoço, após uma enfermeira ver como eu estava e trazer minha refeição que estava ainda mais nutritiva. Johan havia ido almoçar, tinha me deixado sozinha, a enfermeira iria me fazer companhia, mas quando Bill entrou, pedi para que ela saísse com o olhar, coisa que ela entendeu me dando um sorriso triste.
- Como está? – ele perguntou vindo me dar um beijo na testa.
- Bem, mas podia estar melhor. – respondi olhando para o meu prato – E você? – perguntei.
- Cansado... Acabamos de gravar um TH TV, estou exausto. – respondeu se sentando no sofá, coisa que ele já estava meio acostumado a fazer.
- Doutor Rortz disse que talvez me dê alta na semana que vem se tudo estiver bem. – comentei começando a comer.
- Semana que vem terei que ir para a Itália. – disse baixando os olhos.
- Hum, eu estou te prendendo aqui... Desculpe-me. Se precisar ir, pode ir. – falei deixando de lado o colher, estava enjoada de novo.
- Quer que eu vá? – perguntou se levantando do sofá.
- Não, mas não quero que fique porque se sente obrigado. – respondi olhando-o se aproximar de mim.
- Então eu ficarei. – falou por fim sentando-se sobre o meu cobertor na beirada da cama meio que de frente para mim – Não vai comer? – perguntou – Você precisa se alimentar se quiser sair daqui. – falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Não quero, estou enjoada. – revelei sem me controlar.
A mão dele, com as unhas já feitas, caiu ao lado do corpo num banque súbito me assustando por um momento. Era agora ou nunca, precisava contar logo aquilo para ele e sentia o clima ficando tenso...
- Bill, eu estou grávida. – contei-lhe observando-o cerrar a mão que estava no cobertor, a mesma que havia me tocado há pouco.
Ergui meus olhos temerosa para encará-lo, os olhos dele faiscavam de raiva, mas aos poucos ele pareceu se acalmar, dando lugar a tensão crescente que dominava ambos. Apesar do momento nada agradável, ele tocou a minha mão e apertou-a como um gesto de consolo. Senti-me mais calma com aquele gesto vindo dele, mas dias piores ainda estavam por vir.
Sair do hospital foi a melhor coisa que me aconteceu, em casa eu ficava muito mais confortável, e bem, eu não estava na minha casa, mas sim na casa de Johan, ele me obrigou a ficar lá a minha gestação inteira. Como estava muito arrasada, concordei.
Aceitei poucos trabalhos quando já estava melhor, depois de um mês de repouso, fiz muitos enquanto a barriga não começava a aparecer, coisa que durou uns dois meses, minha barriga cresceu tão rápido que eu me assustei até... Bill começou a trabalhar cada vez mais, CD novo e vários eventos que a banda precisava aparecer, mas ele ficava cada dia mais estranho comigo.
O que eu mais temia estava acontecendo, estava perdendo-o e isso era festa para a imprensa... Relacionamento de Julia Herz e Bill Kaulitz não está nada bem. Suspeita de gravidez e finalmente, Ex-miss Alemã grávida de vocalista do Tokio Hotel. As manchetes chegavam a serem irônicas.
No quarto mês, bem no finalzinho, fomos fazer o ultra-som... Optei pelo 3-D, queria logo ver como o bebê se formava. Tentei convencer Bill a vir comigo, mas ele tinha uma entrevista e não pode me acompanhar. Johan foi comigo ao médico de bom grado, mas reclamando diversas vezes que o Bill era um insensível... Eu até entendia-o, ele devia estar arrasado assim como eu ainda estava. Foi esse ultra-som que mudou muita coisa.

- Olha só o que eu vejo aqui... – a médica falou pressionando aquele aparelho gelado na minha saliente barriga – Hum, eles estão bem, muito bem. Desenvolvem-se certinho... Ah, que lindos são seus gêmeos!
- Gêmeos? – perguntei tentando olhar para a tela do computador.
- Sim, dois lindos meninos que parecem serem iguais. – respondeu sorrindo.
Olhei surpresa para Johan, ele já se desmanchava em lágrimas... Eu estava grávida de gêmeos! Como assim meu Deus? O meu outro médico disse que era apenas um bebê e agora vem ela dizendo que eram dois? Como assim Deus?
- Mas meu outro médico disse que era apenas um bebê. – falei olhando assustada para Johan.
- Normal Julia, gêmeos univitelinos se demora um pouco mais para se descobrir porque há apenas uma placenta, já se forem bivitelinos, seriam duas placentas... Mas acho estranho esse diagnostico equivocado. – a doutora falou para a minha surpresa.
- Quais são as possibilidades de eu ter gêmeos estando com um gêmeo? – perguntei rapidamente.
- Nenhuma Julia, isso é hereditariedade de mãe para filha, ou avó para neta, depende muito. Se você fosse gêmea aí sim teria possibilidades, mas seria bivitelinos, dois óvulos de uma vez e não é esse o caso... São dois espermatozóides num mesmo óvulo... Lindo isso, querida. – respondeu tocando o meu ombro – Eles serão filhos lindos e saudáveis.
Minha única possibilidade de que os filhos fossem do Bill foi por água a baixo... Mas mesmo assim eu não deixei de admirar aquelas duas coisinhas que estavam lindinhas de cabeça para baixo... Parto normal estava liberado para mim, mas a vida normal não. Como eram gêmeos, eu teria que ter o cuidado redobrado, coisa que Johan garantiu que eu teria. Voltamos para casa com fotos em 3-D dos meus gêmeos, Johan disse que ia colá-las na geladeira, no quarto dele enquanto eu ria e passava a mão na minha barriga. Disse também que ia esfregar na cara de Bill as belezas que eu teria. Ri do que ele falou e observei uma das fotos, eles tinham o rostinho tão lindo...

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 26 - Bill estranho


Eles me deixaram sozinha com Bill, que já se encontrava jogado no sofá. Encarei-o por um momento, mas ele misteriosamente desviou o olhar.
- Quer que eu ligue a TV? – perguntou olhando para a televisão de 32 polegadas que tinha num suporte da parede que era de frente para a minha cama.
- Não, mas quero um pouco de água... Minha garganta está seca. – pedi observando ele se sentar direito conforme eu falava.
- Tudo bem. – levantou-se em seguida e foi até a mesa do outro canto do quarto.
Lá tinha uma jarra com água, alguns copos e um pote com o que deveria ser alguns biscoitos. Parecia que tinha alguns jornais e revistas, mas não perdi muito tempo pensando nisso. Observei as mãos dele trabalharem em encher um copo para mim, suas unhas sempre bem feitas estavam descascadas, como se ele próprio tivesse tirado o esmalte com os dentes. Aquilo foi um banque para mim, será que ele havia ficado tão nervoso assim por minha causa?
Bill se aproximou de mim com o copo, estendeu-o para mim e eu peguei-o meio trêmula, minha mão parecia não estar mais tão acostumada a segurar coisas. Ele quase me ajudou a tomar a água, mas juntei as duas mãos e consegui fazê-lo sozinha. Foi tão boa a sensação do líquido descendo pela minha garganta seca... Talvez eu conseguisse falar melhor e me esforçar menos. Dei o copo para ele, que o levou até a mesa e voltou a se jogar no sofá, ligando em seguida a TV. Colocou num canal de música, pelo menos nada de notícias sobre meu seqüestro? Ficamos em silêncio por um longo tempo até ele perguntar se eu estava com sono ou queria voltar a me deitar. Neguei dizendo que daquele jeito estava bom.
Não pude deixar de notar que ele estava estranho comigo, isso estava mais que na cara. Claro que eu deveria estar completamente imunda, e talvez, depois que recebesse alta, ele terminasse comigo...
- Bill? – o chamei virando o rosto para encara-lo – O que foi? – perguntei triste.
- Nada Julia, não se preocupe. – falou sem tirar os olhos da TV.
- Por que está estranho comigo? – perguntei sentindo uma lágrima escapar dos meus olhos – Você nem sequer me beijou. – reclamei olhando-o triste.
- Julia, calma, não chore... Por favor. – pediu finalmente se levantando e vindo até mim – Não estou estranho com você, quero apenas que fique bem. – respondeu a minha pergunta se sentando na beirada da cama.
- Você não me ama mais, é isso? – perguntei sentindo mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Não, não diga besteira! É claro que eu te amo. – falou rapidamente erguendo a mão para tocar meu rosto, mas parou deixando-a cair na cama.
- Se você me ama mesmo, me toque, me beije. – pedi olhando-o.
- Eu não quero machucá-la. – falou virando o rosto e apertando a mão no cobertor.
- Agora é você que está dizendo besteira. – revidei me irritando – Você sempre foi tão delicado comigo, nunca que vai me machucar.
- Não é tão simples assim, você pode sentir medo... – ele começou, mas eu o cortei.
- Bill, eu não tenho medo de você. – falei rapidamente – Por favor... – pedi num sussurro.
Ele me encarou por um momento, hesitante ergueu a mão para tocar meu rosto delicadamente. Fechei os olhos sentindo a caricia delicada dele e percebi uma movimentação na cama. Quando abri os olhos, me deparei com o rosto dele mais próximo do meu. Ergui a mão boa e toquei-lhe delicadamente a face, Bill sorriu para mim e virou o rosto para beijar a palma da minha mão. Arrepiei-me quando aqueles lábios delicados entraram em contato com a minha pele e me inclinei mais na direção dele.
Bill deslizou a mão para os meus cabelos e se aproximou mais de mim. Nossos lábios se encontraram e eu finalmente consegui o que queria, um beijo do meu amado. Nosso beijo foi calmo, delicado, tão carinhoso e gentil que me fez chorar. Ele se assustou com isso e se separou rapidamente de mim.
- Não! – eu reclamei – Pensei que nunca mais fosse te ver, fosse te beijar. – falei sentindo mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Calma, calma. – ele me pediu num tom calmo me abraçando apenas pelo lado direito _ Não chore, não chore, eu odeio vê-la chorar. – falou secando as minhas lágrimas com o polegar.
Eu me apertei mais contra ele sentindo o cheiro bom que ele emanava, as mãos grandes e delicadas acariciaram o meu cabelo e ele beijou o topo da minha cabeça. Bill me fez deitar na cama delicadamente e ficou acariciando meus cabelos até eu finalmente dormir ouvindo-o cantar para mim.

O dia seguinte passou mais tranqüilo. O médico apareceu me ver e ficou feliz em me encontrar mais animada dando um olhar muito significativo para Bill que me fez rir. Johan apareceu com Vanessa e fez Bill ir para o apartamento dele trocar de roupa e tomar um banho, coisa que ele foi obrigado a fazer após me prometer que voltava em duas horas. Fiquei fofocando com Vanessa, foi ótimo passar um tempo com ela, mas depois Johan veio conversar algo sério comigo...
- Você pode estar grávida de Trevor. – ele falou deixando o clima tenso.
- Eu sei. – disse me encolhendo na cama – Ouvi vocês... Conversando.
- Então você deve saber que pode abortar também, em casos assim se tem esse direito. – explicou me olhando tenso.
- Sim, eu sei... Mas isso não seria desumano? Matar algo que não tem culpa de nada? – perguntei-me apertando o cobertor.
- Mas também é algo desumano a criança ser excluída. Toda vez que você olhar para a criança, se lembrará do que aconteceu... Você quer isso Julia? Sofrer todos os dias? – perguntou segurando a minha mão.
- Não sei o que fazer Johan. Não sei. – respondi balançando a cabeça.
- Deve fazer o que achar melhor diva. – disse-me.
- Não sei qual é o melhor... Viver com a culpa de ter acabado com uma vida inocente ou viver me lembrando sempre do que aconteceu, do que gerou aquilo.
- Ah, por que isso foi acontecer com você minha diva... Por quê? Você que não fez nada de mau. – perguntou-se com raiva.
- Não escolhemos o que irá nos acontecer Johan. – falei suspirando pesadamente.
Depois disso pedi que ele me ajudasse a deitar, estava com sono. Dormi mais rápido do que imaginava, mas não foi uma noite tranquila... O pensamento de estar grávida de Trevor rondava a minha mente, eu me sentia muito mal por causa daquilo, mas o que crescia dentro de mim, se crescia alguma coisa realmente, não tinha culpa de nada. Serei meio egoísta nesse meu pensamento, mas eu não queria perder o Bill, não ele que me fez feliz durante todo esse tempo apesar da distância e da correria de nossas vidas, mas seria demais pedir para ele aceitar isso... Eu não sabia o que fazer!

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 25 - Johan, Tom e Vanessa

Não sei se o médico apareceu para aumentar a dosagem dos remédios, só sei que quando acordei novamente, já não sentia mais tanta dor. Acordei mais a noite com um cochicho no quarto. Consegui identificar a voz de cada um deles apesar de ter ficado um bom tempo sem ouvi-los, Johan, Tom e Vanessa estavam no quarto junto de Bill. Antes de eles perceberem que eu estava acordada, consegui ouvir um pouco da conversa.
- Ele foi enterrado e por sorte não estava infectado com nenhuma DST, estava limpo... Então Julinha está intacta, ou quase. É obvio que não foi usado proteção e... Argh, não consigo pensar na Julia grávida daquele cara. – ouvi a voz meio aguda do meu amigo gay.
- Canalha. Tem sorte de estar morto, porque se estivesse vivo, eu mesmo acabava com a raça dele. – ouvi a voz super raivosa de Bill.
- Vai acordá-la, fale baixo! – era a voz da Vanessa.
- Desculpe. – Bill pediu num sussurro.
- Mas não fizeram exames nela? – Tom perguntou.
- Claro que fizeram, acreditam que ela não está grávida porque perdeu muito sangue, mas só saberemos quando ela menstruar e, por sorte, já está perto... Mais dois dias e saberemos. – Johan respondeu a pergunta dele... Que ótimo, nem tinha ideia de que dia era hoje.
Oh céus, eu não podia estar grávida de Trevor... Nunca, nunca! Não queria ter um filho com um monstro apesar da criança que talvez crescesse no meu ventre não tivesse culpa. Isso era desumano demais comigo. Enquanto pensava nisso, ouvi passos se aproximando da cama, talvez vindo checar se estava tudo bem comigo, então acabaram me encontrando com os olhos abertos, completamente desperta.
- Ah Julia! – Bill exclamou vindo rapidamente para o meu lado.
- Ela está acordada? – ouvi a voz meio aguda de Johan e os passos vindo até a cama.
Quando o vi, me deparei com a sua face extremamente preocupada, mais magra e com algumas olheiras. Ele estava muito abatido assim como o Bill. Os olhinhos dele brilharam ao me ver completamente acordada e ele correu para o meu lado esquerdo.
- Julia, minha diva! – ele estava a beira do choro.
- Jo-Johan. – falei com a voz meio falha sorrindo triste para ele.
- Pensei que nunca mais fosse te ver minha querida. – falou melancolicamente tocando a minha bochecha.
- Calma, meu... Querido. Estou... Aqui. – falei com a garganta seca.
- Ah, ficamos tão preocupados com você... Pensamos que tinha fugido, mas não tinha motivos para isso, estava feliz conosco... – olhou significadamente para Bill – Tentamos ligar no seu celular, mas só dava desligado. Acionamos a polícia então, estávamos desesperados! Eles fizeram uma investigação municiosa e descobrimos que Nicole estava namorando seu ex... Mas ela não sabia que ele era perigoso, não sabia quem ele era. Ela se demitiu diva, está se sentindo muito culpada. – contou-me – Aquele crápula! Mas ela ajudou nas investigações, nos disse que ele tinha uma casa nos redores da cidade e lá a encontraram... Se tivéssemos demorado mais um pouco... – uma lágrima escorreu pelo rosto magro dele, provavelmente eu estivesse morta.
- Eu quase... Quase não consegui... Mas aqui estou eu. – falei tristemente.
- Agora está tudo acabado, tudo está bem e logo você estará boa de novo, desfilando para mim e fazendo coisinhas com... – colocou a mão na boca se controlando.
- Sim Johan, logo, logo. – sorri triste para ele.
- Vamos chamar o médico. – Tom falou atraindo a nossa atenção para ele – Doutor Rortz pediu para que o chamássemos quando você acordasse. – explicou me olhando por um momento.
- Tudo bem, obrigada Tom e Vanessa... Obrigada por estarem aqui também. – falei erguendo a cabeça para vê-los.
- Ah, que isso cunhadinha. – ele falou fazendo um gesto com a mão de que não precisava.
Vanessa me deu um fraco sorriso antes de puxar Tom para fora do quarto, os dois foram atrás do médico. Enquanto eu voltava a sentir melhor o meu corpo, as dores estavam meio que voltando, talvez por eu ter me esforçado ou por causa dos medicamentos que já deveriam estar perdendo o efeito. Não tinha ideia do quão machucada eu estava, mas pouco era o que não deveria ser já que disseram que havia perdido um pouco de sangue, sem contar que estava toda dolorida.
Johan acariciava delicadamente o meu cabelo enquanto Bill segurava a minha mão direita, acariciando delicadamente com o polegar. A mão dele era como eu me lembrava, macia, grande e extremamente carinhosa.
- Bi... Bill. – o chamei com a voz meio trêmula.
- O que foi? – perguntou num tom gentil enquanto me olhava preocupado.
- Bill. – falei o nome dele lhe dando um mínimo sorriso.
- Julia? – ele me olhou ainda mais preocupado apertando a minha mão.
- É tão... Tão bom falar o seu nome... novamente. – falei gaguejante, lhe dando um mínimo sorriso.
Ele ia me dizer algo, mas o médico tinha acabado de entrar no quarto acompanhando de Vanessa e Tom. Doutor Rortz era o mesmo que eu havia visto de manhã, ele trazia uma bandeja com mais algumas seringas, mais medicação. Novamente ele fez os mesmos testes, perguntou como eu estava me sentindo, se meu braço doía e se ainda eu estava muito dolorida. Colocou os medicamentos no soro e eu perguntei-lhe se poderia me sentar, não estava mais me agüentando ficar deitada, queria também ficar mais acordada.
- Sente muitas dores ainda? – ele perguntou parado ao meu lado.
- Não, apenas dores suportáveis. – respondi mexendo a mão direita, Bill havia soltado-a e estava ao lado do irmão, eles pareciam cochichar alguma coisa.
- Então tudo bem. – ele deixou a prancheta no criado mudo e veio com a intenção de me ajudar a sentar.
Eu tremi me lembrando das mãos de Trevor sobre mim, por mais estranho que fosse, não queria que o doutor me ajudasse a sentar, mas sim que...
- Doutor, se importa se Bill... Ajudar-me? – pedi com a voz completamente trêmula.
- Claro que não. – ele sorriu tranquilizador e pegou a prancheta – Apenas tome cuidado com o braço esquerdo. – lembrou-o – Volto amanhã para ver como está. Boa noite e não durma tarde. – e saiu andando tranquilamente.
Doutor Rortz era um cara legal e deveria saber o que eu estava passado, ao menos ter uma ideia. Bill se aproximou lentamente da cama, meio hesitante.
- Pronta? – perguntou me olhando e engolindo em seco.
- Uhum. – confirmei com a mão direita já flexionada.
Bill me puxou sem dificuldade pelo ombro, com extremo cuidado com o braço esquerdo Johan ajeitou rapidamente os travesseiros atrás de mim e depois, Bill me soltou me deixando encostar na guarda da cama.
- Bem melhor. – suspirei mais pesadamente – Obrigada Bill. – agradeci olhando-o carinhosamente.
- Por nada. – falou me dando um mínimo sorriso e se sentando num sofá ao lado direito da cama.
Johan ajeitou o meu cabelo com uma escova que ele mesmo me trouxera, disse que tinha algumas coisas minhas numa malinha ali ao lado e algumas revistas caso eu quisesse me distrair.
- Nós já vamos diva. – Johan falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Mas já? – perguntei olhando-o tristemente.
- Ah Julinha, não faça essa carinha pidoncha... Sabe que eu não resisto! – ele reclamou tocando o meu nariz com o polegar – Voltamos de manhã. Precisamos descansar assim como você também deverá fazer o mesmo logo. – explicou fazendo um delicado carinho na minha bochecha.
- Ah tudo bem. – suspirei desanimada olhando-o.
- Mas não ficará sozinha minha diva espetacular. – falou de um jeitinho gay que só ele conseguia, o que me fez sorrir mais tranquila – O divo, espetacular também, passará a noite com você como tem feito desde que deu entrada no hospital aqui. – contou-me sorrindo.
- Ahm, tudo bem então... – concordei mais animada ao saber que ele ficaria lá comigo.
- Ah, só o divo para conseguir arrancar um sorriso seu. – Johan bateu palminhas entusiasmado – Agora nós iremos mesmo, voltamos amanhã de manhã. – prometeu e me deu um beijo na testa.
Tom e Vanessa vieram se despedir de mim também, prometendo que voltariam amanhã para me verem e que ela conversaria mais comigo. Os dois também pareciam estarem mais magros e um tanto abatidos.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 24 - Acordando


- Bill! – sussurrei baixo – Bill! BILL! – já estava gritando e com isso, a arma foi pressionada com mais força na minha barriga.
- Cale a boca! – Trevor se irritou gritando comigo – Cale a boca vadia! – puxou meus cabelos com força.
Comecei a chorar enquanto repetia diversas vezes o nome dele. Bill, Bill, Bill... Ah, ele estava me vendo naquele estado deplorável, toda machucada, maltratada... Suja! Tentei me soltar de Trevor e com isso, ouvi o primeiro tiro.
A mão dele afrouxou o aperto nos meus cabelos e eu consegui me soltar, o largando lá. Não sei de onde tirei forças, mas corri na direção dele, corri na direção do Bill. Ouvi o segundo tiro seguido do terceiro e mais o quarto. Senti uma dor alucinante no meu braço e um gemido de dor escapou dos meus lábios seguido de um banque surdo, Trevor havia ido ao chão enquanto eu cambaleava. Levei a mão até o meu braço esquerdo acima do cotovelo, sangue!
Um casaco me cobriu e alguém me segurou antes que eu caísse. Sentir aquele cheiro familiar foi a melhor coisa que me aconteceu naquele dia, ergui meu olhar para quem me segurava, Bill! Senti-me segura, tão segura que, vendo a expressão amedrontada do seu rosto, desmaiei.

Quando a minha consciência voltou, o que pareceu ser um bom tempo depois, ouvi um bip infernal e senti que estava conectada a várias coisas também, mas que estava menos dolorida. Outros barulhos começaram a se distinguir no lugar onde eu estava, um hospital pelo que eu supus. Consegui ouvir vozes e mais passos.
- Como ela está doutor? – essa voz não me era estranha.
- Estável senhor Kaulitz, está reagindo bem aos medicamentos, ela se recupera bem. – uma voz completamente estranha respondeu a outra conhecida.
- Quando ela irá acordar? – perguntou num tom preocupado a primeira voz.
- Em breve, ela já se recuperou bem, a cicatrização está boa e os hematomas já nem são tão visíveis. Dê um tempo para ela meu rapaz, logo voltará a abrir os olhos. – o doutor respondeu amavelmente.
Foi então que os últimos momentos voltaram a mim rapidamente. O evento beneficiente, o seqüestro, os abusos, a polícia, os tiros e...
- Bill! – exclamei num sussurro – Bill! Bill! – falei alto, quase gritando e abrindo os olhos, tentando me sentar aonde quer que eu estivesse deitada.
Abrir os olhos foi doloroso, a claridade os machucou e eu tive que piscar diversas vezes para me acostumar com a claridade até conseguir mantê-los abertos.
- Julia! – ouvi a voz musical dele e meus olhos foram direto para o meu lado esquerdo, onde ele se encontrava parado.
Bill estava pálido, mais magro, com o cabelo baixo e sem nenhum vestígio de maquiagem. Tentei me sentar para ficar mais próxima dele, mas ao forçar meu braço esquerdo, gemi de dor.
- Julia, fique deitada, não se esforce. – ele falou me empurrando de volta para a cama e segurando a minha mão direita em seguida.
- O que... O que aconteceu? Onde está Trevor, Johan? Ah, você está bem? Há quanto tempo estou aqui? – perguntei rapidamente tudo de uma vez – Bill!
- Calma... – ele me pediu com os olhos brilhando em lágrimas – Está tudo bem, ficará tudo bem. – falou acariciando a minha mão – Eu senti tanto a tua falta, falta desses olhos, da sua voz... – falou tocando delicadamente meu rosto com as pontas dos dedos.
- Sei que está feliz Senhor Kaulitz, mas preciso examiná-la. – o doutor se pronunciou me fazendo olha-lo.
Devia ter uns cinqüenta e poucos anos, tinha os cabelos crisalhos e aparência de mais idade, era uns vinte centímetros mais baixo que o Bill.
- Tudo bem então. – Bill concordou com ele, eu apertei com força a mão dele, com medo de que ele saísse do meu lado – Não sairei do seu lado. – prometeu apertando de volta a minha mão.
Voltei meu olhar para o médico enquanto ele fazia os testes e perguntava como eu me sentia. Apenas reclamei da dor no braço esquerdo, ele disse que era porque eu tinha forçado-o, mas que aumentaria a dosagem dos remédios para que eu não sentisse dor. Deixou-nos sozinhos dizendo que voltava com um soro novo. Em nenhum momento Bill soltou a minha mão e às vezes acariciava-a delicadamente com o polegar. Quando o médico nos deixou, eu apertei mais a mão dele e encarei-o. Bill me olhava ternamente, eu devia estar cheia de marcas, roxos, meu cabelo devia estar uma bagunça, eu estava um monstro.
- Johan, cadê ele? – perguntei olhando o que eu conseguia ver do quarto.
- Ele foi tomar um banho, estava aqui desde ontem a noite. – respondeu sentando-se na beirada da minha cama.
- Há quanto tempo estou aqui? – perguntei voltando a olhá-lo.
- Faz quatro dias que já está aqui, ficou dormindo, sendo sedada o tempo todo. Estava muito machucada e perdeu um pouco de sangue por causa do... – engoliu em seco – Ficamos muito preocupados com você, pensamos que tinha acontecido o pior. – falou apertando a minha mão.
- Aconteceu tudo tão rápido naquele dia. – falei me lembrando do evento – Eu fui ao banheiro e alguém me pegou, colocou algo em meu rosto e quando acordei... – parei de falar sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Shiii, não precisa me contar, não precisa se lembrar. – disse secando as minhas lágrimas delicadamente com o polegar.
- Senti tanto medo, pensei que nunca mais fosse te ver. – encolhi-me na cama.
- Calma, eu estou aqui e não vou te deixar, está segura, está tudo acabado. – ele falou acariciando a minha mão.
Acalmei-me um pouquinho, mas ainda tinha muito medo, eu estava traumatizada e com medo que ele me deixasse, que nunca mais o visse. Senti o sono me dominar, devia ser os remédios, mas eu não queria dormir, tinha medo de dormir e acordar num pesadelo.
- Julia, descanse, eu não sairei do seu lado. – Bill prometeu acariciando o meu rosto delicadamente.
- Eu... Eu já dormi o bastante, não quero dormir de novo, o pesadelo pode voltar. – falei com a voz trêmula, e tremendo um pouco.
- Calma, não sairei daqui. – prometeu – Pode ficar tranquila, já acabou, o pesadelo não irá voltar. – garantiu puxando a minha mão e levando-a até os lábios macios.
Ah, como eu senti falta daquele toque suave e delicado dele, dos carinhos, da delicadeza que ele tinha comigo, como senti falta do homem que amava! Fiquei olhando naqueles olhos amendoados por uns segundos antes de apagar por causa dos remédios.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 23 - Quatro dias



Quando voltei a mim, sentia meu corpo todo dolorido, eu estava nua e suja. Encolhi me encostando numa parede úmida e procurei entender aonde me encontrava. Era um lugar escuro, entrava uma mínima luz da noite por uma janela bem alta com grades, estava num quarto escuro e mal cheiroso, era pequeno e tinha um fino colchonete num canto junto com uma garrafa de água e uma fina manta.
Arrastei-me até o colchonete e puxei a manta para me cobrir, pela pouca claridade da noite que entrava pela minúscula janela, consegui ver hematomas por todo meu braço, seios e pernas, parecia que eu havia sido inteiramente mordida. Ah meu Deus, fui seqüestrada e me estupram enquanto eu dormia? Tremi com esse pensamento, mas só podia ser isso...
Ouvi barulho de passos, pararam a porta pela sombra que vinha debaixo dela, agora que reparei na porta do cômodo, a chave foi girada umas duas vezes na fechadura, a porta foi aberta e para o meu horror, a luz, que eu não sabia que se tinha lá, foi acesa.
Quando encarei a figura a minha frente, comecei a tremer compulsivamente. Lembranças muito dolorosas voltaram a minha mente enquanto eu encarava aquele sorriso sádico e lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.
- Tre-Trevor. – gaguejei olhando-o apavorada.
- Julia, querida. – a voz dele me fez tremer e arrepiar pelo jeito doce, mas nada agradável de ouvir – Há quanto tempo. – sorriu malicioso.
- O que você quer comigo? – perguntei com a voz falha observando-o fechar a porta sem deixar de me olhar.
- O que eu quero? – perguntou-se sorrindo e se aproximando de mim – Eu quero você. – respondeu arrancando com força a manta que me cobria.
Fui tentar gritar, mas ele ao perceber a minha intenção, tapou a minha boca com a mão me fazendo bater a cabeça com força na parede. Começou a abrir o zíper da calça enquanto eu tentava me reerguer e fugir dele, mas as minhas tentativas foram em vão. Novamente ele abusou de mim, do pior jeito imaginável e me deixou chorando, imóvel num canto, disse que voltaria logo me trazendo algo para comer.
Quando consegui me mexer, o que pareceu ser horas depois, puxei a manta para mim e me levantei cambaleante. No cômodo tinha outra porta, o que eu fui descobrir que era um banheiro sujo. Olhei a minha face num espelho todo quebrado, eu estava horrível, toda suja e com a maquiagem super borrada... Decidi voltar para o cômodo fedido, não me aguentava em pé de tão fraca que estava.
Eles deveriam estarem preocupados comigo? Hanna, Nicole, Johan... Bill? Ah, ele jamais faria algo assim comigo, ele era tão carinhoso, tão bondoso, tão perfeito comigo... Será que eles tinham sentido a minha falta? Não sabia que horas que eram, só sabia que era muito tarde já.
A porta foi aberta novamente, eu me encolhi com medo de que fosse Trevor, mas não era, não consegui ver quem era, apenas deixou uma bandeja com um lanche. Eu me recusei a comer, mas na terceira noite, a fome falou mais alto.
Trevor vinha todas as noites que fiquei lá, às vezes era carinhoso, outras vezes era um bruto que me usava apenas para satisfazer seus desejos sexuais. Na terceira noite, quando fui tentar ficar de pé, eu não agüentei e isso me fez comer. Ele também me deu um camisetão todo rasgado e feio, mas que serviu de camisolão para que não sentisse tanto frio.
Não deixei um segundo de me lembrar dos meus queridos, das pessoas que eu amava, estava vivendo uma realidade alternativa, foram às boas lembranças que me mantiveram viva todos aqueles dias... Eu me lembrava das palavras do meu amado, do jeito que ele me tocava, me olhava, das brincadeiras do Johan... Era tudo tão bom de lembrar que me fez ter vontade de continuar agüentando pelo menos para vê-los uma última vez.
O quarto dia foi o pior, ele não me deu sossego, veio umas três vezes naquele dia e na quarta vez, veio com uma arma. Trevor me puxou pelos cabelos e me levou para fora daquele lugar enquanto eu gemia baixinho de dor.
Eu só pensava em viver, aguentar mais um pouco, mas me sentia acabada, devia estar desnutrida, estava muito fraca, como nunca estive na vida. Mas eu queria ver as pessoas que amava e isso, de alguma forma me fez querer aguentar mais um pouco aquilo tudo. Algo me dizia que estava perto de acabar, perto do final.
Trevor continuou a me puxar, me fazendo subir algumas escadas e saímos para a luz do dia, luz que eu só via pela janelinha do porão imundo. Meus olhos arderam com a forte claridade e senti o cano fino da arma na minha barriga.
A casa estava completamente cercada, tinha carros de polícia por todo o lado. Os comparsas de Trevor já foram pegos porque restava apenas eu e ele naquele centro.
Eles começaram a falar, estavam negociando alguma coisa que não consegui prestar atenção, pois toda a minha atenção parou naqueles olhos amendoados que me encaravam assustados e completamente raivosos. Bem na minha frente, no meio dos policiais, estava ele, Bill, o homem que de certa forma me salvou.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 22 - Manhã tranquila, dia nem tanto



Tomamos um pouco do vinho enquanto eu tentava dar uma ajeitada no meu cabelo que deveria estar uma bagunça. Bill bebeu rapidamente o vinho, deixando a taça de lado e ficou me admirando, eu corei.
- Oh, você fica uma graça assim. – ele falou manhosamente apertando a minha bochecha – Nem parece que é a mulher que fez tudo aquilo há pouco.
- Hum, e isso é ruim? – perguntei também deixando a taça de lado e encarando-o.
- Não, você não imagina o quanto é bom. – respondeu sorrindo malicioso – Tenho uma tigresa e uma gatinha na cama, isso é ótimo. – acrescentou já ficando por cima de mim.
- E você é insaciável. – falei encarando-o com um meio sorriso.
- Quando se trata de você, sim. – concordou antes de me beijar intensamente.
Resultando que fizemos amor mais algumas vezes antes de, finalmente, nos cansarmos. Já passava das quatro da manhã e realmente precisávamos dormir. Ainda teria que acordar as oito para um evento beneficiente no qual eu seria a anfitriã.
- Você foi maravilhosa essa noite. – ele falou ao meu ouvido antes de dormimos.
- Hum, você também foi maravilhoso. – falei o sentindo beijar meu pescoço.
- Foi o melhor presente de aniversário que já ganhei. – disse me mordendo delicadamente.
- Hum, que bom. – apertei a mão dele que estava na minha cintura.
- Mas ainda quero mais. – falou sedutor ao meu ouvido.
- Agora iremos dormir, temos trabalho amanhã. – lembrei-lhe desanimada.
- Verdade. – ele devia ter feito bico – Mas ao menos, quando acordar a terei ao meu lado. – disse me apertando.
- Ah, você é um fofo. – falei quase me virando para beijá-lo novamente.
- Uhum, o seu fofo. – bocejou.
- Meu fofo que precisa dormir. - ri.
- E você é minha namorada gostosa que também precisa dormir. – concordou comigo apertando a minha coxa.
- Safado! – exclamei bocejando.
Uns segundos de silêncio e dormirmos abraçados, nossa última e perfeita noite juntos antes de tudo de ruim acontecer, pelo menos acontecer comigo.

Acordar na manhã seguinte foi muito bom, o senti acariciar suavemente as minhas mãos e barriga que me fez preferir ficar um tempo mais de olhos fechados apenas sentindo as delicadas caricias que ele me fazia. Entretanto teríamos um dia cheio, não poderia desfrutar muito daquelas sensações.
Eu me mexi na cama realmente acordando, Bill tirou os braços de mim e sentou-se na cama. Também me sentei, mas puxando o lençol comigo e encarei-o. Ele sorria todo feliz ao meu lado, o que me fez esticar um pouquinho para lhe dar um selinho.
- Bom dia. – desejou me abraçando.
- Hum, bom dia mesmo. – concordei com a boca colada ao pescoço dele.
Bill riu e beijou a minha cabeça. Acariciou delicadamente as minhas costas desnudas e procurou a minha boca para um beijo intenso. Aos poucos já estávamos deitados na cama, com ele por cima de mim enquanto nos beijávamos ferozmente.
- Ah, você é tão boa que me deixa com vontade já de manhãzinha quando acorda com essa linda carinha de sono. – ele falou colando nossos narizes.
- Você é que é insaciável, sempre quer mais e mais. – falei brincando com os cabelos da nuca dele.
- Sim, sim, quando se tratar de você eu sempre irei querer mais. – concordou sorrindo malicioso para mim – Mas como a vida é dura, temos compromissos e um monte de coisas para fazer... – disse desanimado saindo de cima de mim.
Sentei-me lentamente na cama e encarei-o maliciosa enquanto mordia o lábio inferior e jogava o cabelo para trás.
- Sim, temos que trabalhar. – concordei sentindo ele me olhar com desejo por eu não ter puxado o lençol para cobrir meu busto – Mas ainda sim temos tempo para um banho. – sorri maliciosa.
Ganhei um sorriso, assim como o meu, malicioso e um arrastar para o banheiro. Ligamos a ducha no morno, de quente já bastavam os nossos beijos, as nossas caricias. Uns bons amassos no chuveiro e nos trocamos, Bill gastou um tempo fazendo toda aquela maquiagem enquanto eu fiquei sentadinha na cama observando-o.
Descemos devidamente prontos, tomamos um café da manhã reforçado e seguimos lados opostos. Ele teria uma reunião com a banda sobre uma nova turnê que talvez chegasse às Américas e eu seria a anfitriã de um evento beneficiente que reuniria orfanatos de toda a Berlim.
Nesse evento, Johan não me acompanhou, eu fui sozinha. Passei o dia inteiro lá, recebendo os pimpolhinhos e assistindo as apresentações dos orfanatos. Todos os olhares caiam sobre mim e eles, as estrelas do dia, os órfãos nas suas belas apresentações. Teve até um cover do Tokio Hotel no qual eles dedicaram a música para mim, ri daquelas coisas fofas tentando imitarem o meu lindo namorado.
Entretanto, em meio há tanta alegria e talento, sempre tem algo para estragar. Quando eu fui para o toalete, o mais afastado que tinha para sair um pouco da agitação, alguém me puxou para um corredor escuro. Tentei me libertar, mas esse alguém era forte demais, quando fui tentar gritar, um pano com alguma coisa que foi colocado diretamente na minha boca. Bastou puxar o ar duas vezes para tudo ficar preto, eu havia apagado.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 21 - A segunda parte do presente


Alguns dias eu sou uma vadia
Cheia dos meus truques
Mas não dura para sempre
No próximo dia sou sua super garota
Saindo para salvar o mundo
E isso continua melhorando

Aguente firme
Isso continua melhorando
Aguente firme
Isso continua melhorando

(Trechos da tradução de Keeps Gettin’ Better da Christina Aguilera)

A alegria dele foi tanta ao pegar o presente que se não estivesse com as mãos ocupadas teria me agarrado ali. Bill parou um momento para admirar o pacote, realmente era um pacote bonito. Ansiosamente ele o abriu, tirou os papeis de cima e admirou o porta-retrato com uma foto nossa. Ele tirou o porta-retrato da caixa e admirou-o mais de perto com um sorriso no canto dos lábios. Quando seus olhos se voltaram para mim, eles brilharam como os de uma criança que acabara de ganhar o brinquedo que tanto queria.
- Eu... Eu... – ele começou me olhando e olhando de volta para o objeto em mãos – Eu adorei Julia. – suspirei mais relaxada – É o melhor presente atrasado de aniversário que eu já ganhei. – acrescentou sorrindo e guardando de volta na caixa.
Bill me abraçou com um braço só e deu um curto beijo voltando a olhar para a caixa.
- Fico feliz que tenha gostado. – falei sorrindo alegre para ele e observando-o olhar o conteúdo da caixa... Mordi o lábio, será que ele tinha achado?
- E o que é isso dona Julia? – perguntou num tom malicioso erguendo o plastiquinho.
- É para depois. – respondi rindo travessa.
- Hum, será muito útil. – ele me beijou de novo antes de guardar a camisinha no bolso da jaqueta – E trouxe umas coisas para vestir amanhã, não é muito legal ir para uma coletiva com a mesma roupa do outro dia... – falou indicando uma sacola preta enorme no sofá.
- Sempre exagerado. – balancei a cabeça rindo – Nicole levará isso para cima depois... Agora que tal jantarmos?
- Hum, sim, estou com fome. – ele concordou ajeitando o presente e deixando a caixa dentro da sacola preta.
Fomos para a sala de jantar, não prestei atenção no tempo, mas já deveria ter dado mais que os cinco minutos que Hanna me pedirá. E realmente tinha dado, a sala de jantar estava mais bem decorada, as cortinas haviam sido trocadas por umas num tom vinho, o castiçal estava no centro da mesa com as velas, a música suave combinando com o ambiente e as iguarias, o vinho, os pratos típicos alemães preparados belamente por Hanna.
Sentamos nos mesmo lugares que o café da manhã, mas com uma expressão diferente. Tomamos o vinho e jantamos em meio a conversas e, em certos momentos, alguns toques. Bill estava me provocando a todo momento, a situação não estava fácil para mim, mas logo não estaria fácil para ele.
Quando terminamos o jantar, Hanna e Nicole tiraram a mesa deixando apenas um novo vinho e mais duas taças. A mão boba de Bill foi parar na minha coxa, ah, eu estava me segurando para não agarra-lo ali mesmo e fazermos amor loucamente.
- Vamos subir. – falei pegando as taças e me levantando rapidamente.
- Segunda parte do meu presente. – não era uma pergunta.
- Sim, leve o vinho. – concordei.
Obediente, ele pegou o vinho e me seguiu pela escada até o meu quarto. Devia saber que ele estava impaciente, mas mesmo assim ficou surpreso com a arrumação do quarto. Antes de ir embora, Nicole tinha trazido a sacola do Bill até o meu closet e acendido todas as velas aromatizadas do quarto.
Deixei as taças ao lado da cama, no criado mudo, Bill fez o mesmo com o vinho e logo veio tentar me agarrar. Ah, mas não, não agora. Eu empurrei-o para a cama, fazendo-o cair deitado nela e subi manhosamente, ficando por cima dele.
- Não senhor apressado. – o repreendi com a boca bem próxima da dele – Antes você irá me ajudar com o vestido e ser uma coisa para mim. – e saí de cima dele, ficando de pé ao lado da cama.
- Tudo bem, então andemos logo com isso. Quero usar o meu presente. – ele falou sentando-se na beirada da cama.
 - Abra o zíper. – pedi me sentando nas pernas dele e tirando o cabelo das costas.
Bill abriu o zíper do meu vestido lentamente, tocando as minhas costas e apertando a minha cintura. Tornei a me levantar, saindo do aperto dele e desci sensualmente o vestido na frente dele. Quando o vestido foi ao chão, Bill me olhou de cima a baixo, se olhar tirasse pedaço... A lingerie que ganhara da Victoria Secret’s não era assim tão provocante, chegava até a ser um pouco fofa, mas naquele momento, para ele foi extremamente sexy? É, acho que sim, pela forma que ele me olhava... Ele se levantou rapidamente e tentou me agarrar, mas eu me afastei.
- Ainda não. – falei o detendo pelo tórax – Fique paradinho aí e não me toque de jeito nenhum. – pedi sorrindo travessa.
- Vai me torturar? – perguntou erguendo a sobrancelha.
- Vou. – respondi marota.
Eu me aproximei lentamente dele e fiz tudo aquilo que havia feito no ensaio fotográfico do dia anterior, claro que fiz com mais vontade ainda por ser ele lá e não o cano gelado. Esfreguei-me nele e beijei-lhe o pescoço. Eu podia perceber que ele se segurava o máximo para não me tocar, mas que estava gostando e ficando excitado, ah, conclui quando passei a mão na parte da frente da calça dele e ele gemeu audivelmente. Foi então, que, para a felicidade dele, segurei as mãos grandes e as coloquei sobre os meus seios ainda cobertos pelo sutiã. Bill acariciou-os mordendo o lábio inferior sem deixar de me encarar com extrema luxúria. Sorri marota para ele e o empurrei de volta para cama.
Ah, dessa vez eu não ia me conter mais. Sentei-me sobre as pernas dele, com as minhas de cada lado do corpo dele. Minhas mãos trabalharam rapidamente em sem livrar da calça e toquei-lhe o membro por cima da boxer preta, ele gemeu novamente alto enquanto eu sorria travessa. Mas eu queria era me livrar da jaqueta e camisa dele, foi o que eu fiz, não sem antes tirar a camisinha do bolso e coloca-la no criado mudo, ao lado das taças inutilizadas ainda. Beijei-lhe os lábios sensualmente esfregando-me nele. Bill segurou a minha cintura mexendo o quadril para cima e para baixo enquanto me correspondia intensamente, com um pouco de dificuldade, eu me separei dele.
Ele soltou um muxoxo de desagrado, mas quando tornei a beijá-lo no pescoço, gemeu. Desci a boca pelo tórax dele, chupando e mordiscando a pele branca, dediquei–me um pouco ao ‘B’ e depois fui com a boca para e estrela, ele gemeu alto quando eu praticamente a mordi e toquei com a mão o membro ainda coberto dele que já estava acordado por completo.
Puxei rapidamente a boxer dele para longe, eu já estava ficando impaciente também. Admirei o pênis ereto, oh céus, era grande sim, mas não me incomodava nem um pouco quando estava dentro de mim. Toque-o meio receosa, mas logo me soltei por completo ao ouvir um gemido de prazer dele e vê-lo me encarar malicioso. Comecei a masturbá-lo delicadamente sem desviar os meus olhos dos dele. Bill fechava e abria os olhos se mexendo conforme a minhas mãos se moviam no pênis dele, eu mordia o lábio completamente excitada por estar proporcionando todo aquele prazer a ele. Foi quando ele gozou que suspirou mais aliviado, mas ainda se podia ver claramente a luxúria nos olhos dele.
Depois disso, eu fui tentar beijá-lo novamente, mas ele reagiu mais bruscamente, me virando na cama e ficando por cima de mim. Sabe-se lá como, mas quando ele me virou, se livrou do sutiã. Bill me beijou com vontade, apertou um dos meus seios em meio ao beijo me fazendo gemer entre o mesmo, era a minha vez de ser torturada. Ele desceu a boca pelo meu pescoço, deixando uma trilha de saliva e depois abocanhou um dos meus seios me fazendo gemer alto e apertar a nuca dele com força. Uma das mãos dele brincou com a minha intimidade por cima da calcinha, o que me fez gemer ainda mais.
Bill arrancou com rapidez e força a peça íntima, talvez quase rasgando-a, me penetrou com um dedo e ao perceber o quão excitada eu já me encontrava, me penetrou com mais um. Eu gemi alto com ele movimentando-os dentro de mim e movi o meu quadril, meio rebolando na mão dele. Ele apertou com força a minha coxa, abrindo mais as minhas pernas para ele. Retirou os dedos de mim e me olhou apreensivo. Tateei o criado mudo e dei-lhe a camisinha. Bill colocou-a rapidamente, acho que ele já devia até ter pegado o jeito, deitou-se sobre mim e beijou-me nos lábios antes de me penetrar de uma vez só. Começamos a dança dos corpos, mordidas nos lábios, pescoço, ombros, chupões, arranhões... Até chegarmos ao clímax, e o primeiro orgasmo da noite.

Por: Grasiele

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