segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Substituta - Capítulo 10


O show tinha sido ótimo, no final, as fãs adoraram poder ver Tom no palco tocando. Foi bom ver o sorriso satisfeito dele no final, não que eu estivesse reparando nisso, claro. O primeiro espetáculo estava completo, mas ainda restavam dois e nós estávamos animados com isso, a recepção dos fãs da Austrália tinha sido ótima. Eu não parava de pensar em como seria quando fôssemos eu e minha banda, meu coração batia mais rápido só com o pensamento. Andrew não pudera ir ao show por conta de uma viagem relâmpago, ele tinha que fotografar em outra cidade.
Os fãs tinham feito uma festa – ou Fan Party, como preferir. Eu não estava tão empolgada quanto a isso, não me lembrava de uma festa em que Tom estivesse que eu me sentisse bem. Todas foram um desastre e eu não sei se estava preparada para mais uma das gracinhas dele. No final acabei sendo obrigada a ir, os garotos não me deixaram ficar sozinha.

­- Fica perto de mim! – Ouvi Georg decretar.

– Faça-me o favor, Georg. Eu queria ficar no quarto, mas vocês não deixaram, então, cala a boca! – Ele estava começando a me estressar de verdade.

– É claro que eu não ia te deixar sozinha no quarto, e se o Tom fosse lá? – Me afastei dele, seguindo para dentro do salão de festas do hotel. – Hey, Àlex! – Ouvi-o chamar. Sinceramente, ele precisava urgentemente de uma namorada, quem sabe assim ele largaria um pouco do um pé?

Eu continuava andando, não sabia bem onde eu estava querendo ir, mas com certeza, não queria ficar no meio daquela multidão. Pensei em subir e ir para meu quarto, mas os meninos notariam minha ausência. Olhei em volta a procura deles, todos pareciam entretidos demais para perceber alguma coisa. É, talvez não percebessem que eu resolvi voltar para meu quarto mais cedo. Mas algum instinto, ou sei lá o que, me fez perceber que faltava um deles ali, aquele do qual eu deveria ficar longe. Minha curiosidade não me deixou simplesmente seguir para meu quarto, precisava saber onde Tom estava. Se bem que, numa festa cheia de garotas e bebidas ele não poderia estar muito longe. Bati na porta de seu quarto, mas não obtive resposta e não ouvi nenhum barulho, tentei abrir, mas não consegui. Talvez ele estivesse com alguma garota e não quisesse ser incomodado. Fui para meu quarto, já tendo desistido de achá-lo. Minha surpresa foi muita quando abri a porta de meu quarto e encontrei-o sentado no chão, ao lado de minha cama. Ele estava pálido, parecia com frio. [Solte a música agora]

–Tom? – Chamei, ele não respondeu. Corri em sua direção, ajoelhado-me ao seu lado. – O que aconteceu? – Coloquei a mão em sua testa, estava quente, muito quente. – Por favor, diz alguma coisa! – Me desesperei, olhando-o com angústia. – Eu vou chamar alguém, espera. – Tom segurou meu braço, mesmo que com pouca força.

– Não, fica aqui comigo, Àlex! – Ele pediu, praticamente num sussurro, sem forças para falar muito.

– Mas você não está bem, Tom. Eu preciso chamar alguém!

– Não, eu estou bem. Só preciso que fiquei comigo, por favor! – Ele implorou.

When you try your best, but you don't succeed
Quando você faz o seu melhor, mas não tem sucesso
When you get what you want, but not what you need
Quando você tem o que quer, mas não o que precisa
When you feel so tired, but you can't sleep
Quando você se sente tão cansado, mas não consegue dormir
Stuck in reverse
Preso ao contrário

Eu estava muito preocupada, ele não estava nada bem. Se alguma coisa acontecesse eu não me perdoaria, mas também não o deixaria sozinho. Fiquei alguns instantes somente o encarando, ele não era nem de longe o Tom que eu conhecia. Senti sua mão subir por meu braço, indo parar em meu ombro, puxando-me para baixo, fazendo-me sentar ao seu lado.

When the tears come streaming down your face
E quando as lágrimas escorrem pelo seu rosto
When you lose something you can't replace
Quando você perde algo que não pode substituir
When you love someone, but it goes to waste
Quando você ama alguém, mas não dá certo
Could it be worse?
Poderia ser pior?


Ele puxou-me mais para ele, deitando a cabeça na curva de meu pescoço. Eu podia sentir sua temperatura muito alta, sem sombras de dúvidas ele estava com febre. Mas por quê? Ele me parecia tão bem na hora do ensaio e até mesmo no show que havia sido há poucas horas atrás. Tom passou os braços por minha cintura, apertando-me contra ele. Não soube o que fazer de inicio, fiquei alguns segundos dividida entre colocar meus braços em volta dele também, ou simplesmente ir embora. Optei pela primeira opção, devido a seu estado.

Lights will guide you home
Luzes vão te guiar para casa
And ignite your bones
E incendiar seus ossos
And I will try to fix you
E eu vou tentar te consertar

– Eu preciso que você me diga o que está sentindo, Tom. – Disse, após alguns segundos apenas ouvindo nossas respirações descompassadas. – Eu quero te ajudar, mas se você não me disser nada eu não posso fazer alguma coisa! – Eu estava preocupada, Tom não era o tipo de pessoa que demonstrava estar doente ou alguma coisa do tipo, ele sempre escondia.

– Você quer mesmo saber? – Ele perguntou, fracamente.

– Claro! – Assenti, esperando sua resposta.

– Tudo isso... Tudo que eu fiz e que venho fazendo... É culpa sua! – Ele não estava me acusando, não tinha sido sarcástico, não estava fazendo gracinhas. Pelo contrário, estava sério, até calmo. Assustei-me um pouco, sem saber o que era minha culpa.

– Como assim? – Ele se afastou um pouco, somente o suficiente para deixar nossos rostos próximos, próximos demais.

– Tudo que eu fiz, Àlex, foi pra te esquecer! – Ele esclareceu, olhando fixamente em meus olhos.

– Diz, as bebidas, as drogas? – Chutei e ele assentiu, confirmando. – Porque, Tom? – Eu já não estava entendendo mais nada. Ele passou anos me colocando para fora da vida dele, me humilhando, me tratando mal e agora diz que fez tudo isso para me esquecer?

– Eu não sei o que é isso... Isso que eu sinto. Não é normal, Àlex! Essa dependência que eu tenho por você é doentia! – Ele voltou a respirar rapidamente, podia senti-lo tremer levemente.

– Porque não me disse isso antes? – Ele não me respondeu, ao invés disso, escondeu o rosto na curva do meu pescoço.

Não perguntei mais nada, algum tempo depois senti meu pescoço úmido. Não acreditei que ele estivesse mesmo chorando, até olhar em seus olhos vermelhos e inchados pelos poucos minutos que chorava. Não, aquele não era Tom, não podia ser. Alguma coisa muito ruim ele devia estar sentindo.

– O que está sentindo, Tom? – A cor de sua pele aos poucos voltava ao normal, sua respiração se normalizou, mas ainda podia sentir que ele estava com febre.

And high up above or down below
Bem lá em cima ou embaixo
When you're too in love to let it go
Quando você está tão apaixonado para se libertar
If you never try, then you'll never know
Mas, se você nunca tentar, nunca saberá
Just what you're worth
exatamente qual é o seu valor

– Só me promete que vai ficar comigo, Àlex. – Ele não me encarou dessa vez, parecia uma criança assustada em meus braços, expondo completamente seus sentimentos. Eu não queria dar esperanças para ele, mas não podia dizer que não ficaria ao seu lado, pelo menos não num momento como esse.

– Claro que vou ficar, Tom. Não estou aqui agora? – Apertei-o em meus braços, sentindo-o fazer o mesmo.

– Você sabe que não foi dessa maneira que eu falei! – Abri a boca para protestar, dizer que ele não me teria daquela maneira, mas ele me calou com seus lábios. O choque de seu piercing gelado contra meus lábios quentes foi arrepiante, e o beijo foi mais ainda.

Lights will guide you home
Luzes vão te guiar para casa
And ignite your bones
E incendiar seus ossos
And I will try to fix you
E eu vou tentar te consertar

Tears stream down your face
Lágrimas escorrem pelo seu rosto
When you lose something you cannot replace
Quando você perde algo que não pode substituir
Tears stream down your face
Lágrimas escorrem pelo seu rosto
And I...
E eu...

Eu tinha esquecido completamente de tudo que eu queria dizer naquele momento, a sensação de ter seus lábios sobre os meus era muito melhor, extremamente melhor do que qualquer palavra. Era ridícula a maneira como eu cedia aos seus desejos com um simples beijo, como eu me entregava ao momento em troca de ter suas mãos em volta de mim, fazendo-me sentir a pessoa mais desejada no mundo, por mais que fosse somente por uma noite. Aos poucos ele foi diminuindo o ritmo do beijo, transformando-o em pequenos e curtos beijos. Nenhum de nós dois ousamos abrir os olhos; eu temia que aquilo fosse uma piada, uma brincadeira de mau gosto; e ele, bem, eu não fazia a mínima idéia. Fui a primeira a encarar a realidade após aquele beijo, levantei-me e ele abriu os olhos, assustado.

­- Levanta, vem. – Sentei na cama, chamando-o. Eu sabia que ele estava com febre e não ficaria melhor se continuasse no chão frio. Ele não questionou minas palavras e fez exatamente o que eu pedi.

Como se ele fosse uma criança eu tirei seus tênis, fiz o mesmo com meus sapatos e deitei ao seu lado, cobrindo-nos. Puxei-o para perto, fazendo colocar a cabeça em meu ombro, sentindo sua respiração bater em meu pescoço, calma. Ele passou o braço por minha cintura e se acomodou melhor perto de meu corpo.

­- Durma bem! – Disse num sussurro, sentindo-o relaxar o corpo.

Eu não sabia ao certo o que ele estava sentindo, Tom não era claro ao falar de seus sentimentos, sempre contava as coisas por fases; primeiro disse que me amava, agora, que tinha feito todas essas loucuras para me esquecer, o que seria o próximo? Na verdade, eu tinha um pouco de medo de descobrir! Bloqueei minha mente durante toda a noite, não queria ficar pensando nisso, tinha uma promessa agora. Eu iria ajudar Tom a se recompor, não do jeito que ele esperava, mas eu não quebraria minha promessa.


[Tom’s P.O.V ON]

Acordei, sentindo meus músculos reclamarem insistentemente. Aquela havia sido a pior crise de abstinência de drogas que eu passei. Não tinha tido muitas, sempre estava consumindo alguma coisa, mas gora sem poder beber na frente dos outros e quem dirá usar alguma droga, meu corpo exigia que eu tomasse providências. Eu nunca contara a ninguém sobre isso, as pessoas não desconfiavam que eu estivesse tão dependente assim, às vezes nem eu mesmo acreditava que já tinha chegado aquele ponto. Àlex dormia calmamente ao meu lado, provavelmente ficara acordada a noite inteira por minha causa, ao contrário de mim, que dormi consideravelmente bem. Inclinei-me um pouco, o necessário para depositar um beijo em seus lábios. Se pudesse passaria o tempo todo com ela ao meu lado, ela era incrível. E o que me deixava mais maravilhado não era sua beleza, seu talento para música ou qualquer outra coisa, era simplesmente o fato dela ter cuidado de mim, mesmo eu tendo a feito sofrer por tanto tempo. Ela tinha o coração puro. Coração esse, ao qual eu deixei uma cicatriz enorme, que talvez nunca irá desaparecer.
Levantei-me, pronto para ir a meu quarto, mas aquela voz que eu tanto amava chamou-me.

– Você está melhor? – Àlex perguntou, coçando os olhos e olhando-me com os olhos cerrados, de quem acabara de acordar.

– Estou sim, graças a você! – A vi fazer careta pelo que disse e sorri.

– Você me tratando bem é esquisito, sempre acho que você quer alguma coisa com isso! – Ela sentou na beirada da cama, prendendo o cabelo num coque.

– Mas eu quero... Te conquistar! – Ela riu, melhor, gargalhou.

– O máximo que você quer é me levar pra cama, Tom. – Ela passou por mim indo para o banheiro. – E você não vai!

– Porque você não pode acreditar em mim? Sou tão ruim assim que não mereço nem sua credibilidade? – Parei na porta do banheiro, vendo-a lavar o rosto e escovar os dentes, sem nem sequer olhar para mim. Ela tentou passar por mim, mas segurei seu braço. – Não respondeu a minha pergunta!

– Vou dar um exemplo, imagine se a cada dia eu tentasse te matar... – Ela começou. – E depois de muito tempo tentando eu resolvesse dizer para você que, na verdade, eu tentava te matar porque eu te amo. Você acreditaria?

– Eu não tentei te matar! – Disse rápido, na defensiva.

– Só responda! – Ela fechou os olhos, impaciente.

– Acho que... – Ela estava certa, eu não acreditaria, assim como ela não acredita em mim. Não respondi nada, meu orgulho não deixou.

– Exatamente, Tom! – Ela foi até a porta e abriu a mesma. – Acho melhor você voltar para seu quarto, os meninos podem vir aqui ou ir até lá. Eu não quero que eles fiquem sabendo que você esteve aqui, iriam imaginar coisas erradas!

– Espero que não tenha esquecido a promessa que me fez. – Tentei mais uma vez que ela desistisse de dar uma de durona e aceitasse minha declaração.

– Espero que você não esqueça que eu disse que ficaria ao seu lado, mas não do jeito que você espera! – Ela não esperou que eu respondesse e fechou a porta na minha cara.

Eu tinha a subestimado, ela não era a garota frágil que eu achei que fosse. Àlex era muito mais forte do que eu, sabia disso, só não queria acreditar. Sempre dominei todas as garotas com quem sai, ou que apenas dormi, mas com ela era diferente, eu não podia apenas dizer o que eu queria – porque, até mesmo, não conseguia, ela sempre me desarmava. Ela tinha uma vontade própria que, às vezes, me assustava, como quando eu tentei alguma coisa no banheiro do avião, porque, sejamos realistas, qual garota diria não a mim, Tom Kaulitz? Não que eu seja pretensioso – tudo bem, eu sou -, mas eu tinha a garota que eu queria sem fazer nenhum esforço, na maioria das vezes, elas que vinham até mim. Acho que a Àlex foi uma das poucas garotas as quais eu tive de conquistar, tirando as duas namoradas que eu tive antes dela. Para ser franco, ela que me conquistou primeiro. Lembro-me bem do dia que a conheci na casa do Listing.

Flashback ON

O frio estava cortante do lado de fora da casa dos Listing, o inverno estava sendo rigoroso esse ano. Eu adorava, principalmente, a neve. Mas o chocolate quente com aqueles maravilhosos biscoitos de chocolate da Sra. Listing era irresistível.

– Deixem um pouco para a Àlex, garotos! – Sra. Listing alertou assim que colocou o prato com os biscoitos na mesa de centro da sala.

– Quem é Àlex? – Perguntei com a boca cheia.

– Minha prima, ela veio de Halle para morar aqui em Magdeburg! – Georg respondeu contente.

Bufei. Já podia imaginar uma daquelas primas mais novas barangas do Georg, todas as que eu tinha conhecido eram assim, fora a chatice. Eu é que não iria ficar dando um de babá pra priminha do Listing, se é o que ele estava esperando. Alguns minutos depois a campanhinha tocou, Georg levantou num pulo e correu até a porta, todo feliz. Aquele ali seria um ótimo pai, nunca vi gostar tanto de criança. Não pude ver a garota, Georg voou em cima dela antes mesmo de abrir a porta por completo. Continuei a comer meus biscoitos calmamente, esperando que a crise de bicha do Georg acabasse e ele apresentasse logo a tal da prima vinda de Halle.

– Mãe, a Àlex chegou! – Georg gritou, segurando a mala da garota que até agora permanecia do lado de fora.

E então, como num filme idiota de romance – Blergh! – ela entrou com um sorriso tímido. Sabe aquele momento em que você vê a pessoa pela primeira vez e parece que tudo está em câmera lenta, com o vento batendo nos cabelos e tudo mais? Você ainda não viu isso? Acredite, ainda vai ver... E sentir. Não me pergunte por que eu ouvi a música Rock You Like A Hurricane dos Scorpions ao longe, só sei que ouvi e prestei muita atenção no refrão.

Here I am
Aqui estou eu
Rock you like a hurricane
Para te estremecer como um furacão

Nenhuma música seria melhor para definir o que eu senti quando vi aqueles olhos verdes – lembrar de agradecer a família do Georg pela bela herança –, sempre acompanhados de um sorriso contagiante. Eu esqueci até mesmo dos biscoitos de chocolates para encará-la por mais algum tempo.

– Ah, querida, como você cresceu! – Sra. Listing a abraçou tão forte que eu podia ver a cara de espanto da garota, sorri para ela que ficou tímida, mas me devolveu o sorriso fracamente. – Coloque a mala dela no quarto de hóspedes, Georg! – Ele não questionou e subiu as escadas, contente até demais por estar levando peso.

– É tão bom ter você aqui em Magdeburg! – Georg passou os braços pelos ombros dela, trazendo-a para perto de mim e dos meninos.

– Eu estou feliz em estar aqui! – Eles então sentaram ao meu lado, sendo que ela estava entre eu e Georg.

– Esses são Tom – Ele apontou para mim. – Gustav e o Bill. – Apontou para cada um, respectivamente. – Eles são da banda!

– Ah, o antigo Devilish que agora é Tokio Hotel! – A garota comentou, sorrindo logo após.

– Nós estamos quase famosos! – Georg se gabou, estufando o peito.

­– Tenho certeza disso, ouvi o CD de vocês! – Me aproximei dela, sorrindo confiante.

– Então você é a famosa, Àlex Listing, uhu?!

Nunca senti a mesma eletricidade de quando nossos olhares se encontraram pela primeira vez.

Flashback OFF

Foi exatamente desde daquele dia que eu, Tom Kaulitz, aquele que disse que nunca iria se apaixonar, ficou de quatro pela priminha do Listing.

Postado por: Grasiele

Substituta - Capítulo 9


[TOM’S P.O.V. ON]

Ótimo, meu dia já tinha começado uma bosta. Como assim esse Andrew tinha vindo parar na Austrália? Parece até um carrapato, tomara que a Àlex canse logo dele. Okay, ela não é assim, infelizmente. Já vi que ele a alugaria por um bom tempo, meus planos de conseguir conversar com ela tinham ido por água a baixo. Fora que eu não tinha mais nada para fazer durante o dia todo, a não ser jogar vídeo game, assistir algum filme ou dormir, e nenhuma dessas opções me deixava satisfeito. Olhei para Georg do outro lado da mesa, ele não falara nada comigo desde ontem e eu preferi não fazer nada até que a poeira abaixasse. Mas era horrível que meu companheiro de banda, meu amigo há anos, não falasse comigo. Eu sei que fiz algo muito errado, mas eu estava disposto a concertar aquilo de qualquer jeito, nem que para isso eu tivesse que conversar com a namorada dele, que nunca foi muito bem aceita por mim, Bill e Gustav. Ela era... Sem sal, não tinha uma coisa de especial naquela menina, mas no fundo eu sempre soube que o Georg tinha mau gosto; eu acho que fiz uma caridade para ele, porque agüentar aquela menina por mais de 20 minutos era impossível.
Não tinha muita coisa para fazer ali, então decidi subir e ir para meu quarto. Com certo custo, fui até o elevador que me levaria para meu andar, mas não antes de escutar a voz de Àlex. Ela colocou a mão entre a porta do elevador, para que abrisse novamente, mas ao me ver ficou paralisada. Antes que a porta se fechasse eu repeti o mesmo movimento que ela para que isso não acontecesse.

– Vai ficar aí parada? – Perguntei sarcástico. Ela balançou a cabeça e entrou. Àlex, eu, elevador. Perfeito.

Tentei me aproximar, mas ela me barrou.

– Nem tente! – Ela alertou. Segurei seu pulso aplicando pouca força.

– Por quê? – Me aproximei. – Tem medo de mim, Àlex? – Perguntei em seu ouvido.

– Nojo seria uma palavra melhor! – Rebateu. Eu ri, sabia que ela ficava balançada quando estava perto de mim, e com certeza, ela também sabia, mas não admitia de jeito nenhum.

– Nojo? Àlex, seja realista! – Brinquei.

– Tom, eu não estou brincando, sai de perto de mim! – Ela tentou novamente, mas eu a encurralei entre meus braços.

– Quem está brincando aqui? – Disse, vendo-a arregalar os olhos quando eu já estava próximo demais. Eu adorava fazê-la ficar confusa, isso acontecia, principalmente, quando eu a beijava, outra coisa que eu adorava. Ela me empurrou.

– Tá ficando maluco? Para! – Ela olhou rapidamente para o contador de andares, vendo que só faltava mais dois.

– Para você de ficar resistindo! – A empurrei contra a parede. – O que você quer que eu faça? – Segurei seu rosto para que ela me encarasse. – Quer que eu me ajoelhe e peça perdão? Porque eu não vou fazer isso! – Ela bateu em minha mão com força.

– Eu não tô pedindo pra você fazer nada! – As portas do elevador se abriram, mostrando o andar em que nós ficaríamos. Ela saiu primeiro, mas antes que ele fugisse eu segurei seu braço e a empurrei contra a parede ao lado de minha porta.

– Eu ainda quero falar com você! – Disse, perdendo a paciência.

– Mas eu não! Tô cansada de ter você me agarrando pelos cantos e depois me tratando mal. Você não é nada meu para me beijar a hora que quiser como se fosse a coisa mais normal do mundo, Tom. Pelo menos uma vez me deixa seguir minha vida feliz! – Ela tentou sair, mas a segurei.

– Feliz com quem? Com o Andrew? – Ela virou o rosto, e eu puxei-o rudemente para mim. – Eu só estou tentando fazer você perceber que não é com o Andrew que você vai ser feliz!

– E como você faz isso? – Ela me olhou com raiva. – Você destruiu qualquer reconhecimento que minha banda tivesse, mesmo sabendo que a banda é muito importante para mim. Sempre dava um jeito de passar na minha cara quantas garotas passavam por suas mãos, acha que foi fácil? Ficar vendo você com todas aquelas garotas e mesmo assim me perseguindo, destruindo minha vida aos poucos? Você não pode ficar brincando de Deus e mexer assim na vida dos outros. Como você quer que eu acredite em alguma coisa que você diz depois de tudo? – Seus olhos cheios de lágrimas me cortaram por dentro. Vê-la chorando tão abertamente estava sendo horrível.

– Eu te amo, Àlex! – Era tudo que eu precisava ter dito esse tempo todo. Essas três palavras que poderiam ter mudado tudo. Mas eu era imaturo demais pra perceber isso!

– O que? – Àlex perguntou, secando algumas lágrimas e me encarando, incrédula.

– Eu não sei mais o que fazer! – Segurei em sua cintura, ela não reagiu e eu a abracei fortemente contra mim.

– Achou sua carteira Àlex? – Ouvi a voz de Andrew atrás de mim. Eu ainda mataria aquela ameba.

– Eu ainda não fui ao quarto! – Alex me empurrou. – Já volto! – Ela saiu correndo em direção ao quarto em que estava hospedada.

– O que você pensa que está fazendo, Tom? – Andrew começou a andar em minha direção, ameaçador.

– Nada que te interesse. – Disse displicentemente. Ele me barrou quando estava tentado abrir a porta do meu quarto. – Me solta! – Exigi, soltando meu braço de sua mão.

– Escuta aqui, se eu sonhar que você está atrás da Alex, eu te mato, ouviu bem? Já não acha que a fez sofrer demais? – Eu nunca tinha o visto daquele jeito, não que eu tivesse esbarrado com ele muitas vezes, mas ele tinha cara de quem não era explosivo.

– Me matar? Quem você pensa que é para me dizer isso, huh? Porque você não para e pensa? A Àlex não te ama! Está na cara isso, só você não vê! – Eu também sabia brincar com as palavras, se ele achava que ia me amedrontar.

– Sabe de uma coisa Tom? Eu não me importo com o que você acha, porque eu sei que ela me ama de verdade. Você só fica fazendo intriga, estragando a vida dela para chamar atenção, porque nem isso ela te dá! Você acabou de dizer que a ama, e o que ela fez? Nada, exatamente. Por que ela te despreza, não está nem ai para o que você sente... Se é que sente! – Okay, ele havia vencido. Por mais que eu não quisesse admitir, ele estava certo. Àlex nunca me dera atenção, talvez por isso eu tenha feito tudo que fiz para que ela pelo menos brigasse comigo. Eu sabia que ela tinha uma coisa física comigo, sentia isso quando ficávamos muito próximos, mas era só isso, só físico, não emocional. Um dia foi, mas hoje, não, e tudo isso é culpa minha.

– Vamos? – Àlex chegou ao lado de Andrew, segurando em seu braço. Dei um sorriso amargurado, sentindo a garganta queimar.

Entrei em meu quarto, querendo quebrar tudo ao meu redor. A verdade dói, machuca demais, talvez uma dor que eu não fosse capaz de enfrentar sóbrio. Fui até minha mala e tirei de lá uma garrafa de whisky que eu havia comprado sem que ninguém visse. Estava quente, mas eu pouco me importava com isso, algumas pedras de gelo resolveriam sem problemas. Enchi um copo, tomei o primeiro gole sentindo minha garganta queimar instantaneamente, logo relaxei meu corpo sobre a poltrona confortável.


[Tom’s P.O.V. OFF]


Eu ainda não estava acreditando no que eu havia escutado sair da boca de Tom. Ou eu estava ouvindo coisas, ou ele disse que me amava. Não que isso fizesse diferença, porque, no fundo, eu sabia que era tudo fachada, mais um truque para me enganar. Mas aquele olhar suplicante, aquelas palavras pronunciadas com tanta certeza me deixaram com dúvidas. Estaria mesmo Tom falando a verdade? Eu não tinha tanta certeza, mas eu poderia conversar com ele sobre isso. Bem, do jeito que o Tom é, é bem capaz de ele não querer mais falar sobre o assunto já que eu não falara nada quando ele declarou o que sentia. Eu deveria ter dito alguma coisa, pelo menos, eu não esmagaria mais ele. Mas porque eu estava me importando? Quando eu disse que o amava, no outro dia várias fotos dele beijando a Trina naquele porcaria de festa estavam em revistas, programas, jornais. Mas por algum motivo aquilo estava me deixando maluca, e minhas esperanças de passar uma agradável tarde com Andrew tinham ido por água a baixo. Aleguei estar com dor de cabeça e pedi para voltarmos para o hotel mais cedo, ele tinha que ir a uma festa da agencia a noite, até me convidara, mas eu não poderia ir, tinha ensaio com os garotos. [Soltem a música agora]
Andrew me deixou na porta do meu quarto, prometendo ir ao show no outro dia. Me senti mal por não ter prestado atenção no que ele dissera durante o almoço, mas eu não podia fazer nada, meu pensamento estava longe dali. Alguma coisa me dizia que Tom tinha aprontado alguma, ele era mestre em fazer isso. Fui até seu quarto na ponta dos pés, pronta para dar meia volta caso visse alguém, mas ninguém apareceu. Fiquei em frente a sua porta, encostei o ouvido na mesma para ouvir algo, mas nada, um silêncio total dominava o quarto. Isso me deixou preocupada, eu sabia que ele estava ali, não podia sair e nem beber no bar do hotel, ordens de Jost. Bati levemente três vezes na porta, na esperança que ele atendesse, mas a porta continuava no mesmo lugar. Restava tentar a sorte e abrir a porta, que para tremenda sorte estava aberta. Abri-a lentamente, para que Tom não se assustasse se estivesse acordado, ou sóbrio.


– Tom! – Chamei, vendo-o levantar a cabeça, bêbado. – Argh, eu não acredito que você foi beber, de novo. Jost não havia proibido? – Tomei a garrafa de sua mão, vendo-o reclamar alguma coisa.

– Quem o Jost acha que é para proibir algo? Eu sou Tom Kaulitz! – Ele se garantiu, com um sorriso presunçoso.

– Você é um idiota, isso sim! – Joguei o conteúdo da garrafa na pia do banheiro e depois voltei ao quarto. – Você tá se destruindo!

– Claro, mamãe! – A minha vontade socar a cara dele aumentou, mas eu me controlei, seria desvantagem, ele estava bêbado.

– Eu não tô brincando, Tom! Será que você não percebe o que está fazendo? – Afastei um pouco o lençol que cobri a cama e fui até ele para ajudá-lo a deitar-se.

– Porque você não falou nada quando eu disse que te amava? – Ele perguntou, segurando meu braço, com nossos rostos próximos.

­- Porque é mentira! – Soltei meu braço de sua mão.

– Como assim é mentira? – Ele me puxou novamente, segurando-me pela nuca.

– Até parece que você, Tom Kaulitz, ama mesmo alguém que não seja você mesmo! – Tom soltou minha nuca devagar. Eu podia ver a decepção em seus olhos, sua expressão ficou vaga. Meu coração apertou por eu ter dito aquilo, tudo bem que eu até tinha motivos para magoá-lo, mas eu não conseguia.

– Eu sou tão ruim assim! – Ele perguntou sem me olhar. Respirei fundo, querendo poder mentir naquele momento, mas eu não esconderia o que ele me fez, o quão magoada eu também havia ficado.

– Você foi muito pior, Tom! – Fiquei de costas para ele. – Eu nunca entendi o porquê de você fazer tudo aquilo comigo. Todos esses anos eu me perguntava no que eu tinha errado, mas na verdade... – Virei-me completamente para ele, encarando seus olhos. – A única pessoa errada nessa história toda foi você. Será que você nunca parou para pensar no que eu sentia por você? Chegava a ser ridículo!

– Chegava? Não é mais? – Ele se levantou, mancando. – Você não sente mais nada por mim, Àlex? – Ele perguntou apreensivo, eu podia ver o medo da minha resposta em seus olhos.

Eu não podia mentir aquele momento, aqueles olhos castanhos tão próximos não me permitiam, mas falar a verdade só o deixaria mais confiante. Ele tocou meu queixo com uma de suas mãos.

– Por favor, me diga. – Ele pediu num sussurro.

– Infelizmente... – Respirei fundo, fechando os olhos. – Sim!

Nem precisei abrir os olhos, no momento seguinte os lábios de Tom cobriam os meus, num selinho apertado. Ele passou a língua por meus lábios pedindo passagem, que foi concedida, e iniciou um beijo calmo, sem segundas intenções, como a maioria de seus beijos era. Coloquei as mãos espalmadas em seu peito, sentindo-o subir descer rapidamente, e seu coração batia tão forte que eu podia sentir cada batida na palma da minha mão. Tom escorregou uma de suas mãos para minha nuca e a outra para minha cintura. Ele foi nos levando para trás, senti a beirada da cama bater na parte de trás das minhas pernas e parei o beijo.

Nobody said it was easy
Ninguém disse que era fácil,
It's such a shame for us to part
É tão vergonhoso pra nós nos separarmos
Nobody said it was easy
Ninguém disse que era fácil,
No one ever said it would be this hard
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh take me back to the start
Oh, me leve de volta pro começo

– Acho melhor não! – Olhei para a cama e para ele novamente, mandando o recado.

– Eu não estava pensando nisso – Disse sincero.

– Eu vou embora, mais tarde temos ensaio! – Levantei num pulo, mas Tom segurou-me pela cintura.

– Por favor, fique! – Ele pediu, implorando pelo olhar.

– Eu não posso, Tom. Não me peça isso agora, não me sinto bem para conversar sobre sentimentos com você e já falamos muito disso por hoje!

Antes que eu pudesse me livrar de seus braços ele me abraçou forte, como se quisesse me prender ali para sempre, mas aos poucos fui soltando seus braços de mim. Ele me acompanhou até a porta e não falou mais nada, apenas me encarava, como se esperasse que eu mudasse de idéia e ficasse ali com ele, o que não aconteceria.

– Por favor, não vai fazer nenhuma besteira! – Pedi, dando um beijo em sua bochecha e seguindo para meu quarto.

Não olhei para trás, não queria me deparar com aqueles olhos suplicantes, pedindo por atenção. No fundo, Tom só era isso, uma criança que havia crescido demais, mas que pedia por atenção a cada segundo. Talvez por isso, ele tivesse feito tudo que fez. Mas eu não queria pensar nos motivos, queria que ele me explicasse, porque a cada alternativa que eu criava, eu errava. Eu só precisava de um tempo para colocar todas aquelas revelações de Tom no lugar certo, não queria pensar em como seria daqui para frente.

Mas eu sei que não seria mais a mesma coisa!


**

Antes de ir para o ensaio procurei por Jost, precisava conversa com ele sobre uma idéia que eu tive. Não queria que Tom tivesse tempo para pensar em beber ou usar drogas, queria que ele se envolvesse mais na turnê, porque, afinal, aquele era um sonho dele também.

– Jost! – Chamei, vendo-o conversar com uma mulher loira no bar do hotel. Esse Jost não mudava. – Será que eu posso conversar com você? – Pedi, indicando a mesa ao nossa lado.

– Claro! – Sentamos. – Pode falar, Àlex! – Ele apoiou os cotovelos na mesa.

– É que eu... Eu estive pensando no que fazer para que o Tom pudesse participar da turnê. – Ele me olhou desconfiado. – Para que ele não tenha tempo para pensar em bebidas e drogas, e para que as fãs o vejam também! – Expliquei melhor.

– Isso é ótimo, mas eu ainda não sei como fazer isso! – Ele franziu o cenho.

– Bem... Ele não precisaria ficar o show inteiro, porque, até mesmo, ele não pode por causa das recomendações médicas. Mas ele podia tocar Zoom Into Me no piano, já que ele não pode ficar de pé! Assim ele não ficaria muito tempo no palco, mas também participaria do show! – Podia ver os olhos de Jost brilhando enquanto imaginava a cena. Ele sempre fora assim, sempre ficava maravilhado quando se tratava do Tokio Hotel.

– Àlex, você merece um prêmio! – Ele se esticou para alcançar-me do outro lado da mesa, dando um beijo em minha testa em seguida.

– Não precisa tanto, Jost! – Ri da ação dele, vendo-o discar algum número no celular.

– Vamos, nós temos que ensaiar. – Ele levantou me arrastando com ele. – Eu vou ligar para Tom descer para ir com a gente, ele vai adorar saber que vai poder tocar! – Eu tentava fazê-lo me soltar, mas ele era mais rápido que eu.

Os meninos já estavam a postos, esperando apenas por Tom, que estava um pouco mal por conta da bebida, mas nada demais, só um pouco de dor de cabeça; dessa vez ele não tinha exagerado, bom saber que ele tinha me escutado. Fomos até o espaço onde ocorreria o show, não era muito grande, como costumava ser os lugares onde eles tocavam, mas estava muito bom. Ensaiamos por longos minutos, até chegar a vez de Tom. Ele tinha ficado muito feliz em poder participar, mesmo que não fosse tocando guitarra, do show.
Assim que ele começou a tocar eu sai do palco, fingindo ir ao banheiro. Não queria ter que ouvi-lo tocando. Ele sempre escondera de todos que tocava piano, mas toca há muito tempo, e muito bem. Lembro-me de ficar sempre derretida ao ouvi-lo tocar, sempre tão concentrado, eu gosto do som do piano, embora nunca aprendesse a tocar. Tranquei-me no banheiro, mas ao longe podia ouvir as notas de Zoom Into Me ecoando pelo ambiente. Tentava não imaginar como ele estava tocando, como eram seus movimentos, ou como ele mexia a cabeça. Eles ensaiaram algumas vezes, testando como ficaria a sonoridade do local e quando, finalmente, pareciam ter terminado eu esperei mais um minuto e saí. Caminhei sem pressa pelos corredores que me levariam de volta ao palco, mas esbarrei com a pessoa que eu não queria ver naquele momento. Ficamos parados encarando um ao outro, sem ter o que falar, embora quiséssemos dizer muito, eu podia sentir.

– Jost me contou que a idéia para que eu tocasse foi sua! – Ele começou, com a voz calma, observando milimetricamente minha expressão.

– É, foi sim! – Abaixei a cabeça, sem graça. Jost me pagaria por contar. Sem que eu percebesse ele se aproximou.

– Eu queria agradecer. – Ele acolheu meu rosto com suas mãos. – Não sabe como isso é importante para mim, mesmo! – Quando ele estava prestes a beijar minha testa a voz de Georg rompeu o momentâneo silencio do corredor.

– O que significa isso? – Ele perguntou alterado.

– Calma Georg! – Fui em sua direção, antes que ele pensasse em fazer alguma coisa contra Tom.

– CALMA É O CACETE! – Ele segurou meu braço. – Pensei que tivesse dito pra você ficar longe dele!

– Ele só estava me agradecendo! – Me pus a sua frente para impedi-lo de se aproximar mais de Tom.

– Te agradecendo por você ser idiota o suficiente para acreditar na conversa barata dele? – Georg me afastou um pouco. – Eu vou te avisar só uma coisinha, Tom. Fica longe da Àlex, ela não é qualquer uma as quais você está acostumado a pegar por uma noite. Ela é praticamente minha irmã, eu não vou deixá-la cair de novo na sua conversa! – Georg chegou perto de Tom, apontando o dedo para seu rosto.

– Baixa a sua bola, Georg! – Tom abaixou a mão dele. – Ela não é mais criança e o assunto é só entre nós dois!

– Se você encostar um dedo nela novamente pode ter certeza que vai ter que acertar as contas comigo! – Georg me puxou pelo braço para longe de Tom.

Dessa vez eu não fiquei com medo de olhar para trás, mas me arrependi no mesmo instante ao ver o olhar desolado de Tom. Ele não podia fazer nada, aquilo tudo era culpa dele. Se pelo menos ele não tivesse aprontado aquilo da foto com o Georg isso não estaria acontecendo agora. E se eu conheço bem Georg, ele não estava brincando, ele acertaria as contas com Tom se ele se atrevesse a voltar a tentar alguma coisa comigo. Eu não poderia tirar a razão dele, Tom tinha aprontado demais, ele havia agüentado tudo aquilo porque Tom é seu amigo.

Ou pelo menos era.

Postado por: Grasiele

Substituta - Capítulo 8


Não deixei que ele prolongasse o beijo e o empurrei com toda a força que tive, podia estar um pouco alta por causa da bebida, mas não deixaria que aquele desgraçado se aproveitasse disso.

– SAI DE PERTO DE MIM, AGORA! – Gritei sem me importar com quem poderia escutar.

– Àlex, me escuta! – Ele tentou se aproximar, mas coloquei uma mão em seu peito, barrando-o.

– Eu não quero ouvir nada, me deixa em paz! – Um nó se formou em minha garganta, que queimava insistentemente.

– QUANDO VOCÊ VAI ME OUVIR? – Ele gritou dessa vez, segurando meu pulso com força, empurrando-me contra a parede.

– QUEM SABE QUANDO VOCÊ DEIXAR DE SER UM COMPLETO FILHO DA PUTA! – Libertei meu pulso de sua mão possessiva e tentei passar por ele e finalmente sair dali.

– Volta aqui! – Ele exigiu, dei uma risada sarcástica.

– Você não manda em mim! – Corri em direção à porta que me levaria de volta à boate antes que ele me impedisse de fazer isso.

Caminhei apressada por entre as pessoas, esbarrando em praticamente todos, mas não tinha cabeça para parar e pedir desculpas. Tom parecia finalmente ter entendido a palavra sozinha e parou de me seguir. Fui em direção ao carro que havia nos levado para a festa e pedi para que o motorista me tirasse dali, e ele o fez sem questionar. Encostei a cabeça na janela, vendo a cidade passar como um borrão, já que minhas lágrimas não me deixavam ver perfeitamente as ruas movimentadas da Malásia. O motorista me encarava preocupado e vez ou outra eu o olhava, sorrindo tristemente.

– A senhorita está bem? – Ele perguntou, com o cenho franzido, dividindo sua atenção entre o trânsito e me encarar.

– Tô sim! – Tentei sorrir, mas aposto que pareceu uma careta.

– Desculpa a intromissão, mas aconteceu alguma coisa grave? – Ele voltou a perguntar.

– Grave? – Dei risada. – Não, nada que eu não esperasse!

– Tem a ver com o Senhor Kaulitz, não tem? – O encarei envergonhada por até o motorista ter percebido alguma coisa, ele riu. – Eu vi como vocês se alfinetam!

– Ele é um... Argh, eu nem tenho mais palavras para definir aquele sacana. Simplesmente eu sempre me decepciono com ele. É sempre assim! Não sei por que eu ainda me surpreendo com o que ele apronta. Sinceramente, eu só espero coisas piores dele. – Balancei a cabeça negativamente.

O motorista entendeu que aquilo já não era uma surpresa pra mim e ficamos calados até chegar ao hotel, onde eu só desejava um bom e demorado banho.


[TOM’S P.O.V. ON]

E eu fiquei lá, parado no meio da multidão que contorcia seus corpos no ritmo da música. Novamente eu tinha estragado tudo, novamente eu a tinha afastado. Vi Georg se aproximar, visivelmente bêbado, e passar um braço por meus ombros.

– Vamos dançar, Tom! – Ele começou a mexer o corpo de uma forma estranha, me forçando para baixo por eu ser mais alto. Senti uma pontada no coração por ter dito aquilo para a namorada dele, afinal, ele é um dos meus melhores amigos.

– Georg, eu preciso contar uma coisa. Mas não fica com raiva de mim, tá legal? – Eu tinha que contar mais cedo ou mais tarde, e era melhor se fosse mais cedo... E antes que ele descobrisse pela boca de segundos, vulgo Àlex.

– Fala, cara! – Ele disse rindo, como se eu tivesse acabado de contar uma piada.

– Eu... – Não sei se tinha toda essa coragem de contar, mas ele ficaria sabendo, não é mesmo?! – Fui eu quem mandou... Aquela foto pra sua... Namorada! – Eu só pude ouvir o som do copo de Georg caindo no chão, depois disso só me lembro de abrir os olhos e estar no chão.

– SEU DESGRAÇADO, EU VOU TE MATAR! – Georg gritou, todos a nossa volta olharam para a cena. Logo pude ver Gustav surgindo no meio da multidão e segurando Georg, mas não antes dele acertar um chute certeiro em minha barriga. Gemi de dor, colocando os braços pressionados sobre o local atingido e não pude ver mais nada, fui apagando aos poucos.


[TOM’S P.O.V. OFF]


Já estava a mais de trinta minutos dentro da banheira, a ponto de estar quase dormindo devido à água morna e ao cheiro de lavanda dos sais de banho. Meu corpo estava completamente relaxado e meus olhos não conseguiam ficar abertos, porém, o aperto em meu peito era tão grande que me deixava angustiada, e um pouco desesperada por não poder parar aquilo. Porque eu não podia simplesmente fazer como o Tom e não me importar com o que eu fizesse? Ele fazia o que queria, a hora que queria e ainda brincava com os outros como se fossem marionetes em suas mãos. Mas não, eu tinha que ficar pensando no que ele havia feito na boate e no quanto eu havia ficado magoada. Eu não podia. Não podia porque simplesmente ele não é nada meu, nem mesmo meu amigo, para que estivesse tão obcecada. Eu tinha que esquecê-lo, tinha um namorado perfeito, amigos ótimos e se os meninos cumprissem o que havia me prometido, um produtor também. O que mais eu poderia querer? Nada, exatamente. Infelizmente meu coração não funcionava da mesma forma que minha mente, e eu passava o tempo assim, pensando no que Tom fazia pra me machucar, sendo que eu sempre tentava estar perto dele de alguma forma.
Acho que apaguei durante alguns minutos, só despertei quando ouvi alguém batendo na porta do meu quarto. Saí da banheira e me cobri com o robe extremamente branco e bordado com o logotipo do hotel. Abri a porta rapidamente e dei de cara com Georg com um braço apoiado nos ombros de Gustav.

­- O que aconteceu? – Perguntei preocupada, enquanto ajudava Gustav a colocar Georg em minha cama.

– Eu não sei direito o que o Tom falou pro Georg, mas só sei que ele ficou transtornado e deu uma surra nele! – Gustav explicou.

– Essa não! – Coloquei a mão na testa e outra na cintura, andando de um lado para o outro no quarto. – Tomara que o Georg não se lembre de nada amanhã, se não eu temo o que ele pode fazer com o Tom. – Respirei fundo.

– Mas o que foi? – Ele perguntou preocupado.

­- Depois eu explico tudo melhor pra você. Ou talvez não, se ele se lembrar de alguma coisa! – Apontei para Georg, que parecia dormir.

– Será que você poderia cuidar dele? É que a gente tá tendo que cuidar do Tom, por causa da surra e do Bill, por causa da bebida também! – Gustav fez careta. Sorri.

– Nem precisa se preocupar, eu cuido dele! – Observei Georg desmaiado em minha cama e me lembrei da noite em que Tom estivera em meu quarto, também bêbado. – Acho que estou ficando expert em cuidar de bêbados! – Dei uma risada triste.

– Como? – Gustav perguntou confuso.

– Nada, só pensei alto! – Acompanhei Gustav até a porta e me despedi dele, voltando para cuidar de Georg.

Tentei acordá-lo, ele precisava de um banho gelado e um pouco de café. Liguei para o serviço de quarto e pedi que entregassem café bem forte em meu quarto, pelo visto ele não seria o único a ter que tomar, apesar do banho ainda me sentia um pouco sonolenta por causa da bebida, mas não chegava a estar bêbada. Arrastei-o até o banheiro e o ajudei a livrar-se das roupas e o coloquei para tomar banho enquanto atendia a camareira e pegava o café. Mesmo de robe fui até seu quarto – que não era distante do meu - pegar uma muda de roupa para que ele vestisse quando terminasse o banho. Voltei para o quarto e dei-lhe a roupa, enquanto ele se vestia coloquei o café em uma xícara para ele, e assim que saiu o dei. Lembrei que ainda precisava de um banho para me livrar da espuma – que agora apesar de seca, estava grudando – dos sais de banho. Tomei um banho rápido e quando voltei para a suíte Georg já estava no sétimo sono. Sorri fracamente e o cobri, dando-lhe um beijo em sua testa, como ele fazia quando eu era pequena e acabava dormindo antes do filme terminar, em sua casa. Ver Georg daquele jeito era muito ruim, ele não era uma pessoa de encher a cara a ponto de precisar de ajuda depois, ele sempre fora muito responsável nesse ponto. Isso só fazia com que eu me lembrasse do que Tom havia feito, novamente ele só estava pensando em si mesmo, nunca nos outros. Ele não parou para pensar em como aquela foto poderia acabar com o namoro de Georg, mesmo sendo mentira, porque só uma pessoa muito maluca como ele poderia pensar que havia alguma coisa entre mim e o Georg. Ele era como meu melhor amigo, meu irmão mais velho que eu nunca tive, ele sempre me protegeu, mas mesmo sem perceber eu o protegia mais ainda. E Tom conseguiu deixar uma das pessoas mais fortes que eu conhecia sem defesas. Porque ver Georg deitado em minha cama como uma criança que caiu da bicicleta, ralou o joelho e depois de tanto chorar pegou no sono, era horrível.
Depois de tomar meu café, visto que Georg ocupava grande parte de minha cama, por estar deitado de mau jeito, a única opção que eu tive foi deitar no pequeno sofá ao lado da cama. Não seria um resto de noite muito bom, mas eu não tinha escolhas, só teria de me preparar para amanhã embarcar para Melbourne na Austrália.


Acordei com o despertador do meu celular tocando Highway to Hell do AC/DC. Georg parecia nem ter escutado nada e continuou dormindo feito pedra. Levantei-me e fiz minha higiene matinal, enquanto Georg dormia arrumei minhas coisas para a tarde embarcarmos. Depois de alguns minutos achei que já estava na hora de chamá-lo para que pudesse arrumar suas coisas também, do jeito que ele é desorganizado era bem capaz que estivesse tudo fora do lugar.

– Georg, está na hora de acordar. Precisa arrumar suas coisas! – Disse calmamente. Ele apenas se remexeu na cama e reclamou. Revirei os olhos e continuei a cutucar-lhe até que ele se irritasse e acordasse de uma vez por todas. Depois de dois minutos tentando acordá-lo e ouvir minha mãe – a propósito, tia dele – ser xingada de alguns nomes não muito bonitos, ele acordou.

– Que dor de cabeça do inferno! – Ele reclamou, colocando as mãos na cabeça e com uma expressão de dor. Fui até minha bolsa e peguei uma aspirina.

– Toma. – Entreguei-lhe e peguei uma garrafa de água no frigobar. –Não reclama, você bebeu por que quis, e além do mais dormiu mais que eu. – Reclamei.

– Eu não me lembro de quase nada. – Soltei um suspiro aliviado. – Só de... – Ele parou no meio da frase, como se lembrasse de alguma coisa. Minha garganta secou e eu prendi a respiração por alguns segundos, Georg fechou as mãos em punho e levantou-se num pulo indo em direção a porta. Segurei seu braço, vendo seu maxilar travado de raiva e sua respiração acelerada.

– Georg, calma! – Pedi, temendo que ele desse outra surra em Tom.

­- CALMA? – Ele gritou. Tomei um leve susto e devido a minha expressão assustada ele abaixou seu tom de voz. – Ele não podia ter feito isso! O que ele é? Uma criança de 5 anos? Porque ele fez isso? Eu não entendo! – Ele passou uma mão no rosto, irritado. Toquei seu ombro e o abracei em seguida.

Eu sabia bem porque Tom tinha feito aquilo, mas me recusava a acreditar. O que ele havia me dito ontem poderia ser verdade?

– EU QUERIA VOCÊ!

A cena da garota sentada em seu colo na boate me acertou em cheio, ele não podia sentir nada por mim, além é claro, de querer me levar pra cama - isso já era evidente - mas só porque eu havia ferido seu ego quando o recusei, mais de uma vez. Mas eu nunca contaria isso a Georg, é claro, se não ele nunca admitiria que Tom sequer olhasse para mim e eu não queria mais um motivo para que esses dois brigassem. Soltei Georg aos poucos de meu abraço, o conhecia muito bem para saber que ele precisaria de alguns minutos sozinho para esfriar a cabeça. Ele saiu de meu quarto e antes de ir me deu um beijo na testa, sorri, vendo-o seguir para seu quarto e quando estava prestes a entrar no meu, ouvi uma voz conhecida se pronunciar.

– Pela cara de sono dos dois a noite foi muito boa, certo? – A voz carregada de sarcasmo de Tom ecoou pelo corredor extremamente silencioso. Virei para ele, com a expressão mais calma que encontrei, ele me pagaria por ser tão imbecil.

– Você não sabe como! – Debochei e entrei no quarto, vendo sua expressão beirando o terror. Sorri falsamente e fechei a porta.

Ele queria jogar baixo e machucar as pessoas? Ótimo. Mas eu o faria aprender qual é o seu lugar. Deixei os pensamentos vingativos de lado para não esquecer nada no hotel quando fossemos embora, me preparei para entrar naquele avião e enfrentar aproximadamente 8 horas de vôo.


Melbourne – Austrália

Chegamos ao hotel em Melbourne as 01h30min da madrugada, devido ao tempo que demoramos para sair do aeroporto na Malásia, os fãs, repórteres e o atraso rotineiro da companhia aérea. Dessa vez eu nem tive que olhar para a cara de Tom, já que ele havia sentado bem longe de mim e de Georg, que sentou ao meu lado. Dessa vez eles pensaram em tudo para que não desse briga, Georg sentava comigo, porque tínhamos ‘desentendimentos’ com Tom, Bill e Gustav sentavam com Tom para que ele não aprontasse. Tinha funcionado, a viagem foi tranqüila e a chegada ao hotel também, apesar de todos estarem dentro do mesmo carro. Tínhamos que nos concentrar daqui pra frente nos shows, em Melbourne faríamos três, por ser uma nova cidade na lista, mas acredite, vários fãs esperavam os meninos no aeroporto. Eu praticamente não tinha dormido no avião, então a primeira coisa que eu fiz foi jogar a mala em um canto qualquer do quarto, trocar de roupa e dormir.



– Serviço de quarto! – Ouvi alguém dizer do outro lado da porta com uma voz forçadamente fina. Franzi o cenho, não havia pedido serviço de quarto. Olhei pelo olho mágico, mas a pessoa estava de cabeça baixa e com um chapéu de camareira. Abri cautelosamente a porta, e assim que o fiz a pessoa levantou a cabeça.

– O que está fazendo aqui? – Perguntei surpresa.

– Não vai me convidar pra entrar? – Andrew perguntou divertido. Sorri e pulei em seus braços, colocando minhas pernas em volta de sua cintura.

Ele caminhou comigo para dentro do quarto e fechou a porta. Caímos na cama dando risada.

– Seu maluco, o que está fazendo aqui? – Perguntei incrédula.

– Tive uma proposta aqui em Melbourne para algumas fotos, e eu descobri que você estaria vindo pra cá, então, uni o útil ao agradável! – Ele sorriu, tirando o chapéu branco e azul escuro.

Às vezes eu esquecia que Andrew era modelo, não por ele não fazer isso sempre, mas porque era muito normal ver fotos dele em outdoors em Los Angeles, já tinha se tornado normal pra mim isso. Aliás, não só ele, Peter também é modelo e às vezes eles trabalham juntos. Deitamos um de frente para o outro e ficamos nos encarando por alguns segundos com sorrisos idiotas nos rostos, era maravilhoso ter a presença de Andrew, me fazia esquecer um pouco as coisas que andavam acontecendo ultimamente. Abracei-o de mau jeito, senti seu coração disparar e um sorrisinho convencido surgiu em meu rosto, isso sempre acontecia quando eu estava perto dele, acho que ele nunca notou que eu percebia. Suas mãos seguraram minha cintura e me apertaram mais contra ele, enterrei meu rosto em seu pescoço, sentindo aquele perfume emadeirado que só ele tinha.

– Senti tanto sua falta! – Ele declarou, beijando meu pescoço. Me arrepiei e sorri um pouco por sentir cócegas.

– Você não sabe o que eu passei aqui sem você! – Foi a minha vez de dizer.

Ele rolou na cama, ficando por cima de mim. Ele não precisava dizer mais nada, seu olhos diziam tudo, o brilho neles me deixavam impressionada. Andrew se apoiou na cama com os cotovelos, enquanto seus lábios cobriram os meus em um beijo calmo, sem pressa, mas cheio de desejo e saudade. Tudo com Andrew era mais calmo, mais intenso e era isso que eu mais amava nele, essa despreocupação, ele me fazia esquecer de tudo ao meu redor quando me beijava. Suas mãos adentraram minha camisola, acariciando cada parte de meu corpo que ele alcançava, apertando de um jeito bom e a levando para cima, sem pressa. Ele intercalou nossas pernas, ajudando-me a tirar a camisola. Seus lábios começaram a beijar meu pescoço, enquanto eu tentava, sem sucesso, abrir os botões de sua camisa. Andrew parou de me beijar e se afastou um pouco, o suficiente para que eu conseguisse finalmente o livrar de sua camisa. Com uma mão ele passou a acariciar um de meus seios, enquanto que com seus lábios ele cobriu o outro, beijando carinhosamente. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, enquanto ele descia os beijos por minha barriga, chegando ao meu ventre, onde ele parou e colocou os dedos na barra de minha calcinha – única peça que ainda me mantinha vestida. Antes que ele pudesse voltar a me beijar, levei as mãos até a braguilha de sua calça, abrindo-a. Ele me ajudou a abaixar sua calça, levando junto sua boxer, mas não antes de pegar a camisinha no bolso. Andrew começou a beijar a aparte interna de minha coxa, eu segurei o lençol da cama, soltando um leve gemido quando ele atingiu minha intimidade. Seus movimentos eram lentos, fazendo-me apertar as pernas em volta de seu pescoço e aos poucos, ouvindo meus gemidos estrangulados, ele parou. Olhei-o, quase o reprovando por parar justo naquele momento, mas ao encontrar seus olhos faiscantes e cheios de desejo um sorriso admirado surgiu em meu rosto. Andrew colocou a camisinha, antes de deitar-se sobre mim, apoiando-se nos cotovelos no colchão para não soltar seu peso sobre mim. Entrelacei as penas em sua cintura, sentindo-o me penetrar lentamente. Joguei a cabeça para trás, mas ainda sentindo o olhar de Andrew sobre mim, concentrado. Ele aproximou mais nossos corpos, beijando meu pescoço caprichosamente. Com uma mão ele segurou meus cabelos, já com a outra segurou minha cintura, apertando firmemente. Seu ritmo foi ficando mais rápido conforme nos aproximávamos do clímax, o que não demorou a acontecer. Com um último gemido me joguei contra a cama, Andrew caiu por cima de mim, rolando para o lado em seguida e puxando-me para ele.



Ficamos no quarto até a hora do almoço, quando Andrew me convidou para comermos juntos, o que eu não recusei. Antes de sairmos fui falar com os meninos que eu iria almoçar fora, para que eles não ficassem preocupados.

– Àlex! – Saldou Bill.

– Oi meninos! – Falei animada, mas logo desmanchando o sorriso ao ver a cara de espanto de Tom quando viu Andrew.

– Andrew, o que está fazendo aqui, cara? – Georg perguntou surpreso, mas logo levantou-se para cumprimentar Andrew. Os dois engataram uma breve conversa.

– Sentem-se, almocem com a gente! – Convidou Jost.

– Não, obrigada. Nós vamos almoçar fora! – Abri um enorme sorriso, e vi Tom fazer careta.

– Até aqui ele tem que aparecer! – Ouvi Tom sussurrar para Bill, que lhe deu uma cotovelada.

– Nós já vamos, tchau! – Entrelacei meus dedos aos de Andrew e segui para a saída do hotel.

Postado por: Grasiele

Substituta - Capítulo 7


Acordei as 09h00min da manhã, morrendo de sono. Por algum motivo estava me sentindo um lixo e não queria ver a cara de ninguém. Lembrar-me do que eu deixava Tom fazer, do modo como eu tinha deixado me levar por suas caricias, suas palavras. Andrew não merecia nada do que eu estava fazendo com ele, e eu me sentia completamente culpada por estar confusa.
Desci para o café, sem a menor vontade de dar de cara com os meninos, muito menos com Tom, que para minha sorte não estava lá, provavelmente com ressaca. A cara dos meninos não era de longe a melhor coisa de se ver, e Jost parecia preocupado, constantemente passando a mão pelos cabelos e bufando.

– O que aconteceu? – Perguntei ao me sentar ao lado de Georg.

– Olha isso! – Georg me passou o notebook onde eu vi o site do TMZ, meu queixo caiu por um instante.

Uma foto enorme do momento em que Tom acertou o tapa em meu rosto, e outra onde eu estava agarrada a uma perna de Georg, segurando-o para que ele não matasse Tom, e por último a que eu acertei o queixo de Tom com um soco.

‘Com certeza uma das coletivas de imprensa mais “animadas” da história da música, e é claro que o Tokio Hotel é o protagonista dessa história, juntamente com a substituta do guitarrista, Tom Kaulitz, a Àlex Listing. Parece que eles não aprenderam a resolver a DR em casa e fizeram isso em frente a mais de trinta câmeras e jornalistas. Não é a primeira vez que a banda Alemã aparece em destaque nas revistas, jornais e sites; Tom Kaulitz freqüentemente vem sido alvo dos flashes, seu estilo de vida parece ter mudado de algum tempo pra cá, ele substituiu as noitadas com várias mulheres por noitadas com muito álcool, mas é claro que ele tem algum motivo, certo? E parece que esse motivo atualmente anda tocando em seu lugar na banda. Sua ex-namorada, Àlex, afirma: “Somos muito diferentes”, e ainda completa: “Na verdade eu tenho um namorado, Andrew!”. Acho que isso não agradou muito ao guitarrista que tem fama de garanhão, será que ele não admitiu ser trocado?’

Ótimo, era tudo que eu precisava. DR? Pelo amor de Deus, eu nem tenho nenhum tipo de relação com Tom, bem... Pelo menos nenhum relacionamento que eu queira. Jornalistas podem ser BEM inconvenientes quando querem. O que Andrew diria quando soubesse? Los Angeles em peso saberia disso, eu aposto. E eu estaria ferrada.

– Ainda tem mais! – Georg disse, meio irritado, digitando alguma coisa no notebook e virando-o para mim novamente.

Dessa vez o site do E! Online preenchia a tela, contive a vontade de lançar o notebook na parede quando vi a foto que introduzia a noticia; havia sido o primeiro show do Iron Maiden que eu fui, estava eufórica por ver Dave Murray – um dos meus guitarristas favoritos – pela primeira vez, fora que a banda é incrível. Tom estava comigo e havia insistido em tirar uma foto para guardar aquele momento para sempre. Eu estava tão feliz que meu sorriso me assustou um pouco, e mesmo que Tom não gostasse tanto da banda, estava feliz também e isso tinha aumentado mais ainda minha admiração por ele – na época, claro!

‘Um namoro relâmpago que começou quando, Tom Kaulitz, tinha 14 anos e, Àlex Listing – prima do baixista Georg – tinha 15. Tão rápido começou, rápido terminou. A fama pode ter atrapalhado, já que eles namoravam firme antes de sucesso repentino da banda Alemã? Talvez, mas ao que parece o guitarrista não gostou nem um pouco da declaração da ex:Eu. Não. Te. Amo. Seu retardado egocêntrico!”, foi o ponto decisivo para ele acertar um tapa no belo rosto da loira, que se desequilibrou e caiu sentada no chão. Mas a história não acabou por ai, Georg Listing, irritado pela ação do amigo, tentou iniciar uma briga calorosa, mas foi impedido por Àlex. Bem, talvez ela não queria que seu ex – ou talvez ainda – amado levasse uma surra, bonito não? Não, porque ela mesma se encarregou disso acertando um soco no rapaz e saiu correndo da coletiva.’

Preciso comentar que a foto me irritou, tanto quando a primeira? Eu não me sentia bem continuando a ler, mas minha curiosidade me matava.

‘A loira, além de ser bela, é ótima guitarrista, sendo a escolhida para substituir – feliz ou infelizmente – seu ex.Já Tom pareceu não se contentar em ser substituído devido ao seu recente acidente de carro que lhe rendeu uma perna imobilizada, dificultando assim sua locomoção no palco. Mas ao que pareceu a todos os presentes naquela coletiva, ele não estava irritado por ser substituído, e sim, por ser “trocado” pelo atual namorado da loira, que segundo ele é um “franguinho”. Será mesmo que ele já a esqueceu, ou está fazendo isso por puro orgulho de ter sido chutado, já que a própria Àlex terminou com ele? Segundo ele, a guitarrista ainda o ama, mas ela mesma disse: “Somos muito diferentes”. Os opostos se atraem, não é mesmo? Como o atual namorado dela (Andrew) se sente sabendo que Tom está tão próximo assim da namorada? Não deve ser fácil, até mesmo porque a fama de ‘pegador’ do guitarrista pode assustar um pouco. Bom, esperamos que eles possam resolver todas essas divergências entre eles, e quem sabe a chama do romance não pode se reacender?’

Chama do romance? Ridículo. Que tipo de pessoa perde tempo pra escrever sobre a vida dos outros desse jeito? Fora que eles surgiram com coisas absurdas. Como assim Andrew se sente ameaçado? Tom está se vingando de mim por eu ter terminado com ele? É, talvez a segunda pergunta pode até ser mesmo feita, mas isso não quer dizer que eles podem se meter assim nesses assuntos. Vi mais algumas fotos da coletiva, e da tremenda confusão que aconteceu.

– Eu não acredito nisso! – Coloquei as mãos no rosto, tentando fazer com que os problemas acabassem.

– Olhem, olhem! – Jost disse, apontando para a televisão do hotel, onde passava um programa sobre famosos. Eu não precisava mais disso.

– Parece que a substituta do guitarrista, Tom Kaulitz, da banda Alemã Tokio Hotel, Àlex Listing, anda sofrendo bastante na mão do ex-namorado. A coletiva de imprensa ficou tensa quando ela declarou que não o amava mais e ele se descontrolou, dando um tapa em seu rosto. Será que foi demais pra ele ser trocado, logo ele que sempre fora o conquistador da banda? – A apresentadora sorriu. – Aí vai a opinião de algumas fãs...

– Ela é uma vadia, achei bem feito ele ter dado um tapa da cara dela. Essa Àlex só quer conseguir fama com ele! – Uma fã revoltada comentou, ao seu lado havia outra fã.

– Desde que eles namoravam ela fica aparecendo na mídia por causa dele, se não fosse o Tom essa vaca nunca seria conhecida com a banda de merda dela!

Deixei meu queixo cair alguns centímetros, sentido meus olhos queimarem intensamente. Georg percebeu meu inicio de crise e segurou minha mão.

– Quer sair daqui? – Ele perguntou calmo.

– Quero! – Respondi baixo. Os meninos me olhavam com pena. ARGH, EU DETESTO PENA.

Sequei a lágrima que insistia em cair e me levantei, sendo seguida por Georg. Nos dirigimos até a piscina privativa do Hotel – coisa chique. Ele pediu que não deixasse ninguém passar, e eu me senti muito melhor. Sentei na esteira e fiquei encarando a água da piscina se mover lentamente, Georg sentou ao meu lado.

– Vamos cair? – Ele perguntou, sapeca. Eu ri e dei um tapa de leve em seu braço.

– Eu não tô de biquíni! – Ele alargou o sorriso e antes que eu pensasse em alguma coisa, ele me pegou no colo e correu até a piscina, jogando-se comigo dentro.

Após voltar a superfície da água, senti meu short e minha regata colarem ao meu corpo. Ele riu mais ainda, jogando água em mim.

– Georg seu idiota, estou toda molhada! – Reclamei, porém rindo. Ele sabia o que fazer para não me ver chorar.

– Eu sei que você gostou! – Ele disse orgulhoso.– E você não está mais chorando! – Riu docemente, não pude fazer nada a não ser sorrir também.

Após algum tempo sem falar nada, apenas encarando a água, ele decidiu quebrar o silencio.

– Sua banda não é uma merda, e você não está “famosa” – Ele fez as aspas com os dedos. – por causa do Tom. Aposto que se você nunca tivesse namorado com ele, agora sua banda seria um sucesso, mas você não me escutou quando eu disse que ele não era pra você! – Ele bufou irritado.

– Eu deveria ter te escutado mesmo, Georg. Você só queria o meu bem, mas eu achava que nunca mais iria encontrar algum como Tom. Ele era legal, mas depois se tornou meu pesadelo! – Abaixei a cabeça, pensando em tudo que Tom já me fizera.

– É, deveria mesmo! – Ele retrucou emburrado. – Mas eu sei uma coisa que você pode fazer! – Georg disse pensativo.

– O que? – Perguntei curiosa.

– Se divertir! – Ele não esperou que eu respondesse e jogou água em meu rosto, logo após me levantando pela cintura e me jogando na água. Afundei, com uma tremenda vontade de rir, mas me segurei. Assim que voltei a superfície fui para cima dele, o afundando também. Ele me segurou pela cintura e me puxou para baixo da água, junto com ele, mas antes de submergir pude ver uma pessoa que eu não queria... Tom.


[TOM’S P.O.V. ON]

Entrei na piscina privativa, contrariando o segurança que havia pedido para que eu não passasse. Ordens do senhor Listing, ele disse. Foda-se o Senhor Listing, eu sou Tom Kaulitz e faço o que quiser, a hora que quiser. Assim que entrei me deparei com uma cena idiota, Àlex e Georg brincando na piscina. Estava pronto pra falar alguma coisa, quando Georg puxou Àlex pela cintura a afundou junto com ele. Eles ficaram algum tempo brigando no funda da piscina, mas na verdade parecia mais uma pegação, isso sim. Claro, porque eu ainda tinha alguma dúvida? Aqueles dois tinham alguma coisa, estava na cara pra quem quiser ver, só os tapados do Bill, Gustav e Jost que não viam isso. Ah, mas eu contaria isso pra namorada dele, o Georg que se preparasse. Encolhi-me no canto da parede, pronto pra tirar uma foto e enviar pra namorada do Georg, e foi exatamente isso que eu fiz. Àlex tinha feito alguma coisa contra Georg, e ele a encurralou na beirada da piscina, falando alguma coisa pra ela, como: ‘Peça desculpas’, tão típico de idiotas. Ele se aproximou mais dela, colando aquelas mãos asquerosas na cintura que um dia ME pertenceu, ele me pagaria por isso. Meu sangue corria a todo vapor em minhas veias, senti meu coração acelerar e querer parar repentinamente, minha vistas ficaram escuras por um segundo e minhas mãos tremiam, mas mesmo assim consegui tirar uma boa foto, e do ângulo que eu estava parecia que ele a estava beijando. Perfeito. Ele nunca mais se meteria com a mulher dos... Er... Ele nunca mais trairia a namorada, ainda mais com a prima. Salvei a foto e saí a passos largos de volta para meu quarto.

[TOM’S P.O.V. OFF]


Após algum tempo na piscina com Georg, subi tirando minha roupa completamente molhada e tomei um banho demorado. Aproveitei que ainda tinha um tempo para descer pro almoço e liguei para Andrew, e nem me importei com o fuso-horário, eu precisa que ele soubesse de tudo.

– Andrew? – Perguntei, assim que ouvi o celular ser atendido.

– Àlex! – Ele disse surpreso, mas com um tom de deboche, ele sabia de alguma coisa, mas era muito bom ouvir sua voz.

– Estou com tantas saudades! – Não era mentira, eu estava mesmo. Ele riu debochado, me fazendo franzir a testa.

– Você acha que eu sou idiota ou o que? – Ele perguntou azedo. – Àlex, eu vi na internet e nos programas sobre a coletiva desastrosa. EU DISSE PRA VOCÊ NÃO IR! – Ele gritou.

– Eu sei, Andrew, mas... – Ele me interrompeu.

– Mas o que? Você vai ficar apanhando de graça? Sendo humilhada por aquele filho da puta? – Ele respirou fundo. – Por Deus, Àlex! Será que você não percebeu que eu me importo com você? Eu te amo, e não quero ver você perto desse desgraçado. Deixa só ele chegar aqui em Los Angeles que ele vai aprender a não bater em mulher, muito menos NA MINHA MULHER! – Senti uma pontada no coração, e um sorriso idiota surgiu em meu rosto pelo ‘minha mulher’.

– Eu sei, Andrew. Você não sabe o que eu estou passando, mas eu tenho uma novidade! – Disse um pouco baixo, apesar da empolgação de lhe contar logo sobre o produtor que os garotos arrumariam.

– O que foi? – Ele perguntou displicente. Contei-lhe tudo que havia acontecido – quase tudo, omiti as partes em que o Tom tentou me pegar de alguma forma.

– Por isso eu ainda estou aqui! – Respirei fundo, mordendo o lábio inferior, esperando por uma resposta.

– Nenhum empresário no mundo vai pagar a humilhação que você está passando, amor! – Novamente o sorriso idiota surgiu em meu rosto. – Eu queria que você estivesse aqui, onde eu posso te proteger do resto do mundo, principalmente do Tom! – Ele disse calmo.

– Eu sinto tanto sua falta, mas eu estou fazendo por nós dois e pelo, Peter e a Jude! Eu sei o quando nós lutamos para ainda estarmos juntos, eu não vou desistir por nada, Andrew! – Disse convicta, ele suspirou derrotado.

– Tudo bem, Àlex. Mas me promete que não vai deixar o Tom chegar perto de você! – Um aperto no coração me deixou sem fôlego, eu queria muito prometer aquilo a Andrew, mas alguma coisa me dizia que Tom não desistiria, ele não me deixaria em paz.

– E-eu prometo, Andrew! – Disse sem nem um pouco de convicção, mas Andrew pareceu se contentar.

– Eu te amo! – Ele declarou, com uma voz doce, porém sexy. Mordi o lábio inferior, mas dessa vez eu estava imaginando o rosto provocante de Andrew, arqueando uma sobrancelha e sorrindo de lado.

– Também te amo! – Suspirei. – Muito!


A noite chegou muito rápido, e com ela a festa de, digamos, inauguração da tour mundial. Não estava com muita vontade de ir, mas os meninos insistiram para que eu fosse, e também eu preciso de uma festa, precisava me divertir um pouco. Vesti-me e fui ao encontro dos meninos no saguão do hotel, onde todos já estavam, inclusive Tom, que me olhou esquisito e depois virou o rosto. Ótimo, estava pouco me fodendo pela atenção dele. Novamente demoramos um pouco para sair do hotel, a quantidade de fãs na porta era enorme, o que dificultou a nossa saída, mas não foi por muito tempo. Conversei com os meninos durante todo o trajeto até a boate alugada para a festa, que já estava cheia quando chegamos, e muitas fãs haviam sido escolhidas para participar também. Eu queria esquecer os problemas por algumas horas, e para minha sorte Tom nem tentava falar comigo, o que me ajudava bastante a manter minha promessa a Andrew.
Peguei um coquetel e segue para a pista de dança, onde Georg já parecia alto, alguma coisa de errado aconteceu. Cheguei perto dele, que dançava incansavelmente com uma bebida na mão.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntei em seu ouvido, devido ao barulho da música. Ele abaixou a cabeça e riu sarcasticamente.

– Adivinha quem é o mais novo solteiro da banda? – Ele respondeu em meu ouvido, gritando mais do que o recomendável, mesmo que a música estivesse muito alta. Abri a boca, vendo sua expressão de derrota.

– O que aconteceu? – Perguntei, arrastando-o para um canto da boate. Ele me abraçou forte.

– Ela me deixou, Àlex. Minha namorada terminou comigo por causa de uma foto que tiraram da gente na piscina hoje! – Ele se afastou e eu pude ver seus olhos lacrimejando.

– Mas quem fez isso? Ninguém podia passar pelo segurança, você... – Parei no meio da explicação, vendo do outro lado da boate, Tom com uma garota sentada em seu colo. É claro que ele faria aquilo, não é mesmo? E o segurança só deixaria passar alguém que nós conhecêssemos muito bem, ou seja, Tom. Fechei a mão em punho, morrendo de vontade de ir até ele, e foi o que fiz. – Espera aqui, Georg. Eu já volto! – Toquei seu ombro e segui discretamente até onde Tom estava.

Quem ele pensava que era pra fazer isso? Ele tinha passado dos limites, e ia ter que me explicar tudo direitinho. Preferi nem contar sobre minha descoberta para Georg, não queria que ele matasse Tom, pelo menos não agora. Parei a sua frente colocando a mão na cintura, ele me encarou com desdém e voltou a beijar o pescoço da garota no seu colo, virei o rosto enojada com toda a situação. Cutuquei-lhe o ombro e ele deu um leve tapa em minha mão. Perdi a paciência e empurrei a garota de seu colo, que caiu sentada no sofá onde só os dois estavam sentados.

– Desculpa, querida. – Sorri falsamente. – Preciso conversar um pouquinho com ele. – Apontei para Tom. Ela fez careta e sentou-se melhor no sofá, mostrando que não sairia dali. – Será que você poderia dar licença? – Perguntei irritada.

– Ela fica! – Tom sorriu sarcasticamente, vitorioso. Sorri para ele, com vontade de acerta-lhe um soco.

– Tudo bem, eu não queria te deixar sem graça na frente de outras... – Olhei para a garota grudada ao braço dele, que estava com um vestido tão curto que mais parecia uma blusa tomara-que-caia. Fiz careta. – Pessoas. – Disse a contragosto. – Mas já que insiste!

– Pode começar! – Ele disse, fazendo cara de sério, como se esperasse uma coisa muito importa. Na verdade, seria mesmo.

­- Quando é que você vai parar de estragar a vida dos outros, huh? Não é porque você tem uma vidinha limitada, que envolve pegar garotinhas fúteis... – Olhei para a garota, que estava de boca aberta. – Beber, fingir que é o maioral, que você pode simplesmente se meter na vida alheia desse jeito! – Tom me encarou irritado.

– Não sei do que está falando! – Ele respirou fundo, passando um braço por cima dos ombros da menina, dando um beijo sensual no canto de sua boca. Ele queria brincar? Ele só não sabia que eu sempre ganharia. Apoiei as mãos em seus joelhos, inclinando-me para frente até poder sentir sua respiração descompassada batendo em meu rosto.

– Claro que sabe! – Disse calma e sensualmente. – Ou não me diga que não foi você quem tirou a foto da piscina, onde eu e Georg estávamos... – Sorri sarcasticamente. – Brincando? – Ele segurou um de meus pulsos como se quisesse me afastar, mas não fez nada, com o olhar indeciso entre meus olhos e minha boca tão próxima da sua.

– Eu sei o que vocês estavam fazendo! – Ele sorriu infantilmente. – Só não poderia deixar a coitada da namorada do Georg ser enganada. – Ri alto e ele me encarou surpreso.

– Até parece que você estava mesmo preocupado com a namorada dele, você nem sequer conversava com ela. – Aproximei minha boca de seu ouvido, empurrando a garota para longe. – Você só se importa com você, só com você! – Mordi o lóbulo de sua orelha, sentindo-o estremecer e colocar a mão em minhas costas numa tentativa inútil de me puxar para si. Coloquei uma mão em seu peito, impedindo-o de me puxar. – É por isso que eu nunca vou ser sua, Tom, porque você não se importa com nada além das suas necessidades, seus desejos e nunca ao contrario. Por isso você tem que conviver com garotas desse tipo... – Apontei para a garota ao nosso lado, que assistia a tudo um tanto quanto revoltada, pobrezinha. Me afastei de Tom repentinamente, fazendo ficar um pouco tonto. Há, eu sabia o que fazer para deixá-lo irritado.

– Engano seu, Àlex! – Ele me puxou pelo pulso. – A questão é que eu não preciso de você! – Ele riu maligno, me empurrando com força em seguida e puxando a garota para seu colo, fazendo-a sentar com uma perna de cada lado de seu corpo, beijando-a em seguida.

– Àlex, veeem dannçaaar! – Georg apareceu ao meu lado animado, animado demais, bêbado. Mas eu poderia aproveitar um pouco, certo? Claro. Tom não precisava de mim? Isso é o que nós vamos ver.

Peguei o copo de Whiskey da mão de Georg e virei num só gole, sentindo a garganta reclamar um pouco, mas apenas fiz uma careta e puxei Georg pelo braço para o meio da pista de dança. Nesse exato momento começou a tocar ‘Womanizer’ da Britney Spears, ah, isso seria perfeito. [N.A.:solte a música] Olhei para Tom beijando a garota de um jeito desesperado, olhando pra mim. Estava sendo boazinha demais com aquele filho da mãe, se ele se acha a última gota de água no deserto, quebrou a cara.

Superstar
Super astro
Where you from, how's it going?
De onde você vem, como vai indo?
I know you
Eu conheço você
Gotta clue, what you're doing?
Me dê uma dica, o que está fazendo?
You can play brand new to all the other chicks out here
Você pode brincar se fazendo de novo para todas as outras garotas aqui
But I know what you are, what you are, baby
Mas eu sei o que você é, o que você é, Baby

Mesmo de salto alto e com a saia um tanto quanto colada ao meu corpo, não me impediu de dançar, Georg fez o mesmo a minha frente, colocando a mão em minha cintura e encostando mais em meu corpo. Levei a mão ao cabelo, prendendo-o no alto, deixando meu pescoço descoberto e Georg encostou um pouco o rosto. Okay, acho que ele havia bebido um pouco demais, mas acho que eu também, nunca fui boa com bebidas mesmo, até o cheiro delas me deixava tonta.

Look at you
Olhe pra você
Gettin' more than just re-up
Conseguindo mais que uma renovada
Baby, you
Baby você
Got all the puppets with their strings up
Manipula todas as suas marionetes pelas cordinhas acima delas
Fakin' like a good one, but I call 'em like I see 'em
Se passando por um bom garoto, mas eu reconheço um quando vejo
I know what you are, what you are, baby
Mas eu sei o que você é, o que você é, Baby

Womanizer, woman-womanizer, you're a womanizer
Conquistador, conqui-conquistador
Oh, womanizer
Oh, conquistador
Oh, you're a womanizer, baby
Oh você é um conquistador baby
You, You, You are; You, you, you are
Você ,você, você é; Você, você, você é
Womanizer, Womanizer, Womanizer (Womanizer)
Conquistador, conquistador , conquistador (Conquistador)

Olhei para Tom, que continuava com a garota em seu colo, mas agora ela atacava seu pescoço, enquanto ele assistia minha dança com Georg. Sorri sarcasticamente para ele, antes de voltar para minha dança.


Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é
Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é
You got me going
Você vai me levando
You're also charming
Você também me atrai
But I can do it
Mas eu posso fazer isso
You womanizer
Seu conquistador

[TOM’S P.O.V.]

Àlex estava definitivamente de brincadeira com a minha cara, só isso explicaria a pegação dela e do Listing no meio da pista de dança. Eu não podia negar que ela estava incrível dançando ao som daquela música, mas não deveria ser o Listing ali, e sim eu. Só eu podia tocá-la, só eu. Será que ela não entendia isso?

Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é
Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é
You say I'm Crazy
Você diz que eu sou louca
I got you crazy
Eu deixo você louco
You're nothin but a womanizer
Você não passa de um conquistador

Zoe – a garota que eu havia escolhido para passar a noite comigo – beijava meu pescoço incansavelmente, mas eu não sentia nada. Claro que aquele beijo podia me excitar, eu sou homem, mas eu não sentia nada mais que isso, era completamente inútil. A pessoa que eu precisava que estivesse beijando-me daquele jeito estava praticamente tirando a roupa pra todo mundo ver. Okay, exagerei. Segurei firme no quadril de Zoe quando Àlex me lançou um olhar malicioso e balbuciou.

– Essa música é pra você! – Pude ler seus lábios, e ela virou de costas para mim, colando o corpo no de Georg e ele parecia feliz com isso. Foi quando eu me toquei e tentava me concentrar em ouvir a letra da música, olhar para Àlex e dar conta de Zoe.

Daddy-O
Daddy-O!
You got the swagger of champions
Você se acha o maior dos campeões
Too bad for you
Muito mal pra você
Just can't find the right companion
Apenas não acha a companhia certa
I guess when you have one too many, makes it hard
Eu acho que quando você tem muitas, fica difícil
It could be easy, who you are, that's just who you are baby
Poderia ser fácil, mas sabem quem você é, baby

Àlex colocou os braços ao redor do pescoço de Georg e ele a puxou para perto, enquanto ela mexia os quadris no ritmo da música. Era impressão minha ou ele estava descendo a mão para a bunda dela? FILHO DA PUTA. Antes que eu pensasse em me levantar e tirá-la dos braços daquele infeliz, Zoe – que até então eu não havia percebido – havia aberto minha calça e começava a acariciar meu membro por cima da boxer. Ainda olhando para Àlex, me permiti soltar o gemido abafado. Ainda bem que estávamos num canto escuro e VIP da boate.

Lollipop
Queridinho,
Must mistake me as a sucker
Me confundiu com uma qualquer
To think that I
Para pensar que eu
Would be a victim not another
Seria uma vítima como outra qualquer
Say it, play it how you wanna
Diga, jogue como você quiser
But no way I'm ever gonna fall for you, never you, baby
Mas não há jeito que eu me faça ceder pra você, nunca você, Baby

Womanizer, woman-womanizer, you're a womanizer
Conquistador, conqui'-conquistador
Oh, womanizer
Oh conquistador.
Oh, you're a womanizer, baby
Oh você é um conquistador baby
You, You, You are; You, you, you are
Você ,você, você é; Você, você, você é
Womanizer, Womanizer, Womanizer (Womanizer)
Conquistador, conquistador, conquistador (Conquistador)

Zoe adentrou com a mão minha boxer, tendo assim, livre acesso a meu membro já excitado. E tenha certeza, não era por causa dela, mas parecia que ela estava feliz em ver o meu estado, coitada. Coloquei a mão por dentro de seu minúsculo vestido, indo em direção a sua calcinha, não queria demorar com aquilo. O jeito como Àlex dançava estava me deixando louco, principalmente porque eu não poderia tocá-la, só o fodido do Georg tinha esse privilégio no momento.

Maybe if we both lived in a different world
Talvez se nós vivêssemos em um mundo diferente
It would be all good, and maybe I could be ya girl
Tudo seria bom, e talvez eu fosse a sua garota
But I can't 'cause we don't
Mas eu não sou porque nós não vivemos

Womanizer, woman-womanizer, you're a womanizer
Conquistador, conqui'-conquistador
Oh, womanizer
Você é um conquistador
Oh, you're a womanizer, baby
Oh você é um conquistador baby
You, You, You are; You, you, you are
Você ,você, você é; Você, você, você é
Womanizer, Womanizer, Womanizer (Womanizer)
Conquistador, conquistador , conquistador (Conquistador)

Tateei o bolso traseiro de minha calça, pegando a camisinha e colocando-a. Puxei Zoe para mais perto, fazendo meu queixo ficar apoiado em seu ombro. Afastei sua calcinha para o lado e a penetrei, sentindo-a vibrar em meus braços. Mantinha os olhos abertos, embora se tornasse um pouco difícil, queria ver Àlex dançar daquele jeito maravilhosamente provocante, enquanto a imaginava no lugar da Zoe. Segurei na cintura da garota e a ajudei com os movimentos, fazendo-a subir e descer em meu colo. Ela gemia sem restrições, parecia nem se importar em estarmos em um lugar que qualquer pudesse ver se esforçasse a visão.

Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é-é-é
Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é-é-é
You got me going
Você vai me levando
You're also charming
Você também me atrai
But I can do it
Mas eu posso fazer isso
You womanizer
Seu conquistador

Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é
Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é
You say I'm Crazy
Você diz que eu sou louca
I got you crazy
Eu deixo você louco
You're nothin but a womanizer
Você não passa de um conquistador

Àlex olhava fixamente para mim, ela sabia muito bem o que estava se passando ali, entre Zoe e eu. Ela sabia que eu não estava pensando em Zoe, que eu não queria tocar a garota, e sim ela. E a miserável se divertia com aquilo, continuando a dançar de frente para o Listing, que agora se mantinha de costas para mim. Zoe começava a arranhar meus braços com suas unhas cumpridas e a gemer com mais força, fazendo-me instintivamente puxá-la mais rápido contra meu corpo. Meus olhos estavam vidrados no corpo de Àlex, só Deus sabia como eu a queria naquele momento no lugar da garota em meu colo. Meus músculos ficaram tensos e eu sabia o que estava prestes a acontecer.

Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é-é-é
Boy, don't try to front
Garoto, não tente me encarar
I, I know just what you a-a-are
Eu, eu sei exatamente, exatamente o que você é-é-é

Apertei mais a coxa da garota, enquanto Àlex agora completamente de frente para mim e de costas para Georg, soltou um beijo no ar para mim, piscando em seguida, mordendo o lábio. Eu não agüentei mais, meu corpo inteiro se retesou para em seguida relaxar, assim com Zoe, que caiu mole em meus braços.

Womanizer, woman-womanizer
Conquistador, conqui'-conquistador
You're a womanizer
Você é um conquistador
Oh, womanizer
Oh conquistador.
Oh, you're a womanizer, baby
Oh você é um conquistador baby

Àlex ficou estática e séria, olhando a cena de Zoe em meus braços, ofegante e eu suando embaixo dela. Eu não sabia identificar o que ela estava sentindo, só sei que ela saiu correndo no minuto seguinte. Empurrei Zoe de qualquer jeito para o lado, ouvindo-a xingar-me em seguida. Deu um jeito na camisinha e me recompus, indo atrás de Àlex, eu não poderia deixá-la ir embora.
Corri para os fundos da boate, seguindo o mesmo caminho que ela. Não sabia o que a tinha feito sair daquele jeito, mas ela teria de me ouvir. Ao chegar num beco abandonado, lá estava ela, com a testa encostada na parede. Fui até ela e a puxei pelo braço, virando-a de frente para mim.

– O que você pensa que estava fazendo com o Listing? – Perguntei irritado.

– Não te interessa, seu imbecil. Porque você não volta lá pra dentro, pra sua vadia? – Ela gritou comigo, com o rosto vermelho.

– PORQUE EU NÃO A QUERIA, PORRA! – Gritei, segurando seu rosto entre minhas mãos, vendo-a me olhar assustada. – EU QUERIA VOCÊ! – Berrei, antes de beijá-la.

Postado por: Grasiele

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