segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 3 - Kate!

Olhei para ela durante um longo minuto, procurando palavras que não encontrei, ele continuou sorrindo embora parecesse nervoso. Levantei minha cabeça e o encarei sorrindo de volta.
– Eu esperei por isso durante dias... – Digo finalmente com a voz embargada.
– Eu esperei por isso toda a minha vida. – E ele responde, me fazendo sorrir.
E então diminuímos o espaço que restava entre nós, abraçando-nos enfim. Quebrando aquilo que teimou em nos separar até aquele momento... A espera.
O sol batia em seus olhos cor de mel, obrigando-o a semicerrá-los, Bill fazia uma leve careta para mantê-los abertos, não sei se era por esse motivo, o raios fortes em seus olhos, ou pela sua timidez excessiva que evitava me encarar.
Eu o olhei mais uma vez e depois fixei meu olhar, mais uma vez, na rosa em minha mão, eu era igualmente tímida, monossilábica e estava tão desconcertada quanto ele. Estávamos em silêncio a mais de cinco minutos, ou eu quebrava-o ou...
–Não sou muito bom... Nisso! – ele sorriu tímido, finalmente tomando a iniciativa.
Levei alguns segundos para registrar o que ele tinha dito. Parado à minha frente, ele colocou as mãos nos bolsos da jaqueta vermelha e deu um passo em minha direção. Inspirei todo o seu perfume por segundos e também me aproximei com um leve passo.
–Eu também não sou muito boa nisso... Em diálogos!
Bill começou a andar e eu o acompanhei, ele andou até um banco perto de uma enorme árvore e sentou-se, e eu o acompanhei sentando-me ao seu lado e ele olhou para a rosa em minha mão, ainda desconcertado e sem saber o que dizer.
– Quando a vi, pensei em imediato em você. – ele disse ainda encarando a rosa em minha mão. – Tão delicada e linda!
Levantei meus olhos e com um ar admirado e surpreso ao mesmo tempo. Eu o observei por segundos, nunca em minha vida me senti tão firmemente presa a um olhar, o jeito com que os cílios escuros e longos emolduravam seus olhos sem maquiagem.
–Obrigada...Bill! - Eu levei a rosa até o meu rosto, inalei seu perfume e ainda olhando para ele agradeci sincera.
–Kate, eu não costumo fazer essas estrapolias. Pedir para David intervir e agir por mim, ainda quando o assunto é uma garota. – ele capturou meus olhos e o prendeu fortemente como se quisesse provar que aquilo era verdade. – Mas, eu precisava fazer algo para estar ao seu lado nem que por alguns minutos para provar algo a mim.
Eu o observei atentamente e ele continuou a falar.
– Só queria ter certeza que: Era você!
Bill se calou e me olhou sério, abriu os lábios para falar e logo em seguida os fechou, como se não conseguisse finalizar o seu raciocinio. Eu continuei calada, mesmo que levasse horas para ele se expressar, senti que a espera por suas palavras não seria um grande desperdicio.
Ele inspirou e sorrindo sem jeito continuou:
–Você ja sentiu vontade de tomar uma atitude que sabia que era um erro? Do qual você tivesse medo, mas não pudesse evitar nem em ter medo e muito menos em enfrentar esse temor?
Uma nuvem parecia flutuar dentro da minha cabeça, balancei-a para afastá-la.
– Eu...Por pior que seja o erro ou o medo...Eu sempre os enfrento.
–Eu nem sempre...Não quando o assunto é o meu coração... – Bill tocou de leve meu rosto – Até conhecer você!
Alguém podia parar de respirar e ainda assim continuar viva? Foi a primeira sensação que passou pelas minhas veias, entrando em minhas células, depois saindo por todos meus poros.
– E sei que enfrentar esse medo poderá ter algumas consequencias ruins. – Bill sussurrou, mordendo o canto dos lábios.
– Mas...
–Mas... Eu vou seguir mesmo sabendo que uma vez que você vira determinada esquina, não há lugar para ir, exceto em frente e se por acaso eu tropeçar...
– Eu estarei aqui...caso precise de mim!
Bill sorriu parecendo aliviado em ouvir-me, apertou seus dedos finos entre os meus, então eu sorri, fazendo com que toda a tensão existente, como uma barreira, fosse derrubada. Encostei minha cabeça em seu ombro, e não falamos e nem fizemos nada de imediato.
Mantivemos-nos mais alguns minutos juntos, num imenso silêncio, como se palavras não fossem necessárias, como se pronuncia-las fosse corromper um momento tão sublime entre nós.
Senti Bill suspirar com dificuldade ao mesmo tempo que senti o seu polegar começar a acariciar minha mão. Sentia o calor de seu corpo, absorvia o perfume que ele usava. E me senti tão bem nos braços dele, como nunca havia sentido em nenhum momento da minha vida.
Eu levantei minha cabeça do seu ombro, não sabia o que aconteceria conosco, mas eu senti que o andar de uma possivel relação dependia também de mim, então eu o olhei: era minha vez de falar.
– Durante muitos anos senti que havia uma lacuna imensa na minha vida, mas não tinha ideia como fechá-la. – eu confidenciei - Hoje ao colocar os olhos em você percebi...
–Kate... – Bill me olhou sério com um olhar triste, interrompendo-me – Eu quero ser essa pessoa a fechar essa lacuna... – a frase era perfeita, mas por que ele a disse tão sem vida? Quando ele apertou minhas duas mãos, com as deles, eu percebi que ele ainda falava sobre o “medo”.
– Se aceitar ficar ao meu lado, teriamos que por enquanto, nos manter fora das manchetes. David acha que a banda possui um enorme número de fãs do sexo feminino, e como estamos sobrevoando novos horizontes isso poderia atrapalhar ou mesmo desfocar as atenções para notícias desnecessárias. – Bill piscou várias vezes, sem jeito – Isso teria que ser como um...um...
– Um segredo! – Quando percebi o embaraço em Bill, eu terminei a frase em seu lugar.
–Desculpe! – Ele apenas disse, movendo os ombros.
– Entendo! – Eu respondi.
–Mesmo?
–Não! – Eu me corrigi - Na verdade... Não entendo - admiti, triste – Nunca me envolvi com um POP STAR!
Bill abriu um lindo sorriso, talvez o mais lindo entre todos até aquele momento.
– Quer saber como é se envolver com um? – Bill me perguntou, com uma discreta euforia.
Como negar que tudo isso mexia comigo? Como eu poderia jogar para debaixo do tapete, sentimentos tão sinceros, desprentenciosos e que me faziam tão bem, me faziam parecer viva novamente após a morte de meus pais.
–Seria diferente! – Eu gostei do arrepio que senti percorrer minha espinha.
Um barulho vindo dentro da casa nos chamou atenção, era Jost, Tom e Georg com malas nas mãos colocando-as em um enorme carro branco.
– Tenho de pegar um avião para a Suíça daqui duas horas! – Bill informou-me ainda olhando para as malas que eram colocadas dentro do enorme carro.
— Já? — eu perguntei, logo em seguida corando. – Quero dizer... Eu.. — Antes mesmo de saber o que dizer, de­dos longos envolveram minhas bochechas, alisando-as devagar, eu fechei meus olhos e apenas o senti.
– Sei que vive só! – Bill disse esboçando um leve sorrindo em seu rosto. – Eu pesquisei um pouco sobre você – ele fez uma pausa e continou - Sei que mora sozinha, que seus pais faleceram, que existe apenas uma tia, que terminou o colegial e que esta se preparando para a faculdade.
–Pesquisou um pouco sobre mim! – Eu ri percebendo que ele sabia quase tudo da minha vida.
–Ok...Pesquisei tudo sobre você! - Bill baixou os olhos, admitindo encabulado - Venha comigo para Suíça! – ele disse em seguida, me fazendo engasgar e segurar na enorme árvore que nos fazia sombra.
–Com você? – arregalei os olhos, espantada. – Não sei...é tudo tão...Não é melhor irmos...
–Devagar! - Bill deu um passo e quase colou seu corpo no meu – Por mais medo que eu tenha de errar, não posso evitar. – Ele enrolou uma mecha de cabelo em dois dedos e encostou sua testa na minha. – Eu esperei demais por você, não posso deixá-la simplesmente partir.
Meu coração bateu descompassado, ele estava na minha garganta pronto para saltar para fora de meu corpo a qualquer momento.
–Se vai se envolver com um pop star... – a boca de Bill se curvou em um sorriso charmoso. – Pode começar...Agora!
Se dis­sesse sim aquela LOUCURA, significaria abandonar uma vida e deixar-me guiar pelo coração. Se seguisse o bom senso, eu diria não e ficaria dias a espera dele, com o peito apertado, desfalecendo de saudades, corroendo-me pela falta dele, a cada minuto.
–Acho que vou arriscar! – Eu disse alto para talvez convencer-me de aquilo seria o certo a fazer.
– Vou pedir para David fazer uma reserva em seu nome. – Bill me segurou firme pelos ombros como se precisasse esclarecer um último detalhe. – Infelizmente, seu voo será separado e dificilmente ficaremos hospedados no mesmo andar.
– Isso faz parte do esquema do nosso segredo! – Eu disse, sorrindo. – Por que sinto que ao mesmo tempo em que coloca o doce em meus lábios, quando vou mordê-lo, você o tira?
–Bem vinda à vida de um Pop Star, Kate! – Bill me disse sem sorrir.
Para mostrar que aquilo, por enquanto, não era problema para mim, me curvei até ele e encostei meus lábios de leve no dele. Senti suas mãos geladas em meu rosto, nos olhamos, Bill se aproximou sem jeito, eu recuei por um impulso engolindo a seco, sorrimos sem graça do nosso despreparo e da nossa evidente timidez para o primeiro beijo.
Bill se aproximou novamente e fechamos os olhos. Assustamo-nos quando ouvimos o grito de Tom chamando pelo irmão mais novo.
–Bill, vamos perder o avião!
Olhamos para Tom juntos, e voltamos o olhar, eu sorri abrindo o enorme portão, saindo da casa de David, andei dois quarteirões, quando dei sinal e entrei em um táxi, não pude deixar de sorrir, depois de muito tempo, eu estava feliz.
Na verdade, além de feliz, sentia-me viva. Eu tinha a certeza que a decisão que havia tomado era a correta. Sim, eu poderia me arrepender algum dia, mais para frente, no futuro, porém pensar num futuro quando ainda nem tinha vivido o presente seria no mínimo, falta de inteligência.
....
Bill entrou na casa e correu os olhos pela ampla sala branca com detalhes pretos e não vendo ninguém, chamou:
– David!
–Na cozinha! – O manager gritou.
Ele se virou e em passos rápidos entrou e olhando para o manager. Estancou na porta e ao receber o olhar de interrogação, como se já soubesse o que lhe seria perguntado, adiantou-se.
–Não, David! – Bill explicou-se – Eu não disse sobre as ameaças, apenas disse o que me orientou sobre fãs e sobre noticias indesejadas sobre a banda.
Vendo que o manager o olhava calado e com o semblante sério e preocupado, perguntou:
–O que houve?
–Não sei como, mas ela sabe que vamos para Suíça! – David estendeu a mão e entregou a carta, a nova ameaça para Bill.
Bill não acreditava naquilo que acabara de ouvir. Como aquela louca tinha conseguido aquela informação? Como ela sabia que a banda seguiria para uma sessão de fotos e entrevistas na Suíça?
– Kate virá conosco na viagem! – Bill apenas conseguiu dizer a David.
– Tomara que saiba o que esteja fazendo, Bill!
David sorriu sem muito esforço passando pelo vocalista deixando-o sozinho na cozinha, que após minutos perdido em seus pensamentos, pegou um copo com café e bebeu um gole do líquido alertando para si mesmo em voz alta:
 Essas cartas estúpidas não passam de uma brincadeira sem graça!
Bill fez uma longa pausa, tentou sorrir, não conseguiu, sentiu que o assunto não era motivo para tal, por que a pergunta de seu subconsciente lhe fez, não foi nada animadora.
“Se é apenas uma brincadeira sem graça por que isso lhe tira o sono e não lhe permite viver esse amor da forma que você esperou sua vida inteira?”
Num silêncio desconfortável e sem resposta, deixou a cozinha em passos largos e seguiu para dentro do carro que lhe levaria para Suíça, sentou no bando traseiro e deitou o corpo para descansar fechando os olhos tentando não pensar nas cartas anônimas, Por um momento, a força da­queles sentimentos o amedrontou, porém resolveu es­pantá-los balançando a cabeça.
Abriu os olhos e depois de uma fração de segundos, uma imagem doce e reconfortante, veio a sua mente, recordou-se dos olhos timidos, quando ele a viu no primeiro dia, na casa de David, recusou-se a cair no equívoco de acreditar que errara ao convidá-la para se juntar a ele na Suíça.
Visualizando-a em sua mente e o cora­ção não sossegava, aflito e acelerado, mal conseguia conter-se, colocando o fone de ouvidos, fechou os olhos novamente, permitindo-se assim manter em sua mente o que lhe fazia realmente feliz, pelo menos naquele momento,Kate!
.......
Cinco meses depois...
Eu preciso ir! – disse baixo beijando meu ombro e depois levantando a cabeça me olhando novamente.
–Sim, eu sei. – o disse também em voz baixa.
Havia momentos e este era um deles, que apesar de breves e raros, faziam eu me sentir muito especial.
Bill passou as costas da mão no meu rosto pálido, andou até a porta e saiu, fui até a ponta da escada e os vi sorrindo, cada um com sua mala nas costas. Quando me viram, Tom, Georg, Gustav disseram em um uníssono:
–Tchau, Kate!
Sorri e respondi:
–Tchau meninos!
Bill olhou para cima e piscou com os dois olhos para mim, repeti o gesto e o vi partindo.
Fiquei por alguns segundos na beirada da escada segurando o corrimão, olhando para porta. No dia seguinte, eles teriam uma entrevista em um programa de talk-show, com certeza não conseguiria vê-lo.
Não conseguiria vê-lo... Essa frase por mais que doía e fazia parte do meu cotidiano, eu nunca conseguia me adaptar a ela, por mais ciente que eu estava não era fácil, eu sei que sou a namorada de Bill e que eu deveria me orgulhar, ser feliz e sorrir.
Mas...
Orgulhar-me sempre. Feliz, talvez, agora sorrir...Nem sempre!

Postado por: Alessandra

Sempre Sua! - Capítulo 2 - Início... O Fim da espera!


Eu tinha dezoito anos, morava sozinha em um bom apartamento na Alemanha. Não por escolha, mas por que havia perdido meus pais em um acidente de carro quando tinha apenas dezesseis anos ficando então sob a guarda de uma tia de segundo grau chamada Abby.
Ela tinha cinqüenta anos e não era o que pudéssemos chamar de recatada. Tia Abby era dona de um senso de humor revigorante, e muitas vezes me fez duvidar de sua idade, fazendo-me parecer uma idosa perto da mesma.
Sendo assim quando decidi comunicar a ela sobre minha escolha de morar sozinha quando completei meus dezoitos anos, ela aceitou e apoiou de imediato a minha decisão, dizendo-me que só assim poderia realmente crescer e ter a experiência única de poder andar com minhas próprias pernas, sem que precisasse depender de alguém.
E foi assim que parti em busca de minha liberdade, procurando não ostentar em nada. Encontrei um apartamento pequeno no centro de Hamburgo, nada que saísse dos planos de não mexer na herança que meus pais me deixaram. Como filha única, herdei todos os bens, uma fortuna que poderia sustentar várias gerações, mas para mim ela não importava tanto assim.
Continuei ajudando as mesmas instituições que meu pai adotou antes do acidente, creio que ele iria preferir assim e eu também. A empresa da família continuava sobre o comando dos sócios majoritários e também pelo melhor amigo de meu pai, que assumiu a presidência e todas as suas responsabilidades.
E foi por ele, Andrew, melhor amigo de meu pai que eu conheci David Jost em uma festa no qual a empresa patrocinara algo ligado a música. Havia crianças por toda parte naquele dia, estavam felizes e agradecidas com o investimento da empresa, no qual claro elas seriam as mais privilegiadas.
David foi extremamente simpático ao aceitar posar para fotos ao meu lado na inauguração do centro musical, e no fim da recepção quando todos já estavam deixando o local pudemos conversar um pouco mais. Ele como todos que estavam lá lamentaram a morte de minha família, mas notando que este não era um bom assunto, David logo sorriu amigavelmente para mim, como se estivesse arquitetando um plano em sua mente, um plano no qual eu fizesse parte.
E certamente o fiz.
David me apresentou a Bill em um jantar oferecido em sua casa, no qual apenas Andrew e eu fomos convidados representando a empresa. Um jantar casual, em que pude sentir pela primeira vez em muito tempo completamente confortável com a presença de todos.
E foi naquela noite distante dos olhares de todos que eu me dei conta de que meu coração sempre pertenceu a ele, mesmo sem nunca tê-lo conhecido.
E quando ele pegou em minha mão antes de ir embora, aquela noite, eu pude ter certeza de que meus sentimentos eram correspondidos. Lembro-me de sentir nossos dedos se encaixarem perfeitamente, nossas mãos em uma sintonia única, como se estivessem desde sempre a procura uma da outra.
Não nos olhamos mais àquela noite, por medo ou receio, eu não saberia dizer. Mas aquele toque... Aquele único toque bastou para que toda minha noite se resumisse a ele.
E em uma noite sem sono, perdi as contas de quantas vezes repeti seu nome em meio a risos e esperanças.
Eu estava apaixonada, mas não sabia o que esperar...
Dias se passaram e com eles minhas esperanças iam se esvaindo aos poucos. Minha vida tinha voltado a ser o que era antes daquele jantar. Dividia meu tempo entre procurar um emprego em Hamburgo e acompanhar Andrew em festas para a caridade.
Minha tia vinha quase sempre me visitar e assim passávamos longas tardes em conversas animadas enquanto ela me contava sobre suas amigas e os eventos nos quais nunca faltava.
Ela era a única com quem podia conversar sobre tudo, mesmo antes da morte de meus pais. Havia algo em tia Abby que eu não conseguia explicar, ela não precisava me ouvir para saber o que estava passando comigo, bastava apenas me observar...
– Está silenciosa hoje. – sorriu enquanto servia-me mais uma xícara de chá. – Mais do que de costume!
– Só estou cansada. – respirei levemente. –Cansada de esperar.
– É muito jovem para isso querida. – segurou minha mão entre as suas e me olhou brevemente – Há coisas nesta vida que não podemos esperar, o amor é uma delas. - Tia Abby sorriu para mim uma última vez antes de me deixar sozinha com meus pensamentos outra vez.
Naquela noite eu não dormi nem por um segundo, decidi que iria procurá-lo no outro dia, eu estava disposta a saber se o que aconteceu aquela noite havia sido perceptível aos seus olhos também. Queria saber como se sentia em relação a mim.
Mas quando o dia amanheceu não precisei ir muito longe para ter em fim uma resposta. Havia duas mensagens em meu celular.
Era Andrew, ligando-me para avisar que havia dado meu número para David, mas que não sabia sobre qual assunto isso estava ligado.
E por fim David pedindo-me para que eu confirmasse meu novo endereço com ele, para que pudéssemos ter outra conversa sobre o centro musical, ele queria me encontrar pessoalmente naquela tarde e pedia que eu o respondesse com certa urgência assim que possível.
E claro eu assim o fiz, mesmo antes de levantar da cama, David já tinha meu endereço em mãos e nosso encontro estava marcado para a tarde e isso me deixou completamente animada, por que eu tinha outra vez a chance de ter Bill perto de mim, e naquele momento eu tinha certeza de que David não me negaria isso.
Quando enfim o horário de nosso encontro chegou, eu não pensava em outra coisa a não ser em como faria para que David me levasse até Bill, ou para que me desse o número de seu telefone. Eu estava completamente nervosa, como jamais estive.
O interfone tocou, e então David perguntou se eu poderia descer para encontrá-lo, pois não poderia subir ao meu prédio. Respondi que sim e logo que desci me pediu para que entrasse em seu carro.
– Não se preocupe, sei que estou parecendo estranho, mas terá de me acompanhar até o centro. – Disse ligando o carro.
– Tudo bem. – respondi nervosa.
– Andrew não lhe contou? – começou a falar novamente.
Eu acenei positivamente com a cabeça, tentando parecer menos nervosa e principalmente mantendo minhas expectativas apenas para mim, já que não fazia idéia do que David estava falando.
David ficou calado o resto do caminho, apenas ria algumas vezes enquanto me olhava.
Eu não me lembrava perfeitamente do caminho que nos levaria ao centro, mas eu sabia que não era aquele e só tive certeza, quando paramos enfrente a sua casa.
– Sei que não estamos no centro, mas, por favor, não fique assustada, eu não consegui pensar em outra maneira de convencê-la a vir aqui se não fosse assim. – diz preocupado.
– Estamos em sua casa? – o olhei. – Por que me trouxe aqui?
– Há alguém. – riu enquanto coçou a cabeça sem graça. -Alguém que quer muito ver você.
Eu pensei em questionar, mas temi ser precipitada.
Ele caminhou para dentro de casa, deixando-me em seu jardim, pelo qual caminho calmamente tentando não criar expectativas, mesmo quando meu coração deu sinais de uma certeza jamais sentida.
Toquei as flores, senti seus cheiros e aromas, elas me acalmaram, olhei ao longo do jardim e vi alguém, um homem, um menino, ele estava de costas, parecia ter algo em suas mãos...
Caminhei para perto dele, e o vi segurando uma rosa... Uma rosa em tons laranja e amarelo, a minha favorita.
Ele virou para frente e então eu o encarei, na verdade nos encaramos.
– Você está aqui. – disse e eu continuei o olhando, ele sorriu.
Estava sem maquiagem, muito diferente daquele que conheci, mas de alguma forma eu prefiro assim.
– Queria que você me visse como sou. – se aproximou e eu me afastei instintivamente. – Isso... Isso é pra você. - aproximou à rosa de minhas mãos e eu a abri para recebê-la.
Olhei para ela durante um longo minuto, procurando palavras que não encontrei, ele continuou sorrindo embora parecesse nervoso. Levantei minha cabeça e o encarei sorrindo de volta.
– Eu esperei por isso durante dias... – Digo finalmente com a voz embargada.
– Eu esperei por isso toda a minha vida. – E ele responde, me fazendo sorrir .
E então diminuímos o espaço que restava entre nós, abraçando-nos enfim. Quebrando aquilo que teimou em nos separar até aquele momento... A espera.

Postado por: Alessandra

Sempre Sua! - Capítulo 1 - Sempre Sua!

Inicio de 2008. – Alemanha
Bill Pov’s.
Eu estava deitado no enorme sofá branco, com a cabeça apoiada em seu colo, eu a olhava. Ela afagava meus cabelos, quieta, olhando-me com olhos baixos e doces.
Sorriamos ao mesmo tempo um para o outro.
–Eu adoro você. – Ela disse corando em seguida, desviando seu olhar para nossas mãos entrelaçadas. –Adoro todos esses poucos momentos que conseguimos passar juntos.
Seus olhos procuraram os meus novamente e sinto que ela está sendo sincera. Não sei o que dizer. E mesmo se as palavras surgissem, minha garganta está tão apertada que não as deixaria escapar.
–Eu... – tento falar algo, mostrar a ela que me importo, mas não consigo pensar em nada que não pareça precipitado.
Eu a olho novamente e vejo seu olhar perdido em uma vista qualquer na janela acima de nós, ela não espera que eu responda. E eu sinto muito por não ser capaz de fazê-lo.
Ouvi uma leve batida na porta, e depois de permitido, Natalie entrou no escritório amplo na casa de David, não tiramos os olhos um do outro, até ouvir o meu nome ser chamado, duas vezes.
Na segunda, levantei meus olhos até Natalie e ela me avisou:
–Bill, olha que estranho, chegou uma carta para você aqui na casa de David.
Ela estendeu a mão e eu me levantei, bruscamente, peguei o envelope da mão de Natalie, e perguntei:
–David, onde esta?
–Na cozinha! – respondeu sentando-se ao lado dela.
Aproveitando a porta aberta que Natalie havia deixando, eu saí do escritório com a carta que havia recebido a procura de David, quando entrei na cozinha, ele estava de cabeça baixa, lendo uma revista. Quando me viu fez uma careta dizendo:
–Essas revistas não cansam de plantar notícias falsas sobre vocês?
–David! – puxei a cadeira e me sentei à frente dele, jogando a carta em sua direção.
David olhou o envelope branco em cima da mesa e antes de pegar e abri-la olhou para mim. Ele já sabia o que representava o meu olhar sério e preocupado.
“Bill,
Eu te amo e se você não pode ser MEU, não será de mais ninguém. Se tentar me contrariar... Eu a matarei... Quantas existirem... Nenhuma restará... Tua fã!”
Depois que leu baixo para mim, dobrou-a e com uma expressão desolada me alertou:
–Kate ainda não poderá saber disso. – levantou-se e ao passar por mim, tocou meus ombros em forma de consolo finalizando ao dizer antes de sair da cozinha deixando-me sozinho:
–Alguém ainda não esta preparada para Kate!
x.x
Kate Pov’s.
–Você fica aqui na minha casa Kate! – David disse tocando em meus ombros, observando Bill deixar a cozinha para se juntar a nós na sala de estar. –Depois você pode ir para o hotel, mas essa noite dorme aqui.
Eu olhei para Bill que me olhou triste e sorriu com muito esforço. Apenas balancei a cabeça em afirmativo, na verdade nesses meses de namoro, a minha vida era assim, mandada, desmandada e traçada por managers.
Bill apenas me olhava e nada dizia e se dizia era sempre a mesma frase:
–É para o seu bem!
E eu respondia sempre com a mesma resposta, como se fosse automático em meus lábios, e programada para dizer a mesma resposta:
–Tudo bem!
Era o que eu sempre dizia, sempre!
–Se quiser fazer como sempre faz, eu espero! – David disse sério. –Mas você tem 1 minuto antes que a porta do hotel encha de fãs. Só peço que não demore!
Bill me olhou, e acenei com a cabeça, subindo as escadas tendo ele logo atrás, entramos no quarto de hóspede da casa de David, eu estava feliz em ter aquela poucos minutos ao lado dele, pois não era sempre que podíamos ficar a sós, quando tinha festas ou mesmo visitas que não fosse o do nosso ciclo, nos não tínhamos esse direito, na verdade eu não aparecia, ficava no hotel ou mesmo no meu apartamento, sozinha.
E se por acaso, cruzasse com ele no corredor de hotel ou mesmo em lugares com outras pessoas que não fossem Tom, Georg, Gustav, David e Natalie, eu tinha que passar por ele e fingir que era apenas, o intocável, Bill Kaulitz.
Sim, para o mundo externo eu não existia, quer dizer, eu até existia, mas não era absolutamente nada e ninguém na vida de Bill Kaulitz.
Ninguém podia ficar pensando nada a respeito daquilo. Ninguém podia tirar nenhuma conclusão precipitada. Por quê? Por que, sempre que alguém nos via fingíamos que aquilo não significava nada.
Bill abriu a porta do quarto de hóspede e deixou-me entrar primeiro, depois fechou a porta, me olhou e colocou suas mãos frias em meu rosto, beijando-me suavemente nos lábios. Eu o envolvi pelo pescoço e me deixei beijar.
Senti-o deixando meus lábios e percorrer meu queixo e depois meu pescoço dando leve mordidas, o apertei e suspirei, eu o amava tanto, que meu corpo doía e pesava tamanho era a intensidade desse sentimento dentro de minha alma.
–Eu preciso ir! – disse baixo beijando meu ombro e depois levantando a cabeça me olhando novamente.
–Sim, eu sei. – o disse também em voz baixa.
Havia momentos e este era um deles, que apesar de breves e raros, faziam eu me sentir muito especial.
Bill passou as costas da mão no meu rosto pálido, andou até a porta e saiu, fui até a ponta da escada e os vi sorrindo, cada um com sua mala nas costas. Quando me viram, Tom, Georg, Gustav disseram em um uníssono:
–Tchau, Kate!
Sorri e respondi:
–Tchau meninos!
Bill olhou para cima e piscou com os dois olhos para mim, repeti o gesto e o vi partindo.
Fiquei por alguns segundos na beirada da escada segurando o corrimão, olhando para porta.
No dia seguinte, eles teriam uma entrevista em um programa de talk-show, com certeza não conseguiria vê-lo.
Eu nunca sabia o dia, a hora ou sequer o minuto que estaríamos juntos novamente.
Sinceramente, há alguns meses eu não me programava para mais nada, minha vida era corrida, incerta e ao mesmo tempo, solitária e vazia, resumindo-se a andar com dois celulares ao meu alcance, para estar sempre pronta para ele.
Há cinco meses convivo ao lado do vocalista da banda de maior êxito em vinte anos da Alemanha, convivo a sua sombra todos os dias.
Sou aquela que nunca existiu, existe ou que vai existir algum dia.
Chamo-me Kate, mas isso não importa a ninguém, a não ser para aquele a qual pertenço... Bill.
Não... Você não me conhece e possivelmente nunca conhecerá.

Postado por: Alessandra

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