quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dead Or Alive - Capítulo 29 - It's Over!


É tudo igual, só os nomes mudam
Todo dia, parece que estamos perdendo os caminhos
Outro lugar onde os rostos são tão frios
Eu dirigiria a noite toda, só para voltar para casa

Sou um cowboy, cavalgo num cavalo de aço
Sou procurado, morto ou vivo
Procurado, morto ou vivo...


Bon Jovi - Wanted Dead Or Alive


Alcançaram o céu, e quando a cidade começou a ficar quase do tamanho de formigas. Lara arfou jogando a cabeça para trás, fechou os olhos deitando no ombro de Tom, que procurou sua mão, entrelaçando-a com a sua, ao sentir o toque do namorado, levantou a cabeça e o olhou, não sorriu, apenas estreitou os olhos e determinada prometeu:

- Sairemos dessa!  – Tom apertou sua mão - O fim esta chegando... para Todos!



Bill permaneceu parado, feito rocha, estancado, como se tivesse criado raízes no solo, permaneceu minutos calado, olhando o Impala 69 preto onde estava Lara e Tom se afastar pelas ruas estreitas da Califórnia, quando o veículo desapareceu de sua visão, baixou a cabeça e entrou no carro, no lado do motorista, Pablo já estava sentado ao seu lado.
Bill arrumou o retrovisor, girou a chave e ligando o carro saiu em alta velocidade, entrou em uma pequena rua e quando estava preste a entrar na via principal foi fechado com violência. Bill foi obrigado a frear seco e quando desviou quase pegou um poste, xingou alto e quando olhou para o retrovisor percebeu que o passageiro que estava no carro que o havia fechado estava com o corpo meio para fora e tinha uma arma na mão.
- Arschloch – Bill pisou no acelerador e olhou para Pablo fazendo uma careta – Eles estão atrás de nós!
Pablo olhou para Bill com olhos arregalados, e depois os voltou para o retrovisor, engatilhou a arma e abriu o vidro para atirar, Bill o segurou pela camiseta e o trouxe para dentro do carro bruscamente.
-Esta louco? – Bill berrou – Não queremos chamar atenção da polícia. – Olhou para trás e viu que o carro se aproximava, bateu no volante e perguntou para Pablo  - Syn tem um depósito onde guardava todo o armamento e as drogas, me guie até ele. –Colocou a mão no câmbio colocando a quinta marcha e acelerando o máximo. Quando chegou a rua indicada, ele virou-a sem diminuir a velocidade, fazendo Pablo se segurar com força no banco do couro.
Logo atrás outro Impala vermelho o fechou, atirando contra o carro fazendo Bill olhar para o retrovisor avistando os dois carros que ainda os seguiam. Acelerou o quanto pode, aumentando a distância, mas não sabia por quanto tempo conseguiria mantê-la.
-Temos que atirar Bill!
-Não!  - O grito de Bill seguiu no mesmo instante que o tiro quebrou o vidro traseiro do carro. -Merda atire nesses filhos da puta!

O garoto passou rapidamente para o banco de trás, e se posicionou fora da janela e atirou contra o outro carro. Fazendo-o perder o controle, Pablo mirou mais uma vez e atirou com as duas armas, juntas, dessa vez o carro seguiu para sua esquerda, desenfreado e entrou em alta velocidade num poste. Fazendo em seguida rodopiar na rua, o outro carro, com Frederico, desviou e continuou a perseguição.
-Próxima esquerda é o galpão! – Pablo avisou
- Segura!  - Bill entrou à esquerda avistando o enorme galpão, sem pensar duas vezes, acelerou e vendo o que Bill faria, Pablo se segurou no banco e no momento que o carro atingiu o portão fazendo voar atrás do carro atingindo uma pilha enorme de caixa de papelão.
-Tudo bem Pablo? – Bill conseguiu perguntar depois de alguns minutos em silêncio.
-Sim, senhor! –Ele respondeu baixo olhando para si, verificando se estava inteiro, ainda.
Pablo foi o primeiro a sair do carro, segurando as duas armas em punho, seguido por Bill, outro tiro atingiu uma caixa de papelão, fazendo-os correr para dentro, correndo para a escada que os levaria para o segundo andar.
-Pegue o celular e peça ajuda! – Bill gritou para Pablo.
-Certo! – Pablo respondeu subindo a escada de dois em dois.
Discou rapidamente o número e quando ouviu o alô do outro lado da linha, um tiro foi disparado contra ele fazendo-o se assustar e deixar o celular cair no andar de baixo.
-Droga!
-Esqueça vamos para o heliporto! – Bill disse para Pablo.
 Correram para a parte superior do galpão, seguindo para o escritório para chegar ao telhado, no heliporto.
Mais um tiro foi disparado.
Bill se jogou no corpo de Pablo e juntos caíram atrás de uma Mercedes preta. Bill levantou a cabeça e arregalou os olhos quando viu o pequeno buraco vermelho no braço de Pablo, colocou-o no chão com cuidado levantando-se e em questão de segundos atirou duas vezes, contra Frederico .
-Vá para baixo do carro, Pablo! – Bill gritou rapidamente.
-Não! – Pablo gritou engatilhando suas armas, com dificuldade, levantando-se também atirando. Bill pulou em uma pilha de madeira, que usou como escada para chegar ao topo do galpão, sendo seguido por Pablo, que gemia de dor.
Pablo chegou primeiro no teto do galpão, sendo ajudado por Bill, quando o gêmeo segurou-se para subir, duas mãos seguraram fortemente um de seu tornozelo, com a outra perna livre, chutou o rosto de Frederico, que caiu colocando as mãos no rosto, Bill alcançou Pablo, no telhado.
Bill olhou para baixo e Frederico colocava mais uma caixa para fazer de degrau e alcançar os dois fugitivos, ele não desistiria tão fácil, sem mais munição, Pablo girou os olhos sobre o chão e viu o que poderia ser a sua última alternativa para sair vivo daquele lugar. Sem pensar duas vezes, se apressou para o golpe final.
-Se você quer lealdade a Syn – Pablo gritou para Frederico – Então, vá para o inferno e fique ao seu lado.
Quando o rapaz olhou para cima, Bill e Pablo soltaram ao mesmo tempo uma grossa, forte e pesada corrente, que ao perceber o que aconteceria tentou fugir, sem sorte, a corrente o atingiu fazendo-o gritar durante a queda, até o chão do térreo.

Ficaram ainda segundos olhando para o corpo de Frederico, que não se moveu.
- Não acredito! – Pablo olhou para o céu – É a policia? – Ele perguntou olhando para Bill - Achei que tinha acabado e que tínhamos vencido...Merda!
Quando Pablo se preparou descer do telhado para uma nova fuga, Bill o segurou pelo braço fazendo-o parar e erguendo uma sobrancelha, disse:
- Você achou certo Pablo... Acabou!


x.x


Pov´s  Alice

 -Bill!  – O eco do grito, quase me ensurdeceu, sentei na cama assustada, ofegante e olhando ao redor do quarto, percebi que estava sozinha. O grito assustador tinha vindo de dentro de mim, eu tinha gritado por ELE.
Coloquei minhas pernas para fora da pequena cama, olhando para o chão, observei um par de chinelos, nunca tinha os visto, deduzi que eram meus, os vesti, olhei mais uma vez para o pequeno quarto mal mobiliado, me apoiei no pequeno criado mudo que tinha ao lado da cama e ainda fraca me levantei.
Em um espelho grande, me vi refletida, fiquei com medo da pessoa que estava no espelho, magra e pálida, com olheiras profundas e azuladas, passei a mão pelos meus cabelos e fiz um coque frouxo.
- Nikos, venha!
Ouvi a voz familiar do lado de fora da casa, a casa... Nunca estive naquela casa, naquele quarto, ou já estivera e não me lembrava? Onde eu estava? Dei o primeiro passo e cambaleei para frente, me segurei na parede e ouvi mais uma vez a voz.
-Nikos, ai não!
Ouvi um latido, que latejou dentro da minha cabeça. Andei devagar até a porta e toquei a maçaneta e a virei, abri a porta e os raios brilhantes do sol atingiram meus olhos, obrigando a fechá-los, esfreguei os olhos, o mundo parecia distorcido e borrado, levei alguns segundos para enxergar com clareza, e quando o fiz, abri mais a porta e pude ver a pequena cozinha, em branco e azul, não... Eu nunca tinha estado aqui.
-Oi...Alguém? – Eu chamei, sem saber a quem, estava confusa, e não lembrava como tinha chegado naquela casa, naquele lugar. Dei mais alguns passos e consegui me apoiar na grande janela, arregalei meus olhos não acreditando no que eles viam, o mar dégradé em azul e verde, com pequenos barcos, o sol se fundia num por do sol mágico.
Um golpe de ar entrou na pequena cozinha, trazendo consigo o aroma que eu conhecia, almiscaradas aveludado, um aroma refrescante que lembrava o mar e ...
-Bill...
Um nome, várias lembranças, tudo veio de uma única vez em minha mente, um filme quilométrico, resumido em apenas um segundo diante dos meus olhos: o beijo, o olhar, o toque, o adeus, o perdão...o tiro!
-Bill?
Eu o chamei em voz alta, olhei para porta como se ele fosse entrar por ela, fixei meus olhos por segundos, ele não entrou, então, em passos largos sai da cozinha, me dirigindo para fora da casa.
O vento soprou mais uma vez forte, trazendo mais uma vez o cheiro dele em minhas narinas. Só quando olhei para o meu corpo pude perceber que o cheiro vinha da camiseta que eu usava uma com estampa do Mickey em forma de caveira, que era dele.
O tiro ecoou novamente em minha cabeça. Minha última lembrança dele, em minha mente, em meu corpo e em minha alma.
Juntei toda minha força, captei todo o ar em meus pulmões, elevei a minha voz ao máximo que eu consegui, que a minha respiração permitiu e gritei por ele...Pela última vez!

Em silêncio esperei pela sua resposta, não obtive outro som além do eco da minha própria voz, ele não estava ali, nunca estaria.
Então era verdade. Meu coração bateu acelerado, e no mesmo instante, senti que parou ao perceber a realidade dos fatos...

Bill estava morto!


x.x


-Alice? – A voz doce a chamou.
Alice se virou e apertou os lábios, tentando evitar que eles não tremessem e impedisse suas lágrimas de rolarem, olhou para a mulher ali parada poucos centímetros longe de seu corpo, olhando-a com compaixão.
-Madrecita... Eu...
A mulher apenas abriu os braços e a envolveu em um terno abraço, sentiu os pequenos dedos lhe afagar as costas em forma de carinho e ao mesmo tempo consolo.
- Gracias a Dios – Joana ainda com Alice nos braços comemorou – O médico da vila veio lhe ver e disse que tinha entrado em estado de choque...Minha menina...Gracias!
Joana lhe deu um beijo na bochecha, Alice fechou os olhos, recebendo-o com carinho, e depois perguntou:
-Pablo...eu me lembro... Ele me colocou no banco traseiro daquele carro...
Alice baixou os olhos pesadamente os fechando, lembrando-se da última vez que ouvirá a voz do irmão:

- Lyce...Lyce! – A voz a chamou, ela estava deitada no chão frio com os olhos abertos fixos em apenas um ponto inexistente e dizia apenas um nome. O de BILL!
 – Ela esta em choque! Pegue-a coloque-a no carro, depressa! – Joana ordenou
Alice foi pega no colo por Pablo que deitou a cabeça no peito duro. Foi levada para fora da casa e colocada no banco traseiro do Impala. 
– Entre nessa casa e não falhe! – Joana lhe deu um beijo e fechando a porta do carro disse rápido – Você sabe onde nos encontrar depois que terminar, usarei o helicóptero, nos vemos amanhã no lugar marcado.
-Vá com Deus madrecita!
Logo em seguida, poucos minutos de ouvir Pablo se despedir da mãe, o barulho estridente de hélice entrou em seus ouvidos e mais uma vez a fez mergulhar no mar profundo do esquecimento, então tudo se apagou novamente.


-Você dormiu por cinco dias!  -Joana lhe trouxe de volta de seus pensamentos  -  Estamos na Grécia, longe de todos que possa te fazer mal.
-E Pablito? – Alice perguntou à senhora
-Ele entrou na casa... Tentou salvar pelo menos o outro gêmeo e a namorada... Ele disse que daria a vida se fosse preciso para salvá-los. Não quero acreditar, meu coração insiste em negar esse fato, mas acho que ele a entregou em troca do casal.  – Joana olhou para o horizonte – Se estivesse vivo, se tivesse conseguido escapar, já estaria ao nosso lado, mas depois de cinco dias, não tenho nenhum sinal dele e nem mais esperança.

-Bill...Pablo... O que eu fiz?  - O sentimento de culpa entrava por todos os poros do corpo de Alice, cravejando e a dilacerando.   – Eu devia ter ficado com Syn, esquecido Bill e continuado com a minha vida. – a morena balançou a cabeça finalizou se odiando:
- Eu sou pior que ele, Madrecita ... Pior que Syn!
-Minha menina, estamos aqui e temos uma nova chance para...
-Para que?  - Alice sorriu, sem vontade    - Minha vida sem Pablo e Bill... Você devia ter me deixado naquele chão frio, a mercê de Syn, não devia ter me resgatado, não devia ter me dado essa segunda chance, não a merecia, você devia ter ido embora com Pablito e me deixado morrer ao lado de Bill.
-Nos devíamos isso a você, Lyce! -  Joana disse -  Você me entregou seu irmão que ainda era uma criança, me trouxe a felicidade quando eu perdi o meu próprio filho, eu sempre serei grata...Nós te devíamos isso.
-Não Madrecita... o que adianta eu estar aqui, apenas como um enorme fardo!
-Não diga isso!
-Mas é a verdade, eu estou morta, eu fui sepultada viva no exato momento que Bill foi morto.  – Alice tremeu os lábios, segurou-se ao máximo para não chorar – Eu poderia ter feito ou dito tantas coisas, ter feito tudo ser diferente e ter pelo menos feito valer a pena enquanto estivemos juntos. Eu fui à causa da morte deles.
- Você não sabe o que diz! – Joana olhou para Alice com os olhos brilhantes e o sorriso nascendo em seus lábios, ela pegou a mão e a ergueu beijando-a, virando-se e entrando na casa a deixando sozinha.

x.x
A noite nascia na Grécia, os últimos raios de sol, insistia ainda em iluminar o mar, Alice olhou para o horizonte e desceu as enormes escadas que davam em vielas estreitas, que acabariam na areia. A cada degrau que descia, tinha certeza do que queria, e então acelerou mais os passos, até dar conta que corria em direção ao mar  e ao tocar as águas límpidas e multicolor se atirou nelas de braços abertos, mergulhou até o fundo e largou seu corpo.
Flutuando....
Flutuou até não aguentar mais, até não conseguir respirar até sentir que estava indo embora... com ele.... para ele
Afundou... Ou quase... por que logo em seguida foi erguida por duas mãos e retirada da água, com força.
- O que pensa que esta fazendo, sua louca?  – Ouvio o grito junto com mãos a chacoalhando.

Eu tinha conseguido, tinha chegado ao inferno... E o encontrado finalmente!

-Bill?
Alice foi deitada no chão e aos poucos foi abrindo os olhos devagar e a imagem foi aparecendo, desembaçando e quando se formou então ela sorriu:
-Pablito!
-O que você esta tentando fazer, sua maluca? – Pablo gritou com ela, passando as mãos em seu rosto.
-Preciso ir para o inferno encontrar com ele.
Pablo sorriu e beijou a testa de Alice.
- Não precisa viajar tanto, Lyce! – Pablo sorriu e olhou para trás, Alice acompanhou os seus olhar e então como uma miragem num dia ensolarado no deserto, ele surgiu na linha do horizonte, andando como se nada tivesse acontecido, segurando a bolsa vermelha com os oito milhões de dólares.

Alice arregalou os olhos e ajudada por Pablo, ficou em pé, no primeiro instante não conseguiu raciocinar, Bill estava ali, na sua frente, vivo.
- É ele mesmo?
- Em carne e osso... mais osso! – Pablo brincou
Algo apossou de seu corpo como um furação devastador, livre da hipnose, começou a andar para encontrá-lo, depois de três passos, percebendo que demoraria demais para alcança-lo, então correu, correu....muito,  o vento batia em seu rosto  e um sorriso nasceu em seus lábios, ele parou ao vê-la correr colocando a mala na areia e apenas abriu os braços.
Alice pulou e jogou-se em seu colo, enlaçando-o pela cintura com as pernas, o abraçando pelo pescoço com os braços e deitando a cabeça em seu ombro, ela não suportou e chorou, chorou até suas lagrimas acabarem, chorou tudo o que em meses, em anos não conseguiu, ainda em seu colo, aos prantos e soluçando feito uma criança, levantou a cabeça de seu ombro e o beijou na boca.
 Bill a apertou pela cintura deixando-se ser beijado, quando não aguentou mais a colocou no chão e sem esperar, sentiu o tapa ardido em seu rosto.
-Seu filho de uma puta, desgraçado, miserável...
Alice xingava e batia forte no peito de Bill que tentava lhe segurar os pulsos sorrindo da reação da morena.
-Essa é a Alice! –Bill brincou conseguindo segurar os seus pulsos e a prendendo-a a trouxe para junto de seu corpo.
- Eu quase morri só em pensar em viver a minha vida sem...
As pupilas de Bill dilataram-se e brilharam e seu semblante ficou sério, a trouxe para mais perto até sentir a respiração descompassada de Alice em seu rosto, olhou para seus lábios inchados de chorar e perguntou muito baixo:
-Sua vida sem?
Alice o olhou mordendo os lábios quando sentiu o corpo magro e bem feito grudado ao seu. Então, passou a mão no peito dele, descendo pela cintura, passando pelo membro, logo depois na perna se encurvando, pegando a mala vermelha que estava na areia e levantando-a sorrindo disse:
-Sem os meus OITO MILHÕES!
Bill a olhou jogando a cabeça para trás gargalhando, Alice também sorriu divertida e abraçaram-se.
-E esse braço, mocinho? – Alice virou e perguntou para Pablo, ainda abraçada a Bill
-Nada demais! – Pablo sorriu acalmando-a -  Carlos nos achou pelo rastreador do celular e nos mandou um helicoptéro, depois nos trouxe até a Grécia, só que tivemos que esperar cinco dias e só não ligamos por que Bill queria fazer surpresa!
Alice olhou para Bill e sorriu, podia jurar que ele havia corado, depois andou até o irmão o enlaçando com o outro braço, e subindo as ruas estreitas da Grécia, abraçada aos seus dois homens, percebeu que pela primeira vez na vida não ansiava por mais nada. Alice estava satisfeita, podia dizer que ela estava muito mais do que isso. Estava feliz!

 

 Um mês depois – México


-Carlos transferiu metade da herança para minha conta. – Lara entrou no enorme quarto, onde Tom estava sentado na cama com seu laptop aberto.
-Sim, eu vi!  - Tom respondeu olhando-a entrar e jogar a bolsa ao lado dele.
-Agora somos bilionários! – Lara colocou um joelho na cama e depois o outro, engatinhando até ele, dando-lhe um beijo na bochecha e depois deitando em seu colo.
-Você é Bilionária! – Tom fechou o laptop e a olhou. – Esse dinheiro é seu!
-Nosso!
-Lara já conversamos sobre isso e...
-Tom, esse dinheiro nos será útil por dois anos, depois disso, você abre sua empresa de segurança e se mantém. – Lara disse brava – Sabemos que você e nem Bill pode procurar emprego por enquanto.  - ela levantou com a cara fechada e quando foi sair da cama, Tom a segurou pelo pulso.
-Você age como esses machistas que se for sustentado por mulher o pinto não some mais. – Lara tentou se soltar em vão – É apenas dois anos! – Tom a trouxe para mais perto – Eu só vou te dar uma pequena ajuda que não vai te tornar menos macho, pare de drama!

Tom não pode deixar de sorrir, ainda segurando seus braços com força, colocando-a em seu colo e ergueu-lhe o rosto. Estava sério, com as mãos grandes envolveu o seu frágil pescoço, beijando-a com ternura, abraçando-a com de uma forma tão reconfortante, como numa promessa de amor incondicional.
Lara o abraçou e correspondeu ao beijo com o mesmo carinho, sentindo sua raiva passar aos poucos, se ajeitou no colo de Tom e deixou ser beijada e envolvida pelos braços fortes até não aguentar mais, separaram suas bocas com a respiração ofegante.
— Você me dá esperança. –Tom disse com os olhos fechados colando sua testa na de Lara. - Acredite Lara... Acredite que a partir de agora teremos uma nova vida que será melhor do que tudo do que já vivemos até hoje.
— Será possível ser mais perfeito que isso? – Lara sorriu tentando segurar as lágrimas de felicidade.
— Muito mais.
— Como pode ter tanta certeza? – Lara se afastou poucos centímetros dele e perguntou.
— Eu sei da mesma forma como sabia, aquele dia no Brasil, na primeira vez que coloquei os olhos em você, que seria minha. Fui feito para amá-la e protegê-la. E sempre a amarei e a protegerei até o último dia da minha vida.
- Tom...Eu te amo tanto... Fique comigo até o último dia da sua vida... Das nossas vidas!
— Nem precisa pedir duas vezes! – Tom a olhou com intensa devoção. – Eu te amo, Lara!

Um longo beijo os uniu. Lara queria dizer mais uma vez o quanto o amava, queria falar como ele havia feito bem a ela, o quanto havia aprendido com ele, mas sua respiração e a dele estavam tão aceleradas, seus corpos já estavam grudados na fúria de provarem seus sentimentos da forma mais completa e íntima que existia que a declaração precisou ficar para depois...
Muito depois...


x.x


Mais tarde, depois de se amarem, Tom olhou para Lara que dormia como um anjo envolvido no lençol de cetim branco, ele tirou uma mecha de cabelo que estava cobrindo o rosto e sem fazer muito barulho saiu da cama, se vestiu e abriu a porta do quarto.
Quando chegou fora da casa, olhou para o horizonte, com o céu quase todo estrelado e se espreguiçou, acendeu um cigarro e quando deu a primeira tragada, avistou o irmão mais sentado na areia da praia sozinho, fechou a enorme porta de vidro da enorme mansão em frente à praia, que dividia com Lara, Bill e Alice.
Pablo e Joana preferiram permanecer na Grécia, dos oito milhões de Alice, dois deles, ficou com Pablo, com os juros do banco, nem um dos dois precisariam trabalhar por alguns anos. Lara se propôs a ajudar também, mas Joana não aceitou, agradeceu e disse que se precisasse, pediria.
Tom desceu os degraus da escada do deck e deixou os chinelos na beirada da escada antes de andar na areia fofa da praia, deu uns passos e ao se aproximar do irmão, jogou o maço no colo dele, Bill pegou um cigarro e o acendeu, tragando devagar.
-Esta pensando em que? – Tom perguntou sentando do seu lado.
- Na vida! – Bill disse, curvando os lábios em um pequeno sorriso – Na nossa vida!
- E chegou a que veredicto?
- Que somos inocentes! – Bill sorriu de suas palavras  - Claro, só somos inocentes por que você estava lá para fazer isso possível... Se fosse por mim... Estaríamos todos mortos.
-Bill, isso é irrelevante agora!
- Pra mim não é!  – Bill virou para o irmão, com os olhos marejados – Se não fosse por você... Como sempre... sempre você estava ao meu lado, ou atrás, na frente...Não importa!   – sua voz falhou - Você sempre esteve comigo!
-Você é meu irmão, é o meu dever!
-Não, não é!
-Já disse Bill você é meu irmão!
-E você é meu herói!
Tom arregalou os olhos ao ouvir o irmão dizer aquelas palavras, amava o irmão mais novo, desde pequenos, Tom o defendia e o protegia, mesmo quando estava errado. Os piores dias de sua vida foram quando sua mãe faleceu e o pai o expulsou de casa, viver sem Bill era a mesma forma que viver sem... Era a mesma coisa que NÃO VIVER!
Bill aproximou-se de Tom e o abraçou por alguns segundos que o abraçou também, o mais novo se afastou e virou o rosto para o outro lado, limpando as lágrimas, escondendo-as, Tom não estranhou tal atitude, Bill jamais deixou suas lágrimas serem vistas.

- Não tirou seu soninho de beleza da tarde? – Tom perguntou dando um leve soco no braço de Bill, mudando de assunto.
-Aquela praga não me deixou dormir!
-Sim, eu ouvi o barulho!
-Desculpe, tentei tapar a boca dela – Bill esticou a mão mostrando-lhe a pequena mordida entre os dedos. – Mas ela me mordeu!
-Estou surpreso que não tenha morrido ainda de raiva! – Tom disse sério
Bill sorriu com a brincadeira, olhou para a mordida e depois para o mar, vendo as ondas quebrarem em silêncio a sua frente.
- É isso que me prende a ela sabia?
-Ela te morder feito uma cadela no cio? – Tom apagou o cigarro na areia.
-Não!  - Bill fez uma careta – É esse jeito que ela tem! – Ele baixou a cabeça e sorriu – Essa forma de levar a vida, sem se preocupar com ninguém, essa maneira dela falar, fazer e se comportar sempre com o botão do foda-se ligado para o mundo.
- Isso não me impressiona – Tom também sorriu – Ela é você!
-Talvez!
-Não é Talvez, Alice é a sua versão feminina – Tom afirmou  – Sem medo, sem barreiras e sem se apegar a nada e nem ninguém.
-É! – Bill apenas se limitou a dizer.
-Você a ama? – Tom perguntou fazendo-o respirar profundamente, depois o viu abaixar a cabeça.
- Olha Tom eu a...
-Tom!
Os dois olharam para trás na mesma hora quando ouviram o nome do gêmeo mais velho ser chamado, vendo Alice no deck da piscina, ela desceu a escada correndo e se aproximou dos gêmeos, jogando areia com o pé nas pernas de Tom.
-Você me jogou areia! –Ele se levantou batendo-se para tirar à areia do corpo.
-Desculpa! – Alice sorriu sarcasticamente para Tom – Sujou? Posso te ajudar a limpar!
Alice se aproximou e com a mão deu um pequeno tapa na bunda dele.
-Tire a mão da minha bunda? –Tom a olhou feio – Você me jogou areia de propósito!
-Olha como ele é injusto comigo, Bill? – Ela fez beicinho e olhou para Bill, que ainda permanecia sentado na areia, rindo da cena.
- Por que me chamou?  – Tom perguntou – O que você quer?
- Lara esta te chamando!  – Alice respondeu
- O que ela quer?
  -Ela quer que você vá à merda! – Alice o olhou com desdém - Não sou pombo correio, entre e vá ver o que ela quer!
- Bill como você aguenta? – Tom perguntou para o irmão.
-Eu a espanco um pouquinho por dia!
Bill respondeu e viu o irmão seguir para a casa novamente.
- O que estava conversando com ele? –Alice se sentou ao lado dele perguntando.
-Papo de irmão! –Bill foi curto e grosso
-O que?
-Coisas de Homem!
-Tipo o que?  – Alice insistiu e Bill revirou os olhos.
-Você não é meu irmão e muito menos homem!  – Bill disse sério
-Esse é o meu Bill! 
-Seu Bill? – Bill arqueou uma sobrancelha ao perguntar
-Meu Bill!  - Alice sorriu divertida
-Desde quando?
-Não sei exatamente!  – Alice o olhou, sem sorrir - Mas sei que você é meu e eu sou sua! – Alice pendeu a cabeça para o lado e sorriu de leve - Talvez na primeira vez que nos vimos, talvez naquela noite que fizemos realmente amor no hotel, talvez quando eu cuidei de você, talvez... Agora!
Encaram-se por alguns segundos, Bill franziu a testa e baixou a cabeça sorrindo, fugindo do olhar significativo de Alice.
- Existe algo entre nós – Alice falou - Se não existisse, não estaríamos aqui, não depois de tudo o que passamos juntos!
- Esse seu discurso é perfeito. – Bill a olhou – Só falta finalizá-lo com um: Eu te amo
Alice olhou para Bill, séria e logo em seguida, caiu na gargalhada, deixando-se cair na areia da praia, Bill a olhou e não entendeu qual era o motivo da crise de riso, ela se levantou e enxugando as lágrimas disse:
- Eu te amo são para os imbecis!  - Alice fixou seus olhos no de Bill – Quem diz eu te amo é idiota!
-Tom e Lara são idiotas então? – Bill perguntou
-Com toda certeza! – Alice revirou os olhos e falou – Dois perfeitos idiotas.
- E seu eu te falasse EU TE AMO!
Alice baixou a cabeça fechando os olhos e mexeu na areia fofa com os dedos dos pés, depois olhou para as ondas e ainda sem encará-lo disse:
- Se você falasse... Cairia neve no inferno!  – Ela disse sorrindo.
- Ouvir um eu te amo é tão ruim assim?  – Bill insistiu na questão
- Palavras são apenas... Palavras! – Alice levantou-se e sentou-se em seu colo tocando seu rosto com a ponta do dedo – Gestos falam e representam muito mais que três simples palavras. – Ela passou sua mão na nuca e depois enfiou seus dedos dentro do cabelo negro de Bill, fazendo-o arfar – Palavras se perdem ao vento, com apenas um gesto você diz mil palavras de uma vez.
Alice contornou os lábios de Bill com a ponta de sua língua, forçando-o abri-los para recebê-la, Ele gemeu quando sentiu o toque. Ela aprofundou o beijo e ainda com os lábios colados ao dele, se endireitou em seu colo, esfregando sua intimidade na dele, mais uma vez ele gemeu.
Os dedos finos de Bill entraram dentro do micro vestido, apertando com força as coxas bem torneada, esfregou sua ereção em Alice arrancando um pequeno gemido de seus lábios fazendo-a jogar a cabeça para trás, interropendo o beijo.
Bill não resistiu e pegou-a no colo, levou-a para dentro do mar, Alice encaixou-se na cintura fina e mordeu os lábios com força quando o sentiu a penetrando em um único movimento.

- Era exatamente isso que estava falando... Essa é a nossa forma de dizer tudo o que pensamos e sentimos um pelo outro.
- E o que exatamente estou dizendo nesse exato momento? – Bill perguntou mordendo seu ombro, fazendo-a gemer mais alto.
- Não sei...  - Alice sorriu mordeu o lóbulo da orelha de Bill e sussurrou – Esta dizendo em alemão e não falo essa língua!
Encararam-se e Bill iniciou a tortura movimentando-se rapidamente, estocando profundamente e com o balanço das ondas ajudando, chegaram ao clímax.  Alice o apertou em seus braços,  não se desconectaram, ficaram em silêncio e abraçados por um longo tempo, ela deitou a cabeça em seu ombro e recebeu vários suaves beijos em sua têmpora.
Bill se retirou dentro dela fazendo-a tocar o chão de areia, enlaçou-a pela cintura com os braços e  seguiram para fora da água seguindo para dentro da casa, sorrindo um para o outro, sem notar Tom e Lara na enorme sala, que aos vê-los  sussurrando um com o outro e trocando afagos carinhosos, se entreolharam,  estranhando o casal em momento inédito de carinho explícito.
Entraram no quarto, seguiram para o banheiro, Alice abriu o chuveiro, Bill a despiu e depois tirou suas próprias roupas, entrando no box, não trocaram nenhuma palavra, trocaram apenas afagos, o banho não foi demorado.
No quarto, Bill deitou primeiro na cama, Alice deitou de costas para ele, o moreno se virou e a abraçou, ficando de conchinha, Alice sentiu a respiração quente em seu pescoço, sorriu e não disse nada, esperou que a respiração dele fosse ficando calma, relaxada e leve e o chamou:
-Bill?  - sem obter resposta ela insistiu – Você esta acordado?
Ele havia dormido, então ela pegou-lhe a mão que estava em sua cintura e a acariciou depois a beijou com carinho, então fechou os olhos e finalmente confessou:
-Ich Liebe dich, Sr. Arrogância!
Bill apenas curvou os lábios em um sorriso e sem se mexer e nem responder, fechou os olhos e dessa vez, dormiu de verdade,


(**)


Era de madrugada, e Lara estava sentada em uma enorme pedra branca, com os pés fundos na areia, o vento da madrugada balançava seus curtos cachos louros e ela parecia estar com frio.
- Esqueceu a blusa? – Bill surgiu detrás da pedra tragando durante dois segundos e soltando a fumaça aos poucos enquanto falava. -  Tem certeza de que quer fazer isso loira? – Bill não a olhava, prestava atenção nas fortes ondas do mar, na verdade nem ele sabia se era certo o que Lara queria fazer. – Você sabe que Tom jamais aceitaria isso... E depois... você é bilionária, não precisa disso. Já não teve o suficiente?
- Não. -  Lara o respondeu sem pensar. – Acho que ainda falta algo, é como se precisasse disso para me igualar a vocês, quero sentir essa adrenalina de novo, uma última vez, eu preciso disso, e sei que não será a mesma coisa sem estarmos juntos... Eu preciso de vocês Bill. -  A voz de Lara estava trêmula. – Vamos voltar uma última vez para os EUA, e vamos fechar nossa história com chave de ouro.
- Você não precisa me convencer, eu já aceitei antes de você me perguntar se aceitaria.
- Eu também estou dentro! – Alice apareceu por trás de Bill, o enlaçando pela cintura e escorando seu queixo no ombro do moreno. – Seu namoradinho jamais aceitaria a porcelana dele se arriscando por isso.
- Eu aceito. – A voz de Tom foi calma e Alice ergueu as sobrancelhas, surpresa com a  reação do gêmeo.
- Então pode beijar a noiva. – Alice brincou, ouvindo uma risada baixa de Bill.
- Tom... Eu preciso te explicar... Eu não sei exatamente o por...
- Não precisa Lara, eu ouvi você falando com Bill no celular, e você precisa aprender a exlcuir o histórico do computador, eu sei de tudo, e acho que não só você, mas nós quatro precisamos dessa última emoção, mesmo que seja a última de nossas vidas, devemos isso a tudo que passamos juntos.
- Então vamos mesmo roubar mais bilhões de políticos desgraçados? – Alice olhava as unhas enormes e vermelhas enquanto perguntava.
- Pra que dois bilhões? Se podemos ter quatro? Um para cada, uma última vez, como nos velhos tempos. – Lara se levantou, observando os três a olhar com certa supresa.
- Os olhinhos dela chegam brilham, que orgulho da minha pupila. – Alice bateu palmas e a olhou divertida.
- Para quando é isso? – Tom perguntou e olhou pra Alice que parecia querer perguntar o mesmo.
- Depois de amanhã! – Bill e Lara responderam juntos.
- Está tudo pronto. – Bill completou. – Saímos hoje no final da tarde.

Todos se olharam e Lara respirou fundo, curvando a boca em um sorriso de vitória.

- Nos encontramos aqui, quem quiser desistir, ótimo, sobra mais para meu casamento. – Lara sorriu nervosa, abraçando Tom pela cintura.
- Eu não vou desistir... – Alice se aproximou de Lara - E nem pense em jogar o buquê em minhas mãos... Isso é cafona demais!

Alice passou por Lara sorrindo pegou Bill pela mão e caminhando juntos pela areia, entraram na casa. Lara olhou para Tom que caminhou em sua direção e beijou o topo de sua cabeça dizendo:
 -  Vai dar tudo certo.

...

Dois dias se passaram, Tom, Lara, Bill e Alice estavam em um mustang conversível de cor laranja escuro.
O vento batia forte em seus rostos, no tapete do carro, malas de armamento, máscaras e roupas para o último golpe, a última aventura do quarteto. Todos se mantiveram calados durante o trajeto. Tom dirigia e Bill estava largado no banco do passageiro obsevando o deserto que vera a meses atrás. As duas moças estavam no banco de trás, com lenços cobrindo os cabelos e óculos de sol gigantes, o único som que ecoava era do vento forte penetrando a pele feminina.
- Pode dar tudo errado, me desculpa se tudo der errado e morrermos. – Lara desabafou nervosa.
- Cadê o otimismo humano que você estava a três dias querida? – Alice afinava um cigarro nas mãos e abaixou o óculos para fixar o olhar em Lara.
- Eu não vou desistir, não quero, só acho... Só quero que saibam que tudo pode acontecer, e que não importa o que aconteça, esses últimos dois anos foram os piores e os melhores da minha vida.
- Acho que vocês deveriam se calar, nada vai dar errado, vocês acham que estão falando com quem? Dois amadores? – Bill não parecia nervoso, mas seu sarcasmo estava ligado no nivel máximo. – Acho melhor ligar o rádio, mulher quando para pra pensar só dá merda. – Bill esticou o braço e ligou o rádio, trocando de estações freneticamente.
- Não importa o que aconteça, desde que estejamos juntos. -  Tom finalmente falou, olhando para trás e sussurando um eu te amo para Lara que sorriu.
- Deixa aí! – Alice gritou para Bill - Tá aí, nossa trilha sonora... nenhuma música poderia descrever melhor o que temos a  dizer.

Bill aumentou o som, e devagar tentou pegar o ritmo da letra, cantando-a, logo em seguida, um por um começou a cantar os trechos da música, até formar um coro perfeito, Tom acelerou o carro e caiu na estrada que dava entrada para a fronteira com os EUA.


It's all the same, only the names will change.
É tudo igual, só os nomes mudam.
Everyday it seems we're wasting away.
Todo dia, parece que estamos perdendo os caminhos.
Another place where the faces are so cold
Outro lugar onde os rostos são tão frios
I'd drive all night just to get back home
Eu dirigiria a noite toda, só para voltar para casa

I'm a cowboy, on a steel horse I ride
Sou um cowboy, cavalgo num cavalo de aço
I'm wanted dead or alive
Sou procurado, morto ou vivo.”

O caminho era incerto. Mas, nada mais importava... Estavam livres, estavam juntos, e iriam continuar assim... mortos ou vivos!


Postado Por: Grasiele | Fonte: x

Dead Or Alive - Capítulo 28 - Almost over...

 


Quando você é trazido para este mundo
Dizem que você nasce com um pecado
Eu tenho um pecado.
Você será sempre o meu pecado...
Blazy of Glory - Bon Jovi

  

Um tiro foi ouvido... Estava feito!

Um grito foi sufocado dentro de sua garganta, seu corpo escorregou na porta, desabando como se o tiro tivesse perfurado o seu corpo, deixando-o sem vida. Ela deitou no chão gelado, fraca. Fechando os olhos sussurrou como se ele tivesse a ouvindo pela última vez:

-Nos vemos no inferno, Bill Kaulitz!

O corpo de Bill se encolheu ao ouvir o tiro estridente que quase o ensurdeceu, sem abrir os olhos ouviu outro barulho, de um corpo sendo atirado sobre uma pequena mesa de madeira, que pareceu mais estrondoso do que o próprio tiro.

- Bill? - Pablo estava com as mãos trêmulas segurando uma 38, tentando manter o ângulo. – O senhor está bem? – Não houve resposta, Bill abriu os olhos em câmera lenta, teve dificuldade em focalizar o rosto jovem de Pablo, ainda sem responder, moveu apenas os olhos e avistou o corpo de Syn estirado no chão, se contorcendo e revirando.
- P... Pablo... seu filho da pu   - Syn se esticou para pegar a arma que estava próxima aos pés de Bill.
Syn levou um chute certeiro de Bill no queixo ao tentar pega-la, e entre gemidos de dor, o gêmeo, se esticava para chutar a arma para longe do inimigo.
- Pablo me desamarre! – Bill soltou o um rugido ao ver Pablo se aproximar de Syn, tentando apontar a arma para a cabeça do chefe que estava quase desmaiado. – Pablo, me desamarre, não atire nele... Eu quero matar esse desgraçado com minhas próprias mãos. Ouça-me, olhe aqui  – O jovem estava em transe  - Pablo porra! – Bill berrava com a voz rouca, tentava despertá-lo, parecia em choque ao perceber que iria matar seu chefe, tudo aquilo era demais para ele, mas Syn havia ido longe demais com as torturas. Outro berro de Bill finalmente o acordou.
- Pablo! – O ajudante lhe olhou com os olhos arregalados. – Venha e me desamarre, rápido!
Bill se esticava o quanto podia, e Pablo se aproximou e com uma faca afiada, retirou todas as amarras sem muito cuidado, fazendo-o morder os lábios de dor, já livre, arrancou a arma de Pablo e puxou-o pelos ombros, chacoalhando-o, ainda gritando.
- Ouça Pablo, quero que preste atenção, preciso que você pegue meu irmão, Lara e Alice e tire-os daqui. – Pablo o olhou e balançou a  cabeça freneticamente – Vá!
- O Sr... erh... Syn tem um helicóptero que o levaria para Grécia após matar todos vocês. – Pablo o olhava assustado. – Alice já...
-Alice?   Bill olhou apavorado para Pablo – Ele não a matou?
-Não...
-Então... Pegue-os e tire-os daqui!  – Bill gritou e empurrou Pablo para fora do quarto.
-Agora é a hora de te depenar, maldito! – Bill chutou a perna ferida de Syn pelo tiro que Pablo deu. – Eu gostaria de te dar uma morte lenta e dolorosa, mas acho que a polícia não vai gostar da idéia de chegar e me ver aqui, então eu vou ser brevemente doloroso com você. - O moreno apontou a arma para a parte íntima do ex-amigo e atirou, ouvindo um grito apavorante dele. – Fez cócegas? Quer mais um? Isso é por você ter usado essa merda para machucar a Alice.  - Bill segurou a mão de Syn que tentava estancar o sangue abundante das partes feridas e atirou na palma de sua mão direita, estraçalhando-a. Dessa vez ele não gritou, apenas agonizou cuspindo sangue.
- Isso, morra engasgado com seu próprio sangue! Eu não vou simplesmente atirar na sua testa e acabar com a diversão. – Bill olhou para os lados tentando achar seus pertences e achou dois celulares junto com suas armas em uma mesa distante do sofá, correu e os pegou, voltou para onde o corpo estava caído quase morto de tanto sangrar, tossindo e tendo convulsão no chão.
- Boa noite bela adormecida, tenha bons sonhos ao lado do seu irmão no inferno. – Bill limpou a arma que havia atirado, pegou a mala de dinheiro, jóias e tudo o que havia de valor ali, pegou dois galões de gasolina que estavam na cozinha, provavelmente Syn usaria para queimar o corpo de Alice e dele depois que os matasse e voltou para sala.
Bill despejava a gasolina pelo tapete, por toda parte e voltou a olhá-lo caído no chão, somente com os olhos abertos, estava quase morto. Bill sorriu se divertindo com cada ato para acabar com o inimigo, quando ouviu o barulho de um carro invadindo e atropelando qualquer coisa do lado exterior da casa, foi até a janela, era Tom e Lara em um Impala 69 preto, e em outro, verde, estava Pablo.

O gêmeo mais novo desceu derramando o que restava de gasolina e o carro parou na porta, Tom gritava para o irmão sair da casa, pois  o resto do bando de Syn tinha sido avisado da confusão. Um barulho de helicóptero fez com que todos olhassem para o céu. Bill olhou para cima e depois para o lado quando ouviu seu nome.
- Bill! – Era Pablo chamando-o. – Bill, eu acho melhor vocês virem comigo.
- O que você está fazendo aqui? Cadê a Alice?  – Bill gritou olhando nervoso para ele.  - Cadê ela?
- Confie em mim ela esta bem!! – Pablo o segurou e gritando pediu – Vamos sair daqui! 

Bill riscou o fósforo e jogou dentro da casa e em passos rápidos saiu do quintal da casa, não tinham tempo para mais nada, juntou-se aos três e ordenou:
-Pablo você vem comigo! – Bill bateu no ombro do garoto e depois olhando para Tom mandou – Pegue Lara e vá embora!
-Que?! – Tom franziu a testa e perguntou ao irmão mais novo.
-Tom, pegue a Lara e siga para o México!  – Bill pegou uma arma, abrindo-o o pente carregando-a rapidamente. Pablo também pegou duas armas pratas e as carregou, colocando as duas no capô do carro.
- Eu não vou sair daqui sem você, Bill! – Tom se aproximou do irmão e o avisou.
_Tom, isso não é hora de sentimentalismo! – Bill olhou sério para o irmão – Pegue Lara e vá embora, já causei mal o suficiente para você dois. – O irmão mais novo disse erguendo o capô do porta mala e reabastecendo mais duas espingardas.
-Não é sentimentalismo, vamos sair daqui...  – Tom andou até o irmão e o segurou pelo braço com força. – Juntos!
-Tom, eu vou socar sua cara se você não entrar nessa merda de carro e tirar ela daqui. – Bill puxou o braço e sem olhar para o irmão abriu a porta do motorista e jogou as armas no banco traseiro.
- Bill temos que sair daqui – Pablo olhou com olhos de pavor e depois desviou seu olhar para Pablo  – Os homens de Syn virão atrás da gente.
-Entre no carro Pablo! –Bill sentou no banco do motorista e Tom entrou na frente quando Bill foi fechá-la, ele o impediu de fechá-la.
-Sai da porra da porta, seu burro! – Bill gritou para o irmão.
-Não!
Bill bufou impaciente e saiu do carro colocando as duas mãos abertas no peito de Tom o empurrando para longe do carro. O mais velho não se deixou intimidar e também com as duas mãos empurrou o irmão com força fazendo-o trombar contra a lataria do carro.
-Você não manda em mim, seu imbecil – Tom enfiou o dedo indicador na cara do irmão com raiva   - Eu sou mais velho e eu mando nessa porra, você entendeu? – Bill fechou os olhos, pois sabia que não seria fácil convencê-lo a ir embora sem ele.
-Foda-se!  Vamos enfrentar tudo isso juntos! – Bill o ouviu gritar por fim.
-Caralho, Tom será que dá para você ter um pouco de consciência e sair daqui? – Bill disse com calma – Lara não tem nada a ver com isso, você acha justo ela estar aqui passando por isso, depois de tudo o que já passou?
-Bill eu também concordo com o Tom estamos aqui todos juntos! – Lara se aproximou de Bill – Eu não me importo de estar aqui, brigando junto com vocês.
-Ah que merda! – Bill passou a mão pelos cabelos negros – Pensei que você pelo menos tivesse um pouco de juízo -  Ele se virou e quando voltou a olhar para o irmão mais velho, lhe atingiu  com o punho fechado, fazendo-o cambalear e cair no chão, nos pés de Pablo, desmaiado.
-Bill?!   – Lara correu para o lado do namorado e olhou para Bill com pavor - O que você fez?
-Vou ajudá-la a colocá-lo em um dos carros, depois peça ajuda, você sabe para quem! – Bill segurou os braços de Tom e Lara os pés e o erguendo do chão o levou para o Impala verde, colocando-o no banco traseiro.
Bill ajeitou-o, tirou uma corrente com um crucifixo do pescoço, colocou-o no do irmão mais velho, e tocando sua face com carinho lhe deu um beijo carinhoso. Lara o olhou e viu quando lágrimas pingaram na blusa vermelha de Tom, seu coração apertou, era uma cena que jamais imaginou que fosse presenciar, Bill Kaulitz havia derramado uma lágrima.
Então, o viu secar rapidamente saindo do carro e a olhando-a, bravo, a pegou pelo braço e a empurrou para o banco do motorista, fechando a  porta com força;
-Agora vá! –Bill disse a ela, e vendo que ela o olhava, imóvel, gritou assustando-a  – Vá, Lara! Antes que o próximo soco seja em você!
Lara ligou o carro, e saiu olhando para o retrovisor encontrando os olhos de Bill, que junto com Pablo, permaneceu parado vendo-a partir junto com Tom.
O seu coração subiu-lhe a garganta, Lara acelerou e em sentindo contrario e saiu da estrada, pegando uma pequena viela. Ao longe pode ver dois carros pretos, que com certeza seriam capangas de Syn, não havia tempo para ficar pensando e muito menos em ter medo, precisava colocar a sua vida e a de Tom a salvo, e se possível, a vida do cunhado. Sem hesitar um segundo, pegou a estrada para a cidade.
Lara virou-se para trás e observou Tom ainda desmaiado, percebeu que uma das narinas estava suja de sangue, virou-se para frente e colocou a mão dentro da bolsa pegando o celular que Bill tinha lhe dado, discou o número tão conhecido e ao ouvir a voz em castelhano, ela apenas pediu:
-Estou indo para o prédio antigo do meu pai, preciso de você!
Lara não esperou para ouvir a resposta dele, desligou e atirou pela janela o pequeno celular. Pensou em Bill, não por gostar dele, “Tudo bem...posso até me simpatizar” pensou, mas se algo acontecesse ao gêmeo, sabia que Tom ficaria arrasado e sua felicidade não seria completa, e todo os esforço seria sido em vão, e depois de tanto tempo sem rezar abriu os lábios para uma pequena oração.


 x.x


- Tom! – Lara o chamou com carinho – Tom, meu amor acorde!
Depois de alguns segundos ele puxou o ar com força e o soltou, gemendo baixo, colocando lentamente a enorme mão na testa, se movendo no banco traseiro do Impala.
-Onde estamos? – Com muita dificuldade Tom perguntou a Lara – Cadê aquele teimoso?
-Estamos em um dos prédios do meu pai, na Califórnia! – Ela explicou – Bill ficou!
Em um salto, ele sentou no banco de couro e olhou em volta, ainda confuso e com muita dor no rosto, olhou para baixo pegando o pingente que estava preso em uma corrente em seu pescoço.
-Filho de uma puta! – Tom fechou o pingente na mão - Aquele filho da puta...droga...
-Xingar a própria mãe não é crime na Alemanha? – Lara perguntou, tentando amenizar a dor que Tom sentia. Vendo-o olhar fixamente para o crucifixo, ela sussurrou – Vamos salva-lo, mas não se ficarmos aqui parados!
Tom levantou os olhos, e Lara pode ver as lágrimas grossas em seu rosto e diferente do irmão, não as enxugou, saiu do carro, com ajuda dela seguindo para o elevador, quando estavam dentro, ele a encarou e perguntou:
-Pediu ajuda de Carlos novamente, não é?
-Pedi! – Lara disse segurando sua cintura com força – E se quiser rever seu irmão, não é hora para glorificar o seu orgulho de macho!
Olhou-o e Tom não disse nada apenas a fitou. E depois de um breve silêncio disse:
-Obrigado Lara!
-Espere para agradecer quando tudo estiver terminado. –  Ele o beijou carinhosamente – Quando tivermos rolando nas areias de uma praia paradisíaca e deserta.
Tom não pode deixar de sorrir e beijando o topo de sua testa sussurrou:
-No que eu de transformei...
-Sim, numa grande mulher!
Lara levantou a cabeça com um sorriso malicioso nos lábios, ele baixou seu rosto e selou o momento num beijo rápido, no mesmo instante que a porta do elevador abriu e saíram em direção ao heliporto do prédio.
Tom abriu a porta e o viu ainda de costas. Quando ouviu a porta ser fechada, ele se virou encarando o casal.
-Lara, que bom revê-la! – Carlos disse debochado – Tom...Já não posso dizer o mesmo.
Lara se desvencilhou de Tom e foi em direção a Carlos lhe dando um beijo na bochecha.
-Obrigado mais uma vez! – Sorrindo disse a ele  – Prometo que essa será a última vez!
-Sem problemas, quantas vezes precisar de mim, estarei sempre a sua disposição –  Carlos disse retribuindo um sorriso amplo e enfatizando a palavra “sua”.
-Vou colocar as malas no helicóptero! – Lara disse para Carlos, seguindo em direção de três pequenas malas que Bill havia lhe dado.
- Eu posso ter a perdoado, mas você seria impossível.  – Carlos disse quando viu Lara distante.
-Isso eu tinha certeza – Tom sorriu sarcástico para Carlos – Eu devo me desculpar com você?
-Seria de bom grado! - Carlos disse ainda o olhando com ironia.
-Se eu o fizer, estarei sendo mentiroso... Sinto muito por isso! –Tom passou os olhos para Lara, que ainda estava no interior do helicóptero.
-Eu só não fui atrás de você, por ELA, por que Lara iria sofrer demais e acho que a vida já a fez sofrer demais. – Carlos esbravejou  – Se não fosse por isso... – Carlos deu um passo encostando-se em Tom -  Eu queria te matar da forma mais lenta possível, seu traidor desgraçado.
-Podemos resolver isso, Carlos?   –Tom lhe deu um tapinha no ombro – Finalizamos isso... Agora!
Lara parou um segundo, saindo do helicóptero e olhou os dois homens se olhando com raiva, algo dizia que aquilo não terminaria bem. Então, desceu rápido e correu para juntos dos dois, que se encaravam com ódio, a menos de cinco centímetros de distância.
- Será que as mocinhas podem parar com isso? – Lara entrou na frente – Tom, temos que ir! – Lara disse puxando o braço de Tom para longe de Carlos. – Carlos, o que já disse a você?
- Lara, você não deve satisfação a ele! – Tom ergueu o queixo ao falar.
-Tom....  – Lara fez um gesto com a mão para parar de falar – Sei que erramos, mas isso, essa mágoa, esse ódio guardado não levará a nada...NADA pode mudar os nossos destinos.
Lara se aproximou de Carlos e carinhosamente lhe disse:
- Eu devo minha vida a você... Mas eu vou repetir quantas vezes forem necessárias: Morto ou vivo, eu sempre vou pertencer a Tom. E a mais ninguém! – Deu um leve beijo na bochecha de Carlos - Então pela última vez, deixe isso de lado e siga a sua vida!  - E pegando com força o braço de Tom, correram seguindo para dentro do helicóptero.

 Já fora do chão, Lara procurou os olhos de Carlos, sorriu e apenas com um gesto terno, sem som, murmurou um sincero: Obrigado.


Alcançaram o céu, e quando a cidade começou a ficar quase do tamanho de formigas. Lara arfou jogando a cabeça para trás, fechou os olhos deitando no ombro de Tom, que procurou sua mão, entrelaçando-a com a sua, ao sentir o toque do namorado, levantou a cabeça e o olhou, não sorriu, apenas estreitou os olhos e determinada prometeu:
- Sairemos dessa!  – Tom apertou sua mão - O fim esta chegando... para Todos!


Postado Por: Grasiele

Dead Or Alive - Capítulo 27 - Bye... California!


 Quando eu pensei em desistir de nós.
Você se virou e me deu um último toque.
Que fez tudo parecer melhor.
E, ainda assim, meus olhos ficaram mais úmidos.
Tão confusa, quero te perguntar se você me ama.
Mas não quero parecer tão fraca.
Talvez eu esteja tendo um sonho californiano.

California King Bed - Cama do Rei da Califórnia


-Bill Kaulitz! É um enorme prazer recebê-lo na minha casa!  - Syn disse entrando no quarto com um largo sorriso no rosto – Muito tempo que não nos vemos não é meu grande amigo?

Bill o olhou e baixou os olhos novamente, sem dizer nada com a cara fechada.

Depois da pancada na cabeça que recebeu no quarto de Lara e Tom, Bill acordou em um quarto branco, apenas com uma mesa e  preso a  parede, com os braços abertos.

-Ah, Bill! – Syn sorriu feliz para ele - Assuma que você também estava com saudades! – Syn chegou mais próximo e deu o primeiro soco no estômago de Bill que gemeu, mas permaneceu em pé. - Dessa vez você é meu! Só meu! Vou poder fazer o que eu bem quiser com você, lentamente e ninguém vai poder fazer absolutamente nada... Finalmente vingarei a morte de meu irmão.

Syn parou em frente a Bill e com ódio pegou o topete e o levantou fazendo o encarar. Seus olhares se encontraram, faíscas foram soltas e foi Syn que desviou o olhar primeiro.

-Você quer dizer alguma coisa, meu amigo? – Syn sorri para Bill.

Bill, mantinha a cabeça erguida, olhava fixamente para o ex-amigo, orgulhoso e seguro. E ao sorrir pela primeira vez, disse:
-Eu o mataria por mil vezes!
-Você traiu a minha família - Syn disse – Traiu minha mãe que te deu um teto quando você mais precisou.

Bill o olhava sem demonstrar arrependimento. Tinha uma enorme gratidão pela mãe de Syn, mas não sentia dor alguma por ter acabado com a vida de seu filho, ele merecia por toda dor que causou a muitas pessoas.

- Não tem nada para me dizer, Bill? – Syn mais uma vez sorriu perto do rosto de Bill – Um pedido de desculpas? – Bill levou um tapa de leve no rosto  - Vamos ver se você vai permanecer desse jeito quando ver a surpresinha que eu preparei para você.

Bill o olhou e o viu andar até a porta, batendo duas vezes nela, ela foi aberta e Pablo entrou com Alice nos braços amarrada pelos pulsos, ela estava com o casaco de Lara e descalça.
Alice olhou para Bill, triste e recebeu o olhar dele, sua feição ao vê-la mudou e ele ergueu o queixo olhando para Syn, percebendo o que ele pretendia fazer, seu coração pela primeira vez, talvez em sua vida inteira, apertou.

- Hum... Como eu imaginei! – Syn disse quando viu a mudança no rosto de Bill. – Na verdade eu demorei muito a perceber tudo isso que estava bem embaixo do meu nariz. – Pablo deixou Alice na sala e se virou para sair, quando ouviu o chefe falar:
- Fique Pablo quero que veja o que acontece com aqueles que me traem!

Pablo olhou para Alice, que estava de cabeça erguida e olhava fixamente para Bill e permaneceu no canto da sala, fechando a porta.

- O plano estava perfeito demais... Até a mocinha se apaixonar! – Syn se aproximou de Alice e a olhou com ódio, lhe deferindo o primeiro soco no estômago, ela gritou e caiu em seus pés.

Ele a pegou pelos cabelos e a colocou em pé novamente, ela engoliu a dor e tentou se endireitar novamente com dificuldade.

-O amor cega! – Syn estendeu o braço e pegou uma mecha de cabelo e enrolou nos dedos carinhosamente – E no seu caso minha cara, te deixou muito burra!

Alice o olhou dentro dos olhos e outro soco lhe atingiu a boca do estômago, ela ajoelhou com os braços no estômago gemendo mais uma vez, dessa vez não conseguiu levantar-se a dor era cortante e lhe tirou o fôlego.

-Como pode me trair desse jeito, Alice? – Ele gritou com ela  – Como pôde depois de tudo o que fiz por você?
- Se você quer um pedido de desculpas... – Alice disse com dificuldade ainda ajoelhada aos pés dele – Deixe Bill ir que eu peço quanto você quiser!

A gargalhada que Syn deu ecoou pela sala vazia.
Ele não a levantou, e ajoelhada como ela estava, Syn lhe atingiu o rosto, fazendo cair aos pés de Bill que se mexeu para tentar chegar perto dela para lhe ajudar.

-É a mim que você quer, Syn  - Bill gritou – Deixe-a, é a mim que você quer, eu estou aqui... Deixe-a ir!
-Ah Bill Kaulitz não vai me dizer que você... Não... Não pode ser! – Syn sorriu e depois ficou sério pegando o braço de Alice a fazendo ficar em pé.  – Não vai me dizer que você também se deixou se envolver por essa vagabunda?
- Deixe-a ir! – Bill repetiu tentando olhar para Alice – Ela é apenas uma coitada que você usou. Não tem nada a ver com o nosso acerto de contas. É a mim que você quer. Eu estou aqui, seu filho da puta!

Alice levantou os olhos e olhou para Bill, na mesma hora que ele fixou seus olhos nos dela. O erro fatal do casal. Um olhar nunca trocado, falaram mil coisas, perguntaram e responderam pelo simples olhar... Ela se desculpou e ele a confortou.

-Maldita! – Syn se afastou de Alice gritando – Desgraçada! – Ele forçou-a a olhá-lo – Eu odeio tanto você

Pablo olhou para o chefe assustado e percebeu que ali era o fim dos dois, ele nunca conseguiria viver com essa traição, Syn jamais conseguiria viver com o fato de Alice pertencer a outra pessoa, muito menos a Bill Kaulitz.

-Esse olhar... Esse olhar que... Você nunca olhou pra mim desse jeito. – Syn andava pela sala desnorteado – Você jamais olhou com essa paixão para mim, por mais que eu fiz por você...Nunca! – lágrimas escorriam pelo seu rosto -  Era por mim que você tinha que ter se apaixonado... Sua ingrata!

Syn transtornado foi para cima de Alice que só conseguiu colocar as mãos no rosto para se defender, ainda presa pelo pulso, a sequência de tapas que recebeu a fez chegar a parede, tentando se afastar dele.
Pablo fechou os olhos e só pediu para terminar logo tudo aquilo. Tentou se aproximar e ouviu um grito:
-Nem tente Pablo! – E depois voltou seus olhos para Alice  - Todo esse tempo eu fui paciente com você  – Syn gritava ao estapear Alice no rosto. – Chega de ser o amigo compreensivo. – Ele fechou a garganta de Alice com uma mão, beijando-a  a força, fechando a outra mão no seio dela.
- Chega de migalhas... Quero o banquete completo dessa vez... E com o nosso amigo assistindo de camarote. – Syn olhou para Pablo e ordenou. – Coloque essa mesa na frente do nosso convidado de honra.

Pablo engoliu a seco e obedeceu colocou a pequena mesa poucos centímetros de onde  Bill estava amarrado.

Syn pegou Alice pelo braço a empurrou para mesa, ele a segurou forçando seu peito contra a mesa, empinando-a e olhando para Bill com ar de deboche, levantando o casaco dela, vendo-a nua por baixo dele, sorriu diabólico.
-Você é um desgraçado!  - Bill gritou – Venha me pegar, não a use para me atingir!
Syn gargalhou sádico, sabendo que aquilo estava lhe machucando como o esperado.
-Solte-a seu filho da puta eu vou te matar...eu vou te matar quando sair...eu vou..

Bill estava fora dele, bufava de raiva e ao perceber o que Syn faria com ela, não teve coragem de olhar para o rosto de Alice, encostado na madeira da mesa, um sentimento de angústia lhe invadiu e por alguns segundos teve vontade de chorar. Ele não podia ajudá-la,  nada o que ele falasse, fizesse ia poupá-la, então baixou a cabeça e fechou os olhos.
O grito estridente que Alice emitiu quando Syn entrou nela, entrou no corpo de Bill como se estivessem lhe cravado dezenas de facas em seu peito. Foi apenas um grito, ele teve certeza que aquilo doía nela, por mais que ela se esforçasse para não demonstrar a dor que estava sentindo.

-Era assim que ele fazia?

Bill ouviu Syn perguntar para ela, aos berros.

-Hã?  - Syn cravou os dedos na cintura de Alice e penetrou o mais fundo que pode. – É dessa forma que você gosta? Ser maltratada como uma cadela? Heim?

Syn não ouviu resposta nenhuma, aquilo o revoltou mais.

-Você sempre morta, sem expressão! – Ele forçou mais dentro dela  - Não geme, não grita, não chora... Nunca derruba uma lágrima. – Ele se movimentava com força dentro dela - Eu te odeio Alice... Eu te odeio!
Ele gritava e a penetrava com raiva, queria machucá-la, queria puni-la, queria que ela pedisse por clemência, queria que ela dissesse que agora o coração lhe pertencia. Mas, ela nunca faria nada... NUNCA diria nada!
Syn não terminou o ato e a levantou da mesa pelo cabelo jogando-a com força contra Bill, ela bateu em seu corpo e sem forças vez caiu aos seus pés.  Bill mais uma vez tentou se aproximar, em vão.

-Prenda ela ao pé da mesa!  - Syn disse quando passou por Pablo em direção a porta – Agora vou buscar um presente para você Bill Kaulitz  –  Ele saiu da sala deixando Pablo, Bill e Alice, a sós.
-A bolsa vermelha com os dólares que você levou aquela noite tinha um chip, sempre teve e só ele sabia! – Pablo disse trazendo a mesa para perto da parede – Ele te observou na Califórnia por todo esse tempo. –Pablo limpou com mão o sangue nos lábios de Alice. - Lyce eu sinto muito, fiquei com medo pela madrecita e...
-Tudo bem. – Ela disse a Pablo enquanto ele a algemava ao pé da mesa. – Pablo, por favor,  salve-o!
-Não pode me pedir isso!
Pablo passou a mão na cabeça de Alice saindo da sala, deixando Bill e ela, sozinhos.

O silêncio permaneceu por algum tempo na sala. Alice baixou a cabeça nos joelhos e fechou os olhos, não conseguindo pensar em nada para tirá-lo dali.

- Você está bem? – Bill perguntou a ela.
- Sim, estou! – Ela disse sem mostrar fraqueza na voz. –Tom e Lara?
-Foram pegos também! – Bill baixou o tom de voz. – Nem sei onde estão e como estão.

Alice sentiu que aquilo sim lhe doía, pensar que Tom estava em algum lugar na mão daquele sádico. E tudo por sua culpa.

-Sei que nada mudará – Alice olhou para Bill – Se eu pudesse mudar, não entraria naquele carro!
- É, realmente isso não mudará nada! – Bill disse levantando os olhos olhando-a no chão da sala.
-Não foi pelo dinheiro – Alice sustentou seu olhar com o dele – Pois eu o teria do mesmo jeito, até mais se ficasse ao lado dele, mesmo que tivesse falado que não aceitaria a missão. – Ela olhou para o outro lado da sala desviando o olhar – Até por que ele arrumaria outra para o meu lugar.

Ela olhou para a algema e depois voltou os olhos para os de Bill, que ainda a encarava.

- Eu neguei a missão – Ela sorriu e continuou – mas depois que eu vi uma foto sua ao lado dele, foi como se eu precisasse me aproximar, como se eu estivesse com ciúmes da mulher que ele colocaria no meu lugar para te seduzir. – ela falava manso e baixo – Syn tem razão, alguma coisa deu errado aquela nossa última noite, depois quando cuidei de você na casa dele. – Alice o olhou com carinho - Algo saiu do meu controle, eu devia ter ido embora quando comecei a sentir algo...diferente por você!
Bill a observava  com a mesma expressão no olhar, se mexeu tentando se soltar, naquele momento tentou se livrar para poder pelo menos tocar-lhe o rosto machucado.
-Estávamos na casa dele quando eu levei a surra?  E você cuidou de mim? – Bill a olhou surpresa
-Sim, Pablo nos ajudou quando Tom chegou para te resgatar!
-Por que não me disse naquela tarde quando me contou a verdade? –Bill a questionou
-Você não acreditaria em mim!

Bill baixou os olhos, ele não acreditaria.

Alice piscou várias vezes e conseguiu conter as lágrimas.
 – Eu sinto muito, Bill... Mesmo!

-Eu também sinto, Alice!
-Não queria que isso terminasse sem você me perdoar!

O barulho da porta fez com que os dois olhassem para ela. Pablo entrou e foi em direção a Alice, outro segurança entrou deixou uma mala em cima da mesa e saiu.

-Vamos Lyce!
-O que ele vai fazer com Bill? – Ela perguntou, chorosa
-Não sei...
-Por favor... Salve-o! –Alice segurou as mãos de Pablo e sussurrou - Pelo amor de DEUS, por tudo o que eu fiz a você, não deixe que o matem!
-Não posso!
-Pablo livre-os... São todos inocentes e você sabe disso!
-Não posso! – Pablo disse olhando para Alice alterando o tom da voz – Acabou para vocês e ninguém pode fazer mais nada.
-Por tudo o que eu te fiz até hoje... – Alice olhou para Bill e depois continuou a murmurar para Pablo – Eu imploro a você!
-Não! –Pablo gritou ecoando por toda sala. – Acabou, Alice!

Pablo a levantou e ela com cuidado, ela em pé, virou-se para Bill e a olhou.
 Olharam-se por segundos.
Pablo deu um pequeno puxão em seu braço, indicando que era hora de ir que tinha terminado a história, as desavenças e a esperança. Tudo o que poderia existir entre eles...tinha chegado ao fim.
Alice se virou e andou com Pablo até a porta, antes de atravessá-la, em um impulso virou a cabeça e o olhou pela última vez. Parou, mesmo com o empurrão de Pablo, ela não andou e então ele entendeu e a soltou por um instante.
Alice andou apressadamente até Bill e com as mãos algemadas passou os pulsos pela cabeça dele e o enlaçou pelo pescoço e o trouxe para perto, num beijo terno.
Um último beijo.
Pablo a pegou pelo braço e caminharam em direção da porta.

-Alice? – Bill a chamou

Ela parou e olhou rapidamente para Bill.

-Eu te perdôo!

-Obrigada Sr. Arrogância! - Alice disse abrindo um lindo sorriso antes de ser levada para fora da sala.

Pablo a segurando pelo braço seguiu pelo corredor, Pablo abriu uma porta e a colocou numa sala vazia, antes de fechar, só conseguiu ouvir Syn dizer ao passar pelo corredor:

- Um tiro e finalizamos.

Alice olhou para sala vazia, então estava tudo acabado, era o ponto final.
Nunca pensou em ser feliz, nem terminar sua vida de maneira que pudesse se orgulhar, mas nunca pensara que terminaria dessa forma, tão drasticamente.
 Sim, ela daria sua vida pela de Bill, na verdade naquele momento ela percebeu que daria cada segundo da sua vida para salvá-lo.

Tarde demais... Um tiro foi ouvido... Estava feito!

Um grito foi sufocado dentro de sua garganta, seu corpo escorregou na porta, desabando como se o tiro tivesse perfurado o seu corpo, deixando-o sem vida. Ela deitou no chão gelado, fraca. Fechando os olhos sussurrou como se ele tivesse a ouvindo pela última vez:

-Nos vemos no inferno, Bill Kaulitz!

Postado Por: Grasiele

Dead Or Alive - Capítulo 26 - I have loved you all along...

 
´Cause you know, you know, you know
That I love you
I have loved you all along...

Porque você sabe, você sabe, você sabe ...
Que eu te amo
Eu te amei o tempo todo...  


-Você acha que ele ficará bem? – Lara perguntou para Tom assim que entraram no quarto, depois da cena lamentável no corredor entre Bill e Alice. 
-Não sei! – Tom entrou fechando a porta. – Eu nunca vi Bill desse jeito. 
-O que exatamente você quis dizer com isso? – Lara perguntou o olhando. 
-Não sei! – Tom repetiu a resposta. 
-Não sabe ou não quer admitir que ele esteja... Você sabe! 

Tom não respondeu apenas olhou para Lara, confuso. 

-Bom, antes que você responda um outro “Não sei” – Lara pegou seu xale e seus óculos escuros – Já estou atrasada. 

Ela colocou a xale na cabeça depois passou no pescoço, colocou um sobretudo e em seguida os óculos. 

-Então, você vai mesmo? – Tom perguntou deitando na cama e colocando as mãos atrás da cabeça. 

Lara capturou seus olhos, depois rolou os olhos para o peito bem feito, nu. Tom era sem sobra de dúvida o ser humano mais lindo, sexy e apaixonante do planeta terra. Era tão envolvente, dentro e fora da cama, que ela chegava a questionar que tanta beleza e perfeição pertenciam somente a ela. 

-Eu preciso Tom! – Lara disse se aproximando da cama. – Se vamos embora mesmo, preciso finalizar isso. 
-Quer que eu vá com você? 
-Melhor não! – Lara sorriu se curvando na cama aproximando-se do rosto dele – Se eu não voltar em uma hora você pode tomar as devidas providências e depois fique de olho em Bill  - Ela se abaixou e deu um beijo demorado na boca de Tom. 

Levantou-se andando em direção a porta e antes de fechá-la, voltou, abaixou um pouco os óculos e disse a ele: 

-Não vá atrás de mim! – Ela o olhou sério e ajustou os óculos com o dedo, saindo do quarto deixando-o sozinho. 
  
x.x 
  
A chuva cai no centro da Califórnia, o trânsito estava infernal, as buzinas irritavam Lara, depois de meia hora dentro do táxi, ela olhou o grande edifício e pediu ao motorista: 

-Pode parar nessa cafeteria eu vou esperar aqui mesmo! 

O motorista do táxi parou onde Lara indicou e ela ficou esperando dentro do carro, as gotas da chuva escorria no vidro, seu coração estava apertado e agoniado, de repente a grande porta de vidro foi aberta e a porta da limosine foi aberta. 

-Espere aqui, por favor! 

Ela disse para o motorista abrindo a porta, e em seguida abrindo a porta traseira da limosine rapidamente e entrou nela correndo como um raio. 

-O que... 
-Carlos preciso falar com você! – Ela disse olhando para a expressão assustada do ex-noivo. 

A porta foi aberta e um enorme segurança apareceu já armado e segurando o braço de Lara. 
Carlos olhou para Lara e fez um gesto para ele se retirar, fechou o vidro que separavam eles do motorista do enorme carro. 
Lara tirou o xale e os óculos e viu a expressão espantada nos olhos de Carlos, ela sorriu tímida. 

-Eu mudei Carlos, aquela Lara não existe mais! – Ela começou – Eles conseguiram realmente matá-la. 

Carlos desviou os olhos dela. 

-A sua Lara se foi!  - Lara continuou – Não o culpe por nada! – Ele voltou os olhos nela quando Tom foi mencionado  – Na verdade ninguém teve culpa, as coisas foram acontecendo e quando nos demos conta estávamos apaixonados. – Foi a  vez de Lara baixar os olhos – Você pode nos matar que nada mudará. 
-Foi por isso que veio? – Carlos finalmente falou – Para tentar salvá-lo? 
-Não! – Lara sorriu – Vim para lhe agradecer tudo o que fez por mim! 
-De nada! – Carlos foi curto e grosso 
-Carlos... Eu sei que vai parecer clichê, mas foi ótimo enquanto durou. 
-Eu te amava, Lara! – Carlos a olhou com ódio 
-E eu também! – Ela disse com a voz embargada. – E amo ainda, mas não do jeito que era antes. 
-Realmente a Lara morreu! 
-E graças a você “ESSA” surgiu – Ela tocou na perna de Carlos. – Essa Lara é a que vai seguir em frente. – Ela pegou na mão dele e apertou – E você pode ir atrás do Tom, matá-lo, tirá-lo da minha vida, que nada vai fazer a antiga voltar. –Ela passou um dedo no rosto dele - Não se ressuscitam mortos, apenas lamenta a sua perda. 
-Entendi o recado, Lara! – Carlos disse ainda com a mão presa na dela. 
-Mais uma vez obrigada por tudo o que fez por mim, de verdade, de todo meu coração! 

Carlos balançou a cabeça em afirmativo e ficou imóvel quando ela se aproximou e lhe deu um leve selinho nos lábios. 

-Se cuida e seja feliz! – Lara sussurrou. 

Ela  voltou a colocar o xale e os óculos abrindo a porta colocando um pé para fora do carro, quando foi sair Carlos lhe prendeu o braço e ela o olhou. 
-E a sua família? 
-Não tenho mais família!
-Você não vai ao julgamento quando houver?
-Não sei... Isso para mim terminou, eles estão presos e ficarão por lá por 30 ou 40 anos, não quero estragar mais um pedaço da minha vida olhando para eles.
 -Entendo! – Carlos a soltou - Eu vou cuidar para que a promotoria seja a mais severa possível no dia julgamento.

Lara sorriu e disse para ele:

-Eu tinha certeza disso!
-Lara?
-Sim?
-Seu pai mudou o testamento antes de morrer! – Carlos revelou  - Depois de sua morte eu contei toda a verdade sobre seu tio e sua mãe a ele. – e por fim disse – Tentei contar que você estava viva, mas não deu tempo.

Lara apenas o olhou e nada disse e ele continuou.

-Depois quero passar para uma conta, uma conta sua!
-Não quero esse dinheiro ele é...
-Essa resposta eu esperava da outra Lara, a que morreu! – Carlos a interrompeu.

Ela sorriu e ele finalizou:

-Só me ligue para passar alguns dados!

Carlos lhe sorriu e ela bateu a porta do carro, correndo contra a chuva abrindo a porta do taxi que ainda a esperava em frente à cafeteria, entrando.

-Até que foi rápido a conversa!
-Tom!?  – Ela gritou  - Eu não... O que eu te pedi?
-Não consegui esperar no hotel! – Ele disse a olhando sério.
-Não diga!  - Ela suspirou e indicou para onde iam ao motorista.


x.x


-Você não vai dar uma olhada em Bill? – Lara perguntou quando entrou no quarto do hotel junto com Tom.
-Vou!  – Tom respondeu - Depois de tudo o que você me contou no táxi... Eu...
-Você se arrependeu de tê-la tratado daquela maneira?
- Acho que sim! – Tom foi sincero – Se ela ajudou Bill quando ele levou a surra, depois ela nos ajudou a sair do México, e você viu que ela não levou a sacola vermelha.
-Tom ela me disse que ele ia entregar vocês para a polícia, que Bill era um assassino perigosíssimo, eu fiquei perplexa quando você me contou que ele nem passassem pela policia tem!
-Brian a enganou! – Tom baixou a cabeça como se estivesse com dor na consciência -  Brian sempre fazendo os seres humanos de fantoche!
-Você também chegou a conhecê-lo?
- Crescemos na Alemanha, nossa casa era ao lado dos pais dele, ele e o irmão sempre foram barra pesada, nossa mãe nunca gostou de nos ver ao lado deles, e Bill e eu nunca gostamos muito deles, mas nossa mãe faleceu, veio a revolta de Bill, ele já não se dava bem com meu pai, que sempre foi muito agressivo e sempre batia em nossa mãe na nossa frente.

Tom olhava para um ponto fixo na parede ao falar sobre a infância.

- Numa briga meu pai colocou-o para fora de casa, ele tinha apenas 13 anos, a mãe de Brian o recolheu e o trio foi formado, drogas, bebidas e pequenos delitos, eu morava ao lado com meu pai, e por mais que eu o vigiasse ele entrou na onda de Brian... Como um fantoche!
Lara sentou ao seu lado na cama e continuou a ouvi-lo.
- Quando fizemos 17 anos uma tia nossa me chamou para morar com ela no Brasil, por mais que eu lutasse e brigasse, Bill não quis vir comigo, não demorou nem um mês para que meu pai falecesse e em uma visita a Alemanha para o enterro, encontrei Bill em um estado deplorável, naquele mesmo fim de semana, ele descobriu que o irmão de Brian estava envolvido em alguns casos de pedofilia, em um deles, de uma crueldade monstruosa, Bill junto com o irmão da garota, o matou com 2 tiros e depois de uma hora do assassinato estávamos no aeroporto da Alemanha voando para o Brasil.
Tom fez uma pausa, segurou a emoção e continuou explicando:
-Nossa vida se tranqüilizou por anos no Brasil, eu entrei para a polícia e Bill fazia alguns trabalhos esporádicos, um dia Bill teve a infeliz idéia de voltar para a Alemanha, infelizmente arrumou um emprego no gabinete de seu tio, o amante da sua mãe, Bill um dia foi pedir um maldito empréstimo a ele, já que vivia sempre duro, e Martin lhe ofereceu o serviço para afastar você da sua casa. Carlos já desconfiava das armações do seu tio com sua mãe, com a escuta nos telefones ouviu o nome Kaulitz, ouviu em uma conversa de Bill com seu tio sobre o irmão gêmeo policial no Brasil, pesquisando me encontrou me fazendo aquela proposta para te proteger e o resto você já sabe.
- Inacreditável! – Lara olhava para Tom sem palavras. – Juro que se eu não estivesse morta escreveria um livro da nossa vida.

Tom conseguiu rir e Lara o vendo sorrir, sorriu também.

-Agora tudo acabou, Tom – ela disse acariciando seu rosto – Vamos construir a nossa família de um modo muito mais estruturado e diferente da que Bill e você viveram.

-Você quer isso?  –Tom questionou
-Isso o que?
-Construir uma família comigo!
-Você é a única pessoa que me restou, Tom! – Ela disse o acariciando – Se você quiser eu pretendo sim formar... Uma família!  – Lara disse baixando os olhos tímidos.

Tom a beijou, lentamente e depois que descolou seus lábios dos dela, disse:

-Então, formaremos uma família! – Tom pegou a mão frágil de Lara e a beijou – A NOSSA família.

Tom sorriu charmoso, colocando uma mecha loira atrás da orelha de Lara, recebendo um olhar feliz da amada.

-Vou ver como Bill está!  - Tom disse beijando a testa de Lara seguindo até a porta.
-Tom?  – Lara o chamou, ele virou-se – Eu te amo!
Ele a olhou sério e declarou-se:
-Eu também – Ele abriu a porta - Eu te amei desde o primeiro instante que coloquei meus olhos em você no Brasil.
Sorriram um para o outro com devoção, e ele saiu.


x.x


Bill? – Tom bateu na porta do quarto do irmão mais novo  –Bill?  - O gêmeo mais velho bateu forte dessa vez  - Eu vou ficar aqui até você abrir essa merda de porta.

Tom ouviu passos e então o barulho da maçaneta.

-Fala? – Bill estava apenas de Boxer sem camiseta, com o cabelo despenteado, estava dormindo, ou parecia.
-Você esta bem?
-To ótimo!  - Bill entrou e foi até o frigobar pegar uma garrafa de vodka - Nunca estive tão bem em toda minha vida  – ele completou totalmente mal humorado.
-Sei...
-Tom se veio aqui me encher a porra do saco melhor ir embora! – Bill disse indo para janela e ficou olhando a chuva que caía.  – Devia estar feliz afinal você a odiava!

Tom nada disse, apenas passou os olhos pelo quarto parando em um vestido de Alice, ao lado do travesseiro em que Bill dormia.

- Lara me contou que Brian disse a Alice que você era procurado e perigoso! – Tom fez uma pausa, recebeu o olhar do irmão, e continuou – Parece que Brian realmente a enganou!
-E você acreditou naquela mulherzinha sem caráter?
-Bill nós dois conhecemos muito bem Brian, sabemos de tudo o que ele é capaz. – Tom estava muito sério – Ele não vai sossegar até te achar e acabar com você, ainda mais que descobriu que quem matou o irmão, foi você!
-Matei e mataria quantas vezes fosse necessário! – Bill colocou a garrafa na mesa – E não tenho medo desse cara, deixe vir atrás de mim, eu tenho uma surpresinha para ele.
-Temos que tomar todo cuidado do mundo! – Tom disse descruzando os braços indo em direção da porta – Temos que ir embora desse hotel, se possível agora.

Tom abriu a porta e o olhou mais uma vez.

-O que vai fazer com as coisas dela?
-Não sei....
-Jogue-as no lixo!
-Pode ser! – Bill disse querendo parecer indiferente.
-É, por que ficar as cheirando vai parecer que você esta apaixonado por ela e arrependido por tê-la mandando embora!

Bill olhou feio para o irmão mais velho e antes dele dizer algo, Tom fechou a porta. Deixando-o sozinho.

-Que droga! – Bill foi ate a cama pegou o vestido e o rasgou com raiva.

-Tooooommmm!

Bill se assustou com o grito de Lara vindo do outro quarto, correu abrindo a porta e batendo na do quarto do irmão com força.
-Tom? – Bill bateu, gritando  -Lara?
-Billllll!  - Ele ouviu Lara gritar dentro do quarto.
-Abra a porta, Lara! – ele mais uma vez gritou, vendo que ninguém abria se distanciou e com o pé bateu nela abrindo-a, entrou no quarto e procurou por Tom e Lara, a viu sair do banheiro chorando, essa foi a última coisa que ele conseguiu ver quando ele sentiu a dor em sua nuca e vendo tudo apagar ao seu redor...
Postado Por: Grasiele

Dead Or Alive - Capítulo 25 - Dead Or Alive


"Do you really want.  Do you really want me
Do you really want me dead or alive? To torture for my sins..."

"Você realmente quer? Você realmente me quer?  
Você realmente quer me ver morto ou vivo? Para me torturar pelo os meus pecados?"

Hurricane - 30 Seconds To Mars

- Não sei... Pra que serve as amigas trapaceiras? – Lara disse sorrindo para Alice. – E você, quando pretende contar para Bill a verdade?
         - Hoje mesmo! – Alice disse séria.
         - Você sabe que ele pode não te perdoar, não sabe?
         - Lara, Bill nunca vai me perdoar por essa traição... Jamais! – ela bebeu um gole de café e falou – No momento que Bill descobrir que ele quase morreu por que eu o entreguei a Syn...
         - Você me entregou a quem?

           Lara olhou para trás assustada, Alice apenas baixou a cabeça fechando os olhos, não virou para olhar o dono da pergunta... Soltou o ar e depois o puxou com força.
           “Fim da linha. Fim da mentira. Fim de Alice.” – Ela pensou antes de levantar-se e finalmente encará-lo.

-Você me entregou para quem? – Bill perguntou franzindo o cenho.
Alice recebeu o olhar perturbador e sentiu uma fisgada em sua espinha e arregalou os enormes olhos verdes.
-Bill é melhor subirmos e conver...
-É... É bem melhor subirmos! – ele a cortou áspero e deu passagem para ela passar ao seu lado e subisse a escada.
Alice deu o primeiro passo e Lara a segurou pelo braço com força dizendo baixo em seu ouvido.
-Não vá... Ele vai te matar!
-Não se preocupe! – Alice sorriu para Lara com carinho – Viva sua vida a partir de agora... Você merece!
Alice piscou e depois olhou para Bill fechando o sorriso passando por ele, subindo as escadas em dois em dois, andaram calados pelo corredor seguindo até o quarto do hotel, ele abriu a porta e mais uma vez deu passagem para ela entrar, Alice entrou e andou até a enorme janela ouvindo-o fechar a porta lentamente.
Ela engoliu a saliva junto com o sentimento de terror que lhe consumia, uma coisa era certa, Bill não a perdoaria pela sua traição e mentira, porem não tinha a mínima idéia como ele a puniria, e isso a fazia ter calafrios. Alice sabia que não havia outra saída, a hora da verdade tinha chegado.
-Bill eu menti para você! - disse se virando para ele – Eu...
Bill ainda de frente para a porta, virou-se lançando-lhe um olhar frio e sombrio fazendo-a parar de se explicar. Engolindo todas as palavras que estavam presas em sua garganta. Mordeu o lábio inferior e baixou os olhos, sentiu suas pernas fraquejarem e uma pontada dolorida no peito, aquilo tinha um único nome: MEDO!
Ouviu os passos dele em sua direção e pela primeira vez na vida teve vontade de correr para longe. Sua cabeça ainda estava baixa e viu as botas pretas se aproximarem. Pensou que estavam no terceiro andar, se corresse e pulasse a janela, talvez não se machucasse tanto.
-Mentirosa... – Ela o ouviu soprar em seus cabelos. –Eu devia ter desconfiado das suas trapaças! – ouviu sua voz gélida e forte dizer novamente perto do seu pescoço, arrepiando-a por inteira. – Sabe...
Ela fechou os olhos, apertando- os o máximo que pode ao ouvir Bill engatilhar a arma.
-Dizer que nesse momento eu te odeio e tenho nojo de você... – sentiu a ponta do cano da arma em sua testa, forçando-a a levantar a cabeça. – seria pouco demais – Alice abriu os olhos e o encarou com um olhar de compaixão, que foi recusado por ele. – E pensar que um dia cheguei a sentir pena de você. – Bill mantinha a arma encostada enquanto falava – Tom tinha toda razão – baixou a arma ainda a encarando-a.
-Sim, talvez Tom tivesse razão sobre mim. – ela disse calma.
-Talvez?  – Bill arqueou uma sobrancelha sorrindo sarcástico – Você é muito engraçada!
- Eu não vou para o Cuba. – o viu fechar o sorriso e ficar sério – Mas eu fui paga para entrar na sua vida e ajudar na sua prisão. – Ele cruzou os braços na altura do peito e levantou o queixo, esperando pela continuação de sua explicação. – Eu teria que te entreter e te entregar para o FBI alemão.
-FBI Alemão? – Bill perguntou sem entender – E desde quando eu tenho contas a prestar a porra de FBI alemão? – Ele se aproximou e bateu levemente com o cano da arma na testa de Alice. - E desde quando existe um FBI alemão, que tipo de estúpido lhe disse essa idiotice?
Alice abriu a boca para contestar, fechando com medo, quando olhou para Bill percebendo o músculo que saltava na linha do queixo pulando violentamente. Demonstrando o tanto que ele estava zangado, ela desviou o olhar e disse baixo:
-Não sei se existe ou não!  Só sei que você é perigoso e procurado em mais de dez países.
A risada que Bill soltou foi tão estridente que a assustou e foi a vez dela, olhá-lo sem entender.
-Eu... Assassino... – Ele não conseguia falar por causa da risada. – Em dez países... Essa foi muito boa!
-Sim é isso mesmo, eu sei de toda sua história. – Alice ergueu o queixo ao falar. –Sei tudo sobre você.
-Sabe? – Bill ainda sorria – E quem te contou toda a minha história?
-Synyster Gates!
-E o que é isso? – Bill perguntou confuso. - Seu amigo imaginário?
-É a pessoa que me pagou para ajudar a te entregar para o FBI... Ou seja lá que nome você queira dar.
-Eu nunca ouvi esse nome na minha vida. – Bill a olhou – Você esta inventando tudo...
- E Brian Elwin Haner Jr.  Você já ouviu falar? – Alice perguntou com um leve sorriso sarcástico nos lábios.
O sorriso no rosto de Bill morreu, assim como a sua cor. Alice também fechou o semblante, foi como se ele tivesse levado um forte e dolorido soco na boca do estômago ao ouvir o nome de Brian.
-Como é que é? – Bill teve dificuldade em perguntar, sua voz quase não saiu.
-Sim! – confirmou ainda parada no mesmo lugar. – Seu maior amigo de infância.
-Brian... Pensei que esse filho da puta estivesse morto. – Bill fechou os punhos de ódio. –Esse desgraçado!
-Não, Brian esta muito vivo! – Alice o informou - Foi ele que me pagou para ficar na sua cola! – ela fez uma pausa e finalizou contando a pior parte da história - Foi ele que te deu aquela bela surra.
Bill que estava andando freneticamente pelo quarto ao ouvir a última frase parou e fixou seus olhos felinos e ameaçadores no rosto de Alice. Por segundos o silêncio tomou conta do imenso quarto.
“Meu Deus é agora que ele me joga daqui de cima sem piedade...” – Alice pensou já prevendo o desfecho trágico de sua vida.
Bill respirou tentando manter o controle virou-se e inesperadamente pegou o grande vaso em cima da pequena mesa e jogou em direção a ela, com raiva.
Ela apenas colocou os braços na frente de seu corpo para se defender, batendo em seu antebraço, vendo o vaso cair no chão despedaçando-se em mil pedaços a sua frente.
-Bill?  – Ouviram a voz de Tom na porta – Esta tudo bem?
-Esta tudo ótimo, Tom! – Bill respondeu a encarando com ódio – Nos deixe em paz.
Alice segurava o seu antebraço, vermelho e com um pequeno corte, Bill olhou para o machucado e pareceu não se importar nem um pouco com ele.
-Continue falando, Alice! – Bill seguiu em sua direção lhe alcançando pelo pescoço e a prensando na parede, descontrolado. – Fala sua vadia! – gritou apertando mais seus dedos ao redor do pescoço delicado dela.
- Brian me mandou atrás de você, pois ele recebeu um pedido do FBI alemão, para se unirem para capturar o “Kaulitz problemático”, sabendo da sua fama de nunca resistir a um rabo de saia e a um par de seios fartos, eles precisavam de uma isca, e aqui estou.
Alice explicou todo o plano, enfiou as unhas nas mãos grandes e magras de Bill que ainda envolviam seu pescoço, e o sentiu ser apertado antes dele a soltar e se afastar.
- Bundespolizei! –Bill disse a ela – É esse o nome da policia especializada da Alemanha, onde Brian trabalhava. – Ele passou a mão em seu topete nervoso. – Nem mentir direito aquele animal sabe.
Alice deu de ombros, irritando mais Bill, ela tirou uma mecha de cabelo, colocando-o atrás da orelha dizendo a ele:
-Como você sabe que Brian estava mentindo?
–Simples, meu bem! – Bill sorriu forçado. - Brian jamais chegaria perto da BPOL, depois de tudo de errado que fez dentro da corporação. – disse - A BPOL nunca pediria nada a alguém como Brian. – Bill viu Alice baixar os olhos como se estivesse envergonhada por ter sido passada para trás. – Brian nunca recebeu ligação nenhuma e muito menos um pedido de ajuda para me capturar.
Alice sabia que Syn tinha mentido para ela sobre Bill, mas nunca imaginou que a mentira fosse nessas proporções gigantescas.  Acreditou nele quando disse que tinha sido procurado pelo FBI e essa merda de FBI alemão nem se quer existe. Estúpida... Mil vezes estúpida!
Bill a olhou e percebeu que Alice estava perdida dentro de suas dúvidas, conhecia muito Brian e sabia que para ter o que queria ele manipulava os seres humanos com mentiras e suborno.
-E as dezenas de pessoas que você matou e as crianças órfãs que você deixou? – Ela levantou a cabeça e perguntou ainda confusa.
- Todas as pessoas que eu matei nenhuma delas merecem ser chamadas de “pessoas” incluindo o pedófilo desgraçado do irmão dele, que o diabo o tenha.
-Syn nunca me disse nada sobre isso e eu também nunca questionei nada. – Alice disse se sentindo tão tola.
- Não questionou por que tenho certeza que enquanto ele me difamava, você devia estar com a boca muito ocupada para fazer qualquer tipo de pergunta útil.
-Que? – Alice olhou-o ofendida - Eu nunca fiz esse tipo de coisa com ele.
-Você realmente quer que eu acredite nisso? –Bill zombou.
-Eu nunca me entreguei a Syn do jeito que me entreguei a você! – se defendeu.
-Você foi embora naquela manhã para que ele entrasse em ação e finalizasse a missão. – Bill a olhou com desprezo - Parabéns pela sua competência e fidelidade.
Bill a aplaudiu. Alice abriu a boca para falar algo e a fechou, consumida de fúria.
Bill parou de aplaudir e com um único movimento a puxou para junto se seu corpo, Alice deu um pequeno gemido de dor, ao sentir seu pulso ser torcido bruscamente, obrigando-a a encará-lo, ele disse entre os dentes:
 - Vocês dois se merecem!
Bill sentiu a respiração descompassada de Alice em seu rosto, sentia o corpo dela colado ao seu, imediatamente sentiu ondas vindas da parte de baixo de seu corpo, traindo-lhe, ela desceu seu olhar para a boca carnuda e vermelha dele, então ele sentiu seu sangue borbulhar e teve certeza se não saísse daquele lugar, se não se afastasse dela, tudo se perderia.
 -Você me dá pena! – disse soltando-a e dirigindo-se em direção a porta.  –Quando eu voltar não a quero mais aqui!
Vendo-o se distanciar e ouvindo aquela última frase de Bill, Alice se deu conta que se quisesse o perdão dele, teria que agir e rápido.
-Eu não sabia dessa versão da história, Bill! – Alice gritou seguindo em sua direção e o segurando no braço. –Eu não tinha idéia.
Bill apenas virou a cabeça, baixando os olhos para a mão de Alice segurando o seu braço e logo em seguida, suspendeu o olhar lhe encarando, ainda com desprezo.
-Tivesse me perguntado, Alice! – disse puxando o seu braço com força, andando até a mesinha e apoiando suas mãos na cadeira baixando a cabeça, como se estivesse muito magoado e sofrendo por isso. – Eu teria lhe dito toda a verdade.
Ela mordeu os lábios ao vê-lo naquela posição, tão frágil. Que burra que ela tinha sido, tinha caído nas mentiras de Syn, tinha estragado mais uma vez a sua vida por ter sido tão fraca e ingênua.
Alice balançou a cabeça e andou até ele parando poucos centímetros do corpo de Bill.
- O que você queria que eu fizesse? – perguntou quase chorosa. – Ouço falar há tanto tempo de você, das coisas erradas que você fez, do mal que causou a todas essas pessoas. Eu acreditei que você era mesmo essa pessoa ruim, mesquinha e...
Bill se virou repentinamente e não tinha noção que ela estava tão próxima dele, esbarrando no corpo moreno e bem feito que ele conhecia tão bem e tinha se deliciado por diversas noites. Dando um passo para trás para separar e evitar um contato entre os corpos.
-Mesmo depois de tudo o que passamos, você ainda pensava dessa forma?  - Bill perguntou a fuzilando com um olhar dolorido.
-Eu não sei... Minha cabeça estava embaralhada.
-Não acredito mais em você! – Bill disse fechando os olhos e colocando as mãos no rosto, realmente cansado daquela discussão.
-É verdade! – Alice tentava convencê-lo – Eu acho que algo mudou aqui! – Ela bateu com força em seu peito.
-Pare de fingir! – Bill levantou um pouco o tom de sua voz.
-Não! – Ela gritou dando um passo em sua direção colando seus seios empinados no peito dele. –Eu não consigo mais mentir para você... Eu não posso mais fingir para você.
- Sai de perto, Alice! – Bill levantou os dois braços para não tocar nela.
-Bill eu me perdi no meio do caminho. – Ela fechou os olhos e encostou sua testa no queixo dele – Depois de um tempo, eu nem sabia em que direção tinha que seguir.  –Ela o tocou com suas mãos - Eu me senti no meio de um fogo cruzado onde eu olhava para os dois lados e via duas pessoas diferentes e que eu... Eu...
Alice falava e roçava seu rosto no dele. “Como é possível, como ela consegue fazer isso com o meu corpo...” - Bill pensou e tentou puxar para si um fio de resistência e a empurrou para longe fazendo Alice se desequilibrar e cair na cama.
-Duas pessoas diferentes e com certeza a parte mal dessa historia, sobrou pra mim!
Ela apoiou seus cotovelos no colchão e o olhou. Ele tinha razão.
- Eu também fui enganada, Bill!
-Foda-se! – gritou mais uma vez com ela – Quem mandou ser tão burra e ingênua. – Bill pegou a chave do carro em cima da mesa e pela última vez disse a ela:
-Suma da minha vida se não quer terminar como Brian.
Bill andou em direção a porta.
-Ele não vai sossegar enquanto te pegar e te matar! – Ela disse calma dessa vez.
Bill sorriu, mas não se virou para olhá-la.
-Agora quem não vai sossegar até matá-lo sou eu! – Ele disse mais calmo também.
-Deixa eu te ajudar! – Aquilo foi uma súplica
-Dispenso! – Bill foi curto e grosso.
-Eu sei tudo sobre ele! – Alice disse levantando da cama e aproximando-se dele.
-Isso eu não tenho dúvida! – Bill disse - Se quer ajudar, evapore!
-Puta que pariu eu estou aqui tentando pedir desculpas e tentando me redimir das coisas erradas que eu fiz – Alice subiu o tom de voz, nervosa – Deixa eu te ajudar, por favor!
-Guarde sua ajuda para o seu namoradinho! – Bill disse tirando a mão da maçaneta e virando para ela. A dor nos olhos cor de mel dele atingiu-a como uma lança cravada em seu peito.
-Ele não é meu namoradinho! – Alice disse desconcertada.
-Ok... Ele apenas comia!
Alice o atingiu na face direita e em resposta, recebeu um tapa bem mais forte na sua, fazendo-a ir de encontro a parede, quando ela olhou o viu de costas, sem conseguir pensar em mais nada para receber o perdão de Bill, olhou para a cama pegando a arma e seguiu em direção a ele.
Ela chutou a porta com o pé direito fechando-a bruscamente, entrando na frente dele e caindo seu corpo nela impedindo-o de abri-la. Bill a olhou assustado, com a mão esquerda ela ergueu a arma colocando-a na direção de sua própria cabeça e com a outra segurou a mão fina dele fazendo-o segurar a arma apontada para ela.
-Me mate! – disse a ele – Agora!
-Não seja idiota! – Bill tentou baixar a arma, ela não deixou.
-Eu estou implorando... Atira!
Ela engatilhou a arma para ele e continuou a olhá-lo fixamente.
Os olhos de Bill brilhavam e seus lábios estavam entreabertos, sua respiração era tão intensa, que Alice podia ouvir o ar entrando e saindo de suas narinas, agora dilatadas.
-Vamos Bill você tem a faca e o queijo na mão, tem apenas que cortá-lo e servir aos ratos!
Cada célula de Bill implorava para que ele atirasse, virasse as costas e a deixasse sangrando até a morte, um fim que lhe era digno e justo.
Porém, seu coração gritava bem mais forte, para que ela fosse perdoada e que uma nova chance fosse dada aquela mulher que tanto lhe fazia mal e ao mesmo tempo tão bem.
Ele desceu os seus olhos para os lábios dela e parou neles quando a viu umedecendo de leve. Bill desceu a arma lentamente até o cano parar no vale dos seios dela.
-Você sabe que eu nunca faria isso! – Bill confessou quase em uma rendição.
Alice tremeu ao ouvi-lo, então segurou o cano com uma mão e com a outra pousou no pescoço dele o acariciando forte e em seguida, devagar o trouxe para perto de seu rosto.
Antes de seus lábios se tocarem ela o ouviu dizer quase que em um doce sussurro:
-Eu devia fazer você sentir toda a dor que eu senti naquela surra.
Ela contornou a boca de Bill com a ponta de sua língua e disse a ele:
-Faça... Eu mereço!
-Não, Alice! – Ele fechou os olhos fugindo do olhar perverso que ela lhe lançava.
-Me faça sentir toda a dor... Acabe comigo Bill! – disse entreabrindo os lábios o convidando para o inferno.
-Pare! Isso não vai adiantar. – Nem ele acreditou quando a afirmação saiu de seus lábios.
-Vem, Bill! – Ela disse se aninhando no corpo magro como se fosse uma cobra enrolando-se em sua presa pronta para dar o bote, fazendo Bill fechar o olho pesadamente, excitado.
-Não quero me sentir assim... Não posso... Mas você é demais... Demais para que eu resista.
Não tinha como ser forte e não resistir às investidas certeiras de Alice, ela era uma predadora nata! O moreno fora de controle procurou a boca dela com urgência, esfomeado.
Alice recebeu a língua dele e gemeu de prazer, sugando-a para dentro de sua boca e entrelaçaram em uma dança perigosa e sensual.  O cheiro do desejo sexual entre eles exalou por todo quarto e os incendiou de uma forma animalesca.
Bill deixou a arma cair em seus pés, quando a morena sugou o seu pescoço e lhe deu uma pequena mordida, ela ouviu um pequeno gemido sair da boca de Bill, que a fez enfiar os dedos nos cabelos negros dele e massagear com as pontas dos dedos, o couro cabeludo dele.
- Eu mataria por você...
Ela sussurrou na orelha dele, lambeu o lóbulo e depois passou sua língua pelo queixo dele, fazendo-o gemer um pouco mais alto.
-Eu morreria por você...
-EU deveria ter te matado! – Ele disse quando escorregou as mãos para as nádegas e as apertou com desejo.
- Eu quero você!
-Você realmente me quer?
-Quero... Morta ou viva! – ela disse beijando-lhe o peito e depois o queixo.
-Eu te odeio pelo que você faz comigo! – Ele murmurou.
-O que eu faço exatamente?
-É como se eu estivesse dentro de um furacão. – Bill a segurou e a beijou dessa vez com paixão, como se ele precisasse de cada gota de saliva dela para manter-se vivo dentro daquele quarto. – E mais que eu tente fugir, ele me persegue.
-Me puxe para dentro dele com você e deixe que ele nos leve, nos envolva, nos torture e nos julgue por todos os nossos pecados...
Um último olhar, antes da sanidade evaporar por cada poro de suas peles sedentas e desesperadas um pelo outro. Pressionou na parede, Bill sabia que era errado. Mas, então ela começou a beijá-lo tão perigosamente, que explodiu, se entregando por inteiro as caricias audaciosas de Alice.
Quando ela arqueou sua pélvis e roçou descaradamente no volume entre as pernas dele, o provocando e o excitando, Bill percebeu que recusar ao charme, ao toque e ao corpo de Alice era algo impossível, algo além do pensamento e da razão.
Bill retirou o vestido dela desesperado e depois com apenas um puxão arrancou-lhe a micro calcinha.  Afastou-se um pouco do corpo moreno e a observou com saudade, pois não a tocava mais de uma semana.
Enquanto ele a admirava, ela soltava o cinto e abaixava calça jeans deixando-o de boxer e camiseta.
-Eu preciso falar de como eu senti falta disso...
Alice sussurrou quando Bill se juntou a ela novamente e com a ponta da língua contornou o caminho dos ombros até chegar ao pescoço dela, lhe mordendo com força, fazendo-a gemer alto de dor e sentir seu corpo render-se quase por inteiro aos toques de Bill.
-Está tudo errado...
Bill gemeu baixo, afundando seu rosto nos sedosos cabelos castanhos de Alice, quando ela lhe tocou por cima da boxer preta, ele apoiou suas mãos abertas na parede, certo que suas pernas trêmulas e fracas, lhe entregariam.
-Esqueça e deixe isso dentro de nós... Queimar... Devagar!
Foi a vez dela unir seus lábios nos dele e o beijar com desespero, Alice esmagou seus seios no peito de Bill, e com sua língua explorou-o sedutoramente, até ouvir um gemido de rendição dos lábios sufocados e inchados dele.
-Alice...
Ele respirava com dificuldade, as mãos deles passeavam pelo corpo nu dela, quando elas seguraram o pescoço de Alice com força, ela o encarou, ele passou as mãos para o rosto acariciando-a baixando até chegar aos seios, ela pendeu a cabeça para trás em total abandono.
Não podiam mais esperar um segundo.
Alice segurou o elástico da boxer e quando forçou para baixá-la, as mãos magras de Bill a deteve. Ele a olhou e então percebeu o que ela estava fazendo mais uma vez.

-Você esta fazendo de novo! – Ele a olhou – Como uma feiticeira!
-Bill...
-Cale a boca... - Bill gritou balançando a cabeça como se tentasse que a voz dela não entrasse em sua cabeça, ou talvez em sua alma

Alice o olhou sem entender e ele, colocou sua mão no braço dela e apertou-a dirigindo para a porta abrindo-a e sem falar nada a jogando no chão do corredor, nua.
Ela o olhou com os olhos marejados e ouviu a porta do quarto de Tom e Lara se abrirem.
-Meu Deus, Alice! – Lara imediatamente tirou o seu casaco que vestia e jogou em seus ombros.
Tom olhou para Bill que apenas olhava a cena, parado na porta de camiseta e boxer.


-Tudo bem, Lara! – Alice se levantou vestindo o casaco – Minha hora já deu! – Ela olhou para Bill, baixou a cabeça e andou até o fim do corredor, descendo as escadas, apenas de casaco e descalça.
Bill olhou Tom e Lara, ainda calado entrou no quarto batendo a porta com raiva.


Alice passou pela recepção recebendo todos os olhares curiosos, ela não olhou para ninguém. A porta abriu automaticamente e ela saiu para rua e sentiu as gotas geladas caírem em seu rosto, como se sentisse observada, olhou pra cima.
Bill estava na janela e quando a viu abriu-a e colocou a bolsa vermelha de dinheiro dela para fora, como se fosse lhe jogar. Ela o olhou triste, baixou a cabeça virando-lhe as costas e partindo pelas ruas do centro da Califórnia, sem nada!

Era possível dois corações se reconhecerem no espaço de tempo de um único batimento cardíaco?
Não, não era possível!  Já que nenhum dos envolvidos possuía sequer um coração...

Postado Por: Grasiele

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