quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dead Or Alive - Capítulo 27 - Bye... California!


 Quando eu pensei em desistir de nós.
Você se virou e me deu um último toque.
Que fez tudo parecer melhor.
E, ainda assim, meus olhos ficaram mais úmidos.
Tão confusa, quero te perguntar se você me ama.
Mas não quero parecer tão fraca.
Talvez eu esteja tendo um sonho californiano.

California King Bed - Cama do Rei da Califórnia


-Bill Kaulitz! É um enorme prazer recebê-lo na minha casa!  - Syn disse entrando no quarto com um largo sorriso no rosto – Muito tempo que não nos vemos não é meu grande amigo?

Bill o olhou e baixou os olhos novamente, sem dizer nada com a cara fechada.

Depois da pancada na cabeça que recebeu no quarto de Lara e Tom, Bill acordou em um quarto branco, apenas com uma mesa e  preso a  parede, com os braços abertos.

-Ah, Bill! – Syn sorriu feliz para ele - Assuma que você também estava com saudades! – Syn chegou mais próximo e deu o primeiro soco no estômago de Bill que gemeu, mas permaneceu em pé. - Dessa vez você é meu! Só meu! Vou poder fazer o que eu bem quiser com você, lentamente e ninguém vai poder fazer absolutamente nada... Finalmente vingarei a morte de meu irmão.

Syn parou em frente a Bill e com ódio pegou o topete e o levantou fazendo o encarar. Seus olhares se encontraram, faíscas foram soltas e foi Syn que desviou o olhar primeiro.

-Você quer dizer alguma coisa, meu amigo? – Syn sorri para Bill.

Bill, mantinha a cabeça erguida, olhava fixamente para o ex-amigo, orgulhoso e seguro. E ao sorrir pela primeira vez, disse:
-Eu o mataria por mil vezes!
-Você traiu a minha família - Syn disse – Traiu minha mãe que te deu um teto quando você mais precisou.

Bill o olhava sem demonstrar arrependimento. Tinha uma enorme gratidão pela mãe de Syn, mas não sentia dor alguma por ter acabado com a vida de seu filho, ele merecia por toda dor que causou a muitas pessoas.

- Não tem nada para me dizer, Bill? – Syn mais uma vez sorriu perto do rosto de Bill – Um pedido de desculpas? – Bill levou um tapa de leve no rosto  - Vamos ver se você vai permanecer desse jeito quando ver a surpresinha que eu preparei para você.

Bill o olhou e o viu andar até a porta, batendo duas vezes nela, ela foi aberta e Pablo entrou com Alice nos braços amarrada pelos pulsos, ela estava com o casaco de Lara e descalça.
Alice olhou para Bill, triste e recebeu o olhar dele, sua feição ao vê-la mudou e ele ergueu o queixo olhando para Syn, percebendo o que ele pretendia fazer, seu coração pela primeira vez, talvez em sua vida inteira, apertou.

- Hum... Como eu imaginei! – Syn disse quando viu a mudança no rosto de Bill. – Na verdade eu demorei muito a perceber tudo isso que estava bem embaixo do meu nariz. – Pablo deixou Alice na sala e se virou para sair, quando ouviu o chefe falar:
- Fique Pablo quero que veja o que acontece com aqueles que me traem!

Pablo olhou para Alice, que estava de cabeça erguida e olhava fixamente para Bill e permaneceu no canto da sala, fechando a porta.

- O plano estava perfeito demais... Até a mocinha se apaixonar! – Syn se aproximou de Alice e a olhou com ódio, lhe deferindo o primeiro soco no estômago, ela gritou e caiu em seus pés.

Ele a pegou pelos cabelos e a colocou em pé novamente, ela engoliu a dor e tentou se endireitar novamente com dificuldade.

-O amor cega! – Syn estendeu o braço e pegou uma mecha de cabelo e enrolou nos dedos carinhosamente – E no seu caso minha cara, te deixou muito burra!

Alice o olhou dentro dos olhos e outro soco lhe atingiu a boca do estômago, ela ajoelhou com os braços no estômago gemendo mais uma vez, dessa vez não conseguiu levantar-se a dor era cortante e lhe tirou o fôlego.

-Como pode me trair desse jeito, Alice? – Ele gritou com ela  – Como pôde depois de tudo o que fiz por você?
- Se você quer um pedido de desculpas... – Alice disse com dificuldade ainda ajoelhada aos pés dele – Deixe Bill ir que eu peço quanto você quiser!

A gargalhada que Syn deu ecoou pela sala vazia.
Ele não a levantou, e ajoelhada como ela estava, Syn lhe atingiu o rosto, fazendo cair aos pés de Bill que se mexeu para tentar chegar perto dela para lhe ajudar.

-É a mim que você quer, Syn  - Bill gritou – Deixe-a, é a mim que você quer, eu estou aqui... Deixe-a ir!
-Ah Bill Kaulitz não vai me dizer que você... Não... Não pode ser! – Syn sorriu e depois ficou sério pegando o braço de Alice a fazendo ficar em pé.  – Não vai me dizer que você também se deixou se envolver por essa vagabunda?
- Deixe-a ir! – Bill repetiu tentando olhar para Alice – Ela é apenas uma coitada que você usou. Não tem nada a ver com o nosso acerto de contas. É a mim que você quer. Eu estou aqui, seu filho da puta!

Alice levantou os olhos e olhou para Bill, na mesma hora que ele fixou seus olhos nos dela. O erro fatal do casal. Um olhar nunca trocado, falaram mil coisas, perguntaram e responderam pelo simples olhar... Ela se desculpou e ele a confortou.

-Maldita! – Syn se afastou de Alice gritando – Desgraçada! – Ele forçou-a a olhá-lo – Eu odeio tanto você

Pablo olhou para o chefe assustado e percebeu que ali era o fim dos dois, ele nunca conseguiria viver com essa traição, Syn jamais conseguiria viver com o fato de Alice pertencer a outra pessoa, muito menos a Bill Kaulitz.

-Esse olhar... Esse olhar que... Você nunca olhou pra mim desse jeito. – Syn andava pela sala desnorteado – Você jamais olhou com essa paixão para mim, por mais que eu fiz por você...Nunca! – lágrimas escorriam pelo seu rosto -  Era por mim que você tinha que ter se apaixonado... Sua ingrata!

Syn transtornado foi para cima de Alice que só conseguiu colocar as mãos no rosto para se defender, ainda presa pelo pulso, a sequência de tapas que recebeu a fez chegar a parede, tentando se afastar dele.
Pablo fechou os olhos e só pediu para terminar logo tudo aquilo. Tentou se aproximar e ouviu um grito:
-Nem tente Pablo! – E depois voltou seus olhos para Alice  - Todo esse tempo eu fui paciente com você  – Syn gritava ao estapear Alice no rosto. – Chega de ser o amigo compreensivo. – Ele fechou a garganta de Alice com uma mão, beijando-a  a força, fechando a outra mão no seio dela.
- Chega de migalhas... Quero o banquete completo dessa vez... E com o nosso amigo assistindo de camarote. – Syn olhou para Pablo e ordenou. – Coloque essa mesa na frente do nosso convidado de honra.

Pablo engoliu a seco e obedeceu colocou a pequena mesa poucos centímetros de onde  Bill estava amarrado.

Syn pegou Alice pelo braço a empurrou para mesa, ele a segurou forçando seu peito contra a mesa, empinando-a e olhando para Bill com ar de deboche, levantando o casaco dela, vendo-a nua por baixo dele, sorriu diabólico.
-Você é um desgraçado!  - Bill gritou – Venha me pegar, não a use para me atingir!
Syn gargalhou sádico, sabendo que aquilo estava lhe machucando como o esperado.
-Solte-a seu filho da puta eu vou te matar...eu vou te matar quando sair...eu vou..

Bill estava fora dele, bufava de raiva e ao perceber o que Syn faria com ela, não teve coragem de olhar para o rosto de Alice, encostado na madeira da mesa, um sentimento de angústia lhe invadiu e por alguns segundos teve vontade de chorar. Ele não podia ajudá-la,  nada o que ele falasse, fizesse ia poupá-la, então baixou a cabeça e fechou os olhos.
O grito estridente que Alice emitiu quando Syn entrou nela, entrou no corpo de Bill como se estivessem lhe cravado dezenas de facas em seu peito. Foi apenas um grito, ele teve certeza que aquilo doía nela, por mais que ela se esforçasse para não demonstrar a dor que estava sentindo.

-Era assim que ele fazia?

Bill ouviu Syn perguntar para ela, aos berros.

-Hã?  - Syn cravou os dedos na cintura de Alice e penetrou o mais fundo que pode. – É dessa forma que você gosta? Ser maltratada como uma cadela? Heim?

Syn não ouviu resposta nenhuma, aquilo o revoltou mais.

-Você sempre morta, sem expressão! – Ele forçou mais dentro dela  - Não geme, não grita, não chora... Nunca derruba uma lágrima. – Ele se movimentava com força dentro dela - Eu te odeio Alice... Eu te odeio!
Ele gritava e a penetrava com raiva, queria machucá-la, queria puni-la, queria que ela pedisse por clemência, queria que ela dissesse que agora o coração lhe pertencia. Mas, ela nunca faria nada... NUNCA diria nada!
Syn não terminou o ato e a levantou da mesa pelo cabelo jogando-a com força contra Bill, ela bateu em seu corpo e sem forças vez caiu aos seus pés.  Bill mais uma vez tentou se aproximar, em vão.

-Prenda ela ao pé da mesa!  - Syn disse quando passou por Pablo em direção a porta – Agora vou buscar um presente para você Bill Kaulitz  –  Ele saiu da sala deixando Pablo, Bill e Alice, a sós.
-A bolsa vermelha com os dólares que você levou aquela noite tinha um chip, sempre teve e só ele sabia! – Pablo disse trazendo a mesa para perto da parede – Ele te observou na Califórnia por todo esse tempo. –Pablo limpou com mão o sangue nos lábios de Alice. - Lyce eu sinto muito, fiquei com medo pela madrecita e...
-Tudo bem. – Ela disse a Pablo enquanto ele a algemava ao pé da mesa. – Pablo, por favor,  salve-o!
-Não pode me pedir isso!
Pablo passou a mão na cabeça de Alice saindo da sala, deixando Bill e ela, sozinhos.

O silêncio permaneceu por algum tempo na sala. Alice baixou a cabeça nos joelhos e fechou os olhos, não conseguindo pensar em nada para tirá-lo dali.

- Você está bem? – Bill perguntou a ela.
- Sim, estou! – Ela disse sem mostrar fraqueza na voz. –Tom e Lara?
-Foram pegos também! – Bill baixou o tom de voz. – Nem sei onde estão e como estão.

Alice sentiu que aquilo sim lhe doía, pensar que Tom estava em algum lugar na mão daquele sádico. E tudo por sua culpa.

-Sei que nada mudará – Alice olhou para Bill – Se eu pudesse mudar, não entraria naquele carro!
- É, realmente isso não mudará nada! – Bill disse levantando os olhos olhando-a no chão da sala.
-Não foi pelo dinheiro – Alice sustentou seu olhar com o dele – Pois eu o teria do mesmo jeito, até mais se ficasse ao lado dele, mesmo que tivesse falado que não aceitaria a missão. – Ela olhou para o outro lado da sala desviando o olhar – Até por que ele arrumaria outra para o meu lugar.

Ela olhou para a algema e depois voltou os olhos para os de Bill, que ainda a encarava.

- Eu neguei a missão – Ela sorriu e continuou – mas depois que eu vi uma foto sua ao lado dele, foi como se eu precisasse me aproximar, como se eu estivesse com ciúmes da mulher que ele colocaria no meu lugar para te seduzir. – ela falava manso e baixo – Syn tem razão, alguma coisa deu errado aquela nossa última noite, depois quando cuidei de você na casa dele. – Alice o olhou com carinho - Algo saiu do meu controle, eu devia ter ido embora quando comecei a sentir algo...diferente por você!
Bill a observava  com a mesma expressão no olhar, se mexeu tentando se soltar, naquele momento tentou se livrar para poder pelo menos tocar-lhe o rosto machucado.
-Estávamos na casa dele quando eu levei a surra?  E você cuidou de mim? – Bill a olhou surpresa
-Sim, Pablo nos ajudou quando Tom chegou para te resgatar!
-Por que não me disse naquela tarde quando me contou a verdade? –Bill a questionou
-Você não acreditaria em mim!

Bill baixou os olhos, ele não acreditaria.

Alice piscou várias vezes e conseguiu conter as lágrimas.
 – Eu sinto muito, Bill... Mesmo!

-Eu também sinto, Alice!
-Não queria que isso terminasse sem você me perdoar!

O barulho da porta fez com que os dois olhassem para ela. Pablo entrou e foi em direção a Alice, outro segurança entrou deixou uma mala em cima da mesa e saiu.

-Vamos Lyce!
-O que ele vai fazer com Bill? – Ela perguntou, chorosa
-Não sei...
-Por favor... Salve-o! –Alice segurou as mãos de Pablo e sussurrou - Pelo amor de DEUS, por tudo o que eu fiz a você, não deixe que o matem!
-Não posso!
-Pablo livre-os... São todos inocentes e você sabe disso!
-Não posso! – Pablo disse olhando para Alice alterando o tom da voz – Acabou para vocês e ninguém pode fazer mais nada.
-Por tudo o que eu te fiz até hoje... – Alice olhou para Bill e depois continuou a murmurar para Pablo – Eu imploro a você!
-Não! –Pablo gritou ecoando por toda sala. – Acabou, Alice!

Pablo a levantou e ela com cuidado, ela em pé, virou-se para Bill e a olhou.
 Olharam-se por segundos.
Pablo deu um pequeno puxão em seu braço, indicando que era hora de ir que tinha terminado a história, as desavenças e a esperança. Tudo o que poderia existir entre eles...tinha chegado ao fim.
Alice se virou e andou com Pablo até a porta, antes de atravessá-la, em um impulso virou a cabeça e o olhou pela última vez. Parou, mesmo com o empurrão de Pablo, ela não andou e então ele entendeu e a soltou por um instante.
Alice andou apressadamente até Bill e com as mãos algemadas passou os pulsos pela cabeça dele e o enlaçou pelo pescoço e o trouxe para perto, num beijo terno.
Um último beijo.
Pablo a pegou pelo braço e caminharam em direção da porta.

-Alice? – Bill a chamou

Ela parou e olhou rapidamente para Bill.

-Eu te perdôo!

-Obrigada Sr. Arrogância! - Alice disse abrindo um lindo sorriso antes de ser levada para fora da sala.

Pablo a segurando pelo braço seguiu pelo corredor, Pablo abriu uma porta e a colocou numa sala vazia, antes de fechar, só conseguiu ouvir Syn dizer ao passar pelo corredor:

- Um tiro e finalizamos.

Alice olhou para sala vazia, então estava tudo acabado, era o ponto final.
Nunca pensou em ser feliz, nem terminar sua vida de maneira que pudesse se orgulhar, mas nunca pensara que terminaria dessa forma, tão drasticamente.
 Sim, ela daria sua vida pela de Bill, na verdade naquele momento ela percebeu que daria cada segundo da sua vida para salvá-lo.

Tarde demais... Um tiro foi ouvido... Estava feito!

Um grito foi sufocado dentro de sua garganta, seu corpo escorregou na porta, desabando como se o tiro tivesse perfurado o seu corpo, deixando-o sem vida. Ela deitou no chão gelado, fraca. Fechando os olhos sussurrou como se ele tivesse a ouvindo pela última vez:

-Nos vemos no inferno, Bill Kaulitz!

Postado Por: Grasiele

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