domingo, 11 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 30 - De volta pra casa...

Bill depois de uma noite tranqüila de sono na casa de Vanessa,acorda assustado. Levanta-se em um movimento rápido do sofá, tentando pensar sobre o que havia sonhado.
Não seria possível, teria Camila vindo até ele por meio de um sonho manter uma comunicação?! Ou isso era o que Bill esperava que acontecesse?
 Ele não sabia, apenas tinha em sua mente a lembrança de em seu sonho ouvir Camila dizendo que queria encontrá-lo à tarde no parque que costumavam freqüentar.
Mesmo que pudesse ser loucura Bill atenderia ao pedido de Camila, mas antes precisava fazer algo que há tempos esperava, ele iria ver a filha.

Rapidamente ele veste as suas roupas e caminha pela casa, procurando ver se Vanessa e sua mãe já estavam acordadas. Ao ouvir vozes vindas da cozinha, ele se dirige até a mesma e se depara com mãe e filha tomando café juntas.

– Bom dia Bill! Dormiu bem? – pergunta Vanessa.
– Sim, dormi...fazia tempo que eu não conseguia dormir assim....
– Dormir bem em um sofá? Onde você normalmente dorme menino? – pergunta Kátia.
– Hmmm... o sofá da senhora que é muito confortável. – diz Bill, lembrando-se do colchão fino da clinica que fazia com ele pudesse até mesmo sentir o estrado da cama.
– Senta aí, Bill,toma café. – diz Kátia sorrindo.
– Sim, mas você sabe que eu tenho que ir embora o mais rápido possível, não sabe? –diz Bill assustado.
– E alguém está te prendendo aqui? – diz ela.
– Bem..é que ontem...
– Ontem o quê? Não estou lembrada de nada...

Bill confuso com o aparente esquecimento por parte da mulher que o havia assediado na noite anterior prefere, não entrar em mais detalhes, e tomar seu café em silêncio.

– Por que a senhora está tratando ele assim, mãe?
– Assim como? Esse é o meu jeito... você já deveria estar acostumada. –responde Kátia a filha.
– Sim, eu estava acostumada de ver a senhora tratando assim os meus outros amigos, mas não o Bill...
– Digamos que eu tenha voltado ao meu normal..

Vanessa apesar de demonstrar preocupação no tom de sua voz, em seu interior estava radiante, não ter a mãe como obstáculo nos seus planos de conquistar Bill Kaulitz, já era de grande ajuda.

Bill porém a parte desses conflitos familiares, estava mais interessado em terminar logo seu café da manha e ir correndo para a casa da sogra, ver Gerthe.
E assim ele fez. Sem mais delongas se despediu de Vanessa, pegando emprestado o dinheiro para sua passagem e agradecendo pela grande ajuda da garota.
Antes que cruzasse a porta ele então lembra-se de perguntar:

– Vanessa você deu o meu recado ao Cezar?
– Aquele que você iria buscá-lo e tal...?
– Sim, esse! Você disse à ele?
– Me desculpa Bill.. mas não deu...
– Não? Cara ele não vai acreditar em mim. Ele já não levava muita fé em mim.. e eu ainda saio sem me despedir...
– Sinto muito mais eu... esqueci. – diz ela vacilante.
– Se esqueceu? Bem...ok, então.... – diz Bill visivelmente decepcionado.
– Mais uma vez me desculpe...
– Ok, eu tenho que ir agora.

Ao pegar o ônibus que o levaria para casa, Bill conta cada minuto que teimava em não passar. Suas mãos suavam frio, seu coração batia acelerado num misto de alegria, ansiedade e preocupação.

Ao chegar em frente a casa de Dona Lúcia ele bate compulsivamente na portão enquanto pressiona a campainha.

– Já vai! – grita a irmã de Camila, enquanto vai abrir o portão.
– Quem está batendo igual um doido aí Karoline? – pergunta D.Lúcia.
– Não sei, mãe... vou ver.

Assim que Karoline, abre o portão, Bill sutilmente a empurra entrando assim na casa.

– Cadê a Gerthe? – ele pergunta indo em direção a porta de entrada.
– Ela está lá dentro.. mas Bill, oTom não avisou nada sobre você ter saído do hospício.

Bill sem dar ouvidos ao que Karoline dizia corre em direção à sala.

– Bill! Bill! Espera!!! – gritava Karoline.

Porém ele angustiado abria a porta da sala procurando pela filha. Gerthe tranquilamente tomava seu banho de Sol no quintal dos fundos com a avó.

– Cadê ela? – pergunta Bill desesperado à Karoline.
– Ela estava com a miha mãe .. não sei...

Bill já caminhava em direção aos quartos da casa, quando dona. Lúcia aparece na sala com Gerthe em seus braços.

 – Mas que barulheira é essa Karoline? – ela pergunta ao caminhar.

Bill com os olhos marejados sorri para filha que imediatamente retribui seu sorriso fazendo assim que ele caísse em lágrimas.

– Vem com o papai minha princesinha. – diz Bill retirando a menina do colo da avó.

Pressionando forte a filha contra seu peito, Bill aos prantos beija Gerthe, que mesmo sem provavelmente entender o que se passava, sorria para o seu pai diante as suas demonstrações de carinho.
D.Lúcia e Karoline faziam-lhe várias perguntas e comentários, mas Bill não estava ali, ele estava em um mundo a parte em que só existia ele e a filha. Gerthe era a única pessoa no mundo que lhe interessava naquele momento sua atenção estava voltada apenas ao sorriso angelical do bebê que estava em seus braços.

– Você sentiu saudades do papai, sentiu?

D.Lúcia e Karoline ao perceberem que eram completamente ignoradas por Bill desistem de fazer perguntas e, apenas observavam emocionadas o reencontro de pai e filha.

– Ela já mamou? – pergunta Bill à D.Lúcia.
– Ainda, não, eu já ia dar pra ela. Estava esperando o mingau esfriar.
– Mingau? Não era só leite que ele podia tomar? Nem chá me deixavam...
– Ela acabou de completar seis meses Bill, o médico mandou já ir dando outros alimentos....
– Não acredito que perdi essa fase da vida da minha filha. – diz Bill cabisbaixo.
– O importante é que agora você está curado e vai poder ficar com sua filha. – diz Karoline.
– Eu nunca estive doente, Karol. Só não souberam respeitar e entender a minha dor.
– Não fale assim, Bill. Os médicos disseram que era necessário internar você. Não fique com raiva da gente.
– Isso tudo foi armação D.Lúcia! Eu nunca precisei ser internado. – diz Bill sentando-se no sofá, seguido por D.Lúcia.
– Mas não foi isso que os médicos disseram Bill, entenda.
– Médicos? Que médicos? Eu passei por algum psicólogo? Fizeram algum exame em mim? Não! Simplesmente me jogaram naquela clínica imunda como se eu não fosse nada. Como se eu não tivesse sentimentos e nem vontade própria.
– Não te examinaram? Bill, não me contaram isso... Quando o Tom me disse que você foi internado eu estranhei... mas ele disse que você tinha tentado cometer suicídio...
– Isso tudo foi uma grande confusão! Eu nunca tentei me matar! E nem ao menos me deram a chance de explicar o que tinha acontecido. Eu só estava triste, e isso não é motivo de internação. Eu perdi o amor da minha vida, a única pessoa pela qual eu realmente amei. Eu tinha o direito de estar sofrendo... mas o Tom não entende, e talvez nunca entenderá. Afinal ele nunca amou ninguém de verdade, ele só ama por uma noite.
– Eu te entendo Bill, eu também não estava preparada pra perder a minha filha.... Nunca se está... Eu tenho vontade de vender essa casa, sabe. Ir para um lugar bem longe daqui, onde tantas lembranças não venham a minha cabeça..
– Eu tenho certeza que a Camila não gostaria de ver a senhora chorando assim.. mas ela também não gostaria de ser esquecida.
– Ela nunca será... mas as vezes é tão difícil,,, você é pai você me entende...  – diz D,Lúcia enxugando as lágrimas.

Bill então cuidadosamente coloca a filha no carrinho próximo ao sofá, e vai em direção a senhora, dando-lhe um comovido abraço. Durante alguns minutos eles tentam amenizar a dor do outro através daquele abraço.Porém logo são interrompidos, pela porta que se abre com a entrada de Karoline e Tom.

– Quando me ligaram eu já sabia que ele estava aqui... – diz Tom entrando furioso.

Bill rapidamente se levanta do sofá e fica de pé, diante do irmão, por precaução não sai de perto do carrinho de Gerthe,temendo que Tom pudesse tentar impedi-lo de ficar com a filha.

– O que você pensa que está fazendo? – diz Tom nitidamente nervoso.
– Eu vim buscar minha filha! Vim recuperar a minha vida!
– Pare de dizer besteiras Bill! Eu já sei que você fugiu da clinica! Você não devia ter feito isso!
– E eu ia ficar fazendo o quê? Esperar o Tom o “super-man” ir me salvar ou ficar pra sempre naquele inferno onde ele mesmo me deixou?
– Lá é o melhor lugar pra você por agora Bill, entenda. Não adianta você fugir...
– Você não sabe de nada Tom! Não sabe cuidar da sua própria vida e agora quer vir cuidar da minha... Quer dizer cuidar não, acabar com ela!
– Bill você acha que alguém passar o dia chorando pelos cantos é normal? Falar sozinho, não querer sair.. tentar se matar é normal? Se fosse comigo você também faria o mesmo!
– Se fosse com você eu conversaria contigo antes de qualquer coisa! Não aceitar a primeira coisa que me digam! Você viu eu tentando me matar? Viu?
– Você estava todo ensangüentado naquele banheiro, quer prova maior?
– Eu estava bêbado,mal me agüentava em pé! Eu tropecei em algumas coisas e me machuquei... Acidentes acontecem! E nem é por isso que se vai para o hospício, sem nem direito a uma segunda avaliação.
– Eu fiz para o seu bem. Me prometeram que assim você iria ficar melhor...Eu só quis ajudar...
– Me ajudar me jogando num lugar cheio de malucos? Valeu Tom, não sei o que seria de mim sem você...
– Eu estava com medo porra! Você estava lá naquela cama de hospital todo sedado... o que você queria que eu fizesse? Esperar o pior acontecer? Me ofereceram ajuda e eu aceitei... Me disseram que você estava perturbado...
– Perturbado eu estava ficando naquele lugar! Está vendo isso? São marcas da surra que eu levei – diz Bill mostrando os hematomas em suas costas. – Está vendo isso, olha bem... Minhas unhas foram cortadas! E por sorte e o meu cabelo não... Sabe o que eu comia? Pão velho e comida gelada! Está vendo essas olheiras? São por causa das noites mal dormidas naquele colchonete e por ter ficado acordado com medo que de madrugada alguém viesse e comesse o meu rabo. Desculpe por isso D.Lúcia ...
– Você está de brincadeira Bill... – dizia Tom não conseguindo acreditar no que ouvia.
– Você acha que estou brincando? Minha cara é de quem está brincando Tom? Eu sabia dessa história de um gêmeo ser mais inteligente do que o outro, só não sabia que a diferença era tanta! Seu retardado!
Antes eu era um luxo, agora eu estou um lixo! E a culpa a é sua!
– Bill mas porquê um médico iria mentir pra mim? – diz Tom confuso.
– Pra tirar o seu dinheiro, seu besta! E quem te garante que esse cara era médico? Você viu o registro dele? Procurou saber se ele era um bom profissional? Não..... por quê? Porque você é burro Tom! Depois eu que me fodo...
– Bom.. mas eu precisava pensar rápido.... e acabou que eu não pensei direito....
– Dá próxima vez que eu tiver que pensar rápido eu vou ao invés de lhe mandar tirar as amídalas ou um dente.. mandar te capar! Aí eu venho com essa desculpinha de que tive que pensar rápido....

Por mais tenso que o conflito fosse, ou parecia que iria ser, D.Lúcia não pode evitar de cair na gargalhada, fazendo assim que logo a “discussão” terminasse com Bill e Tom rindo de si mesmos.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 29 - New look

Apesar de sentir-se desconfortável na casa de pessoas que mal conhecia, Bill sabia que mesmo assim aquele local era ainda melhor do a clinica em que havia estado internado. Ao lembrar dos maus momentos que havia vivido durante o período de sua internação, dá-se conta de que desde sua fuga da clínica psiquiátrica, ainda não havia perguntado à Vanessa se ela teria dado o seu recado à Cezar, amigo que tantas vezes o apoiou e lhe fez companhia.
Ele então rapidamente sobe as escadas em direção ao quarto da garota. Dominado pela ansiedade em saber se seu pedido havia sido realizado ele acaba se esquecendo de bater a porta, abrindo-a abruptamente.
Vanessa que acabara de banhar-se, seminua, tenta cobrir seus seios com a sua camisola que estava em cima da cama. Antes de Bill entrar ela analisava seu corpo como sempre fazia, mas não em busca de possíveis imperfeições ou “gordurinhas” em excesso, ela o admirava, seu corpo era algo de que ela tinha muito orgulho. Alguns chegavam a pensar que ela era por demais exibicionista, ou que seu corpo nem era tão bonito assim para tal ostentação, mas Vanessa seguia o lema de que deveria amar a si mesma, do jeito que realmente era. Talvez por isso, ao invés de ir se esconder no banheiro, ou pedir que Bill se retira-se, ela apenas o fitava, como se esperasse que ele tomasse o primeiro passo em relação a situação talvez um pouco embaraçosa.

Bill porém com orelhas e bochechas coradas, apenas abaixou a cabeça, e sem jeito disso:

– Me desculpe...eu não sabia...
– Tudo bem. – diz ela sorrindo, e virando-se de costas para Bill, para que logo em seguida vestisse sua blusa.

Bill ao ver Vanessa vestindo-se a sua frente, não consegue evitar de olhar para o seu corpo, por mais que seu coração lhe dissesse que talvez aquilo não era o mais correto a se fazer, que não deveria admirar ou se apaixonar por qualquer outra mulher que não fosse Camila, mas seu corpo e sua mente em conflito com seu coração lhe diziam o contrário, faziam com que sentisse seu corpo arrepiar-se.
Sentindo-se culpado por não conseguir controlar seus sentimentos, Bill sai do quarto furioso. Enquanto Vanessa já vestida, gritava por seu nome.

Chegando a sala, Bill encontra com Kátia com uma pequena mala preta em suas mãos.

– Bill! Vamos dar uma repaginada no visual? – diz ela com um largo sorriso no rosto.
– Não era amanhã? – pergunta Bill enquanto era forçado por Kátia a sentar-se em uma cadeira no meio sala.
– Era... era.... Mas estou tão ansiosa! Eu nunca fiz dreads!
– O que?! – exclama Bill tentando em vão levantar-se da cadeira.
– Não se preocupe com isso. Você não confia em mim?
– Bem.... – diz Bill em tom de constrangimento.
– Sabia que confiava! Agora senta aí e fica quietinho, porque isso demora um pouco! 

Vanessa que havia seguido Bill desde seu quarto acenava com a cabeça negativamente, mas antes que pudesse intervir na situação, sua mãe lhe entrega uma caixinha de manicure.

– Vem, vem Vanessa! Senta aí e faça as unhas do Bill!
 – Mãe tem homens que não fazem as unhas. Deixa o Bill quieto!
– Não, eu gosto! – diz Bill, olhando para as unhas que antes eram compridas e sempre pintadas, mas que agora, na sua opinião estavam simples, curtas e feias.
– Viu, viu! Eu sei das coisas menina, não discuta com a sua mãe!

Vanessa então vai até a cozinha e busca um baquinho, senta-se entre as pernas de Bill e começa a fazer–lhe as unhas. Entre gritos e risadas após alguns “bifes” tirados, passam a noite no salão de beleza improvisado na sala de Kátia.

Mais tarde,os dreads de Bill já estavam prontos, e chegara a hora dele se ver no espelho.
Pelas reações de Kátia e Vanessa ele já sabia que deveria ter ficado bem, mas estava ansioso para ver por si mesmo o resultado.
Quando pôs-se à frente do espelho, ficou um pouco admirado com sua aparência, realmente estava diferente. Não achava que tinha ficado ruim, mas também não era algo que lhe agradava completamente.

– E aí o que achou Bill? – pergunta Kátia.
– Gostei! – diz Bill educadamente.
– Ah que bom! Você ficou lindo mesmo! Mas lindo do que antes! Não é Vanessa? – pergunta Kátia à filha.
– Sim, ele está muito bonito, também gostei.
– Pena que isso dá um certo trabalho... tanto para fazer como para manter... Mas valeu a pena! – diz Kátia dando uma última olhada em seu trabalho.
– Eu não sei vocês...mas eu vou dormir. – diz Vanessa subindo as escadas.
– Calma aí Vanessa! E o Bill? – pergunta Kátia.
  O quê, que tem ele mãe?
– Ele vai dormir assim? Com essa roupa de enfermagem?
– A senhora não precisa se preocupar com isso ... – interrompe Bill.
– Claro que eu meu preocupo, você já vai dormir no sofá, e ainda com essa roupa...?
– Mãe, ele não tem outra. E nem a gente tem roupa de homem aqui pra dar pra ele...
– Bill, eu vou buscar um lençol e um travesseiro pra você. Aí você pode ficar só de cueca ou camisa... você que sabe. Não se preocupe que ninguém entra aqui em casa, e Vanessa e eu vamos estar dormindo.
– Ok, então. – diz Bill sentando-se no sofá.

Minutos mais tarde Kátia descia com a roupa de cama entregando-as para Bill.
Depois de desejar-lhe boa noite, ela segue de volta para o seu quarto, apagando as luzes da casa.

Bill por impulso leva o lençol ao nariz, e sente o cheiro típico de roupa recém lavada. Era de cheiros e coisas simples como esta que ele sentia saudade, coisas que antes não dava tanto valor.
Mesmo que o sofá lhe parecesse um pouco desconfortável e ele se sentia bem, pois já não estava mais preso naquela clínica. Mas algo ainda lhe tirava o sono, Camila. Por onde andaria? Teria sido capaz de abandonar-me sem ao menos uma despedia? Era o que ele pensava.
Sua cabeça estava com mil pensamentos diferentes, todos de suma importância para ele. O dia seguinte seria o grande dia. Momento em que reencontraria a filha e o irmão.
Voltaria disposto as fazer as pazes e esquecer os conflitos do passado, mas caso não fosse possível, ele também estaria disposto a entrar em uma briga.

Passou a noite imaginando como seria encontrar novamente a filha, como ela estaria e qual seria sua reação ao vê-lo. A ansiedade não permitia que Bill conseguisse adormecer,mas o cansaço falou mais alto e tarde da note, ele adormece no sofá.
Porém logo depois ele acorda. Kátia tinha razão, sua calça jeans branca o incomodava muito.
Seguindo os conselhos da dona da casa, ele então retira sua calça e camisa, ficando apenas de boxes branca. Estava certo de que no dia seguinte acordaria antes das donas da casa, evitando assim mais uma situação constrangedora.

Mas o que ele não sabia era que não necessitaria esperar pelo amanhecer para que tal situação acontecesse.

Como de costume Bill dirige-se até a cozinha para que assim pudesse beber um copo de água. Antes de ir até a mesma, olha insistentemente para a escada, observando se alguém descia por ela podendo assim vê-lo seminu.
Já que aparentemente ninguém se aproximava ele então rapidamente continua o percurso em direção à cozinha, certo de que mais ninguém estaria acordado aquela hora. Mas ele estava enganado.

De costas para a entrada da cozinha escura, Bill enchia um grande copo de vidro com a água vinda de um filtro, dando um demorado gole em seguida.

– Acordado à essa hora? – pergunta Kátia parada diante a porta.

Bill ao ouvir a voz da mulher, assusta-se acabando por se engasgar. Ele tosse compulsivamente, enquanto se apóia sobre a pia.

– Levanta os braços! Levanta os braços! – diz ela enquanto acende a luz da cozinha.

Bill já com a face avermelhada, obedece à Kátia, porém não se sente mais aliviado. Kátia então vai em sua direção e lhe dá leves tapas nas costas.

Pouco tempo depois,Bill já estava melhor, mas diante do ocorrido.não se deu conta que estava apenas de boxers na casa de uma desconhecida, e o pior, diante dela.
Ao contrário de Kátia que não sabia se ajudava o rapaz ou olhava para suas tatuagens ou para o volume de suas boxers brancas, a qual ela desejava que fossem transparentes.

– Eu já estou melhor, obrigado. – diz Bill passando a mão sobre seu tórax.
– Eu sou tão feia assim? – pergunta ela rindo.
– Não... eu só estava distraído.

Afastando-se um pouco de Bill ela exclama:

– Uau! Que tatuagem enorme! O que significa?! – diz ela apontando para a tatuagem que Bill possuía na parte lateral de seu tronco.
– É só uma frase em Alemão. – ele responde.

Ela então se aproxima mais, agachando-se a sua frente para que assim pudesse observar melhor a tatuagem.

– Aposto que está escrito algo pornográfico.
– Não é nada disso. – diz ele sorrindo.
– Então porquê não escreveu em Português? Se escreveu em outro idioma é para que ninguém descubra o que está escrito.... Ou melhor, só as pessoas certas.
– A sua teoria é boa, mas não é o meu caso. Minha tatuagem não tem nada de pornográfico ou coisa do gênero.
– Quer que eu te prove que tem?

Ela então começa a contornar com a ponta da língua as letras que formavam a tatuagem.
Mas antes que pudesse completar a primeira, Bill se afasta.

– Eu sou casado. – diz ele seriamente.
– Casado? E cadê então a sua aliança?

Bill olha para suas mãos e então se lembra que desde o primeiro dia em que ficou internado na clínica já não usava mais a aliança, provavelmente algum funcionário havia lhe tirado.

– É que eu não uso aliança, mas eu sou casado.
– Não tente me enganar! Você só está com medo por eu ser mais velha e tal... – diz Kátia indo em direção a Bill, que lentamente se afastava.
– Eu sou casado e amo a minha esposa. Peço desculpas pela senhora ter me visto desse jeito mas é que....
– Eu posso lhe ensinar coisas que você já mais sonhou em aprender...
– Eu estou muito satisfeito com as coisas que eu sei... – diz ele indo de costas para a sala.
– Você não tem sede de conhecimento, come eu? Ops.. digo, como eu.
– Não,não... desde os tempos da escola eu sou assim... Agora a senhora vai me dar licença... – diz ele cobrindo-se com o lençol.
– Bill você não está sentindo esse calor dentro do seu corpo?! – diz ela agitando o decote de sua camisola.
– Não seria a menopausa? – pergunta Bill inocentemente.
– Vai cagar moleque! – diz ela afastando-se em direção as escadas.
– Mudança repentina de humor também é um sintoma!

Se fosse em outra ocasião, Kátia provavelmente teria ficado furiosa por ainda que indiretamente ter sido chamada de velha, porém naquele momento a única coisa que ela sentia, era uma enorme vontade de rir de si mesma.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 28 - Uma mãe "moderninha"

– Que barulho foi esse vindo do seu quarto? Quebrou alguma coisa, minha filha? – pergunta Kátia, sua mãe.
– Não mãe... quer dizer sim... – diz Vanessa não conseguindo disfarçar seu nervosismo.
– Fala direito menina! O que aconteceu?
– Mãe a senhora promete que não vai brigar comigo?
– Se você já está me perguntando isso antes de começar a falar,é porque com certeza aprontou alguma. O que foi dessa vez?
– Bem, é que eu trouxe alguém aqui pra casa...mas já está indo embora, ta?!
– Eu já não te falei pra não trazer as suas amigas quando eu não estiver em casa?
– Mas mãe... é que..
– Nada disso, vocês fazem toda essa bagunça e depois sou eu que tenho que arrumar! O que quebraram dessa vez? Me diz logo o nome dessa sua amiga, pra eu já ir ligando pra mãe dela cobrando meu prejuízo..
– Fui eu que quebrei mãe! E não é bem uma amiga...
– Vanessa não me diga que você trouxe mais um cachorro pra dentro dessa casa! Todo vira-lata perebento que você encontra por aí já quer enfiar dentro de casa... assim não dá minha filha, já te expliquei...

Antes que Kátia explicasse a filha pela milésima vez os motivos pelos quais não poderiam ter tantos animais de estimação, Bill desce as escadas pausadamente.
Vanessa ao perceber Bill entrando na cozinha imediatamente corre em sua direção, enquanto sua mãe acompanha com os olhos seu movimento desesperado.

– Mãe deixa eu te explicar... Eu trouxe um garoto pra casa... mas ele é só um amigo, apenas um amigo!
– Só um amigo? – diz Kátia se aproximando dos dois.
– Só um amigo! E ele já está indo embora...

Kátia então admirando Bill dos pés a cabeça, lança-lhe um olhar fixo, como se o despisse com os olhos.
Bill ao perceber isso sorri constrangido.

– Me chamo Kátia.- diz ela entendendo o dorso de sua mão  em direção à Bill.

 Ele um pouco confuso com tal atitude, hesita por alguns instantes, mas logo depois, segura delicadamente a mão da mulher, e lhe dá um beijo suave.

– Me chamo Bill.
– Belo nome, é curto e simples... difícil de se esquecer... combina com o dono.
– Bem.. sim, é verdade.
– Eu sou a mãe da Vanessa. Bem, mesmo sendo mãe de uma adolescente eu aparento ser muito jovem, sabe. Acho que isso é importante, e desde que o pai dela nos abandonou... eu me cuido bastante, para que assim possa procurar um novo amor... Comigo não tem essa de cor, religião, idade... – diz ela ressaltando a última palavra de sua frase.
– É.. isso é bom, eu acho.
– Então quer dizer que você quer ser enfermeiro? – diz Kátia olhando para a roupa branca de Bill.
– Eu enfermeiro? Mas nun...
– Sim mãe! O Bill quer ser enfermeiro... mas ele não é da mesma sala que eu ta?! Agora ele já está indo pra casa dele... vamos Bill, eu te acompanho até a porta. –diz Vanessa empurrando Bill em direção a saída da casa.
– Calma Vanessa deixa de ser mal educada, filha! Nem convidamos o rapaz para o café da tarde... O que ele vai pensar de nós?! – diz Kátia seguindo a filha.
– Vai pensar que somos muito ocupadas não é mesmo Bill?!
– Sim, sem problemas... mas e o dinh.. bem você sabe o que.. – diz ele cochichando.
–- Nada disso Vanessa! Ninguém sai da minha casa sem experimentar o meu café! – então virando-se para Bill pergunta – Você gosta de café?
– Sim, amo café!

Bill diante da agradável idéia de voltar a beber café depois de dias sem  fazê-lo, solta-se das mãos de Vanessa, e segue em direção a Kátia, que o leva até a cozinha.

– Eu sempre sirvo café para as minhas clientes no salão elas adoram! Acho que nem voltam pelo corte de cabelo e sim pelo café! – diz ela sorrindo.
– A senhora é cabeleireira?! – pergunta Bill entusiasmado.
– Há 10 anos! Corto tanto cabelo de homem como de mulher! E modéstia a parte, faço muito bem isso.
– Faz anos que eu não corto o meu cabelo!
– Quase não se percebe.. ele é lisinho, né?!
– Sim, é.. mas eu tenho uma banda de rock, aí eu ponho ele todo arrepiado pra cima.
– Ah! Mas eu acho que combinaria mais com você um penteado elegante... mais suave... Você não me parece fazer o estilo punk...então pra que um cabelo tão doido assim?! –diz ela enquanto preparava o café.
– A questão não é nem essa...eu gosto de estar sempre mudando de penteados.
 – Se gosta de mudanças... talvez aceite o que eu vou te sugerir.
– Bem... é sempre bom ouvir novas idéias... o que a senhora me sugere?
– Não me chame nunca mais de senhora! Temos quase a mesma idade... – diz ela ironicamente.
– Me desculpe...- diz ele sorrindo.
– as enfim... eu lhe indico usar Dreadlocks!
– Dreads? Bem, o meu irmão já os usa...
– E como são os deles?
– São castanho claros... vem da raíz e tem mais ou menos esse tamanho.... Ele sempre usou dreads...
– Mas os seus serão diferentes! Só nas pontas... na cor branca. Como você me disse que é de uma banda de rock, é melhor que sejam brancos.. se fosse de Reggae seriam coloridos- diz ela rindo.
– Não sei... mudar assim sem ter uma idéia de como fica.
– Eu tenho várias revistas no meu salão posso te mostrar uns modelos.
– Bem, sim.. Talvez outro dia, eu vou só tomar o café da senhora e ir pra minha casa.
– Como assim? Agora que já está tarde? Ligue para sua mãe e avise que você vai dormir aqui! Se te acontecer alguma coisa no meio do caminho, a culpa ainda será minha.
– Não, eu não moro com os meus pais... já moro sozinho.
– Então não tem desculpa! Você vai dormir aqui e acabou! O sofá da sala é muito confortável, pode ter certeza.
– Eu preciso ir para casa, é sério..
– Eu não acredito que depois de eu ter feito o melhor café que você já tomou, você vá me fazer essa desfeita. E além do mais amanhã de manhã eu mudarei o seu look!
– Bem...

Vanessa observava a tudo em silêncio,com os braços cruzados permanecia parada, encostada diante da porta. Até o momento não fazia questão nenhuma de participar da conversa, muito pelo contrário seus olhos demonstravam uma raiva poucas vezes vista. Porém Bill e Kátia pareciam não se importar muito com sua reação.Com a possibilidade de fazer com que Bill fosse embora, ela então resolve intrometer-se na conversa dos dois.

– Se o Bill falou que tem que ir embora,é porque ele tem que ir embora mãe! Não banque a chata agora.
– Olha lá como você fala comigo Vanessa! Eu estou sendo apenas educada com o seu amigo! Quando eu trato eles mal você reclama, quando eu gosto deles você reclama também!

– O problema é que você está gostando demais - resmunga Vanessa saindo da cozinha,indo em direção ao seu quarto.

Kátia então vira-se novamente para Bill que estava sentado à mesa, ela então apoiando seus cotovelos sobre a mesma, deixando assim seu decote a mostra, pergunta para Bill.

– Você vai dormir aqui? Não é mesmo?

Sem dar tempo para que Bill respondesse a sua pergunta, ela sutilmente se levanta e retira  um molho de chaves de dentro do decote de sua blusa.

– Que boba que eu sou, mas é claro que você vai dormir aqui. Afinal sou eu que estou com as chaves.... – diz ela balançando-as próximo ao rosto de Bill.

Ela então com ar de vitória, sai da cozinha fazendo questão de rebolar ao caminhar.

Bill acaba por ficar sozinho bebendo o seu café. Assim que Kátia cruza a porta, ele então se contem a soltar uma gargalhada.

Ao olhar para o ambiente que o cercava, ele nota um telefone disposto sobre o balcão da cozinha. Pensa em pedir para fazer uma ligação. Mas logo volta atrás em sua decisão. Para quem ligaria? Tom? Não mesmo... D. Lúcia? Ele não sabia como as coisas andavam por lá, talvez ela pensasse o mesmo que seu irmão.
Sem ter certeza de qual seria a melhor escolha a ser tomada, ele decide não ligar para ninguém. No dia seguinte logo pela manhã, estava disposto à ir buscar a filha, pessoalmente.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 27 - Suspeitas

A sensação de liberdade que Bill sentia naquele momento era algo inexplicável,
Ver novamente os carros, prédios, as pessoas, lhe traziam a sensação de que estava descobrindo o mudo novamente. Um mundo novo, diferente, o divisor de águas de sua vida.
Porém ele estava perdido, não sabia o que fazer, para onde ir. A felicidade que sentia  era abafada pela preocupação com Vanessa, temia que de alguma forma ela fosse prejudicada por sua causa, o que não seria justo.
Mesmo que sua vontade fosse tentar de algum modo voltar para casa, ele decide fazer o que havia combinado com Vanessa, e a aguardava escondido em uma loja de roupas muito movimentada, olhando sempre para todos os lados, observando assim se estava sendo seguido.

Já Vanessa com os refrigerantes nas mãos, ao entrar novamente na clínica depara-se com o vigia, já sentado em sua cadeira de costume, comendo alguns salgadinhos.
Tentando não demonstrar todo o seu nervosismo Vanessa sorri para ele, seguindo rumo a sala onde a supervisora e as outras estagiárias se encontravam.
A cada passo que dava, se aproximando mais do local, seu coração batia ainda mais forte. Temia que já desconfiassem da fuga de Bill, e ligassem tal fato à ela.
Ao entrar na sala logo é repreendida por Jucélia, que toma os refrigerantes de suas mãos.

– Você foi fabricar esse refrigerante, menina?
– Não... é que a moça não tinha os copos descartáveis... aí eu esperei ela ir buscar.
– E por falar nisso, quem foi que mandou você contar ao Zé sobre as comidas?! Ele veio aqui buscar!
– Bem... ele perguntou onde eu ia... ficaria chato se eu não o convidasse... – diz Vanessa, gaguejando pelo seu nervosismo.
– Chato é ficar com fome!.... Mas agora chega, come aí...

Vanessa tentava se divertir com as outras garotas, porém Bill era o que mais lhe preocupava, gostaria de saber como e onde ele estava. Contava os minutos que passavam, na ânsia de que aquele dia logo acabasse e ela enfim pudesse sair daquela clinica e ir se encontrar com Bill. Ao pensar nisso,ela então lembra-se que havia deixado a mochila no banheiro. E percebe que se alguém encontrasse a mochila e visse o outro uniforme branco que seria para Cezar, tudo estaria acabado.
Angustiada, sai da sala e corre em direção ao banheiro, torcendo para que ela estivesse intacta.
Para sua sorte, aparentemente ninguém havia mexido em sua mochila, o que a deixou mais tranqüila para voltar a sala de artes.

Mas essa tranqüilidade logo teria fim. Vários enfermeiros já estavam na busca por Bill. Um deles ao não encontrá-lo, no momento em que fora medicar-lhe, havia avisado a mais dois enfermeiros, que o procuravam por toda a clinica.

Um deles, Isac, entra na sala de artes e visivelmente irritado pergunta à todas:

– O paciente Bill Kaulitz está com vocês?
– O Bill? Ele não esteve aqui... Aconteceu alguma coisa? – pergunta Jucélia.
– Sim. Nós não o encontramos, ao que tudo indica ele fugiu.

Vanessa ao ouvir o que Isac dizia, sentiu suas mãos ficarem frias, e uma vontade enorme de chorar devido ao seu nervosismo, porém ao máximo que pode tentou se controlar.

– Fugir? Mas isso é impossível! – diz Jucélia indignada.
– Se fosse impossível, nós já havíamos encontrado ele. – responde Isac friamente.
– Ele não está escondido por aí? Você sabe como eles são...
– Aqui nessa clínica não há tantos lugares assim para se esconder. Ninguém sai daqui até descobrirmos quem o ajudou.
– Você está desconfiando de mim e de minhas alunas?
– A questão não é desconfiar de ninguém e sim que um paciente fugiu e nós precisamos descobrir como.
– Pular o muro ele não pulou. Caso contrário já estaria morto... então é óbvio que ele saiu pela porta da frente! – diz Jucélia.
– Sim, nós já pensamos nisso, os donos da clínica já devem ter sido avisados também...
– Eu posso garantir que nem eu e nem uma de minhas alunas ajudou esse rapaz a fugir. Todas estavam aqui comigo.

Nesse momento Rodrigo, um dos responsáveis pela clínica, entra na sala de artes acompanhado do vigia.

– Me diga, qual delas você deixou sair sozinha? –pergunta Rodrigo ao vigia.
– Foi aquela ali. –diz ele apontando para Vanessa.

A garota assustada tenta controlar-se, por mais que sua vontade fosse fugir do local sem ter que dar explicações a ninguém, sabia que naquela situação o que aconteceria mais tarde tanto em sua vida como na de Bill estava somente em suas mãos, e qualquer ato ou palavra impensada poderia por tudo a perder.
Mesmo sem provas concretas contra ela, Rodrigo a olhava não como principal suspeita, mas já como a culpada.

– Vamos, vamos... você vai ter que se explicar aos diretores da clinica! – gritava Isac.
– Calma aí... você não pode me acusar assim... Você não tem provas! – diz Vanessa.
– Como não? Ele já disse que deixou a portaria sozinha enquanto você saiu! – diz Rodrigo.
– Pode ser... Mas me diga eu sai daqui com alguém?- pergunta Vanessa ao vigia.
– Bem, não...
– Então pronto! Eu sai daqui sozinha! Vocês não podem me acusar! Ele mesmo confessou que me viu saindo sozinha!
– Calma, gente, calma – dizia Jucélia a todos, e então virando-se para Vanessa pergunta: - Você vivia grudada com o Bill, ele nunca te disse nada sobre fugir?
– Não... eu não vivia grudada com o Bill! Ele que ficava atrás de mim... mas eu tinha medo de que ele ficasse com raiva ou sei lá o que, se eu me afastasse... Não éramos tão grudados assim!
– Mas ele nunca te disse nada sobre fugir? – pergunta Rodrigo.
– Não... nada! Você acha que se eu fosse a cúmplice eu iria ser tão besta de voltar e esperar ser descoberta?
– Faz sentido... Vocês estão liberados, mas não se esqueçam que temos todos os dados de vocês aqui...

Vanessa então sentindo-se aliviada por não ter sido descoberta sai da clinica diante dos olhares desconfiados de todos, o que a deixava um pouco preocupada,mas não suficiente para impedi-la de sair correndo dali sem ao menos despedir-se das colegas a fim de ligar para Bill e assim o encontrá-lo.
Quando já estava distante dos demais estagiários e livre de ter que responder a perguntas e a ouvir comentários que não lhe agradariam muito, ela então liga para Bill que rapidamente atende ao celular.

– Alô?
– Bill é Vanessa, onde você está?
– Eu estou e uma loja... mas me diz.. deu tudo certo?!
– Sim, mas nós precisamos conversar...
– Deu ou não tudo certo Vanessa?
– Deu, mas eles estão desconfiando de mim! Me diz onde você está!

Bill em tom de preocupação diz à Vanessa o nome da loja e o endereço de onde estava. Ela então rapidamente vai ao endereço indicado.

Ao chegar na loja, ela desesperadamente procura por Bill, e por fim o encontra em um canto isolado da loja, perto dos provadores.

– Bill eu fiquei com tanto medo! – diz ela abraçando-o fortemente.
– Calma, respira... – diz ele acariciando seus cabelos.
– Uns enfermeiros foram lá e disseram que eu estava envolvida...
– Mas eles não tem provas contra nós tem?
– Não... quer dizer, eu não sei! Estou com medo Bill!
– Fica calma, tudo vai certo!
– Mas e se não der?! E se descobrirem que te ajudei a fugir?!
– Não vão descobrir! E antes que descubram eu ferro com eles primeiro! Aqui fora é mais fácil eu acabar com aquela clínica de merda..
– Mas e agora, o que você vai fazer?!
– Eu queria ir para casa... mas estava pensando, será que já avisaram para o Tom que eu fugi?
– Acho que não, creio que eles vão tentar resolver tudo por baixo dos panos...
– Eu não sei o que faço... não esperava que eles descobrissem a fuga assim tão rápido..
– Pelo o que você me disse, você mora longe daqui... o dinheiro que eu tenho agora comigo, não dá para pagar a minha passagem e a de você ir pra sua casa...
– E agora? Eu também não tenho dinheiro...
– Bom se você topasse, poderia ir pra minha casa, lá eu te dou o dinheiro para ir pra sua.
– Nossa eu não sei nem como te agradecer, você tem feito muito por mim!
– Não precisa agradecer.... Você vem?
– Sim eu vou com você, mas e seus pais? Eu não dou muita sorte com os pais das garotas que eu conheço...
– Não se preocupe com isso, eu moro só com a minha mãe  e ela nem deve estar em casa pra variar...
– Se é assim....

Os dois pegam um ônibus e vão para a casa de Vanessa, conversando animadamente por todo o percurso. Bill olhava pela janela do ônibus e observava a paisagem, ela não era uma das mais bonitas ou mais interessante, era uma vista comum, mas lhe trazia uma sensação de liberdade, um sentimento de renovação no o qual ele jamais sentira com tamanha intensidade.
Assim que destranca a porta ao chegar em casa, Vanessa corre com Bill o levando até seu quarto para que assim pudesse lhe entregar o dinheiro da passagem.
Entrando no quarto da garota, Bill depara-se com uma decoração um tanto quanto infantil para o seu gosto e do que achava adequado para uma garota da idade de Vanessa.

– Hum... o seu quarto é bem...  rosa. – diz ele.
– Foi meu pai que decorou ele assim, os ursinhos... também foi ele que me deu. – diz ela sorrindo e mostrando orgulhosamente os objetos de seu quarto.
– Se parece com o da minha filha...
– Espero que você tenha dito isso em tom de elogio...
– Não.. não foi nem um elogio e nem uma critica... foi apenas um comentário.
– Aquele ali é o meu urso preferido!- diz ela apontando e indo em direção ao urso de pelúcia que estava na última prateleira de uma estante repleta deles.
– Esses ursos enormes são muito legais mesmo...
– Eu vou pegar pra você ver, espera.

Vanessa então tira seus sapatos e sobe na cama para que assim tivesse altura para alcançar a prateleira em que seu urso predileto estava,porém ela acaba por escorregar no edredom que a forrava e quase cai no chão, mas antes que isso pudesse acontecer, Bill apressasse e a segura em seus braços.

– Essa foi por pouco... – diz ele com um sorriso encantador.
– É... obrigada. – diz Vanessa, envergonhada saindo rapidamente da proteção do homem que lhe causava sensações estranhas, mas as quais gostava de sentir.

Na tentativa de evitar a sua queda, Vanessa havia se segurado na estante, derrubando assim alguns objetos dispostos nela, inclusive um porta-retrato que ao cair no chão, quebra-se fazendo um grande barulho devido a altura de sua queda.

– Vanessa? É você minha filha? – diz uma voz feminina vindo de fora do quarto.

Bill a olha assustado em busca de respostas ou instruções sobre o que deveria fazer, mas apenas obtêm a expressão de espanto de Vanessa.

– É a minha mãe! Eu pensava que ela não estava aqui!
– Ela vai brigar por eu estar aqui com você?
– Não, não... mas fica aqui pra eu poder explicar à ela.
– Você não vai contar....
– Não! Eu vou dizer que trouxe um amigo. Só isso... Me espere aqui.
– Ok.

Vanessa sai do quarto, e procura por sua mãe, encontrando-a na cozinha...

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 26 - Freedom

Vanessa junto com os demais estagiários dirigia-se para a clínica psiquiátrica, cada um trazia consigo um aperitivo para que fosse servido na festa pelo último dia de estágio na clínica. Todos estavam muito contentes por finalizarem o estágio naquele local, mas Vanessa além de feliz estava muito nervosa, em sua mochila havia os dois uniformes brancos que Bill havia pedido, ela os comprou sem que sua mãe soubesse, não queria que ninguém se quer desconfiasse da loucura que estava prestes a fazer.

Ao chegar ao local, assim que avistou Bill, a esperando impacientemente, alegrou-se por vê-lo e deu-lhe um largo sorriso, que foi retribuído, a deixando assim ainda mais feliz. Embora seu desejo fosse ir correndo falar com Bill, ela não podia, pois a supervisora pedia para que os alunos a acompanha-se.

 – Vocês podem deixar suas coisas aqui nessa sala. – diz Jucélia abrindo a porta do posto de enfermagem.

Os alunos então começam a retirar as vasilhas com salgadinhos e doces das mochilas. A supervisora com os olhos brilhando apenas acompanha com o olhar as comidas serem organizadas em cima da mesa.

– Vocês me dão licença,mas é que eu ainda não almocei... – diz ela pegando vários salgadinhos de uma vasilha.
– Não é a toa que ela é gorda desse jeito, parece uma sapa...- cochicha Taís para Marcela, que abafa o riso.
– E o refrigerante? Ninguém trouxe? – pergunta Jucélia.
– Quem ficou de trazer os refrigerantes era o Felipe... mas ele foi suspenso. – diz Cíntia, olhando Vanessa com indiferença.
– Mas a gente pode fazer uma vaquinha, e ir comprar! – diz Vanessa.
– Mais tarde! Agora vocês podem indo caçar o que fazer... – diz Jucélia.
– Mas aqui não tem nada pra fazer! – reclama Taís.
– É verdade! Só quem trabalha são os médicos e enfermeiros! Estagiário não pode fazer nada! – diz Taís.
– Mas o pouco que pode vocês não fazem! Sempre ficam se escondendo, sentados em um canto... Olhem só para a Vanessa, sempre que a vejo ela está com o Bill, já deve ter aprendido muito sobre esse tipo de paciente.
– Sim... aprendi. – confirma Vanessa, com a face corada.
– Porque a gente não junta todo mundo, e põe uma música para eles dançarem? Assim eles participam da festa também...– diz Marcela
– Verdade! E anima um pouco isso aqui... já que não tem nada pra fazer... – completa Vanessa.
– Eu não vou literalmente bater palma pra maluco dançar... – diz Cíntia.
– Então não come.... quer dizer... então não dance! – diz Jucélia comendo mais alguns docinhos.
– E aqui tem rádio? – pergunta Fernanda.
– Lá naquela sala de artes tem um sim. Não sei se funciona. –diz Jucélia.
– Enquanto a Fernanda vai ir lá buscar o rádio, eu posso já ir levando os pacientes para o pátio?! Pergunta Vanessa.
– Tanto pode como deve! Vocês todos... vão, vão! –diz Jucélia sentando em frente a mesa abrindo todas as vasilhas.
– Eu espero encontrar alguma coisa ainda quando eu voltar – resmunga Fernanda enquanto sai da sala com os demais.

Vanessa então apressadamente corre pelo jardim, procurando por Bill, o encontra sozinho perto de uma árvore. Ela então se aproxima, e ficando na ponta dos pés dá um beijo no rosto de Bill que lhe sorri carinhosamente.

– Oi?! – diz ela sorrindo timidamente.
– Oi! E aí trouxe as roupas?
– Sim! Trouxe as duas que você me pediu, mas não sei se vai servir... Eu não sei direito o seu tamanho...
– Depois a gente vê isso... mas só vamos precisar de um, o Cezar não quer fugir.
– Ah... mas quando vai ser?
– Não sei quando todos estiverem distraídos...
– Mas você tem que se trocar!
– Sim é verdade... Esse é outro problema, o banheiro daqui é conjunto! Podem me ver trocando de roupa... e sempre tem um funcionário na porta.
– O nosso banheiro é individual! Eu posso entrar, ver se não tem ninguém e depois você entra.
– Sim! Mas temos que ver a hora em que todos estiverem distraídos.. até o vigia!
– Eu já pensei em tudo! - diz Vanessa sorrindo com ar de vitória.
– Então me diz logo!
– Escuta só... mais tarde começa a festa, e não tem refrigerante! Eu vou me oferecer pra ir comprar aqui no barzinho da frente. Antes de sair, eu vou com você até o banheiro, você se veste de estagiário e dizemos ao vigia que nós dois vamos comprar o refrigerante e que estão esperando ele lá no pátio, pra poder lhe entregar o pedaço de bolo e tal..
– Ai eu saio... e pronto.
– Sim! – grita Vanessa o abraçando.
– Mas e depois? Você vai ter que voltar, e o vigia vai notar a minha ausência... Fora, que depois vão saber que eu fugi,e vai ficar muito obvio que foi nesse momento. Vão te acusar.
– Você tem razão... E agora? – diz Vanessa mordendo os lábios.

Os dois ficam por alguns minutos pensando no que poderiam fazer para mudar o plano, evitando assim que Vanessa saísse prejudicada.

– Já sei! – diz Bill.
– Fala, fala!

Enquanto Bill contava a Vanessa seu novo plano, Fernanda um pouco distante chamava pela amiga.

– Já vou! – grita Vanessa.
– Você entendeu tudo? – pergunta Bill, enquanto Vanessa se afastava.
– Entendi sim, pode deixar! – diz Vanessa dando-lhe uma piscada de olho.

A festa corria normalmente, Jucélia se controlava para não comer todos os doces antes da hora, enquanto alguns pacientes brincavam com a música alegre que tocava acompanhados pelos estagiários.
Vanessa sempre que podia se aproximava mais de Bill, mas ele não parecia estar querendo se divertir naquele momento, estava distante, sempre olhando para todos os lados como se procurasse alguém.
E era isso que realmente ele fazia, procurava desesperadamente por Camila, ela ainda não havia lhe aparecido o que o deixava muito preocupado.
Antes que Vanessa pudesse lhe perguntar o que se passava, Jucélia chama a atenção de todos, dizendo que já estava na hora de servir a comida.

– Eu e a Marcela vamos lá pegar! – diz Taís.
– Não. Vamos comer naquela sala mesmo, a comida não vai dar para todo mundo.
– Eu vou comprar os refrigerantes! – diz Vanessa.
– Ah sim! Toma eu já recolhi o dinheiro de todas, só falta você. – diz Jucélia à Vanessa
– Eu tenho que dar quanto?
– Dois reais, vai ser só para nós aqui mesmo, eu não chamei os outros funcionários.
– Ta bom, eu vou lá pegar a minha mochila. – diz Vanessa.

Todas as garotas vão então para sala onde estavam as comidas, enquanto Jucélia guarda o rádio que estava no pátio.
Vanessa o mais discretamente possível, pega sua mochila e sai da sala, mas Fernanda a chama.

– Vanessa eu vou com você!
– Não Fernanda, fica aí pra guardar um pouco pra mim, antes que a Jucélia coma tudo!
– Verdade amiga! – diz Fernanda permanecendo na sala.

Vanessa então, apressadamente sai da sala, e ao passar pelo jardim faz um sinal com a cabeça para Bill.
Ele espera a garota tomar distância e então a segue, em direção aos banheiros que se localizavam em um canto distante do jardim, próximo a saída.

Vanessa ainda distante de Bill caminha em direção ao banheiro masculino. Uma faxineira que passava pelo local ao ver a cena, a adverte.

– Ei mocinha, o das mulheres é o da porta ao lado!
– Ah obrigada! – diz Vanessa constrangida.

Bill ao chegar próximo ao banheiro é visto pela faxineira, que com as mãos pede que ele se afaste.
– Vai pra lá! Você não pode vir aqui você sabe disso! – diz ela seriamente.

Bill nada diz, apenas retorna um pouco o caminho que havia feito.

Assim que a faxineira vai embora, Bill corre em direção aos banheiros, e já se prepara para entrar no masculino.

– Não Bill! Eu só vi o das mulheres! – diz Vanessa.
– Mas...
– Desculpa , uma mulher me viu..

Bill e Vanessa então apressadamente entram no banheiro feminino. Enquanto Vanessa tirava a roupa branca de sua mochila, Bill entra em uma das cabines e retira suas roupas ficando só de boxers.
No momento em que Vanessa se aproxima da cabine onde Bill estava, duas enfermeiras entram no banheiro e uma delas segura a maçaneta da porta de onde Bill trocava de roupa, quase abrindo-a. Vanessa apressadamente, toma a frente, e empurrando sutilmente a mulher entra na cabine, ao mesmo tempo que Bill se esconde atrás da porta.

– Eu hein, gente mal educada. – diz uma das enfermeiras.
– Deve estar com dor de barriga. – diz a outra mulher as gargalhadas.

Vanessa constrangida ao ver Bill semi-nu, ri de nervosismo.
– Olha... – ela sussurra apontando para o vão entre a porta e o chão, o que permitia que quem chegasse visse os pés dos dois.

Bill abaixa a tampa da privada e sobe sobre ela, agachando-se em seguida.
Sem equilíbrio, se segura na cintura de Vanessa, que a cada minuto que passava ficava mais nervosa, dentro da cabine apertada.

Minutos depois, ouvem as enfermeiras lavando as mãos e depois afastando-se.
Vanessa abre ligeiramente a porta para ter certeza de que novamente estavam sozinhos. Ao não ver e ouvir nada, fecha novamente a porta, olhando para Bill.

– Você não vai sair, pra eu me trocar...? – diz ele
– E se chegar mais alguém? – diz ela, em um tom não tão convincente de que aquele era o real motivo para que permanecesse ali.
Bill então, pega as roupas das mãos da garota e apressadamente se veste. Enquanto Vanessa, indiscretamente observa o seu corpo.

– Sua tatuagem parece ser linda... – diz ela apontando para a tatuagem de estrela do rapaz.

Ao ver a expressão surpresa de Bill diante do comentário, ela tenta se desculpar.

– Desculpa... eu não queria olhar... foi sem querer....
– Não, tudo bem. É uma estrela. – diz ele terminando de se vestir.
– Ficou “pescando” as calças, né?
– Sim, ficou. – diz ele rindo de si mesmo.
– Me espera aqui que eu vou falar com o vigia. – diz ela, deixando a mochila no chão da cabine.

Vanessa então sai do banheiro e caminha em direção ao vigia.

– Posso te ajudar? –pergunta ele ao ver a garota se aproximar do portão.
– Bom, é que está tendo uma festa... e a supervisora mandou eu ir comprar o refrigerante.
– Você está autorizada a sair não é?!
– Sim estou! Pode perguntar pra ela. Inclusive, o senhor pode ir até lá, pra pegar um prato de salgadinho.
– Posso ir lá pegar?
– Pode sim, elas estão na sala de artes.
– Mas eu tenho que ficar aqui para abrir novamente o portão quando você voltar.
– Eu vou no barzinho aqui da frente. O senhor pode ir até lá e deixar o portão aberto, quando eu voltar eu fico esperando o senhor aqui.
– Ta bom, você parece ser uma menina direita. – diz ele afastando-se.

Vanessa então sai pelo portão, e aguarda do lado de fora o tempo que achava necessário para que o vigia já estivesse longe.
Passado poucos minutos ela novamente abre o portão e corre para o banheiro onde Bill estava.

– Vamos, vamos! – ela grita para Bill.

Os dois então correm juntos para a saída da clínica.

– Vai Bill, vai embora! – diz Vanessa.
– Mas.. eu não sei onde estou! Não sei voltar pra casa! – diz Bill desesperado.
– Eu não posso te dar o dinheiro dos refrigerantes... vai ser pior!
– E agora Vanessa?! Eu não tenho um centavo no bolso!
– Calma Bill... deixa eu pensar...
– Nós não temos tempo! O vigia vai voltar!
– Calma Bill! Eu não consigo pensar!

Bill passava as mãos pelos cabelos, com os olhos marejados, já imaginando que todo o seu plano haveria dado errado, que tudo havia sido em vão.

– Bill toma meu celular, e me espera em algum lugar longe daqui!
– O que você vai fazer? –dizer ele pegando o celular de suas mãos.
– Você me espera, que eu vou inventar uma desculpa pra sair mais cedo. Mas agora eu preciso voltar logo! Já demorei muito pra comprar esse refrigerante!
– Ta bom! Vou te esperar! – diz Bill
– Cuidado!
– Por favor, diga para o Cezar que eu vou buscar ele! Não tive tempo de me despedir direito! – diz Bill correndo até o final da rua.
– Ta!
Vanessa nervosa, vai comprar o refrigerante para que logo em seguida voltasse à clínica, na esperança de que ninguém desconfiasse de sua demora e da ausência de Bill.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 25 - A recíproca...é verdadeira?

Logo após Vanessa ter ido embora da clinica psiquiátrica, Bill então rapidamente vai à procura de Cezar para contar-lhe tudo o que havia acontecido.
Contou-lhe inclusive que pedira a Vanessa que trouxesse dois uniformes brancos para que assim ambos pudessem fugir.
No entanto Bill se surpreende com a resposta dada por Cezar diante do que lhe parecia ser a melhor notícia para o amigo.

– Eu não quero sair daqui Bill. – diz Cezar seriamente.
– Não? Mas... mas....
– Eu gosto daqui.
– Como assim? Eu não sei o que dizer...
– Você tem pessoas te esperando lá fora... eu não tenho ninguém. Aqui já é a minha casa. – diz Cezar em tom de tristeza.
– Mas e a sua familia? Eles vão gostar de te ver..
– Não vão, isso eu posso te garantir. Se les sentissem a minha falta já teriam vindo aqui, pelo menos ligado. Mas não foi isso que aconteceu durante todo esse tempo que estou aqui. Se eu sair não vou ter pra onde ir, não quero ficar dependendo de ninguém.
– Entendo... Eu te chamaria para ficar na minha casa, mas também não sei como vai ser quando eu sair daqui.
– Não estou te cobrando isso, Bill. Pode ir despreocupado.
– Você tem certeza disso?
– Absoluta.
– Então tá...- diz ele carinhosamente, para que depois aos pulos dissesse: -Ai eu estou tão feliz! Amanhã se tudo der certo, eu vou estar fora daqui!
– Já até sei a primeira coisa que você vai fazer..
– Ir até a casa da minha sogra e pegar a minha filha!
– Sabia! Mas e se o seu irmão já tiver tirado ela de lá...
– Acho que o Tom não iria perder uma noite de festa pra cuidar de um bebê... e a Gerthe é tão pequenininha, tão “frágilzinha”... Queria que você a visse!
– Bom, mas depois que as coisas se resolverem para o seu lado, você pode vir me visitar e trazer uma foto dela.
– Sim claro! E venho te buscar também!
– Menos Bill, menos... com você lá fora, as coisas mudam, seus pensamentos mudam..
– Eu não sou assim. Se eu estou dizendo que virei te buscar é porque eu vou fazer isso!
– Ta Bill... ta...  – diz Cezar descrente.

Bill e Cezar pretendiam conversar por mais algum tempo, ou até mesmo durante toda a noite, mas o toque de recolher fora dado e eles eram obrigados a irem para seus quartos.
No dia seguinte Bill muito ansioso,tentava parecer o mais normal possível perante ao olhar dos enfermeiros,tinha medo de que pudessem desconfiar de alguma coisa. Porém sua vontade era de gritar as quatro ventos que no dia seguinte estaria longe dali, pegaria novamente a filha nos braços. Mas de repente ao se dar conta que aquele era o seu penúltimo dia na clinica, lembra-se que Camila havia dito que o último dia dele ali naquela clinica, seria também a última vez que ele a veria.
Uma imensa tristeza tomou-lhe conta dos pensamentos. Para se ver livre dali, Bill precisaria abdicar da presença de Camila .e isso lhe magoava, o deixava inseguro e fazia com que se sentisse culpado por ter de escolher entre duas coisas que ele queria muito. Durante todo o dia Bill tentou se manter isolado, longe de todos os olhares, porque ele sabia que só assim, quando não havia ninguém por perto que geralmente Camila aparecia, e que assim poderiam se despedir com mais privacidade, porém ela não apareceu.
Enquanto isso Tom sem sequer desconfiar do plano de fuga do irmão, passava o dia ensaiando as músicas antigas com a banda, para que assim Gustav o mais rápido possível pudesse aprendê-las.O que não era difícil, pois Gustav se mostrava um exímio baterista apesar de toda a sua timidez.
Tom acreditava na recuperação do irmão, e queria que a banda estivesse pronta para o retorno do mesmo.
Gerthe na casa de D,Lúcia, ainda sentia falta do pai, por mais que ainda fosse um bebê de alguma forma sentia que algo lhe faltava, sentia-se melhor quando Camila a ia visitar, e nos últimos dias Camila passava mais tempo do que o normal com a menina.
Tentava não pensar no Bill ou na Vanessa, mas era impossível, por mais que tentasse sempre pegava-se a pensar nas coisas que mais gostaria de esquecer.
Já Vanessa vivia a situação contrária, não queria esquecer o que havia vivido no dia anterior, ela havia conhecido uma pessoa maravilhosa, que a defendeu como ninguém jamais havia feito, sem ao menos conhecê-la. Ria sozinha ao lembrar-se que Felipe tentando prejudicá-la acabou por sair prejudicado, além de levar um esporro histórico, e ser suspenso do estágio, o que a deixava ainda mais tranqüila para poder ajudar Bill à fugir daquela clínica. Porque a presença de Felipe sem dúvida os atrapalharia.
Felipe até tentou aproximar-se de Vanessa, exigir explicações, culpá-la pelo o que havia ocorrido,mas a única coisa que recebia era o desprezo de Vanessa, que inexplicavelmente parecia começar a se valorizar mais como mulher. Pensava consigo mesma que já não estava mais sozinha,que Felipe não era o único homem no mundo e que outros poderiam facilmente se apaixonar por ela, inclusive Bill. Até porque ele poderia escolher qualquer outra garota para ajudá-lo, mas escolheu a ela, somente a ela. Bill era um homem com uma beleza admirável, e um mistério que a atraia ainda mais. Talvez já estivesse pensando nele mais do que deveria, imaginando e sentindo coisas que passavam de uma simples gratidão ou amizade. Ela sabia disso, e não se sentia culpada, afinal Bill também parecia sentir o mesmo por ela, mas desejava não estar confundindo as coisas ou enganando a si mesma.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 24 - Será o fim?

Vanessa ouvia à tudo que Bill dizia, era uma história por demais triste e emocionante, era o que ela pensava. O romantismo que Bill aparentava ter, era o que ela sempre procurou em um homem, porém nunca encontrou. Felipe não era e nunca foi o “garoto de seus sonhos”, mas Bill parecia ser alguém muito especial, alguém que apesar do rosto bonito e de toda sua simpatia, já havia sofrido muito na vida, e ao que tudo indicava continuava sofrendo.

– Mas se você não é doido como diz, os médicos já deveriam ter percebido isso!
– Você sabe quantas vezes eu já fui examinado desde que cheguei aqui?! Nenhuma!
– Como assim?! Você deveria estar tendo algum tipo de acompanhamento médico, com psicólogos...
– Ninguém aqui  é examinado direito! Se um médico de verdade me examinasse diria com total certeza que eu não tenho problema algum!
– Se eu consigo perceber isso, que dirá um médico!
– Pois é! Mas se eu continuar aqui, nunca vou conseguir provar que eu não quis me matar e que eu estou bem!
– Acho que sim...
– Então se você pudesse me ajudar a fugir...
– Te ajudar?! Não, não.... Eu não posso, não tenho como... É arriscado demais!
– Calma, você não vai sair prejudicada em nada. Diz Bill segurando as mãos de Vanessa.
– Como não?! Se pegarem nós dois eu é que vou ser a mais prejudicada!
– Não, pense bem...
– Eu estou pensando bem! Por isso digo isso, se pegarem você o máximo que fazem é te internar de novo. Mas e eu?
– Por favor me ajude, eu prometo assumir todas as responsabilidades!
– Assumir responsabilidades? E quem confiaria em um maluco?!
– Você sabe que eu não sou maluco! – diz Bill enraivecido.
– Ta, agora eu sei... e os outros? Eu nem te conheço cara...
– Eu também não te conheço mas te ajudei! Duas vezes!
– Mas não foi nada que se compare ao que você está me propondo...
– Você tem razão....

Bill então senta-se em um banco em frente a sala, e desesperado chora, essa era a única oportunidade que possuía para sair daquele local tão terrível, e parecia estar perdida. Vanessa mostrava-se irredutível, e ele sabia  que nada poderia fazer para convencê-la.

Vanessa  sente-se mal ao ver Bill naquele estado, ela não gostava de ver ninguém chorar, e muito menos um homem tão lindo como aquele, e que fora tão gentil com ela.

– Calma, eu queria poder te ajudar .... mas não posso! Me entenda por favor!
– Cara eu tenho uma filha me esperando... você não sabe o que é isso! Ela já não tem a mãe.... e agora está sem o pai!
– Eu lamento muito por isso..
– Eu não preciso da sua pena! Preciso da sua ajuda!
– Eu tenho medo....
– Eu também tenho! Mas a minha filha... ela é tudo pra mim!

Bill ao lembrar-se da filha, chora compulsivamente, já não conseguia imaginar a vida sem Gerthe, a saudade que sentia era maior do que sua tristeza, do que sua raiva, do que sua dor...
Vanessa vendo Bill chorar pela falta da filha,lembra-se de seu pai. Queria que ele também sentisse sua falta, que fizesse o possível para reencontrá-la, que a amasse tanto quanto Bill parecia amar a filha.
Ela sabia que crescer sem um pai não era nada fácil, o que diria então sem pai ou uma mãe?
Mesmo que se arrependesse mais tarde, ela não poderia deixar que uma criança tivesse o mesmo destino que o dela, passasse pelas mesmas coisas que ela. Então tomando coragem, diz à Bill:

– Ok, eu te ajudo. Pela sua filha...

Bill mal pôde acreditar no que ouvia, finalmente ele talvez poderia se ver livre daquele local horrendo, e rever sua filha,seus amigos, e até mesmo Tom. Emocionado ele levanta-se do banco e abraça Vanessa, dando-lhe um beijo no rosto.
O que eles não sabiam era que Felipe os observava no momento, e não fazia uma interpretação adequada da inocente cena que via.

– O que você pensa que está fazendo Vanessa? – pergunta Felipe em tom de reprovação.

Vanessa e Bill se afastam um do outro assustados pela chegada de Felipe.

– Eu não estou fazendo nada. – diz Vanessa calmamente.
– Como não? Você estava se agarrando com ele!
– O que foi? Está com ciúmes? -ela pergunta,
– Mas é claro que não! Acontece que ele é um paciente! E você sabe que vai totalmente contra as regras da enfermagem, contra a moral... contra tudo!
– E quem é você pra vir me falar de moral? Não aconteceu nada demais aqui, foi apenas um abraço.- diz Vanessa mostrando nervosismo.
– Apenas um abraço? Será que a Jucélia também vai pensar que foi apenas um abraço? – pergunta Felipe com um brilho maléfico no olhar.
– Você não vai fazer isso! Vai ser a minha palavra contra a sua! – se defende Vanessa.
– Mas é claro que não... É só eu chamar a Marcela, ela está ali dentro, né?! – diz ele entrando na sala.

Bill olhava para Vanessa,parecendo não entender o que estava acontecendo, ela ainda que nervosa, tenta lhe explicar rapidamente o que se passava.

– O Felipe é um rolo aí que eu tenho... se ele contar pra Jucélia e ela interpretar de forma errada, eu estou ferrada!
– Me desculpe... eu não sabia...

Nesse momento Felipe sai da sala acompanhado de Marcela, e lhe explica o que viu.

– Ta vendo esses dois Marcela? Eu vi eles se agarrando! O cara não tem culpa, é claro, ele é doido. Mas a Vanessa, essa sim tem culpa! – diz Felipe.
– Você está ficando com ele? – pergunta Marcela espantada.
– Não Marcela! É tudo mentira desse idiota! –gritava Vanessa.
– Acredite em mim Marcela, vamos a Jucélia contar tudo o que aconteceu, tudo o que nós vimos! – disse ele ressaltando a palavra nós.

Bill angustiado com toda a discussão e temendo não só por si mesmo mas também por Vanessa resolve intervir na situação.

– Calma aí cara, o que você viu foi só um abraço, muito inocente. Que a propósito, foi eu que dei. – diz Bill tentando manter-se calmo.
– Escuta só, não se mete aqui não, valeu?! – diz Felipe com arrogância.
– Me meto porque é um assunto que me envolve! – diz Bill.
– Ta vendo só, não pode dar confiança.... Se já esta tomando as dores dela, é porque comeu!
– Larga de ser escroto garoto! – dizia Vanessa.
– Você não dá pra mim, pra dar pra um maluco?! Que decadência...

Enquanto isso sem ser percebida por ninguém, além de Bill, Camila se aproxima da briga e antes  que entrasse na sala diz à Bill:

– Bate nele!

Bill apenas franzia as sobrancelhas mostrando que não havia entendido a ordem.

– Bate nele! Empurra ele! – diz Camila já dentro da sala.

Bill apesar de não estar completamente certo de qual seria a finalidade daquilo e temendo as conseqüências que tal atitude poderia trazer, decide confiar em Camila e sem pensar duas vezes, empurra Felipe, que cai sentado no chão, sujando toda a sua roupa branca de  lama.

Ao mesmo tempo dentro da sala onde eram guardadas os materiais de arte, a enfermeira ainda permanecia no local, sentada diante de uma mesa, olhando várias folhas de papel com os desenhos de seus pacientes. Camila rapidamente empurra os papéis fazendo com que assim caíssem no chão, e alguns fossem levados pelo vento.
A enfermeira desesperada se levanta da cadeira, agachando-se para recolher os papéis que voavam,indo para fora da sala, local onde uma briga estava prestes a acontecer.

Felipe furioso se levanta, se aproximando de Bill:

– Você não devia ter feito isso, cara! – grita Felipe com o punho no ar, pronto para dar um soco em Bill.

Camila dentro da sala,já desesperada, ajudava o vento, empurrando os papéis para fora da sala. Enquanto fazia isso, sentia-se  aliviada por não estar acompanhada de Yuri, que certamente a impediria de fazer tal absurdo.

Finalmente a enfermeira sai da sala para recolher os papéis que voaram, e se depara com a cena: Felipe pronto para agredir Bill.
Mas antes que isso acontecesse ela intervêm:

– O que você pensa que está fazendo meu rapaz? – diz ela ficando entre Bill e Felipe.
– Nada... é que...- diz Felipe abaixando rapidamente o punho.
– Como nada! Você ia agredir um paciente! Mas não no meu plantão....
– Eu não ia agredir ninguém! – tenta desesperadamente Felipe se defender.

A enfermeira então vira-se para Bill, e após olhar para o seu crachá de identificação pergunta:

– Ele te machucou Bill?

Bill reclinando a cabeça sobre ombro, com um olhar triste tal como uma criança indefesa, acena positivamente, quase fazendo um “biquinho” de choro.

A enfermeira então novamente volta-se para Felipe e pergunta:

– Você é estagiário não é? Quem é a sua supervisora?
– Por favor, não faça isso... – implora Felipe.
– Quem é a sua supervisora? – pergunta novamente elevando o tom de voz.
– Eu só fiz isso porque os dois estavam se beijando! – diz ele apontando para Bill e Vanessa.
– É mentira! Ele está dizendo isso pra não levar a culpa sozinho! – Vanessa apressou-se em dizer.
– Eu sei, eu sei... ninguém quer levar a culpa sozinho! –diz a enfermeira.
– O nome da nossa supervisora é  Jucélia! – diz Vanessa.
– Ah...  eu conheço, ela vai ficar muito feliz em saber o que um dos estagiários dela anda fazendo...
Me acompanhe rapaz. –diz a mulher para Felipe. E virando-se para Marcela complementa: - Você também, por favor. Preciso que você confirme o que viu.

Assim que os três se afastaram, ficando longe de vista. Vanessa e Bill se abraçam novamente pulando de felicidade.

– Cara você é um ótimo ator! Que cara de sofrido foi aquela?! – diz Vanessa sorrindo.
– É um dos meus talentos – diz Bill também sorrindo.
– Depois dessa, que eu quero mesmo te ajudar a sair daqui!
– Sério? Então vem que eu vou te contar o meu plano... – diz Bill levando-a para o jardim.

Camila ao ver a cena de felicidade dos dois, senta-se no chão e desolada chora.
Bill não havia lhe abraçado em sinal de agradecimento, abraçou a Vanessa, nem ao menos disse-lhe um muito obrigado.
A hipótese de Bill já estar mais forte, mais feliz, a deixava aflita. Era isso o que ela tentava mostrar a Bill, que juntos não poderiam mais ficar, mas no seu íntimo não era isso o que ela queria. Por mais egoísta que pudesse parecer, ela ainda o que queria para si, ainda queria que ele a amasse e a desejasse tanto quanto antes.
Porém ela nada poderia fazer para mudar seu destino, só lhe restava vagar sem rumo, pensando no amor que nunca mais viveria novamente.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 23 - Traumas de infância

Bill e Camila passaram toda a tarde conversando, Cezar sentiu falta da companhia de seu amigo, porém quando foi visitá-lo em seu quarto, Bill disse que gostaria de ficar sozinho, que não estava se sentindo bem. Cezar passou a pensar que o amigo estava sentindo falta da filha, que não agüentaria ficar por muito mais tempo ali. Decidiu então que faria o possível para tirar Bill daquela situação, tudo que estivesse ao seu alcance. No entanto ele tinha consciência de que não poderia fazer muito, mas se o pudesse, sem dúvida faria.
Dois dias se passaram, porém nada mudou, além do fato de Tom finalmente ter encontrado um novo baterista para a sua banda, Gustav apesar de seu jeito tímido e sério, em pouco tempo conquistou a simpatia de Tom e inevitavelmente fez com que ele se lembrasse do dia em que conheceu Camila, afinal o encontro dos dois há tempos atrás aconteceu em uma boate, onde Camila bebia algumas cervejas para esquecer a traição de Gustav. Tom se lembrou que na época havia criticado o rapaz, mas que talvez tivesse feito algo muito pior com a garota.
Tudo corria perfeitamente, as coisas pareciam voltar a seus devidos lugares. Mas com Vanessa era diferente.
Todos que a viam, pensavam que ela possuía uma vida perfeita, a vida dos sonhos de qualquer adolescente. Era bonita, inteligente, possuía vários amigos, e uma boa condição financeira. Mas um acontecimento de sua infância a fazia muito triste, um trauma que ela não conseguia superar.
Vanessa tinha apenas 10 anos quando seus pais se separaram, mas mesmo agora ela ainda se lembrava de todas as brigas, discussões e lágrimas derramadas por ela e pela mãe. Desde o dia em que seu pai saiu de casa, após mais uma forte discussão, nunca mais havia o visto. Seu pai nunca telefonou, nunca lhe enviou ao menos uma carta, talvez já houvesse se esquecido que tinha uma filha, era o que ela pensava. Mas pior do que o sentimento causado pela ausência do pai,era o medo de que seu relacionamento com Felipe fosse pelo mesmo caminho.  Vanessa sempre se sentiu muito carente, seu maior medo era o de ficar sozinha, talvez por isso aceitasse à tudo que seu namorado propunha.
Como no início do namoro quando ele disse, que não queria um relacionamento sério, que não estava disposto a perder sua liberdade por alguém que ainda não havia conquistado o seu coração. Talvez por o amar , pelo comodismo ou então pelo seu medo de ficar sozinha, Vanessa aceitou o que Filipe dizia, só que ela não imaginava que na verdade, o que ele faria seria a ignorar perante os outros. Quando estavam sozinhos ele se comportava como o rapaz pelo qual ela havia se apaixonado, mas na frente dos outros, principalmente de seus amigos e outras garotas, ele se tornava rude, fingia que não a conhecia, se dizia solteiro, chegando até mesmo a seduzir e ficar com outras garotas na sua frente. Isso a magoava, mas ela aceitava. Nas poucas vezes que chegou a duvidar se aquilo estaria certo, a única coisa que teve como resposta foi a indiferença de Filipe.
‘Não está satisfeita?! Tchau!” era o que ele dizia. Vanessa não queria ser abandonada, não queria ser como a sua mãe. Desde que se viu divorciada, Kátia procurava por um novo amor, mas isso chateava Vanessa. Sua mãe mantinha relacionamentos rápidos e insignificantes com vários homens, nunca havia estado com o mesmo homem por mais de uma semana. Eles eram altos, baixos, loiros, morenos, jovens, velhos...ela não parecia ter qualquer critério para escolher seu novo parceiro, e essas atitudes um tanto quanto adolescentes faziam com que Vanessa às vezes sentisse vergonha da mãe, mas mesmo assim ainda mantinham um bom relacionamento de mãe e filha.
Vanessa não tinha qualquer tipo de pressão sobre ela, a única coisa que a mãe pedia era para que tirasse boas notas, e isso Vanessa fazia por gosto, não por obrigação. Amava ajudar as pessoas, cuidar de seus pacientes, mas sentia um grande medo, o medo de errar, o que fazia com que muitas vezes travasse, ou então fosse mal vista pelos colegas, que muitas vezes usavam seus momentos de insegurança contra ela.
E o pior desses momentos estava sendo durante o seu estágio na clinica psiquiátrica. Era um mundo diferente do qual ela estava acostumada, sentia ainda mais medo do que o normal, e estava feliz por aquele ser um dos seus últimos dia de estágio naquele local, mas triste por não ter conseguido dar o melhor de si por seus pacientes. Exceto um deles, Bill, inexplicavelmente ela havia conseguido a simpatia daquele que a havia ajudado em um desses momentos de medo.

Ela vestia seu uniforme branco, para que mais uma vez fosse fazer seu trabalho de estagiária. Tinha em mente que ao contrário dos colegas, não ficaria perto dos outros pacientes, apenas de Bill, que era o que lhe parecia mais normal. Não tiveram muitos momentos juntos, na verdade apenas um simples contato enquanto ela barbeava um de seus pacientes, mas já era o suficiente para que ela se sentisse um pouco mais segura ao lado dele. Afinal ele já havia estado muito perto dela com um barbeador nas mãos, se ele não a machucou naquele momento, não poderia machucá-la mais tarde, era o que ela pensava.
 Assim como sempre fazia, encontrou com Felipe, Taís, Cintia, Marcela e Fernanda perto da escola, para que pudessem ir juntos ao campo de estágio.
Como de costume, Felipe a tratou friamente, como se ela  fosse uma simples colega de classe, ou até menos. Talvez para provocá-la, ele abraçava Cíntia, que entre risos e piadas, parecia se divertir muito. Ela preferia acreditar na hipótese de Felipe estar tentando provocar-lhe ciúmes, era menos doloroso e humilhante do que saber que o garoto pelo qual ela gostava não tinha o menor receio em traí-la até mesmo na sua presença.

Na frente da clínica Jucélia, já os esperava, todos antes de se aproximarem da supervisora, olham para si mesmo em busca de algum erro que pudesse os fazer perder pontos. Mas pareciam estar em ordem, sem erros no uniforme e no horário certo,ficaram mais confiantes ao cumprimentar-la.

– Boa tarde. – respondeu ela à todos. - Como vocês já sabem esse é o nosso penúltimo dia de estágio nessa clínica. As datas foram alteradas por causa do calendário de provas de vocês. Então hoje e depois de amanhã haverá estágio, já estão todos avisados. – diz ela abrindo a porta para que os alunos pudessem entrar.
– Hoje nós vamos fazer alguma coisa diferente? – pergunta Taís.
– Creio que não, vou perguntar ao enfermeiro chefe o que tem para fazer hoje. Enquanto isso me esperem aqui. – diz ela, deixando o jardim e indo em direção ao posto de enfermagem.

Assim que Cezar chega ao jardim para aproveitar um pouco a luz do Sol, vê Vanessa a espera da supervisora, então imediatamente volta correndo para o alojamento para avisar a Bill que a garota já estava ali presente.
– Bill, Bill!!! Corre a Vanessa chegou!

Bill que estava deitado na cama perdido em seus pensamentos, ao ouvir a voz de Cezar imediatamente se levanta assustado.

– Ela chegou? Ela está aqui?
– Sim, está! Ela está lá fora no jardim!
– Ai, caramba..e agora?!
– Como e agora? Vai falar com ela!
– Não é simples assim... como é que eu vou chegar nela?
– Ué vocês já não conversaram? Agora é só dizer um oi!

Mas o que apenas Bill sabia é que naquele dia ele havia conversado na verdade com a Camila e não com a Vanessa como Cezar imaginava.
Confiante de que a sorte estaria do seu lado ele apressadamente se dirige ao jardim.
Ao chegar no mesmo, avista Vanessa e os demais estagiários conversarem com a supervisora, decide então esperar pelo momento apropriado em que assim pudesse conversar com a garota.

– Bom, o enfermeiro me disse que não há muito o que fazer hoje. Ele vai apenas precisar da ajuda de dois de vocês para fazer alguns curativos bem simples. Quem vai?

Taís foi a primeira e única a se oferecer, então diante da ausência de outros candidatos a função, Jucélia vira-se para Vanessa dizendo:

– Você vai junto com a Taís.
– Ah.. sabe o que é... eu prefiro não ir. – diz Vanessa constrangida.
– Eu não perguntei se você quer ir, eu disse que você vai e acabou.
– Sim, mas prefiro fazer outras coisas...

Antes que Jucélia pudesse mais uma vez fazer com que sua ordem fosse cumprida, Fernanda temendo que a amiga mais uma vez fosse repreendida, interrompe:

– Eu quero ir! Deixa eu ir no lugar dela!
– A sua sorte é que eu estou de bom humor hoje. – diz Jucélia à Vanessa.

Virando-se para Taís e Fernanda, permite que as duas fossem fazer os curativos.

– Os outros me acompanhem.
– Até onde? -  pergunta Marcela.

Enquanto caminhavam para os fundos da clínica, Jucélia explica:

– Ali é onde nós guardamos as obras de artes e artesanatos feitos pelos pacientes. Apesar de estarem doentes mentalmente, alguns pacientes tem um talento incrível para a arte, então nós os incentivamos e guardamos todo o material produzido por eles aqui. –diz Jucélia abrindo a porta de uma pequena sala.

Marcela, Cintia, Felipe e Vanessa, ficam impressionados pela qualidade dos quadros pintados e artesanatos feitos por aquelas pessoas pelas quais não pareciam ter qualquer discernimento.

– É tudo tão caprichado! – exclama Marcela.
– É verdade. – concorda Vanessa.
– Mais dois para ficar aqui e observar eles fazendo arte. – diz Jucélia rindo sozinha da sua própria piada.
– Eu fico! – Vanessa apressa-se em dizer.
– Eu também. – completa Marcela.
– Ok, vocês dois então venham comigo. – diz a supervisora a Cintia e Felipe.
– Mas nós duas vamos ficar aqui sozinhas com eles? – pergunta Vanessa.
– Vocês podem ficar aqui do lado de fora e observar pela janela, por causa do pouco espaço. Mas lá dentro tem uma enfermeira, caso ela precise de alguma ajuda, sejam no mínimo prestativas.
– Tá bom. – dizem Vanessa e Marcela simultaneamente.

Algum tempo mais tarde, como Jucélia havia previsto, uma enfermeira sai da sala e pede que Marcela a ajude na organização de alguns materiais, deixando Vanessa sozinha em frente a sala.
Sem que Vanessa percebesse, um dos pacientes se aproxima e toca em seu cabelo.
Assustada, ela imediatamente vira-se para ele, e sem reação apenas o olha enquanto se afasta lentamente

– Bom dia! – diz ele com o habitual sorriso débil em sua boca com poucos dentes.

Vanessa nada reponde, apenas sente suas pernas tremerem e suas mãos ficarem frias.
Estava prestes a gritar de pavor, quando vê Bill também se aproximar.

– Deixa ela em paz “Bom dia”! – diz Bill.

O homem imediatamente vira-se para Bill, como que se entendesse que o que fazia era errado.

– Não pode! Você sabe disso! – diz Bill  num tom severo, porém carinhoso.

“Bom dia”, abaixando a cabeça em sinal de desgosto e com uma das mãos na boca, então volta para o jardim, deixando Bill e Vanessa sozinhos.
Depois de se recuperar do susto, Vanessa diz:

– Você mais uma vez me ajudou! Nem sei como agradecer...
– Não foi nada, o “Bom dia” é um cara legal.
– Não sei... doido é doido,né?!
– Bem...
– Oh! Me desculpe! diz Vanessa, e depois de uma breve pausa, continua: - Mas você não parece ser doido...
– E não sou!

Com a expressão confusa da garota, Bill então começa a mais uma vez contar a sua história, porém agora tinha a certeza de que falava com a verdadeira Vanessa.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 22 - Fazendo planos...

Bill em seu quarto com a porta fechada, caminha pelo mesmo cochichando e olhando atento para todos os lados como se procurasse algo.

– Camila.... amor... você está aqui?

Sem resposta ou qualquer sinal que mostrasse que Camila estava ali presente, ele fecha os olhos imaginando que talvez a força do pensamento a trouxesse para o local. Segundos depois após ter feito isso a porta se abre, e é a Camila quem entra no quarto.

– Uau!! Isso funciona mesmo! – diz Bill ao vê-la.
– O que funciona? – pergunta Camila sentado-se na cama.
– A força do pensamento! Eu te chamei por pensamento e você veio!
– Bom, acho que foi por coincidência... eu só estou aqui pra saber o que você vai fazer, afinal a Vanessa vem pra cá hoje...e bem eu sei que nesse horário é mais tranqüilo por aqui.- diz ela rindo da cara de decepção feita por Bill ao ver sua teoria dos poderes da mente ser desfeita.
– Bom eu vou pedir a ajuda dela de novo, já que naquela vez era você.
– Sim, sim... Mas só uma coisa: não confie nos outros! Apenas na Vanessa!
– Por que? – diz Bill sentado-se na cama ao lado de Camila.
– Porque eles não vão pensar duas vezes em dedurar você e a Camila. São amigos, amigos... mas querem um passar por cima do outro. Um quer ser melhor do que outro.
– Mas o que eu tenho a ver com isso?
– Acontece que essa pode ser a oportunidade de um deles “crescer” diante dos olhos da supervisora, entende? Dedurando o maluco fugitivo e a estagiária safada.
– Maluco fugitivo? Essa doeu...
– Você entendeu o que eu quis dizer... Mas me diga como anda a vida?
– Hum... normal, eu como, ando pelo jardim, converso com o Cezar, dou uns passa fora no “Bom dia” e durmo de novo”...
– Mas está tudo bem né?
– Bom, acho que sim... E você como anda...
– A morte?
– Eu ia perguntar como andam as coisas... – diz Bill rindo.
– É... dá pra levar...

Bill e Camila ficam em silêncio por alguns longos minutos, evitando cruzar seus olhares. Ela olhava para os lados, balançava sutilmente suas pernas em sinal de ansiedade, enquanto Bill indo pelo mesmo caminho observava as suas unhas que já começavam a crescer.

– É... – diz Bill com desânimo.

Camila apenas olha para Bill e balança os ombros, logo depois desviando seu olhar novamente.

Bill decidido, então se levanta da cama ficando à sua frente e seriamente diz:

– Eu quero você quer.... então pra que ficar disfarçando, né? – diz ele se aproximando de Camila.

Ela sorrateiramente se desvia da investida de Bill correndo até a porta.

– Não, não, não!  Nem pense nisso! Você já se esqueceu da nossa conversa?
– Não adianta fugir! – diz ele se aproximando devagar enquanto a olha fixamente dos pés a cabeça.
– Não adianta Bill! Não vai rolar... pode sossegando aí! – diz Camila enquanto mais uma vez foge do rapaz que agora mantinha um sorriso sedutor em seu rosto.
– Eu sei que você quer, você não consegue mentir para mim.
– Eu vou embora Bill! Eu já não te disse que não podemos ficar juntos? O que eu tenho que fazer para você entender isso? – ela diz já um pouco nervosa.
– Me provar.

Bill então segura firmemente Camila pelo braço a encostando na parede, ela tenta soltar-se, porém não consegue devido a força de Bill, que pressionava o seu corpo contra o dela.

– Bill pára de palhaçada, por favor! Eu não quero!
– Tem certeza? – diz ele beijando seu pescoço delicadamente descendo até os ombros.
– Absoluta... – diz Camila não tão certa do que dizia.
– Ah ta... acredito. – diz Bill pressionando ainda mais seu corpo contra ao dela, para que assim pudesse retirar sua camisa evitando que Camila conseguisse lhe escapar.

A garota ao sentir o calor e cheiro vindo do corpo de Bill, sente suas pernas amolecerem. Ele ao perceber isso se aproveita ainda mais da fragilidade momentânea de Camila, e desliza sua mão sobre seu vestido de tecido fino.

– Pára Bill, por favor... – diz ela inclinando a cabeça para trás, permitindo assim que os lábios de Bill explorassem ainda mais o seu pescoço. Sem que Camila se desse conta ele a leva em direção a porta e então a vira de frente para a mesma, com as costas voltadas para si , delicadamente entre suaves beijos lentamente retira seu vestido.
Diante das costas desnudas de Camila Bill passa a ponta de sua língua desde o início até o final de suas costas para que em seguida fizesse o mesmo caminho porém com um suave assopro.

Enquanto Camila sente todo o seu corpo arrepiar-se, Bill abre o zíper de suas calças, as abaixando um pouco sem retirá-las por completo.
Aproxima seu corpo ao de Camila, e então levanta seus cabelos dando leves mordidas em sua nuca.

– Para Bill! Eu não quero.... – sussurra Camila.
– Faz tempo que eu não estou te segurando... – sussurra Bill próximo ao seu ouvido.

Camila ao perceber que o que Bill dizia era verdade, sentia raiva de si mesma por ter deixado as coisas chegarem tão longe, apressadamente tenta vestir-se novamente, mas é impedida por Bill.

– Para! Pra que você quer fugir de mim? Pra enganar a si mesma? Você me ama e sempre amará, não tem como mudar isso. E comigo acontece o mesmo!
– Mas eu posso te esquecer! Eu tenho que te esquecer! Não vai ser a primeira vez que eu faço isso com alguém...
– Mas eu sou diferente, você já me disse isso.
– Nada é pra sempre, Bill.
– E o nosso amor é nada? Você não vai lutar por ele? Não vai ao menos tentar?
– Pra quê? Pra me magoar ainda mais? Lutar contra o impossível? Lutar contra algo que eu nem sei direito o que é?
– Eu sempre achei que você fosse forte... Vejo que me enganei.
– Sim você se enganou. – diz Camila afastando-se.
– Espera eu não quis dizer isso..
– Sim, você quis e disse! Eu sou uma fraca, pode dizer. Sou medrosa! Nunca enfrentei nenhum desafio na minha vida, porque na minha morte iria ser diferente? Eu sempre fui e sempre serei a Camila sem graça e bobinha...
– Não fale assim.
– É a verdade! Eu sempre precisei que alguém me ajudasse a resolver meus problemas, nunca fiz nada sozinha. E agora eu preciso te ajudar e você não deixa! Fique longe de mim!
– Como assim, eu não deixo?!
– Se você parasse de me provocar, parasse de se comportar assim, seria tudo mais fácil! Eu te ajudava a sair daqui e pronto desaparecia, nunca mais voltava aqui....
– Quer dizer que quando eu sair daqui não vou mais te ver?
– Sim esse é o certo, eu vim até aqui para te ajudar e não para ficar...
– Merda! Merda! – gritava Bill.
– Fala baixo alguém pode entrar aqui!
– Mais que merda -  dizia Bill em tom mais baixo, já com os olhos marejados.
– Viu? Por isso você tem que tentar ficar longe de mim, esse tipo de coisa só vai nos atrapalhar! Agora temos que nos concentrar penas na Vanessa.
– Fica quieta Camila! Para de falar na Vanessa, porra!
– Não paro! Ela é a sua salvação! Se você não quer sair daqui por você, que seja pela Gerthe, então. Ela não pode ficar sem pai nem mãe.
– Eu nem sei se essa Vanessa vai querer me ajudar....
– Ela vai te ajudar! Você só precisa convencer ela de que vale a pena correr o risco.
– Você tem um plano?
– Pra convencer ela não, isso é com você. Mas para a fuga, sim, eu tenho um plano.
– Eu pensei em falar para o Cezar ou para o Bom-dia distrair o vigia enquanto eu fujo.
– Não daria certo. E os outros funcionários, pacientes, estagiários... ? Você tem que distrair à todos ao mesmo tempo!
– Todo mundo? Impossível!
– É mais fácil do que você imagina. Semana que vem é o último dia de estágio da Vanessa aqui nessa clínica, depois que ela aceitar te ajudar, você vai falar para ela sugerir à supervisora que se faça uma festinha pra eles..de despedida sabe?  E vai pedir pra ela trazer uma roupa branca pra você.
– Pra mim e pro Cezar! Quero ajudar ele à fugir também!
– Você que sabe, mas o principal é conseguir despistar o vigia. Vai ter uma hora, na hora da comida por exemplo, que todos os funcionários vão estar ocupados, e os estagiários ocupados com a festa e com a prova final. Eles estão em época de prova, entende... Vão estar se matando de tanto estudar! E os pacientes, bem.. eles são doidos mesmo, ninguém vai dar bola pra eles...
– Você falando assim, parece que vai ser fácil...
– E será! O problema vai ser lá fora, e quando descobrirem que você fugiu...
– Mas aí eu me viro...
– Sim eu não duvido disso!
– Você notou isso?
– Isso o que?
– Nós brigamos mas minutos depois já estamos bem de novo...
– Eu não estou de bem com você! Ainda estou chateada!
– E por quanto tempo hein? – diz Bill fazendo cócegas em sua barriga.
– Pára Bill, pára! Eu vou fazer em você também!
– Eu não sinto cócegas!
– Mas é claro que sente!
– Não,não! – diz Bill correndo em direção a cama.
– Fala baixo garoto! – diz Camila o seguindo.
– Em mim não vale! – diz Bill olhado-a carinhosamente.
– Ninguém mandou você implicar comigo, agora agüenta! –diz Camila inclinando seu corpo sobre o de Bill, fazendo-lhe cócegas na barriga.
– Pára! Eu vou fazer xixi nas calças! –diz Bill as gargalhadas.
– Só vou parar porque você é muito escandaloso e pode entrar alguém aqui.

Bill faz cara de ofendido,e Camila acaba rindo da situação, enquanto o olha docemente. Inconscientemente se aproxima de Bill, preparando-se para beijá-lo.

– Nada de beijos, esqueceu? “Fique longe de mim!” – diz ele imitando-a.
– Foi só pra te testar... – diz ela sorrindo.

Postado Por: Grasiele

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 21 - Mulheres são de Marte homens são de Vênus

Sentados na grama do jardim da clínica psiquiátrica Bill e Cezar conversavam enquanto observavam aos outros pacientes a vagar solitários por entre os arbustos ou então assim como eles também conversarem, porém com assuntos um pouco sem nexo. Bill parecia preocupado, o que também preocupava Cezar:

– Você está tão pensativo hoje... o que foi? – pergunta Cezar,olhando carinhosamente para Bill.
– Você já teve um dos melhores dias da sua vida e o pior deles no mesmo dia?
– Hum... acho que não. – responde Cezar, confuso. – Mas dizem que alegria de pobre dura pouco...
– Isso é verdade...  Quando você estiver muito, muito feliz se prepare que vem coisa ruim pela frente.
– O que aconteceu?
– Nada ... nada que você deva se preocupar.
– Como não me preocupar?! Se você visse a cara de bunda que você está agora...
– Eu quero muito sair daqui... só isso. – diz Bill preferindo não contar o real motivo de sua preocupação.
– Fica calmo, você já falou com a Vanessa, agora é só esperar.
– Você sabe que dia ela volta aqui?
– Ontem eu vi a professora dela aqui, parece que pediu pra adiantar o estágio, mas eu não entendi muito bem a conversa, porque me expulsaram da sala.
– Será que adiantaram mesmo?
– Não sei... mas ela pediu isso.
– Quanto mais rápido eu conseguir sair daqui melhor.
– Mas se você vai fugir,um dia vão descobrir... onde é que você vai se esconder? E quando seu irmão descobrir? Se você for pegar a sua filha vão te internar aqui de novo!
– Você acha eu já não pensei em tudo isso? Parece que o mais fácil vai ser fugir daqui... difícil vai ser lá fora..
– Eu não conheço ninguém lá fora que possa te ajudar..
– Não tem problema eu me viro sozinho... Sempre me virei, não é agora que eu vou dar pra trás...
– É assim que se fala! – diz Cezar dando leves tapas, porém doloridos, nas costas de Bill.
– Eu saindo daqui, posso resolver todos os meus problemas, que não são poucos... Bem, quase todos...
– Problema que não pode ser resolvido, só tem um! Mulher!
– Cara como elas conseguem ser tão complicadas?!
– Já é da natureza delas... acho que é isso que diferencia elas dos travestis..
– Eu achava que era o...
– Não, não... Há travestis por aí mais lindos do que muitas mulheres, dá até pra se confundir. Mas só que eles não são tão complicados como elas... Pinto você tira, esconde... mas toda essa complicação das mulheres... não tem como esconder ou disfarçar.. Só elas são assim!
– Acho que nem elas mesmas se entendem...
– Claro que não! Por isso que colocam a culpa em nós...
– Quando tudo parece que está bem elas vem e complicam tudo!
– Mas acho que dói menos enfrentar toda essa complicação do que escolher outras opções...

Bill e Cezar passaram mas algum tempo discutindo os problemas e confusões que as mulheres traziam, sem saber que em outro canto das cidade, não tão distante dali, outra pessoa tinha problemas bem maiores, e que talvez pela primeira vez não haviam sido provocados por uma mulher.

Tom havia ido à casa de dona Lúcia a fim de ver sua “sobrinha” e desabafar um pouco. Desde que Bill havia sido internado ele se sentia muito triste e solitário, e os problemas envolvendo a banda o deixavam ainda mais angustiado.
D.Lúcia em consideração a Bill, sempre o recebia muito bem em sua casa, porém não se sentia segura em deixar que ele ficasse sozinho com Gerthe, por mais que Tom insistisse.

– Você não tem nenhum parente aqui no Brasil? – perguntou ela.
– Não, eu só tenho o Bill e o Bill só tem a mim... quer dizer, e a Gerthe também.
– Não só a Gerthe... à toda a minha família também! Todos aqui amam o Bill, principalmente o meu marido.
– O seu Paulo? Ele parece ser tão sério! E digamos que o Bill é um bocado extravagante...
– Nem eu acreditei quando vi os dois juntos pela primeira vez. Me lembro como se fosse hoje: estava ele ali no sofá, junto do Bill e da Camila. Nós éramos felizes e não sabíamos... – diz D.Lucia com lágrimas nos olhos ao se lembrar da filha.
– Calma, a senhora quer um copo de água?!
– Não obrigada, já passou... Mas é impossível não lembrar dela... A Camila tinha um jeitinho sabe, que encanta a gente.
– É eu sei, ela era muito doce.... acho que por isso era mais fácil magoar ela.
– Os namoradinhos dela que sabem disso... Ela chegou a enfrentar o pai dela por um deles...
– O Bill.
– Não, não... foi um pouco antes dele. Mas esse parece que a magoou muito.... Ela ficou tão murchinha por uns tempos...
– Não foi o Bill? A senhora sabe quem...

Nesse momento a conversa dos dois é interrompida pelo som da campainha. D.Lúcia pede licença à visita para então ir atender à porta.
Giselle após cumprimentá-la admira-se por ver Tom sentado no sofá da sala.

– O que faz aqui? – pergunta Giselle sentando-se na poltrona ao lado.
– Estava passando por aqui, então resolvi ver a Gerthe.
– Ah... sim. e o Bill?
– O Bill está bem lá na clínica, me disseram que ele já está melhorando. Estou ansioso pra a próxima semana  em que vou poder ver ele de novo!
– Que bom que ele está melhorando! A Gerthe precisa dele! – diz D.Lúcia.
– Sim, mas o que me preocupa mais é a banda. Quando o Bill voltar e ver que os Tokio Hotel estão na pior, é capaz de querer me matar!
 – Vixe... mas o que houve? – pergunta Giselle.
– A gravadora cancelou o contrato e pra piorar não podemos ensaiar e correr atrás de outra porque além do vocalista estamos sem baterista!
– Baterista?! O Gustav toca bateria não é mesmo.? – pergunta Giselle à D.Lúcia.
– Sim, mas é nos cultos da igreja, não nesse tipo de banda.
– Gustav foi um ex-namorado da Camila, ele toca muito bem! – explica Giselle.
– Mas pelo o que ela disse, ele não vai querer entrar pra banda... –diz Tom.
– Que nada, só a D.Lúcia e seu Paulo que acham que o Gustav é santo! Ele tocava  na igreja só pra agradar a mãe dele. Mas desde que ele terminou com a Camila, há tempos atrás, ele têm mostrado as garrinhas... se você quiser eu posso falar com ele, aí vocês marcam um ensaio ou sei lá...
– Seria ótimo!
– Mas você não acha que o Bill ficaria com raiva ou com coisa assim por ele ser um ex-namorado da Camila? – pergunta Giselle.
– Eu espero que quando o Bill saia daquela clínica ele já tenha esquecido a Camila. Isso não faz bem pra ele.
– Pois é... mas é difícil namorar alguém quando já se é pai. Não é algo que atraia muitas mulheres, criar um filho que não é delas.

Tom ao ouvir isso olha para Gerthe no carrinho próximo de D.Lúcia, e pensa mais uma vez que a sua decisão de não brigar pela guarda da menina foi uma das mais sábias que já havia feito.

Postado Por: Grasiele

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