domingo, 11 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 28 - Uma mãe "moderninha"

– Que barulho foi esse vindo do seu quarto? Quebrou alguma coisa, minha filha? – pergunta Kátia, sua mãe.
– Não mãe... quer dizer sim... – diz Vanessa não conseguindo disfarçar seu nervosismo.
– Fala direito menina! O que aconteceu?
– Mãe a senhora promete que não vai brigar comigo?
– Se você já está me perguntando isso antes de começar a falar,é porque com certeza aprontou alguma. O que foi dessa vez?
– Bem, é que eu trouxe alguém aqui pra casa...mas já está indo embora, ta?!
– Eu já não te falei pra não trazer as suas amigas quando eu não estiver em casa?
– Mas mãe... é que..
– Nada disso, vocês fazem toda essa bagunça e depois sou eu que tenho que arrumar! O que quebraram dessa vez? Me diz logo o nome dessa sua amiga, pra eu já ir ligando pra mãe dela cobrando meu prejuízo..
– Fui eu que quebrei mãe! E não é bem uma amiga...
– Vanessa não me diga que você trouxe mais um cachorro pra dentro dessa casa! Todo vira-lata perebento que você encontra por aí já quer enfiar dentro de casa... assim não dá minha filha, já te expliquei...

Antes que Kátia explicasse a filha pela milésima vez os motivos pelos quais não poderiam ter tantos animais de estimação, Bill desce as escadas pausadamente.
Vanessa ao perceber Bill entrando na cozinha imediatamente corre em sua direção, enquanto sua mãe acompanha com os olhos seu movimento desesperado.

– Mãe deixa eu te explicar... Eu trouxe um garoto pra casa... mas ele é só um amigo, apenas um amigo!
– Só um amigo? – diz Kátia se aproximando dos dois.
– Só um amigo! E ele já está indo embora...

Kátia então admirando Bill dos pés a cabeça, lança-lhe um olhar fixo, como se o despisse com os olhos.
Bill ao perceber isso sorri constrangido.

– Me chamo Kátia.- diz ela entendendo o dorso de sua mão  em direção à Bill.

 Ele um pouco confuso com tal atitude, hesita por alguns instantes, mas logo depois, segura delicadamente a mão da mulher, e lhe dá um beijo suave.

– Me chamo Bill.
– Belo nome, é curto e simples... difícil de se esquecer... combina com o dono.
– Bem.. sim, é verdade.
– Eu sou a mãe da Vanessa. Bem, mesmo sendo mãe de uma adolescente eu aparento ser muito jovem, sabe. Acho que isso é importante, e desde que o pai dela nos abandonou... eu me cuido bastante, para que assim possa procurar um novo amor... Comigo não tem essa de cor, religião, idade... – diz ela ressaltando a última palavra de sua frase.
– É.. isso é bom, eu acho.
– Então quer dizer que você quer ser enfermeiro? – diz Kátia olhando para a roupa branca de Bill.
– Eu enfermeiro? Mas nun...
– Sim mãe! O Bill quer ser enfermeiro... mas ele não é da mesma sala que eu ta?! Agora ele já está indo pra casa dele... vamos Bill, eu te acompanho até a porta. –diz Vanessa empurrando Bill em direção a saída da casa.
– Calma Vanessa deixa de ser mal educada, filha! Nem convidamos o rapaz para o café da tarde... O que ele vai pensar de nós?! – diz Kátia seguindo a filha.
– Vai pensar que somos muito ocupadas não é mesmo Bill?!
– Sim, sem problemas... mas e o dinh.. bem você sabe o que.. – diz ele cochichando.
–- Nada disso Vanessa! Ninguém sai da minha casa sem experimentar o meu café! – então virando-se para Bill pergunta – Você gosta de café?
– Sim, amo café!

Bill diante da agradável idéia de voltar a beber café depois de dias sem  fazê-lo, solta-se das mãos de Vanessa, e segue em direção a Kátia, que o leva até a cozinha.

– Eu sempre sirvo café para as minhas clientes no salão elas adoram! Acho que nem voltam pelo corte de cabelo e sim pelo café! – diz ela sorrindo.
– A senhora é cabeleireira?! – pergunta Bill entusiasmado.
– Há 10 anos! Corto tanto cabelo de homem como de mulher! E modéstia a parte, faço muito bem isso.
– Faz anos que eu não corto o meu cabelo!
– Quase não se percebe.. ele é lisinho, né?!
– Sim, é.. mas eu tenho uma banda de rock, aí eu ponho ele todo arrepiado pra cima.
– Ah! Mas eu acho que combinaria mais com você um penteado elegante... mais suave... Você não me parece fazer o estilo punk...então pra que um cabelo tão doido assim?! –diz ela enquanto preparava o café.
– A questão não é nem essa...eu gosto de estar sempre mudando de penteados.
 – Se gosta de mudanças... talvez aceite o que eu vou te sugerir.
– Bem... é sempre bom ouvir novas idéias... o que a senhora me sugere?
– Não me chame nunca mais de senhora! Temos quase a mesma idade... – diz ela ironicamente.
– Me desculpe...- diz ele sorrindo.
– as enfim... eu lhe indico usar Dreadlocks!
– Dreads? Bem, o meu irmão já os usa...
– E como são os deles?
– São castanho claros... vem da raíz e tem mais ou menos esse tamanho.... Ele sempre usou dreads...
– Mas os seus serão diferentes! Só nas pontas... na cor branca. Como você me disse que é de uma banda de rock, é melhor que sejam brancos.. se fosse de Reggae seriam coloridos- diz ela rindo.
– Não sei... mudar assim sem ter uma idéia de como fica.
– Eu tenho várias revistas no meu salão posso te mostrar uns modelos.
– Bem, sim.. Talvez outro dia, eu vou só tomar o café da senhora e ir pra minha casa.
– Como assim? Agora que já está tarde? Ligue para sua mãe e avise que você vai dormir aqui! Se te acontecer alguma coisa no meio do caminho, a culpa ainda será minha.
– Não, eu não moro com os meus pais... já moro sozinho.
– Então não tem desculpa! Você vai dormir aqui e acabou! O sofá da sala é muito confortável, pode ter certeza.
– Eu preciso ir para casa, é sério..
– Eu não acredito que depois de eu ter feito o melhor café que você já tomou, você vá me fazer essa desfeita. E além do mais amanhã de manhã eu mudarei o seu look!
– Bem...

Vanessa observava a tudo em silêncio,com os braços cruzados permanecia parada, encostada diante da porta. Até o momento não fazia questão nenhuma de participar da conversa, muito pelo contrário seus olhos demonstravam uma raiva poucas vezes vista. Porém Bill e Kátia pareciam não se importar muito com sua reação.Com a possibilidade de fazer com que Bill fosse embora, ela então resolve intrometer-se na conversa dos dois.

– Se o Bill falou que tem que ir embora,é porque ele tem que ir embora mãe! Não banque a chata agora.
– Olha lá como você fala comigo Vanessa! Eu estou sendo apenas educada com o seu amigo! Quando eu trato eles mal você reclama, quando eu gosto deles você reclama também!

– O problema é que você está gostando demais - resmunga Vanessa saindo da cozinha,indo em direção ao seu quarto.

Kátia então vira-se novamente para Bill que estava sentado à mesa, ela então apoiando seus cotovelos sobre a mesma, deixando assim seu decote a mostra, pergunta para Bill.

– Você vai dormir aqui? Não é mesmo?

Sem dar tempo para que Bill respondesse a sua pergunta, ela sutilmente se levanta e retira  um molho de chaves de dentro do decote de sua blusa.

– Que boba que eu sou, mas é claro que você vai dormir aqui. Afinal sou eu que estou com as chaves.... – diz ela balançando-as próximo ao rosto de Bill.

Ela então com ar de vitória, sai da cozinha fazendo questão de rebolar ao caminhar.

Bill acaba por ficar sozinho bebendo o seu café. Assim que Kátia cruza a porta, ele então se contem a soltar uma gargalhada.

Ao olhar para o ambiente que o cercava, ele nota um telefone disposto sobre o balcão da cozinha. Pensa em pedir para fazer uma ligação. Mas logo volta atrás em sua decisão. Para quem ligaria? Tom? Não mesmo... D. Lúcia? Ele não sabia como as coisas andavam por lá, talvez ela pensasse o mesmo que seu irmão.
Sem ter certeza de qual seria a melhor escolha a ser tomada, ele decide não ligar para ninguém. No dia seguinte logo pela manhã, estava disposto à ir buscar a filha, pessoalmente.

Postado Por: Grasiele

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