domingo, 11 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 21 - Mulheres são de Marte homens são de Vênus

Sentados na grama do jardim da clínica psiquiátrica Bill e Cezar conversavam enquanto observavam aos outros pacientes a vagar solitários por entre os arbustos ou então assim como eles também conversarem, porém com assuntos um pouco sem nexo. Bill parecia preocupado, o que também preocupava Cezar:

– Você está tão pensativo hoje... o que foi? – pergunta Cezar,olhando carinhosamente para Bill.
– Você já teve um dos melhores dias da sua vida e o pior deles no mesmo dia?
– Hum... acho que não. – responde Cezar, confuso. – Mas dizem que alegria de pobre dura pouco...
– Isso é verdade...  Quando você estiver muito, muito feliz se prepare que vem coisa ruim pela frente.
– O que aconteceu?
– Nada ... nada que você deva se preocupar.
– Como não me preocupar?! Se você visse a cara de bunda que você está agora...
– Eu quero muito sair daqui... só isso. – diz Bill preferindo não contar o real motivo de sua preocupação.
– Fica calmo, você já falou com a Vanessa, agora é só esperar.
– Você sabe que dia ela volta aqui?
– Ontem eu vi a professora dela aqui, parece que pediu pra adiantar o estágio, mas eu não entendi muito bem a conversa, porque me expulsaram da sala.
– Será que adiantaram mesmo?
– Não sei... mas ela pediu isso.
– Quanto mais rápido eu conseguir sair daqui melhor.
– Mas se você vai fugir,um dia vão descobrir... onde é que você vai se esconder? E quando seu irmão descobrir? Se você for pegar a sua filha vão te internar aqui de novo!
– Você acha eu já não pensei em tudo isso? Parece que o mais fácil vai ser fugir daqui... difícil vai ser lá fora..
– Eu não conheço ninguém lá fora que possa te ajudar..
– Não tem problema eu me viro sozinho... Sempre me virei, não é agora que eu vou dar pra trás...
– É assim que se fala! – diz Cezar dando leves tapas, porém doloridos, nas costas de Bill.
– Eu saindo daqui, posso resolver todos os meus problemas, que não são poucos... Bem, quase todos...
– Problema que não pode ser resolvido, só tem um! Mulher!
– Cara como elas conseguem ser tão complicadas?!
– Já é da natureza delas... acho que é isso que diferencia elas dos travestis..
– Eu achava que era o...
– Não, não... Há travestis por aí mais lindos do que muitas mulheres, dá até pra se confundir. Mas só que eles não são tão complicados como elas... Pinto você tira, esconde... mas toda essa complicação das mulheres... não tem como esconder ou disfarçar.. Só elas são assim!
– Acho que nem elas mesmas se entendem...
– Claro que não! Por isso que colocam a culpa em nós...
– Quando tudo parece que está bem elas vem e complicam tudo!
– Mas acho que dói menos enfrentar toda essa complicação do que escolher outras opções...

Bill e Cezar passaram mas algum tempo discutindo os problemas e confusões que as mulheres traziam, sem saber que em outro canto das cidade, não tão distante dali, outra pessoa tinha problemas bem maiores, e que talvez pela primeira vez não haviam sido provocados por uma mulher.

Tom havia ido à casa de dona Lúcia a fim de ver sua “sobrinha” e desabafar um pouco. Desde que Bill havia sido internado ele se sentia muito triste e solitário, e os problemas envolvendo a banda o deixavam ainda mais angustiado.
D.Lúcia em consideração a Bill, sempre o recebia muito bem em sua casa, porém não se sentia segura em deixar que ele ficasse sozinho com Gerthe, por mais que Tom insistisse.

– Você não tem nenhum parente aqui no Brasil? – perguntou ela.
– Não, eu só tenho o Bill e o Bill só tem a mim... quer dizer, e a Gerthe também.
– Não só a Gerthe... à toda a minha família também! Todos aqui amam o Bill, principalmente o meu marido.
– O seu Paulo? Ele parece ser tão sério! E digamos que o Bill é um bocado extravagante...
– Nem eu acreditei quando vi os dois juntos pela primeira vez. Me lembro como se fosse hoje: estava ele ali no sofá, junto do Bill e da Camila. Nós éramos felizes e não sabíamos... – diz D.Lucia com lágrimas nos olhos ao se lembrar da filha.
– Calma, a senhora quer um copo de água?!
– Não obrigada, já passou... Mas é impossível não lembrar dela... A Camila tinha um jeitinho sabe, que encanta a gente.
– É eu sei, ela era muito doce.... acho que por isso era mais fácil magoar ela.
– Os namoradinhos dela que sabem disso... Ela chegou a enfrentar o pai dela por um deles...
– O Bill.
– Não, não... foi um pouco antes dele. Mas esse parece que a magoou muito.... Ela ficou tão murchinha por uns tempos...
– Não foi o Bill? A senhora sabe quem...

Nesse momento a conversa dos dois é interrompida pelo som da campainha. D.Lúcia pede licença à visita para então ir atender à porta.
Giselle após cumprimentá-la admira-se por ver Tom sentado no sofá da sala.

– O que faz aqui? – pergunta Giselle sentando-se na poltrona ao lado.
– Estava passando por aqui, então resolvi ver a Gerthe.
– Ah... sim. e o Bill?
– O Bill está bem lá na clínica, me disseram que ele já está melhorando. Estou ansioso pra a próxima semana  em que vou poder ver ele de novo!
– Que bom que ele está melhorando! A Gerthe precisa dele! – diz D.Lúcia.
– Sim, mas o que me preocupa mais é a banda. Quando o Bill voltar e ver que os Tokio Hotel estão na pior, é capaz de querer me matar!
 – Vixe... mas o que houve? – pergunta Giselle.
– A gravadora cancelou o contrato e pra piorar não podemos ensaiar e correr atrás de outra porque além do vocalista estamos sem baterista!
– Baterista?! O Gustav toca bateria não é mesmo.? – pergunta Giselle à D.Lúcia.
– Sim, mas é nos cultos da igreja, não nesse tipo de banda.
– Gustav foi um ex-namorado da Camila, ele toca muito bem! – explica Giselle.
– Mas pelo o que ela disse, ele não vai querer entrar pra banda... –diz Tom.
– Que nada, só a D.Lúcia e seu Paulo que acham que o Gustav é santo! Ele tocava  na igreja só pra agradar a mãe dele. Mas desde que ele terminou com a Camila, há tempos atrás, ele têm mostrado as garrinhas... se você quiser eu posso falar com ele, aí vocês marcam um ensaio ou sei lá...
– Seria ótimo!
– Mas você não acha que o Bill ficaria com raiva ou com coisa assim por ele ser um ex-namorado da Camila? – pergunta Giselle.
– Eu espero que quando o Bill saia daquela clínica ele já tenha esquecido a Camila. Isso não faz bem pra ele.
– Pois é... mas é difícil namorar alguém quando já se é pai. Não é algo que atraia muitas mulheres, criar um filho que não é delas.

Tom ao ouvir isso olha para Gerthe no carrinho próximo de D.Lúcia, e pensa mais uma vez que a sua decisão de não brigar pela guarda da menina foi uma das mais sábias que já havia feito.

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog