domingo, 11 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 27 - Suspeitas

A sensação de liberdade que Bill sentia naquele momento era algo inexplicável,
Ver novamente os carros, prédios, as pessoas, lhe traziam a sensação de que estava descobrindo o mudo novamente. Um mundo novo, diferente, o divisor de águas de sua vida.
Porém ele estava perdido, não sabia o que fazer, para onde ir. A felicidade que sentia  era abafada pela preocupação com Vanessa, temia que de alguma forma ela fosse prejudicada por sua causa, o que não seria justo.
Mesmo que sua vontade fosse tentar de algum modo voltar para casa, ele decide fazer o que havia combinado com Vanessa, e a aguardava escondido em uma loja de roupas muito movimentada, olhando sempre para todos os lados, observando assim se estava sendo seguido.

Já Vanessa com os refrigerantes nas mãos, ao entrar novamente na clínica depara-se com o vigia, já sentado em sua cadeira de costume, comendo alguns salgadinhos.
Tentando não demonstrar todo o seu nervosismo Vanessa sorri para ele, seguindo rumo a sala onde a supervisora e as outras estagiárias se encontravam.
A cada passo que dava, se aproximando mais do local, seu coração batia ainda mais forte. Temia que já desconfiassem da fuga de Bill, e ligassem tal fato à ela.
Ao entrar na sala logo é repreendida por Jucélia, que toma os refrigerantes de suas mãos.

– Você foi fabricar esse refrigerante, menina?
– Não... é que a moça não tinha os copos descartáveis... aí eu esperei ela ir buscar.
– E por falar nisso, quem foi que mandou você contar ao Zé sobre as comidas?! Ele veio aqui buscar!
– Bem... ele perguntou onde eu ia... ficaria chato se eu não o convidasse... – diz Vanessa, gaguejando pelo seu nervosismo.
– Chato é ficar com fome!.... Mas agora chega, come aí...

Vanessa tentava se divertir com as outras garotas, porém Bill era o que mais lhe preocupava, gostaria de saber como e onde ele estava. Contava os minutos que passavam, na ânsia de que aquele dia logo acabasse e ela enfim pudesse sair daquela clinica e ir se encontrar com Bill. Ao pensar nisso,ela então lembra-se que havia deixado a mochila no banheiro. E percebe que se alguém encontrasse a mochila e visse o outro uniforme branco que seria para Cezar, tudo estaria acabado.
Angustiada, sai da sala e corre em direção ao banheiro, torcendo para que ela estivesse intacta.
Para sua sorte, aparentemente ninguém havia mexido em sua mochila, o que a deixou mais tranqüila para voltar a sala de artes.

Mas essa tranqüilidade logo teria fim. Vários enfermeiros já estavam na busca por Bill. Um deles ao não encontrá-lo, no momento em que fora medicar-lhe, havia avisado a mais dois enfermeiros, que o procuravam por toda a clinica.

Um deles, Isac, entra na sala de artes e visivelmente irritado pergunta à todas:

– O paciente Bill Kaulitz está com vocês?
– O Bill? Ele não esteve aqui... Aconteceu alguma coisa? – pergunta Jucélia.
– Sim. Nós não o encontramos, ao que tudo indica ele fugiu.

Vanessa ao ouvir o que Isac dizia, sentiu suas mãos ficarem frias, e uma vontade enorme de chorar devido ao seu nervosismo, porém ao máximo que pode tentou se controlar.

– Fugir? Mas isso é impossível! – diz Jucélia indignada.
– Se fosse impossível, nós já havíamos encontrado ele. – responde Isac friamente.
– Ele não está escondido por aí? Você sabe como eles são...
– Aqui nessa clínica não há tantos lugares assim para se esconder. Ninguém sai daqui até descobrirmos quem o ajudou.
– Você está desconfiando de mim e de minhas alunas?
– A questão não é desconfiar de ninguém e sim que um paciente fugiu e nós precisamos descobrir como.
– Pular o muro ele não pulou. Caso contrário já estaria morto... então é óbvio que ele saiu pela porta da frente! – diz Jucélia.
– Sim, nós já pensamos nisso, os donos da clínica já devem ter sido avisados também...
– Eu posso garantir que nem eu e nem uma de minhas alunas ajudou esse rapaz a fugir. Todas estavam aqui comigo.

Nesse momento Rodrigo, um dos responsáveis pela clínica, entra na sala de artes acompanhado do vigia.

– Me diga, qual delas você deixou sair sozinha? –pergunta Rodrigo ao vigia.
– Foi aquela ali. –diz ele apontando para Vanessa.

A garota assustada tenta controlar-se, por mais que sua vontade fosse fugir do local sem ter que dar explicações a ninguém, sabia que naquela situação o que aconteceria mais tarde tanto em sua vida como na de Bill estava somente em suas mãos, e qualquer ato ou palavra impensada poderia por tudo a perder.
Mesmo sem provas concretas contra ela, Rodrigo a olhava não como principal suspeita, mas já como a culpada.

– Vamos, vamos... você vai ter que se explicar aos diretores da clinica! – gritava Isac.
– Calma aí... você não pode me acusar assim... Você não tem provas! – diz Vanessa.
– Como não? Ele já disse que deixou a portaria sozinha enquanto você saiu! – diz Rodrigo.
– Pode ser... Mas me diga eu sai daqui com alguém?- pergunta Vanessa ao vigia.
– Bem, não...
– Então pronto! Eu sai daqui sozinha! Vocês não podem me acusar! Ele mesmo confessou que me viu saindo sozinha!
– Calma, gente, calma – dizia Jucélia a todos, e então virando-se para Vanessa pergunta: - Você vivia grudada com o Bill, ele nunca te disse nada sobre fugir?
– Não... eu não vivia grudada com o Bill! Ele que ficava atrás de mim... mas eu tinha medo de que ele ficasse com raiva ou sei lá o que, se eu me afastasse... Não éramos tão grudados assim!
– Mas ele nunca te disse nada sobre fugir? – pergunta Rodrigo.
– Não... nada! Você acha que se eu fosse a cúmplice eu iria ser tão besta de voltar e esperar ser descoberta?
– Faz sentido... Vocês estão liberados, mas não se esqueçam que temos todos os dados de vocês aqui...

Vanessa então sentindo-se aliviada por não ter sido descoberta sai da clinica diante dos olhares desconfiados de todos, o que a deixava um pouco preocupada,mas não suficiente para impedi-la de sair correndo dali sem ao menos despedir-se das colegas a fim de ligar para Bill e assim o encontrá-lo.
Quando já estava distante dos demais estagiários e livre de ter que responder a perguntas e a ouvir comentários que não lhe agradariam muito, ela então liga para Bill que rapidamente atende ao celular.

– Alô?
– Bill é Vanessa, onde você está?
– Eu estou e uma loja... mas me diz.. deu tudo certo?!
– Sim, mas nós precisamos conversar...
– Deu ou não tudo certo Vanessa?
– Deu, mas eles estão desconfiando de mim! Me diz onde você está!

Bill em tom de preocupação diz à Vanessa o nome da loja e o endereço de onde estava. Ela então rapidamente vai ao endereço indicado.

Ao chegar na loja, ela desesperadamente procura por Bill, e por fim o encontra em um canto isolado da loja, perto dos provadores.

– Bill eu fiquei com tanto medo! – diz ela abraçando-o fortemente.
– Calma, respira... – diz ele acariciando seus cabelos.
– Uns enfermeiros foram lá e disseram que eu estava envolvida...
– Mas eles não tem provas contra nós tem?
– Não... quer dizer, eu não sei! Estou com medo Bill!
– Fica calma, tudo vai certo!
– Mas e se não der?! E se descobrirem que te ajudei a fugir?!
– Não vão descobrir! E antes que descubram eu ferro com eles primeiro! Aqui fora é mais fácil eu acabar com aquela clínica de merda..
– Mas e agora, o que você vai fazer?!
– Eu queria ir para casa... mas estava pensando, será que já avisaram para o Tom que eu fugi?
– Acho que não, creio que eles vão tentar resolver tudo por baixo dos panos...
– Eu não sei o que faço... não esperava que eles descobrissem a fuga assim tão rápido..
– Pelo o que você me disse, você mora longe daqui... o dinheiro que eu tenho agora comigo, não dá para pagar a minha passagem e a de você ir pra sua casa...
– E agora? Eu também não tenho dinheiro...
– Bom se você topasse, poderia ir pra minha casa, lá eu te dou o dinheiro para ir pra sua.
– Nossa eu não sei nem como te agradecer, você tem feito muito por mim!
– Não precisa agradecer.... Você vem?
– Sim eu vou com você, mas e seus pais? Eu não dou muita sorte com os pais das garotas que eu conheço...
– Não se preocupe com isso, eu moro só com a minha mãe  e ela nem deve estar em casa pra variar...
– Se é assim....

Os dois pegam um ônibus e vão para a casa de Vanessa, conversando animadamente por todo o percurso. Bill olhava pela janela do ônibus e observava a paisagem, ela não era uma das mais bonitas ou mais interessante, era uma vista comum, mas lhe trazia uma sensação de liberdade, um sentimento de renovação no o qual ele jamais sentira com tamanha intensidade.
Assim que destranca a porta ao chegar em casa, Vanessa corre com Bill o levando até seu quarto para que assim pudesse lhe entregar o dinheiro da passagem.
Entrando no quarto da garota, Bill depara-se com uma decoração um tanto quanto infantil para o seu gosto e do que achava adequado para uma garota da idade de Vanessa.

– Hum... o seu quarto é bem...  rosa. – diz ele.
– Foi meu pai que decorou ele assim, os ursinhos... também foi ele que me deu. – diz ela sorrindo e mostrando orgulhosamente os objetos de seu quarto.
– Se parece com o da minha filha...
– Espero que você tenha dito isso em tom de elogio...
– Não.. não foi nem um elogio e nem uma critica... foi apenas um comentário.
– Aquele ali é o meu urso preferido!- diz ela apontando e indo em direção ao urso de pelúcia que estava na última prateleira de uma estante repleta deles.
– Esses ursos enormes são muito legais mesmo...
– Eu vou pegar pra você ver, espera.

Vanessa então tira seus sapatos e sobe na cama para que assim tivesse altura para alcançar a prateleira em que seu urso predileto estava,porém ela acaba por escorregar no edredom que a forrava e quase cai no chão, mas antes que isso pudesse acontecer, Bill apressasse e a segura em seus braços.

– Essa foi por pouco... – diz ele com um sorriso encantador.
– É... obrigada. – diz Vanessa, envergonhada saindo rapidamente da proteção do homem que lhe causava sensações estranhas, mas as quais gostava de sentir.

Na tentativa de evitar a sua queda, Vanessa havia se segurado na estante, derrubando assim alguns objetos dispostos nela, inclusive um porta-retrato que ao cair no chão, quebra-se fazendo um grande barulho devido a altura de sua queda.

– Vanessa? É você minha filha? – diz uma voz feminina vindo de fora do quarto.

Bill a olha assustado em busca de respostas ou instruções sobre o que deveria fazer, mas apenas obtêm a expressão de espanto de Vanessa.

– É a minha mãe! Eu pensava que ela não estava aqui!
– Ela vai brigar por eu estar aqui com você?
– Não, não... mas fica aqui pra eu poder explicar à ela.
– Você não vai contar....
– Não! Eu vou dizer que trouxe um amigo. Só isso... Me espere aqui.
– Ok.

Vanessa sai do quarto, e procura por sua mãe, encontrando-a na cozinha...

Postado Por: Grasiele

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