sábado, 25 de fevereiro de 2012

Glamourous - Capítulo 38 - Our Destinations... So uncertain!

1 ano depois...

NARRADO POR ANNIE...

Sai da clinica aos prantos, me sentia impotente, um nada! Carregava o exame em minhas mãos tremulas, Bill saiu apressado do carro onde me esperava, veio até mim...me olhava preocupado.

__ O problema não é você, sou eu! Eu não posso ter filhos! – disse aos prantos. – nem pra isso eu sirvo Bill, eu nunca poderei ser mãe... – Bill me puxou para um abraço, chorei em seu peito, ele afagava meus cabelos, sabia que estava decepcionado...ele se separou do abraço e segurou meu rosto com as mãos, me fez olhar em seus olhos...

__ Hey! Eu te amo! Não importa os problemas que aparecerem no nosso caminho, nós os enfrentaremos e venceremos...daremos um jeito! – o abracei novamente...eu não sei  se podíamos dar um jeito naquilo...


8 meses depois...

Era fim de Setembro...o outono tinha chegado! As ruas tinham se tornado uma grande atração, as folhas amarelas cobriam todo o chão de New York. Aquela manhã estava mais quente do que as outras...olhava pela janela do carro as crianças que corriam pelas calçadas com suas pesadas mochilas a caminho da escola...sentia um frio na barriga desde ontem...
Bill batia com as mãos no volante do carro enquanto estávamos parados no sinal...o barulho de suas mãos quebrava o silencio que se fazia no carro, ele olhava fixamente para o sinal...nem piscava...me virei novamente para encarar as ruas largas daquele bairro. O carro parou, olhei a grande placa da mansão à frente... “Orfanato Santa Mônica”...senti arrepios pelo corpo...

__ Tem certeza que está pronta?! Se quiser a gente pode... – olhei para Bill e sorri, segurei suas mãos...

__ Eu quero fazer isso, só estou um pouco ansiosa e com muita expectativa... – Bill deu um beijinho em minhas mãos, me olhou sorrindo.

__ Vai dar tudo certo! Confia em mim?!

__ Sempre! – dei um selinho nele, respirei fundo e abri a porta do carro. Sai e já consegui ouvir os gritos das crianças, ajeitei minha jaqueta e cachecol. Bill me abraçou de lado e caminhos por entre os jardins do grande orfanato. A simpática freira que já tinha nos atendido há algumas semanas atrás nos esperava sorrindo. – Bom Dia Irmã Sara!

__ Bom dia meus jovens! Que bom que vieram! – ela sorria! – Venham às crianças estão bem agitadas hoje! – olhei para Bill que sorriu animado, seguimos a irmã Sara.

Assim que entramos um garotinho que não devia ter mais que seis anos trombou com força em mim, me preocupei ao vê-lo no chão, mas o mesmo logo se levantou e sem nem olhar para nós voltou a correr...fiquei espantada, se fosse eu quando criança estaria aos prantos!
Chegamos à sala onde todas as crianças estavam reunidas, meu Deus que bagunça! Foi à primeira coisa que pensei...elas pulavam, corriam, gritavam, caiam...é elas estavam bem agitadas.

__ Vou dar uma olhada por aí... – Bill disse dando um beijo em minha testa e saindo. Enfiei as mãos nos bolsos de trás da minha calça e entrei na grande sala, decidi me sentar em um banquinho e apenas observa-las. Era tão estranho isso, como se é possível escolher um filho como se ele fosse uma bolsa de marca?! Isso não era possível, não era uma mercadoria. Mais uma vez a tristeza tomou conta de mim, porque eu não podia ter filhos meus como a maioria das mulheres?! Que egoísmo da minha parte, essas crianças todas foram abandonadas e eu aqui fazendo pouco caso disso, mas é que não conseguia escolher...meu olhar corria por toda a sala...até que vi algo que me deixou curiosa, uma menina conversava com outra usando a linguagem de sinais...me levantei e caminhei até elas...

__ Oi! – disse baixinho, as duas se virarão para mim.

__ Oi! – uma delas respondeu alegre, a outra apenas me olhava tímida. Me agachei entre as duas...

__ Como vocês se chamam?! – perguntei, vendo que a que nada tinha dito franziu o cenho me olhando fixamente.

__ Eu me chamo Alex e essa é minha irmã, Mary! Ela é surda por isso não esta conversando...mas eu falo por ela! – ri ao ver a forma inocente como Alex se referia a irmã. – tenho cinco anos e a Mary quatro, mas e você como se chama?!

__ Annie, eu me chamo Annie...

__ Bonito nome, eu tinha uma gata que se chamava Annie, mas ai ela se foi pro céu assim como os meus pais, não é Mary?! – Alex perguntou em voz alta, mas fazendo os sinais simultaneamente, Mary fez que sim com a cabeça...

__ E vocês gostam daqui?! Ou gostariam de ter uma nova casa...uma nova família?! - perguntei olhando para as duas...

__ É...acho que seria bem legal ter uma casa nova, mas o que eu e a Mary sentimos mais falta mesmo é dos nossos pais, mas as irmãs são bem legais também, a não ser quando elas querem nos dar banho no frio... – ri da sua ultima observação...olhei para a porta e vi que Bill me chamava com a cabeça...

__ Eu já volto meninas... – disse as duas...fui até Bill que me olhou curioso... – e se eu te dissese que houve uma pequena mudança de planos quanto ao que nós combinamos?! – Bill me olhou confuso, mas como tem um click, seu olhar mudou pra um “ta brincando né?” ele desviou de mim, olhou para as duas que voltaram a conversar, olhou pra mim de novo, sorri nervosa... – ajuda se eu pedir por favor?!


Uma semana depois...


__ ALEX! MARY! VOLTEM AQUI!! – eu não conseguia parar de rir ao ver Bill correr feito um maluco pelo aeroporto atrás das meninas...é ele tinha concordado! Depois de muito correr entre as pessoas, os três voltaram de mãos dadas... – eu não tenho mais fôlego pra isso! – Bill disse ofegante.

__ Velho! – Alex exclamou, levei a mão a boca pra abafar o riso. Bill a olhou boquiaberta...Mary ria baixinho. – Acho que eu tenho que pedir desculpas né?! – Bill cruzou os braços...

__ Seria bom!

__ Desculpa... – ela disse cabisbaixa, Bill foi rápido e a pegou no colo.

__ Falta uma coisa... – ela deu um selinho nele... – agora sim!

“ Senhores passageiros, ultima chamada para o vôo 144 com destino a Berlim...”

__ É o nosso, vai ser uma longa viagem... – Bill disse caminhando com Alex no colo, olhei para Mary que segurava uma boneca nos braços, me agachei em sua frente...”Vem com a mamãe?!” fiz em sinais, ela sorriu e correu para meu colo...saimos atrás de Bill e Alex...


Naquele mesmo dia...em algum lugar dos Alpes...


NARRADO POR TOM...



__ ...E então, vai subir logo essa montanha ou vai construir sua casa aí?! –gritei para Carly que estava a alguns metros abaixo de mim, ela mostrou a língua, ri e apresei o passo, a brisa fria tocava meu rosto, sentia que se apertasse meu nariz conseguiria arrancar um pedaço do mesmo...cheguei ao topo da montanha.
Tirei todo o equipamento e admirei a vista, era incrível! Senti os braços de Carly me abraçando por trás, ganhei um beijo no ombro... – é lindo demais, se eu pudesse construiria minha casa aqui em cima....

__ E iria morrer congelado... – Carly disse aparecendo na minha frente... – quem diria que eu largaria toda a minha vida programada e iria viver como um andarilho, sem rumo, nem casa por um garotinho marrento e convencido?!

__ Pra que programar uma vida se você não sabe se vai morrer amanhã?! E ai, tudo o que você programou vai pro lixo... – Carly sorriu pra mim, ela me abraçou de lado...olhávamos para as montanhas mais altas que a que estávamos...

__ E então, pra onde agora?! – ela me perguntou entusiasmada, olhei para ela...

__ Eu pensei em Austrália... – disse olhando para o nada...
__ E lá vamos nós!! – ela disse levantando os braços, envolvi meus braços em sua cintura e a puxei para um beijo, mas era difícil...o ar gelado tinha congelado nossos lábios... – Quem chegar por ultimo lá embaixo paga um Sunday com calda quente de chocolate pro outro – ela correu, pegou o equipamento e começou a se preparar para descer...corri atrás, os Sundays daqui eram muito caros...


5 meses depois... BERLIM – ALEMANHA...


NARRADO POR ANNIE...

Andava de um lada para o outro no grande banheiro do meu quarto, não sei porque estava tão nervosa eu já sabia a resposta mesmo, mas dessa vez era diferente, eu andava muito estranha essas ultimas semanas...bufei pra mim mesma, as horas não passavam, me sentei na borda da banheira e contemplei o teto, batia o pé constantemente.
Conseguia ouvir os gritos das meninas e Bill que brincavam no jardim de casa, fazia um belo dia de sol em Berlim...olhei para o relógio, ERA A HORA! Me levantei fui até a pia, levei a mão ao teste, mas recuei, dei uma voltinha no banheiro e me encaminhei a pia novamente, respirei fundo, peguei o teste...com os olhos fechados! Os abri lentamente e quando vi não acreditei, pisquei diversas vezes, olhei pra caixa, olhei pro teste e realmente era aquilo...fiquei imóvel por uns momentos...e então...

__ BILL!! BILL EU NÃO ACREDITO, EU NÃO ACREDITO, NÃO PODE SER... -  eu sai correndo pela casa feito um furacão, desci as escadas feito doida, trombei na Rita a Governanta que me xingou em Alemão, eu não entendi...corria pelo jardim...avistei Bill e as meninas brincando no play ground de casa...corri mais rápido...tropecei no Brutus e Bartolomeu, nossos dois Goldens Retriever, mas ambos continuaram deitados...eu não sei da onde encontrava tanto fôlego, mas corria como uma maratonista... – AMOR!!! – gritei quando já estava perto dos balanços, assim que cheguei até Bill e as meninas eles me olhavam assustados...parei em frente a Bill e coloquei as mãos no joelho respirando fundo...

__ Você esta bem Annie? Por que correu desse jeito? Aconteceu alguma coisa?! – ele me perguntou assustado, as meninas me olhavam rindo.

__ Aconteceu...aconteceu sim eu não acredito ah meu Deus!! – falei tão rápido fazendo Bill arregalar os olhos...ele segurou meus ombros...

__ Amor o que aconteceu?! – ele perguntou calmamente...

__ EU TO GRAVIDA! – gritei, Alex e até Mary ficaram boquiabertas e estáticas...Bill não se moveu, apenas piscava...

__ Quê?! – foi à única coisa que ele conseguiu pronunciar...

__ Eu to grávida eu também não to acreditando mas eu estou mesmo eu fiz teste e tudo Bill a gente conseguiu você tem noção amor estava tudo errado eu posso ter filhos eu to grávida! – naquele momento eu não sabia o que eram virgulas, eu só conseguia falar e falar e falar, mas Bill continuava parado, que nem estatua... – amor?! – estalei os dedos, mas nada.

__ Acho que ele morreu... – Alex falou... – pa...

__ AAAAAAAAAAAAAAAAAA VOCÊ ESTA GRAVIDA!! GRAVIDAAAA!!! – Do nada Bill começou a gritar feito doido, me pegou no colo rapidamente...

__ É ele não morreu não... – Alex falou para Mary...

__ Amor você conseguiu...a gente conseguiu...eu te amo tanto! – neste momento ambos já estávamos aos prantos...Bill iniciou um beijo, calmo...a felicidade tinha tomado conta de mim... – espera aí, você veio correndo pela casa feito uma doida grávida?! O que você esta querendo que o nosso filho nasça antes mesmo de se formar?! Amor você nã... – interrompi lhe puxando pra mais um beijo...

__ Isso é muito muito, mais muito nojento! – escutei Alex dizer e cai na risada, Bill me colocou no chão, peguei Alex no colo e Bill pegou Mary...

__ Agora sim, eu tenho a família que sempre sonhei!  - falei entre lagrimas...

__ Só falta um coisa pra ficar perfeito...ABRAÇO COLETIVOOO!! – Alex gritou...nos juntamos e demos um forte abraço...

“É incrível como a vida nos prega peças...quem diria que aquele encontro na velha cafeteria mudaria completamente minha vida?! Eu sai da Itália na intenção de fazer carreira como modelo e na verdade eu abandonei a carreira que tanto sonhava por me apaixonar...e como eu me apaixonei, POR DOIS! Eu amei, ri, chorei, sofri...é eu sofri muito, mas tudo é compensador...
Hoje eu posso dizer que sou a mulher mais realizada e feliz, tenho o homem que amo ao meu lado, duas filhas MINHAS maravilhosas e agora carrego um anjo dentro de mim...e o mais importante eu venci...venci todos os obstáculos que me foram impostos pelas pessoas e pela vida.
Ah eu aprendi também...mas foi muito mais do que lições de passarela, eu aprendi que a vida é muito curta, imprevisível e que planos sempre acabam ficando no papel...quem planeja não é você...você não tem o controle de nada.
Fiz amigos e inimigos, mas os deixei pra trás...os inimigos pois os amigos mesmo com  Km de distancia eu sempre carrego comigo, dentro de mim!
Quis morrer, sumir, gritar na frente de tantas pessoas...
E se você me perguntar daqui pra frente o que vai acontecer, o que eu planejo...EU APENAS NÃO SEI! EU NÃO PLANEJO NADA! EU SÓ QUERO VIVER!
Você também deveria fazer o mesmo, viver...nunca se arrependa, nunca se questione, nunca olhe pra trás, nem mesmo para os lados...faça o que tem vontade...você não sabe se amanhã terá vontade ou forças para fazer algo.
Essa foi minha historia. Trágica demais? Pode até ser, mas se você ler com atenção e reparar bem nas entrelinhas conseguirá tirar lições que carregará para toda a vida!".

Postado por: Grasiele | Fonte: x

Glamourous - Capítulo 37 - Renaissance...

Hospital Central de New York...

Narrado por Tom...


Eu sempre ouvi dizer que quando você morre a primeira coisa que você vê é a grande luz branca, bem eu não sei se tinha morrido, mas eu estava em um lugar totalmente diferente desse mundo, eu estava em uma grande sala branca e era tão clara que eu mal conseguia manter meus olhos abertos. Era tudo tão estranho, a sala era completamente vazia, não havia nenhum outro móvel a não ser a cadeira que eu estava sentado.
E o que era mais estranho ainda era a sensação de paz e plenitude que eu sentia, não tinha mais medo, dor ou receio de nada, sentia uma força interior que nunca havia sentido antes...é acho que eu tinha morrido...

__ Filho?! – ao ouvir aquela voz senti um arrepio forte por todo corpo, me virei devagar, levei a mão a boca ao ver quem era...não podia ser...ele caminhou lentamente até mim e depositou sua mão direita em meu ombro, abriu aquele já conhecido e esquecido pelo tempo sorriso...

__ Pai?! – sussurrei mais pra mim do que pra ele, senti meus olhos ficarem quentes... – Pai é você mesmo?! – eu não consegui acreditar, ele sorriu...

__ É claro que sou eu Tom! – as lagrimas quentes desceram por meu rosto...o abracei! Quanto eu pedi para que um dia eu pudesse abraça-lo de novo, sentir ele mais um vez, me passando força, tirando meus medos...era tudo o que eu mais desejei minha vida toda! – Hey, não foi esse menino chorão que eu criei... – ele disse me fazendo rir...

__ Como...? eu morri? – perguntei preocupado, ele sorriu mais um vez...

__ Falaremos sobre isso mais tarde, o motivo da minha “visita” é outro...filho eu tenho lhe acompanhado desde que parti, a você, ao seu irmão, a sua mãe...não sabe como me entristeceu ver o que aconteceu com você e com o Bill, não tirou sua razão de ter ficado chateado, o que ele fez foi terrível, mas vocês perderão tanto tempo...

__ Eu sei pai, mas agora nós estamos bem, eu já esqueci tudo o que aconteceu... – ele esboçou um leve sorriso de canto, ficou um tanto cabisbaixo... – Pai, eu te decepcionei em algum momento?

__ É claro que não meu filho, pelo contrario, você não faz idéia do orgulho que sinto de você... – sorri ao ouvir aquelas palavras da pessoa que mais me fazia falta. – sempre foi tão independente, batalhador, esforçado, forte, corajoso, ah Tom eu só tenho orgulho de você, orgulho de ver o homem que você se tornou...

__ Então por que eu tenho sempre que passar por essas coisas ruins?! Por que é sempre comigo que tudo acontece? – perguntei inconformado, meu pai apenas balançou a cabeça...

__ Você esta sendo egoísta filho... As coisas acontecem porque elas tem que acontecer, cada um de nós tem um destino, não cabe a nós decidi-lo... apenas aceita-lo!

__ Quer dizer que eu morri mesmo?! – meu pai fechou os olhos e assentiu em negativo...

__ Sua hora ainda não chegou filho, você ainda tem muitos outros desafios para enfrentar...e pra falar a verdade, já esta na hora de voltar... – nesse momento a pequena sala em que estávamos foi ficando mais escura, a claridade sumia aos poucos... – Tom, diga ao seu irmão que eu o amo, que sempre estarei junto dele...e diga a sua mãe para ser forte, eu sempre estarei com ela e sempre a amarei... – olhava para os cantos sem entender, a sala já estava praticamente toda escura...

__ Pai o que esta acontecendo?! – gritei para meu pai, que aos poucos desaparecia...

__ Tom, de uma chance pra sua vida de novo, faça tudo o que você não fez e filho...saiba que sempre estarei com você, não importa onde nem quando, eu te amo! – eu apenas escutava a voz longe de meu pai, mas já não o via...cai em escuridão total...


*********


Naquele mesmo instante...

Escutava varias vozes em minha cabeça, vozes que já conhecia...forcei meus olhos, aos poucos a claridade foi invadindo os mesmos, pisquei diversas vezes, os abri vagarosamente, avistei meu quarto...a mesma cortina, a mesma cama, TV, poltrona...não havia ninguém no quarto, as vozes vinham do corredor movimentado do Hospital...o que tinha acontecido? Eu tinha morrido e voltado? Isso era possível? Fiquei com medo e se fosse outra visão, alucinação...me lembrava completamente do meu encontro com meu pai, sorri ao lembrar de seu rosto sereno, de suas palavras...levei as mãos ao meu rosto, não havia tubos ou respiradores...okay, algo bem estranho estava acontecendo...olhei para o lado e eu estava tomando soro, não havia remédio nem nada, só soro! Tentei me sentar e ai sim, senti uma dor profunda nas costas, me deitei novamente...meu Deus o que tinha acontecido?! Fiquei olhando pro teto, vários pensamentos me invadiam...ouvi o barulho da maçaneta girar, olhei para a porta, vi meu médico colocar a cabeça pra dentro, ele sorriu...

__ Sabia que já estaria acordado... – ele entrou anotando algumas coisas em sua prancheta... – você sempre acordou muito cedo...

__ Doutor o que aconteceu? Por que eu não tenho mais nenhuma aparelho, cadê os remédios? E por que minhas costas estão doendo tanto? – ele sorriu, depositou a prancheta em cima da mesa, abriu os braços...

__ Porque você esta curado Tom! – arregalei os olhos, ele estava tirando uma com a minha cara ou o que? – você esta livre da leucemia Tom...é um sobrevivente do câncer! – ri pra mim mesmo, se aquilo era uma piada era de muito mau gosto!

__ Você só pode estar brincando né? Como assim?! – disse com a voz já enbargada, ele riu.

__ Não Tom, eu não estou brincando...você não tem mais nada, esta completamente curado... – olhei bem para o doutor que sorria... – Parabéns Tom! – cai no choro, eu não conseguia acreditar que tinha conseguido, estava livre novamente, a vida...Deus tinha me dado uma nova chance...chorava como nunca havia chorado em toda a minha vida... – acho que algumas pessoas querem compartilhar esse momento com você... – olhei para a porta e Bill, Annie, Georg e Carlla estavam parados me olhando, todos já em prantos, os chamei com a cabeça, todos correrão ate mim e recebi o abraço grupal mais sincero, verdadeiro e especial da minha vida...era uma cena de filme, todos em cima da minha cama, em cima de mim me abraçando, chorando e rindo. A felicidade que eu senti era tão grande, tão forte, era inexplicável.

__ Eu te disse que você ia conseguir...você é um filho da mãe que sempre consegue tudo Tom! – Georg disse me dando um tapa da cabeça.

__ O que eu posso fazer né...alguém lá em cima gosta mesmo de mim!  - olhei para o teto, e mentalmente agradeci... “Obrigado Deus, Obrigado por acreditar em mim...Obrigado Pai”.


Uma semana depois...

Uma semana desde que eu descobri que estava totalmente curado tinha se passado, finalmente hoje, eu sairia do hospital...depois de 7 meses trancado aqui iria poder mais uma vez olhar para a Estatua da Liberdade, caminhar no Central Park...eu cheguei a pensar que nunca mais os veria...
Estava no meu quarto arrumando minhas coisas...

__ Será que eu posso entrar? – a voz de Annie ecoou pelo quarto, me virei e ela apenas estava com a cabeça pra dentro...

__ É claro que pode! – ela sorriu, entrou, caminhou ate mim e recebi um abraço apertado dela.

__ E então, pronto para encarar à agitada New York de novo?

__ Mais do que pronto, eu não vejo à hora de sair daqui logo...sabe, eu cheguei a pensar que não sairia desse hospital vivo... – ela balançou a cabeça...

__ Como sempre seu negativismo impera! O importante é que você esta aqui, vivo, com saúde e pronto pra voltar pra sua vida de modelo cafageste! – rimos juntos.

__ Eu não sei se quero aquela vida de novo, sabe Annie eu já realizei meu sonho de ser modelo, acho que agora esta na hora de realizar outros sonhos...eu quero viver minha vida intensamente... – Annie sorriu, pegou em minhas mãos e deu um beijinho nas mesmas.

__ Você esta completamente certo, não importa o que você decidir, eu vou estar sempre torcendo por você!

__ Obrigado Annie...sabe eu acho que não estaria aqui hoje se você não aparecesse na minha vida, você me ajudou em todos os momentos, nunca me abandonou, sempre me deu força e fez com que eu acreditasse em mim, isso não tem preço... – os olhos marejados de Annie mostravam o quanto ela se sentia emocionada...ela me abraçou...

__ Você vai me amar daqui a 100 anos? – ela sussurrou em meu ouvido...fiquei emocionado na hora..olhei para ela, para seus belos olhos azuis dos quais brotavam algumas lagrimas...

__ Pra todo o sempre! – respondi. Dei lhe um beijo demorado na testa e depois um abraço apertado...na verdade o abraço durou longos minutos...minutos que precisávamos!


Naquele mesmo dia...algumas horas mais tarde...

O primeiro lugar que eu decidi visitar após minha saída do hospital foi o Central Park, eu amava aquele lugar, suas belezas naturais me encantavam, as pessoas que por ali passavam...estávamos na primavera o que deixava tudo mais bonito, o verde vivo das arvores, o colorido das flores...é incrível como essas pequenas coisas não fazem a mínima diferença quando você esta aqui todos os dias, mas quando se passa tanto tempo sem ver nada disso, você aprende a dar valor...
Me sentei embaixo de uma mangueira que ali tinha, sempre me sentava ali para meditar...me recostei em seu tronco, fechei os olhos e comecei a “sentir” a natureza.
Senti alguém me dar um tapinha no ombro direito, abri os olhos e Bill estava sentado ao meu lado...sorri para ele, que retribuiu...ficamos em silencio, ambos olhando as pessoas que por ali passavam...

__ Eu falei com o papai! – Bill olhou para mim assustado. – não sei se morri por alguns segundos, ou se ele simplesmente apareceu pra mim de alguma forma, mas falei com ele... - olhei para ele que agora sorria e esperava que eu continuasse. – ...ele disse que sempre esteve conosco, que sempre olhou por nós. Que se sentiu triste por ficarmos tanto tempo brigados... – olhei para Bill que segurava o choro, peguei em suas mãos... – disse que te ama e que vai estar sempre com você! – ele não agüentou, as lagrimas rolaram...o abracei! – ele também disse pra avisar a mamãe que sempre vai estar junto dela e que ele a ama. – Bill se separou do meu abraço e me olhou sorrindo...

__ Tem alguém que quer te ver...Mãe... – não podia acreditar no que meus olhos viam, minha mãe saiu detrás da mangueira, me levantei rápido, ela caminhou ao meu encontro, em prantos...senti meu coração acelerar e minhas pernas tremerem. Ela estava na minha frente, levou suas mãos ao meu rosto, os acariciou, me olhava atentamente...

__ Me perdoa filho! Você não merece uma mãe tão ruim como eu, mas perdoa! – a abracei! Por diversas vezes eu precisei de um abraço da minha mãe, mas ela nunca podia me dar por estar caída de bêbada, ou internada em um hospital por tentativa de suicídio...por diversas vezes eu sonhei com esse abraço caloroso e reconfortante de mãe...e agora eu sabia que o tinha sempre que precisasse, eu sentia.

__ Eu não preciso lhe perdoar de nada, você foi uma ótima mãe...só ficou um pouco desorientada quando o papai se foi, mas você sempre nos amou e eu também sempre mãe, eu sempre te amei e sempre vou te amar! – ela sorriu e outro abraço recebi...percebi que poderia receber esses abraços por dias, anos...fiz um sinal para que Bill se juntasse ao abraço, ele levantou e nos abraçou...talvez quem nos visse ali poderia achar que éramos loucos, mas éramos apenas um família, que antes era totalmente desestruturada e agora era a mais unida e forte possível...

Naquela mesma noite...
Eu tinha agradecido até esse momento diversas pessoas, mas ainda não tinha agradecido a verdadeira culpada por eu ainda estar vivo, quem realmente tinha me salvado da morte...o meu anjo da guarda...parei em frente a porta de seu apartamento, assim que ia bater na mesma ela se abriu, fazendo Carly pular pra trás ao me ver, seus olhos arregalados...olhei para ela que trajava apenas uma regata apertada e um short curterrimo, ri pra mim mesmo...ela não sabia onde enfiava a cara...

__ Acho que não cheguei em boa hora... – ela riu, notei nesse momento o saco de lixo em sua mão...

__ Bom se você quiser me acompanhar até o lixo... – ela disse com uma carinha fofa, apontei para o elevador e dei passagem para ela...chegamos até o latão de lixo que ficava em frente ao prédio, ela colocou o saco no lixo...escutei um forte trovão, olhei para o céu, senti uns pingos na minha cabeça...uma chuva forte de aproximava. - ...mas então, por que veio até aqui? E como descobriu aonde eu morava...

__ Fui até o hospital e vi na sua ficha...e bem acho que eu tenho mais do que motivos pra te procurar não é? – ela riu cabisbaixa, olhou pra mim, respirou fundo e deu de ombros... – você salvou minha vida, se não fosse por você eu não estaria aqui hoje, eu...eu estaria morto! – os pingos engrossarão, a chuva fraca que cai agora era intensa e forte, mas não sei o real motivo, não nos importávamos nem um pouco...ao nosso redor as pessoas corriam apressadas procurando abrigo, mas nós apenas nos olhávamos fixamente...já estava completamente encharcado, sentia minhas roupas largas pesadas...Carly tentava manter os olhos abertos, mas os pingos que caiam em nossos rostos dificultava um contato visual mais profundo...sentia que estávamos muito afastados, dei alguns passos a frente, Carly não se moveu... – sabe eu olho pra você, penso em tudo que fez por mim, tento achar as melhores palavras pra te agradecer, mas não consigo...

__ Eu acho que sei a maneira exata de você me agradecer... – Carly fez algo que não esperava, se aproximou de mim e me beijou! Confesso que no momento não me movi, eu não conseguia ter reação alguma, estava tentando assimilar tudo...algo estranho aconteceu comigo, senti borboletas no estomago, senti uma conexão entre nós dois...correspondi ao beijo...ta certo parecia cena de filme de romance que eu particularmente não consigo assistir por mais de três minutos, mas foi mágico. Nosso beijo tinha uma sincronia incrível, Carly tinha um sabor maravilhoso...bom se ainda não inventaram amor ao primeiro beijo, eu acabei de inventar e vou patentear. Nos separamos apenas por falta de fôlego, olhei para Carly que sorria...

__ Ta legal eu estou meio confuso... – disse rindo, ela segurou meu rosto com as mãos...

__ Fica comigo, vai ser a maior forma de agradecimento que você pode me dar...

__ Acho que não vai ser nenhum sacrifício... – rimos e dessa vez eu a puxei para um beijo...quando meu pai disse para  curtir minha vida, que a mesma estava me dando uma nova chance era isso que ele queria dizer...confesso que ainda pensava em Annie, mas Carly me fazia sentir algo diferente, desde o primeiro momento em que a vi...talvez o amor tenha batido a minha porta mais uma vez, porque não deixa-lo entrar?

Postado por: Grasiele

Glamourous - Capítulo 36 - My Salvation...

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK

NARRADO POR TOM...

 Sabe quando você tem a sensação de que não deveria estar se sentindo tão bem? Eu havia acordado daquela maneira.   
 Tinha acordado cedo demais...liguei a TV, mas não tinha nada de interessante passando, pensei em sair para tomar um ar, mas parei ao sentir o respirador em meu nariz....não podia nem sequer mais sair da cama! Aquilo incomodava tanto, sem contar na constante coceira que eu sentia no nariz. . Mas o que me deixava preocupado era eu não estar sentindo nenhuma moleza, enjôo, dor, tontura, até a falta de ar não parecia ser tanta. Já tinha ouvido falar que quando alguém muito doente se sente bem repentinamente é porque o pior esta por vim...balancei a cabeça afastando esse pensamento. Respirei fundo, estava entediado, não tinha ninguém pra conversar. Olhei para todos os cantos do quarto...nunca tinha reparado que a cortina do meu quarto era exatamente igual a da casa da minha falecida avó...me lembrei quando roubei um de seus pincéis de pintura e com tinta guache fiz varias bolinhas na cortina, fiquei sem comer o bolo de chocolate dela durante um mês, ri ao lembrar da bronca que eu levei. Senti uma dor profunda no peito, mas não era física, era emocional...saudades...saudades de tanta coisa que eu deixei fazer, tanta coisa que eu queria ter dito a ela...me senti só, de um momento para o outro era como se as paredes do quarto se aproximassem fazendo com que ele ficasse menor e minha solidão aumentasse.
 Abracei a mim mesmo para espantar um frio que não existia...ouvi um barulho na porta, a maçaneta girou e Bill colocou a cabeça pra dentro...sorri, era como se tudo ficasse bem novamente. Ele entrou e parou ao meu lado.

__ Como esta se sentindo?

__ Por incrível que pareça muito bem... – falei com dificuldade, o respirador atrapalhava na hora de conversar, minha voz era quase inaudível. - ...não sei explicar, mas acordei bem hoje...

__ Isso é um bom sinal. – Bill disse sem muita coragem na voz, talvez já estivesse desiludido sobre mim...seus olhos baixos mostravam o quanto sofria... – eu tenho uma noticia que talvez não te agrade muito...a mamãe esta vindo pra cá, eu liguei ontem pra ela e contei tudo o que aconteceu, o que está acontecendo.

__ Por que fez isso Bill? – perguntei, senti uma incomoda coceira na garganta, aquilo era horrível... – eu não queria que ela soubesse, pra que? E-ela nunca se importou co-comigo... – sentia que não conseguiria ter uma conversa com Bill, minha voz começou a falhar e ficava mais baixa a cada palavra.

__ Até quando vai manter seu orgulho Tom? – Bill perguntou me olhando nos olhos, se virou e sentou-se na poltrona ao lado da minha cama. – até o momento em que você não tenha mais chances de poder dizer uma única palavra?! – aquilo doeu profundamente em mim. – a mamãe cometeu muitos erros Tom, eu não nego, mas também não posso negar que quando o papai estava vivo ela nunca nos desamparou... quando ficávamos doentes ela sempre perdia o sono e ficava acordada a madrugada inteira...ela sempre nos apoiou em nossa carreiras...mas quando o papai morreu ela pirou! – naquele momento me lembrei dos últimos dias de vida do meu pai...eu não o reconhecia naquela cama de hospital...magro, os olhos fundos, fraco...me lembrei da minha mãe, o quanto ela sofreu, como ela ficou ao lado dele até seu ultimo suspiro...ela o amava demais! – é muito egoísmo nosso acharmos que só nós sofremos com a morte do papai, ela também sofreu e muito...

__ Você tem razão! – disse por fim, olhei para o teto, não queria olhar para o rosto triste de Bill. – sabe, eu passo dia e noite nessa cama me lamentando por tudo o que eu não fiz...tu-tudo o que eu não disse...m-mas é bobagem... eu ti-tive uma vida maravilhosa...eu tive a carreira que se-sem-pre sonhei, conheci todos os lugares que eu sempre quis conhecer...eu me apaixonei como nunca pensei que fosse me apaixonar... e sabe de uma coisa... – olhei para Bill, ele sorria com os olhos chorando...e eu também sorria chorando – se eu morresse hoje, agora, eu morreria feliz! Porque eu VIVI Bill, eu acertei, eu errei, mas eu VIVI! Eu não vou mais me lamentar pelo o que eu não fiz, mas vou agradecer pelo o que eu pude fazer... – Bill nada disse apenas me deu um forte abraço, não eram necessárias palavras...o gesto já dizia tudo!

*******


Eu não sei ao certo por quanto tempo Bill e eu ficamos ali naquele quarto, rindo, chorando, lembrando de vários momentos de nossas vidas, mas foi tempo o suficiente para que eu me sentisse o quanto valeu a pena esquecer nossa briga!
 Meus olhos quase não se mantinham abertos para o filme que assistíamos...assim como o bem estar repentino tinha vindo ele tinha ido, o cansaço tomou conta de mim novamente, assim como a dificuldade para respirar.

__ Acho melhor eu ir, desde a metade do filme que você esta cochilando... – Bill disse se levantando e pegando seu casaco.

__ É...seu velho irmão já não tem mais aquela vitalidade de antes... – lhe respondi rindo.

__ Bom vou te deixar descansar... – ele veio ao meu lado e me deu um beijo na testa, antes que ele saísse pela porta, segurei seu braço lhe impedindo.

__ Cuida bem da Annie Bill, nunca a decepcione... e acima de tudo, SEJA FELIZ! – ele me olhou confuso. – eu amo você irmão! – senti uma forte necessidade de lhe dizer aquilo...ele sorriu.

__ Eu também amo você seu malandro! – ele me deu mais um beijo na testa e caminhando lentamente saiu pela porta do quarto...o vazio me preencheu novamente, mas esse era diferente...

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK,

CAFETERIA, ALGUMAS HORAS MAIS TARDE...

NARRADO POR ANNIE...


Carly e eu tínhamos criado uma forte ligação, era estranho como você acaba de conhecer alguém e já sente que pode lhe contar seus mais íntimos segredos...lhe contava sobre meu romance com Tom, mas algo me fez parar de falar, algo que os enfermeiros que passaram correndo pela enfermaria disseram: “ Estamos perdendo o quarto 321...”
321! O numero passava diversas vezes em minha mente...esse era o quarto do Tom!
*****

Não me lembro de ter corrido tanto como corria agora pelos corredores do hospital, sentia o vento frio bater em meu rosto, fazendo as lagrimas parecerem mais frias...não podia ser verdade, eu não queria acreditar...cheguei em frente ao seu quarto, a porta fechada, fui até o vidro e através dele pude ver inúmeros enfermeiros e médicos ao seu redor...o balão de oxigênio tinha sido colocado, tentavam reanima-lo com o desfibrilador, uma, duas, três vezes....seu corpo não se movia...gritava seu nome, batia no vidro, chorava! Eles lhe aplicaram algo que supus ser adrenalina, mais uma vez o desfibrilador, seu corpo caiu mole sobre o colchão...esmurrava o vidro, tentava gritar mais minha voz não saia pelo nó que tinha na minha garganta! Um dos médicos pareceu notar minha presença, foi até o vidro e fechou a cortina, gritei mais, esmurrei mais, eu queria ver o que acontecia, meu corpo foi caindo ao chão...Carly apareceu na minha frente, se agachou na minha frente e me abraçou...

*****


A movimentação no quarto de Tom era intensa, iriam transferi-lo para a UTI, mais uma vez conseguiram reverter a parada cardíaca, mas dessa vez tinha sido por pouco...Tom estava em como induzido...Esperávamos ansiosos pelo medico, queríamos noticias. Bill que tinha estado com seu irmão mais cedo chorava silenciosamente ao meu lado, Carly estava do meu outro lado e segurava firme minha mão...do corredor da UTI o médico apareceu...corremos até ele.

__ E então doutor? Como ele esta? – Carly perguntou com pressa e preocupação...ele balançou a cabeça.

__ Nada bem, essa ultima parada cardíaca foi mais forte do que eu esperava...ele ficou por um fio eu confesso! – levei a mão a boca assustada. – vou ser muito sincero, se o Tom não fizer o transplante até amanhã no máximo, eu infelizmente não poderei fazer mais nada por ele...mas eu tenho uma ótima noticia... Encontramos um doador!

 Postado por: Grasiele

Glamourous - Capítulo 35 - ... And maybe you're the angel that we expected

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK

NARRADOR...


  Aquela segunda-feira tinha amanhecido chuvosa, na verdade a chuva não tinha cessado desde o dia em que Tom teve sua primeira parada cardíaca...ela caia pesada, forte, assim como as lagrimas de Annie que chorava pelos cantos escondida, não queria que Bill a visse assim e ficasse pior...queria lhe passar força...que a mesma não tinha.
 Tom tinha acordado apenas uma vez depois do ocorrido e tinha sido por pouco tempo, o resto do tempo passava dormindo profundamente! Bill tinha decidido avisar sua mãe, mesmo que fosse contra a vontade de Tom.

__ Annie ela é mãe dele, mesmo que o Tom fique chateado ela precisa saber... – Bill mexia constantemente em sua xícara de café. - ...ela precisa vê-lo, já pensou se... – ele não terminou a frase, Annie pegou em suas mãos geladas fazendo com que ele parasse de olhar para o chão e olhasse para seus olhos.

__ Não vai acontecer nada com o Tom...vai dar tudo certo e bem...talvez você tenha razão e seja o melhor avisar sua mãe. – Bill assentiu positivamente, se levantou pegou seu casaco.

__ Vou ligar para ela. – ele deu um breve selinho em Annie e saiu pelo corredor que dava para os quartos. Annie permaneceu ali sentada, perdida em seus próprios pensamentos...ficou pensando na provável confusão que teria assim que Tom soubesse que sua mãe tinha sido avisada. Assim que Tom descobriu que estava doente ele fez todos prometermos que não importasse o que acontecesse não iríamos dizer nada a sua mãe...ela nunca havia se importado com eles desde que o pai morreu...

NARRADO POR ANNIE...

__ Er com licença... – me assustei com a voz baixa que surgiu atrás de mim, me virei e uma garota me olhava curiosa. – Eu não pude deixar de ouvir sua conversa com aquele moço que saiu daqui e eu queria saber, vocês conhecem o Tom? – fiquei surpresa...ela conhecia o Tom? Quem era ela? – Posso me sentar?

__ É claro que sim, me desculpe eu ando meio distraída. – ela se sentou na minha frente. – mas você queria saber se eu conhecia o Tom? – ela fez que sim com a cabeça. – é eu conheço, sou uma grande amiga e cunhada dele...se é que se pode dizer... – estava com o Bill a tão pouco tempo que até achava estranho me considerar assim.

__ Ah então aquele rapaz é irmão dele? Bem que eu notei uma leve semelhança...

__ É eles são gêmeos...nem parece, mas são...mas e você conhece o Tom? – ela sorriu cabisbaixa.

__ Bem eu o conheci numa situação nada agradável...acabei de chegar do enterro do meu filho... – me surpreendi ao ver que uma garota tão nova já tinha tido um filho e o perdido.

__ Eu sinto muito...

__ Tudo bem...o Tom me ajudou no momento em que eu mais precisei, enquanto todos achavam que eu era uma louca por gritar pelo hospital ele apenas foi ate mim e sem dizer nada me ajudou...aquilo me deixou tão emocionada e eu sinto um grande agradecimento por ele, se não fosse ele...eu nem sei se estaria aqui e bem eu escutei você e o irmão dele conversando e gostaria de saber melhor pelo o que ele esta passando...saber se eu posso ajudar de alguma maneira... – não sei por que, mas senti uma forte confiança nessa garota e pouco a pouco fui lhe contando tudo o que tinha acontecido...

...

__ Então o Tom precisa de um doador urgentemente? – ela perguntou assim que terminei de lhe explicar tudo... – mas vocês não tem ninguém em mente...todos já fizeram os exames?

__ Infelizmente todas as pessoas possíveis já fizeram e ninguém é compatível...a cada dia que passa ele fica pior e a gente acaba desanimando sabe? E essa parada cardíaca agora só fez tudo piorar... – olhei para Carly e ele estava pensativa...olhando para o nada.

__ Talvez nem todos tenham feito os exames...
 ******

__ Muito bem, daqui uma semana o resultado ficará pronto? – o enfermeiro nos informou.

__ Eu não sei como te agradecer Carly? Mesmo que você não seja compatível, já é uma esperança pra gente... – Carly segurou minhas mãos...

__ Você não tem que me agradecer em nada, só fiz o que meu coração desejava...e vamos pensar positivo okay? – ela tinha um sorriso tão bonito, mas o que mais chamava a atenção nela era seus olhos amarelos...

__ Talvez você seja o anjo que nós estávamos esperando... – ela sorriu e me deu um abraço apertado.

__ Quem sabe... – senti um forte arrepio assim que ela terminou a frase.

Postado por: Grasiele

Glamourous - Capítulo 34 - For you have kept the love...

SOHO GRAND HOTEL...

NARRADO POR ANNIE...

Eu estava parada em sua frente, ele parecia confuso, talvez não esperasse que eu aparecesse ali sem mais nem menos. Ficamos nos olhando, Bill ainda segurava a porta, parecia congelado...ele abriu a boca diversas vezes, mas nenhuma palavra saiu dela...respirei fundo...

__ Me desculpa aparecer aqui sem avisar, mas eu precisava muito falar com você, eu não sei se o seu irmão já falou com você ma... – fui interrompida por Bill que me puxou pra dentro do apartamento, nossos corpos agora estavam grudados, minha respiração começou a falhar e aquela sensação de moleza e fraqueza que eu não sentia há muito tempo tomou conta de mim, minhas mãos começaram a suar. Bill segurou meu rosto com as mãos, começou a acaricia-lo, fechei os olhos sentindo cada toque seu...como eu senti falta daquelas mãos...do seu toque suave. – como eu senti falta de você...

__ Eu que o diga... – a voz rouca de Bill me arrepiou. Nos olhávamos intensamente. – Eu sonhava tanto em te ter nos meus braços... – suas mãos se moveram até meus braços os acariciando - ...sentir seus lábios mais uma vez... – agora ele traçava o contorno dos meus lábios com os dedos, eu estremecia a cada toque, meu corpo estava fervilhando - ...cada vez que eu te via era uma tortura, porque eu te queria comigo! – suas mãos desceram por toda as minhas costas, parando em minha cintura, ele me trouxe mais perto de seu corpo. Nossos olhares se cruzaram...seu nariz começou a roçar meu rosto...eu apenas respirei fundo... – eu te amo tanto! – ele sussurrou em meu ouvido, aquelas palavras me deixaram louca. Olhei fixamente para ele, segurei seu rosto com as mãos, eu precisava sentir que ele estava mesmo ali, que ele era meu.

__ Nunca, nunca mais, eu quero ficar longe de você...eu quero você só pra mim! – Não esperamos mais...nos beijamos. Eu não sei explicar qual foi a sensação que eu tive ao sentir os lábios macios de Bill nos meus...foi uma sensação de satisfação, era como se todas as partes que faltassem em mim fossem se agrupando novamente...era como se meu coração voltasse a ser o de meses atrás. O beijo era calmo, as mãos de Bill percorriam meu corpo, as minhas estavam entranhadas em seus cabelos. O seu gosto era tão bom, eu o queria senti-lo sempre! Nossas línguas faziam movimentos sensuais. Ele tirava calmamente as alças do meu vestido enquanto acariciava meus ombros...o mesmo já estava no chão. Paramos nosso beijo, nos olhamos e palavras não eram necessárias, elas já era ditas com nosso olhar. Minhas mãos deslizaram no pescoço de Bill para suas costas, peitoral, abdômen. Rápido ele me pegou no colo e como se eu fosse uma noiva ele me carregou até seu quarto, acariciava seu rosto perfeito e ele sorria. Ao pé de sua cama eu fui colocada... Iniciei outro beijo, esse mais intenso, apressado. Bill dava mordidas, chupões em meus lábios, calmamente ele abriu o feixe do meu sutiã, suas mãos exploravam cada parte que podiam, me causando arrepios contínuos. Ele deixou meus lábios e começou a distribuir chupões e mordidas em meu pescoço, colo, seios... eu suspirava a cada toque mais intenso. Sem deixar as caricias de lado sumimos em sua cama...Bill estando por cima de mim, me olhou tão docemente...ele tirou uma mecha do meu cabelo que estava sobre meu rosto...

__ Você é tão linda...um anjo...meu anjo! o puxei para outro beijo, minhas unhas arranhavam suas costas, ele apenas soltava alguns gemidos baixos. Seus lábios traçavam um caminho pelo meu corpo, passando pelo pescoço, colo, seios, barriga, quadril...eu já estava em estado de êxtase. Calmamente ele tirou minha peça intima restante, acariciando minhas pernas...eu precisava de mais...nós precisávamos. Ele retirou suas peças restantes e me preencheu...a sensação de tê-lo dentro de mim mais uma vez era a melhor de todas. Nossos movimentos eram sincronizados, intensos...os gemidos eram calados por beijos fortes. Ele intensificou as investidas e chegamos juntos ao clímax. O corpo de suado de Bill foi caindo lentamente sobre o meu...suas mãos mais uma vez acariciaram meu rosto suado...ele me deu um selinho demorado, saindo de mim e se deitando ao meu lado. Repousei minha cabeça em seu peito...escutei seu coração bater acelerado.

__ Eu te amo. – disse calmamente. Senti que minha vida tinha tomado o rumo certo...pela primeira vez, não senti um certo peso na consciência...


Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir


Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir...


... Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar...



NARRADO POR TOM...

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK...

Eu estava totalmente perturbado com a historia que Carly, a mãe do garotinho que morreu tinha me contato...ele tinha tomado dois tiros do próprio pai, motivo? Ciúmes de Carly! Eu não conseguia entender como um pai tinha coragem de matar o próprio filho por ciúmes...ele não era um pai e sim um doente mental! O que eu senti com o abraço de Carly foi tão profundo, intenso...algo diferente, confesso que fiquei com medo. E minha vontade agora era de ficar perto dela, ajuda-la, consola-la, o faria se não estivesse me sentindo tão mal. Logo depois de Carly me contar o que tinha acontecido comecei a senti dores profundas no estomago, falta de ar e tontura...já tinha sido medicado, mas ainda não me sentia bem...a falta de ar só aumentava, respirava como alguém que tinha asma...por sorte uma enfermeira chegou naquele exato momento...

__ Tom?! Você esta bem Tom?! – ela perguntou assustada, pegou em meu pulso para sentir meus batimentos, anotou algo na minha prancheta e apertou o botão que chamava os médicos. Eu sentia cada vez mais meu corpo ficar mole...minhas pálpebras não agüentariam muito tempo mais abertas. O meu medico entrou apressado pela porta...

__ Tragam o balão de oxigênio! – não ouvi mais nada!


NARRADO POR ANNIE...

Bill andava de um lado para o outro nos corredores no hospital...tínhamos recebido a noticia que Tom tinha tido uma parada cardíaca, e que agora respirava com a ajuda de equipamentos. Eu chorava em meu canto...o medo começou a me invadir, o médico disse que era comum pacientes no estado do Tom terem paradas cardíacas, mas quantas mais ele agüentaria? As lagrimas silenciosas desciam pelo rosto preocupado de Bill...me levantei, fui até ele o abracei de lado fazendo com que finalmente ele parasse de dar tantas voltas...o medico saiu do quarto.

__ E então Doutor? – Bill perguntou com pouca voz.

__ Ele esta bem na medida do possível, como eu disse é normal que pacientes como o Tom tenham esse tipo de problemas, mas não pensem que é normal...o coração nem sempre agüenta... – respirei fundo e abracei mais forte Bill. - ...agora ele esta dormindo e terá que contar com a ajuda do aparelho pra respirar!

__ E o que a gente pode fazer? – perguntei preocupada.

__ Nesse momento?! Achar um doador para o Tom!


NARRADOR...

O grande problema das pessoas é achar que as coisas ruins esperam nós encontrarmos soluções. ELAS NÃO ESPERAM!

Postado por: Grasiele

Glamourous - Capítulo 33 - Do what must be done!

NARRADO POR TOM...

HORAS DEPOIS...


Depois da minha conversa com a Annie tenho que confessar que estava triste, mas satisfeito por minha atitude. Eu não era tão egoísta...mas agora a conversa era outra e com outra pessoa. Estava em minha cama lhe esperando...a porta se abriu, Bill apareceu com um sorriso de lado, sorri também. Fiz um gesto com a cabeça para que ele entrasse, ele entrou, se sentou ao meu lado. Ficamos nos encarando em silencio, respirei fundo...

__ Bom eu te chamei aqui porque preciso lhe contar algumas coisas...coisas que dizem respeito a você, a mim, a Annie...

__ A Annie? O que aconteceu? Vocês discutiram de novo? Tom você não aprende mesmo não é, vai acabar perdendo ela e depois va...

__ Nós terminamos! – disse claro e objetivo, Bill arregalou os olhos. – eu e Annie não estamos mais juntos...

__ Como assim? Por que vocês terminaram? – talvez não fosse tão fácil como eu pensava – logo logo vocês se entendem...

__ Não Bill! Foi definitivo, uma decisão que era preciso ser tomada...eu e a Annie nunca deveríamos ter ficados juntos, ela nunca foi minha... – Bill me olhou curioso, rapidamente ele se levantou da poltrona e foi até a janela, ficou parado de costas pra mim, ele sabia! – Você sabe porque eu te chamei aqui, não sabe? – ele não me respondeu, se virou e me encarou, começou a andar de uma lado para o outro.

__ Sim, eu sei e foi a maior besteira que você já podia ter feito, se você pensa que agora eu vou correr pros braços da Annie esta muito enganado Tom, eu não vou.

__ E por que não vai? Bill a Annie não me ama com homem...

__ É claro que ama! Não consegue perceber?! – ele agora estava parado de frente para mim, parecia nervoso.

__ Consigo! É porque eu consigo perceber que terminei tudo...Bill é possível ver em seu olhar  quanto ela ainda te ama... – ele se virou novamente para a janela. – e o quanto você a ama!

__ Eu não a amo! Eu a esqueci! Tom... - ele correu ate mim, se sentou ao meu lado e segurou minha mão direita. – você precisa dela, tem que estar ao lado dela...você a merece.

__ E eu a terei ao meu lado, como minha amiga! Mas é você quem ela ama e ela mesma já se decidiu...ela já escolheu que quer ser feliz com você... – Bill estava cabisbaixo. – só depende de você agora...depende de você tentar ser feliz ao lado de quem você realmente ama! Bill... – ele me olhou triste, pus minha mão esquerda sobre a sua. – eu nem sei se vou sobreviver, a cada dia que passa eu pioro e nada de encontrar um doador, eu não posso deixar que uma pessoa abandone sua vida, por uma vida que eu nem sei se vai existir amanhã...agora você tem toda a vida pela frente, tem saúde para fazer ela feliz! Então por favor, por mim, por você...fique com ela! – Bill tinha lagrimas nos olhos, ele abaixou a cabeça e ficou pensativo. – Você tem que fazer o que é certo...

__ Eu não a mereço...sou uma pessoa cheia de defeitos Tom...

__ E quem não tem defeitos Bill? Todos temos, você tem que esquecer o que já passou e pensar no que você se tornou agora! E me responda uma coisa, quem foi a pessoa que mais te apoiou, mesmo sabendo o que você tinha feito? Quem fez com que nós nos entendêssemos? A Annie e por que? Porque ela te ama Bill! – ficamos em silencio mais uma vez, Bill encarava o chão...pude ver uma lagrima rolar por seu rosto. – Hey! – ele me olhou. – quando a gente ama alguém faz coisas que muitas vezes o coração não quer, mas é preciso! Quando à gente ama alguém, queremos ver a outra pessoa feliz! Você desistiu dela por mim Bill, por me amar, por ama-la, eu apenas estou fazendo o mesmo, desistindo dela por você, por ela e por mim!

__ Posso te perguntar uma coisa? – Bill falou com a voz baixa, assenti com a cabeça. – Você esta sentindo algo pela Elisabeth?

__ Não! Eu pensei por um tempo que estava, mas não. Eu confundi tudo, sei lá, eu via na Elisabeth um apoio por ela passar pelo mesmo problema que o meu, mas é só isso. E sabe, eu decidi que não quero me envolver com ninguém, pelo menos por enquanto, não quero que ninguém se apaixone por alguém doente e que não tem um futuro certo...quem sabe depois, se eu me curar...

__ É claro que você vai se curar! Pensamente positivo lembra? – sorri. – Obrigado Tom! Obrigado por me perdoar, por ser tão legal comigo depois de tudo o que eu te fiz... – Bill pegou mais uma vez em minhas mãos e as apertou forte. - ...eu prometo que nunca mais vou te decepcionar, prometo!

__ A única coisa que eu quero que você me prometa é que vai ser feliz... – disse segurando também suas mãos.

__ Eu prometo! – sorrimos um para o outro e nos abraçamos...o que tinha que fazer eu fiz, meu dever estava cumprido...agora só dependia deles!


HORAS DEPOIS...

SOHO GRAND HOTEL...APARTAMENTO DO BILL...

NARRADOR...


Depois da conversa com Tom, Bill se dirigiu até sua casa, precisava descansar, pensar no que faria, mal ele sabia que a solução estava a metros de distancia...acho que a campainha irá tocar! Bill correu até a porta, sem camisa, ele estava se preparando para tomar banho...ao abrir a porta quase caiu duro no chão...Annie estava parada em sua frente...

Acho que já sabemos aonde isso vai acabar...


NO MESMO MOMENTO...

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK...

NARRADO POR TOM...

Eu ainda estava acordado quando percebi uma grande movimentação nos corredores do hospital, havia uma mulher gritando...me levantei, caminhei ate a porta e a abri, havia médicos e enfermeiros correndo por toda a parte. Olhei para todos os lados, pude ver quem gritava. Uma mulher que não aparentava mais de vinte anos estava caída ao chão, chorava muito, gritava por...seu filho! Ela não aparentava já ter filho.

__ Traga me filho de volta, por favor! – ela gritou para um medico que passava por ali, rapidamente ela se levantou e segurou no colarinho do jaleco do medico. – Por favor traga ele de volta, não deixe que ele se vá, por favor!! – ela perdia as forças aos poucos e novamente foi caindo no chão, o medico apenas caminhou na mesma direção que os outros médicos. Corri até ela, impedindo que ela caísse com força no chão, as pessoas a olhavam em volta com pena, eu sabia como era ter esse olhar...terrível. Ela pareceu nem notar que caiu em meus braços, estava mole, sem forças. – Christopher... – ela disse em um sussurro e esticando os braços para a porta por onde provavelmente seu filho tinha passado. Eu a levantei com o pouco de força que tinha, ela apenas se deixou ser levada, a coloquei sentada em uma das cadeiras e ali ela ficou, não se mexeu, não olhou para mim, nada, apenas chorava e olhava atentamente para a porta...porta que agora eu sabia o que indicava...acima dela estava escrito com letras grandes “NECROTERIO”! Gelei ao ver aquele letreiro, tão jovem e já com uma perca tão grande. Estava sentado ao lado dela e pela primeira vez ela pareceu sair do transe em que se encontrava. Me olhou e pude notar por detrás de tantas lagrimas seus belos olhos amarelos como o mel!


__ Eu sinto muito... – foram as únicas palavras que consegui dizer antes de receber o abraço mais sincero, triste e que me fez ficar arrepiado da cabeça aos pés...


NARRADOR...

É incrível como podemos encontrar o amor de nossas vidas nos lugares mais improváveis e nas horas mais improváveis.

Postado por: Grasiele

Glamourous - Capítulo 32 - You were never mine...

NARRADOR...

NO DIA SEGUINTE...

Aquela sexta feira tinha amanhecido nublada e fria, talvez o tempo saiba o que esta por vir! Tom não tinha dormido direito essa ultima noite, mas quem conseguiria dormir depois de ver sua amada demonstrando seus reais sentimentos...que não eram por ele. Tom tinha pensado e repensado, sua cabeça devia estar doendo de tanto pensar, mas ele já tinha se decidido e nesse momento ele e Annie estavam sentados embaixo de uma árvore no jardim do hospital.

__ E então o que te deu pra acordar tão cedo e sair do seu quarto? – Annie perguntou se sentando de frente para Tom, o mesmo sorriu de lado, mas seu rosto estava triste, afinal não seria fácil para ele. – A julgar pela sua cara não é coisa boa...que foi que eu fiz?

__ Você não fez nada...eu fiz! – Annie pareceu confusa, Tom segurou as mãos de Annie e respirou fundo...buscava palavras pra começar. – Annie eu me dei conta de algumas coisas, talvez tarde demais...mas o que você precisa saber mesmo é que não importa o que aconteça eu sempre vou te amar, você sempre vai ser a mulher que me fez descobrir o mundo, a mulher que me fez viver, que me amadureceu...

__ Do que ta falando Tom? Parece até que ta se despedindo de mim...

__ Talvez eu esteja...Annie, ontem eu vi você e o Bill, juntos no corredor, vocês trombaram um no outro e depois ficaram unidos e se olhavam da forma mais apaixonada possível...

__ Ah Tom por favor não vai começar com isso...

__ Me deixa falar! – Tom exclamou olhando Annie profundamente, ela se calou. – Só não enxerga quem não quer, eu não quis, nunca quis, mas ontem eu pude ver que nossa relação não é tão verdadeira assim, talvez tenha sido por um tempo, mas já não é mais. – Annie tirou suas mãos das de Tom.

__ Ta me dizendo que eu menti pra você durante todo esse tempo? Acha mesmo que eu nunca te amei?

__ Eu não disse isso...não duvido do seu amor por mim Annie, mas existem vários tipos de amor, acho que você apenas os confundiu! – Annie estava cabisbaixa, ela não queria aquela conversa, mas mais dia menos dia a verdade aparece. Tom segurou o rosto de Annie com as mãos fazendo com que ela o olhasse. – Hey! Eu não estou chateado com você, até porque se estamos tendo essa conversa hoje Annie é por culpa minha, eu me distanciei de todos...eu me distanciei de você! Eu deixei que o que nós tínhamos fosse se apagando...não sabe como me culpo por isso.

__ E o que você quer então? – Annie chorava, todos já tinham percebido o que só ela não queria perceber.

__ Eu quero que você seja FELIZ! Não importa com quem, mas eu quero te ver feliz...quero te ver como quando eu te conheci, pulando pelos cantos, brincando com todos...eu quero a Annie que eu conheci. – a emoção começou a tomar conta de Tom também. – Sejamos realistas Annie, você nunca foi minha e sabe disso. A única coisa que eu quero agora é que você seja feliz com quem você realmente ama...não como um amigo e sim como homem.

__ Mas é você... – Annie foi interrompida por Tom.

__ Não Annie, você sabe que não...agora você só precisa se libertar desse amor que você acha que sente...se libertar de mim. – lagrimas desciam compulsivamente pelo rosto de Annie, Tom as enxugou com seu dedo indicador, ele sorriu. – Para de ser chorona, cadê aquele Annie fortona que eu conheci?

__ Isso é um fim então? – Annie perguntou com a voz embargada.

__ É claro que não, é um COMEÇO! Pra mim e pra você! – Tom disse sorrindo, ele se aproximou de Annie e lhe deu um beijo demorado em sua testa.

__ Eu não sei o que vai ser da minha vida sem você! – Tom sorriu e acariciou o rosto de Annie.

__ E quem disse que você vai ficar longe de mim, eu não vou te deixar nunca! Vou te perseguir pra sempre! – Tom pulou em cima de Annie e começou a fazer cosquinhas nela, os dois riam sem parar. Acabaram caindo e Tom ficando sobre Annie, se olharam docemente e amigavelmente. Tom deu um beijo demorado na testa de Annie. Os dois voltaram a se sentar de frente um para o outro. – Promete pra mim que vai começar a viver sua vida agora, com quem você quiser, quem te faça feliz... – Annie respirou fundo e assentiu positivamente, se dando por vencida. No final das contas ela sabia que esse era o certo, que pela primeira vez ela não estava mentindo para ninguém, que ela não mentia pra si mesma.

__ Mas eu vou continuar aqui no hospital, eu não vou te deixar por nenhum segundo...

__ E eu nem quero isso, só quero que você comece a viver sua vida...bom acho que nosso conversa já acabou, agora eu preciso conversar com outra pessoa, me acompanha até o quarto? – Tom se levantou e estendeu a mão para Annie. Ela pegou em sua mão e o abraçou, Tom retribuiu...ficaram assim longos instantes...

NARRADOR...

Tudo acaba bem, quando tem que acabar bem. Mas isso não é um fim. É um COMEÇO!

Postado por: Grasiele

Glamourous - Capítulo 31 - So beautiful destruction

NARRADOR SOHO GRAND HOTEL...

Um mês depois...

 O vento forte batia nas janelas das casas e prédios de New York, o outono tinha chegado e com ele uma brisa fria... era o prenuncio de novos acontecimentos, talvez bons...talvez não. Os dias tinham passado, as coisas tinham mudado novamente. Elisabeth tinha reaparecido, mas não tão bem... Sua doença tinha piorado, estava de cama sem poder sair para nenhum lugar, o que tinha feito Tom pirar e é claro afastado ele de todos mais uma vez, especialmente de Annie, esta que apesar de estar sofrendo ao ver Tom totalmente preocupado e dedicado a Elisabeth e cada vez mais longe dela não tinha brigado muito menos abandonado Tom...pelo contrario a cada dia que passava Annie se dedicava mais a ele, mas era visível sua tristeza...é pequena Annie, ser deixada de escanteio realmente não deve ser nada bom. Mas não era apenas Elisabeth que tinha piorado, cada vez mais se notava a doença de Tom. Ele tinha emagrecido 4 quilos, chegava a dormir o dia inteiro e mal comia, mas era incrível como ele sempre estava no quarto de Elisabeth lhe visitando, mesmo estando tão indisposto... mas o amor é capaz de tudo! Mas existem males que vem para o bem, o distanciamento de Tom fez com que duas pessoas se reaproximassem...Bill e Annie! Os dois passavam o tempo em que Tom os abandonava juntos. Conversavam, choravam, riam... Tom, é bom não chorar sobre o leite derramado. Annie tinha ido visitar Maria, fazia muito tempo que não a via, precisava de conselhos de alguém mais experiente.

__ E você não pretende retomar a carreira? – Maria perguntou séria a Annie lhe servindo mais um pouco de café. Annie segurou firma sua xícara, ficou um tempo pensativa, observando a fumaça que saia do café.

__ Por enquanto não, talvez quando o Tom melhorar...talvez nunca mais... – Annie afirmou cabisbaixa, Maria a observou docemente. Ela se sentou em frente à Annie e pegou sua xícara de café.

 __ E eu que vi uma carreira brilhante pra você, nunca nenhuma modelo fez o sucesso que você fez em tão pouco tempo e pra que? Eu torci muito por você Annie e ainda torço, mas também te entendo... – Annie sorriu de lado, um filme começou a passar em sua cabeça. Ela se lembrou de quando era pequena e ficava desfilando pela casa sonhando em um dia desfilar em uma passarela de verdade...se lembrou de quando Maria lhe encontrou na cafeteria...o primeiro desfile...lagrimas começaram a brotar em seus olhos. – Annie posso lhe perguntar algo sinceramente?! – Annie limpou as lagrimas que caíram e assentiu positivamente com a cabeça. Maria olhou Annie firmemente. – De verdade, do fundo do seu coração, o que você sente pelo Tom? – Annie ficou surpresa com a pergunta. Se ela fosse feita há alguns meses atrás Annie teria a resposta na ponta da língua...mas meses se passaram, coisas aconteceram e talvez a resposta já não estivesse tão nítida assim. Mesmo confusa a mentira é um veneno que sai sem ao menos pensarmos, por sorte a mentira é um veneno que é descoberto com apenas um olhar.

__ Que pergunta Maria, eu o amo, você sabe...

__ Eu Annie? Eu não sei de nada, a única coisa que eu sei é que você sacrificou sua carreira, seus sonhos, sua vida, por alguém que agora simplesmente esta se esquecendo de você...esta se esquecendo de todos. – Annie ficou cabisbaixa, Maria segurou as mãos de Annie. – Me escuta, eu não estou dizendo que o que você esta fazendo é errado, pelo contrario, você ter desistido de sua vida mostra como você ama o Tom, mas será que esse amor é o amor que você acha que sente?...um amor de homem e mulher ou um amor de amigos? – Annie ficava cada vez mais confusa com o que Maria dizia. – Será que de tanto você querer acreditar que amava o Tom, você não acabou acreditando em uma mentira?! Será que você não criou um conto de fadas Annie onde tudo era perfeito e lindo, mas de repente com a doença do Tom você viu seu conto de fadas desmoronar e a verdade começar a aparecer?

__ Por que ta dizendo isso? Você acha que eu não amo o Tom? Acha que eu menti pra ele todo esse tempo? – escutar a verdade parece nos deixar frustrada...Annie estava frustrada.

__ Eu acho que você mentiu pra si mesma Annie, você se perdeu em seu mundo de fantasia, mas uma hora o mundo real nos chama de volta...parece que com o Tom te deixando de lado e você se reaproximando do Bill tudo começou a querer se encaixar... – Maria estava fazendo Annie enxergar as coisas por outro ângulo...o da verdade. – Sejamos realistas Annie, ninguém deixar de amar alguém apenas acreditando que ama outro.

__ Eu não amo mais o Bill! – Annie falou decidida, Maria apenas sorriu.

__ Annie eu não quero que você perceba porque eu estou dizendo, eu quero que você perceba sozinha e assim que você perceber faça a coisa certa...você sabe o que é! – Annie se levantou, pegou sua bolsa e foi em direção a porta.

__ Muito obrigado pela conversa, mas acho que eu já estou fazendo a coisa certa!


É por isso que eu sempre as alerto garotas : “Não criem um conto de fadas para viver...o príncipe nem sempre é tão bonito, o castelo nem sempre é tão magnífico e as bruxas existem e nem sempre são derrotadas!”

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK...

 Annie entrou no hospital como um furacão, Maria tinha lhe deixado tão confusa. CUIDADO ANNIE! Você deveria olhar por onde anda! Ela acabou esbarrando com força em nada mais nada menos que Bill. E a trombada foi tão intensa que seus corpos ficaram colados e os dois se olhavam com cara de tontos. Sabe o que eu penso com quartos de Hospitais que tem aqueles vidros...totalmente desnecessários, as pessoas do lado de fora acabam não tendo privacidade e bem alguém tinha visto aquele esbarrão.

NARRADO POR TOM...

 Fiquei estático ao ver Bill e Annie de corpos grudados depois do esbarrão que eles tinham dado. Por que os corpos ainda estavam unidos? E por que eles se olhavam tão profundamente? Por que o sorriso tímido se formou? Tudo não fazia sentido pra mim, por que faria? Ela me amava, era o que sempre me dizia... Mas será que ela realmente me amava? E se ela apenas tivesse pena de mim? E se tudo o que aconteceu foi todo um teatro? Mas Annie não seria capaz de fazer isso comigo...mas ela nunca tinha me feito nada de mal até... meu Deus eu mesmo tinha afastado ela de mim, eu esqueci que é ela quem dorme em uma poltrona ao meu lado todos os dias...eu me esqueci que ela desistiu de tudo por mim...eu simplesmente a deixei por alguém que eu acabei de conhecer...eu nada podia exigir dela...e só agora eu percebi a musica que tocava no radio na cabeceira da minha cama....

 And I hope you find it
E eu espero que você encontre
 What you?re looking for
você está procurando
 And I hope it?s everything you dreamed your life could be
 E eu espero que seja tudo que você sempre sonhou para a sua vida
 And so much more
 E muito mais
 And I hope you?re happy
 E eu espero que você esteja feliz,
 Wherever you are
 Onde quer que esteja
 I wanted you to know that
 Eu queria que você soubesse disso
 And nothing?s gonna change that
 E nada vai mudar isso
 And I hope you find it
 E eu espero que você encontre

Eu não sei se sinais divinos existem, mas aquela musica não tocou naquele momento sem um proposito...Bill e Annie se olhavam como talvez eu sempre quis que Annie me olhasse...era esse olhar que eu sempre procurei nela e eu tive por algum tempo, mas por minhas escolhas eu o perdi...e o que podia fazer agora? Eu tinha que fazer a coisa certa! Annie tinha que ficar com quem ela ama de verdade, quem ela sempre amou, quem ela sempre procurou!

NARRADOR...

Eu não tenho nenhum poder de premonição, mas acabo de prever grandes mudanças. Uma música pode mudar muitas coisas.

Postado por: Grasiele

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