sábado, 25 de fevereiro de 2012

Glamourous - Capítulo 38 - Our Destinations... So uncertain!

1 ano depois...

NARRADO POR ANNIE...

Sai da clinica aos prantos, me sentia impotente, um nada! Carregava o exame em minhas mãos tremulas, Bill saiu apressado do carro onde me esperava, veio até mim...me olhava preocupado.

__ O problema não é você, sou eu! Eu não posso ter filhos! – disse aos prantos. – nem pra isso eu sirvo Bill, eu nunca poderei ser mãe... – Bill me puxou para um abraço, chorei em seu peito, ele afagava meus cabelos, sabia que estava decepcionado...ele se separou do abraço e segurou meu rosto com as mãos, me fez olhar em seus olhos...

__ Hey! Eu te amo! Não importa os problemas que aparecerem no nosso caminho, nós os enfrentaremos e venceremos...daremos um jeito! – o abracei novamente...eu não sei  se podíamos dar um jeito naquilo...


8 meses depois...

Era fim de Setembro...o outono tinha chegado! As ruas tinham se tornado uma grande atração, as folhas amarelas cobriam todo o chão de New York. Aquela manhã estava mais quente do que as outras...olhava pela janela do carro as crianças que corriam pelas calçadas com suas pesadas mochilas a caminho da escola...sentia um frio na barriga desde ontem...
Bill batia com as mãos no volante do carro enquanto estávamos parados no sinal...o barulho de suas mãos quebrava o silencio que se fazia no carro, ele olhava fixamente para o sinal...nem piscava...me virei novamente para encarar as ruas largas daquele bairro. O carro parou, olhei a grande placa da mansão à frente... “Orfanato Santa Mônica”...senti arrepios pelo corpo...

__ Tem certeza que está pronta?! Se quiser a gente pode... – olhei para Bill e sorri, segurei suas mãos...

__ Eu quero fazer isso, só estou um pouco ansiosa e com muita expectativa... – Bill deu um beijinho em minhas mãos, me olhou sorrindo.

__ Vai dar tudo certo! Confia em mim?!

__ Sempre! – dei um selinho nele, respirei fundo e abri a porta do carro. Sai e já consegui ouvir os gritos das crianças, ajeitei minha jaqueta e cachecol. Bill me abraçou de lado e caminhos por entre os jardins do grande orfanato. A simpática freira que já tinha nos atendido há algumas semanas atrás nos esperava sorrindo. – Bom Dia Irmã Sara!

__ Bom dia meus jovens! Que bom que vieram! – ela sorria! – Venham às crianças estão bem agitadas hoje! – olhei para Bill que sorriu animado, seguimos a irmã Sara.

Assim que entramos um garotinho que não devia ter mais que seis anos trombou com força em mim, me preocupei ao vê-lo no chão, mas o mesmo logo se levantou e sem nem olhar para nós voltou a correr...fiquei espantada, se fosse eu quando criança estaria aos prantos!
Chegamos à sala onde todas as crianças estavam reunidas, meu Deus que bagunça! Foi à primeira coisa que pensei...elas pulavam, corriam, gritavam, caiam...é elas estavam bem agitadas.

__ Vou dar uma olhada por aí... – Bill disse dando um beijo em minha testa e saindo. Enfiei as mãos nos bolsos de trás da minha calça e entrei na grande sala, decidi me sentar em um banquinho e apenas observa-las. Era tão estranho isso, como se é possível escolher um filho como se ele fosse uma bolsa de marca?! Isso não era possível, não era uma mercadoria. Mais uma vez a tristeza tomou conta de mim, porque eu não podia ter filhos meus como a maioria das mulheres?! Que egoísmo da minha parte, essas crianças todas foram abandonadas e eu aqui fazendo pouco caso disso, mas é que não conseguia escolher...meu olhar corria por toda a sala...até que vi algo que me deixou curiosa, uma menina conversava com outra usando a linguagem de sinais...me levantei e caminhei até elas...

__ Oi! – disse baixinho, as duas se virarão para mim.

__ Oi! – uma delas respondeu alegre, a outra apenas me olhava tímida. Me agachei entre as duas...

__ Como vocês se chamam?! – perguntei, vendo que a que nada tinha dito franziu o cenho me olhando fixamente.

__ Eu me chamo Alex e essa é minha irmã, Mary! Ela é surda por isso não esta conversando...mas eu falo por ela! – ri ao ver a forma inocente como Alex se referia a irmã. – tenho cinco anos e a Mary quatro, mas e você como se chama?!

__ Annie, eu me chamo Annie...

__ Bonito nome, eu tinha uma gata que se chamava Annie, mas ai ela se foi pro céu assim como os meus pais, não é Mary?! – Alex perguntou em voz alta, mas fazendo os sinais simultaneamente, Mary fez que sim com a cabeça...

__ E vocês gostam daqui?! Ou gostariam de ter uma nova casa...uma nova família?! - perguntei olhando para as duas...

__ É...acho que seria bem legal ter uma casa nova, mas o que eu e a Mary sentimos mais falta mesmo é dos nossos pais, mas as irmãs são bem legais também, a não ser quando elas querem nos dar banho no frio... – ri da sua ultima observação...olhei para a porta e vi que Bill me chamava com a cabeça...

__ Eu já volto meninas... – disse as duas...fui até Bill que me olhou curioso... – e se eu te dissese que houve uma pequena mudança de planos quanto ao que nós combinamos?! – Bill me olhou confuso, mas como tem um click, seu olhar mudou pra um “ta brincando né?” ele desviou de mim, olhou para as duas que voltaram a conversar, olhou pra mim de novo, sorri nervosa... – ajuda se eu pedir por favor?!


Uma semana depois...


__ ALEX! MARY! VOLTEM AQUI!! – eu não conseguia parar de rir ao ver Bill correr feito um maluco pelo aeroporto atrás das meninas...é ele tinha concordado! Depois de muito correr entre as pessoas, os três voltaram de mãos dadas... – eu não tenho mais fôlego pra isso! – Bill disse ofegante.

__ Velho! – Alex exclamou, levei a mão a boca pra abafar o riso. Bill a olhou boquiaberta...Mary ria baixinho. – Acho que eu tenho que pedir desculpas né?! – Bill cruzou os braços...

__ Seria bom!

__ Desculpa... – ela disse cabisbaixa, Bill foi rápido e a pegou no colo.

__ Falta uma coisa... – ela deu um selinho nele... – agora sim!

“ Senhores passageiros, ultima chamada para o vôo 144 com destino a Berlim...”

__ É o nosso, vai ser uma longa viagem... – Bill disse caminhando com Alex no colo, olhei para Mary que segurava uma boneca nos braços, me agachei em sua frente...”Vem com a mamãe?!” fiz em sinais, ela sorriu e correu para meu colo...saimos atrás de Bill e Alex...


Naquele mesmo dia...em algum lugar dos Alpes...


NARRADO POR TOM...



__ ...E então, vai subir logo essa montanha ou vai construir sua casa aí?! –gritei para Carly que estava a alguns metros abaixo de mim, ela mostrou a língua, ri e apresei o passo, a brisa fria tocava meu rosto, sentia que se apertasse meu nariz conseguiria arrancar um pedaço do mesmo...cheguei ao topo da montanha.
Tirei todo o equipamento e admirei a vista, era incrível! Senti os braços de Carly me abraçando por trás, ganhei um beijo no ombro... – é lindo demais, se eu pudesse construiria minha casa aqui em cima....

__ E iria morrer congelado... – Carly disse aparecendo na minha frente... – quem diria que eu largaria toda a minha vida programada e iria viver como um andarilho, sem rumo, nem casa por um garotinho marrento e convencido?!

__ Pra que programar uma vida se você não sabe se vai morrer amanhã?! E ai, tudo o que você programou vai pro lixo... – Carly sorriu pra mim, ela me abraçou de lado...olhávamos para as montanhas mais altas que a que estávamos...

__ E então, pra onde agora?! – ela me perguntou entusiasmada, olhei para ela...

__ Eu pensei em Austrália... – disse olhando para o nada...
__ E lá vamos nós!! – ela disse levantando os braços, envolvi meus braços em sua cintura e a puxei para um beijo, mas era difícil...o ar gelado tinha congelado nossos lábios... – Quem chegar por ultimo lá embaixo paga um Sunday com calda quente de chocolate pro outro – ela correu, pegou o equipamento e começou a se preparar para descer...corri atrás, os Sundays daqui eram muito caros...


5 meses depois... BERLIM – ALEMANHA...


NARRADO POR ANNIE...

Andava de um lada para o outro no grande banheiro do meu quarto, não sei porque estava tão nervosa eu já sabia a resposta mesmo, mas dessa vez era diferente, eu andava muito estranha essas ultimas semanas...bufei pra mim mesma, as horas não passavam, me sentei na borda da banheira e contemplei o teto, batia o pé constantemente.
Conseguia ouvir os gritos das meninas e Bill que brincavam no jardim de casa, fazia um belo dia de sol em Berlim...olhei para o relógio, ERA A HORA! Me levantei fui até a pia, levei a mão ao teste, mas recuei, dei uma voltinha no banheiro e me encaminhei a pia novamente, respirei fundo, peguei o teste...com os olhos fechados! Os abri lentamente e quando vi não acreditei, pisquei diversas vezes, olhei pra caixa, olhei pro teste e realmente era aquilo...fiquei imóvel por uns momentos...e então...

__ BILL!! BILL EU NÃO ACREDITO, EU NÃO ACREDITO, NÃO PODE SER... -  eu sai correndo pela casa feito um furacão, desci as escadas feito doida, trombei na Rita a Governanta que me xingou em Alemão, eu não entendi...corria pelo jardim...avistei Bill e as meninas brincando no play ground de casa...corri mais rápido...tropecei no Brutus e Bartolomeu, nossos dois Goldens Retriever, mas ambos continuaram deitados...eu não sei da onde encontrava tanto fôlego, mas corria como uma maratonista... – AMOR!!! – gritei quando já estava perto dos balanços, assim que cheguei até Bill e as meninas eles me olhavam assustados...parei em frente a Bill e coloquei as mãos no joelho respirando fundo...

__ Você esta bem Annie? Por que correu desse jeito? Aconteceu alguma coisa?! – ele me perguntou assustado, as meninas me olhavam rindo.

__ Aconteceu...aconteceu sim eu não acredito ah meu Deus!! – falei tão rápido fazendo Bill arregalar os olhos...ele segurou meus ombros...

__ Amor o que aconteceu?! – ele perguntou calmamente...

__ EU TO GRAVIDA! – gritei, Alex e até Mary ficaram boquiabertas e estáticas...Bill não se moveu, apenas piscava...

__ Quê?! – foi à única coisa que ele conseguiu pronunciar...

__ Eu to grávida eu também não to acreditando mas eu estou mesmo eu fiz teste e tudo Bill a gente conseguiu você tem noção amor estava tudo errado eu posso ter filhos eu to grávida! – naquele momento eu não sabia o que eram virgulas, eu só conseguia falar e falar e falar, mas Bill continuava parado, que nem estatua... – amor?! – estalei os dedos, mas nada.

__ Acho que ele morreu... – Alex falou... – pa...

__ AAAAAAAAAAAAAAAAAA VOCÊ ESTA GRAVIDA!! GRAVIDAAAA!!! – Do nada Bill começou a gritar feito doido, me pegou no colo rapidamente...

__ É ele não morreu não... – Alex falou para Mary...

__ Amor você conseguiu...a gente conseguiu...eu te amo tanto! – neste momento ambos já estávamos aos prantos...Bill iniciou um beijo, calmo...a felicidade tinha tomado conta de mim... – espera aí, você veio correndo pela casa feito uma doida grávida?! O que você esta querendo que o nosso filho nasça antes mesmo de se formar?! Amor você nã... – interrompi lhe puxando pra mais um beijo...

__ Isso é muito muito, mais muito nojento! – escutei Alex dizer e cai na risada, Bill me colocou no chão, peguei Alex no colo e Bill pegou Mary...

__ Agora sim, eu tenho a família que sempre sonhei!  - falei entre lagrimas...

__ Só falta um coisa pra ficar perfeito...ABRAÇO COLETIVOOO!! – Alex gritou...nos juntamos e demos um forte abraço...

“É incrível como a vida nos prega peças...quem diria que aquele encontro na velha cafeteria mudaria completamente minha vida?! Eu sai da Itália na intenção de fazer carreira como modelo e na verdade eu abandonei a carreira que tanto sonhava por me apaixonar...e como eu me apaixonei, POR DOIS! Eu amei, ri, chorei, sofri...é eu sofri muito, mas tudo é compensador...
Hoje eu posso dizer que sou a mulher mais realizada e feliz, tenho o homem que amo ao meu lado, duas filhas MINHAS maravilhosas e agora carrego um anjo dentro de mim...e o mais importante eu venci...venci todos os obstáculos que me foram impostos pelas pessoas e pela vida.
Ah eu aprendi também...mas foi muito mais do que lições de passarela, eu aprendi que a vida é muito curta, imprevisível e que planos sempre acabam ficando no papel...quem planeja não é você...você não tem o controle de nada.
Fiz amigos e inimigos, mas os deixei pra trás...os inimigos pois os amigos mesmo com  Km de distancia eu sempre carrego comigo, dentro de mim!
Quis morrer, sumir, gritar na frente de tantas pessoas...
E se você me perguntar daqui pra frente o que vai acontecer, o que eu planejo...EU APENAS NÃO SEI! EU NÃO PLANEJO NADA! EU SÓ QUERO VIVER!
Você também deveria fazer o mesmo, viver...nunca se arrependa, nunca se questione, nunca olhe pra trás, nem mesmo para os lados...faça o que tem vontade...você não sabe se amanhã terá vontade ou forças para fazer algo.
Essa foi minha historia. Trágica demais? Pode até ser, mas se você ler com atenção e reparar bem nas entrelinhas conseguirá tirar lições que carregará para toda a vida!".

Postado por: Grasiele | Fonte: x

2 comentários:

  1. Chorei...Chorei e muito!! Nossa essa é msm uma fic perfeita!!Parabens!! Ameeeeeeeeei!!
    Xx
    N.

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