sábado, 25 de fevereiro de 2012

Glamourous - Capítulo 33 - Do what must be done!

NARRADO POR TOM...

HORAS DEPOIS...


Depois da minha conversa com a Annie tenho que confessar que estava triste, mas satisfeito por minha atitude. Eu não era tão egoísta...mas agora a conversa era outra e com outra pessoa. Estava em minha cama lhe esperando...a porta se abriu, Bill apareceu com um sorriso de lado, sorri também. Fiz um gesto com a cabeça para que ele entrasse, ele entrou, se sentou ao meu lado. Ficamos nos encarando em silencio, respirei fundo...

__ Bom eu te chamei aqui porque preciso lhe contar algumas coisas...coisas que dizem respeito a você, a mim, a Annie...

__ A Annie? O que aconteceu? Vocês discutiram de novo? Tom você não aprende mesmo não é, vai acabar perdendo ela e depois va...

__ Nós terminamos! – disse claro e objetivo, Bill arregalou os olhos. – eu e Annie não estamos mais juntos...

__ Como assim? Por que vocês terminaram? – talvez não fosse tão fácil como eu pensava – logo logo vocês se entendem...

__ Não Bill! Foi definitivo, uma decisão que era preciso ser tomada...eu e a Annie nunca deveríamos ter ficados juntos, ela nunca foi minha... – Bill me olhou curioso, rapidamente ele se levantou da poltrona e foi até a janela, ficou parado de costas pra mim, ele sabia! – Você sabe porque eu te chamei aqui, não sabe? – ele não me respondeu, se virou e me encarou, começou a andar de uma lado para o outro.

__ Sim, eu sei e foi a maior besteira que você já podia ter feito, se você pensa que agora eu vou correr pros braços da Annie esta muito enganado Tom, eu não vou.

__ E por que não vai? Bill a Annie não me ama com homem...

__ É claro que ama! Não consegue perceber?! – ele agora estava parado de frente para mim, parecia nervoso.

__ Consigo! É porque eu consigo perceber que terminei tudo...Bill é possível ver em seu olhar  quanto ela ainda te ama... – ele se virou novamente para a janela. – e o quanto você a ama!

__ Eu não a amo! Eu a esqueci! Tom... - ele correu ate mim, se sentou ao meu lado e segurou minha mão direita. – você precisa dela, tem que estar ao lado dela...você a merece.

__ E eu a terei ao meu lado, como minha amiga! Mas é você quem ela ama e ela mesma já se decidiu...ela já escolheu que quer ser feliz com você... – Bill estava cabisbaixo. – só depende de você agora...depende de você tentar ser feliz ao lado de quem você realmente ama! Bill... – ele me olhou triste, pus minha mão esquerda sobre a sua. – eu nem sei se vou sobreviver, a cada dia que passa eu pioro e nada de encontrar um doador, eu não posso deixar que uma pessoa abandone sua vida, por uma vida que eu nem sei se vai existir amanhã...agora você tem toda a vida pela frente, tem saúde para fazer ela feliz! Então por favor, por mim, por você...fique com ela! – Bill tinha lagrimas nos olhos, ele abaixou a cabeça e ficou pensativo. – Você tem que fazer o que é certo...

__ Eu não a mereço...sou uma pessoa cheia de defeitos Tom...

__ E quem não tem defeitos Bill? Todos temos, você tem que esquecer o que já passou e pensar no que você se tornou agora! E me responda uma coisa, quem foi a pessoa que mais te apoiou, mesmo sabendo o que você tinha feito? Quem fez com que nós nos entendêssemos? A Annie e por que? Porque ela te ama Bill! – ficamos em silencio mais uma vez, Bill encarava o chão...pude ver uma lagrima rolar por seu rosto. – Hey! – ele me olhou. – quando a gente ama alguém faz coisas que muitas vezes o coração não quer, mas é preciso! Quando à gente ama alguém, queremos ver a outra pessoa feliz! Você desistiu dela por mim Bill, por me amar, por ama-la, eu apenas estou fazendo o mesmo, desistindo dela por você, por ela e por mim!

__ Posso te perguntar uma coisa? – Bill falou com a voz baixa, assenti com a cabeça. – Você esta sentindo algo pela Elisabeth?

__ Não! Eu pensei por um tempo que estava, mas não. Eu confundi tudo, sei lá, eu via na Elisabeth um apoio por ela passar pelo mesmo problema que o meu, mas é só isso. E sabe, eu decidi que não quero me envolver com ninguém, pelo menos por enquanto, não quero que ninguém se apaixone por alguém doente e que não tem um futuro certo...quem sabe depois, se eu me curar...

__ É claro que você vai se curar! Pensamente positivo lembra? – sorri. – Obrigado Tom! Obrigado por me perdoar, por ser tão legal comigo depois de tudo o que eu te fiz... – Bill pegou mais uma vez em minhas mãos e as apertou forte. - ...eu prometo que nunca mais vou te decepcionar, prometo!

__ A única coisa que eu quero que você me prometa é que vai ser feliz... – disse segurando também suas mãos.

__ Eu prometo! – sorrimos um para o outro e nos abraçamos...o que tinha que fazer eu fiz, meu dever estava cumprido...agora só dependia deles!


HORAS DEPOIS...

SOHO GRAND HOTEL...APARTAMENTO DO BILL...

NARRADOR...


Depois da conversa com Tom, Bill se dirigiu até sua casa, precisava descansar, pensar no que faria, mal ele sabia que a solução estava a metros de distancia...acho que a campainha irá tocar! Bill correu até a porta, sem camisa, ele estava se preparando para tomar banho...ao abrir a porta quase caiu duro no chão...Annie estava parada em sua frente...

Acho que já sabemos aonde isso vai acabar...


NO MESMO MOMENTO...

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK...

NARRADO POR TOM...

Eu ainda estava acordado quando percebi uma grande movimentação nos corredores do hospital, havia uma mulher gritando...me levantei, caminhei ate a porta e a abri, havia médicos e enfermeiros correndo por toda a parte. Olhei para todos os lados, pude ver quem gritava. Uma mulher que não aparentava mais de vinte anos estava caída ao chão, chorava muito, gritava por...seu filho! Ela não aparentava já ter filho.

__ Traga me filho de volta, por favor! – ela gritou para um medico que passava por ali, rapidamente ela se levantou e segurou no colarinho do jaleco do medico. – Por favor traga ele de volta, não deixe que ele se vá, por favor!! – ela perdia as forças aos poucos e novamente foi caindo no chão, o medico apenas caminhou na mesma direção que os outros médicos. Corri até ela, impedindo que ela caísse com força no chão, as pessoas a olhavam em volta com pena, eu sabia como era ter esse olhar...terrível. Ela pareceu nem notar que caiu em meus braços, estava mole, sem forças. – Christopher... – ela disse em um sussurro e esticando os braços para a porta por onde provavelmente seu filho tinha passado. Eu a levantei com o pouco de força que tinha, ela apenas se deixou ser levada, a coloquei sentada em uma das cadeiras e ali ela ficou, não se mexeu, não olhou para mim, nada, apenas chorava e olhava atentamente para a porta...porta que agora eu sabia o que indicava...acima dela estava escrito com letras grandes “NECROTERIO”! Gelei ao ver aquele letreiro, tão jovem e já com uma perca tão grande. Estava sentado ao lado dela e pela primeira vez ela pareceu sair do transe em que se encontrava. Me olhou e pude notar por detrás de tantas lagrimas seus belos olhos amarelos como o mel!


__ Eu sinto muito... – foram as únicas palavras que consegui dizer antes de receber o abraço mais sincero, triste e que me fez ficar arrepiado da cabeça aos pés...


NARRADOR...

É incrível como podemos encontrar o amor de nossas vidas nos lugares mais improváveis e nas horas mais improváveis.

Postado por: Grasiele

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