quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 50

 P. O. V. Bill Kaulitz

Acordei com o sol que adentrava pelas janelas, fazendo com que meus olhos doessem e minha cabeça latejasse. Sentei-me na cama e senti uma leve tontura, amaldiçoei-me por não ter deixado um comprimido e um copo de água à mão para que eu pudesse tentar cessar ou diminuir o resultado que as taças a mais de vinho bebidas na noite passada causaram a mim.
Levantei-me lentamente, seguindo até a janela e fechando as cortinas para que o quarto não fosse mais invadido por aquela claridade que insistia em me incomodar. Caminhei até minha mala, onde peguei um comprimido e minha escova de dente, logo indo servir um copo de água e após ingerir o remédio, que tinha um gosto horrivelmente amargo, andei até o banheiro onde escovei os dentes e tomei um banho... As gotas de água morna caíam em meu corpo, servindo como um relaxante para os meus músculos e alívio para o desconforto que sentia em minha cabeça. Assim que terminei meu banho, vesti apenas um roupão branco e voltei para o quarto, ligando a seguir para a recepção do hotel pedindo o café da manhã... Eu estava indisposto e com um péssimo humor.
Sentado em frente a uma pequena mesa, onde eu faria minha refeição, peguei-me lembrando da noite passada e sorri, imaginando como Angel estaria... Talvez pior do que eu, já que estava mais alterada pela bebida ou talvez não. Penso que seja impossível deixar aquela garota radiante de mau humor, sorri involuntariamente e o som de batidas em minha porta fez com que eu despertasse dos meus pensamentos.

–Bom dia!-Angel disse após eu ter aberto a porta.-Ahm, desculpa.-disse após reparar nas minhas vestes e corou.-Eu volto depois.

–Não.-apressei-me em dizer.-Pode entrar, eu vou me trocar no banheiro.-sorri tentando deixá-la a vontade e dei espaço para que entrasse no quarto.-Então, vai ficar aí parada?-perguntei vendo-a imóvel.

–Desculpe.-pediu arrumando a camisa que vestia por baixo do seu terninho preto.

Eu mencionei que ela estava linda com aquele terninho? Ela calçava um scarpin preto, o cabelo cumprido dela estava preso em um coque, seu rosto maquiado de forma moderada e ao passar por mim, pude sentir seu perfume adocicado, na medida certa.

–Fique à vontade.-falei pegando minha mala.

Segui para o banheiro, onde vesti uma calça jeans preta e justa ao corpo e uma camiseta qualquer, fiz a maquiagem de costume e sem muita demora, voltei para o quarto. Passei meu olhar pelo lugar e avistei Angel de frente para a janela observando a rua, que virou-se ao perceber minha presença.

–Medo da luz?-perguntou aproximando-se de mim.

–Como?-perguntei confuso.

–As cortinas fechadas.-apontou para a janela.-O dia está lindo lá fora.

–Ah, é que a claridade estava me incomodando um pouco.-respondi.-Acordei com uma dor de cabeça insuportável.

–Eu também.-riu.-Não me lembro de ter chegado ao quarto.-murmurou.

Algumas batidas na porta fizeram-se ouvir e segui até ela, onde um rapaz estava parado com uma espécie de carrinho, onde estava o café da manhã, deixei espaço para que o mesmo entrasse e logo que saiu, agradeci-lhe e fechei a porta, indo até Angel.

–Quer tomar café comigo?-perguntei educadamente.

–Não, obrigada. Já tomei o meu café mais cedo.

–Está bem, mas pelo menos sente-se a mesa. Venha.-convidei-a e ofereci a mão para que a pegasse e assim fez, mesmo parecendo receosa.

Sentamo-nos em frente a pequena mesa, onde o café estava servido e enquanto bebericava o chá, Angel brincava com a barra de sua saia que terminava na altura dos joelhos.

–Então, quais os compromissos para hoje?-perguntei quebrando aquele silêncio que me deixava nervoso.

–Você tem uma sessão de autógrafos daqui à uma hora.-respondeu olhando-me.-À tarde irá a uma entrevista e à noite tem uma pequena festa no salão do hotel.

–Hum...-resmunguei.-Nada com o que eu não esteja acostumado.-murmurei e mordisquei um croissant.

Angel apenas acenou concordando e voltou a ficar em silêncio, seus olhos insistiam em prender-se ao carpete e seus delicados dedos voltaram para a barra de sua saia. Eu estava me sentindo inquieto, tentando adivinhar em que ela pensava ou então em quem... Seu namorado, talvez. Afastei tais pensamentos e passei a observá-la... Ela estava tão linda, sua roupa social dava um charme inexplicável e a deixava com certo ar de seriedade.

–Você está bonita, Angel.-disse sem que pudesse conter.

–Obrigada.-agradeceu, corando furtivamente.


Apesar de ter deixado o elogio escapar sem que eu percebesse, não estava constrangido. De uma forma estranha me senti feliz por fazê-la corar, de certa forma era divertido assistir às reações que ela tinha quando estava perto de mim... Eu descobri que adoro a forma como ela reage quando está nervosa, é tão única e quando ela está comigo é como se nada de ruim pudesse acontecer. Estranho uma pessoa que conheci a apenas um dia me fazer ficar tão intrigado e ao mesmo tempo alegre, despreocupado...

–Bill, hey.-Angel chamava por mim.-Está me ouvindo?

–Sim, oi.-respondi atrapalhado e Angel riu.

–Está na hora de ir para o seu primeiro compromisso.-avisou.

–Claro.

Levantei-me, escovei os dentes e antes de sair peguei minha bolsa.
A manhã passou rapidamente, muitas fãs estavam presentes na sessão, não faço a mínima de quantas estavam lá para me ver e receber seu autógrafo, mas mesmo assim eu estava feliz em saber que elas estavam lá por mim.
Almocei no restaurante do hotel e logo após segui para a entrevista, muitas perguntas foram-me feitas, desde profissionais a pessoais, mas nenhuma que fosse constrangedora e que eu não pudesse responder. Tudo correu bem até o fim das perguntas, mas antes que eu pudesse notar, uma das entrevistadoras fez-me a seguinte pergunta:

–Então, Bill. Como está sua vida amorosa? Seu coração está sendo ocupado por alguém?

Meu sangue pareceu gelar naquele momento e a pergunta ecoava em minha cabeça repetidas vezes, o rosto da Duda fez-se presente em minha mente e a dúvida surgiu em minha mente: Contar ou não sobre o meu namoro? Pensei rapidamente no que responderia e assim que me decidi falei sem hesitar.

–Não tenho ninguém.

–Uma boa notícia para as suas fãs.-comentou a mulher.

A entrevista acabou, me despedi educadamente e segui de volta para o hotel e no caminho até o mesmo, várias questões surgiram em minha cabeça, para as quais não encontrava respostas para nenhuma delas... Porque não disse que estava namorando? Tentei convencer a mim mesmo de que era para a segurança de Duda, já que não queria vê-la sendo perseguida por fotógrafos, mas algo em mim não aceitava tal resposta e a pergunta novamente era porquê?
Balancei a cabeça tentando afastar as dúvidas, reparei que já havia chegado ao hotel e então desci, sendo cercado pelos seguranças que tentavam afastar algumas fãs que estavam na entrada do mesmo à minha espera. Caminhei até a porta dando alguns autógrafos, parei poucas vezes para tirar fotos e logo escapei do tumulto, chegando ao elevador. Subi até meu quarto, me sentia um pouco cansado, mas não tinha tempo para dormir e então resolvi tomar um banho.
Após estar de banho tomado escolhi a roupa para o compromisso da noite e sentei-me na cama, vestido com uma roupa qualquer, para descansar um pouco. Não demorou muito para que eu pudesse ouvir algumas batidas na porta, levantei-me e abri-a.

–Oi, Bill.-Angel disse.

–Oi, quer entrar?-perguntei educadamente.

–Claro.-respondeu e dei espaço para que entrasse, fechei a porta.-Então, o que achou do seu dia?

–Bom, cansativo...

–Pronto para o último compromisso?

–Acho que sim.-respondi e rimos.

–É bom que esteja, David vai me matar se você não estiver naquela festa.

–Não se preocupe, eu vou... E você?

–Eu o que?-perguntou confusa.

–Não vai à festa?

–Bill, o astro é você e não eu, esqueceu?-perguntou rindo.

–Pois bem, o astro está lhe convidando para acompanhá-lo na festa.-disse fazendo uma reverência.

–O que? Você tem um bom humor, engraçada a piada.-brincou.

–Estou falando sério. Quero que você vá comigo e não aceito não como resposta.

Eu não queria ir àquela festa sozinho, eu sei bem como esse tipo de festa é... Extremamente chata. Todos ficam na sua volta querendo puxar assunto, na maioria das vezes as pessoas querem saber da minha vida pessoal ou então tentam se aproximar apenas por interesse, não têm interesse em me conhecer de verdade, mas sim na minha profissão e no status que tenho. Garotas aproximam-se de mim querendo ter algo a mais... É difícil encontrar alguém que queira conversar e tenha um papo bom, que não me veja como uma estrela.
Eu precisava da Angel comigo, não apenas por ser bonita, mas principalmente por ser boa companhia, legal, gentil e me fazer sentir bem quando estamos juntos, mesmo que sejam por motivos que desconheço.

Será que ela vai aceitar ou me deixará ir sozinho àquela chatice?

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 49

Respirei fundo, caminhei até a porta e destranquei-a sem fazer barulho algum e caminhei indo em direção ao banheiro, onde comecei a lavar o meu rosto.

–Pode entrar.-gritei

Peguei a toalha e antes de secar o mesmo, encarei o espelho, onde podia ver minha imagem refletida... Eu estava bem, aparentemente cansada, mas bem. Sequei o rosto lentamente, respirando fundo e tentando encontrar alguma força pra encarar Tom.
Estranhei o silêncio que tomava conta do lugar, não havia escutado ele entrar e quando me virei para colocar a toalha em seu lugar, o vi escorado na porta me observando, sem expressão alguma. Meu coração bateu forte e em seguida voltou a acalmar-se, procurei algo para dizer, mas nenhuma palavra surgiu nos segundos em que entreabri os lábios e então me contentei em ficar quieta.
Guardei a toalha onde havia pegado e me virei para a porta, Tom não havia se mexido nem um centímetro sequer e lançava um olhar curioso, que ao mesmo tempo parecia interrogativo... Eu sabia que estava agindo de forma contida e ele percebera. Sorri para ele tentando fazer com que aquela expressão em seu rosto sumisse e em resposta recebi um sorriso lindo.
Caminhei aproximando-me mais de Tom, na intenção de passar pela porta, mas antes que eu pudesse chegar ao quarto ele segurou um dos meus braços e me puxou para um abraço apertado, afundando seu rosto em meu pescoço. Retribuí o abraço, apertando-o em meus braços e passei a acariciar suas tranças lentamente... Mesmo que tenhamos ficado afastados durante pouco tempo, eu sentia falta dele e passou a ser impossível não reagir de forma positiva toda vez que estivéssemos sozinhos.

–Eu fiquei muito preocupado com você.-Tom disse fungando no meu pescoço.-Porque não me ligou?

–Desculpe, eu sei que deveria ter ligado, mas me esqueci, admito.-respondi sinceramente, separando um pouco nossos corpos.

–Hm... Parece cansada, está tudo bem?-perguntou segurando uma de minhas mãos e aproveitou a distância entre nós para observar meu rosto, acariciando delicadamente minha bochecha com a mão livre.

–Tudo bem, não se preocupe.-respondi forçando um sorriso.

–Então, o que quer fazer hoje?-Tom perguntou mudando de assunto, percebendo que insistir em tirar algo de mim seria inútil.

Fiquei em silêncio e logo me lembrei de algo que havia planejado para dar à ele de aniversário: ingressos para o show do Samy Deluxe, que aconteceria à noite. Sorri em satisfação e puxei-o comigo para o quarto, tendo um Tom curioso e ansioso a me observar.

–Quanto ao que faremos pela tarde não tenho nada em mente, mas à noite... –respondi e pude ver um sorriso safado brotar em seus lábios rapidamente.

–Hey, o que exatamente está planejando?-perguntou agarrando minha cintura com um pouco de força e beijou o canto de meus lábios.

–Não é nada do que possa estar passando por essa sua mente pervertida e desviada, esqueça.-respondi rindo do bico que ele fizera.-Não quer seu presente de aniversário?-perguntei arqueando as sobrancelhas.

–Mas é claro que sim!

–Então comporte-se e terá o seu presente...-encarei-o percebendo o que perguntaria a seguir e apressei-me em responder.-Não contarei o que é, surpresa.

–Você me maltrata e depois não quer que eu retribua, né?

–Eu? Sou uma santa.-respondi passando as unhas por suas costas, debaixo da camiseta.

–Santa... Eu quero ver você virar uma diabinha.-respondeu rindo e mordeu o lábio, enquanto eu passeava com uma das mãos pelo seu pescoço.-Vai provocando, santinha, você quer ver o circo pegar fogo, não quer?-perguntou mordendo o lóbulo de minha orelha.

–Pode apagando esse seu fogo, garoto tocha.-respondi afastando-me e segui em direção à porta, deixando-o para trás com uma expressão embasbacada.-Vai ficar parado aí ou vai vir pra sala?-perguntei como se nada tivesse acontecido.

–É melhor você ir antes que eu faça uma loucura.-disse sorrindo e ameaçou correr atrás de mim.

–Você não é tudo isso, Kaulitz.-provoquei rindo e saí à passos rápidos em direção a sala.

Não olhei para trás e nem me preocupei em ser agarrada no corredor, Tom era abusado mas não era doido e nem idiota... Anne, David e Georg sabiam que gostávamos um do outro, mas achavam que não estávamos tendo nenhum contato mais íntimo, ou seja, nem sequer passava por suas cabeças que nos aventurávamos em manter um caso por baixo dos panos.
Anne era a única que sabia da nossa “amizade”, não tivera tempo de contar para Bill e eu não sabia se Tom havia contado para alguém, apesar de sentir que Anne não era a única bem informada. A verdade é que quando Bill estiver de volta, ficarmos escondidos não será tão fácil, mas eu sei que Tom estará disposto a correr riscos. Me pergunto se eu estaria disposta a enfrentar o perigo de sermos flagrados... Não me importo com o que aconteceria comigo, o que importa não é como eu vou ficar se algo der errado, mas a situação em que os gêmeos ficariam me preocupa, e muito.
De uma única coisa eu tenho absoluta certeza: Tom e eu precisávamos conversar seriamente em relação ao que sentíamos e ao que estaríamos dispostos a enfrentar dali em diante. Não será fácil encontrar uma forma de pôr tudo nos eixos sem magoar ao Bill, pior ainda será encontrar uma garota que seja tão boa para ele como merece... Não acho que vá ser uma missão muito fácil de executar, afinal, Bill insiste em dizer que sou a mulher da vida dele e para que eu possa provar o contrário é preciso que ele permita que alguma garota possa ficar próxima a ele.
Anne e David estão ao meu lado, o que me deixa infinitas vezes mais tranqüila, pois sei que eles vão fazer de tudo pra que tudo fique em paz e em seu devido lugar. Não sei o que fazer quanto aos G’s e a Camila... Confio neles, mas não sei se contar à eles sobre o meu desejo de separar-me de Bill será um bem ou um mal... Talvez seja melhor deixar oculto, quanto menos pessoas souberem, melhor.

Cheguei à sala e encontrei David, Anne e Georg conversando sobre algo que não prestei muita atenção, sentei-me no sofá onde havia um lugar vazio, ao lado de Georg, que sorriu ao me ver e beijou-me a bochecha.

–E aí, garota! Está inteira, como eu imaginava que estaria.-disse rindo.

–Pois é... Eu sei me cuidar bem.-respondi sorrindo.

–Viu só, Tom? Eu disse que ela estava bem, cara. Não precisava se preocupar à toa... –disse implicando com Tom que sentou-se no “braço” do sofá, ao meu lado.

–Eu só fiquei preocupado, oras. Desculpa por me importar.-Tom disse fingindo-se indignado.

–Ok, vamos parar por aqui antes que comece uma guerra.-David disse sério.-Qualquer coisa pra vocês dois é desculpa pra ficarem “cutucando” um ao outro.

–Ok, pai.-Tom debochou.

–Babaca.-Georg sussurrou.

–Crianças, por favor, queiram parar?-Anne pediu colocando-se de pé e ficando séria.

–Ok, paro em respeito à Anne.-Tom disse colocando as mãos para cima em sinal de rendimento.

–Concordo com o rapper falsificado.-Georg disse fazendo bico.

–Ok, agora que vocês pararam, o que querem fazer da vida?-perguntei mudando de assunto.

–Que tal passar o dia fora? Conheço um sítio bem legal, é numa cidadezinha próxima.-Georg perguntou.

–Sítio, cara? Não tem outro lugar, não?-Tom perguntou fazendo cara de entediado.

–Alguma sugestão melhor?-Georg perguntou arqueando a sobrancelha, Tom olhou-o indignado, mas não disse nada.-Ótimo, então... O que vocês acham?

–Por mim já estaríamos lá.-respondi.-Adoro natureza.

–Eu também estou dentro... –Anne disse levantando-se indo em direção à cozinha.

–É aquele sítio da outra vez?-David perguntou e Georg concordou.-Estou dentro.

–Precisa levar alguma coisa, tipo, comida?-Anne perguntou colocando apenas o rosto para dentro da sala.

–Piquenique? –Georg perguntou sorrindo, olhos brilhando como os de uma criança.

–Ok, Duda vem me ajudar aqui a arrumar o cesto.-Anne pediu rindo da cara de Georg.

Anne e eu fomos para a cozinha, enquanto os garotos permaneceram na sala conversando. Após terminarmos de arrumar tudo no cesto, David e Anne trocaram de roupa, vestindo uma mais confortável, seguimos para a casa dos gêmeos onde Georg e Tom também se arrumaram e por último passamos em minha casa, tomei uma ducha rápida e coloquei uma roupa confortável.
Assim que todos estavam prontos, embarcamos no carro de Tom e seguimos para a estrada... Parecia que o dia seria divertido.
Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 48

Anne me acordou às 9hs30min, o sol já estava dando o ar da graça e os pássaros cantarolavam, fazendo minha cabeça doer um pouco. Me levantei indo diretamente para o banheiro, peguei a escova de dentes que eu sempre carregava na bolsa e escovei os dentes, lavei o rosto que estava péssimo... Olhos inchados e a maldita cara de ressaca estavam me acusando de ter enchido a cara. Depois de tentar me “recompor”, segui para a cozinha, onde encontrei Anne no fogão e David encostado no balcão da pia, observando-a.

–Bom dia, David.

–Oi, Duda... Bom dia.-disse sorridente.-Tudo bem com você?

–Tudo e com você?

–Também.-respondi.-Ann, eu preciso de um remédio.-pedi fazendo bico.

–Deixei separado pra você, está em cima da mesa.-disse sorrindo e apontou para onde estava o comprimido.

–Obrigada, amiga. Sabe que eu te amo, né?-disse mandando-lhe um beijinho.

–Sei...-respondeu rindo.

Sentei-me à mesa e logo Anne e David juntaram-se a mim. Tomamos o café silenciosamente, enquanto David lia o jornal e bebericava seu café. Aquela cena me fazia lembrar das minhas manhãs com os meus pais, apesar de juntarmo-nos à mesa sempre às 7hs... Acabei por sentir um aperto no peito. Mesmo estando distante dos meus pais, sempre nos falávamos uma vez por mês e desde que eu havia viajado para a Alemanha, não tínhamos nos falado nenhuma vez. Essa lembrança me fez pensar nos meus avós, fazia bastante tempo que eu não ia visitá-los e quando pudesse, deveria ir vê-los.
Depois que acabamos de tomar o café, tiramos a mesa e demos um jeito na sujeira... Anne lavava a louça, enquanto eu secava e David guardava. Ao terminarmos nossa “tarefa” fomos para a sala, sentamo-nos no sofá e conversamos sobre bobagens, assuntos que pouco falávamos no dia-a-dia devido aos nossos compromissos. Pude perceber que David não era um cara ruim e mal humorado como parecia ser quando o conheci, ele era divertido, engraçado e muito carinhoso com a Anne... Eles formam um casal muito bonito.
Eu estava pensando em como tudo parecia feliz quando David me fez uma pergunta.

–Bill me contou que vocês estão namorando, é verdade?

–É verdade...

–Ele parece tão apaixonado por você, desde quando ele conheceu você não parou de me contar como você era e o quão importante é pra ele.

–Amor, lembra do que eu te disse?-Anne perguntou parecendo incomodada.

–Qual o problema em conversar com a Duda sobre isso, amor?-David perguntou carinhosamente.-Tem algum problema pra você, Duda?

–Ahm, não.-respondi tentando entender onde ele queria chegar com tal assunto.

–Pois bem, continuando. Eu sei que não deveria me intrometer, mas como amigo dos garotos e também como seu amigo, penso que foi um passo precipitado.-David disse calmamente.- Eu tenho acompanhado tudo desde o começo e sei que Bill pode estar indo depressa demais, não me entenda mal.

–Eu entendo onde você está querendo chegar e concordo.-respondi, tendo o olhar de Anne sobre mim.- Não precisa me olhar assim, Ann. Eu confio no David.

–Eu sei, só acho que não é necessário termos essa conversa.-Anne disse.

–David, eu vou ser sincera com você. Eu amo o Bill, ele é meu melhor amigo e eu me senti na obrigação de aceitar o pedido de namoro dele, mas não pensei que fosse me sentir tão mal como eu tenho me sentido. Eu não queria magoar ele, mas eu sei que talvez tivesse sido melhor se eu tivesse recusado.-respirei fundo.- Você deve saber que Tom e eu tínhamos uma, bem, não posso chamar de relação, porque você conhece Tom, certo?-David concordou com um aceno.- Nós nos desentendemos no aniversário deles, você sabe, Tom se embebedou e tudo mais...

–Até hoje eu não sei o motivo da briga de vocês, foi tudo tão rápido...-David disse.

– Bill me contou naquele dia, antes da homenagem, que me ama. Quando as meninas foram me dizer que tinham percebido que havia alguma coisa diferente com o Bill e a Anne perguntou se tínhamos nos beijado, o Tom chegou pegando um pedaço da conversa e não conseguimos disfarçar muito bem... A Camila saiu com a Ann nos deixando sozinhos, o problema começou quando eu não consegui beijar ele com medo que Bill visse, eu não queria que eles brigassem ou então que Bill ficasse triste e Tom ficou sabendo sobre a declaração do irmão.

–Esses garotos são tão complicados, é a segunda vez que se apaixonam pela mesma garota e da outra vez aconteceu a mesma coisa... O Tom ficou tão mal. Acho que foi por causa daquela garota que ele passou a pegar várias garotas e nunca mais quis namorar.-David respondeu.

–E como foi isso?-perguntei curiosa.

–Tom conheceu a garota, eles estavam juntos. Bill e a garota se apaixonaram, Tom ficou no prejuízo... Coração partido e sem namorada. Os gêmeos falavam pouco um com o outro, mas não discutiram... Eles têm um jeito estranho de se entenderem, acho que é coisa de irmãos gêmeos, sei lá. Mas resumindo: no final da história nenhum dos dois ficou com a garota e voltaram à ser os irmãos grudados que são até hoje.

–Uh.

–Então, acho que é como eu estava pensando... Você gosta do Bill mas não tanto quanto gosta do Tom. Bill é como um irmão, seu melhor amigo e Tom é o cara certo pra você. Eu posso te dizer com toda certeza que Bill não está certo sobre você... Você é como ele descreve, realmente, mas não é a garota ideal que ele procura, apesar de ter o “perfil” da garota que ele imagina. Eu sei que estou começando a não fazer sentido, mas você é a garota certa pro Tom, que é o cara errado. Vocês dois se completam, isso soa meio gay, mas acho que são como almas gêmeas.

–Oun, amor.-Anne disse e abraçou David.

–E eu achava que você era um cara chato e que não entendia nada de relacionamentos.-falei rindo.

–Pra você ver, eu sou um bom entendedor das coisas do amor.-David disse rindo.-Eu te perdôo, quando nos conhecemos eu era um rabugento mesmo.

–Eu posso fazer um pedido pra vocês?-pedi fazendo bico.

–Claro, amiga.-Anne disse.

–Diga, pequena.-David disse.

–Uh, me ajudem, por favor.

–Você está falando com o casal certo, querida.-Anne disse e levantou colocando as mãos na cintura.

–Nós daremos um jeitinho de arrumar essa confusão que vocês fizeram.-David disse levantando e me puxando com ele.

–Ah, amor, triângulos amorosos são tão complicados.-Anne disse fazendo careta e puxou David para um abraço.

–Completamente.-David concordou e Anne me puxou para junto deles.

–Nós vamos cuidar de você e daqueles garotos.-Anne disse beijando minha bochecha.

Os dois me abraçaram e naquele momento eu senti que as coisas finalmente começariam a ser reajustadas. Eu confio cegamente na Anne e no David, eles estariam do meu lado para qualquer coisa que eu precisasse e apenas isso já me deixava com uma esperança enorme de que tudo daria certo, finalmente.
Eu sabia que muitas das minhas ações teriam suas conseqüências, mas eu teria que seguir em frente e enfrentar todas elas. Eu estava sofrendo muito por imaginar Bill sofrendo novamente, mas eu teria que fazer ele ver o que estava diante dos olhos dele e que ele não conseguia ver. Por mais triste que ele pudesse ficar por ter que se separar de mim, eu sei que nunca vou perdê-lo. Tenho esperança que ele entenda e que no futuro ele possa me agradecer por ter me separado dele. Nós aprenderíamos com a nossa tristeza e com a nossa dor, acho que tudo o que aconteceu entre nós não foi em vão, mas tinha que ter um fim antes que as coisas pudessem ficar piores de serem controladas e concertadas.
O abraço nos meus amigos foi interrompido pelo telefone da Anne que começou a tocar, o que nos fez quebrar o abraço. David e eu nos sentamos no sofá, enquanto Anne foi atender a ligação.

–Alô! Oi, Tom.-Anne olhou pra mim e fiz careta.-A Duda? Dormiu aqui em casa... Ela, ela está no banho. Hm, ok. Eu peço pra ela ligar, pode ser? Acho que daqui uns 10 minutos. Tudo bem. Beijo, tchau.

Anne desligou o telefone e sentou ao meu lado no sofá.

–Garoto chato, hein!-Anne disse, David e eu rimos.-Não sei como vocês agüentam.

–O que ele queria?-David perguntou.

–Deixa eu pensar... Perguntou por mim com uma voz aparente de irritação com um misto de preocupação, querendo saber onde estou, o que eu fiz e queria falar comigo. No mínimo bufou quando você disse que eu estava no banho, perguntou se você achava que eu demoraria muito e quando soube o tempo que eu levaria pra sair do banho, disse que iria ligar. Acho que é isso, acertei?-perguntei rindo.

–Incrível, já sabe até o discurso do amado, hein, amiga.-Anne debochou.

–Eu sei o quão chato o Tom pode ficar, se prepara.-David disse e eu ri.

–Ok, vou me preparar para ser interrogada.-respondi fechando os olhos e massageei as têmporas.

Continuamos na sala, enquanto Anne e David conversavam distraidamente tentando criar um plano para resolver a minha situação, eu me atirei no outro sofá ficando completamente esparramada e alheia às idéias deles. Eu estava tentando não me preocupar com nada naquele momento, nem mesmo com o fato de que tinha dois caras bravos querendo tirar satisfação de onde eu andei, por que eu sumi e blabla.
Passaram-se mais de 10 minutos e o telefone não tocou nenhuma vez, mas o interfone tocou cerca de 30 minutos depois da ligação e o barulho me assustou, me fazendo dar um pulo do sofá. Anne riu da minha cara e levantou para ir até o aparelho desgraçado, enquanto David ia até a janela.

–Oi, aham... Pode mandar subir.-Anne falava com o porteiro.-Obrigada.

–Não me diz que...

–Tom e Georg estão subindo? Oh, yeah.-Anne respondeu.

–Eu mereço.-bufei e me atirei no sofá, fechando os olhos.- Eu vou levantar daqui, me enfiar em algum buraco e vocês dizem que eu fui seqüestrada.

–Não adianta, Tom vai te procurar em cada buraco.-David disse rindo.

–Mas pelo menos me trancar no seu quarto eu posso, Ann?-pedi piscando docemente como criançinhas fofas fazem.

–Você é quem sabe...-respondeu dando de ombros.

–Estou indo.-disse e corri para o quarto da Anne.

Eu não estava fugindo do Tom, quero dizer, não exatamente. Eu queria ter um tempinho pra ficar sozinha sem pensar nos problemas que eu tinha pra resolver e ficar perto dele por melhor que fosse, me fazia lembrar do meu namoro com o Bill, que me fazia lembrar de uma porção de coisas que me deixava angustiada. Ele não tinha culpa, mas eu precisava ficar um pouco afastada pra poder respirar.
Vozes vinham da sala, eu pedia aos anjos que ninguém fosse atrás de mim e que Anne conseguisse distrair Ge e Tom. Não demorou muito para que batidas na porta soassem e eu xingava mentalmente a criatura que estava me incomodando. Eu nem sequer me mexi, pensando que talvez desistissem de falar comigo, mas não funcionou.

–Duda... -Tom chamou.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 47

P. O. V. Duda

Eram quase 14hs quando fui acordada pelo barulho estridente da campainha que insistia em tocar. Talvez Tom levantasse pra atender a porta, mas me enganei ao levantar da cama e ver ele dormindo duro feito uma pedra, todo esparramado como se estivesse dormindo sozinho.
Caminhei rapidamente até o banheiro pra dar um jeito na minha cara que deveria estar amassada e depois segui até o andar de baixo pra abrir a porta, só esperava que o ser infeliz não fosse nenhum vendedor de bíblia ou coisa do tipo, porque senão, eu ia mandar ele pra pertinho de Deus.

–Poxa, até que enfim! Pensei que iria ficar mofando aqui.-Georg resmungou assim que entrou na sala.

–Não reclama, meu querido.-disse indo pra cozinha revirar os armários.

–E essa cara aí? Parece saiu de uma garrafa.-disse rindo encostando-se no balcão da pia.

–Muito engraçado!-disse sarcástica.-Morri de rir.

–Ô mau humor, desculpa!

–Olha, tudo bem, ta? Eu fico assim quando me acordam, não é sua culpa.

–Tudo bem... Ahm, por onde anda o Tom?-perguntou olhando em volta.

–Lá em cima.-respondi e um barulho de porta veio do andar de cima.

Revirei todos os armários e fui vencida pelo cansaço, sem encontrar meu pacote de Doritos. Poxa, eu acordei com uma vontade louca de me perder num pacotinho!
Passei meus olhos mais uma vez pelos armários e tomei uma decisão: ir ao supermercado urgentemente, antes que eu morresse com vontade, oras!
Saí da cozinha deixando o Ge sozinho e subi as escadas de dois em dois degraus rapidamente. Quando entrei no quarto, Tom não estava mais na cama e tinha um barulho de chuveiro vindo do meu banheiro.

–Tom, vai demorar aí?

–Não, mas pode entrar, não tranquei a porta.

–Ahm, não posso.

Por mais que eu quisesse entrar no banheiro com ele lá nu, tendo gotícula de água escorrendo por aquele corpo perfeito e esculpido cuidadosamente por Deus, eu não podia... Além de saber que se eu entrasse provavelmente não sairíamos tão cedo, Georg estava por perto e eu não queria arriscar.

–Porque não?

–Sai logo daí, é sério! O Georg chegou e eu preciso tomar banho pra sair.

–Sair? Você vai aonde?-perguntou e pude escutar o chuveiro sendo desligado.

–No supermercado. Tem toalha aí?

–Ahm, não.-respondeu abrindo um pouco a porta e colocando a cabeça pra fora.

–Fica quieto aí que eu vou buscar então.-pedi.

Antes que eu pudesse sair andando em direção ao closet Tom me puxou pelo braço e abriu a porta do banheiro sem dar tempo pra que eu reagisse... Talvez eu não quisesse reagir. Olhei pra ele e vi a toalha enrolada na cintura, subi meu olhar pelo corpo dele e vi uma gotinha de água percorrendo caminho pelo seu peito indo até o abdome definido e suspirei, tentando me concentrar.

–Eu acho melhor você ir.-falei subindo o dedo indicador do abdome até o tórax e pousei a mão.

–Eu acho que não.-respondeu sorrindo de canto e fechou a porta, nos trancando dentro do banheiro, que estava insuportavelmente quente.

–Já pensou o que vai acontecer se...-Tom pousou os dedos sobre os meus lábios e me empurrou até a porta.

–Você se preocupa demais.-sussurrou no meu ouvido e grudou seu corpo molhado ao meu.

Antes que eu pudesse pensar em reclamar, Tom me beijou com vontade, não deixando espaço para nada além de sua língua em minha boca... Ou seja, nada de palavras naquele momento e eu acabei cedendo. O fôlego havia acabado e ele desceu com a boca pelo meu pescoço dando pequenos beijinhos no meu queixo e pescoço. O calor dentro do banheiro parecia aumentar à cada centésimo de minuto e eu já não sabia mais se era por causa do vapor do chuveiro ou dos nossos corpos.
Agarrei as tranças dele quando deu uma mordida na minha orelha e ele gemeu baixo, me fazendo sentir um arrepio. Ele segurou minha cintura com uma da mãos e com a outra segurou a minha coxa como incentivo pra que eu entrelaçasse minhas pernas em sua cintura e assim fiz. Tom caminhou em direção à bancada da pia e me prensou lá, tirou a minha camiseta com rapidez e facilidade enquanto eu me livrava da calça.
Assim que fiquei apenas de lingerie puxei ele pra um beijo guloso e me livrei da toalha dele sem esforço, ele tirou meu sutiã e minha calcinha sem parar de me beijar. Sem aviso algum juntou os nossos corpos e instantaneamente tive uma sensação de prazer imensa saindo de dentro de mim. Movimentávamos nossos corpos de modo sincronizado, enquanto tentávamos controlar os nossos gemidos pra que não houvesse alguma suspeita. Mesmo sentindo como se existíssemos apenas nós dois no mundo naquele momento, sabíamos que corríamos o risco de alguém escutar.
Não demorou muito pra que chegássemos ao êxtase juntos e descansamos nossos corpos suados, abraçando um ao outro.

–Duda? Tom?-Georg gritava.

–Ahm, merda!-resmunguei.-E agora?-perguntei olhando desesperada pro Tom.

–Acho que ferrou.-Tom disse engolindo em seco.

–Se enrola na toalha e sai.-disse entregando a toalha pra ele.

–O que?-perguntou confuso.

–Vai logo!

–O que eu faço?-perguntou nervoso.

–Sei lá... Inventa alguma coisa.-disse empurrando-o pra fora do banheiro.

–Droga!-murmurou e roubou um selinho antes que eu fechasse a porta.

Tentei nem pensar na desculpa que Tom daria ao Georg e me enfiei debaixo do chuveiro, tomei um banho rápido, me arrumei e saí de casa deixando os meninos sozinhos.
Passei o resto do dia fora, acabei não indo no supermercado e visitei a Anne à noite. Ela ficou extremamente feliz por eu ter aparecido. Conversamos sobre vários assuntos, desde trabalho até o meu namoro com o Bill...

–Você não parece estar muito feliz com esse namoro, Duda.-Anne disse preocupada.

–Eu estou...-respondi mexendo o chá com uma colher.

–Olha pra mim, amiga.-pediu tirando a xícara das minhas mãos.-Eu sei que não está tudo bem... Você está presa ao Bill porque não quer que ele sofra, mas você já percebeu o quanto esse namoro de mentira te faz mal? Do que adianta você ficar do lado dele, sorrindo, enquanto pensa em outro?-abri minha boca pra falar mas fui interrompida.-Eu sei que você gosta muito do Bill, ele é um bom cara, sempre cuidou de você como se fosse uma boneca, mas não é enganando que você vai faze-lo feliz, entende? Ele sabe, você sabe que não ele à quem pertence o seu coração... Eu não quero que nenhum de vocês se machuque, sei que é inevitável, mas quanto antes derem um fim nesse namoro melhor será.

–Eu tenho tanto medo de perder ele... É o meu melhor amigo, Anne.-respondi chorando.

–Você não vai perder ele, não esquece que ele te ama.-disse me abraçando.

–Eu juro que tentei convencer ele de parar de me ver como a mulher da vida dele, mas eu não consegui.

–Ele sabe que você tem razão, mas não quer acreditar... Ele vai encontrar uma garota que mexa com ele como nenhuma outra fez e vai entender que ele estava sendo precipitado, não se preocupe.

–Eu tenho medo que ele não queira enxergar quando ele encontrar essa garota.

–Ele não vai ter como evitar, quando as coisas tem que acontecer ninguém pode evitar, você sabe disso. Agora para de chorar e põe um sorriso no rosto, não quero ver você triste! Tenho uma coisa muito importante pra te contar...

–O que é?-perguntei secando as lágrimas.

–Lembra que eu te contei sobre David e eu estarmos nos falando?-acenei.-Ele me ligou convidando pra jantarmos e bem...

–E rolou?-perguntei animada.

–Aham.-fez uma cara fofa.-Ele é simplesmente P-E-R-F-E-I-T-O!

–Mas e aí, como é que vocês estão?

–Ele me pediu em namoro!-respondeu dando pulinhos de alegria e me mostrou um lindo e delicado anel de diamante.

–Mein Gott, parabéns!-disse abraçando-a.-Quem diria, hein?

–Pra você ver, né?Vamos comemorar!-disse indo em direção ao mini-bar e pegou uma garrafa de vodka com dois copos.

Enfim, acabei dormindo na casa dela... Bebemos tanto que acabamos dormindo no sofá mesmo. O estado era lastimável e com certeza os meninos deveriam estar muito, mas muito bravos por eu ter sumido sem ter dito onde tinha ido. Mas que se danassem, eu queria sentir um pouco de liberdade, mesmo que isso significasse encher a cara com uma das minhas melhores amigas e desmaiar no sofá cor de creme dela.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 46

 P. O. V. Bill Kaulitz

David havia me ligado avisando que deveria ir à Stuttgar e cá estou eu, sozinho e de mau humor. O que eu mais queria nesse momento era poder estar com a minha namorada e a única coisa que me deixou melhor foi ouvir a voz dela quando liguei hoje pela manhã, só Deus sabe a falta que ela faz. Além de não querer ir à esse evento, estou meio preocupado porque a Duda parecia se sentir mal e não queria ter partido, mas deixei-a aos cuidados do meu irmão e de Georg. Minha consciência têm insistido em me questionar se eu havia tomado a decisão certa e isso me deixa com um pouco de dúvida, mas eu quero acreditar que eles serão fiéis à mim.
Assim que cheguei no aeroporto fui recebido por vários fotógrafos que direcionavam suas câmeras pra mim, os flashs eram tantos que me cegariam se não estivesse de óculos, os seguranças me rodeavam e apesar do tumulto cheguei rápido ao carro que me aguardava do lado de fora do aeroporto. Fechei os olhos respirando fundo e quando relaxei no banco, abri os olhos e me assustei ao ver uma garota sentada ao meu lado. Seus cabelos eram pretos, olhos verdes, a pele branca como a neve, magra e suas bochechas estavam levemente rosadas, talvez fosse pelo frio que fazia naquela manhã pouco ensolarada.

–Olá.-disse a garota sorrindo.

–Sou Angélica Hohl, mas pode me chamar de Angel.-estendeu a mão cumprimentando-me.

–Ahm, Bill Kaulitz.-sorri e cumprimentei-a.

–Você deve estar se perguntando quem sou eu certo?-perguntou gesticulando, parecia nervosa.

–David pediu pra que eu cuidasse de você... Digo, que cuidasse da sua estadia, te acompanhasse, entende?

–Claro.-sorri e sem querer deixei escapar um riso.

–Então, como foi a viajem?

–Tranquila.-respondi olhando para a janela.

–Hum.

Apesar de ter ficado surpreso com a presença da garota, ela parecia ser cofiável, seus olhos verdes transimitiam uma segurança jamais vista por mim e aparentemente era divertida, o que me deixou estranhamente feliz.
O caminho até o hotel foi silencioso, Angel olhava para as próprias mãos e ajeitava o cabelo diversas vezes e em momento algum voltou à olhar para mim, ela estava envergonhada... Talvez ela pensasse que eu fosse um daqueles rock stars chiliquentos. Eu sempre gostei de silêncio, mas naquele momento, uma vontade de conversar tomou conta de mim e resolvi conhecê-la um pouco, já que todos sabem tudo sobre mim, eu queria saber algo sobre ela, sobre a vida que ela têm, uma vida normal.No início da conversa ela estava tímida e eu falava com cautela, esperando por cada reação dela... Era engraçado conversar com ela, parecia que nos conhecíamos à tempos. A espontaneidade dela me encatava, muito alegre, sorridente e o modo como ela falava era cativante.
O tempo passou tão rápido que não percebemos quando estávamos em frente ao hotel e tivemos que parar a conversa.

–Você vai na frente, Bill. Os seguranças vão te escoltar, não se preocupe.-pausou-Nos vemos mais tarde.

–Ok, até depois.-sorri e saí do carro.

O hotel era luxuoso, agradável e poucas pessoas circulavam nele àqulele horário. Segui até o hall e logo após pegar as chaves do quarto, caminhei até o elevador sendo seguido rigorosamente até o 10º andar. Ao sair do elevador olhei à minha volta, encontrando paredes de cor clara e alguns quadros pendurados de forma harmoniosa, além do meu quarto haviam apenas mais dois no andar. Eu estava louco para ir de encontro à uma cama macia e entrei no quarto sem reparar em absolutamente nada, caminhei em direção à cama e me deitei tirando as botas, logo que encostei a cabeça no travesseiro adormeci.
Acordei com o barulho de batidas em minha porta e levantei rapidamente enquanto me espreguiçava, caminhando até a porta sem me importar com o meu estado.

–Oi...-Angel disse e reprimiu um riso.

–Quer entrar?-perguntei convidando-a, dando espaço para que entrasse no quarto.

–Acho que acordei você...-disse sorrindo.-E Bill, sua maquiagem está meio borrada.-disse passando os dedos na minha bochechae logo mostrando-os manchados de preto.

–Obrigada.-sorri sem jeito.-Vou ao banheiro, ok?

–Tudo bem.

Fui para o banheiro, lavei o rosto tirando o excesso de maquiagem e voltei para o quarto, onde encontrei Angel parada perto da janela, observando a rua. Seus olhos pareciam admirar um casal que caminhava abraçado e ao perceber minha presença, voltou seus olhos aos meus.

–Vim para avisar sobre os compromissos de hoje.-disse sentando em uma poltrona.

–E então?-perguntei visivelmente desinteressado.

–Não sei se é uma boa notícia pra você, mas bem... Hoje você está dispensado.

–Como assim?

–Ligaram avisando que o evento de hoje foi cancelado.

–Não acredito nisso!-disse ficando nervoso.-Mas tudo bem.

–Não quer sair pra tomar um café?

–Tudo bem, vou me trocar.

–Espero você lá fora.-disse saindo pela porta rapidamente.

Troquei de roupa rapidamente e encontrei Angel no corredor, seguimos até a cafeteria do hotel. Eu estava um pouco irritado, àquela hora eu poderia estar em casa cuidando da minha namorada e ela poderia me acompanhar na viagem, mas nada poderia mudar, à não ser o meu humor. Tomamos café conversando, Angel me fez melhorar o humor e quando me dei conta estava rindo de suas histórias do tempo de infância.

–Então, Sr. Kaulitz, o que quer fazer agora?-Angel perguntou assim que terminamos de tomar nossos cafés.

–Não sei.

–Que tal darmos uma volta pela cidade?-perguntou animada.

–Eu não acho que seja uma boa idéia...

–Pois eu acho! Você precisa sair um pouco, ver gente.-disse levantando e me puxou pela mão.

–Ok, eu vou... Mas antes preciso me disfarçar.

–E lá vamos nós.-riu.

Voltamos para o 10º andar, coloquei uma roupa simples, mas bem quente:calça jeans, botas de salto, blusa de lã, um sobretudo, luvas, cachecol, luvas e óculos de sol, para completar o look. Saí do quarto e quando Angel me viu, soltou uma gargalhada.

–Que foi?-perguntei fazendo careta.

–Você chama isso de disfarce?

–O que tem de mais?-perguntei fazendo bico.

–Vem, Bill. Vou te ajudar com o disfarce.-disse me puxando pelo cachecol e entramos no quarto.

–Nada de salto.-disse sentando na cama e apontou para os meus pés.

–Mas...

–Nada de mas! Você já chama atenção por ser alto e se usar bota de salto vão saber que é você.-disse concluindo.

–Tá legal.-bufei indo trocar a bota por um par de tênis surrados.-E agora?

–Melhorou.

–Podemos ir agora, Srta.Hohl?-perguntei estendendo o braço para ela.

–Claro.

Saímos do hotel sem os seguranças, apesar de terem insistido para fazerem nossa escolta. Passeamos pela cidade olhando vitrines de lojas e quando nos cansamos, sentamos ao pé de uma árvore em uma praça. Era tão bom sair tranquilamente pelas ruas sem ser reconhecido ou perseguido, é claro que eu gosto das minhas fãs, mas às vezes é bom ter um pouco de privacidade! O tempo passou sem que pudéssemos perceber e o sol já se punha no horizonte, levando consigo o dia.

–Acho que precisamos voltar.-disse me levantando.

–Ok.-Angel concordou e ajudei-a à levantar.

A noite já começava, com a lua cheia iluminando as ruas, o vento soprava fazendo com que nos encolhêssemos e involuntariamente passei os braços ao redor de Angel, tentando aquecê-la e ela retribuiu envolvendo-me em seus braços. Chegamos ao hotel e seguimos direto para o restaurante, sentamo-nos à mesa e fizemos os pedidos.

–O que achou da nossa fuga?

–Há tempos não me divertia como hoje.-respondi enquanto o garçom servia-nos vinho.

–Podemos sair mais vezes, se quiser.

–Claro.-respondi sorrindo.

–Um brinde à liberdade.-disse erguendo a taça e repeti o gesto.

Jantamos e seguimos para o 10º andar, estávamos um pouco alterados devido ao vinho que tomamos.

–Boa noite, Billy.-Angel disse tentando colocar a chave na fechadura.

–É Bill.-respondi rindo meio débil.-Acho que você precisa de ajuda.

–O que quer dizer com isso?-perguntou fazendo bico.-Eu não estou bêbada.

–É claro que não.-respondi irônico.

–Você é que está.-disse rindo.

–Não estou.

–Então prove.-disse entregando-me a chave.

–Você vai ver só.-disse tentando acertar o buraco da fechadura, mas era em vão, acabei desistindo.

–Ih, viu, você está bêbado também.-disse gargalhando e não me contive, acabei rindo também.

–Acho que precisamos de ajuda.-falei e chamei por um dos seguranças.

–Boa noite, querido, até amanhã.-Angel disse beijando minha bochecha.

–Boa noite, Angel.-respondi beijando sua bochecha.

Segui para o meu quarto sendo seguido por um segurança que abriu a porta, entrei pela porta e fui direto para o banheiro. Tomei um banho, me vesti e caí na cama, pegando no sono quase que automaticamente.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 45

 Depois que Tom e eu nos beijamos, ficamos deitados um ao lado do outro e a dor na minha cabeça voltou com força total. Eu pensei que minha maldita enxaqueca tivesse ido embora, mas foi apenas uma ilusão que a proximidade do Tom causou. Eu não tinha forças pra levantar da cama sozinha, minha cabeça parecia que ia explodir toda vez que um ronco do Georg entrava pelos meus ouvidos... Aquilo estava me torturando.
Por vezes tentei reabrir os olhos mas a claridade penetrava neles me deixando tonta... Após tentativas incontáveis consegui ficar com os olhos abertos. Respirei fundo e tentei me levantar, mas fiquei tonta e soltei um gemido de dor que fez Tom saltar da cama, me olhando preocupado.


–Duda, tudo bem?

–Não, Tom... Eu preciso de um remédio, é sério.-respondi com a mão não cabeça...Como se fosse adiantar alguma coisa!

–Onde estão os remédios?-perguntou saindo da cama, pondo-se de pé.

–Na primeira gaveta do armário no banheiro.

–Fica quietinha aí, ta?-Tom pediu beijando a minha testa e seguiu em direção ao banheiro.

Enquanto eu esperava Tom aparecer com o remédio, fui esmagada por Georg que rolou pra cima de mim com força... Era só o que me faltava!


–Puta que pariu, sai de cima de mim, Georg!-xinguei-o e tentei tirá-lo de cima de mim.

–Hein, mas o que?-Georg perguntou abobalhado.

–Sai de cima de mim.-repeti.

–Ah, desculpa, Duda...

Tom logo apareceu com um copo e o remédio em mãos, o que me fez agradecer mentalmente. Fiquei deitada esperando o remédio fazer efeito, Georg e Tom tinham saído do quarto, talvez tivessem ido fazer higiene matinal e aproveitei pra ir tomar um banho, afinal eu precisava ir trabalhar senão a Anne me mataria.
Saí do banheiro vestindo apenas um conjunto simples de lingerie e meu roupão branco, dei uma olhada geral no quarto pra ver se os meninos não estavam por lá e nada de nenhum dos dois, ÓTIMO! Segui até o closet pra escolher uma roupa... Roupa escolhida, roupão aberto e Tom Kaulitz parado na porta. Como ele tinha entrado no quarto sem que eu tivesse escutado? Levei um susto daqueles de arregalar os olhos e o desgraçado riu da minha cara.


–Quer me matar do coração?-perguntei brava.

–Você fica tão sexy bravinha, sabia?-Tom perguntou caminhando até mim com um sorriso malicioso e tratei de colocar o roupão rapidamente.

–Eu preciso me vestir, dá licença!?

–Não... Eu prefiro você assim.-disse me prendendo contra a parede.

–Eu tenho que ir trabalhar, Tom.-disse tentando manter a minha voz firme.

–Eu já resolvi isso com a Anne, você está dispensada por hoje.-respondeu abrindo o meu roupão com uma das mãos.

–Não acredito! O que você disse pra ela?

–A verdade...

–Fala sério!-disse debochada e deixei um risinho escapar.

–Mas é sério... Eu disse pra ela que você está com enxaqueca e que vou cuidar de você direitinho.-respondeu mordendo o lábio inferior.

–Safado!-falei conseguindo fugir dele.

–Não adianta tentar fugir.-Tom disse me segurando.-Eu vou cuidar de você, eu prometi pra Anne.-sussurrou beijando o meu pescoço.

–Cadê o Georg?-perguntei tentando mudar de assunto.

–Saiu e só volta de tarde.

–Ô tentação...-falei em português.

–O que você disse?

–Disse que estou com fome.

–Hm... Vamos tomar café então, vai precisar de bastante energia.

–Socorro, Deus salva-me da perversão desse garoto.-debochei e saí do quarto, indo em direção à cozinha.

Sentei-me à mesa e logo Tom se juntou à mim, sentando ao meu lado. Tomamos café em silêncio, nada de brincadeirinhas maliciosas, era estranho estar na companhia do Tom e não ouvi-lo soltar uma de suas “pérolas”... Talvez ele só estivesse pensando em nós dois, quem sabe? Sorri com meu pensamento e me levantei, dando por encerrado o café. Não demorou muito até que Tom terminasse de tomar café e logo levantou colocando a louça na pia, enquanto eu guardava as coisas que estavam sobre a mesa.
Segui para a sala na esperança de encontrar o meu notebook, onde eu havia colocado mesmo? Olhei em volta e não encontrei nem um sinal dele, com certeza estaria no meu quarto, é claro... Onde mais poderia estar? Fui à procura de um dos meus bens mais preciosos e encontrei-o sobre minha escrivaninha no quarto. Olhei meus e-mails rapidamente, nada de importante, exceto por um e-mail da Anne que acabara de chegar.


"Duda,

Essa história de enxaqueca não colou, sabia? Sorte a sua que sou uma chefe muito boazinha... Brincadeira, viu? Eu sei que você tem juízo suficiente pra não ficar trancada com o Tom, pelo menos eu espero. Fiquei sabendo hoje de manhã que o Bill viajou para Stuttgar e deixou você sob cuidados... Um tanto especiais eu diria!
Tenho novidades pra te contar, sei que ficará anciosa, mas prefiro conversar com você pessoalmente... Amiga, estou tão feliz!
Melhoras pra você, Tom me prometeu que cuidaria bem de você... Só tenho medo de quais sejam os métodos. -risos-

Beijos, Anne."

Ri ao ler a mensagem e ao mesmo tempo me fez lembrar do meu namorado, que àquele momento já teria chegado à Stuttgar. Eu estava com saudade dele, não minto e senti uma vontade de estar com ele... No fim das contas eu poderia ter ido junto com ele e evitaria toda essa situação. Talvez o destino saiba o que faz, apesar de me sentir um pouco culpada por estar namorando com Bill sem amá-lo como merece, eu me sentia feliz por ele estar feliz... É claro que eu me sentia uma suja em estar traindo-o com o gêmeo, ou será que eu estava traindo Tom com ele? Eu já não sabia mais, minha cabeça estava confusa e por isso meu coração estava comandando todas as minhas ações.
Não respondi o e-mail, mais tarde eu ligaria para a Anne e conversaríamos, talvez marcasse de nos encontrarmos.
Desliguei o notebook e me atirei na minha cama fofinha, liguei o rádio e por um momento cheguei à esquecer que não estava sozinha e comecei à cantar junto com a Lady Gaga. Eu parecia uma adolescente maluca pulando, rebolando e cantando com um microfone imaginário na cama... É, a coisa estava hilária. Acabada a Paparazzi, começou a Christina Aguilera com Lady Marmalade... Eu amo essa música e sei até uma coreografia.
[N/A:Duda animadinha :x]
Não notei que estava sendo observada por um lindo par de olhos castanhos quando cantei uma estrofe um tanto convidativa...

Voulez-vous couché avec moi, ce soir
(Você quer dormir comigo esta noite?)

Voulez-vous couché avec moi
(Você quer dormir comigo?)

–Oui, je veux ... (sim, eu quero)- escutei aquela voz sexy sussurrando no meu ouvido.

Senti minhas pernas tremerem, os pelinhos da minha nuca se arrepiaram, eu quase fui à loucura com um simples sussurro, não imagino como eu ficaria se avançássemos. A verdade é que eu inconscientemente havia provocado-o e também estava explicíta a vontade que eu estava de consumar o desejo que eu tentava reprimir à tempos, tempo demais pra quase me enlouquecer.
Se eu quisesse esquentar as coisas, deveria fazer tudo direito, a música já havia acabado e Under My Skin da Sarah Connor ecoava pelo quarto, nenhuma uma música descreveria melhor de como me sinto perto de Tom.



You set me off
(Você me provoca)

I can`t wait to feel your hands on me
(Não posso esperar para sentir suas mãos em mim)

And when we rock
(E quando nos mexemos)

Feels just like the devils ridin` me
(Sinto como se o mau montasse sobre mim)

I`ve got youuu under my skin
(Eu te tenhoooo sob minha pele)

Comecei à dançar sendo seguida por ele, nossos corpos mantinham um movimento sincronizado, os braços de Tom seguravam minha cintura com firmeza e eu ainda continuava dançando de costas para ele que beijava meu pescoço e às vezes dava leves mordidas, me fazendo dar gemidos quase inaudíveis. Em um movimento rápido Tom me virou pra ele me puxando pela cintura, juntando nossos corpos, levei uma de minhas mãos às tranças dele e com a outra arranhei suas costas de leve, fazendo-o soltar um gemido rouco e logo em seguida desceu uma das mão apertando a minha bunda sem pudor algum. Sorri de um jeito pervetido, ele correspondeu e me puxou para um beijo cheio de desejo, ardor e paixão... Tudo estava ficando estranhamente quente. Desci uma das mãos até a barra da camiseta dele e puxei-a, quebrando o beijo por instantes mas voltando à ele em seguida, ele tirou a minha baby-look rapidamente e vendo o meu colo nu, desceu com a boca fazendo um caminho de beijos e leves chupões, até chegar ao meu sutien. Eu não estava mais aguentando aquilo e Tom também já estava visivelmente excitado, fui guiada à passos largos até a cama, ele caiu sobre mim devorando minha boca de uma forma alucinante, me deixando sem ar em poucos segundos. Rapidamente abri o cinto dele, me livre de suas calças e ele fez o mesmo com as minhas, assim que fiquei apenas com roupas íntimas, Tom parou por um momento de me beijar e me olhou de cima à baixo, me fazendo corar envergonhada.


–O que foi?

–Você é linda, perfeita.-Tom disse com um sorriso bobo nos lábios.

Voltamos à nos beijar, ele passeva com as mãos pelo meu corpo... Cada toque era como uma descarga elétrica no sobre minha pele. Tom pareceu insatisfeito por estarmos com aquelas poucas peças de roupa e logo tratou de arrancar meu sutien, passando a língua sobre meus seios lentamente, depois desceu trilhando um caminho de beijos até a minha cintura. Aquilo estava sendo uma tortura tão doce e sufocante ao mesmo tempo, no momento em que Tom chegou à barra da minha calcinha olhou-me profundamente como se pedisse permissão.

–Tom, por favor, eu não aguento mais.-implorei sussurrando.

Ele sorriu e atendeu ao meu pedido, tirando minha última peça de roupa rapidamente e logo depois tirou a cueca dele, antes de estarmos finalmente juntos, ele tomou as devidas medidas de "segurança" e me beijou. Tom ficou sobre mim, encaixando-se entre minhas pernas e penetrou-me com um pouco de cuidado, cravei as unhas em seus ombros, o que serviu como um estímulo pra que ele desse investidas mais fortes, eu o queria e por completo. Tom começou à se movimentar, fazendo-me soltar gemidos roucos, estímulos surgiam de dentro de mim, entrelacei minhas pernas em sua cintura, facilitando os nossos movimentos que à cada momento ficavam mais intensos e prazerosos, eu sabia que o que estávamos fazendo não era apenas transar, e sim que estávamos fazendo AMOR. Quando nossos corpos deram sinal do estado máximo de êxtase, Tom entrelaçou suas mãos nas minhas e continuou com os movimentos, até o momemnto em que os nossos corpos estremessessem... Chegamos ao àpice juntos. Nos separamos, Tom se livrou da camisinha e me beijou carinhosamente, acaricinado minha bochecha com o polegar e logo deitou sobre o meu peito, escutando as batidas frenéticas do meu coração que pulava mais que brasileiro em dia de carnaval.
Tom puxou o lençol para que nos cobríssemos, voltou à deitar a cabeça em meu peito e abracei-o, mexendo em suas tranças carinhosamente.


–Você é perfeita, sabia?-Tom perguntou me encarando com um lindo sorriso e um brilho faiscante em seus olhos.

–Você é tudo que eu sempre quis.-respondi e recebi um beijo calmo.

–Te amo.-Tom disse entre selinhos.

–Também te amo.-respondi mordendo o lábio inferior dele.

–Acho que precisamos de um banho... Apesar de o seu cheiro ficar mais alucinante.-Tom disse mordendo meu pescoço.

–Eca, Tom.-disse fazendo careta e ele riu.-Vem, vamos tomar banho.

Seguimos pro banheiro abraçados, durante o banho não rolou nada mais do que beijos e carícias, além de um abraço ensaboado. Tom brincava com os meus cabelos e com a espuma do shampoo, parecia uma criança que pouco tinha de inocente, pelo menos na cama.
Saímos do banho enrrolados em nossas toalhas, nos "recompomos" e deitamos-nos novamente, mas dessa vez apenas para descansar do nosso prazeroso desgaste. Tom me fez deitar com a cabeça em seu peito, ficou brincando com o meu cabelo e pouco tempo depois adormeceu... Levantei-me devagar para não acordá-lo e fiquei admirando o rosto dele, tão lindo e angelical quando está dormindo.
O meu celular tocou e levantei da cama para atendê-lo, quem poderia ser?


–Alô.

–Oi, amor.-Bill disse carinhoso e me senti uma vadia instantaneamente.

–Meu anjo, como estão as coisas por aí? A viagem foi tranquila?-perguntei tentando esconder meu nervosismo.

–Nada parece ter graça sem você.-aposto que ele estava fazendo bico.-Foi tudo tranquilo... Já estou morrendo de saudade.

–Queria estar aí... Também estou com saudade.-respondi sinceramente.

–Como é que você está? Tom e Georg estão dando muito trabalho?

–Estou um pouco melhor agora... Eles estão se comportando bem.

–Você se sentiu mal?-perguntou preocupado.

–Enxaqueca, nada de mais.

–Amor, eu não vejo a hora de voltar.-disse choroso, me deixando com a consciência pesada.-O pior de tudo é que talvez não dê pra nos falarmos nos próximos dias... Que saco! Odeio esses compromissos de última hora.-disse bufando.

–Eu vou esperar por você, meu anjo... Não se preocupe comigo está bem? Assim o tempo passa mais rápido.-sugeri.

–Prometo que vou tentar, mas será difícil tirar você da minha cabeça.-disse meloso.-Bem, tenho que ir... Te amo, namorada.

–Você também não sai da minha cabeça.-"Não sai mesmo".-Te amo, namorado.

Desligamos e um peso tomou conta da minha consciência... O que eu estava fazendo era errado. Eu amo o Bill mas não da mesma forma e intensidade como eu amo o Tom, eu não posso simplesmente escolher quem meu coração vai amar... Não é como chegar em uma loja e escolher um boneco. O que eu faria quando Bill voltasse? Tom está fazendo de tudo pra ser compreensível comigo, é capaz até de aceitar que tenhamos um relacionamento às escondidas, mas eu não queria que fosse desse jeito, Tom não merece.


–Aposto que está pensando no que vamos fazer quando o Bill voltar.-Tom disse me assustando.

–Desde quando lê mentes?-perguntei rindo.

–Eu sei ler as suas expressões... Melhor do que imagina.-respondeu me dando um selinho.

–Mas e então, o que sugere?

–Que tal parar de pensar no futuro? Vamos viver o agora, aproveitando cada segundo.-respondeu me abraçando.

–Tudo bem.-respondi dando-me por vencida.

–Vem, você precisa descansar... Que tal um 2º round mais tarde?-Tom perguntou sorrindo pervertido.

–Vou descansar sim, mas esquece o 2º round, pelo menos por enquanto.-respondi me atirando na cama.

–Você é má... Mas eu gosto.-Tom disse se deitando sobre mim, me deu um beijo e descansou a cabeça no meu ombro.

Fechei os olhos e logo peguei no sono, sentindo os braços do meu amor.


Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 44

 Fiquei mais algum tempo naquela mesma posição, tendo o Tom abraçado à mim, a situação era confortável e ao mesmo tempo desesperadora... Confortável por ser o cara que eu amo à me abraçar e desesperadora porque além dele não ser meu NAMORADO, no momento em que despertasse poderia acontecer uma burrada das grandes e mesmo que meu coração quisesse, minha mente tentava me manter racional à qualquer custo.
Onde estaria o Georg? Minha pergunta mental foi respondida prontamente pelo som horroroso do ronco do Ge que, pelo o que parecia, estava deitado do outro lado da cama, ao lado do Tom... Me pergunto como ele foi parar lá.
Eu não fazia a mínima idéia de que horas eram, apenas sabia que já havia amanhecido, mas descobri que talvez já tivesse passado das 7hs assim que o barulho torturante do meu celular começou à tocar em cima do criado-mudo.
Lá estava eu com uma enxaqueca dos infernos, sem poder me mexer e com aquela musiquinha terrível tocando, com certeza era a Annie ligando, querendo saber o porque de eu não estar na agência trabalhando. Não poderia ser o Bill porque quando ele liga o toque do celular é específico... Eu e minha mania de definir toques para meus contatos especiais!
Por sorte, ou não, o Tom acordou resmungando por causa do barulho, mas mesmo assim não me largou...


–Mas que droga, alguém atende esse celular.-reclamou meio grogue.

Eu não me mexi nem um centímetro sequer. Ok, eu estava acomodada daquela maneira e fingir que estava dormindo era a melhor coisa à ser feita, já que eu não conseguia nem falar por causa da minha enxaqueca.
Senti o Tom me soltar, se espichou passando o braço batendo na minha cabeça e pegou o celular... Definitivamente, aquele garoto precisava aprender à ser mais cuidadoso!


–Alô! Oi Anne... Ela está dormindo! Sim, sou o Tom. Não, o Georg está aqui também.Vou tentar acordar ela e te ligo. Ok, tchau.

Argh! Eu não queria ir trabalhar, ainda mais no estado em que eu estava. Não demorou muito pra que o Tom se sentasse do meu lado, será que ele teria coragem de me acordar? Mas é claro que sim, idiota!

–Ah, Duda eu não queria ter que te acordar... Fica tão linda dormindo.-Tom disse e passou os dedos pela minha bochecha.

Mas que diabos ele estava fazendo?Aposto que ele ainda estava dormindo e nem tinha notado! Onde já se viu um galinha chamar alguém que está dormindo de linda? Mas eu não estava dormindo e sinceramente, eu me surpreendi com o que ele disse, estava sendo tão carinhoso... Nem em sonho eu imaginaria ele daquele jeito. Ele disse aquilo porque pensou que eu não estava ouvindo, mas eu estava e por incrível que pareça, a voz dele não estava me incomodando, parecia que a dor sumia à cada palavra que dizia... Um tipo de remédio que eu queria ter pra aliviar as minhas dores no coração, mas eu não podia ter.
Senti ele se movimentar de novo na cama, mas dessa vez parecia ter se ajoelhado do meu lado.


–Duda, acorda.-pediu mexendo no meu cabelo.

Qualquer um que me conheça bem, mesmo que não tenha dormido comigo, sabe que eu costumo ter um sono muito pesado quando consigo adormecer rapidamente... Pareceria que eu estava fingindo se me “acordasse” logo na primeira vez em que fosse chamada, então eu resolvi não mover um músculo e sei também que, na verdade, eu esperava que ele sussurrasse no meu ouvido. Ah, o que há de mais nisso? Eu não podia tê-lo, mas de algumas coisas eu poderia tirar proveito, já que ninguém é de ferro como dizem por aí.

–Duda, acorda... Você está atrasada.-Tom sussurrou no meu ouvido.

A voz dele ficava tão sexy que me arrepiei toda, sem contar a respiração bem perto do meu pescoço... Céus, eu precisava me controlar!
Minha vontade era poder ficar atirada na cama a manhã inteira e pra que o meu desejo se realizasse, teria que fazer uma manha gigante... Eu estava parecendo aquelas adolescentes que bolam um plano pra convencer a mãe à deixar que a filha mate aula.
Abri os olhos lentamente colocando a mão sobre eles e logo que a luz atingiu-os, fui forçada à fecha-los e fiz uma careta de dor, que no mínimo tinha sido escrota, já que o
To
m segurou o riso. Apalpei a cama ainda de olhos fechados, procurando o braço dele, precisava de um apoio pra me sentar e quando eu encostei nele, logo veio uma piadinha.

–Hey, cuidado com a mão boba.

–Idiota, eu preciso de um remédio.-resmunguei.-Minha cabeça parece que vai explodir.-fiz bico.

Me apoiei no braço dele e me sentei na cama e acabei por sentir a respiração dele muito próxima do meu rosto... Um letreiro luminoso aparecia diante dos meus olhos, escrito:PERIGO. Ah, era só o que me faltava!

–Coitadinha...-Tom sussurrou no meu ouvido e me arrepiei toda.

–Se-será que você pode me dar o remédio?-pedi tentando me controlar.

–Claro.

Deitei a cabeça no travesseiro novamente e Tom se remexeu um pouco na cama, dando a impressão de que tinha levantado para catar um remédio, mas eu estava enganada... Doce ilusão. Minha mente já estava com uma pequena dor e pensar não era uma coisa que eu realmente pudesse fazer... Tudo foi tão rápido que não tive tempo de reagir:aquele paspalho sem-vergonha me beijou, mas não fui um beijinho, tipo aqueles técnicos, não! Foi O BEIJO, daqueles que deixaria qualquer uma tonta e eu como já estava, de certa forma debilitada, quase desmaiei.
Os nossos lábios entraram em contato de um forma brutal e cada vez mais o movimento ficava mais intenso, eu comecei à corresponder ao beijo, nossas línguas se encontraram e agarravam-se uma à outra como se sentissem uma saudade imensa... Uma das mãos de Tom agarrou a minha cintura e com a outra segurou uma das minhas mão, entrelaçando os nossos dedos e com a minha mão livre segurei a nuca dele puxando-o para mim.
Eu esperava tanto poder ao menos ter os lábios dele junto dos meus nem que fosse por alguns instantes, era mais que um desejo... Uma necessidade insana. Senti tanta falta daquele toque que me fazia arrepiar, daquele sussurro que me levava ao céus em segundos..
Paramos de nos beijar por falta de fôlego, mas não desgrudamos os nossos lábios... Enquanto o ar voltava aos nossos pulmões, Tom me dava selinhos demorados, às vezes mordendo o meu lábio inferior.
Eu não queria sair dali, mas eu precisava, antes que nos descontrolássemos e passássemos mais do limite. Abri os olhos e a luz que eu enxergava não vinha da janela, mas sim dos olhos castanhos de Tom, que me encarava com um leve sorriso nos lábios... O sorriso que me deixava vulnerável e que eu não via desde a nossa briga.

–Eu senti tanto a sua falta.-Tom disse acariciando meu rosto, me fazendo suspirar.

–Também senti a sua falta.-sussurrei.

Eu senti um alívio em dizer à ele o que estava guardado, mas uma culpa começou à tomar conta de mim... O que nós tínhamos feito? E se o Bill descobrisse? Eu estava traindo a confiança dele e me sentia um lixo por isso, eu fui a responsável por toda aquela confusão emocional e precisava arcar com as conseqüências.
Olhei nos olhos de Tom mais uma vez, eles transmitiam uma felicidade imensa e não queria que a mesma se fosse. Desviei o meu olhar pra parede e fiquei encarando-a, enquanto pensava no que eu iria dizer pra que não machucasse ainda mais à nós dois... Uma lágrima escorreu pelo meu rosto sem permissão, a dor no meu peito parecia aumentar cada vez mais.


–Hey, não chora.-Tom pediu olhando pra mim preocupado e secou a lágrima com os dedos.

–Eu não posso fazer isso... Tom, me desculpa.-pedi deixando que as lágrimas caíssem, uma atrás da outra.

–Você não pode ficar se machucando desse jeito, Duda.-disse em um tom compreensivo.-Olha, eu posso parecer um burro, infantil, mas eu não sou tolo. Sei que o Bill te ama e não quer vê-lo triste, eu admiro isso... Mas e quanto à você?

–Tom, eu não quero que ele sofra mais do que já sofreu...

–E o que você está sofrendo, não conta? Acha que eu também não sofro com essa situação toda?-perguntou tentando se manter calmo.-Eu amo você e me dói saber que não estamos juntos.

Aquelas palavras me pegaram de surpresa, é claro que eu sabia que a situação estava desconfortável para ele, mas não imaginava que ele estivesse sofrendo tanto e que me amava, de verdade... Sobre eu estar sofrendo, isso era o de menos, apesar de sentir uma falta imensa dele, eu tinha o Bill que cuidava de mim e eu não queria deixa-lo sofrer por causa das minhas idiotices. Eu não sabia quanto tempo mais agüentaria sofrer pra deixar que o Bill sorrisse, aquilo aos poucos me deixaria vazia e fria com ele, não era o que eu queria e nem o que ele merecia, eu não poderia deixar que o nosso namoro chegasse até tal ponto, seria certo dar a chance à ele de enxergar que eu não sou a metade dele, como pensa.

–Por favor, não me peça pra escolher... Pelo menos não agora.-pedi e ele respirou fundo.

–Eu não vou pedir, você tem o tempo que precisar... Mas por favor, não me empeça de ficar perto de você.-pediu mordendo o lábio.

–Eu não vou.-sorri e nos beijamos carinhosamente.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 43

 P. O. V. Duda

Não imagino à quanto tempo eu estava no banho, mas foi tempo suficiente pra me fazer pensar no que levou o Bill à me deixar com o Ge e o Tom, será que era algum tipo de “prova” ou ele realmente acreditava que não haveria problema algum em deixar à mim e o Tom sob o mesmo teto, respirando o mesmo ar?
Desliguei o chuveiro, me sequei, passei um hidratante no corpo, me vesti e fiz minha higiene.Antes de sair, respirei bem fundo, tendo plena consciência de que Tom estaria no meu quarto.
Assim que abri a porta, vi Tom e Georg conversando seriamente sobre algum assunto e ao me verem pararam instantaneamente. É claro que eu fiquei curiosa pra saber o assunto, mas fiquei quieta e me atirei na minha cama. Georg se atirou em cima de mim, ele deveria achar que não pesa muito, certo? Mas estava enganado!


–Georg, sai de cima de mim!Não consigo nem respirar direito.-xinguei.

–Como você é fresca!-reclamou.

–Olha o seu tamanho perto de mim!-falei fazendo bico.

–Vai ter que se acostumar, afinal hoje eu vou dormir nessa cama com você e ainda tem o Tom.-disse saindo de cima de mim e eu ri.-Do que está rindo?

–Você acha mesmo que eu vou deixar você e aquela imitação barata de rapper dormirem na minha cama e comigo?

–Hey, imitação de rapper, não!-Tom disse tirando os tênis e se atirando entre mim e Georg.

–Mas nós apostamos e você perdeu.-Georg disse.

–Eu disse que deixaria vocês dormirem no meu quarto e não na minha cama... vocês entenderam errado.-disse sorrindo vitoriosa.

–Não acredito!-Tom fez bico.

–Garota, você não presta!-Georg disse sério.

–A culpa não é minha se vocês não prestaram atenção no que eu disse.-falei dando de ombros.

–Mas você vai ter coragem de nos deixar assim, abandonados, sem termos onde dormir?-Georg perguntou choroso.Droga, porque eu sou tão boazinha?Eu já estava com dó da carinha fofa que ele estava fazendo.

–Ok, vocês podem dormir aqui comigo.-falei suspirando.

–Ô beleza!-Georg disse tirando as meias e arregalei os olhos quando vi ele tirando as calças jeans.
–O que pensa que está fazendo?-perguntei incrédula.

–Ah, você não quer que eu durma de calça jeans, né?-perguntou sério.

–Eu é que não vou dormir do lado desse cara.-Tom disse se encolhendo, ficando colado em mim.

–Vocês são dois frescos! Tom, fala sério... com uma gostosa como a Duda na mesma cama que eu, acha que eu te agarraria? Tenha dó!-Georg disse na maior cara de pau.

–Com licença, eu tenho namorado.-falei fazendo bico.

–E você se acha grande coisa, né ô chapinha man?-Tom perguntou debochado.

–Ah, Tom... não me leva mal, mas nenhuma garota fugiu de mim até hoje.-Georg disse sério.

Impressão minha ou a garota à quem o Georg acabara de se referir era eu? O clima estava começando à ficar pesado... por mais que o Ge seja bonito, a cena dele de camiseta e boxer, discutindo com o Tom, não estava nada sexy, acreditem se quiserem.

–Com licença.-“tossi”.-Será que dá pra vocês pararem?

–Se ele pode dormir sem calça, eu também posso.-Tom disse tirando as calças ainda deitado, eu mereço?

–Hey, que porra é essa?-perguntei indignada. A verdade é que eu estava me sentindo tentada à tirar o resto da roupa dele.-Daqui à pouco vão querer dormir sem nada e eu não estou disposta à ver NADA, por mínimo que seja.

–Ah, qual é... eu não tenho nada pequeno aqui, muito pelo contrário.-Tom disse sorrindo maliciosamente e mexendo aquele maldito piercing com a língua.

–Eu não quis dizer isso e também pouco me importa o tamanho do seu... ah, esquece.-falei constrangida.

–Que tal parar de discutir sobre o tamanho do amiguinho do Tom e irmos dormir? Outro dia você mata a sua curiosidade, Duda.-Georg disse se deitando do lado do Tom e minha cara deveria estar vermelha.

–Só por curiosidade, quem vai apagar a luz?-perguntei mudando de assunto.

–Você, oras.-Tom disse.

Me levantei e apaguei a luz, já que não queria discutir com dois caras semi-nus na minha cama. Ao invés de me deitar do lado do Tom como antes, me deitei do lado do Georg... eu não me arriscaria ficando deitada do lado do Tom, eu sou maluca mas não burra.

–Boa noite.-Georg desejou.

–Boa noite.-Tom e eu respondemos em uníssono.

A cama parecia estar espaçosa, mesmo tendo nós três sobre ela. Tentei não me mexer muito, mas estava difícil... eu não conseguia pregar o olho, por mais que tentasse o sono não aparecia. Não demorou muito pra que um monte de pensamentos invadissem a minha cabeça. Perguntas vinham à tona sem que eu conseguisse responder, não encontrava resposta pra nada... porque eu não conseguia esquecer o Tom? Porque o Bill foi se apaixonar por mim? Porque ele confiava em mim? Porque eu era tão idiota?
Eu não conseguia entender porque tantas coisas aconteciam ao mesmo tempo, tudo tão complicado, pessoas demais envolvidas em tudo, uma ligada à outra... não conseguia entender o que tinha me levado até aquela situação.
Acabei pegando no sono, talvez eu tivesse me cansado de tentar entender os porquês.
No dia seguinte, me acordei com uma enxaqueca que fazia minha cabeça latejar, meu corpo doía... tentei abrir os olhos, mas era como se um peso caísse sobre mim cada vez que eu piscava. Tentei me levantar e apesar de estar um pouco tonta, não era minha vertigem que me prendia e sim um braço que prendia a minha cintura... respirei fundo e tentei me livrar do bendito braço, mas foi em vão. Me mexi na esperança do Georg acordar, a respiração dele batia no meu pescoço e eu estava me sentindo desconfortável, não só pelo fato dele estar abraçado à mim e estar sem calças, mas também por querer levantar. Tentei uma última vez e felizmente, consegui acordá-lo... pelo menos era o que eu esperava.

–Bill, pára de me enxer e me deixa dormir...-ouvi um resmungo no meu ouvido e pude perceber que DEFINITIVAMENTE, NÃO era o Georg!

Tom se remexeu ficando mais perto de mim sem tirar o braço da minha cintura e além disso, encostou a cabeça no meu ombro. Mas que diabos estava acontecendo? Onde estava o Georg e porque eu e Tom estávamos dormindo de conchinha?
Tentei falar mas a minha cabeça doeu só de dizer “Tom...”, acabei desistindo e fiquei lá sendo abraçada por ele. O que mais eu poderia fazer? Eu estava toda moída e se eu fizesse mais força pra me mover, sentiria mais dor do que já sentia.
Meu Deus, me ajuda, por tudo que é mais sagrado! O Senhor me coloca em cada situação!


Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 42

O meu namorado viajaria, ficaria quatro dias fora e com quem ele pretendia me deixar? Com o Georg e com o irmão dele, o cara por quem eu sou apaixonada... Mas não deveria! O pior é que o Bill sabe disso, ou pelo menos eu penso que sim.
Droga, vão ser os quatro dias mais difíceis da minha vida! Porque diabos o Bill confia tanto assim em mim, sendo que eu mesma não confio? Eu não sou infiel, mas eu tenho medo do que possa acontecer! Eu não vou poder chegar perto de bebida alcoólica, não vou poder ir a festa alguma, precisarei ficar mais distante o possível de Tom, que agora é meu cunhado. Ô vida, vou surtar! Georg PRECISA ficar o tempo inteiro por perto, não quero correr o risco de me descontrolar e trair o Bill, não mesmo... Só de pensar que eu vou ficar perto o suficiente pra sentir aquele perfume alucinógeno, me dá um arrepio. Às vezes eu penso que morrer seria menos cruel e doloroso do que sentir a dor que machuca o meu coração, me sinto afogada por um mar de sentimentos e me desespero por não saber o que fazer, por não saber como respirar. As circunstâncias me trouxeram até aqui e eu não tenho como voltar atrás, ou tenho? Se tenho, alguém precisa me dizer como, antes que eu enlouqueça de vez.

Meus pensamentos foram interrompidos pelas risadas altas de Camila e Gustav, que desciam as escadas com uma mala grande em mãos, típico da minha “irmã”. Tentei não pensar em mais nada, apenas foquei o meu olhar em uma foto minha com os meninos e Camila, que estava do lado da televisão... Eu conquistei tanta coisa em tão pouco tempo, deveria estar feliz por completo, mas eu não conseguia.
Minha amiga ajoelhou ao meu lado no sofá e ficou me olhando como se esperasse alguma reação minha, mas eu apenas a puxei para um abraço, o melhor remédio para os meus momentos de tristeza sempre foram os abraços da minha amiga/irmã. Não precisei falar nada, com certeza Gust teria contado a ela sobre a viagem de Bill e, como me conhece melhor do que qualquer um, deve ter concluído que eu estivesse me sentindo mal.

Ficamos abraçadas por mais um tempo e logo os meninos entraram em casa, me separei dela e pude notar que assim como os dela, os meus olhos estavam um pouco molhados por causa de lágrimas silenciosas.
Ela sussurrou “vai ficar tudo bem, você vai ver!”. Apenas agradeci e sequei as lágrimas, assim que Mila saiu do sofá, Bill sentou ao meu lado e me abraçou, perguntou o que eu tinha e respondi “nada”, não queria que ele viajasse e ficasse preocupado, não mais do que deveria.
Senti meus olhos pesarem e pedi licença para ir me deitar na minha cama, despedi-me de Gustav e Mila desejando uma boa viajem, Tom e Georg ficaram na sala, enquanto Bill subiu comigo.
Não falamos nada em momento algum, talvez ele estivesse magoado com o fato de eu não ter dito a verdade, mas eu não estava a fim de falar. Assim que cheguei ao quarto, fui em direção ao closet, troquei minha roupa por uma camisola de mangas compridas e continuei de meias, atirei-me na cama tentando ao máximo não chorar... Desde quando eu ficara tão sensível assim?
Tapei-me e Bill deitou ao meu lado tirando as botas, me abraçou e fechei os olhos sentindo o perfume suave invadir as minhas narinas. Aos poucos fui me sentindo mais calma e, quando eu estava quase pegando no sono, pude sentir Bill beijando a minha testa e levantando.
Sentei na cama antes mesmo que ele pudesse pôr os pés no chão e o abracei com toda a força que eu pude, ele retribuiu e depois me encarou.


–Tem certeza que está tudo bem com você? –perguntou preocupado.

–Aham, eu me sinto melhor... Foi só um mal-estar! –menti.

–Eu queria muito ficar, mas eu preciso ir...

–Mas já? –perguntei fazendo bico.

–Infelizmente... –disse me dando um selinho. -Eu tinha feito planos para o fim de semana, o que eu mais quero é ficar aqui, mas eu não posso. –suspirou.

–Eu entendo meu anjo. –acariciei sua bochecha. -Pode ir tranquilo, eu cuido daqueles dois malucos. –assegurei tentando conter uma risada.

–É bom que eles não aprontem nada! –riu. -Prometo que, quando voltar, passarei o tempo que eu puder bem pertinho de você. –disse dando beijinhos pelo meu rosto.

–Eu vou cobrar. –sorri.

–Agora, eu preciso mesmo ir.

–Ok, mas antes de ir quero um beijinho de despedida! –toquei a ponta de seu nariz com meu dedo indicador.

–Ah, acha que eu iria sem me despedir? –perguntou erguendo a sobrancelha.

–Você não seria nem louco. –ri e o puxei.

Começamos um beijo lento e carinhoso como na maioria das vezes, fui me deitando na cama e ele não parava de me beijar, só que aos poucos o beijo foi ficando mais intenso, Bill deitava lentamente sobre mim e tivemos que parar por falta de fôlego.

–Acho melhor você ir antes que eu te prenda aqui. –falei tentando regular minha respiração.

–E eu me deixaria ser preso... –sorriu enquanto mordia o lábio inferior.

–Te amo, meu anjo. –falei beijando sua bochecha.

–Amo você, minha vida. –disse beijando minha testa.

Bill se levantou, calçou as botas e saiu do quarto apagando a luz, fechei os olhos e tentei dormir, mas não consegui... Fitei o teto e acabei me levantando, desci as escadas lentamente, só de meia mesmo e ouvi vozes baixas vindas da sala. Ok, eu pensei que todo mundo tinha ido embora! Respirei fundo e segui pra cozinha sem olhar para os lados, peguei um copo e servi água da geladeira, sentei-me de costas para a porta e. quando estava me virando pra voltar para o quarto, levei um susto tão grande que deixei o copo cair no chão e o mesmo se partiu em cacos.
Não bastasse o susto, adivinha quem estava parado feito uma coluna do templo na minha frente? Tom Kaulitz, o próprio! Meu coração foi de setenta batimentos a cento e trinta em um segundo, parecia que ia saltar pela minha boca.


–Que susto, poxa! –exclamei levando a mão ao peito.

–Desculpa, foi sem querer. –disse sem graça.

–Tudo bem... –respirei fundo. -Por que ainda está aqui?

–Nós vamos ficar com você essa noite. –Georg disse enquanto entrava na cozinha.

–Cuidado. –avisei apontando para os cacos de vidro.

–Nossa, vocês dois juntos fazem um estrago, hein! –Georg riu com escárnio.

–Não tem graça, eu quase morri do coração! –falei fazendo bico.

–Omg, tadinha. –a voz de Georg soou doce e, em seguida, apertou minhas bochechas.

Soltei-me das mãos dele e TENTEI caminhar até a vassoura, mas aquelas duas criaturas fizeram questão de gritar ”parada aí, mocinha!”. Que situação! Tudo bem que eu estava só de meia, mas e aí? Se eles soubessem a espessura do tecido, não ficariam me incomodando e dando chilique.

–O que foi agora? –perguntei me apoiando na bancada da pia.

–Onde estão os seus calçados? –Georg perguntou colocando a mão na cintura.

–Que coisa ridícula! –resmunguei tentando passar por eles. -Pelo o que eu sei, vocês vão ficar sob minha responsabilidade e não o contrário. –bufei.

Ok, eu estava bancando um papel ridículo, mas o que eu mais queria era me mandar pro meu quarto! Bill me paga, tenho certeza que foi ele quem pediu que os meninos ficassem de babá, como se eu fosse ter um ataque cardíaco ou coisa parecida, mal sabe ele que eu corro risco estando com eles e não o contrário... Ou ele sabe? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Merda.

–Chegou de dar pití? –Tom perguntou e girou os olhos.

–Olha, eu quero limpar a minha cozinha e ir pra cama, será que é muito difícil de entender? –perguntei brava. –E, aliás, quem foi o ser iluminado que pediu pra vocês ficarem de babá aqui, hein?

–Em primeiro lugar, ninguém mandou nada... –Georg retrucou.

–Acredito! –sintam minha ironia. -Aposto que foi o Bill.

–Se você errar, o que a gente ganha? –Tom apressou-se em perguntar... Não perde uma!

–Eu não sei!

–Nós não temos onde dormir... –Georg começou.

–Têm os sofás. –respondi séria.

–Está de brincadeira? Só porque você cabe lá, não quer dizer que nós dois caibamos. –a voz de Tom soou indignada.

–Ok. –revirei os olhos. -Eu deixo vocês dormirem no meu quarto.

–Isso ficou interessante! –Georg disse esfregando as mãos.

–Mas se eu ganhar, o Georg vai ficar sem a chapinha dele e Tom sem presente de aniversário. –impus minhas condições enquanto deixava um risinho debochado escapulir.
–Isso não é justo, o presente é meu por direito! –Tom protestou. -Por falar nisso, você está com três dias de atraso.

–Você prefere ficar sem presente ou sem o seu Audi? –perguntei e estampei um sorrinso vitorioso.

–Essa garota não vale nada! –Georg gargalhou. -Se ferrou, Tom.

–Ok, prefiro ficar sem presente. –Tom respondeu, dando-se por vencido.

–Ótimo e então? Qual a resposta? –perguntei cruzando os braços sobre o abdome.

–Você errou! –Tom apontou o dedo em minha direção e balançou de um lado para o outro.

–O que? –perguntei incrédula.

–Mas não completamente... –Georg completou. - A Camila também pediu.

–E agora nós dormimos no seu quarto. –Tom disse me colocando em seus ombros.

–Me solta, seu doido! Eu tenho que limpar a cozinha. –gritei batendo em suas costas.

–Eu limpo isso aqui, leva essa chata lá pra cima. –Georg disse para Tom, enquanto ria de mim.

–Traíra! –gritei.

Georg apenas riu e Tom seguiu comigo escada à cima. Que momento, hein? Eu estaria bem feliz se não fosse o fato de eu estar de camisola! Senti-me tão estranha estando tão próxima dele depois daquele barraco todo.
Enquanto eu me debatia, aquele idiota ria sem parar, será que minha meia estava furada?


–Do que é que você está rindo? –perguntei brava.

–Nada...

–Nada? –fiz uma careta, a qual ele, obviamente, não vira. -Como assim, nada? Vai dizer que ficou maluco de vez e ri sem motivo! –debochei, mas ele continuou rindo. -Será que eu posso descer?

–Como queira! –responde me ATIRANDO na cama... Espera, eu mencionei cama?

–Você podia ser mais delicado! –falei me sentando. -Coitadas das garotas que você pega.

–Nenhuma delas reclamou até hoje... –mordeu o lábio inferior. -Tirando você, é claro. –acrescentou com um sorriso divertido nos lábios.

–Isso porque todas fazem o que você quer, elas não perderiam tempo reclamando , sendo que o mais desejado da Alemanha está indo pra cama com elas. –falei levantando e indo em direção ao banheiro.

–São espertas. –comentou na maior “humildade”.

–Ou não. –murmurei indo pegar uma camiseta que ficava gigante em mim e lingerie. -Se ser submissa é ser esperta, então eu sou burra... E não me arrependo. –na verdade eu me arrependo, mas ninguém precisa ficar sabendo.

–Eu não tenho tanta certeza de que você não se arrepende... –disse indo na minha direção, se eu não me trancasse no banheiro, aquela aproximação não teria um fim muito bom, pelo menos não naquela situação, a cama.

–Eu... -o que eu iria falar mesmo? Esqueci-me depois que ele me deixou sem saída, indo em minha direção e passando lentamente a mão por meu rosto.

–Você... –sussurrou no meu ouvido e passou o nariz pelo meu pescoço... Deus, me ajude! O que esse garoto queria era me tirar do sério? Ok, ele estava conseguindo.

–Eu preciso tomar banho. –respondi com a voz falha.

Escapei indo em direção ao banheiro e me trancando lá dentro, me escorei na porta e me sentei no chão tentando regular a minha respiração. Ah, o que foi aquilo? QUASE cometemos uma loucura, eu e o irmão do meu namorado... Também, quem mandou eu começar com aquela história toda de pegador e blabla? Bem feito! A verdade é que eu estava me controlando pra não abrir a porta e puxá-lo... Que se danasse o resto.
Mas bem, levantei pra tirar a roupa e logo entrei debaixo do chuveiro, talvez aquele banho me acalmasse, talvez não...


P. O. V. Tom Kaulitz


Eu já estava pronto pra ir embora quando Camila e Bill pediram pra que eu e o Georg ficássemos tomando conta da Duda... Ela estava triste, estranha e talvez até nervosa. O motivo eu até imagino qual seja: a viagem de Bill e isso incluiria ficar sob o mesmo teto que eu por quatro dias sem ele, é óbvio, e com Georg... Pra falar a verdade o Georg nem ficaria em casa! Ele me disse que precisaria viajar no domingo para visitar um parente que estava doente e o caramba. Resumindo: o perigo estava eminente, qualquer descuido e eu e a Duda poderíamos ter uma recaída DAQUELAS.
Tentei convencer aqueles dois a me deixarem ir embora, mas o Georg deu um jeito de me fazer ficar, disse que seria bom ficarmos os três juntos, que poderíamos conviver como bom amigos. Enquanto ele estivesse por perto, ok... Mas e depois?
Acabei ficando, afinal a Duda estava dormindo e não levantaria, era o que eu achava, porém ela acordou e foi pra cozinha, Georg fez questão de me mandar ir ver como ela estava e acabei a assustando, deixou um copo de vidro se arrebentar no chão. Detalhe: ela estava apenas vestindo camisola e calçando meia, como ela sairia de lá sem se cortar? Georg apareceu e adivinha pra quem sobrou ter que carregar aquela teimosa escada à cima? Pra mim! Imaginem a cara dela quando eu a peguei no colo... A garota começou a me estapear e comecei a rir da situação, antes rir do que fazer besteira!
Duda reclamou tanto que, quando chegamos ao quarto dela, eu a atirei na cama, sem intenção de machucar, lógico! Ela me xingou e atirou na minha cara que eu sou um indelicado, que tem dó das garotas que eu pego... Aquilo foi um estímulo pra chegar onde eu estava. Começamos com as provocações e, bem, a Duda por si só já me deixa maluco, imagina o que aconteceu! Eu me descontrolei, meu coração acelerou, meus instintos e a vontade de tê-la em meus braços de novo estavam quase me matando.
Não sei como, mas quando percebi já estava sentindo a pele dela e a respiração ofegante bem perto do meu rosto, estávamos quase nos beijando, quando ela deu um jeito de escapar... Será que seria assim sempre?
Não sei se vou conseguir me controlar, não consigo parar de pensar no olhar, na boca carnuda e macia, naquele corpo perfeito, naquela pele, naquele cheiro.... Estou viciado e não consigo viver sem a minha droga.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 41

P. O. V. Bill Kaulitz

Camila terminou de falar e os meninos olharam pra mim e pra Duda. Ok, o que eu poderia fazer? Assumir que eu e a Duda estávamos ficando? Provavelmente todos já desconfiavam e sabiam que eu a amava... Se eu contasse e ela ficasse brava? Mas não é um motivo pra ela se irritar ou é? Nós estamos nos dando bem, melhor até do que eu imaginei, será que seria um erro contar? Eu gosto dela como nunca gostei de outra garota em toda a minha vida, ela é especial e me faz sentir o cara mais feliz e sortudo... Sem contar os fatos de ela ser linda e me deixar louco.
Havia pensado antes em contar e eu tinha feito um plano pra hoje, o qual eu aproveitaria para pôr em prática, já que surgira a oportunidade.


P. O. V. Duda

–Como assim ela descobriu vocês? –Gustav perguntou, havia confusão em seu rosto.

–Ahm, é que... –gaguejei ao tentar falar, eu não sabia bem o que dizer e Bill olhou pra mim.

–Eles estão ficando. –Camila disse simplesmente, na maior calma do mundo e eu a xinguei mentalmente: “fofoqueira”.

–Isso é sério? –Georg perguntou sorrindo, mas, não sei por que, parecia meio forçado.

–Já que a Camila fez questão de contar antes da hora, eu quero aproveitar o momento. –Bill falou chamando não só a minha atenção, mas a de todos.

–Aproveitar pra que? –Camila perguntou e fez-se silêncio novamente.

–Duda, quer namorar comigo? –perguntou ajoelhando-se em minha frente com uma caixinha preta de veludo em mãos.

Meu coração disparou descontroladamente, fiquei estática quando o vi ajoelhado...Tão fofo! Eu escutei bem? O Bill me pediu em namoro na frente de todo mundo? Na frente do Tom? Ah, Gott, o Tom!
Meus olhos instantaneamente procuraram por ele e o vi sem expressão alguma, pude sentir meu coração apertar quando percebeu que eu o olhava e assentiu como se me incentivasse a aceitar, mas os olhos dele pediam o contrário... Droga! Porque é que isso tinha que acontecer justo comigo? Eu amo tanto o Bill, ele é meu melhor amigo, não poderia e nem queria magoá-lo, mas e quanto a mim?
Não era hora de pensar em mim, afinal o Bill sofreu calado por um bom tempo....

Eu respirei fundo e olhei para o cara ajoelhado em minha frente, que esperava ansiosamente pela minha resposta.


–E então? Responde logo, Maria Eduarda. –minha amiga chiliquenta gritou.

–Eu aceito. –murmurei a resposta e Bill abriu um lindo sorriso, seus olhos brilhavam de felicidade.

Ele abriu a caixinha, colocou o anel de ouro branco no meu dedo, beijou minha mão, em seguida levantei-me da cadeira e ele do chão.
–Beija, beija, beija! – s quatro cantavam em coro, até Tom entrou na brincadeira.

Coloquei os braços em volta do pescoço do Bill, ele segurou em minha cintura e nos beijamos carinhosamente... Terminamos o nosso beijo e voltamos a nos sentar.

–Parece que vocês estão sobrando. –Camila comentou com Georg e Tom.

–Eu já ‘tô ficando enjoado com tanta melação. –Georg comentou fazendo uma careta.

–Porque não vão procurar uma namorada? –Gustav perguntou.

–Eu ‘tô de boa. –Georg respondeu dando de ombros.

–De que vai adiantar eu procurar? Acho que não existe ninguém pra mim lá fora. –Tom respondeu dando ênfase na última frase, a qual guardava uma mensagem subliminar.

–Essa foi forte. –murmurei em português e o silêncio voltou.

–Até demais. –Camila concordou no mesmo idioma

Gustav e Georg me ajudaram a tirar a mesa e levamos a louça para a cozinha, enquanto Camila, Bill e Tom foram para a sala.

NA SALA...

–Que noite, hein! –Camila comentou, sentando-se entre os gêmeos.

–Pois é... –Tom murmurou.

–Bill, desde quando você e a Duda estão ficando? –Camila perguntou.

–Desde ontem. –Bill respondeu calmamente.

–Nossa, que rápido... –Tom comentou e seu gêmeo o olhou.

–Tom, eu espero que não tenha ficado magoado... –Bill lançava seu olhar preocupado para o irmão.

–Claro que não. –respondeu tentando não deixar transparecer o contrário. -Bill, você é meu irmão e a Duda é minha amiga... Merecem ser felizes. –Tom respondeu baixo.

–Amigos? –Camila perguntou incrédula. -Desde quando?

–Desde ontem. –Tom respondeu.

–Nossa, vocês são rápidos! –Camila disse e riram.

P. O. V. Duda

Após termos terminado a limpeza da mesa, seguimos para a sala, onde meu namorado, seu irmão e minha melhor amiga conversavam.
–Qual é a piada? –Georg perguntou sentando no outro sofá, sendo seguido por mim e por Gustav.

–Nada de mais. –Bill respondeu.

–Ah, acredito. –Gustav debochou.

–Duda, troca de lugar comigo? –Camila pediu.

–Ok. –concordei levantando e me sentei no lugar dela, entre os gêmeos.

–Então, o que vamos fazer agora? –Georg perguntou e Tom se levantou do sofá.

–Eu vou fumar. –respondeu sem olhar para trás e caminhou até a varanda.

–Dormir. –respondi deitando a cabeça no colo do Bill.

–Idem. –Camila disse expulsando Georg do sofá e deitando a cabeça no colo de Gustav.

–Ah, qual é nanica? –Georg perguntou fazendo bico.

–Não enche o saco, vai alisar esse seu cabelo. –sua voz soou irritada e mostrou a língua.

–Acabo de me lembrar que tive um caso antigo com a Duda e ela não vai negar um espacinho pra mim. –Georg disse indo até o sofá em que eu estava deitada.

–Que história é essa? –Bill perguntou fingindo estar bravo.

–Ih, Billl, não esquenta! Nós não estamos juntos há muito tempo, nos tornamos amigos. – disse brincando, mas eu senti uma pequena indireta relacionada à mim e Tom.

–Acho bom. –meu namorado empinou o nariz e fez um som tipo “snif”;

–Fazendo o favor de me deixar sentar? –Georg pediu e encolhi as pernas pra que ele pudesse sentar, logo depois coloquei minhas pernas sobre as dele.

–Nenhum pouco folgada, né? –sua voz soou irônica.

–Como você reclama! –girei os olhos.

–Silêncio aí, eu e o baby precisamos descansar. –Camila pediu “carinhosamente” e ficamos quietos.


Bill começara a fazer cafuné em mim e fechei os olhos tentando descansar um pouco, mas acabei não aguentando o cansaço e dormi.
Quando acordei não havia ninguém na sala, a luz estava apagada e podia ouvir vozes vindas da varanda.


NA VARANDA...

Os meninos foram conversar na varanda após uma ligação que Bill recebera.

–Então, o que houve? –Tom perguntou.

–Precisarei viajar amanhã de manhã pra Stuttgart. –fez uma careta. -Tenho que ir a um evento por causa do filme que vai ser lançado no fim de setembro... Sessão de autógrafos e aquela coisa toda. –explicou.

–E volta quando? –Georg perguntou.

–Terça-feira. –Bill respondeu parecendo mal humorado. -Droga, eu tinha planos pro fim de semana! –murmurou.

–Imagino quais sejam os planos... –Georg comentou sorrindo maliciosamente.

–Hey, não é o que você pensa... –Bill disse repreendendo Georg.

–Sei... –a ironia brotava da voz de Georg.

–Porque não leva a Duda com você? –Gustav perguntou.

–Ih, eu não acho uma boa ideia... –Tom disse e teve três olhares voltados para ele. -Quero dizer que, bem, a Duda não gosta muito dessas coisas... –explicou. -Você não terá tempo pra ficar com ela, ficará pra cima e pra baixo respondendo perguntas, sem contar que a deixaria totalmente exposta se saíssem juntos.

–Nossa, hoje você só abriu a boca pra falar coisa que preste, o que aconteceu com você? –Georg perguntou rindo.

–Para de palhaçada, cara! –a voz de Tom soou repreensiva. -Isso é sério. –escorou-se na sacada acendendo um cigarro.

–Tom, você tem razão... –Bill concordou com o irmão.

P. O. V. Duda

Levantei do sofá, me espreguicei e segui para a varanda, quando cheguei na porta que dava acesso à mesma, ouvi apenas a voz de Gustav.
–Não é melhor falar com a Duda antes?

–Querem falar o que comigo? –perguntei juntando-me aos quatro, que me olharam assustados... Tom arregalou os olhos e quase engoliu o cigarro.

–É que eu recebi uma ligação do David... –Bill disse calmamente, parecia procurar uma maneira de me dar uma notícia. -Ele disse que precisarei viajar para Stuttgart amanhã pela manhã, tenho que ir a um evento por causa do filme que será lançado no fim de setembro... Sessão de autógrafos e todas aquelas coisas. –explicou enquanto gesticulava sem parar.

–Hm... –murmurei. -Era sobre isso que queriam falar comigo? –perguntei tentando entender o motivo para tanta surpresa.

–Não... –Tom respondeu. -Na verdade, sim. –repensou a resposta, parecia atrapalhado.

–Então? –arqueei a sobrancelha.
–Eu preciso saber se você vai querer ir comigo... –Bill sorriu. -Ah, me esqueci do seu trabalho... –murmurou entristecendo.

–Posso pedir pra Anne que me deixe viajar, não há problema nenhum. –respondi.

–Nem pensar, você tem seu trabalho, não quero te atrapalhar. –Bill protestou.

–Mas eu vou ficar o fim de semana inteiro sozinha? –perguntei fazendo bico.

–Não, você fica com Georg e Tom. –ele disse simplesmente, meu coração disparou e olhei involuntariamente para Tom que, assim como eu, parecia surpreso.


P. O. V. Tom Kaulitz

Eu fiquei tentando associar tudo o que tinha acontecido, queria que tivesse sido um sonho aquele pedido de namoro do Bill, na frente de todos nós... Na verdade parecia um pesadelo! Eu fiquei feliz pelo meu irmão, mas ao mesmo tempo me sinto um lixo por não estar no lugar dele e principalmente por gostar da NAMORADA dele.
É difícil entender que a mulher que eu amo acabou de aceitar o pedido de namoro do meu irmão, enquanto eu fico me torturando, cada vez que penso nela.
Do que eu estava reclamando? De certa forma a culpa é minha, fui eu quem desistiu... Mas não tinha mais como voltar atrás, as coisas tomaram uma proporção que eu não consigo mais acompanhar.
Foi estranho ver a reação da Duda quando o Bill se ajoelhou em sua frente, todo sorridente... A primeira coisa que ela fez foi olhar pra mim como se esperasse que eu dissesse algo, mas o que eu diria? “Não aceite, eu te amo e é comigo que deve ficar!” Definitivamente, não poderia fazer isso com o meu irmão e nem com ela, os dois precisavam de uma chance pra ser felizes... Eu tive a minha chance e joguei tudo fora por causa da merda dos meus ciúmes, paciência!
Eu apenas incentivei com um aceno de cabeça, mas, se ela olhasse nos meus olhos, veria que não era aquilo o que eu realmente pensava e foi o que ela fez... Respirei fundo e pude ouvi-la aceitando. Doeu no fundo do meu coração ver os dois se beijando, mas era o que eu queria, não era?
Acabamos por ir sentar na sala, Bill parecia angustiado por saber que eu estava mal, afinal ele é meu irmão e gêmeo. Quando a Duda se sentou entre mim e Bill no sofá, saí pra fumar, é o que eu mais tenho feito, como se me consolasse e tapasse o buraco no meu peito. Um tempo depois Bill nos chamou para virmos pra sacada, deixamos a Duda dormindo como um anjo, tão linda... Enfim, foco no pensamento! Ele veio com um papo de que vai viajar e não acredito que ele propôs que a Duda ficasse comigo e com o Georg até que ele voltasse de viagem! Esse garoto só pode ter pirado, comeu demais ou então está bêbado... Como poderia querer que eu e a Duda ficássemos debaixo do mesmo teto, perto um do outro e o que é pior, sem ele por perto? Não vou sair agarrando ela, pelo menos não quero... Não que eu não queira, mas eu não posso! Nem imagino o que aconteceria se nos descontrolássemos... Deus, se é que o senhor existe mesmo, dá-me forças!

P. O. V. Duda

–O que? –Tom e eu perguntamos em uníssono.

–Isso mesmo que vocês escutaram, não acho uma boa ideia deixar a Duda sozinha... –Bill respondeu seriamente.

–Alguém precisa tomar conta de vocês dois! Não gosto nem de lembrar o que fizeram na última vez em que eu e o Bill deixamos vocês sozinhos. –Gustav comentou.

–Ah, foi só uma festinha... –Georg disse.

–Uma festinha? Vocês encheram a casa de garotas, quase botaram fogo na casa! Quando eu cheguei vocês estavam podres de tão bêbados e escutei um monte de reclamações dos vizinhos por causa do barulho... –Bill enumerou as “façanhas” de uma noite um pouco agitada da dupla. -Me esqueci de alguma coisa? –perguntou com sua voz soando sarcástica.

–Pensando bem, não foi uma boa ideia, né? –Georg perguntou rindo.

–Ahm, você tem certeza que eu vou ficar em segurança com esses dois? –perguntei rindo.

–Claro que vai, confia na gente. –Georg disse me abraçando de lado e logo me soltando.

–Eles vão se comportar. –Gustav garantiu.

–Ok, então... –concordei meio a contra gosto.

–Bem, acho bom eu ir chamar a Mila. –Gustav disse entrando na casa.

–Duda, diz aí, prefere ficar na sua casa ou quer ir pra casa dos gêmeos? –Georg perguntou.

–Não sei, pra mim tanto faz. –disse abraçando o Bill de lado.

–Você resolve e avisa pra gente. –Tom disse apagando o toco de cigarro.... Argh, odeio cigarros!

–Ok. –respondi e me soltei do Bill, entrando em casa.

Assim que coloquei os pés na sala, me atirei em um dos sofás e comecei a repassar o que eu tinha acabado de escutar... Tudo o que eu não precisava era ter que passar quatro dias sem o Bill, quer dizer, meu namorado. Eu ainda não tinha me acostumado com o fato de eu e ele estarmos namorando sério, mas uma hora eu teria que me acostumar, certo? Ok, o destino me pregou uma peça e tanto, não?

Postado por: Grasiele

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