quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 47

P. O. V. Duda

Eram quase 14hs quando fui acordada pelo barulho estridente da campainha que insistia em tocar. Talvez Tom levantasse pra atender a porta, mas me enganei ao levantar da cama e ver ele dormindo duro feito uma pedra, todo esparramado como se estivesse dormindo sozinho.
Caminhei rapidamente até o banheiro pra dar um jeito na minha cara que deveria estar amassada e depois segui até o andar de baixo pra abrir a porta, só esperava que o ser infeliz não fosse nenhum vendedor de bíblia ou coisa do tipo, porque senão, eu ia mandar ele pra pertinho de Deus.

–Poxa, até que enfim! Pensei que iria ficar mofando aqui.-Georg resmungou assim que entrou na sala.

–Não reclama, meu querido.-disse indo pra cozinha revirar os armários.

–E essa cara aí? Parece saiu de uma garrafa.-disse rindo encostando-se no balcão da pia.

–Muito engraçado!-disse sarcástica.-Morri de rir.

–Ô mau humor, desculpa!

–Olha, tudo bem, ta? Eu fico assim quando me acordam, não é sua culpa.

–Tudo bem... Ahm, por onde anda o Tom?-perguntou olhando em volta.

–Lá em cima.-respondi e um barulho de porta veio do andar de cima.

Revirei todos os armários e fui vencida pelo cansaço, sem encontrar meu pacote de Doritos. Poxa, eu acordei com uma vontade louca de me perder num pacotinho!
Passei meus olhos mais uma vez pelos armários e tomei uma decisão: ir ao supermercado urgentemente, antes que eu morresse com vontade, oras!
Saí da cozinha deixando o Ge sozinho e subi as escadas de dois em dois degraus rapidamente. Quando entrei no quarto, Tom não estava mais na cama e tinha um barulho de chuveiro vindo do meu banheiro.

–Tom, vai demorar aí?

–Não, mas pode entrar, não tranquei a porta.

–Ahm, não posso.

Por mais que eu quisesse entrar no banheiro com ele lá nu, tendo gotícula de água escorrendo por aquele corpo perfeito e esculpido cuidadosamente por Deus, eu não podia... Além de saber que se eu entrasse provavelmente não sairíamos tão cedo, Georg estava por perto e eu não queria arriscar.

–Porque não?

–Sai logo daí, é sério! O Georg chegou e eu preciso tomar banho pra sair.

–Sair? Você vai aonde?-perguntou e pude escutar o chuveiro sendo desligado.

–No supermercado. Tem toalha aí?

–Ahm, não.-respondeu abrindo um pouco a porta e colocando a cabeça pra fora.

–Fica quieto aí que eu vou buscar então.-pedi.

Antes que eu pudesse sair andando em direção ao closet Tom me puxou pelo braço e abriu a porta do banheiro sem dar tempo pra que eu reagisse... Talvez eu não quisesse reagir. Olhei pra ele e vi a toalha enrolada na cintura, subi meu olhar pelo corpo dele e vi uma gotinha de água percorrendo caminho pelo seu peito indo até o abdome definido e suspirei, tentando me concentrar.

–Eu acho melhor você ir.-falei subindo o dedo indicador do abdome até o tórax e pousei a mão.

–Eu acho que não.-respondeu sorrindo de canto e fechou a porta, nos trancando dentro do banheiro, que estava insuportavelmente quente.

–Já pensou o que vai acontecer se...-Tom pousou os dedos sobre os meus lábios e me empurrou até a porta.

–Você se preocupa demais.-sussurrou no meu ouvido e grudou seu corpo molhado ao meu.

Antes que eu pudesse pensar em reclamar, Tom me beijou com vontade, não deixando espaço para nada além de sua língua em minha boca... Ou seja, nada de palavras naquele momento e eu acabei cedendo. O fôlego havia acabado e ele desceu com a boca pelo meu pescoço dando pequenos beijinhos no meu queixo e pescoço. O calor dentro do banheiro parecia aumentar à cada centésimo de minuto e eu já não sabia mais se era por causa do vapor do chuveiro ou dos nossos corpos.
Agarrei as tranças dele quando deu uma mordida na minha orelha e ele gemeu baixo, me fazendo sentir um arrepio. Ele segurou minha cintura com uma da mãos e com a outra segurou a minha coxa como incentivo pra que eu entrelaçasse minhas pernas em sua cintura e assim fiz. Tom caminhou em direção à bancada da pia e me prensou lá, tirou a minha camiseta com rapidez e facilidade enquanto eu me livrava da calça.
Assim que fiquei apenas de lingerie puxei ele pra um beijo guloso e me livrei da toalha dele sem esforço, ele tirou meu sutiã e minha calcinha sem parar de me beijar. Sem aviso algum juntou os nossos corpos e instantaneamente tive uma sensação de prazer imensa saindo de dentro de mim. Movimentávamos nossos corpos de modo sincronizado, enquanto tentávamos controlar os nossos gemidos pra que não houvesse alguma suspeita. Mesmo sentindo como se existíssemos apenas nós dois no mundo naquele momento, sabíamos que corríamos o risco de alguém escutar.
Não demorou muito pra que chegássemos ao êxtase juntos e descansamos nossos corpos suados, abraçando um ao outro.

–Duda? Tom?-Georg gritava.

–Ahm, merda!-resmunguei.-E agora?-perguntei olhando desesperada pro Tom.

–Acho que ferrou.-Tom disse engolindo em seco.

–Se enrola na toalha e sai.-disse entregando a toalha pra ele.

–O que?-perguntou confuso.

–Vai logo!

–O que eu faço?-perguntou nervoso.

–Sei lá... Inventa alguma coisa.-disse empurrando-o pra fora do banheiro.

–Droga!-murmurou e roubou um selinho antes que eu fechasse a porta.

Tentei nem pensar na desculpa que Tom daria ao Georg e me enfiei debaixo do chuveiro, tomei um banho rápido, me arrumei e saí de casa deixando os meninos sozinhos.
Passei o resto do dia fora, acabei não indo no supermercado e visitei a Anne à noite. Ela ficou extremamente feliz por eu ter aparecido. Conversamos sobre vários assuntos, desde trabalho até o meu namoro com o Bill...

–Você não parece estar muito feliz com esse namoro, Duda.-Anne disse preocupada.

–Eu estou...-respondi mexendo o chá com uma colher.

–Olha pra mim, amiga.-pediu tirando a xícara das minhas mãos.-Eu sei que não está tudo bem... Você está presa ao Bill porque não quer que ele sofra, mas você já percebeu o quanto esse namoro de mentira te faz mal? Do que adianta você ficar do lado dele, sorrindo, enquanto pensa em outro?-abri minha boca pra falar mas fui interrompida.-Eu sei que você gosta muito do Bill, ele é um bom cara, sempre cuidou de você como se fosse uma boneca, mas não é enganando que você vai faze-lo feliz, entende? Ele sabe, você sabe que não ele à quem pertence o seu coração... Eu não quero que nenhum de vocês se machuque, sei que é inevitável, mas quanto antes derem um fim nesse namoro melhor será.

–Eu tenho tanto medo de perder ele... É o meu melhor amigo, Anne.-respondi chorando.

–Você não vai perder ele, não esquece que ele te ama.-disse me abraçando.

–Eu juro que tentei convencer ele de parar de me ver como a mulher da vida dele, mas eu não consegui.

–Ele sabe que você tem razão, mas não quer acreditar... Ele vai encontrar uma garota que mexa com ele como nenhuma outra fez e vai entender que ele estava sendo precipitado, não se preocupe.

–Eu tenho medo que ele não queira enxergar quando ele encontrar essa garota.

–Ele não vai ter como evitar, quando as coisas tem que acontecer ninguém pode evitar, você sabe disso. Agora para de chorar e põe um sorriso no rosto, não quero ver você triste! Tenho uma coisa muito importante pra te contar...

–O que é?-perguntei secando as lágrimas.

–Lembra que eu te contei sobre David e eu estarmos nos falando?-acenei.-Ele me ligou convidando pra jantarmos e bem...

–E rolou?-perguntei animada.

–Aham.-fez uma cara fofa.-Ele é simplesmente P-E-R-F-E-I-T-O!

–Mas e aí, como é que vocês estão?

–Ele me pediu em namoro!-respondeu dando pulinhos de alegria e me mostrou um lindo e delicado anel de diamante.

–Mein Gott, parabéns!-disse abraçando-a.-Quem diria, hein?

–Pra você ver, né?Vamos comemorar!-disse indo em direção ao mini-bar e pegou uma garrafa de vodka com dois copos.

Enfim, acabei dormindo na casa dela... Bebemos tanto que acabamos dormindo no sofá mesmo. O estado era lastimável e com certeza os meninos deveriam estar muito, mas muito bravos por eu ter sumido sem ter dito onde tinha ido. Mas que se danassem, eu queria sentir um pouco de liberdade, mesmo que isso significasse encher a cara com uma das minhas melhores amigas e desmaiar no sofá cor de creme dela.

Postado por: Grasiele

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