segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 20 - Doces e mais Doces

Após Bill ter feito minha irmã concordar com algo em tempo recorde, estávamos sozinhos no quarto. Ele parecia não estar se importando nenhum um pouco com aquela situação. Ao contrário de mim, que estava morrendo de medo de que no meio da noite meu pai entrasse no quarto e não visse a Caroline, ou pior, que visse o Bill.
Enquanto eu preocupada pensava em um plano B caso algo desse errado, ele calmamente sentado na cama de minha irmã tirava os sapatos e em seguida começou a desfazer-se de todos os seus apetrechos. Bill usava muitos anéis, colares e pulseiras, que aos poucos eram colocados por ele em cima da mesinha de cabeceira.

– Posso usar o seu banheiro? – disse ele abrindo a porta do mesmo.
– Você já está dentro dele, pra que pergunta? Seria legal se eu dissesse que não!
– Só perguntei por educação, se você dissesse que não, eu o usaria do mesmo jeito!

Bill então fechou a porta, e minutos depois devido ao som da água do chuveiro caindo no chão, pude perceber que ele estava tomando banho.
Eu nada disse, mas estava assustada e muito preocupada, não só com os meus pais,mas também com ele. Bill aparentemente já havia criado uma amizade com a minha família, e  isso não estava incluído nos meus planos.
Por mais que a minha vontade fosse de mandá-lo ir embora, desistindo assim daquela idéia absurda de dormir na minha casa, eu não conseguia. Bill havia sido tão legal comigo e com a minha família que eu fiquei com receio de magoar seus sentimentos, ele parecia ser uma pessoa tão sensível, e já havia me comprovado isso através de seu beijo.
Impossível não compara-lo com Tom, que possuía um jeito mais selvagem de beijar e tocar. Apesar de terem a mesma fisionomia, se comportavam completamente diferente, cada um tem algo de especial que faz com as outras pessoas se encantem de alguma forma por eles.

Minutos depois Bill sai do banheiro apenas com uma toalha branca enrolada em sua cintura, e com outra secava os cabelos. Ele sem aquela maquiagem e o cabelo extremamente extravagante, chegava até mesmo parecer ser outra pessoa. Ficava com um rosto e expressão mais delicado, mais infantil.
Ele possuía 4 tatuagens mas uma em especial me chamou mais atenção. Era uma estrela localizada um pouco abaixo de seu abdome, o que o deixava incrivelmente sexy. Por algum tempo pareci estar hipnotizada com aquela tatuagem.
Bill não possuía um corpo tão definido como Tom, e sua pele era mais clara, porém ele também possuía o seu charme.

– O que você ta olhando?
– Suas tatuagens... são enormes!
– Você não tem nenhuma?
– Não, meus pais nunca deixariam, nem pircing eu tenho!
– Nem pircing? Nossa... eu amo pircings e tatuagens!
– Você só tem esse pircing aí na língua e o da sobrancelha?
– Não, eu também tenho outro.
– Onde? – perguntei procurando em seu corpo.
– É em lugar um pouco escondido sabe... e bem “diferente”
– Lá ?????
– É, lá mesmo! Quer ver? – disse ameaçando tirar a toalha que cobria sua cintura.
– Não!!!!! – eu disse encobrindo os olhos com minhas mãos.
– É mentira garota, eu não tenho outro pircing. E você achou mesmo que eu ia mostrar as “minhas coisas” pra você, assim do nada?
– Pois pareceu que ia!
– Pareceu que eu ia, ou você que queria ver, hein?

Sem saber como disfarçar minha timidez diante daquela pergunta, meu rosto ficou muito corado. E ele ao perceber isso, resolveu mudar de assunto.

– Putz, eu to morrendo de fome.
– Bom, eu posso fazer um lanche pra você. Você gosta de sanduíche?
– Não muito, quem ama sanduíche é o meu irmão. Eu prefiro doces.

Aquelas palavras me fizeram lembrar da minha primeira vez com o Tom, eu podia lembrar de todos os detalhes, e recordei do momento em que ele me contou que sanduíches eram sua especialidade. Os meus pensamentos e minha atenção se voltaram para aquele dia, um dia tão especial em minha vida.

– Planeta Terra chamando Camila !!!
– O que foi?
– Se você continuar aí parada com cara de tonta, vai acabar me deixando morrer de fome! Como eu já sou de casa, vou até  cozinha buscar o que comer.

Eu apenas concordei, imaginando que ele se vestiria primeiro para depois ir até a cozinha. Mas Bill fez diferente, ele foi do mesmo jeito que estava, ou seja, seminu.
Ao perceber isso fui correndo atrás dele, em voz baixa chamei sua atenção:

– Ei Bill, pirou? Se o meu pai te pega andando pelado pela casa vai pensar o que?
– Primeiro que eu não estou pelado e segundo que a essa hora o velho já deve estar roncando a muito tempo....
– Vai anda logo... E vê se não faz barulho.

Fomos até a cozinha, e quando eu abri a geladeira, vi aquele homem  de 1.83m pulando de alegria, tal como se fosse uma criança de 6 anos.

– Sua geladeira é o meu sonho de consumo! Dá licença! – disse ele me afastando da frente da geladeira para que pudesse ter uma melhor visão de seu interior.

Minha mãe fazia bolos e recebia muitas encomendas para festas de aniversários, casamentos e outras coisas. Por esse motivo a geladeira estava sempre repleta de coberturas, chocolate, chantilly, morangos...

– Eu quero isso, e mais isso.... Ah vou querer isso aqui também.
– Pega logo o que você vai querer e leva pro quarto antes que os meus pais acordem.
Bill pegava um pouco de tudo e com sorriso largo no rosto ia colocando tudo em uma bandeija.
Por descuido acabou esbarrando levemente em uma panela que estava em cima do fogão, que para minha sorte não havia caído no chão.

– Ai!!!! Isso ta quente. – disse ele assoprando o dedo e fazendo cara de choro.
– Você se queimou?
– Não foi nada sério... só ta doendo um pouco. O que tem nessa panela?

A panela continha uma calda quente de chocolate , que provavelmente minha mãe havia deixado ali para que esfriasse e assim a usasse em alguma torta ou bolo.

– Oba !!! Chocolate quente!!! Vou querer um pouco também.
– Você não vai sentir sede depois de se empanturrar com tanto açúcar?
– Você tem razão... Pega o refrigerante que tem na geladeira. E não esquece do gelo! Bastante gelo.

– Enquanto Bill voltava para o quarto, eu pegava os refrigerantes e o gelo, pensando em qual desculpa daria a minha mãe para explicar o sumiço de todos os seus ingredientes.

Postado por: Alessandra

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 19 - Troca de Favores

Bill e meu pai pareciam ser velhos conhecidos,eu não entendia como uma pessoa em tão pouco tempo podia ter conquistado meu pai. Chego até pensar que nem eu durante esses 18 anos consegui tal façanha.
Como já era tarde da noite, antes que Bill fosse embora eles fizeram um acordo:

– Seu Paulo se o senhor deixar a Camila sair comigo mais vezes, eu prometo ficar uma semana sem pintar as unhas!
– Isso é pouco para eu deixar minha filinha andando solta por aí.
– Como assim “andando solta”? Ela não é bicho... Apesar de ser uma gata!
– Bill esse trocadilho foi horrível! Não é assim que se conquista uma moça. – disse meu pai.
– Não?! Então o senhor vai ter que me deixar vir aqui mais vezes e também deixar a Camila sair comigo... para que ela e senhor me ensinem o jeito certo.
– A Camila é uma menina muito ajuizada... Quem sabe vocês passando mais tempo juntos ela não consiga colocar um pouco de juízo nessa cabeça?
– É quem sabe... – disse Bill as gargalhadas.
– Mas agora já é era das crianças estarem na cama.
– Caramba, o senhor podia ter sido mais discreto ao meu expulsar!
– Eu não estou te expulsando! Você pode voltar aqui sempre que quiser, mas agora já está tarde e é perigoso você ficar na rua há essa hora.
– Ai que lindo,o senhor já está preocupado comigo!
– É apesar do seu jeito peculiar de ser, devo confessar que gostei de você.

Eu mal pude acreditar no que estava ouvindo, meu pai dizendo que havia gostado de uma pessoa tão diferente como o Bill?! Isso nunca passaria pela minha cabeça. Penso que se a minha relação com o Tom tivesse dado certo, talvez meu pai também se encantaria por ele, e não criaria tantos obstáculos para o nosso amor como eu imaginara. Mas do que eu estava falando, “nosso amor”...que amor? Quem ama não faz o que o Tom havia feito comigo. Ele simplesmente me usou. E assim que conseguiu o que queria, me jogou fora. Mas eu ainda o amava, por mais que tentasse não conseguia esquece-lo. De um modo ou de outro, ele sempre estava nos meus pensamentos, no meu coração, despertando bons e maus sentimentos.
Por mais que Bill fosse uma pessoa adorável, ele jamais conseguiria mecher comigo do mesmo jeito que o Tom.

– Camila se despeça do seu amigo, e já pra cama!

Enquanto meu pai se retirava da sala eu acompanhava Bill até a porta.

– O seu pai não é tão cabeça fechada como você disse. É impressionante como mulher gosta de exagerar!
– Bom... eu tenho que te dar os parabéns por ter conseguido se dar bem com o meu pai. Normalmente ele não é assim.
– “Parabéns”, é só isso que eu ganho por ter domado a fera?

Nesse momento Bill pegou em minha cintura, me aproximou para perto de si e me deu um beijo.
Seu beijo começou de uma forma muito suave, ele acariciava minha nuca e repleto de ternura explorava minha boca com sua língua, na qual havia um pircing que tornava seu beijo mais sedutor, algo diferente. Bill encerrou o beijo com uma leve mordida em meus lábios, e ainda com os olhos fechados se afastou de mim.
Ao abrir os olhos abaixou levemente a cabeça e deu sorriso tímido, como que se tivesse feito algo de errado.

Não sabia o que dizer nem o que pensar. Esse era o meu plano, conquistar Bill. Mas eu não pensei que seria desse jeito, eu nunca poderia imaginar que criaria qualquer tipo de sentimento por ele. Eu não conseguiria ser tão fria ao ponto de usá-lo depois de tudo que passamos juntos até aquele momento. Bill não merecia ser usado daquela forma.
Mas tudo ocorreu de tão forma tão natural, em nenhum momento eu tive que forçar alguma coisa com ele. Nosso encontro não ocorreu de forma planejada, foi apenas uma coincidência do destino. Mas mesmo assim eu me sentia culpada, afinal eu havia ido aquele show com o intuito de me aproximar dele e me vingar do Tom.

– Acho que agora eu já posso ir.
– É já está tarde...
– Você não vai me dar nem o seu telefone?
– Você já sabe até onde eu moro, o que me custa dar o telefone também, né.
– Olha só, a gente não pode nem dar confiança que fica logo metida.

Me despedi dele e fui para o meu quarto, pensando em como eu mudaria meu plano, pois eu não podia magoar uma pessoa tão especial como o Bill.
Ao vestir minha camisola, ouvi alguém chamando pelo meu nome em voz baixa no quintal.
Abri a janela para ver quem era, como já suspeitava, esse alguém era o Bill.

– O que você quer agora garoto?
– Como o seu pai mesmo disse, já está tarde e é perigoso eu ficar andando por aí nas ruas.
– Você já é bem grandinho! Sabe se cuidar.
– Mas a culpa é sua, se não tivesse te trago em casa, eu não estaria na rua há uma hora dessas.
– Sei... você pensa que engana quem com essa cara de menino ingênuo?
– Ta bom, ta bom... É que eu não sei que ônibus pegar pra ir pra casa!
– Pega um táxi! Simples...
– Táxi a essa hora? É muito perigoso! Se uma taxista tarada querer me seqüestrar e me fazer de objeto sexual?
– Objeto sexual?
– É um dos riscos que se corre quando se é bonito assim como eu! Agora me deixa entrar logo, porque ta ventando e eu posso pegar um resfriado. – disse ele se preparando para pular a janela e assim entrar no quarto.

– Pode parando... A minha irmã está dormindo, você vai acordar ela!
– Quantos anos ela tem?
– Tem 16. Por quê?
– Ah ... então fala pra ela ir pra sala ver TV até tarde, que você não conta nada para os seus pais.
– E o que ela iria fazer uma hora dessas vendo TV?
– Caramba eu tenho que resolver tudo pra você hein! Dá licença que eu vou entrar.
– Bill, você já aprontou muito com a minha família por hoje!
Talvez por um momento de loucura e por curiosidade em saber o que ele pretendia fazer deixei que entrasse.

– Qual é o nome dela?
– Caroline.
– Carol, Carol acorda – ele disse balançando-a levemente para que assim pudesse despertar.
Quando minha irmã acordou levou um susto ao vê-lo dentro do quarto.

– O que aconteceu?! – disse ela ainda um pouco sonolenta
– Oi meu nome é Bill, eu vou ser bem direto contigo! Pode ser?
– Ta...o que foi?! – disse olhando para mim como se eu soubesse de alguma coisa.
– Eu quero durmir aqui sacas? Então o que você quer em troca pra domir em outro lugar e ficar de boca fechada?

Ao ouvir aquilo os olhos de minha irmã brilharam. Eu não sabia o porquê daquela repentina felicidade, enquanto eu assustada nada disse, só imaginei a cena em que ela corria pela casa gritando para os meus pais o que acabara de presenciar.

– Meu namorado mora na casa aqui ao lado. Então...
– O quê Caroline? Você tem namorado? – perguntei, não acreditando naquilo que havia acabado de ouvir
– Cala boca Camila! Então... Bill, olha só, você fica aqui no meu lugar e eu vou pra casa dele, amanhã de manhã eu troco com você, fechado?
– Fechado!
– Mas você e a Camila também tem que prometer que não vão dizer nada pra ninguém!
– É o nosso segredo, Carol! Pode confiar em mim.
– Então tá, tchau! Você é muito legal cara!

Carol saiu correndo para o banheiro para pentear o cabelo e em um minuto já estava pulando a janela indo em direção a casa do vizinho.

– Como é que você sabia disso? Que ela iria concordar com isso por algo em troca?
– Camila, eu já tive 16 anos... Sei como é.
– Mas mesmo assim... ninguém aqui de casa sabia que ela namora o vizinho!
– Culpa do seu pai que é assim tão controlador... Quanto mais prendem os filhos, mais eles querem ser livres!

Postado por: Alessandra

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 18 - Ampliando os horizontes

Enquanto íamos para minha casa Bill não parava de falar. Fazia perguntas sobre mim, falava do filme que ele havia visto na semana passada, do que gostava e não gostava. Parecia ser impossível ficar sem assunto perto dele

– Cara você não fica quieto por nenhum minuto?! Nem pra respirar?!
– E vamos ficar aqui um do lado do outro sem falar nada? Só um olhando pro outro com cara de idiota?
– O silêncio é tão bom... Fica quieto e aproveita essa tranqüilidade.
– Que tranqüilidade? Esse ônibus não pára de balançar, com tanto buraco na rua!
– Fica calado que você nem vai perceber.
– Ai tá bom então...

Bill por alguns segundos calou-se, mas começou com algo ainda mais irritante. Ele balançava a perna compulsivamente e cantarolava uma canção. Em certo momento achei que ele fosse começar a dançar, ali mesmo dentro do ônibus.

– Toda essa sua agitação está me deixando enjoada de novo.
– Não vai vomitar aqui no ônibus não, hein! Finjo que nem tem conheço.
– E até é capaz de olhar pra mim com cara de nojo!
– Claro, e ainda digo: “Credo, que garota nojenta! Vou sentar em outro banco!”.
– Se é pra você ficar se balançando desse jeito, prefiro que continue falando sem parar.
– É que eu sou muito elétrico!
– Percebe-se isso pelo seu cabelo. Tá todo mundo te olhando!
– Inveja... pura inveja. Mas eu só uso esse penteado e essa maquiagem nos shows. No dia-a-dia eu sou um cara normal.
– Bill, fala sério, você um cara normal? Nunca!
– Aposto que o seu pai vai me achar super normal!
– É bem capaz do meu pai te expulsar à vassouradas!
– Que horror! Ele é tão quadrado assim?
– Muito!
– Pois então eu vou fazer ele mudar de idéia...  ampliar os horizontes!
– Você não ta falando sério né?
– Bill Kaulitz nunca brinca em serviço!
– Bill o quê? – disse às gargalhadas.
– Kaulitz. Qual é o problema?
– É o seu sobrenome? Muito estranho!
– Nada em mim é normal! Nada mesmo!

Descemos do ônibus e fomos caminhando até a minha casa. Ao chegar na rua em que eu morava pude ver meu pai no portão, aparentemente me esperando.

– Bill, volta! Volta! Meu pai ta no portão.
– E daí?!
– Como e daí? Eu já não te disse como o meu pai é?!
– Ele é aquele senhor sentado ali, né? Peraí que eu já vou resolver isso.
– Bill volta aqui, você tá maluco?!

Mas já era tarde demais, Bill caminhava em direção ao meu pai, que ao ver tal figura, mal pode disfarçar sua expressão de susto. Parecia que Bill acabara de sair de um filme de terror e meu pai seria a próxima vítima. Eu apenas o acompanhei, rezando para que o vexame não fosse tão grande.

– Oi eu sou o Bill, o senhor se chama Paulo, não é mesmo?
Bill com um largo sorriso estendia sua mão para que meu pai pudesse cumprimenta-lo. Meu pai meio atordoado, parecendo não acreditar naquilo que estava vendo à sua frente o cumprimentou.
Ao notar minha presença ao lado do Bill, ele levantou-se parecendo ter se recuperado do susto.

– Camila da onde você tirou essa criatura?!
– Pai... ele é...

Bill colocando o braço sobre os ombros do meu pai, tal como se fossem grandes amigos, começou a falar. E naquela noite eu já tinha aprendido que quando ele começa a falar pra faze-lo parar é quase impossível.

– Seu Paulo você tem que ser mais liberal...
– “Você”, não meu rapaz, o “senhor”.
– Ai tudo bem... já que o “senhor” quer parecer velho então tá bom.

Meu pai olhou para ele como se fosse dar uma bronca daquelas, mas nada disse. Então Bill continuou com o seu discurso.

– Olha os tempos mudaram... Não é mais como na época do senhor, em que tinham aqueles bichinhos...
– De que bichinhos você está falando, meu jovem?
– Dos dinossauros! Ora essa! – disse ele com a cara mais inocente do mundo.

Nesse momento eu esperava por tudo. Imaginei meu pai o xingando de tudo quanto era nome, me mandando entrar e iniciando uma discussão sem fim. Mas para minha grande surpresa, ele apenas abriu um sorriso, discreto, mas era um sorriso.
Pelo visto Bill Kaulitz com toda sua simpatia já havia conquistado meu pai.

– Hoje em dia nós já temos computador, luz elétrica... E é normal que as pessoas se vistam assim como eu!
– Você acha isso normal?! – disse meu pai olhando-o da cabeça aos pés.
– Super normal! Eu não acho normal é essas roupas que vo... que o senhor usa! Eu vou te emprestar uma calça minha ela é listrada de preto e branco, vai ficar linda no senhor! Não vão nem te reconhecer na rua!
– Claro que não! Vão pensar que eu sou uma zebra!
– Zebra tá na moda!
– Meu filho você já se olhou no espelho hoje?
– Mas é claro que sim! Como o senhor acha que eu retoco minha maquiagem?
– Parece que você acabou de sair de uma festa do dia das bruxas. E esse cabelo meu filho... Já pensou se um belo dia pela manhã você encontra o padeiro com um cabelo desses?
– Eu iria adorar! Aqueles bigodinhos de padeiro são ridículos mesmo!Uma mudança de look seria demais! Não é mesmo Camila?
– Tira o meu nome do meio Bill, não me arranje mais problemas!

– Bill, é assim que você se chama não é mesmo? - disse meu pai.
– Sim, esse belo nome é meu!
– Então, Bill você já pensou em procurar uma igreja?
– O senhor acha que os padres e os crentes também vão querer usar um cabelo desses? Eu não tinha pensado tão alto, seu Paulo, mas até que não é má idéia. Pelo menos iriam prestar mais atenção no padre na missa de Domingo! Tadinho dele. Fica todo mundo lá dormindo sentado, e não dão nem bola pra ele.
– Meu filho, você parece ser um menino bom. Você ainda tem salvação!
– Quem precisa ser salvo é o senhor! Alguém precisa resgatá-lo da década de XX, e traze-lo para o século XXI!

Os dois ainda abraçados um no outro entraram em casa, para que assim melhor pudessem discutir como "salvariam" um ao outro.

Postado por: Alessandra

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