segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 15 - Poderia ter sido diferente

Por mais que eu quisesse esquecer o Tom eu não conseguia, ele me fez mudar, ele fez de mim alguém melhor. Alguém melhor para mim mesma. Não consigo entender o porquê dele ter feito tudo aquilo comigo. A Giselle estava certa, eu realmente tinha  a esperança de poder mudar o Tom, eu achava que eu fosse capaz disso, que eu lhe dando todo o meu amor, ele reconheceria que eu era a única pessoa no mundo que precisava, Mas eu fracassei, eu não fui boa o suficiente para conseguir muda-lo. Mais uma vez me magoaram, mais uma vez partiram o meu coração. Sinto-me tão indefesa, tão confusa. Meus sentimentos mudam de uma forma que eu não consigo controlá-los e muito menos compreendê-los. Hora meus sentimentos eram de tristeza, hora de vingança, talvez se Tom entrasse por aquela porta e me pedisse perdão, dissesse que me ama tudo estaria resolvido, viveríamos a nossa vida em paz, sem nos preocuparmos com ninguém. Mas não, ele não me amava o suficiente pra isso, aliás, nunca me amou.
Pensei por várias vezes se valia a pena esse meu plano de vingança. Talvez não fosse necessário já que o meu coração já tinha sido destruído, e que ficaria com cicatrizes eternas. Mas eu precisava mostrar ao Tom como é ruim ser magoado como é ruim ver sua vida desabar na sua frente, ver seus sonhos todos irem a ruína e você não poder fazer nada para mudar isso. Talvez só dessa forma, sentindo na pele, que o Tom aprenderia isso.

Pesquisei na internet sobre a banda deles, acabei descobrindo que eles tinham um pequeno site com algumas fotos, e até mesmo já possuíam alguns fãs.
Ao olhar a galeria de fotos do site, encontrei quem eu procurava: Bill.
Ele possuía uma beleza exótica, usava um penteado muito peculiar, seus cabelos eram pretos com algumas mechas brancas e todo arrepiado, o que me fez lembrar do filme Edward mãos de tesoura, porém Bill tinha uma expressão mais delicada, usava uma maquiagem preta nos olhos, o que ressaltava ainda mais o seu belo olhar. A principio não vi muita semelhança entre os irmãos, mas ao comparar suas fotos, a semelhança era nítida.
Não descobri nada muito pessoal, nada que realmente me ajudasse, o que me desanimou um pouco.
Foi quando ouço o telefone tocar, corro para atender, por mais que eu não quisesse admitir eu estava torcendo para que fosse o Tom, mas não era. Era a Gi, mesmo gostado muito dela, não pude esconder o tom de decepção na minha voz:

– Alô
– Alô, Camila? Nem sei por que estou te falando isso, mas... fiquei sabendo por um amigo que a banda deles, é Tokio Hotel, não é?
– É isso mesmo
– Então, por acaso um amigo me contou que essa banda vai se apresentar numa casa de shows aqui perto de casa, parece que é um festival, aí terão outras bandas lá também.

Essa era a minha oportunidade de me aproximar do Bill, como eles ainda não eram muito conhecidos, se eu dissesse que era uma fã talvez ele até me tratasse bem, não me ignorasse.

– Giselle, nós vamos a esse festival!
– Nós?! Você não falou que não me envolveria essa historia?!
–Ah, o que que tem Gi?! É só pra me fazer companhia, pelo amor de Deus né, larga de ser medrosa.
– Você mudou muito mesmo. Só não sei se foi pra melhor.
– Você não vai começar com o sermão não,né Giselle? Já basta meus pais, agora você também!
– Tá, tá parei. O show vai ser Sábado agora, a noite.. Eu só não sei que horas que eles vão se apresentar .
– Pois então nós vamos ser as primeiras a chegar.


Faltam poucos dias para o festival, mas eu não estava preocupada, estava até tranqüila demais em comparação ao que eu sempre sou.
A minha relação com os meus pais está cada vez pior. Mas não é por minha culpa, não mesmo. Eu tento fazer com que as coisas voltem a ser como eram, quando a família está reunida na sala, eu me sento junto a eles. Mas eles nada falam, mal olham para mim. Eu estava acostumada a ser ignorada na rua mas não em casa.
De repente o silêncio na sala é quebrado. Meu pai sem tirar os olhos do jornal pergunta:

– Quando é que finalmente vamos conhecer esse tal de Tom? Afinal foi esse rapazinho que fez você mudar de comportamento. Precisamos ver se valeu a pena tudo isso.

Aquela pergunta veio como uma faca afiada no meu peito. O que eu iria responder? Dizer que acabou, que Tom me trocou por outra?

– Você não respondeu a minha pergunta. Ou você acha que vai ficar namorando com alguém que nós não conhecemos?
– Pai, é que a gente não deu certo.
– Como assim não deu certo?!
– Hmmm, nós só estávamos nos conhecendo... aí acabou que descobrimos que não iria dar certo.

Meu pai não disse mais nada, mas pude notar sua expressão de total decepção e descontentamento. Naquele momento senti ainda mais raiva do Tom. Só de pensar que eu havia discutido com os meus pais por causa dele, que todo aquele clima pesado na minha casa era principalmente por causa dele.
Naquele momento eu estava me sentindo envergonhada, pela primeira vez na vida eu estava com vergonha dos meus pais, estava com vergonha de ter lutado por nada, ter acreditado em algo que não valia a pena.
Seu eu não tivesse sido tão boba, tão ingênua, nada disso estaria acontecendo.
Acho que sinto mais raiva de mim mesma, do que do Tom.

Postado por: Alessandra

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