sexta-feira, 18 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 22 - Éirne

Narrado por Maia

– O quê? - Seis vozes exclamaram juntas, inclusive a minha. Estávamos na casa do Georg e a Charlie já estava boa. Só o Tom que estava manco, por causa do gesso, mas, ainda sim, não tinha ninguém no hospital. O Georg e a Roxy tinham acabado de nos dizer que iam se casar. A união civil seria aqui na Alemanha mesmo e a cerimônia seria na Irlanda. Porém, eu não sabia onde, exatamente em que ponto da Irlanda, seria a cerimônia.

– Eu vou me casar com o Georg. - A Roxy respondeu, pausadamente. - Querem que eu desenhe ou entenderam?

– Se não for pedir muito... - O Tom respondeu, estendendo um bloquinho e uma caneta para a Roxy. Só para fazer hora com ele, a Roxy fez um desenho, bem básico mesmo, dela, usando um vestido de noiva, do lado do Georg, e cada um de nós, seus amigos, rodeando os dois. Quando eu me identifiquei, perguntei:

– E por um acaso eu só tenho essa camiseta do Bowie?

– Não, mas, parece que sim. Não sei como a camiseta ainda não furou, de tanto que você usa. - A Roxy respondeu.

– Cara... Vocês dois vão se casar! - O Tom respondeu, finalmente entendendo o poder da notícia. A Charlie, provocando-o, disse, dando um tapa na cabeça dele:

– Aleluia! Finalmente entendeu, ô jaca!

Eu tinha explicado para a Charlie o que era uma Jaca e o que a gíria jaca significava, entre "os manos". E, como ela adorava provocar o Tom, então, apelidou o garoto de Jaca.

– Agora é que a terceira guerra mundial começa... - O Tom suspirou. Desta vez, ele apanhou de todo mundo.

– Ô! Que é isso? Virei saco de pancada agora? Se quiserem dar soco, vão na academia descontar naquele saco de areia, vão...

– Tom, mas, ficar agourando casamento alheio, é o fim, né? - A Jade perguntou.

– E quem disse que eu estou agourando? Só estou falando que a terceira guerra mundial vai ser entre as fãs do Georg, que são poucas, se forem comparar com as minhas, e a Roxy...

E lá foi ele apanhar de novo.

– Se fossem só as meninas me batendo, eu não me incomodava. Só que eu não quero sentir mão de homem para cima de mim não...

– Então pára de falar besteira e fecha a boca que você para de apanhar... - A Charlie respondeu.

– Até que se for só você quem vai me bater... Eu não ligo. - O Tom respondeu. A Charlie nem se deu ao trabalho de responder.

– Mas fato é que nós vamos nos casar e queremos que vocês sejam nossos padrinhos. - O Georg disse.

– Eu aceito, mas, com uma condição. - O Tom pediu. - Contanto que vocês me chamem para ser padrinho do primeiro filho de vocês...

O Georg e a Roxy se entreolharam, mas, acabaram concordando com a condição do Tom.

Ainda que o casamento civil dos dois tenha sido dentro de um cartório, eu, manteiga derretida do jeito que eu era, não consegui não chorar. Porém, até hoje, me pergunto de onde foi que eu tirei tanta lágrima, durante o casamento deles na Irlanda.

Antes de contar como foi a cerimônia, deixa eu te pedir uma coisa? Imagine uma noiva e três madrinhas histéricas. Imaginou? Agora, tente visualizar essas quatro mulheres dentro de uma tenda branca e as quatro, bem como o restante dos convidados, está em contato direto com a terra; Por exigência da noiva, só o padre, se quisesse, poderia usar sapatos. Ah! E ao fundo, o único barulho perto da tenda é de ondas, além do canto de passarinhos. Imaginou? Pois então... A Roxy decidiu se casar na costa irlandesa, num morro. Do ponto da cerimônia, era possível ver a imensidão do mar. O lugar era de difícil acesso e, sabe-se lá como, nós conseguimos chegar lá. (OK... Eu sei. Foi de helicóptero e usamos até alguns jipes). A Roxy estava estressadíssima, não parava de andar de um lado para o outro e, principalmente, murmurava alguma coisa, nervosa, que parecia com "Por favor... Vai dar certo!". Uma das tias da Roxy enfiou a cabeça por entre uma abertura da tenda e disse:

– Meninas? Está tudo pronto...

Por mais que eu tivesse cansado de ouvir a Roxy falando, ainda não conseguia me acostumar com o sotaque irlandês. Era fofo. Parecia o sotaque britânico, só que com uma pitada de sotaque caipira. A Roxy estava quase tendo um treco e nós três a ajudamos com tudo. Ela perguntou:

– Como é que eu estou?

Nós três paramos em frente à ela e demos uma olhada. O vestido que ela tinha escolhido era um azul bem claro, muito fofo. Mesmo sabendo que a filha não era uma "donzela", a mãe da Roxy queria que ela casasse de branco. Mas, como a filha era teimosa, então, o vestido ficou sendo o azul, mesmo. Era tomara-que-caia, longo e coberto por uma renda, um tom levemente mais escuro que o resto do vestido. Nos cabelos, ela usava um arranjo feito com flores de jasmim e, os fios estavam encaracolados e presos numa trança. A única jóia que ela usava era uma corrente fininha, prateada, com um pingente de pedra-da-lua, autêntica, em formato de gota.

– Sinceramente? Você está linda. - A Charlie disse, já chorando.

– Concordo. - A Jade respondeu, também chorando. E eu, já estava com o rosto todo inchado, só falei que ela era a noiva mais linda do mundo.

Nós três saímos da tenda primeiro e a mãe e uma tia da Roxy a ajudavam com a cauda do vestido. O sol já estava se pondo e, assim que nos viram, os músicos que haviam sido convidados para a cerimônia começaram a tocar uma música linda e, uma das primeiras coisas que eu vi, foi o Georg, sorrindo, todo bobo, esperando a Roxy. Nós nos sentamos do lado direito, cada uma do lado de um dos padrinhos, e, quando eu vi, o Georg já estava dando um beijo na testa dela. Eu já não me agüentava mais de tão chorona que eu estava. Tudo bem que eu realmente chorava em casamentos, mas, a pessoa que não chorasse naquele casamento, era o ser mais insensível da face da Terra! Tudo estava tão lindo e, como a luz do pôr-do-sol estava dando um ar todo especial, era impossível não se emocionar. Quando o padre perguntou à Roxy se ela aceitava o Georg como marido, ela abriu um sorriso fofo e apaixonado e respondeu que aceitava. O padre repetiu a pergunta para o Georg, que também deve ter sorrido, e respondeu que sim. O padre os declarou como marido e mulher e, quando ele disse:

– Pode beijar a noiva...

O Georg foi dar uma de engraçadinho, pegou a Roxy pela cintura, a segurou como se ela estivesse deitada e deu o beijo. Eu realmente preciso dizer a algazarra dos meninos que eu, Charlie e Jade tivemos que agüentar? A festa depois da cerimônia foi ótima também e rolou até uma apresentação dos meninos. Lógico que o Georg só olhava de um jeito fofo e apaixonado para a Roxy. Porém, quando eles foram dançar a valsa, foi tão desengonçado que até foi fofo...

Eu e o Bill estávamos observando a Roxy e o Georg dançando e a Charlie estava do nosso lado. A banda acabou de tocar a banda lenta e, de repente, o Bill olhou para os lados, como se estivesse procurando por alguém e, de repente, a Charlie disse:

– Ai, meu Deus! Ele não vai fazer isso...

Eu desviei o olhar do Bill um pouco e olhei na mesma direção que a Charlie, ou seja, o palco. De repente, percebi que, não só o Tom tinha assumido o lugar do vocalista, como a Jade estava na bateria. Ele fez um sinal para ela, que começou a bater uma baqueta na outra, contando o tempo. De repente, o Tom começou a cantar a música preferida da Charlie, "I Was Born To Love You" do Queen. A Charlie xingava o Tom de tudo quanto era nome e ele, mesmo rindo da irritação dela, não parou de cantar. O legal mesmo foi quando ele desceu do palco (Que na realidade estava mais para degrau do que para palco mesmo), com o microfone na mão e, se ajoelhando aos pés da Charlie, cantou:

"I wanna love you
I love every little thing about you
I wanna love you, love you, love you
(Born) to love you
(Born) to love you
Yes I was born to love you
(Born) to love you
(Born) to love you
Every single day of my life..." 

A Charlie pôs a mão na frente da boca, mal conseguindo acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. A Roxy e o Georg morriam de rir da palhaçada do Tom e o Bill incentivava o irmão. Quando a parte instrumental da música estava quase acabando, o Tom esticou a mão na direção dela e a tirou para dançar. A Charlie estava se fazendo de durona, mas, acabou aceitando, depois que eu e o Bill a cutucamos, fazendo a Charlie se levantar. Quando a música acabou, finalmente, ele perguntou:

– Charlotte... Quer ser minha namorada?

Todo mundo ficou em silêncio, esperando a resposta dela. A Charlie cruzou os braços na frente do corpo e perguntou, séria:

– Se você pensou que, me fazendo pagar esse king kong, na frente de todo mundo, fazendo uma versão... Menos dançante e mais desafinada do Freddie Mercury e cantando a minha música preferida do Queen, ia me fazer aceitar seu pedido de namoro...

Ele baixou a cabeça, graças ao tom irritado dela. Nessa hora, eu me segurei para não voar no pescoço dela. Tudo bem que o Tom estava mais desengonçado que o Freddie Mercury mesmo, mas, coitado... O menino se esforçou, se humilhou desse jeito e, para completar, tentou rebolar e a Charlie simplesmente fica brava com ele? Fiquei pensando seriamente se o acidente não tinha afetado o cérebro dela...

–... Você pensou certo. - Ela respondeu, pulando no pescoço dele. Os dois se beijaram em meio aos aplausos de todo mundo.

Quase no final da festa, a Roxy subiu em uma cadeira e jogou o buquê. Adivinha quem foi que pegou?

– Cara... - A Jade disse, enquanto ela, o Gustav, eu, o Bill, a Charlie e o Tom andávamos pela praia. - Se me contassem, eu não acreditava...

– Pois é... - O Tom respondeu, sorrindo. - Agora eu estou pensando em quem vai ser o próximo, se eu ou o Bill...

– No que depender de mim, você ainda vai continuar com sua vida de solteiro por algum tempo. - O Bill respondeu. Olhei para ele, surpresa e tudo o que eu ganhei foi um sorriso e um beijo na bochecha.

– Gustav, me desculpe, mas, o melhor mesmo foi a sua cara quando o buquê caiu nos seus braços... - A Charlie respondeu.

– E quem disse que eu estava esperando que a Roxy tivesse a mira tão boa? - Ele perguntou. - Foi justo em mim, que não estou pegando nem resfriado!

– Gustav, você é tão dramático! - A Jade retrucou. - E abaixa que eu estou cansada de andar nessa praia. Você vai me levar de cavalinho... Anda!

– Quer se arriscar, mesmo com a saia? - Ele perguntou.

– Ah... Foda-se. Se o Tom olhar para minha bunda, ele ganha dois olhos roxos... Um dado de presente pela Charlie e outro para mim.

Ainda bem que o Tom ficou quieto. Nos sentamos na areia, bem na beiradinha mesmo, tanto que a onda molhava só os nossos pés, no máximo, e ficamos ali, os seis, olhando o pôr-do-sol. De repente, ouvimos um grito e, quando olhamos, a Roxy e o Georg estavam correndo na nossa direção. O Tom perguntou:

– Eu não acredito que, no lugar de estarem encomendando meu afilhado, vocês resolveram vir para cá...

– Se você esperou o seu afilhado até agora, não tem problema esperar umas horas a mais, não é? - A Roxy perguntou, se jogando do lado dele. E o Georg se sentou do lado dela.

– Dá para acreditar em tudo o que aconteceu com a gente nesse ano? - O Bill perguntou. A resposta foi a mesma, para os outros sete: "Não".

– A turnê foi tão boa... - A Charlie respondeu, fazendo beicinho. O Tom, óbvio, roubou um beijo dela.

– E se a gente tirasse o ano que vem de folga, só para viajar, mesmo? - A Roxy sugeriu.

– Contanto que meu afilhado esteja a caminho, tudo bem... - O Tom respondeu. - Ou pelo menos seja concebido nessas férias.

– Você não tem jeito, né? - A Charlie disse, dando um tapa de leve no ombro dele.

– Se alguém quiser saber a minha opinião... - O Gustav começou a dizer, mas, os gêmeos e o Georg o interromperam, com um sonoro "não".

– Eu quero. - Respondi. Tive o apoio das meninas. E, quando ganhei três olhadas feias, eu disse: - Somos quatro. Vocês são três, portanto, estão em desvantagem. Anda, Gustav. Compartilhe conosco sua humilde opinião...

– Obrigada. E eu acho que a gente deveria visitar alguns lugares que a gente ainda não conhece, como Índia e Egito. Caribe seria interessante também... - Ele respondeu.

– Finalmente ele fala uma coisa que presta! - O Tom respondeu. Eu e a Charlie nos entreolhamos e sabíamos que aí vinha merda. Dito e feito: - E eu faço questão de um harém pessoal, cheinho de odaliscas, só para me atender...

– Sendo assim, eu quero um bando de sheiks bem gostosões, sem camisa, com barriga de tanquinho, e usando turbante com uma pena azul-escura.

– Azul escura? - O Bill quis saber. - Por quê?

– Sei lá... Deu vontade, não posso? - A Charlie respondeu.

– Não, não pode. Se você não se comportar, eu te mando para um harém cheio de eunucos, viu? - O Tom retrucou.

– Ah, muito lindo você, né, Tom? Você pode ficar se engraçando para cima das odaliscas e eu tenho que ficar com eunucos? - A Charlie reclamou.

– Gente... Nós ainda nem viajamos e já estão brigando? - A Jade perguntou. - Se vocês continuarem com esse arranca-rabo, a gente vai para o Egito e a Índia e largamos vocês em uma ilha deserta...

As expressões de medo do Tom e da Charlie foram as melhores. Nós combinamos de esperarmos o Georg e a Roxy para fazermos a viagem. E confesso que eu estava animada, porque, além de visitar vários lugares lindos, eu estaria com os meus amigos. Ficamos observando a lua e só saímos de lá quando a mãe da Roxy nos mandou voltar para os jipes, enquanto despachava os recém-casados para a lua-de-mel. Seguimos para Dublin e, quando eu me deitei na cama, do lado do Bill, eu pedi para ouvir o coração dele. Quando ele me perguntou o porquê de eu estar fazendo aquilo, eu respondi:

– Me acalma. Além do mais, é como se, a cada batida do seu coração, eu me sentisse cada vez mais ligada à você...

– Sabia que eu te amo, Maia?

– Eu sei. E você? Sabia que eu te amo?

Ele abriu um sorriso e beijou o topo da minha cabeça. Eu me sentia feliz por estar ali, perto dele, vivendo aquele momento tão especial. E eu tinha certeza que nós iríamos ficar ainda mais unidos depois dessa viagem que estamos planejando...


 Postado por: Jhenyfer | Fonte: x

Bonequinha De Luxo - Capítulo 21 - Mian leat chun pósadh dom?

Narrado pelo Georg

Quando eu estava indo com a Jade, Tom e Gustav para a lanchonete, puxei o braço da Roxy, de um jeito bem delicado. Ela virou a cabeça e me viu. E ficou desconfiada, ao ver que eu estava segurando uma coisa nas minhas costas. Ela perguntou:

– O que foi?

– Eu preciso te dizer uma coisa...

– Fala. - Ela pediu, começando a ficar preocupada, por causa da minha expressão séria.

– Roxy... Você é a pessoa mais importante na minha vida, atualmente. Eu sei que... Mesmo estando juntos há tão pouco tempo, eu... Tenho certeza que é com você que eu quero passar o resto da minha vida. Então... Só tenho uma pergunta para você... Mian leat chun pósadh dom?

Ela riu da minha pronúncia. Era evidente que eu tinha errado alguma coisa. Tanto que até falei, baixando a cabeça:

– É... Eu sabia que te pedir em casamento em irlandês não ia dar certo...

– Sea, is mian liom. - Ela respondeu. Eu ergui minha cabeça e perguntei:

– E... Isso é um sim ou um não?

– Sim. - A Roxy respondeu, em alemão. Ela se assustou, quando eu a peguei no colo, de surpresa, e pedi:

– Como era "eu te amo" em irlandês, mesmo?

– Is tú mo ghrá. - Ela disse, com a pronúncia certa. Repeti e ela falou "Is tú mo ghrá" por todo o tempo que nós ficamos ali, eu a segurando nos meus braços. Decidimos deixar para contar sobre o casamento para todo mundo depois que a Charlie saísse do hospital.

Narrado por Roxy

Quando o Georg parou o carro em frente ao meu prédio, eu perguntei:

– Não... Quer entrar um pouco?

– E a Jade?

– Vai dormir no apartamento da Maia hoje. - Respondi, dando um sorriso. Com certeza, malicioso.

– Então... Isso significa que...

– O caminho está livre para nós dois...

Ele procurou por um lugar para estacionar o carro e, quando eu nem bem tranquei a porta, ele veio com tudo para cima de mim. Desde que eu pedi a ele que fosse mais delicado comigo quando as coisas realmente esquentassem, ele me tratava como uma boneca de porcelana. E eu tive de lembrá-lo que, por mais que estivesse feliz com a minha resposta positiva sobre o pedido de casamento dele, eu ainda preferia ser tratada direito, além de querer que ele aproveitasse cada minuto que fosse passar comigo. Essa era a condição básica para que ele conseguisse o que queria. No início, ele não gostou muito, mas, quem é que gostava de ser tratada com brutalidade? Então, quando ele me surpreendeu, dando mordidas na pele do meu pescoço, ele fez exatamente do jeito que eu gostava.

Aquela noite foi ainda mais especial (Não que as outras não tivessem sido) por causa do jeito que ele me tratou. Eu me surpreendi, porque ele sempre acabava se empolgando um pouco demais e eu reclamava. Parecia que ele estava lidando com uma boneca feita de uma porcelana muito fina, do tipo que, só de encostar, quebra. A mão dele passeava pelas minhas costas e, quando ele encostava a ponta dos dedos na minha pele, relando mesmo, eu sentia várias ondas de arrepio percorrendo meu corpo. A outra mão dele apertava a minha coxa de um jeito delicado. E durante o beijo, ele sempre dava um jeitinho de mordiscar o meu lábio, como se fosse um morango daqueles bem suculentos. Como eu estava deitada sob ele, então consegui sentir a "felicidade" dele. E vendo que ele não ia agüentar mais tempo, deslizei minhas mãos até o cinto dele e, quando ele menos esperou, a calça jeans dele estava junto da camiseta, jogadas num canto do meu quarto. Quando ele viu quais eram meus planos, ele pegou a minha mão que já estava no elástico da boxer dele e disse, sussurrando no meu ouvido:

– Pensei que você fosse uma boa menina...

– Você se enganou... - Respondi. Dei um jeito de deixá-lo por baixo e, do mesmo jeito que ele fez comigo, assim que se livrou da minha camiseta e da minha calça, comecei a trilhar um caminho com a minha língua. E quando a boxer dele se juntou ao resto das roupas e eu vi o tamanho da "animação" dele, tratei logo de judiar dele só um pouco. Então, peguei o membro dele e comecei a estimulá-lo. O Georg gemia e, quando já não estava mais agüentando, deu um jeito de ficar por cima de novo. Só que ele me pôs sentada sobre o colo dele e, então, ficamos perfeitamente encaixados, nos movendo em perfeita sincronia. Quando chegamos ao ápice, juntos, ele disse, antes de me beijar:

– Eu te amo, Roxanne... 

– Eu também te amo, Georg. - Murmurei no curto espaço de tempo que eu tive antes da boca dele cobrir a minha.

Quando ele me deitou na cama, de novo, o Georg ficou de frente para mim, brincando de um jeito distraído com uma mecha do meu cabelo. Ele perguntou, de repente:

– Posso te pedir uma coisa?

– Claro. - Respondi, sorrindo.

– Deixa o seu cabelo com a cor natural... Quero ver como você é com o cabelo ruivo mesmo... Ainda mais que eles estão tão raros...

Eu sorri e, depois de dar alguns beijos nele, prometi que ia deixar meu cabelo natural, sem química nenhuma. Tudo bem que eu já tinha o cabelo liso e só tingia para realçar a cor mesmo. Eu tinha visto a foto de uma vocalista de uma banda de metal, que tem os cabelos vermelhos e, desde então, fiquei obcecada com aquela cor. A única diferença era justamente a franja espessa que eu tinha, mas, a moça não. Talvez fosse pela cor do cabelo e os olhos claros (Eram uma cor indefinida; Era uma mistura de verde com azul. Nem tente entender, porque não vai conseguir.) que as pessoas pensavam que eu parecia com ela. Teve até um dia, quando estávamos em Amsterdã, que um fã da outra cantora me parou e perguntou se eu era cover de uma tal de Simone Simons. Eu falei que não, mesmo sem saber quem era. Porém, das quatro Sour Ladies, eu era a única que gostava de Epica, que é a banda da tal da Simone Simons. E o pior é que, como eu era a vocalista, então, sempre tentava imitar a menina do Epica. Só que, óbvio, não conseguia. Mas, ainda sim, arrancava umas boas risadas de quem estava perto, já que eu fazia mil e uma palhaçadas.

Porém, a minha felicidade foi abalada por alguns instantes. Perguntei para o Georg:

– Onde é que nós vamos nos casar? Aqui ou na Irlanda?

– Podemos fazer o seguinte: Nos casamos legalmente aqui e a cerimônia religiosa pode ser na Irlanda. O que você acha?

– É... Se a sua família não se importar de passar uns dias lá...

Ele sorriu e eu o chamei. Logo que ele respondeu com um "Fala", eu pedi:

– Posso... Só fazer uma pequena exigência quanto ao casamento religioso?

– Claro.

Parecia que o meu pedido era loucura, mas, garanto que os poucos convidados que teríamos, não se esqueceriam jamais do nosso casamento...



Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 20 - Descrença

 Narrado por Charlie

Qualquer garota que estivesse no meu lugar, se sentiria privilegiada. Além de ter a própria banda, ainda vivia colada com os meninos do Tokio Hotel. É, mas, eu não sou qualquer garota. Bill, Gustav e Georg eram uns amores. Só o Tom que era chato mesmo. Chato, safado, mulherengo, pervertido, irritante, convencido, intrometido e... Um pé no saco mesmo. Sério. Nem mesmo o meu ex-namorado, que ficou me enchendo o saco durante dois meses inteiros, pedindo uma nova chance, me tirou do sério do mesmo jeito que o Tom tira. Eu sei o que você vai falar: "Ah... Isso é amor!". Não. Acredite. Não é amor. Nem aqui e nem na China. Podia até ser, logo que eu me envolvi com ele. Mas, depois que eu me recusei a dar uma de groupie para cima dele, o safado foi correndo atrás de uma vagabunda qualquer que quisesse dormir com ele. Fiquei puta sim, porque ele sabia muito bem que eu não sou do tipo de garota que ele está acostumado. E, por isso, a gente acabou brigando e cada um foi para um lado. Bem, eu fui para o meu lado e ele veio atrás, correndo e, que nem um cachorro, veio se arrastando, implorando que eu o desculpasse, porque ele ia se comportar, caso eu desse uma nova chance. Só que eu sabia muito bem que ele não ia aproveitar a chance, justamente porque, como eu ouvi a Maia dizendo um dia, "Pau que nasce torto, nunca se endireita". E, como ele passou os últimos... Dez anos com uma menina diferente a cada dia, duvido que ele vai ser fiel...

Nós tínhamos ido à uma boate, em Paris, e, enquanto a Maia e o Bill dançavam, a Roxy e o Georg sumiram no meio da multidão e a Jade e o Gustav estavam no bar, eu e o Tom ficamos sentados em um sofá. Qualquer cara que ousasse olhar para mim, levava um olhar em troca, só que era do Tom. E, como ele fechava a cara para o coitado do menino, então, ninguém tinha se atrevido a tentar falar comigo. Quando me viu descruzando os braços e me levantando, ele perguntou:

– Onde você vai?

– No banheiro. Ou eu não posso? Sabia que se eu segurar o meu xixi, posso correr o risco de ter pedras nos rins e daí, é você quem vai ter que ouvir minhas reclamações?

– Mais do que eu já escuto?

Perdi a paciência e mostrei o dedo do meio para ele, que sorriu. Eu dei um jeito de ir até uma outra parte da boate, longe do olhar dele, e, quando eu estava conversando com um menino lindo, o garoto disse, de repente:

– Desculpa te interromper, mas, acabei de me lembrar que... Eu tenho que ir encontrar um amigo lá fora. Com licença.

Olhei para trás e, como eu suspeitava, descobri o que tinha espantado o garoto. Eu bufei e, quando passei pelo Tom, fiz questão de trombar nele, ao passar. Ele me seguiu até o lado de fora da boate e, quando eu percebi que ele estava atrás de mim, eu gritei, de tão irritada que estava:

– Me deixa em paz! Você ainda não percebeu que eu não quero absolutamente nada além de ficar quieta, em paz, no meu canto?

– Charlie, dá para você me ouvir por um minuto?

Eu parei de andar e ele quase trombou em mim. Olhei para ele, cruzei os braços e disse, num tom impaciente:

– Fala, então!

Ele ficou sem jeito e eu falei:

– Eu devia imaginar...

– Charlotte! - Ele me chamou. Eu me virei, não conseguindo acreditar na ousadia dele em me chamar pelo nome e não pelo apelido. Nem meus pais tinham permissão de me chamar assim. E como é que ele conseguiu descobrir meu nome, sendo que eu me apresentei como Charlie, apenas? Além do mais... Eu podia me chamar Charlie, assim como ele se chama Tom, e não Thomas.

– O que é tão difícil para você entender que é para me deixar em paz? Devia saber que eu não sou que nem as outras meninas que duram só uma noite com você!

– É por isso que eu estou insistindo tanto com você! Porque eu percebi que foi isso que me fez...

– Te fez o quê? - Eu perguntei.

– Eu gosto de você. - Ele respondeu. Eu entendi na mesma hora. - E eu gosto de você justamente porque é diferente das outras meninas...

– Você? Gostando de mim? - Eu perguntei, num tom de deboche. - Conta outra...

– É sério. - Ele respondeu. - Quando eu te conheci, achei que era só uma atração sem importância, mas, não é.

– Tom, eu não acredito em você. - Eu disse, dando as costas para ele e recomeçando a andar. O Tom continuou ali, parado, só me observando.

Narrado por Tom

Durante duas semanas inteiras, tentei provar à Charlie que eu estava gostando dela, de verdade. Eu tentava conquistá-la, mas, a Charlie era tão cabeça dura quanto eu. Então, o sufoco que eu passei, não foi brincadeira. Sempre que saíamos juntos, eu fazia questão de abrir as portas para ela, sempre dava um jeitinho de fazê-la rir, e, na maioria das vezes, dava certo, e, para completar, eu sempre tentava mimá-la, seguindo os conselhos do Bill e mandando flores para ela. Mesmo fazendo pose de durona, eu sabia que estava dando certo. Tanto que até a Roxy me disse para ter paciência.

Um tempinho depois, quando eu estava levando a Charlie para o hotel, em Paris, depois de uma premiação que as meninas tinham sido indicadas, um carro me deu uma fechada e, como eu me assustei, acabei perdendo o controle do carro. Uma das últimas coisas que eu me lembro antes do resgate chegar era que a Charlie pediu que eu não a deixasse sozinha. Logo em seguida, ela desmaiou.

Narrado por Charlie

Eu percebi que estava em um lugar claro, mesmo sem abrir os olhos. De início, pensei que estava no céu. Porém, eu ouvia um apito, parecido com o barulho daquele jogo, Pacman. Fiquei pensando se tinha aquele jogo no céu. Era uma idéia absurda, é verdade, mas, nunca se sabe, né? Eu abri os meus olhos e vi um teto branco e duas lâmpadas, daquelas fluorescentes e compridas. Percebi que tinha alguma coisa estranha no meu rosto e percebi que era uma espécie de máscara de oxigênio. Tentei me mexer e, uma mulher loira, falando francês, se aproximou. Ela sumiu, logo em seguida, e, quando voltou, um médico, de cabelos brancos chegou. Ele me examinou e, quando viu que eu não precisava mais da máscara, tirou-a e eu pude conversar normalmente com ele.

– O que houve? - Perguntei.

– Você sofreu um acidente de carro. O carro bateu contra a parede de um túnel e, tenho que dizer que você tem muita sorte de estar viva.

De repente, me deu um estalo e perguntei:

– Eu estava acompanhada de um rapaz... Como e onde ele está?

Nem bem perguntei isso e ouvi a voz do Tom, perto da janela do quarto:

– Felizmente, não foi desta vez que você se livrou de mim...

– Bobo. - Respondi, sorrindo. O médico disse que ia avisar aos outros que eu finalmente tinha acordado e me deixou sozinha com o Tom. Eu perguntei:

– Como é que você escapou de um acidente feio daqueles?

– Na realidade... Eu quebrei a perna. - Ele respondeu. De repente, eu vi que ele estava com uma muleta. - Foi fratura exposta.

Eu torci o nariz e perguntei:

– Mas... Tirando essa parte da perna quebrada... Você está bem?

– Estou. - Ele respondeu. - Quer dizer... Não dá para saber quem está pior... Se é você, que ficou em coma durante um bom tempo, ou se fui eu, que estou todo quebrado...

– Coma? - Perguntei, surpresa.

– É. Tem três meses desde que sofremos o acidente.

Olhei para ele, surpresa. De repente, percebi uma coisa e perguntei:

– Você... Disse que estava todo quebrado... O que houve?

– Além da perna... Quebrei seis costelas. Três de cada lado...

– Ai meu Deus! - Respondi. Ele sorriu e disse:

– Calma... Eu já estou bem melhor... Quer dizer... Só dói um pouco de vez em quando, mas, logo depois do acidente, estava pior... Bem pior. Além do mais... Como a Maia disse... Eu sou um vaso ruim. E vaso ruim não quebra.

Ele sorria ao dizer isso. Por fim, ele brincou com uma mecha do meu cabelo e disse, olhando fundo nos meus olhos:

– Fiquei com tanto medo de te perder...

Ele começou a se inclinar na minha direção, mas, por sorte, a Maia, o Bill, a Roxy, o Georg, a Jade e o Gustav entraram no quarto, fazendo a maior festa. O Tom se levantou da cama no momento que o Georg perguntou se estava atrapalhando alguma coisa, e, disse que ia comer alguma coisa. O Gustav e a Jade foram com ele. E levaram o Georg junto. A Roxy sentou na beirada da minha cama e perguntou:

– Como você está se sentindo, Gal?

Gal era o jeito que nós das Sour Ladies nos tratávamos.

– Parece que eu tomei uma surra daquelas... Mas, o Tom me disse que quebrou seis costelas e ainda teve fratura exposta na perna... - Eu comentei.

A Roxy olhou para o Bill e a Maia e eu perguntei:

– Tem alguma coisa que eu preciso saber? Além dos três meses que eu fiquei em coma?

A Roxy hesitou, mas, a Maia disse:

– O Tom não saiu do seu lado. Por nenhum momento.

– Espera aí... Vocês estão me dizendo que... - Eu comecei a dizer, olhando para a expressão dos três.

– Eu nunca vi meu irmão agir desse jeito. - O Bill falou. - Se ele está se esforçando tanto para te conquistar, é porque ele está apaixonado de verdade, pela primeira vez na vida...

Ouvir aquilo foi um impacto. Eu achava que ele só queria fazer hora comigo, mas, se o Bill, que realmente sabia o que estava se passando pela cabeça do Tom, dizia que ele realmente me amava... É por que era verdade. Então, decidi dar o meu braço a torcer e dar uma chance a ele. 

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 19 - Acerto de contas (Parte 01)

 Narrado por Jade

Desde a primeira vez que eu vi o Gustav, não fui com a cara dele. Eu sabia que não ia gostar dele e, como dizem, a primeira impressão é a que fica. Eu sempre dava um jeitinho de provocá-lo e, confesso que adorava vê-lo saindo do sério. Porém, depois da olhada que ele me deu, quando fizemos o clipe, eu confesso que comecei a achar que ele não era de se jogar fora, como eu pensava. E, já que estou me confessando... Senti ciúmes da prima da Maia, que vivia grudada nele e era tratada como uma rainha. Já eu... Faltava só ter meu lombo açoitado por ele. Apesar do que... Levar umas chicotadas dele não seriam má idéia... OK. Jade, se concentra! E tenta não pensar no dia que você viu as tatuagens de asas que ele tem nas costas... E muito menos quando ele se virou de frente... Pensa... Que podia ser pior, tipo... Ele te flagrar tomando banho, por exemplo.

Quando voltamos de Berlim, a Maia foi correndo se encontrar com o Bill e a Roxy e a Charlie foram fazer algumas compras. Aquelas duas eram tão consumistas que chegavam a me estressar. Era um absurdo, simplesmente. Que graça tinha em ficar batendo perna no shopping, olhando a vitrine de cada loja, sendo que, a cada dez lojas que elas visitavam, só compravam alguma coisa em, no máximo duas. Eu preferia ficar em casa, tocando bateria. Entre elas e a Maia, só a nossa amiga brasileira que não reclamava daquela mania triste dos bateristas, de ficar batucando em tudo. Senão, o tempo inteiro era: "Ai, Jade, que saco!", "Dá um tempo!" e "Pára com essa batucada infernal, garota!"... Saco eram elas, que sempre se acharam as melhores em tudo. Tinha hora que me dava vontade de jogar tudo para o alto, ligar o foda-se, mandar as duas irem à merda e sumir, assim. Abandonar tudo. Só que, se eu não fiz isso ainda, era porque a Maia era a única que não me censurava por causa do que eu falava e fazia. Ela sim era a minha amiga. Mesmo tendo trazido a prima dela...

Narrado por Marina

Eu sempre achei que, se viesse para a Alemanha com a Maia, ia ser o máximo. Porém, não era. Ela até tinha me pedido uma ajuda, já que eu estava fazendo faculdade de design de moda e podia ajudar com as roupas dela e das amigas, mas, não era a mesma coisa que eu imaginava. Tudo bem que, quando juntava as The Sour Ladies com o Tokio Hotel e eu estava no meio, era uma bagunça, mas, eu sentia que meu lugar não era ali. Então, esperei a Maia voltar de Berlim para avisar que eu estava sentindo saudade da minha casa e queria voltar para lá, apesar de gostar demais de ter morado esse tempo com minha prima. A Maia pediu desculpas, por quase não parar em casa, mas, concordou que eu voltasse para o Brasil. Porém, antes da minha viagem, eu precisava fazer uma coisa...

Narrado por Gustav

Eu estava dividido entre duas garotas: A Marina e a Jade. Apesar de gostar muito da Marina, eu percebia que ela gostava de mim também, mas, era como amigo. Então, quando ela apareceu na minha casa, querendo conversar comigo, eu escutei tudo e, quando ela me pediu para dar uma chance para a Jade, eu não acreditei. Porém, ela me explicou que, apesar de gostar muito de mim, era melhor continuarmos só como amigos mesmo, já que ela mesma me disse que não sabia se conseguiria ser como a Maia, que abriu mão de tudo para namorar o Bill. Talvez, por isso, era melhor se eu ficasse com a Jade, que saberia lidar melhor com o assédio sobre nós. Ela foi embora da minha casa, mas não sem antes, me fazer prometer que eu ia sempre mandar notícias.

Narrado por Jade

Eu estava sozinha em casa, arrumando o meu quarto quando ouvi o interfone. O porteiro me disse:

– Senhorita Marshall, tem um rapaz aqui querendo subir... Disse que se chama Gustav... Posso mandar subir?

Hesitei por alguns instantes, mas, acabei concordando que ele viesse. Quando abri a porta, perguntei:

– O que... Você está fazendo aqui?

– Eu vim conversar com você.

Eu o deixei entrar e indiquei o sofá, enquanto trancava a porta. Me sentei no outro sofá, de frente para ele e disse:

– Estou te ouvindo.

– A Marina me procurou agora há pouco...

– É... Fiquei sabendo que ela vai voltar para o Brasil.

– É. Ela vai.

– E você veio aqui para me falar de uma coisa que eu já sei? - Perguntei.

– Não. O que eu vim fazer aqui é pedir para darmos uma trégua nessa rixa que nós temos.

– Por que?

– O Bill namora a Maia, o Georg está ficando com a Roxy... E até há pouco tempo atrás, o Tom estava tentando reconquistar a Charlie.

– Isso é uma indireta? - Perguntei.

– Na realidade, eu estou tentando é te fazer a proposta da trégua. Se eles se dão bem... Acho que deveríamos tentar não brigar. O que você acha?

– Você quer dizer que... Quer ser meu amigo?

– Exatamente.

– Sem segundas intenções?

– Jade, somos que nem óleo e água. Não dá para nos misturarmos. Então, o melhor mesmo é sermos amigos. - Ele me disse. Eu percebi que estava sendo sincero. Então, acabei atendendo ao pedido dele e dando uma trégua. Eu só não sabia que a amizade ia durar tanto tempo, a ponto de, sempre que nós saíamos juntos, ele me ajudava a ficar com alguns meninos. E eu, para retribuir esse favor, ajudava ele nas conquistas. E o engraçado é que agíamos como se fôssemos irmãos. Ele me sacaneava, vez ou outra, mas, eu sabia que era brincadeira. Tanto que eu não brigava com ele. E eu tenho que admitir que estava surpresa com essa minha mudança. Estava menos azeda, mais sociável e ria mais. Era outra Jade. E, graças a Deus, as únicas reclamações da Charlie e da Roxy eram só sobre as batucadas. Porém, as duas não agüentavam mesmo era quando estávamos com os meninos e eu ganhava um reforço nas batucadas. Aí elas beiravam a histeria e só paravam quando a Maia, o Bill, Tom e Georg nos ajudavam. E o mais engraçado disso tudo é que a Charlie, mesmo com aquele jeitão agressivo dela, dava piti, como se fosse uma daquelas patricinhas de filmes americanos, a voz subindo umas seis oitavas, dando birra mesmo e pior: Colocando a mão na cintura. Era hilário ver esses pitis, porque o Tom, como sempre gostava de provocá-la, a imitava. Lógico que ele não conseguia imitar a voz dela, mas, era engraçado. E, mesmo a contra gosto, até a própria Charlie acabava rindo. A nossa vida estava perfeita, ainda que fosse uma correria. E para mim, não existia nada melhor que me apresentar com as meninas para um público enorme. Era tão bom ouvir as pessoas gritando os nossos nomes e cantando as nossas músicas... Isso sem mencionar nas músicas mais calmas, que o povo tirava os celulares e isqueiros dos bolsos e os lugares que nós nos apresentávamos se tornava uma espécie de céu, com os vários pontinhos iluminados naquela escuridão. Era a coisa mais linda. Tanto que, aproveitando que tínhamos uma parte que era só a Maia que cantava e tocava o teclado, eu tirei várias fotos desses momentos. E eu tinha uma foto de cada cidade que isso acontecia. Eu pensava: Quando a gente for lançar o livro, contando a nossa trajetória, daqui a uns... Dez anos, eu faço questão de que essas fotos estejam no livro. Junto com a foto da Roxy no salão, com pedaços daquele papel metalizado, enrolando as mechas ruivas, a Charlie dormindo, a Maia com máscara verde de pepino na cara, olhando assustada para a câmera, as nossas guerras de neve e o estado depois delas... Confesso: Eu adorava a vida de rockstar. E principalmente: As minhas amigas.

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 18 -... Mas eu me mordo de ciúmes...

 Narrado por Bill

Durante a filmagem do clipe, eu percebi que a Maia conversou com o filho do diretor, que estava ajudando o pai, o tempo inteiro. Eu fiquei quieto no meu canto, só observando. Assim que ela trocou de roupa, finalmente, fomos para a casa dela e, como ela não parou de comentar no quanto estava animada por causa do "clipe", eu não agüentei e perguntei, num tom azedo:

– Essa sua... Excitação é por causa do clipe mesmo ou por causa do filho do diretor?

– Ah, Bill, eu não acredito nisso! Você está com ciúmes do Henrich?

– Claro que eu estou! - Eu, ao contrário da maioria das pessoas que são ciumentas, admito quando eu tenho esse sentimento. - Eu vi você dando o maior mole para ele!

– Bill... Eu estava só conversando - Ela enfatizou o "conversando" - com ele. E outra: Que tipo de garota você acha que eu sou? É de você que eu gosto e não de outro garoto.

– Eu achei que você era de um jeito e, quando eu te vi com aquele cara lá, percebi que era como as garotas que se aproximam de mim...

Ela me olhou, boquiaberta. Não estava acreditando no que eu dizia.

– Então, você acha que eu me aproximei de você porque eu estava interessada na fama?

– Acho. Afinal de contas, olha só no tanto de coisa que aconteceu na sua vida, depois que eu te conheci...

– Eu não acredito no que eu estou ouvindo... - Ela disse, perplexa. - Se eu estou enfrentando o ódio das suas fãs, a invasão de privacidade da imprensa e ainda: Não poder nem andar na rua, porque todo mundo me reconhece, é porque eu te amo!

– Será? - Questionei. Ela esperou o carro parar em frente à casa dela, só que ela esperou um pouco para entrar. A Maia disse, me olhando:

– Eu sinto muito se você se enganou comigo... Já que você duvida tanto assim de mim... Acho melhor cada um seguir seu caminho.

E, terminando de dizer aquilo, saiu do carro e me deixou ali, sozinho.

Narrado por Maia

Quando a Marina descobriu sobre a crise de ciúmes do Bill e o término do nosso namoro, ela não conseguia acreditar. Tanto que ela me deu um bom conselho:

– Espera até a poeira baixar. E, quando ele te ligar... Dá um gelo nele. Deixa ele sofrer um pouco e perceber a besteira que ele fez, te ofendendo desse jeito.

Olhei para a Marina e ela me abraçou. No dia seguinte mesmo, ele me ligou. Só que eu não queria atender. Mas, a Marina me obrigou e disse:

– Trata ele com indiferença. Nada pior que o desprezo, vai por mim...

Atendi o telefone e, conforme a minha prima me disse, fui indiferente. Ele me pediu para encontrá-lo para podermos conversar e eu disse:

– Eu sinto muito, mas, hoje eu tenho uma sessão de fotos para uma revista, junto com as meninas e não vou poder.

Era verdade. Ele quis saber que revista era e eu disse que não me lembrava. Só que era um nome estranho. Porém, ele não insistiu. Melhor assim, pensei. Quando eu vi que horas eram, eu disse que tinha que ir, porque estava em cima da hora para a sessão de fotos. Antes de ir, falei com a Marina,que ia ficar em casa, para não deixar o Bill entrar, caso ele inventasse de vir. E, se ele insistisse até a Marina ceder, ela deveria me avisar. Estávamos terminando de tirar as fotos e, como iríamos dar uma entrevista também, a repórter, uma moça loira de olhos azuis, que, confesso, me lembrou a Miss Piggy dos Muppets, com cabelo ondulado e tudo mais. Até o nariz dela, que era arrebitado, me lembrou o focinho de porco. E, para piorar, a voz das duas era parecida. Ela perguntou:

– E o que o seu namorado, Bill Kaulitz, pensa a respeito de você ter uma banda?

Hesitei por um instante e, formulando uma resposta rapidamente, eu respondi:

– Ele me apóia, sempre. Tanto que ontem nós gravamos o nosso primeiro clipe e, não só ele, mas, os outros meninos também, participaram do clipe.

– Então foi uma parceria?

– Não. Eles só fizeram figuração. Mas, mesmo assim, a participação deles no clipe foi ótima. - Respondi, sorrindo. De repente, ela deu o golpe final:

– Agora, só uma última pergunta antes de falarmos mais sobre a banda... Você e o Bill têm planos de casamento?

– Nossa! - Respondi, pega de surpresa. - Bom, acho que ainda somos novos demais para pensar nesse tipo de coisa, por mais que um ame o outro.

– Mas, se ele te pedir em casamento...

– Se ele me pedir em casamento e eu sentir que é a hora... Por que não aceitar?

– Então o pedido já foi feito?

– Não. Ainda não. - Respondi. Na realidade, eu nem sei se ele ia querer casar depois da briga de ontem...

– Ah... - A repórter respondeu, claramente triste. Depois que a entrevista acabou, a nossa empresária, Eliza, veio falar com a gente a respeito de outra sessão de fotos, só que seria um editorial de moda. Porém... Seria em Berlim. Então, fomos para as nossas casas, arrumar as nossas coisas. Eu avisei a Marina sobre a viagem e ela disse que o Bill não tinha nem dado sinal de vida.

Nós tiramos as fotos por toda a cidade, assim, no meio da rua mesmo. Óbvio que uma sessão de fotos, no meio da rua, com uma banda que estava começando a ficar famosa por todo o país, despertou uma curiosidade. Ainda que discreta, mas, ainda sim, ela estava lá. Teve gente que virou a cabeça até quase quebrar o pescoço. De repente, eu me lembrei do Brasil, de quando as mulheres passam pelos homens, que olham para a bunda delas e, caso as duas partes estejam andando em direções opostas, ele quase quebra o pescoço, de tanto olhar. Depois que a sessão de fotos acabou, lá fomos nós para uma entrevista com uma rádio. Lógico que as fãs do Bill ligaram para lá e, a cada dez perguntas que me faziam, duas eram inconvenientes. Uma delas foi feita por uma garota que morava em Potsdam:

– Você acha que o seu namoro com o Bill vai dar certo, mesmo com a distância? Quer dizer, você mora no Brasil, não é?

Percebi a falta de graça do locutor e eu respondi, calmamente:

– Bom, na realidade, eu estou tentando conseguir o visto permanente para morar aqui na Alemanha, o que vai facilitar muito. E como você disse, a minha família está no Brasil, então, sempre que eu puder, vou para a casa, visitar meus pais e a minha irmã. Isso sem contar o restante da família.

Acho que até a garota se surpreendeu com a minha pergunta. De repente, meu celular começou a tremer dentro da minha bolsa e, quando eu peguei o aparelho, vi que tinha uma mensagem do Bill. Só dizia:

"Gostei da sua resposta..."

A Roxy percebeu que eu tinha ficado mexida, mas não me falou nada. Quando nossos olhares se encontraram, ela sorriu.

– Maia, ouvi dizer que você está dividindo um apartamento com a sua prima, em Hamburgo, é verdade? - O locutor perguntou.

– É. Eu sempre fui muito próxima dessa minha prima, e, como nós temos a mesma idade e eu me identifico mais com ela do que com a minha irmã, ela veio comigo quando chegamos do Brasil.

– E foi bom, porque você trouxe um pedacinho da sua família para Hamburgo, não é? - O locutor perguntou.

– É. Quer dizer, nós quatro viramos uma família, mas, ainda sim, eu precisava de alguém que pudesse me ajudar a matar um pouco da saudade que eu tenho de todo mundo lá do Brasil. - Respondi.

– E como vocês estão se virando sem as famílias por perto? - O locutor perguntou para todas nós, mas, quem respondeu foi a Charlie:

– Uma farra. Se deixassem, faríamos uma festa todo santo dia, fosse no ônibus da turnê ou até mesmo nos quartos de hotel.

– Bem rockstar mesmo... - O locutor disse.

– Exatamente. - A Roxy respondeu. - Só... Tira a parte de jogar a televisão pela janela, porque, senão, como vamos acabar com o ócio?

O locutor concordou e perguntou:

– Agora uma pergunta que não quer calar... Como todos nós sabemos, os rockstars sempre têm fãs. Mas, entre as fãs, temos as groupies. A minha pergunta para vocês é: Vocês já têm a versão masculina das groupies?

Nós quatro nos entreolhamos e começamos a rir. A Charlie quem teve coragem de responder:

– Não. Eles ainda não apareceram.

– Falando em fãs... Vocês já tiveram alguma surpresa envolvendo fãs, tipo... Vocês chegarem no hotel e darem de cara com um cara pelado na sua cama? - O locutor perguntou, num tom que era um misto de curiosidade e diversão.

– Ainda bem que não. - A Roxy respondeu, rindo.

– Mesmo porque, se um fã aparecesse pelado, na minha cama... Acho que eu ia rir e sair correndo... - A Jade respondeu. - Eu acho que ia ser... Estranho...

De repente, um dos técnicos fez uns sinais para o locutor, que disse:

– OK, nós temos uma pessoa na linha, que gostaria de falar com a Maia.

Minha intuição dizia que era o Bill. Dito e feito. Quando ele começou a me pedir desculpas por causa da briga, todo mundo ficou de queixo caído. A Roxy aproveitou que tinha um papel do lado dela e, quando o Bill me perguntou se eu o perdoava, me mostrou o papel, que dizia: "Perdoa ele". O locutor ficou em silêncio, bem como todo mundo que estava ali. Eu disse ao Bill:

– Você é doido, sabia?

Meu tom não era de irritação. Pelo contrário. Era de admiração, porque ele, além de tudo, disse que me amava, ao vivo, com a Alemanha inteira ouvindo tudo o que ele disse.

– Eu sei. Sou doido por você. - Ele respondeu, do outro lado da linha.

O locutor me perguntou, tomando coragem de quebrar aquele silêncio:

– E então, Maia?

– Eu não deveria, mas, perdôo. - Respondi. Eu tinha certeza que, por todo o país, várias fãs gritavam. 50% estavam gritando de felicidade, porque eu tinha perdoado o Bill e 50%, de raiva porque eu ia voltar com ele. Porém, a melhor parte de todas foi chegar em casa. Achei que eu estava num jardim, por causa da quantidade de flores que enfeitavam cada milímetro da sala. A Marina saiu do quarto dela e fez uma cara de "Desculpa, mas não teve jeito". Na realidade, o que não teve jeito mesmo era continuar brigada com o Bill.

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 17 - Calor humano

Narrado por Bill
Tudo aquilo que eu sempre ouvi falar sobre o povo brasileiro era verdade. Logo que conheci o resto da família da Maia, pude perceber como todo mundo daqui era. As tias da Maia eram preocupadas, não só com os filhos, mas, com os sobrinhos também, os tios e o pai dela sempre faziam a maior bagunça, mesmo quase todos tendo cinqüenta anos... Os primos da Maia, assim que me viram, me olharam, um pouco desconfiados. Só o primo de quatro anos dela que teve coragem o bastante para perguntar:

– É um homem?

Pelo jeito, a mãe dele, que eu fiquei sabendo que era a Ana Maria, chamou a atenção. Mas, como a Maia tinha me ensinado um pouco de português, eu disse que não tinha problema. Porém, ninguém da família dela me surpreendeu tanto quanto a avó materna. Era uma senhorinha, pequena, curva, com os cabelos tão brancos que pareciam algodão doce, e aparentemente inofensiva. Assim que me viu, perguntou alguma coisa para a Maia, admirada. A Maia respondeu, sem graça. Logo que eu cheguei à casa da Maia, a mãe dela me tratou como se eu fosse um filho mesmo. Eu sabia que minha mãe teria ciúmes, caso soubesse do quanto eu estava sendo mimado. E ela, conforme a Maia me disse, logo tratou de me fazer ganhar alguns quilos. Então, ela sempre fazia o almoço e o jantar com a ajuda do pai da Maia. E eu, a Maia e a Dafne os ajudavam, de vez em quando. Eu sabia que, como a Maia ainda morava com os pais, tinham regras sobre namorados. Podíamos ficar sozinhos, porém, a porta tinha que ficar aberta. E, vendo que o pai da Maia, apesar de ser muito simpático e calmo, era ciumento das filhas, não ousei tentar qualquer coisa. Antes de viajar, eu perguntei para a Maia como era o clima na cidade dela. Ela me disse que era para eu trazer, no máximo, um casaco mais pesado, para quando chovesse. Eu achei que ela estivesse exagerando, mas, agora eu via que era verdade. Tinha dia que eu não conseguia agüentar, de tão quente que era. Mas, tirando isso... Passar aqueles dias com a Maia era uma das melhores coisas do mundo.
Narrado por Maia
Eu estava feliz de ter o Bill do meu lado, mesmo com toda a farra e abuso que a minha família fazia questão. Minha mãe estava um pouco menos surtada, mas, estava conseguindo se comportar do mesmo jeito. Meu pai era tranqüilo. E o melhor era que ele conseguia controlar os ciúmes. A Dafne ficava toda assanhada para cima do Bill, por causa do Tom. E, mesmo com esse assédio, eu via que ele estava feliz. Tanto que, quando ele teve de voltar para a Alemanha comigo e a Marina a tiracolo, eu percebi que ele ficou realmente triste de ter de abandonar aquela bagunça que era a minha família. Agora, nada se compara à situação que eu envolvi minha prima. A Jade estava começando a se entender com o Gustav. Porém, ele, vendo que a Jade só dava esculacho, mas, ao mesmo tempo, querendo ficar com ela, viu a Marina e ficou dividido entre as duas. Ele estava gostando daquela situação toda que eu vi. Ao contrário do Tom, que sempre foi o rei da cocada preta entre os meninos e agora estava com ciúmes porque tinham duas garotas brigando entre si por causa do Gustav. A Charlie, irritada com a falta de atenção do Tom, deu-lhe um pé na bunda e aí que ele começou a correr mesmo atrás dela. E eu e o Bill estávamos impressionados, porque o Tom estava sendo romântico, coisa que ele não era. Sempre dava um jeito de conquistar a Charlie de volta, mas, não tinha jeito. Ela era teimosa e não dava o braço a torcer. O Tom teve uma idéia de fazer uma serenata para ela. A Charlie ignorou. Faltou só jogar um balde de água fria nele, pra falar a verdade. Assim que nós voltamos para a Alemanha, descobrimos que havíamos feito tanto sucesso com a turnê com os meninos que agora, iríamos gravar um vídeoclipe. Nós estávamos pensando no melhor lugar para fazer quando percebi que a Marina estava assistindo àquele filme com a Lindsay Lohan, "Herbie - Meu fusca turbinado" e estava na parte que ele era quase destruído por aquelas caminhonetes enormes, todas tunadas. Eu tive um estalo e disse às meninas:

– Já sei...

Narrado por Bill
Eu estava do lado da Maia quando a gravadora ligou, falando do videoclipe. Durante um bom tempo, ela e as meninas ficaram pensando em como o clipe seria feito. Eu tinha acabado de cegar na casa dela, quando, a Maia, radiante, me disse:

– Eu quero te pedir um favor.

– Que favor?

– Aliás, não é só para você, mas, para o Tom, Georg e Gustav.

– Que favor, Maia?

– Quero... Bom, na realidade, queremos que vocês participem do clipe.

– Como assim?


Ela me explicou que seria uma figuração e não participando, tipo tocando com as meninas. Eu admito que tinha gostado da idéia do clipe. Ainda mais que eu ia ver a Maia usando roupas justas e, se eu bem conhecia minha namorada, ela ia usar minissaia também. Só de imaginar a Maia com uma roupa bem sexy, me senti "animado". Ainda mais que ela mordeu o lóbulo da minha orelha. Naquela noite, acabamos dormindo juntos e, isso só aumentou ainda mais a minha vontade de ver a Maia com a roupa que ela ia usar no clipe.
Narrado por Maia
Nós iríamos gravar o clipe em um ferro-velho e seria parecido com o "Shut up and drive" da Rihanna, com corrida de carro e tudo mais. A diferença, claro, é que o clipe não seria rodado durante o dia e nem teria nem a oficina e nem a Rihanna. Seria mais uma espécie de pega. Nós, as meninas, apostaríamos corrida com os meninos. Eu podia até ver a cara do Tom quando o Bill contou sobre o clipe. E nenhuma de nós contou muitos detalhes sobre a roupa que iríamos usar, justamente para evitar incitar a mente deles. Quando eles chegaram no ferro-velho, nós estávamos trocando de roupa e o diretor do clipe nos sugeriu que filmássemos as partes da nossa apresentação (Sim... Montaram um palco em pleno ferro velho) enquanto os meninos se aprontavam. Daí, quando os quatro estivessem devidamente arrumados, nós filmaríamos a parte da corrida, para que na cena que eles nos vissem, as expressões fossem autênticas. A assistente do diretor foi avisá-los e principalmente: Vigiar os quatro para que eles não tentassem espiar. Quando o diretor autorizou os quatro a virem, ele lhes explicou o que deveriam fazer. Ele gritou para que soltassem a música e, fez sinal para que fôssemos lá. Essa cena seria bem... Intensa, porque era o momento que deveríamos nos encarar e tentar intimidá-los, assim como eles fariam. Porém, não saiu nada conforme o planejado: Bill me olhava de queixo caído, Tom fez aquela cara de safado dele e brincou com o piercing dele, o Georg fez cara de safado e o Gustav ficou sério. Só nós conseguimos acertar. Faltou só o diretor bater nos quatro. Ele gritava:

– Quando elas vierem, vocês têm que olhar para ela como se elas fossem inimigas, que estão aqui para tirar o título de "fodões" de vocês. Portanto, tentem intimidá-las com o olhar. Entenderam?

O diretor voltou para o lugar dele e, depois de pedir a música, ele gritou o já famoso "Ação!". Nós passamos ao lado da câmera que estava próxima ao diretor e, finalmente os meninos acertaram no olhar. Eu sabia porque a olhada que eu ganhei do Bill realmente conseguiu o efeito desejado. Eu sabia o que a minha minissaia preta de couro estava fazendo com ele... Fiquei com medo de voltar para a casa com ele, depois disso... À exceção do Bill e do Georg e de seus respectivos alvos, ou seja, eu e a Roxy, os outros continuaram a corrida. O diretor, quando percebeu que quatro carros continuaram, ficou estressado com o Tom, a Charlie, o Gustav e a Jade. Mas, quando ele viu que aquilo ali estava dando certo, ele não gritou o corta. Só quando eles realmente pararam. A Charlie e o Tom quase bateram os carros e o Gustav e a Jade só pararam porque a gasolina acabou. A Charlie andava ainda mais embirrada com o Tom, porque ele, como sempre, andou ciscando em outros terreiros e, pior é que era óbvio que ele queria atrair a atenção dela. Só que a Charlie reclamava, brava:

– Tem outros meios de chamar minha atenção. E com certeza indo para a cama com outras garotas não é um deles...

Porém, o diretor os viu discutindo e decidiu filmar a discussão dos dois. Só que, o que ninguém esperava era que o Tom fosse agarrar a Charlie pela cintura e roubar aquele beijo dela. Eu tinha uma leve impressão que a Charlie seria odiada por onze em cada dez fãs dele... A Marina, que quis vir com a gente para a filmagem, ficou paparicando o Gustav o tempo inteiro. Tanto que, quando o primeiro dia de filmagem acabou, eles foram juntos para o hotel. O Gustav me deu uma olhada de "Desculpa", mas, eu confiava nele. O problema seria a reação da minha tia quando descobrisse que a filha dela estava enrolada com um roqueiro alemão...


Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 16 - Mãe... Este é o Bill

Narrado por Maia

Confesso que eu nunca imaginei que duas semanas e meia pudessem demorar tanto para passar. O Bill me ligava quase todo dia, mesmo eu falando com ele que não era para me ligar, porque ligação internacional é o olho da cara, mas... Tinha jeito de dobrar aquele cabeça dura? Quando a confusão da virada de ano passou, minha mãe resolveu a fome com a vontade de comer, ou seja, aproveitou o dia de reis, que é o dia para desmontar árvores de Natal, e fez uma arrumação violenta no apartamento, para receber "o genro". Todo mundo da minha família estava curioso a respeito do Bill. Até minha avó materna estava toda assanhada por causa dele. Um dia antes de ele chegar, minha mãe me arrastou junto com a minha irmã e fomos à praticamente todos supermercados daqui de Belo Horizonte, que é onde eu nasci e morei até ir para a Alemanha. E ela sempre me perguntava coisas do tipo:

– Maia, o Bill gosta de macarrão?

E eu respondia, impaciente à todas as perguntas da minha mãe. Por fim, quando estávamos no último supermercado, a Dafne me perguntou, enquanto a minha mãe pedia alguns peixes para o moço daquela sessão:

– Será que o irmão dele vem?

– Dafne, quer um conselho? Fica longe do Tom.

– Por quê?

– Ele não presta. - Respondi, num tom decidido. - E além do mais, se você perguntar para o Bill se vale a pena correr atrás do Tom, ele vai te dizer que é uma perda de tempo.

– Então aquilo tudo sobre ele é verdade?

– É. E um pouco pior, também. - Respondi. Minha mãe se aproximou do carrinho com um saco enorme, cheio de camarão. Ela perguntou:

– Será que essa quantidade está boa?

– Mãe! Se o Bill comer esse saco de camarão, ele explode! - Respondi.

– É... Exagerei um pouco na dose, né? Ah, mas, amanhã sua avó e algumas das suas tias vão lá para a casa...

Minha mãe estava fazendo o contrário do que eu pedi para ela: Discrição. Faltava só ela incorporar a nossa vizinha, alugar o carro do sacolão e anunciar, no alto falante que o genro dela era Bill Kaulitz, sendo que nós éramos só namorados. E não marido e mulher. Assim que meu pai viu as compras, ele quase teve um ataque:

– Helena, precisava ter comprado esse tanto de coisas? Olha isso aqui! - Meu pai disse, examinando uma sacola com pacotes de dez tipos diferentes de macarrão.

– Quero fazer ele se sentir em casa, só isso! - Minha mãe se defendeu. A Dafne ria da reação do meu pai. Ele sempre foi mais sensato que a minha mãe.

De repente, meu celular começou a tocar e, tirando o aparelho de dentro do bolso, saí da cozinha e fui atender na varanda. Logo que ouviu minha voz, o Bill disse:

– Eu te liguei para avisar que daqui a pouco eu vou embarcar no avião...

– Que horas o vôo chega aqui, mesmo?

– Onze da manhã.

– OK. - Respondi. De repente, minha mãe me chamou e eu disse que já estava indo. O Bill riu do outro lado da linha e me perguntou:

– Ela surtou?

– Quando você chegar, vai ver o tamanho do surto dela... - Respondi. - A Dafne está rolando de rir dela...

De repente, eu ouvi a Dafne dando um grito e, logo em seguida, minha mãe xingou a minha irmã.

– É... Minha mãe realmente surtou... - Respondi. Ele riu e eu perguntei, de curiosidade:

– O Tom vai vir?

– Não. Por quê?

– Nada. De curiosidade mesmo... Da Dafne. - Respondi.

– Sério? - Ele perguntou, surpreso.

– Pois é... Esse é o mal dos Kaulitz sobre a família Queiroz...

Ele riu e, de repente, ouvi o alto-falante chamando o vôo dele. O Bill disse:

– Olha, eu tenho que ir... Daqui a algumas horas, a gente se vê, ok?

– Ah... Podia ser só uns minutinhos... - Respondi. Sabia que estava fazendo bico. E ele também lamentou o fato de serem cerca de doze horas. Mas, como minha mãe me gritou de novo, pedindo que eu fosse ajudá-la, não teve jeito. Tive que desligar.

Na manhã seguinte, eu estava tão ansiosa que acordei às seis da manhã. E olha que eu ainda estava com o relógio biológico todo bagunçado, por causa do fuso-horário. Tomei só uma xícara de café com leite e, logo, fui correndo me arrumar. Passei, pelo menos, duas  horas tentando escolher a roupa. Por fim, a Dafne veio entrando no meu quarto, reclamando do barulho e com cara de sono. Eu perguntei:

– Dadá... O que você acha dessa roupa?

Ela olhou para o vestido vermelho e preto, com estampa xadrez, sobre a minha cama que eu estava indicando.

– Ah... Acho melhor não. - Ela respondeu. De repente, ela foi até meu armário e, quando vi a roupa que ela escolheu, nem pensei duas vezes antes de vesti-la.

Narrado por Bill

Não sei se o aeroporto na cidade da Maia era sempre assim, mas, no dia que eu cheguei à cidade dela, estava vazio. Peguei as malas e, logo que saí do portão de desembarque, procurei por um sinal dela. Mas, não tinha nenhuma garota que se parecia com ela. Então, decidi sentar em uma das cadeiras que tinha na minha frente e, esperei, até que ela aparecesse. Quando eu menos esperei, ela apareceu. Ela estava usando a camiseta do Bowie e a Wet legging que ela usou quando aceitou fazer as fotos, no dia que eu a conheci. Eu me continuei sentado na cadeira e, como ela não tinha me visto, fiquei quieto. Eu queria ver se ela perceberia que eu estava ali, na frente dela. De repente, uma outra menina, da idade dela e igual à Maia apareceu. Ela perguntou para a Maia, em português:

– E aí? Achou o Bill?

– Nada... - Ela respondeu. De repente, ela passou a mão na testa e baixou o rosto na minha direção. Eu fingi que estava lendo a revista e, mesmo assim, consegui vê-la se aproximando de mim. Quando ela percebeu que eu estava ali, me deu um tapa no ombro e me xingou:

– Seu safado! Por que não me chamou?

– Queria ver se você ia me reconhecer...

– Você é sem-vergonha demais! - Ela respondeu, ainda me batendo.

– Ai! É assim que vocês aqui no Brasil recebem os estrangeiros, na base do tapa?

– Só os estrangeiros safados, que nem você! - Ela respondeu. Por um instante, eu achei que ela ia me bater de novo, mas, não. Me beijou. A irmã dela, percebendo que estávamos um pouco... Animados demais, fez um barulho com a garganta e a Maia disse:

– Bill, esta é a Dafne, minha irmã. Dafne... Este é o Bill...

– Oi. - Ela respondeu, em inglês, apertando a minha mão. De repente, eu me lembrei do que a Maia me falou sobre os brasileiros. Decidi me arriscar.

Narrado por Maia

A Dafne esperava uma recepção mais... Fria dele. Porém, o Bill a surpreendeu, abraçando-a. A Dafne comentou comigo, enquanto estávamos indo para o meu carro (Sim... Eu tinha um adorável fusca laranja que atirava... Mas, tirando esse único detalhe, era um excelente carro.):

– Você não me disse que ele era tão alto...

– Você não me perguntou... - Respondi, em contrapartida. Pelo fato do fusca ser um carro pequeno e as malas do Bill serem grandes, a Dafne foi espremida no canto do banco de trás. Eu falei com ela que não ia dar, mas, minha irmã era tão teimosa quanto eu, então... Já viu.

Quando chegamos em casa, minha mãe estava conversando no telefone e meu pai estava fazendo pudim de leite. A Dafne, discreta como sempre, gritou, assim que chegamos:

– Ô de casa! Temos três famintos aqui!

Meu pai saiu da cozinha, de avental e tudo (Ainda bem que o avental era preto, basicão mesmo) e veio cumprimentar o Bill. Minha mãe demorou mais um pouco para sair do quarto que funcionava como escritório. Quando ela viu as filhas, o marido e o famoso "genro", parados na porta do apartamento dela, só conseguiu perguntar:

– É ele?

– Mãe... Este é o Bill. Bill, esta é a minha mãe, Helena. - Eu disse, apresentando os dois. Ele a cumprimentou com dois beijinhos e, quando ele se afastou, pude perceber que minha mãe ficou com as bochechas rosadas. Eu sabia que ela estava esperando um cara super-grosso e mal-educado. Só que, pelo o que deu para ver, até meu pai, que tinha um ciúme danado de mim, gostou do Bill. Porém, pior mesmo foi a minha avó...

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 15 - O preço da fama

Narrado por Maia

Durante a minha vida inteira, ouvi minha mãe dizendo, sempre: “Ah... É fácil para fulana de tal dizer que criar filhos é fácil... Não é ela quem tem que criar...”. Tudo bem que, a fulana de tal se chamava Lourdes, era uma vizinha fofoqueira que morava no mesmo prédio que a gente e o apartamento dela era de frente para o nosso. Qualquer coisa, até mesmo... Uma simples unha encravada virava notícia para essa mulher. Tivemos que conviver com essa peste fofoqueira até os meus onze anos. A minha irmã, Dafne, não suportava a mulher. Quando a primeira menstruação da Dafne chegou, faltou só a mulher pendurar uma faixa e pedir para o dono do sacolão, o S. Juca, o carro com o alto-falante, para avisar que a filha da Helena e do Antônio tinha virado mulher. Miniatura, mas ainda sim, mulher. A minha sorte é que, quando “fiquei mocinha”, como minha mãe, tias e avó costumam dizer, já tínhamos nos mudado de lá. Eu acho que não ia agüentar as fofocas. Porém, agora, minha irmã está lá, tranqüila, no Brasil, aproveitando cada minuto da vida anônima dela, enquanto eu estou aqui, do outro lado do oceano, me apresentando com a minha banda para um bando de garotas histéricas, tendo minha privacidade invadida e cada movimento meu vigiado. Eu tenho rinite, então, meu nariz coça muito. E piora quando tem poeira envolvida na história, já que eu sou alérgica. Então, se, por um acaso, eu coço meu nariz, sem querer, em cinco minutos, já tem a notícia, espalhada para tudo quanto é lado: “Namorada do vocalista do Tokio Hotel é flagrada com dedo no nariz”. Isso é um saco, admito. A única parte ruim dessa história toda de ser famosa é justamente isso: Você não tem mais vida, a partir do momento que você assina o contrato com a gravadora. Além dessa perseguição, tem a correria que minha vida se transformou. Cada dia nos apresentamos em uma cidade diferente e, no dia que temos folga, passamos o tempo inteiro na cama, dormindo. Eu sempre achei um absurdo o Bill acordar tarde (Tom nem se fala...), mas, agora eu entendo os dois. Só Gustav mesmo que é um ser diurno. Dá nove horas da manhã e lá está ele, de pé, mexendo no computador dele. 

Por causa dessa confusão que a nossa vida se transformou, a Jade estava ainda mais azeda do que de costume (Ela brigava com o Gustav praticamente o tempo inteiro), a Charlie estava ficando histérica com os nossos compromissos (Já que, como eu disse, a cada dia, fazíamos um show em uma cidade diferente, além de entrevistas para rádio, revistas, televisão, sessão de fotos e o pior de tudo, apesar dos pesares: Sessão de autógrafo. Eu sempre saía de lá com minha mão doendo) e eu e a Roxy estávamos mais magras, porque não conseguíamos comer direito, sempre estávamos em cima da hora para algum compromisso. Não demorou para a imprensa espalhar que estávamos anoréxicas. Minha mãe, óbvio, ficou histérica e, como da outra vez, quis vir atrás de mim. Mas, eu consegui dar um nó nela e convencê-la a ficar no Brasil. Disse que iria para a casa no Natal, que estava perto. Ela ficou tranqüila, pero no mucho. Por sorte, a turnê acabou e eu consegui recuperar os quilos que eu perdi.

Narrado por Bill

Era estranho imaginar que eu ia ficar longe da Maia por um mês inteiro. Eu tinha me acostumado a acordar com a Maia do meu lado, muitas vezes, me observando com aquele olhar doce que ela tinha. Mas, desde que eu a acompanhei até o aeroporto de Berlim, para que ela pegasse o avião e fosse para o Brasil, era estranho acordar e não vê-la. Eu queria ter ido com ela, mas, a Maia é teimosa e me proibiu de passar o Natal longe da minha família. Teve até ameaça. Porém, ela me disse que, quando as festas de final de ano passassem, se eu quisesse, podia ir para o Brasil, ficar uns dias com ela. Minha mãe tinha apoiado a Maia na proibição do Natal e da virada do ano-novo e, sendo assim, tive que me conformar. Só a Maia mesmo que conseguia me dobrar desse jeito...

Na noite de Natal, eu dei um jeito de ligar para ela e, como tinha uma diferença de cinco horas da Alemanha para o Brasil, então, lá ainda não era meia-noite. Mas, mesmo assim, consegui falar com ela e, óbvio, eu disse a ela que não via a hora de viajar para o Brasil. Ela também estava com saudades e, quando fui me despedir dela, me lembrei de uma coisa que ela comentou sobre Napoleão, quando ia se despedir da Imperatriz Josefina. Ela ficou sem-graça, pelo o que eu pude perceber, mas, mesmo assim, ela disse que estava ansiosa para que pudéssemos nos ver de novo. Eu também estava, tinha que confessar.


Narrado por Maia

Eu estava reunida com a minha família, na minha casa, na noite de Natal. Meus avós, tanto a minha avó paterna quanto os maternos (Meu avô paterno morreu antes de eu nascer), os cinco irmãos do meu pai e os sete irmãos da minha mãe, junto com seus respectivos esposos e esposas e seus filhos, que eram quatorze, no total, além dos meus pais e a minha irmã, obviamente, estavam todos sob o mesmo teto. Era uma confusão, porque meus primos pequenos (Que eram cinco - Três meninos e duas meninas) estavam correndo pela casa, fazendo bagunça e quase derrubando a minha tia, que trazia a travessa com farofa. Minha tia, Inês, quase foi derrubada pelo filho e deu um grito:

– Vocês aí! Parem já com isso senão eu falo com o Papai Noel para não trazer presente nenhum para vocês!

Na mesma hora, os cinco, que tinham entre cinco e oito anos, ficaram quietos. Eu, minha irmã, minhas primas, Marina, Luciana e Gabriela, estávamos sentadas em um banquinho, tipo aqueles de praça, na varanda do apartamento, conversando. Óbvio que as quatro não se agüentavam de curiosidade por causa do Bill. Queriam saber tudo, não só sobre ele, mas, sobre os outros. Ah! Sobre as meninas da banda também. A Marina era fã deles, assim como eu, só que ela gostava mais do Gustav. De repente, ela perguntou:

– E ele tem namorada?

– Não. - Respondi. - Ele e a Jade ficam naquela de quase começar uma terceira guerra mundial, mas, não acho que eles se gostam...

De repente, me surgiu uma idéia e eu falei, me levantando do banco e entrando no apartamento:

– Espera aí... Eu já volto.

Eu fui atrás da mãe da Marina e da Gabriela e, quando achei, perguntei:

– Tia... Posso te pedir permissão para fazer uma coisa?

– Ih... Que coisa, Maia? - Minha tia quis saber.

– Olha, eu não sei se você e o tio André vão concordar com isso, mas, eu queria levar a Marina comigo para a Alemanha, passar uma temporada lá. O problema é que o povo que eu conheço, é ou alemão ou inglês. Não estou reclamando, mas, eu queria que ela fosse comigo, porque eu ia ter companhia e, além do mais, ela é a minha prima, tem minha idade...

– Maia... Uma viagem dessas não é barata...

– Esqueceu que eu posso te ajudar a financiar, agora? - Perguntei. - Ainda que eu ainda não sou uma... Madonna da vida, dá para ajudar um pouco.

– Ai, Maia... As coisas não são tão fáceis assim... - Ela respondeu.

– Eu sei. Mas, por favor? Deixa ela ir? - Perguntei, tentando imitar o olhar do gatinho do Shrek. 

– Eu vou falar com o seu tio André. Se ele concordar, damos um jeito da Marina ir com você.

– Tia Giselle, você é a melhor tia do mundo! - Respondi, dando um abraço nela.

– Ei! E eu? - Uma outra tia minha, Joana, perguntou, saindo do banheiro; Eu estava no corredor.

– Ah... Todas as minhas tias são. - Respondi, tentando consertar a besteira que eu fiz. - E vocês sabem disso, não é?

– É... Sabemos. - A tia Joana respondeu, sorrindo. - Ah, Maia... E o seu namorado?

– Ficou na Alemanha, com a família dele. Mas, minha mãe faz questão que ele venha passar um tempo aqui no Brasil.

– E quando ele vem? - A tia Giselle quis saber.

– Provavelmente no começo de janeiro. Agora que a turnê acabou, finalmente, e o empresário deu uma folga para todo mundo... - Respondi. - Pior é que eu estou vendo tudo: A mamãe vai olhar para ele e vai entupir ele de comida...

– Mas ele come tão pouco assim? - A tia Giselle perguntou.

– Não. A quantidade de comida que ele come é até boa. Agora o irmão dele, o Tom, que é uma coisa impossível. O tempo inteiro fica comendo alguma coisa.

– E como é que ele é magro daquele jeito? - A tia Joana perguntou.

– Sei lá... - Respondi. - Também queria saber...

– Pode uma coisa dessas? A gente aqui, se matando por causa de regime e eles lá, enchendo a barriga o tempo inteiro e não engordando uma grama... - A tia Giselle respondeu.

– É, eu sei... Me dá raiva também. - Respondi. Depois de ser abraçada e abraçar todo mundo, o meu primo (Um dos que estava envolvido na perseguição e quase atropelou a minha tia) estava me abraçando quando ele disse:

– Maia... Tem alguma coisa tremendo dentro de você!

Eu enfiei a mão em um dos bolsos do meu vestido e peguei meu celular. Quando vi o nome do Bill na tela, fui correndo para o meu quarto. Ele tinha me ligado para desejar feliz Natal, dizer que estava com saudades e que não via a hora de viajar e me encontrar de novo. Eu tinha que confessar que também queria que ele chegasse logo também...

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 14 - O primeiro show

 Narrado por Bill

Uma semana tinha se passado e a Maia estava animadíssima com as gravações da banda dela, a "The Sour Ladies". Quando perguntei para ela porque tinham colocado esse nome na banda, ela respondeu:

– Gosto da sonoridade da palavra "Sour" - Ela fez biquinho quando disse a palavra. - e além do mais, as meninas são umas "Ladies", já que são inglesas.

– É, mas "Sour" é azedo em inglês. - Eu respondi. - E você não é azeda.

– Ah, mas de manhã, a Jade faz jus ao nome. - Ela respondeu, sorrindo.

Eu esperei as gravações do CD delas terminarem para as duas bandas (Tokio Hotel e a The Sour Ladies) saírem juntas. O Tom, óbvio, ficou encantado pela Charlie. Georg ficou arrastando asa para cima da Roxy e o Gustav tentava se aproximar da Jade, mas, como ela raramente dava atenção para ele, então, os dois estavam quietos. E eu... Bom, estava sentado do lado da Maia, segurando a mão dela. A Roxy perguntou, me olhando, depois que trouxeram os nossos pedidos:

– Afinal de contas... Por que estamos aqui?

– Eu tive uma idéia e queria saber a opinião de vocês... - De repente, sete pares de olhos me encaravam. - Eu estive pensando em ajudar as meninas a se promoverem.

– Como? - A Charlie perguntou. Eu percebi para onde o Tom estava olhando: O decote dela.

– Eu ainda não falei com o Jost, mas, acho que se todos nós concordamos, ele libera. - Respondi. Eu sentia que ia apanhar.

– Fala logo, Bill... - O Tom me mandou, desviando o olhar do decote da Charlie por uns instantes.

– E se as meninas abrissem os shows da nossa turnê? - Eu sugeri. Houve aquele silêncio coletivo e, a primeira a falar, para minha surpresa, não foi a Maia, mas, a Jade:

– Espera aí... Essa turnê é só aqui na Alemanha ou por toda a Europa?

– Seria bom se fosse por toda a Europa, que a divulgação delas seria maior... - O Gustav arriscou.

– É, só que a gente não tem experiência em ficar viajando para todos os cantos que nem vocês... - A Jade respondeu, já num tom de censura.

– É, mas, como você vai conseguir a "experiência" se vocês não viajarem com a gente? - O Gustav retrucou. Eu olhei para o Tom e o Georg e nós três percebemos que a Jade estava conseguindo tirar o Gustav do sério, coisa que era um bocado difícil de acontecer, por incrível que pareça. Ainda mais que era uma garota.

– Eu ainda acho que não é uma boa idéia. - A Jade respondeu. O Gustav cruzou os braços sobre o peito e fechou a cara. A Maia disse:

– Jade... Posso falar com você um instante? Em particular?

– Claro. - Ela respondeu. Percebi o tom aliviado da Jade de poder sair dali. As duas saíram da pizzaria e cerca de dez minutos depois, elas voltaram. A Maia estava sorrindo e a Jade respondeu, num tom impaciente:

– Tudo bem. Se quiserem, nós abrimos os seus shows nessa turnê.

Quando fomos embora da pizzaria, perguntei para a Maia, enquanto íamos para o meu carro:

– O que você aprontou, hein?

– Eu? Não aprontei nada... - Ela respondeu, fazendo cara de santa.

– Ah, sei... - Respondi, desconfiado.

O primeiro show da vida delas foi... Estressante. Tanto para elas quanto para nós quatro, que tivemos que agüentar quatro garotas dando chilique o tempo inteiro. Mas, quando eu vi a expressão da Maia sobre o palco... Todo o nervosismo que eu sempre sentia, pareceu acabar um pouco.

Narrado por Maia

Confesso que nunca, na minha vida inteira, me senti tão nervosa quanto nos momentos antes do primeiro show da nossa banda. À essa altura do campeonato, as fãs do Tokio Hotel já sabiam que eu estava namorando o Bill e eu era a mais estressada entre todo mundo, das duas bandas. Eu estava apavorada de alguém tentar atirar alguma coisa no palco que pudesse me machucar de verdade. Mas, por sorte, quem estava no show, não pareceu se importar muito com o fato de que eu era a namorada do Bill Kaulitz; Pareciam mais interessados era na música e alguns tentavam descobrir quem eram aquelas quatro garotas com estilo "Joan Jett se atracando com Debbie Harry" que estavam abrindo o show do Tokio Hotel. A sensação era tão estranha... Era boa. Parecia que eu estava flutuando. E, depois do nosso show, eu assisti ao show dos meninos de um lugar privilegiado do backstage, cantando e dançando que nem uma louca. O Tom percebeu que eu estava ali, fazendo as danças mais malucas e, depois de me dar uma olhada, ele sorriu de um jeito maroto. O Bill estava distraído com os cartazes que as meninas fizeram e, quando a peste do Tom foi falar para ele que eu estava dançando, fiquei quieta, só batendo o pé. Do mesmo jeito que teria feito, caso tivesse me olhado a tempo, o Bill deu um sorriso igualmente maroto. E, quando nos encontramos nos camarins, a Jade estava brincando com as baquetas sobre o braço do sofá e o Gustav deu um olhar de surpresa para ela. De repente, eu percebi que ele ainda não sabia que ela era baterista também. E tudo isso graças à Roxy, que inventou de tocar bateria justo no dia que eles foram ver o nosso ensaio. Eu estava conversando com a Charlie, perto de uma mesa quando, de repente, o Bill me abraçou por trás e me levantou do chão, me dizendo:

– Estou tão feliz por você, puppe.

– Ai, Bill! Me põe no chão! - Eu pedi.

– Desculpa. Mas, eu estou tão orgulhoso. Das quatro, mas, mais de você. - Ele respondeu, me dando aquele beijo.

– Oi! dá para maneirarrem aí? Eu estou comendo! - A Roxy reclamou. Queríamos comemorar o sucesso da banda e tudo mais, mas, como tanto nós quanto os meninos estávamos cansados, acabamos indo para o hotel e a farra foi adiada por um tempo. Eu pensei comigo mesma que, se todos os shows fossem assim... Não ia querer fazer outra coisa pelo resto da minha vida. Só que eu não sabia de alguns... Detalhes dessa carreira.

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 13 - Eu te amo

 Narrado por Bill

Eu estava feliz pela Maia. Por causa da turnê do CD novo, eu sabia que ela ia ficar sozinha, entediada e mofando no sofá, de frente para a TV e engordando. Confesso que eu achei até bom que as meninas apareceram, já que a Maia não tinha amigas aqui em Hamburgo. Em uma noite que nos arriscamos a sair juntos, saímos andando, sem rumo, seguidos de perto pelos meus seguranças, só para o caso de acontecer alguma coisa. Por sorte, não aconteceu. Quando passamos em frente a uma loja de doces, que ainda estava aberta, a Maia ficou olhando para a vitrine, com água na boca, porém, não falou nada. Então, eu peguei a mão dela e, puxando-a para dentro da loja, eu perguntei para a vendedora, indicando uma torta que estava em uma espécie de vitrine:

– Aquela torta ali é de quê?

– É torta-mousse de chocolate.

– Tem como você pegar uma fatia para a gente?

– Claro. - A moça respondeu. - E para beber?

– Pode ser uma xícara de café expresso para mim e... O que você vai querer, puppe?

– Ah... Uma xícara de cappuccino. - A Maia respondeu. A moça foi preparar as bebidas e nós dois fomos nos sentar à uma mesinha, num canto mais reservado.

Narrado por Maia

– Você está com frio? - O Bill me perguntou, vendo que eu estava toda encolhida.

– Estou. No Brasil não faz tanto frio quanto aqui... - Respondi.

– Vem cá. - Ele disse, me puxando para mais perto dele e me abraçando. Eu encostei a cabeça no ombro dele e, de repente, senti o cheiro dele; Eu nunca tinha reparado no quanto era bom. Ele estava acariciando o meu ombro e, eu estava abraçada à cintura dele. E, por incrível que pareça, o frio que eu estava sentindo, passou. Depois de comermos a torta e o Bill pagar à mulher (Eu tentei protestar, mas, não teve jeito... Bill era teimoso e não ia adiantar nada você fazer ameaças, se jogar no chão e espernear.) nós continuamos a andar sem rumo pelas redondezas. Quando ele me perguntou se eu queria ir para a casa dele, Eu falei:

– Eu queria só ver se está tudo em ordem na minha casa...

– Ah... Tudo bem... - O Bill respondeu. De repente, ele fez um sinal e um táxi parou na nossa frente. Quando eu destranquei a porta do meu antigo apartamento, o Bill acendeu a luz da sala e me perguntou:

– Você quer ficar aqui esta noite?

– Se... Não tiver problema... - Eu respondi. Ele balançou a cabeça de jeito afirmativo e me perguntou:

– A gente se vê amanhã, então?

– Bill... Fica aqui comigo hoje? - Pedi. O que diabos eu estava fazendo? Desde quando eu sou atirada desse jeito? Ainda mais que estamos namorando há pouco tempo.

Ele me olhou e, me abraçando, disse que ficaria.

Quando eu percebi, os beijos e as carícias ficaram cada vez mais intensas. A mão dele estava fria e, em contato com a pele da minha nuca, fez um arrepio daqueles percorrer todo o meu corpo. Estávamos sentados no sofá da sala, nos beijando, com direito à mãos bobas e, de repente, eu percebi o que estava fazendo e interrompi o beijo por um instante. Ele perguntou:

– O que foi?

– Eu...

– Estamos indo depressa demais, não é?

– Não é isso... - Respondi. - Bom, em parte é, mas, a verdade é que eu... Nunca pensei que pudesse... Sentir por alguém o que eu sinto por você. Quer dizer, eu não imaginava que nada disso pudesse acontecer um dia. Mas isso tudo é real.

– Em resumo... Você não quer e... Eu posso esperar.

– Lá vai você ser precipitado... - Respondi, fingindo estar impaciente. - O que eu estou tentando te dizer é que eu... Ai...

– Você...?

– Eu... Ah, dane-se. - Respondi, perdendo a paciência comigo mesma. - Eu te amo.

Ele me olhou, surpreso. Eu já tinha comentado sobre uma coisa que eu vi uma vez, que me fez decidir que eu só diria "Eu te amo" para alguém quando tivesse certeza absoluta que eu realmente estava amando aquela pessoa. O Bill, no caso. E ele sabia do que eu pensava a respeito de sexo.

– Você... Me ama? - O Bill perguntou. Estava claro que ele estava tentando entender o significado do que eu disse.

– Amo. - Respondi. Ele com certeza se lembrou da condição que eu mesma me impus sobre o "eu te amo". De repente, ele pôs a mão sobre o meu rosto e começou a acariciá-lo. Então, ele disse:

– Eu também te amo, Maia.

Aquilo para mim foi um choque. Ele tinha adotado essa minha condição e, eu tinha que confessar que não esperava por isso.

O Bill se inclinou na minha direção e recomeçou a me beijar. Passados cinco minutos, eu interrompi o beijo de novo e, quando vi que ele estava ficando impaciente, me levantei e, indo na direção do meu quarto, eu disse, tirando o meu casaco:

– Esse sofá é duro. Vem...

Ele me deu uma olhada... De repente, ele se levantou do sofá e veio atrás de mim. Logo, o casaco dele e o meu estavam jogados em uma cadeira que tinha perto da porta e nós estávamos deitados na minha cama, nos beijando. Ele dava umas mordidinhas no lóbulo da minha orelha, enquanto uma das mãos dele passeava perto da barra da minha minissaia. E eu estava com a mão esquerda na nuca, e a direita estava sobre o peito, perto do ombro dele. De repente, a mão do Bill que estava na minha perna, se enfiou debaixo da minha minissaia e, quando sentiu a cinta-liga que prendia a minha meia (Para mim não tem nada pior que meia-calça, que é incômoda demais!) e não conseguiu evitar me perguntar:

– O que é isso?

– A liga da minha meia.

Como ele era curioso, teve que olhar a bendita da cinta-liga. Quando o olhar dele encontrou o meu, o Bill mordeu o lábio e me deu uma olhada maliciosa.

– Me mostra como eu tiro isso?

Peguei as mãos dele e mostrei como soltava a cinta-liga da meia. E, logo depois de tirar as meias, ele beijou a minha coxa. Eu tenho que confessar que esses beijos quase me mataram. Depois que as meias estavam atiradas num canto do quarto, ele deu um jeito de me distrair e, quando fui ver, a minha minissaia estava jogada sobre a minha meia e ele estava tirando a minha blusa. Uma vez que eu estava só com a calcinha e o sutiã, ele deu um jeito de tirar a roupa dele também. De repente, ele traçou uma trilha de beijos que começou no meu ombro. A alça do meu sutiã estava no meio do caminho, mas, não foi problema; Ele a abaixou e continuou com a trilha. E assim que ele descobriu um dos meus seios, a boca dele passava, muito de leve, sobre a minha pele. Como reação, meu corpo foi de encontro ao dele e, quando ele começou a mordiscar, de leve, o bico do meu peito, minha respiração ficou mais forte e acelerada. E o outro seio era estimulado pelo toque da mão dele. Cheguei num ponto que não estava conseguindo mais me controlar e comecei a gemer. E, no entanto, pouco tempo depois, a minha calcinha estava junto do resto das nossas roupas, inclusive, da boxer dele. A mão que estava sobre o meu seio, agora estava tocando a minha intimidade e eu arranhava as costas dele, de leve. Ele estava beijando a minha boca e, no instante que eu o senti dentro de mim, tive um leve desconforto e sufoquei um gemido. O Bill sabia que eu nunca tinha feito nada, apesar de já ter tido dois namorados antes dele. Então, por isso ele estava sendo cuidadoso e muito carinhoso comigo. Tanto que as investidas começaram lentas e, quando ele viu que eu estava mais relaxada, as investidas ficaram intensas e mais rápidas até que chegamos ao ponto máximo que podíamos agüentar. Depois que ele saiu de cima de mim, me abraçou e, sentindo o cheiro da minha pele, perguntei:

– Então é assim?

– É. - Ele respondeu, passando a ponta dos dedos bem de leve sobre as minhas costas. Apesar de me causar arrepios, era uma sensação boa. Me aproximei dele e roubei um beijo. Vendo que eu estava começando a me animar de novo, ele deu um jeito de me frear e me perguntou: 

– Já quer o segundo round?

Sorri de um jeito maroto, para ele.

Narrado por Bill

A Maia me amava. E eu também a amava. Eu nunca pensei que pudesse gostar de alguém tanto assim. Acho que eu tive sorte. A minha única preocupação agora era se eu ia conseguir ficar longe dela... Então, tive uma idéia.

Postado por: Jhenyfer

Bonequinha De Luxo - Capítulo 12 - Novas companhias

 


Narrado por Maia

Eu estava em choque. Aquilo estava acontecendo mesmo? Bill Kaulitz realmente estava me pedindo em namoro? Alguém aí poderia me beliscar para que eu tivesse certeza que aquilo não era um sonho? Pior é que ele estava me olhando, ansioso pela minha resposta.

– Antes de dar a minha resposta, eu queria... Só falar uma coisa antes.

Ele concordou com a cabeça e eu disse:

– O problema são os chiliques das fãs, a invasão de privacidade por parte da imprensa, além dos paparazzi... Qualquer garota ia pensar em desistir, só de saber que corre alguns riscos...

Ele baixou a cabeça, já tendo uma reação precipitada. Eu continuei:

–... Porém... Eu não sou qualquer garota. E, como eu gosto de correr alguns riscos, de vez em quando...

Ele me olhou, incrédulo.

– Você... Aceita? - O Bill perguntou.

Pus meus braços ao redor do pescoço dele e, ficando na ponta dos pés, (Por incrível que pareça, um salto de dez centímetros não ajuda nesse caso!) eu respondi:

– Aceito.

E, quase pulando, beijei a boca dele, que retribuiu e ainda colocou as mãos dele sobre a minha cintura.

Dois dias depois, quando eu estava no estúdio, com eles, conheci o Georg e o Gustav, que eram simpáticos, porém, eram tão... Pestes quanto o Tom. Enquanto eles estavam olhando algumas coisas para o CD novo, eu resolvi dar umas voltas. De repente, eu cheguei à entrada do estúdio e vi três garotas encostadas no balcão, tentando convencer a recepcionista a deixá-las conversar com um dos produtores. Uma das garotas estava a ponto de xingar a mulher e, vendo que não tinha jeito, virou-se para a amiga e disse, em inglês:

– Deixa para lá... Obrigada.

Eu fui até elas e perguntei:

– Desculpem... Mas... Vocês são uma banda?

– Somos. - Uma das garotas respondeu. Ela me lembrou uma versão roqueira da Lady Gaga; Seus cabelos eram loiros, quase platinados, lisos e ela tinha uma espessa franja, que estava bagunçada. Os seus olhos eram cinza-esverdeados e ela se parecia um pouco com a Debbie Harry no clipe de "Heart of glass". Era da minha altura e magra. Tinha um pouco de curvas, que eram acentuadas com a sua calça de couro preta, uma camiseta branca, enorme, com aquela estampa da foto da rainha Elizabeth com uns escritos nos olhos e na boca dela, feita pelos Sex Pistols. E nos pés, ela usava uma ankle boot preta, com um salto enorme. A maquiagem dela era tipo a do Bill e ela usava um gloss transparente. E percebi que ela usava uma munhequeira de couro, cheia de tachas. Era bem roqueira mesmo.
– Espera aí... Eu estou te reconhecendo... - Uma delas disse. Seus cabelos eram exatamente da cor de sangue. - Você é namorada de um dos caras do Tokio Hotel, não é?

– Sou... - Respondi. De repente, percebi a burrada que tinha feito. - Quer dizer...

– Não era para você ter falado isso... - A loira respondeu, sorrindo. - Tudo bem... Fica tranqüila que, apesar de gostar das músicas deles, não somos que nem aquelas fãs obcecadas com eles...

– Sou Maia. - Falei, de repente.

– Eu sou Charlie, estas são Roxy e Jade. - A loira respondeu, indicando a de cabelos vermelhos seguida de uma outra garota, que tinha os cabelos pretos. Era  a única das três que não tinha franja. A Roxy parecia uma modelo; Era a mais alta, era magra, mas, não tanto. Os cabelos e a franja eram desfiados e os seus olhos eram azuis. Ela tinha um pouco de sardas no nariz e me lembrou um pouco a Scarlett Johansson, com bocão e tudo mais. Ela tinha o mesmo estilo da Charlie, porém, era levemente mais... Discreto, se isso era possível. Usava uma calça jeans escura, regata branca com colete preto por cima e, um cinto preto, de franjas. E só então, fui reparar que ela usava uma bota, estilo folk, sem salto nenhum. E usava umas pulseiras pretas, grossas, só que de diferentes estilos. Tinha até uma de poá... A Jade era a mais quieta das três. Usava um top tomara-que-caia vermelho, de vinil e minissaia preta. E não demorei a perceber que ela estava usando um coturno. Os cabelos dela, assim como os da Roxy, batiam na cintura. As pontas eram retas. De repente, me senti tão comum...

– Você toca algum instrumento ou canta? - A Roxy quis saber.

– Eu sei tocar teclado, serve? - Perguntei, meio sem graça.

– Serve. - Ela respondeu, sorrindo e exibindo dentes perfeitamente brancos e alinhados. - Você tem vontade de entrar numa banda, por um acaso?

– Espera aí... Isso é um convite? - Arrisquei.

– É. - A Jade respondeu, me olhando, interessada. - Só que a gente vai precisar fazer alguns testes com você, antes...

– Vocês moram aonde? - Perguntei.

– No centro. - A Roxy respondeu. - E você?

– Oficialmente, é no centro também. Mas, por causa da imprensa e das fãs, estou hospedada na casa do Bill. - Falei.

– O que você vai fazer agora? - A Charlie quis saber.

– Eu estou de bobeira... Os meninos estão lá no estúdio, arrumando as últimas coisas do CD novo e eu estou aqui... Zanzando que nem cego em tiroteio... - Respondi. As meninas riram e a Charlie pediu:

– Tem como você sair daqui agora? Se o Bill quiser, ele manda um segurança tomar conta de você...

– Só um instante. - Respondi. Eu peguei o meu celular do bolso de trás da minha calça e liguei para ele. Acabou que ele mesmo veio e, quando as meninas o viram, as três ficaram de queixo caído. Provavelmente elas pensaram que eu estava inventando alguma coisa. Ele conversou com a Charlie e, por fim, o meu teste foi feito lá no estúdio mesmo. Quando as meninas foram falar comigo, as três estavam com um sorriso enorme. A Charlie disse:

– Bem vinda à banda, Maia...

– Vocês já tem um nome? - Eu perguntei.

– Estamos em um impasse, para falar a verdade. - A Jade falou.

– O que vocês acham de... "The Sour Ladies"? Quer dizer... Vocês são inglesas, não é mesmo? - Perguntei. As três se entreolharam e acabaram gostando e adotando o nome. Ainda mais que, segundo a Roxy, a Jade era a mais azeda delas.

Eu mal podia acreditar que estava numa banda. Ia tocar teclado e fazer os vocais de apoio. Era tão... Estranho pensar nisso... E, para completar, adivinha quem seria nosso padrinho? Bill, óbvio! Eu só esperava que o trabalho árduo fosse recompensado... 

Postado por: Jhenyfer

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