sexta-feira, 18 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 18 -... Mas eu me mordo de ciúmes...

 Narrado por Bill

Durante a filmagem do clipe, eu percebi que a Maia conversou com o filho do diretor, que estava ajudando o pai, o tempo inteiro. Eu fiquei quieto no meu canto, só observando. Assim que ela trocou de roupa, finalmente, fomos para a casa dela e, como ela não parou de comentar no quanto estava animada por causa do "clipe", eu não agüentei e perguntei, num tom azedo:

– Essa sua... Excitação é por causa do clipe mesmo ou por causa do filho do diretor?

– Ah, Bill, eu não acredito nisso! Você está com ciúmes do Henrich?

– Claro que eu estou! - Eu, ao contrário da maioria das pessoas que são ciumentas, admito quando eu tenho esse sentimento. - Eu vi você dando o maior mole para ele!

– Bill... Eu estava só conversando - Ela enfatizou o "conversando" - com ele. E outra: Que tipo de garota você acha que eu sou? É de você que eu gosto e não de outro garoto.

– Eu achei que você era de um jeito e, quando eu te vi com aquele cara lá, percebi que era como as garotas que se aproximam de mim...

Ela me olhou, boquiaberta. Não estava acreditando no que eu dizia.

– Então, você acha que eu me aproximei de você porque eu estava interessada na fama?

– Acho. Afinal de contas, olha só no tanto de coisa que aconteceu na sua vida, depois que eu te conheci...

– Eu não acredito no que eu estou ouvindo... - Ela disse, perplexa. - Se eu estou enfrentando o ódio das suas fãs, a invasão de privacidade da imprensa e ainda: Não poder nem andar na rua, porque todo mundo me reconhece, é porque eu te amo!

– Será? - Questionei. Ela esperou o carro parar em frente à casa dela, só que ela esperou um pouco para entrar. A Maia disse, me olhando:

– Eu sinto muito se você se enganou comigo... Já que você duvida tanto assim de mim... Acho melhor cada um seguir seu caminho.

E, terminando de dizer aquilo, saiu do carro e me deixou ali, sozinho.

Narrado por Maia

Quando a Marina descobriu sobre a crise de ciúmes do Bill e o término do nosso namoro, ela não conseguia acreditar. Tanto que ela me deu um bom conselho:

– Espera até a poeira baixar. E, quando ele te ligar... Dá um gelo nele. Deixa ele sofrer um pouco e perceber a besteira que ele fez, te ofendendo desse jeito.

Olhei para a Marina e ela me abraçou. No dia seguinte mesmo, ele me ligou. Só que eu não queria atender. Mas, a Marina me obrigou e disse:

– Trata ele com indiferença. Nada pior que o desprezo, vai por mim...

Atendi o telefone e, conforme a minha prima me disse, fui indiferente. Ele me pediu para encontrá-lo para podermos conversar e eu disse:

– Eu sinto muito, mas, hoje eu tenho uma sessão de fotos para uma revista, junto com as meninas e não vou poder.

Era verdade. Ele quis saber que revista era e eu disse que não me lembrava. Só que era um nome estranho. Porém, ele não insistiu. Melhor assim, pensei. Quando eu vi que horas eram, eu disse que tinha que ir, porque estava em cima da hora para a sessão de fotos. Antes de ir, falei com a Marina,que ia ficar em casa, para não deixar o Bill entrar, caso ele inventasse de vir. E, se ele insistisse até a Marina ceder, ela deveria me avisar. Estávamos terminando de tirar as fotos e, como iríamos dar uma entrevista também, a repórter, uma moça loira de olhos azuis, que, confesso, me lembrou a Miss Piggy dos Muppets, com cabelo ondulado e tudo mais. Até o nariz dela, que era arrebitado, me lembrou o focinho de porco. E, para piorar, a voz das duas era parecida. Ela perguntou:

– E o que o seu namorado, Bill Kaulitz, pensa a respeito de você ter uma banda?

Hesitei por um instante e, formulando uma resposta rapidamente, eu respondi:

– Ele me apóia, sempre. Tanto que ontem nós gravamos o nosso primeiro clipe e, não só ele, mas, os outros meninos também, participaram do clipe.

– Então foi uma parceria?

– Não. Eles só fizeram figuração. Mas, mesmo assim, a participação deles no clipe foi ótima. - Respondi, sorrindo. De repente, ela deu o golpe final:

– Agora, só uma última pergunta antes de falarmos mais sobre a banda... Você e o Bill têm planos de casamento?

– Nossa! - Respondi, pega de surpresa. - Bom, acho que ainda somos novos demais para pensar nesse tipo de coisa, por mais que um ame o outro.

– Mas, se ele te pedir em casamento...

– Se ele me pedir em casamento e eu sentir que é a hora... Por que não aceitar?

– Então o pedido já foi feito?

– Não. Ainda não. - Respondi. Na realidade, eu nem sei se ele ia querer casar depois da briga de ontem...

– Ah... - A repórter respondeu, claramente triste. Depois que a entrevista acabou, a nossa empresária, Eliza, veio falar com a gente a respeito de outra sessão de fotos, só que seria um editorial de moda. Porém... Seria em Berlim. Então, fomos para as nossas casas, arrumar as nossas coisas. Eu avisei a Marina sobre a viagem e ela disse que o Bill não tinha nem dado sinal de vida.

Nós tiramos as fotos por toda a cidade, assim, no meio da rua mesmo. Óbvio que uma sessão de fotos, no meio da rua, com uma banda que estava começando a ficar famosa por todo o país, despertou uma curiosidade. Ainda que discreta, mas, ainda sim, ela estava lá. Teve gente que virou a cabeça até quase quebrar o pescoço. De repente, eu me lembrei do Brasil, de quando as mulheres passam pelos homens, que olham para a bunda delas e, caso as duas partes estejam andando em direções opostas, ele quase quebra o pescoço, de tanto olhar. Depois que a sessão de fotos acabou, lá fomos nós para uma entrevista com uma rádio. Lógico que as fãs do Bill ligaram para lá e, a cada dez perguntas que me faziam, duas eram inconvenientes. Uma delas foi feita por uma garota que morava em Potsdam:

– Você acha que o seu namoro com o Bill vai dar certo, mesmo com a distância? Quer dizer, você mora no Brasil, não é?

Percebi a falta de graça do locutor e eu respondi, calmamente:

– Bom, na realidade, eu estou tentando conseguir o visto permanente para morar aqui na Alemanha, o que vai facilitar muito. E como você disse, a minha família está no Brasil, então, sempre que eu puder, vou para a casa, visitar meus pais e a minha irmã. Isso sem contar o restante da família.

Acho que até a garota se surpreendeu com a minha pergunta. De repente, meu celular começou a tremer dentro da minha bolsa e, quando eu peguei o aparelho, vi que tinha uma mensagem do Bill. Só dizia:

"Gostei da sua resposta..."

A Roxy percebeu que eu tinha ficado mexida, mas não me falou nada. Quando nossos olhares se encontraram, ela sorriu.

– Maia, ouvi dizer que você está dividindo um apartamento com a sua prima, em Hamburgo, é verdade? - O locutor perguntou.

– É. Eu sempre fui muito próxima dessa minha prima, e, como nós temos a mesma idade e eu me identifico mais com ela do que com a minha irmã, ela veio comigo quando chegamos do Brasil.

– E foi bom, porque você trouxe um pedacinho da sua família para Hamburgo, não é? - O locutor perguntou.

– É. Quer dizer, nós quatro viramos uma família, mas, ainda sim, eu precisava de alguém que pudesse me ajudar a matar um pouco da saudade que eu tenho de todo mundo lá do Brasil. - Respondi.

– E como vocês estão se virando sem as famílias por perto? - O locutor perguntou para todas nós, mas, quem respondeu foi a Charlie:

– Uma farra. Se deixassem, faríamos uma festa todo santo dia, fosse no ônibus da turnê ou até mesmo nos quartos de hotel.

– Bem rockstar mesmo... - O locutor disse.

– Exatamente. - A Roxy respondeu. - Só... Tira a parte de jogar a televisão pela janela, porque, senão, como vamos acabar com o ócio?

O locutor concordou e perguntou:

– Agora uma pergunta que não quer calar... Como todos nós sabemos, os rockstars sempre têm fãs. Mas, entre as fãs, temos as groupies. A minha pergunta para vocês é: Vocês já têm a versão masculina das groupies?

Nós quatro nos entreolhamos e começamos a rir. A Charlie quem teve coragem de responder:

– Não. Eles ainda não apareceram.

– Falando em fãs... Vocês já tiveram alguma surpresa envolvendo fãs, tipo... Vocês chegarem no hotel e darem de cara com um cara pelado na sua cama? - O locutor perguntou, num tom que era um misto de curiosidade e diversão.

– Ainda bem que não. - A Roxy respondeu, rindo.

– Mesmo porque, se um fã aparecesse pelado, na minha cama... Acho que eu ia rir e sair correndo... - A Jade respondeu. - Eu acho que ia ser... Estranho...

De repente, um dos técnicos fez uns sinais para o locutor, que disse:

– OK, nós temos uma pessoa na linha, que gostaria de falar com a Maia.

Minha intuição dizia que era o Bill. Dito e feito. Quando ele começou a me pedir desculpas por causa da briga, todo mundo ficou de queixo caído. A Roxy aproveitou que tinha um papel do lado dela e, quando o Bill me perguntou se eu o perdoava, me mostrou o papel, que dizia: "Perdoa ele". O locutor ficou em silêncio, bem como todo mundo que estava ali. Eu disse ao Bill:

– Você é doido, sabia?

Meu tom não era de irritação. Pelo contrário. Era de admiração, porque ele, além de tudo, disse que me amava, ao vivo, com a Alemanha inteira ouvindo tudo o que ele disse.

– Eu sei. Sou doido por você. - Ele respondeu, do outro lado da linha.

O locutor me perguntou, tomando coragem de quebrar aquele silêncio:

– E então, Maia?

– Eu não deveria, mas, perdôo. - Respondi. Eu tinha certeza que, por todo o país, várias fãs gritavam. 50% estavam gritando de felicidade, porque eu tinha perdoado o Bill e 50%, de raiva porque eu ia voltar com ele. Porém, a melhor parte de todas foi chegar em casa. Achei que eu estava num jardim, por causa da quantidade de flores que enfeitavam cada milímetro da sala. A Marina saiu do quarto dela e fez uma cara de "Desculpa, mas não teve jeito". Na realidade, o que não teve jeito mesmo era continuar brigada com o Bill.

Postado por: Jhenyfer

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