sexta-feira, 18 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 17 - Calor humano

Narrado por Bill
Tudo aquilo que eu sempre ouvi falar sobre o povo brasileiro era verdade. Logo que conheci o resto da família da Maia, pude perceber como todo mundo daqui era. As tias da Maia eram preocupadas, não só com os filhos, mas, com os sobrinhos também, os tios e o pai dela sempre faziam a maior bagunça, mesmo quase todos tendo cinqüenta anos... Os primos da Maia, assim que me viram, me olharam, um pouco desconfiados. Só o primo de quatro anos dela que teve coragem o bastante para perguntar:

– É um homem?

Pelo jeito, a mãe dele, que eu fiquei sabendo que era a Ana Maria, chamou a atenção. Mas, como a Maia tinha me ensinado um pouco de português, eu disse que não tinha problema. Porém, ninguém da família dela me surpreendeu tanto quanto a avó materna. Era uma senhorinha, pequena, curva, com os cabelos tão brancos que pareciam algodão doce, e aparentemente inofensiva. Assim que me viu, perguntou alguma coisa para a Maia, admirada. A Maia respondeu, sem graça. Logo que eu cheguei à casa da Maia, a mãe dela me tratou como se eu fosse um filho mesmo. Eu sabia que minha mãe teria ciúmes, caso soubesse do quanto eu estava sendo mimado. E ela, conforme a Maia me disse, logo tratou de me fazer ganhar alguns quilos. Então, ela sempre fazia o almoço e o jantar com a ajuda do pai da Maia. E eu, a Maia e a Dafne os ajudavam, de vez em quando. Eu sabia que, como a Maia ainda morava com os pais, tinham regras sobre namorados. Podíamos ficar sozinhos, porém, a porta tinha que ficar aberta. E, vendo que o pai da Maia, apesar de ser muito simpático e calmo, era ciumento das filhas, não ousei tentar qualquer coisa. Antes de viajar, eu perguntei para a Maia como era o clima na cidade dela. Ela me disse que era para eu trazer, no máximo, um casaco mais pesado, para quando chovesse. Eu achei que ela estivesse exagerando, mas, agora eu via que era verdade. Tinha dia que eu não conseguia agüentar, de tão quente que era. Mas, tirando isso... Passar aqueles dias com a Maia era uma das melhores coisas do mundo.
Narrado por Maia
Eu estava feliz de ter o Bill do meu lado, mesmo com toda a farra e abuso que a minha família fazia questão. Minha mãe estava um pouco menos surtada, mas, estava conseguindo se comportar do mesmo jeito. Meu pai era tranqüilo. E o melhor era que ele conseguia controlar os ciúmes. A Dafne ficava toda assanhada para cima do Bill, por causa do Tom. E, mesmo com esse assédio, eu via que ele estava feliz. Tanto que, quando ele teve de voltar para a Alemanha comigo e a Marina a tiracolo, eu percebi que ele ficou realmente triste de ter de abandonar aquela bagunça que era a minha família. Agora, nada se compara à situação que eu envolvi minha prima. A Jade estava começando a se entender com o Gustav. Porém, ele, vendo que a Jade só dava esculacho, mas, ao mesmo tempo, querendo ficar com ela, viu a Marina e ficou dividido entre as duas. Ele estava gostando daquela situação toda que eu vi. Ao contrário do Tom, que sempre foi o rei da cocada preta entre os meninos e agora estava com ciúmes porque tinham duas garotas brigando entre si por causa do Gustav. A Charlie, irritada com a falta de atenção do Tom, deu-lhe um pé na bunda e aí que ele começou a correr mesmo atrás dela. E eu e o Bill estávamos impressionados, porque o Tom estava sendo romântico, coisa que ele não era. Sempre dava um jeito de conquistar a Charlie de volta, mas, não tinha jeito. Ela era teimosa e não dava o braço a torcer. O Tom teve uma idéia de fazer uma serenata para ela. A Charlie ignorou. Faltou só jogar um balde de água fria nele, pra falar a verdade. Assim que nós voltamos para a Alemanha, descobrimos que havíamos feito tanto sucesso com a turnê com os meninos que agora, iríamos gravar um vídeoclipe. Nós estávamos pensando no melhor lugar para fazer quando percebi que a Marina estava assistindo àquele filme com a Lindsay Lohan, "Herbie - Meu fusca turbinado" e estava na parte que ele era quase destruído por aquelas caminhonetes enormes, todas tunadas. Eu tive um estalo e disse às meninas:

– Já sei...

Narrado por Bill
Eu estava do lado da Maia quando a gravadora ligou, falando do videoclipe. Durante um bom tempo, ela e as meninas ficaram pensando em como o clipe seria feito. Eu tinha acabado de cegar na casa dela, quando, a Maia, radiante, me disse:

– Eu quero te pedir um favor.

– Que favor?

– Aliás, não é só para você, mas, para o Tom, Georg e Gustav.

– Que favor, Maia?

– Quero... Bom, na realidade, queremos que vocês participem do clipe.

– Como assim?


Ela me explicou que seria uma figuração e não participando, tipo tocando com as meninas. Eu admito que tinha gostado da idéia do clipe. Ainda mais que eu ia ver a Maia usando roupas justas e, se eu bem conhecia minha namorada, ela ia usar minissaia também. Só de imaginar a Maia com uma roupa bem sexy, me senti "animado". Ainda mais que ela mordeu o lóbulo da minha orelha. Naquela noite, acabamos dormindo juntos e, isso só aumentou ainda mais a minha vontade de ver a Maia com a roupa que ela ia usar no clipe.
Narrado por Maia
Nós iríamos gravar o clipe em um ferro-velho e seria parecido com o "Shut up and drive" da Rihanna, com corrida de carro e tudo mais. A diferença, claro, é que o clipe não seria rodado durante o dia e nem teria nem a oficina e nem a Rihanna. Seria mais uma espécie de pega. Nós, as meninas, apostaríamos corrida com os meninos. Eu podia até ver a cara do Tom quando o Bill contou sobre o clipe. E nenhuma de nós contou muitos detalhes sobre a roupa que iríamos usar, justamente para evitar incitar a mente deles. Quando eles chegaram no ferro-velho, nós estávamos trocando de roupa e o diretor do clipe nos sugeriu que filmássemos as partes da nossa apresentação (Sim... Montaram um palco em pleno ferro velho) enquanto os meninos se aprontavam. Daí, quando os quatro estivessem devidamente arrumados, nós filmaríamos a parte da corrida, para que na cena que eles nos vissem, as expressões fossem autênticas. A assistente do diretor foi avisá-los e principalmente: Vigiar os quatro para que eles não tentassem espiar. Quando o diretor autorizou os quatro a virem, ele lhes explicou o que deveriam fazer. Ele gritou para que soltassem a música e, fez sinal para que fôssemos lá. Essa cena seria bem... Intensa, porque era o momento que deveríamos nos encarar e tentar intimidá-los, assim como eles fariam. Porém, não saiu nada conforme o planejado: Bill me olhava de queixo caído, Tom fez aquela cara de safado dele e brincou com o piercing dele, o Georg fez cara de safado e o Gustav ficou sério. Só nós conseguimos acertar. Faltou só o diretor bater nos quatro. Ele gritava:

– Quando elas vierem, vocês têm que olhar para ela como se elas fossem inimigas, que estão aqui para tirar o título de "fodões" de vocês. Portanto, tentem intimidá-las com o olhar. Entenderam?

O diretor voltou para o lugar dele e, depois de pedir a música, ele gritou o já famoso "Ação!". Nós passamos ao lado da câmera que estava próxima ao diretor e, finalmente os meninos acertaram no olhar. Eu sabia porque a olhada que eu ganhei do Bill realmente conseguiu o efeito desejado. Eu sabia o que a minha minissaia preta de couro estava fazendo com ele... Fiquei com medo de voltar para a casa com ele, depois disso... À exceção do Bill e do Georg e de seus respectivos alvos, ou seja, eu e a Roxy, os outros continuaram a corrida. O diretor, quando percebeu que quatro carros continuaram, ficou estressado com o Tom, a Charlie, o Gustav e a Jade. Mas, quando ele viu que aquilo ali estava dando certo, ele não gritou o corta. Só quando eles realmente pararam. A Charlie e o Tom quase bateram os carros e o Gustav e a Jade só pararam porque a gasolina acabou. A Charlie andava ainda mais embirrada com o Tom, porque ele, como sempre, andou ciscando em outros terreiros e, pior é que era óbvio que ele queria atrair a atenção dela. Só que a Charlie reclamava, brava:

– Tem outros meios de chamar minha atenção. E com certeza indo para a cama com outras garotas não é um deles...

Porém, o diretor os viu discutindo e decidiu filmar a discussão dos dois. Só que, o que ninguém esperava era que o Tom fosse agarrar a Charlie pela cintura e roubar aquele beijo dela. Eu tinha uma leve impressão que a Charlie seria odiada por onze em cada dez fãs dele... A Marina, que quis vir com a gente para a filmagem, ficou paparicando o Gustav o tempo inteiro. Tanto que, quando o primeiro dia de filmagem acabou, eles foram juntos para o hotel. O Gustav me deu uma olhada de "Desculpa", mas, eu confiava nele. O problema seria a reação da minha tia quando descobrisse que a filha dela estava enrolada com um roqueiro alemão...


Postado por: Jhenyfer

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