sexta-feira, 18 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo - Capítulo 11 - ...E tudo graças ao café...

Narrado por Bill

No dia que íamos voltar para a Alemanha, eu acordei e estava ouvindo uma música ritmada vindo do quarto da Maia. De repente, eu ouvi a voz dela cantando junto com uma voz grossa. Minha curiosidade foi tão forte que eu acabei levantando da cama e, tentando pisar o mais leve possível, fui até o quarto dela. A porta estava aberta e a Maia, usando só uma camiseta e uma calcinha, tipo cueca, branca. Ela arrumava a mala e cantava com a música, na maior alegria. Me encostei no batente da porta e, quando percebi que era "Rock & Roll all nite" do Kiss e estava chegando no refrão, a Maia começou a cantar, quase gritando:

I wanna rock & roll all night and party everyday...

Ela se virou na minha direção e, quando percebeu que eu estava observando-a, ficou em choque. De repente, percebi que, na frente da calcinha dela, tinha uma estampa com a palavra: "Men's entrance" e uma seta enorme, estampadas de vermelho e a ponta da seta apontava para um lugar bem... Sugestivo. Ela percebeu que eu estava olhando a estampa e, rapidamente, ela se sentou na cama. Perguntou:

– O... Que está fazendo aqui?

– Eu te ouvi cantando e não resisti... Tive que vir te olhar cantando Kiss...

– Desculpa... Eu te acordei, não é?

– É... Acordou. Mas... foi bom te ver animada desse jeito, logo de manhã.

– É... Nunca acordei de mau-humor na minha vida.

– Sério?

– É. As... Suas coisas já estão arrumadas?

– Já. Eu vou me arrumar para a gente poder tomar café, ok?

– Sim. - Ela respondeu. Eu saí do quarto dela e, antes de entrar no meu quarto, vi a Maia correndo até o banheiro, segurando alguma coisa. Eu virei para frente, baixei a cabeça e sorri, lembrando da estampa da calcinha dela.

Quinze minutos depois, a Maia saiu do quarto dela, já vestida, usando uma camiseta preta de malha, lisa, só que com uma renda costurada no lugar da manga, calça jeans escura e tênis all star preto, de cano curto. Os cabelos dela estavam presos em um rabo-de-cavalo e os brincos dela eram duas argolas prateadas e enormes. Depois do café, fomos para o aeroporto e, pouco tempo depois, embarcamos no avião.

Narrado por Maia

O Tom estava sentado na poltrona à nossa frente e eu estava sentada do lado do Bill. Quando nós dois menos esperamos, um homem muito gordo se sentou do lado do Bill, que estava na poltrona do meio. Nos cinco primeiros minutos de vôo, o homem caiu no sono, roncando e babando. O Bill se segurava para não rir. E eu, olhando para a cara dos dois do meu lado, estava conseguindo me controlar e não rir daquela situação toda. De repente, o homem se virou e colocou a cabeça no ombro do Bill e começou a babar. O Bill tentou fazer o homem se virar para o outro lado, mas não conseguiu. Para piorar a situação, o homem ainda pôs o braço ao redor da cintura do Bill e o abraçou, feito um ursinho de pelúcia. De repente, o homem disse:

– Ai, Nina... Que saudade que eu estava de você, minha gostosa...

Eu olhei para o Bill, que mexia a boca, me dizendo para não rir. Só que eu não agüentei e comecei a rir. Porém, o homem continuou a babar em cima do Bill o resto da viagem. Vira e mexe, ele abraçava o Bill, pensando ser a tal da Nina gostosa. Porém, quando o avião aterrissou no aeroporto de Hamburgo, a aeromoça veio acordar o homem, que finalmente tinha soltado o Bill e se virado para o lado. Quando desembarcamos do avião, o Bill estava chiando o tempo inteiro. O Tom provocava o irmão, dizendo:

– Como é que eu perco uma coisa dessas? Eu queria muito ter visto o Bill sendo abraçado e chamado de "Nina, minha gostosa...".

– Eu estou traumatizado com esse... Assédio quase sexual desse... Homem babão e nojento... - Bill continuou chiando. - E aquele... Safado ainda babou na minha camisa inteira...

– Ô lavadeira! - Eu disse. Tanto ele, quanto o Tom me olharam, curiosos. - Na realidade, eu não sei exatamente qual é a origem da expressão. Mas, fato é que as lavadeiras são mulheres que lavam roupa, na beirada do rio e, enquanto fazem isso, reclamam até não poder mais. Acho que começou na época da escravidão negra no Brasil...

– Taí... Um excelente apelido para o Bill, quando ele inventar de reclamar... - Tom respondeu, olhando para cima. - Como é mesmo?

– Lavadeira. - Respondi. O Bill me olhou feio, porém, não me intimidei. Quando saímos do aeroporto, já tinha um carro à nossa espera e, de repente, o Bill nos pediu para entrar, que ele já iria. O Tom me perguntou:

– Gostou de Milão?

– É... Bem diferente do que eu imaginava...

– É tão diferente assim do Brasil?

– Se for pensar assim... É. - Respondi. De repente, o Bill abriu a porta do carro, que era tipo uma mini-van e, como o Tom estava sentado do meu lado, o Bill mandou o irmão se sentar no banco de trás. Quando o Bill se sentou no lugar ao meu lado e o carro começou a andar, eu olhei para o colo dele e vi que ele tinha pegado uma camiseta na mala. O Tom estava ouvindo música e olhando alguma coisa pela janela e o Bill estava em silêncio, tentando tirar a corrente que ele estava usando ao redor do pescoço. Eu pedi:

– Me deixa te ajudar...

Ele se virou, meio de costas, para mim e eu tirei a corrente. Segurei por alguns instantes, já que ele não me pediu para entregá-la a ele, e, de repente, ele tirou a camiseta que estava usando e, de timidez, virei o rosto para a janela. Porém, pelo canto do olho, continuei observando-o vestir a camiseta que estava no seu colo. Quando ele embolou a camiseta que o homem tinha babado e colocou num canto, do outro lado, ele tocou o meu braço, de leve e pediu a corrente. Eu abri a mão e ele a pegou. Porém, eu não tive coragem de olhar para ele. De repente, eu percebi que não estávamos indo para a minha casa, mas, por um caminho diferente. Eu perguntei para o Bill:

– Para onde estamos indo?

– Para a minha casa. Você realmente achou que eu ia te deixar sozinha, lá no seu apartamento, depois da semana de moda?

– Mas... Vocês moram com a mãe e o padrasto de vocês ainda, não é?

– É.

– E ela está de acordo?

Ele hesitou. Já saí falando, que nem pobre na chuva:

– Ai, não acredito que você não falou com ela, Bill! Que falta de graça que eu vou ficar... Vou abusar da hospitalidade de vocês desse jeito! Faz o favor de me levar para a minha casa...

– Maia, me escuta. - Ele pediu. Eu percebi, pelo canto do olho, que o Tom estava nos observando. Eu devia estar gritando tanto que atraiu a atenção dele.

– Eu já falei com a minha mãe e ela concordou. Tanto que está curiosa para te conhecer. Ela viu as fotos e, logo quis saber quem você era. - Bill respondeu.
– E o que você falou?

De novo, ele hesitou. Eu repeti a pergunta e ele admitiu:

– A verdade. Falei que... A gente estava ficando e, que eu estava com medo da reação das fãs quando soubessem... Ela praticamente exigiu que eu te levasse lá para a minha casa.

Mesmo sabendo que ela quis que eu fosse para lá, não relaxei. E fiquei ainda mais nervosa quando ela saiu da casa, vindo ao nosso encontro.

Narrado por Bill

Assim que a Maia viu minha mãe, percebi que ela ficou ainda mais ansiosa. Tentando acalmá-la um pouco, segurei a mão dela e, de repente, minha mãe disse, dando um abraço na Maia:

– Até que enfim estou te conhecendo! De tanto que eu escuto esses dois falando em você, eu estava curiosa para te conhecer...

A Maia deu um sorriso nervoso e, depois de dar um beijo na minha bochecha e na bochecha do Tom e nos arrastar para dentro da casa, nos segurando pelas nossas cinturas, minha mãe foi logo dar um jeito da Maia se sentir à vontade.

Depois do jantar, o Tom foi ajudar a minha mãe a tirar a mesa e o Gordon foi atender o telefone. Então, eu fiquei sozinho com a Maia. Ela ficou o tempo inteiro calada. Eu estava sentado de frente para ela e, dando a volta na mesa e me agachando na sua frente, perguntei:

– O que foi?

– Nada. - Ela respondeu, dando um sorriso. Eu me levantei e puxando-a pelas mãos, disse:

– Vem cá.

Ela se levantou e eu a levei até o jardim. De repente, ela disse:

– Ai meu Deus! Uma estrela cadente!

Ergui a cabeça e, logo que vi a estrela, fechei os olhos e fiz um pedido. Eu achava que era besteira, mas, resolvi arriscar. Quando abri os olhos, vi que ela também estava de olhos fechados, porém, ela tinha colocado as mãos sobre o peito. De repente, ela abriu os olhos e, virando o rosto para mim, perguntou:

– Fez o pedido?

Eu, sorrindo, concordei com a cabeça. Perguntei, indo até ela, que estava um pouco afastada de mim, e a abraçando:

– O que você pediu?

– Se eu contar, não se realiza, não é?

– É... Mas se o seu pedido se realizar... Você me conta, combinado?

– Combinado. Agora... O que você queria me mostrar?

– Hã?

– Você não me trouxe aqui para me mostrar alguma coisa?

– Na realidade... Eu queria ficar sozinho com você... Pelo menos para conseguir falar o que eu quero.

– E... O que é que você tem para me dizer?

Por que esse tipo de coisa tinha que ser tão... Difícil de ser feita? Respirei fundo e, reunindo o máximo de coragem que eu consegui, eu disse:

– Eu... Não estou achando um jeito mais... Correto de te dizer isso, portanto vou direto ao ponto.

Ela me olhava.

– Eu... Estou apaixonado por você Maia. Desde aquele dia, que você derrubou café em mim...

Ela baixou a cabeça e deu um sorriso sem-graça.

– Não precisa ficar tímida por isso... Você não sabe o quanto eu sou feliz por você ter saído de lá naquela hora... E também, por eu ter me esquecido do açúcar.

Ela riu e eu resolvi me arriscar:

– Maia... Eu sei que vai ser difícil para você, não só por causa das fãs e da imprensa, mas... Por causa de turnê e da vida que eu tenho, mas... Eu não faria isso se não sentisse que... Não fosse valer a pena.

Ela me encarava e ser observado daquele jeito não me ajudava em nada.

– O que eu estou tentando te... Perguntar é... Se você aceita namorar comigo. - Eu disse, rápido. Fiquei em dúvida se ela tinha entendido. Ela ficou surpresa e eu pensei se aquilo era uma coisa boa...

Postado por: Jhenyfer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog