domingo, 4 de março de 2012

Ironias do Destino - Capítulo 32 - Felizes para sempre - Parte II

(Contado pelo Bill)
      Mesmo sabendo que estamos felizes por morar numa casa onde estão todos os nossos amigos, também sei que precisamos de um lugar só nosso. Não poderemos passar o resto da vida compartilhando uma casa. Além do mais, a Emilly iria crescer, e não teria um “espaço” só pra ela.

QUATRO MESES DEPOIS

      A noite estava um pouco quente. Cheguei em casa, e notei que estava um pouco quieto. Subi as escadas, fui até o quarto, e não havia ninguém. Desci novamente, e fui até o jardim. Fiquei parado na porta, observando as duas mulheres da minha vida. Holly brincava na grama com a Emilly. Pude sentir o quão sortudo sou.

           - Há quanto tempo está ai? – pergunta Holly.
           - Não muito. – respondi, e me juntei a elas. – É incrível vê-las juntas.
           - Eu te amo.
           - Também te amo. Muito. – nos beijamos, e Emilly interrompeu. – Ah, eu também amo você. – a coloquei sentada em meu colo. – Tenho uma surpresa.
           - Ah é? – lhe mostrei uma chave. – O que é isso?
           - A chave da nossa casa.
           - Tá falando sério?
           - Um-hum.
           - Oh, Meu Deus! Essa... essa é a melhor noticia! – ela me abraçou, e me deu um selinho um pouco demorado.
           - Podemos nos mudar assim que quiser.
           - Vamos esperar a Emilly crescer mais um pouco, e ai nos mudados.
           - Ok.
           - Mal dá pra acreditar que teremos uma casa só pra gente!

      Holly estava tão feliz, quanto ao dia em que a Emilly nasceu. E quando a mesma completou um ano e cinco meses, resolvemos nos mudar. Foi triste ter que “abandonar” nossos amigos, mas era necessário. Assim que chegamos à nova propriedade, ficamos parados em frente, admirando.

           - Gostou? – perguntei.
           - Claro. – responde ela.

      A casa era grande. Ela havia sido construída na década de cinqüenta e tinha um charme antigo e único – uma lareira, paredes rústicas, janelas grandes, e portas que nos levavam ao nosso canto preferido da casa: o jardim de inverno na parte de trás. O quintal era um abrigo tropical, cheio de palmeiras, bromélias, cerejeiras, abacateiros e plantas furta-cores. Acima, dominando a propriedade, havia uma mangueira altíssima; que sempre deixava cair as mangas pesadas com um barulho surdo que mais parecia, talvez estranhamente, corpos que caiam de cima do telhado.

      Antes da mudança, a casa precisou passar por uma pequena reforma. Os donos anteriores adoravam verde. O lado externo era verde. As paredes internas eram verdes. A porta da frente era verde. Mas não era um verde vivo e alegre, ou um verde esmeralda sofisticado, ou até mesmo um verde-limão ousado, mas um verde vômito de sopa de ervilha com um colorido cáqui. A casa tinha uma aparência de barraca de campo de exército. Mudamos tudo!

      Era o nosso primeiro dia ali, e como a casa estava pronta, não restava mais nada a se fazer. O Sol já estava se pondo, e fazia um pouco de frio. Acendi a lareira do quarto, ajeitei a cama, e chamei Holly. Deitamos-nos, e o clima começou a esquentar. Mas fomos interrompidos pelo choro da Emilly. Holly foi até seu quarto, em seguida retornou trazendo-a nos braços. Elas se deitaram.

           - É incrível como nossas vidas mudaram, não é? – disse.
           - É sim. Em pensar que... se eu não tivesse aceitado aquele emprego, poderíamos nem ter nos encontrado novamente.
           - Ainda bem que aceitou. – ela sorriu. – Quero ter mais filhos com você.
           - O quê?
           - Porque não? A Emilly foi nosso maior presente, e deveríamos dar um irmãozinho a ela.
           - Tá, eu concordo. Mas acho que é um pouco cedo para falarmos sobre isso, não acha? Ela ainda está tão nova.

      Nossa conversa foi interrompida, quando Emilly pronunciou alguma coisa.

           - “Olly”
           - Ela disse Holly? – pergunta Holly, incrédula.
           - Não. – respondi. – Ela disse “Olly”.
           - A Emilly disse meu nome!
           - Que injustiça. Deveria ter dito “Bill”.
           - Relaxa amor, daqui a pouco ela vai gritar o seu nome, assim como suas fãs.

–--

      Quando a Emilly completou três anos, Holly e eu nos casamos. Demoramos tanto tempo, pois queríamos que a pequena entrasse na igreja carregando as alianças. Ficamos naquela mesma casa por mais um ano, quando descobrimos que a Holly estava grávida novamente.

           - Desta vez querem saber o sexo do bebê? – perguntou a médica.
           - Sim. – respondemos em uníssono.
           - Ok. – disse ela, em seguida puxou a blusa da Holly, e começando a passar sobre a barriga dela um instrumento que tinha a mesma dimensão e formato que um taco de hóquei. Olhamos para o monitor...
           - E ai? Já dá pra saber? – pergunta Holly.
           - Só mais um minutinho. Já escolheram algum nome?
           - Se for menina, será Hillarie. – respondi. – E se for menino, será Brendan.
           - Não seria melhor escolherem dois nomes para meninos? – diz a médica.

      Esperai, deixe-me recapitular as mensagens. Dois nomes para meninos?

           - Parabéns. – disse ela. – São gêmeos.

      A nossa alegria poderia ficar maior? A Holly agora estava grávida de dois meninos! Nos mudamos para um lugar com mais espaço, e que fosse mais confortável para os futuros bebês, e para a Emilly, que crescia e a cada dia ficava ainda mais linda. Holly deixou seu emprego como estilista, e passou a dedicar-se apenas às crianças. Mais tarde se tornou empresária da banda. Tom e Maggie finalmente resolvem anunciar publicamente que estão juntos, após saberem que ela ficou grávida. Os dois viajaram para França, onde se casaram as escondidas, e passaram vários meses se divertindo. Georg encontrou uma namorada, e a pediu em casamento no dia do seu aniversário. Gustav ficou sozinho por algum tempo, por própria decisão, mas acabou tendo um caso com uma atriz pornô, por quem se apaixonou. A casa que antes era da Holly – dada por seu pai -, agora fora transformada numa instituição de adoção. David cumpriu sua pena na cadeia, mas não demorou muito para retornar. Acabou confundindo uma mulher com a Holly, e a matou.

      Agora sim posso dizer que sou o homem mais feliz da face da Terra. Tenho uma família enorme, e linda. A banda não poderia estar melhor. Fizemos shows por vários lugares, e agora estamos preparando o grande show de abertura da turnê “Welcome To The Humanoide City”. Que venham mais surpresas, e que a vida continue do jeito que está. Que as alegrias só aumentem, e que meu amor pela Holly, nunca acabe!

      Sei que posso agradecer as Ironias do Destino, pois foram graças a elas, que minha vida cruzou com a da Holly, e hoje, sou a pessoa mais “completa”.

FIM
 Postado por: Alessandra | Fonte: x

Ironias do Destino - Capítulo 31 - Felizes para sempre - Parte I

(Contado pelo Bill)
      Instantes depois, o Dr. Gabriel aparece. Ao vê-lo, minha primeira reação foi esperar para ouvir a noticia.

           - Parabéns. – disse ele. – É uma menina!

      Não sabia se chorava de alegria, se corria pelos corredores, se abraçava o pessoal que estava ali. O Dr. Gabriel disse que dali alguns minutinhos a Holly estaria no quarto, e todos nós poderíamos vê-las.

           - Agora podemos entrar para vê-las? – perguntei com um enorme sorriso.
           - Claro. – responde uma das enfermeiras.

      Entrei no quarto, e Holly estava amamentando. Me aproximei, e pude ver o rostinho delicado da pequena. Pele branquinha, cabelos negros, bochechas coradas, e seus olhos estavam abertos e alertas, tinham a mesma cor que os da Holly, azuis. Não pude resistir, e derramei algumas lágrimas.

           - Olá papai. – disse Holly, sorrindo. 
           - Ela é tão... tão linda. – disse.
           - Não quer segurá-la?
           - E se... se eu machucá-la?
           - Não faria isso nem que quisesse.

      Segundos depois, eu segurava nossa filha recém-nascida nos braços também. Era a criança mais linda do mundo, e me olhava atentamente, como que gravando meu rosto.

           - Bill, desculpa por ter gritado com você. – disse Holly.
           - Está tudo bem. – respondi.

      Em seguida, nossos amigos também entraram no quarto.

           - Ela é a coisa mais linda. – disse Maggie.
           - Nem parece ser de verdade. – disse Tom.
           - Olha só, a boca dela tem o mesmo formato que a do Bill. – disse Georg.
           - O nariz também. – completou Gustav.
           - Vocês conseguiram. – declarou Dr. Gabriel, entrando no quarto. – Ela é perfeita. Amanhã as duas já poderão ir pra casa. Vou deixar vocês paparicando o mais novo membro da família. – ele saiu.
           - Já decidiram um nome pra ela? – pergunta Maggie.
           - A Holly e eu havíamos combinado que se fosse menina, ela escolheria, então... já escolheu o nome dela?
           - Bem... fiquei em dúvida entre dois, mas finalmente escolhi. – disse ela.
           - E o que escolheu? – pergunta Gustav.
           - Emilly. – responde ela.
           - Então... Seja bem-vinda, Emilly Tyler Kaulitz. – disse.

      Emilly nasceu às 15h42, e pesava 3,17 kg. Eu estava tão eufórico, que nem ao menos liguei para a mídia. Debaixo da nossa janela, havia uma bateria de carros de televisão estacionados, com seus pratos de transmissão por satélite apontando para o céu. Eu podia ver os repórteres com seus microfones gravando em frente às câmeras.

      Na tarde seguinte, a mídia continuava do lado de fora só esperando o momento em que nós fôssemos sair do hospital. Policiais foram chamados, e fitas de isolamento foram colocadas do lado de fora para que pudéssemos passar tranquilamente. Uma senhora aposentada muito simpática, que prestava serviços voluntários ao hospital, conduziu Holly e o bebê pelo saguão, em uma cadeira de rodas, passando pelas portas automáticas, até chegar a céu aberto, onde o Sol lançava seus raios sobre nós. Logo as equipes de televisão se movimentaram para nos filmar. Holly sorria timidamente, enquanto cobria o rosto de Emilly com uma fralda. Acenei, todo orgulhoso, mas não dei muita conversa. Minhas únicas palavras foram:

           - Me sinto ótimo!

      Em seguida partimos num carro, levado pelo Carlão.

TRÊS MESES DEPOIS

      Estes deveriam ter sido os dias mais felizes de nossas vidas e, em muitos aspectos, eles foram. Tínhamos uma filha linda. E finalmente nossos familiares vieram nos visitar. A mãe da Holly babava pela Emilly, e às vezes até competia com minha mãe, pra ver quem a pegaria no colo primeiro. Me sentia tão orgulhoso. É completamente impossível descrever tudo que estava sentindo. A alegria que ela nos trouxe foi profunda.

      Emilly chorava uma ou duas vezes para ser amamentada, ou para suas fraldas serem trocada. Logo no inicio, acordávamos à meia noite, às três e meia e novamente às cinco. Então o Sol nascia e com ele vinha um novo dia, trazendo novas esperanças. Com tanta gente dentro da casa, não foi preciso contratar babás, pois a todo o momento um dos meninos aparecia e nos ajudava. Até mesmo no meio da noite.

      Enquanto assistíamos televisão, os meninos aproveitavam para brincar com a Emilly, lhe dar mamadeira. Só não trocavam as fraudas. Esse trabalho era exclusivo da Holly e da Maggie.

           - Eu tenho certeza que essa menina vai ser uma ótima baixista. – disse Georg.
           - Vai sonhando! – disse Gustav. – Já to até vendo ela tocando bateria.
           - Eu sou o verdadeiro tio, então ela será guitarrista! – disse Tom.
           - E eu sou o pai! A Emilly será cantora.

      Der repente um barulho suspeito, em seguida um mau cheiro. Foi a primeira vez que Emilly deu uma pequena gargalhada.

           - Ô Bill, eu acho que essa menina tem algum parentesco com o Georg. – disse Gustav, afastando Emilly do seu corpo.
           - Não vai me dizer que esse barulho foi ela quem fez?! – pergunta Tom, incrédulo. – Cara, eu podia jurar que foi o Georg. - começamos a rir.
           - Como vocês são maus. – disse Georg.
           - Toma Bill. – disse Gustav, me entregando-a. – É melhor levá-la para a Holly.

      A peguei nos braços, e levei até o quarto onde Holly conversava com Maggie, sentadas na cama. Entreguei a Emilly, e disse que precisara ser trocada.

           - Não acha que já está na hora de colocar a mão na massa? – pergunta Holly.
           - Está brincando, não é? Mal consigo segurá-la, acha que saberei trocar a frauda?
           - Pra tudo tem sua primeira vez. – disse ela, se levantando, e me entregando a Emilly de volta. – Dê seu jeito. – ela riu, e saiu do quarto, junto com a Maggie.
           - Holly! – gritei. – Não pode me deixar aqui sozinho com ela! – olhei para aquela carinha. Seus olhos azuis e atentos me olhavam. Ela estava com uma das mãos na boca, e deu um sorriso. – A sua mãe é muito má.

      Ajeitei as coisas em cima da cama, em seguida a coloquei sobre a mesma. Eu estava pronto – ou pelo menos achava que estava -, para trocá-la. Respirei fundo, e fui soltando os adesivos que prendiam a frauda. Até ai tudo bem. Quando a abri, quase desmaiei.

           - Holly! – gritei.
           - O que foi? – ela aparece rapidamente.
           - Não dá! – disse. – Parece que tem alguém morto e já se decompondo dentro da frauda dessa menina! – ela começou a rir. – Como alguém tão pequeno consegue fazer tudo isso?
           - Deixa de ser dramático.
           - Não vou trocá-la! Eu não vou conseguir fazer isso!
           - Vai sim.
           - Por favor, me ajude.
           - Ta legal. Mas só se você ficar aqui e acompanhar tudo. Precisa aprender a trocar uma frauda, caso um dia eu não esteja presente.
          - Ok.

      Fiquei até o fim, me controlando para não vomitar ou desmaiar. Para complicar um pouco mais as coisas, a Emilly começou a nos deixar preocupados. Ela não conseguia mais manter o leite, ou qualquer outro tipo de alimento em sua barriga. E Holly estava determinada em amamentá-la até que ficasse saudável e robusta, e a pequena começava a sugar, esfomeada. Então, em seguida, colocava tudo para fora. Holly a amamentava novamente; ela sugava nervosamente e, logo depois, vomitava tudo de novo. Vômitos tornaram-se uma recorrência diária em nossas vidas. A rotina se repetia, deixando Holly cada vez mais nervosa.

           - Calma Holly. Você não pode ficar tão nervosa. – dizia.
           - Ela não consegue manter o leite na barriga. – dizia ela, nervosa.
           - Mas continuar alimentando-a não resolverá nada.
           - Me sinto mal. Mães devem ser capazes de dar aos seus bebês tudo que eles precisam.
           - Isso não é culpa sua.

      Fomos a uma médica, que diagnosticou um caso de refluxo e encaminharam-nos a um especialista, que sedou o nosso bebezinho, e introduziu uma sonda em sua garganta para poder fazer endoscopia.

           - Não vou conseguir vê-la passando por isso. – disse Holly, saindo da sala, com os olhos marejados em lágrimas.

      A pequena acabou superando o mal, e passou a ganhar peso normalmente. 
 Postado por: Alessandra

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