sexta-feira, 8 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 10


                  Então o que você vê quando olha pra mim?

Ele olhou em volta depois olhou para minhas pernas a mostra pela saia. Eu o puxei pela mão para subirmos pro quarto, ele me puxou contra o peito me arrancando um beijo obsceno.
Nós subimos imediatamente depois disso. Fechei a porta, e enquanto eu acendia os abajours do quarto ele se sentou na cadeira da minha mesa de estudos virado para minha cama. Eu em sentei na cama e olhei pra ele. Que apoiava o braço na cadeira e com um dos dedos brincava com seu piercing.

Tom: Vem ca! - Ele falou sem tirar os olhos de mim.
Eu me levantei e fui até ele, que me virou de costas e me sentou em seu colo, encaixando bem sua cintura com o meu traseiro.
Suas mãos passaram da minha cintura para o meu pescoço segurando meu cabelo. Seus lábios brincavam com a minha nuca. Aquele suspiro quente parecia sempre arder mais e mais a cada dia.
Eu comecei a gemer com seu toque, um gemido que parecia sair de mim sem minha permissão. E ele gemia ao ver que eu sentia prazer com suas mãos, que passaram pro meio das minhas pernas. Ele esfregou a mão com vontade no meu clitóris me fazendo delirar, joguei minha cabeça para trás e deixei que ele continuasse com a caricia. Tentou me penetrar com um dos dedos, mas ainda doía qualquer coisa que me penetrasse com força. Eu gemi de dor.

Tom: Calma...calma. - Falou sussurrando no meu ouvido.
Ele me levantou de seu colo me lavando para minha cama de solteiro. Me deitei de frente pra ele que rapidamente tirou minha calcinha. Apertou minha coxa antes de continuar a me despir, parecia uma criança desembrulhando seu brinquedo novo.
Eu fui sultimente me arrastando para trás enquanto ele agora se despia, ele me olhou sorrindo como se me avisasse "você não vai fugir". Nem se eu quisesse.

Ele antes de jogar a calça para um lado retirou uma camisinha de seu bolso e se preparou para coloca la. Ele ainda de joelhos de frente para mim a colocou e veio devagar até mim. Ele curvou minhas pernas para que eu me posicionasse melhor. Eu me segurei na cabeceira da cama, com medo que doesse novamente. Tom me penetrou ao poucos, e continuava doendo. Ele olhava minha expressão de dor mas continuava indo mais fundo. Os movimentos de vai vêm ficavam mais intensos, e tudo que eu conseguia sentir era dor misturada com um enorme prazer.
Seu corpo caiu por cima do meu, e sua boca beijava com fervor meu pescoço e meus seios. Tom segurou minhas mãos na cabeceira e começou a meter com ainda mais força. Nossos gemidos ecoavam pelo quarto, eu quase gritava na verdade. Toda minha virilha já estava dormente, eu sabia pouco de orgasmos e coisas do tipo, mas concerteza já havia tido dezenas deles em 10 minutos.
Eu continuava segurando firme a cabeceira da minha cama, Tom começou a diminuir o ritmo.

Tom: Para de se mexer um pouco, para, para.
Eu relaxei o corpo enquanto ele mexendo o piercing com a língua me olhava de cima, completamente suado e ofegante. Continuando ele me segurou pela cintura me levantando da cama.

Tom: Vira, quero fuder você assim.
Eu me posicionei de quatro na cama, e ele continuou, me penetrando com novamente, suas mãos roçavam meu clitores enquanto eu delirava, quase desmaiava de prazer.
Com suas mãos ele quase me suspendia da cama ao me puxar contra seu membro que me penetrava com vontade.
Já no nosso limite, Tom me puxou de costas contra seu peito, me apertando forte contra seu corpo quente. Abaixou meu corpo novamente e gozou me apertando mais uma vez pela cintura já marcada por suas mãos fortes. Eu deitei de bruços na cama acompanhada por ele que se deitou em cima de mim me beijando o pescoço. Eu fechei os olhos exausta e deixei que ele me beijasse fazendo cocegas na minha nuca, ele sorriu ao me arrepiar.

Tom: Hoje eu machuquei você?
Mila: Muito. - Eu ri.
Tom: Desculpa, mas eu não me arrependo.
Mila: Você gosta de me machucar não é?
Tom: Admito que é gostoso.
Estávamos deitados olhando um para o outro, perto demais do olhar um do outro, mas isso logo o incomodou, foi o que eu percebi. Ele se levantou e pegou seu maço de cigarros.

Tom: Se importa? - Falou levantando o cigarro.
Mila: Não!
Ele acendeu o cigarro e tragou com prazer olhando pela brecha da janela a rua. Eu continuei deitada na cama olhando o se movimentar nu pelo meu quarto. Reparava em cada detalhe do seu corpo perfeito. Nos braços firmes, nas mãos sujas de me tocar, no peito lisinho, a barriga de contornos perfeitos.

Ele voltou a se sentar na minha cadeira e olhou pra mim.
Tom: Você vai ficar aqui, na Alemanha por muito tempo?
Mila: Eu não vou voltar pra casa, não é o que eu quero, se não ficar aqui vou para outro lugar depois de me formar.
Tom: Huum.
Mila: Porque? Vai sentir a minha falta? Achei que só sexo bastasse pra você.
Tom: Não é isso que eu vejo quando olho pra você.
Mila: Então o que você ver quando olha pra mim?
Tom: Nos seus olhos eu vejo má intenções, e no seu corpo, armadilhas.

Sua feição ao dizer essas palavras mudou completamente, passou de determinada a perdida. Eu o fitei intrigada com o que ele queria dizer. Não me disse que sentiria minha falta, tambem não disse que era somente meu corpo que o interessava. Mas algo, ou isso que despertava nosso desejo era perigoso, e ele havia visto desde o inicio.

Tom: Se toca pra mim.

Eu atendi seu pedido, e ainda deitada em minha cama me virei de frente para ele, que continuava sentado na cadeira observando todos os meus movimentos. Em deitei abrindo as pernas na sua direção e deslizando as mãos por todo o meu corpo até meu clitores e logo depois me penetrando com o dedo.
Ele assistia se tocando tambem, se masturbando ao me ver gemer para ele.

Tom: Vem aqui, vem.
Me levantei e fui andando calmamente em sua direção, ele me segurou pela mão e me puxou para sentar em seu colo. Abri minhas pernas e me sentei, engolindo todo seu membro ereto, ele deu um gemido alto e me agarrou pela cintura me prendendo ao seu corpo. Eu comecei a me mexer lentamente mas ele me segurou me impedindo de continuar.

Tom: Eu não vou aguentar isso por muito tempo. - Eu ri.
Mila: Você queria que eu desce um jeito em você não foi?

Ele somente me olhou com desejo e continuou a me movimentar com suas mãos, pra cima e para baixo. Em segundos eu já estava pulando em seu colo ardendo com ele dentro de mim. Essa estava sendo a melhor noite da minha vida, eu me entregava sem medo.
Encostamos nossas cabeças e ficamos assistindo nossas cinturas se chocarem logo abaixo, ele gemia tão intensamente, me tocando com tanta paixão que parecia ser nossa ultima noite juntos.
Nós estávamos concentrados um no outro quando ouvimos a companhia da porta tocar. Paramos imediatamente levando um susto. Me segurei em seu pescoço sem saber o que fazer.
Mila: Não, não é possível. Não é possível, minha tia não voltaria agora.
Tom: Quem pode ser alem dela?
Mila: Não sei, eu tenho que atender. Falei me levantando.
Tom: Não..nããão. - Tom tentou me segurar.
Mila: Coloca a roupa Tom.

Eu coloquei qualquer coisa que achei jogada no meu quarto e desci para abrir. Olhei para trás e Tom descia atrás de mim. Ai caramba.
Ele ficou atrás da porta do armário de casacos enquanto eu fui abrir a porta. Quase surtei quando vi quem era.
Mila: Peter? Peter? O que você quer?
Peter: Desculpa, eu te acordei? Você já tinha ido dormir?
Mila: Sim, quer dizer não, quer dizer, eu estava indo.
Peter: Ha me desculpa, é que..ééé. Eu fiquei sabendo que você iria ficar sozinha hoje eee..achei que você poderia querer companhia....

Merda. Tom escutava tudo de trás da porta, eu estava nervosa de morte.

Mila: É eu to sozinha sim mas, eu acho que minha tia poderia não gostar que você viesse aqui comigo sozinha em casa, Peter.
Peter: Ha não, ela quem me disse que eu poderia passar aqui.
Mila: Ha foi? - Falei sem graça. - Ha mas eu já estava deitada de qualquer forma.
Peter: O que é isso? Ele apontou para o meu pescoço.
Mila: O que?
Peter: Tem uma marca enorme no seu pescoço.
Mila: Haam, eu..eu..me machuquei. Ééé Peter, acho melhor você ir.
Peter: Haam, ok, eu não queria incomodar, amanha a gente se fala. tchau.
Mila: Ta, tchau!

Assim que me virei fechando a porta Tom saiu de onde estava.
Tom: Quem é ele?
Mila: Ninguem, só meu vizinho.
Tom: Vizinho que tem permissão para vir na sua casa quando você estiver sozinha?
Eu me virei para ele antes de subir novamente a escada estranhado essa reação.
Mila: Ham? Ta loco?
Eu não estava acreditando que essa reação tinha alguma coisa haver com ciumes.
Tom: Loco porque? É seu namoradinho?
Mila: Não, ele não é.
Ele aumentou o tom da voz dessa ultima vez, eu então preferi ignorar. Não respondi e virei as costas subindo para o quarto.
Ele havia ficado com raiva, e apesar de ter ignorado para ele,eu tinha amado a reação que ele teve.
Entrei no quarto, ele veio logo atrás. Eu fui para frente do espelho que mostrava todo meu corpo e comecei a me despir novamente. Ele se sentou na cama encostando na cabeceira e ficou me olhando.
Quando eu já estava nua, o encarei através do espelho, eu sorri. Mas ele continuou com a mesma feição irritada.
Voltei para cama e subi lentamente em seu colo, abrindo as pernas e esfregando meus seios em seu peito nu. Ele olhou para o lado fingindo indiferença. Se algo o havia machucado, iria continuar, eu faria questão. Porque isso poderia incomoda lo? Se ele possivelmente fazia pior? Eu não havia feito nada. Injusto.
Mila: Vamos continuar?
Eu o beijei o pescoço, consegui escutar um suspiro. Continuei com beijos mais intensos, ele agora gemeu.
Voltei minha atenção para sua calça aberta e comecei a tira la. Ele me suspendeu e a tirou de vez. Quando eu pensava continuar em seu colo ele me jogou com força contra o colchão e entrou entre minhas pernas. Eu fiquei assustada, mas ver ódio no seus olhos me fazia sentir muito mais prazer do que antes. Ele iria me machucar com prazer agora.
Se segurando na cabeceira ele começou a me penetrar com toda a vontade e força que tinha. Pensei que a cama quebraria a qualquer momento. Ele apertava os lábios para não deixar escapar nenhum gemido, enquanto eu quase gritava em baixo dele.

Mila: Sem camisinha? - Falei o encarando enquanto ele metia.
Ele fechou os olhos parecendo ter ficado com ódio por ter esquecido, mas depois me olhou como se não se importasse. Antes, na cadeira, nós já tínhamos esquecido tambem. Eu sorri e isso o irritou ainda mais. Rapidamente ele me puxou do colchão e me encostou de joelhos e de costas pra ele, apoiando minhas mãos na cabeceira eu empinei me traseiro e o deixei continuar.
Ele demorou mais dessa vez, 20 minutos depois ele gozou. Me deu um chupão no pescoço e se levantou da cama pegando outro cigarro e acendendo. Depois foi pegando peça por peça de suas roupas jogadas pelo chão.

Mila: Você já vai?
Tom: Já passa da meia noite.
Mila: Meu Deus, ja?
Eu tambem peguei minhas roupas do chão, vesti somente minha calcinha e meu sutian e desci com ele até a porta.
Antes de sair ele me encostou na parede e beijou devagar, delicadamente. Suas mãos apertavam minha bunda, eu segurei a dele tambem por cima do jeans largo. Ele sorria ao me beijar.
Tom: Tchau! - Falou se despedindo.
Mila: Gostou da minha casa?
Tom: Gostei do seu quarto. - Abaixei a cabeça rindo e ele sorriu de volta. Depois acenou com a cabeça e saiu pela porta.

Nós Dois - Capítulo 9

                               Mila sua doida, o que você esta fazendo?

Nessa Sexta, na aula, tive de contar tudo que Tom queria comigo ontem pra Monica. O professor já estava ficando de saco cheio de nós duas, pois toda vez Monica me cutucava o braço perguntando algo.
Monica: Haha. O que? Ele disse isso? Veneno nos seus lábios? Affe ele já te comeu, o que mais ele quer?
Mila: Hahaha, ai Monica, sei la.
Monica: E hoje vocês não vão se encontrar?
Mila: Não. Só amanha.
Monica: U la la. - Eu revirei os olhos.

Quando cheguei em casa com minha tia. Deixei meus deveres pra mais tarde e fui para o quintal molhar o jardim e as flores. O tempo estava começando a ficar ainda mais frio, então sai de casaco.
Escutei alguem me chamando do outro lado, o mesmo assobio do outro dia. Me virei, e Peter me chamava do muro da segunda casa depois da minha.
Peter: Oi. Tudo bem?
Mila: Tudo bem Peter. - Falei me virando novamente.

Eu não o estava ignorando por ele não ser atraente, não era isso, nem lhe dava muita conversa pelo mesmo motivo. Mas é que eu não gostava desses meninos abusados e chatos, daqueles que puxavam o cabelo das meninas no colégio. Ele parecia ser um típico.
Mas não era feio. Tinha um porte físico até interessante, os cabelos loiros dourados, caindo sobre os olhos azuis.

Peter: Posso ir até ai? - Eu me virei levantando a sobrancelha.
Mila: É, pode né.
Ele desceu de alguma coisa la trás que o deixava mais alto, e correu pela rua até o quintal de minha tia entrando pelo pequeno portão de madeira.
Peter: Oi! - Falou sem graça.
Mila: Oi!
Peter: Sua tia ta ai?
Mila: Ta sim, ta la dentro. Quer falar com ela?
Peter: Ha, não não.
Eu continuava molhando as plantas enquanto ele observava.
Peter: Você disse que veio do Brasil né? - Eu concordei balançando a cabeça. - É eu..eu achei você diferente, tipo...bonita..ééé, tem uma beleza diferente das meninas daqui.
Mila: Huum, isso foi um elogio.
Peter: Claro, você é mesmo bonita.
Mila: Ham, obrigada. - Falei se jeito.

Conversamos um pouco depois disso. Resolvi dar uma chance a ele, tadinho. Ele estava sendo educado e delicado, diferente de algumas pessoas. Não que eu não gostasse dessa tal "indelicadeza", mas.
Peter: Você pode ir la em casa quando estiver sozinha. - Ele engasgou. - Digo, eu sempre vejo você andando por ai sozinha, achei que quisesse um amigo.

Sozinha? Ele me via andando sozinha por ai? O que mais que ele me via fazendo?
Enquanto ele falava, eu vi no final da rua o carro de Tom se aproximando da rua que dava para o estúdio. Eu olhei pra Peter assustada e o puxei para perto da porta da casa onde plantas encobriam a entrada.
Peter: O que foi?
Mila: Nada. É que eu pensei que estava chuviscando.
Peter: Ha não, com esse frio, não vai chover tão cedo, pode começar a nevar mas a chover não.
Mila: Haam, legal.

Quando olhei novamente pra rua o carro dele havia sumido. Devia ter entrado na rua de sempre. Como ele ainda não sabia qual das casas da rua era a minha, eu tinha me safado bem agora.
Depois de me despedir de Peter, parei pra pensar o porque de ter me escondido ou esconder Peter. Não tinha motivo pra isso. Peter era uma amigo, e Tom não era meu namorado. Talvez eu preferiria que ele tivesse feito o mesmo com aquela garota no posto outro dia.
Mas eu pensava agora que havia sido ma ideia ter me aproximado de Peter, ele era meu vizinho, e parecia saber sempre quando eu saia. Ele iria querer me acompanhar quando eu fosse dar as minhas voltas pelo bairro. Tenho certeza disso. Droga.

Como amanha era Sábado, deixei meus deveres para fazer bem mais tarde. E como eu não conseguiria dormir mesmo por causa de amanha. Eu pelo menos distrairia minha cabeça com a matéria.
Já era quase meia noite quando ele me ligou. Eu olhei no visor, depois suspirei fundo e atendi.

- Ta acordada ainda?

Mila: Haha, pra quem acorda as 5 é difícil ficar em pé né? Mas to sim, não to conseguindo dormir.

- Eu to no studio. Ta cheio de gente aqui. Eu até tentei dar uma saída, mas Bill não deixou.

Mila: Não, não faça isso, não quero que prejudique o trabalho de vocês.

- Não, mas eu estou sendo prejudicado. - O som do riso dele no telefone me fez entender logo o que era.

Mila: Ha, entendi.

- Entendeu, né?

Mila: Aham!

- Amanha você da um jeito em mim?

Eu comecei a ficar intensamente excitada com a conversa. E suspirei no telefone.

- O que foi?

Mila: Você ta me deixando excitada. - Ele riu.

- E eu acabei de ficar, pensando em você molhadinha.

Pronto, era o que eu precisava para não conseguir dormir mais mesmo, a noite inteira. Eu já apertava minha mão entre as pernas delirando, quando minha tia bateu na porta.

Mila: Eu tenho que desligar, minha tia ta batendo aqui.

- Ok, amanha eu te ligo.

Mila: Ta!

Desliguei correndo e fui abrir a porta. Minha tia me chamou para comer pipoca com ela e assistir teve la em baixo.
Mila: Pipoca? Sério? Com manteiga?
Angela: Éééé Mila. No Brasil não tem pipoca com manteiga não?

Haha, espertinha. Eu larguei um pouco meus deveres e desci para comer.

No dia seguinte acordei ajudando minha tia arrumar a casa, a lavar roupas e passar. Minha mãe ligou pela segunda vez depois de duas semanas que eu já estava aqui. Ela insistia com minha tia que queria mandar dinheiro para mim. Mas minha tia dizia que não era preciso, que me daria tudo que eu precisava, e que eu ganhava uma mesada semanal tambem.
Depois que meu pai morreu, tudo que minha tia mais queria era que eu viesse morar com ela. Ela e meu meu pai eram muito unidos. E minha mãe e ela nunca se deram muito bem. Ela me ter aqui, morando com ela, era um prazer, ela repetia sempre.
Falei o básico com minha mãe, da escola, de como estavam as coisas aqui na casa. Ela disse estar com saudade, eu não falei nada. Eu ainda tinha ódio.

A noite vendo minha tia se arrumar conversamos um pouco sobre onde ela iria esta noite. Ela sairia para jantar com o namorado de 2 anos já. Ele era professor de outra escola onde ela já havia dado aulas. Ela ainda era jovem, tinha apenas 35 anos, e era bonita. Tinha cabelos castanhos claros na altura do ombro e olhos azuis acinzentados. Nunca havia se casado ou tido filhos porque preferiu se dedicar a profissão, professora de línguas, Francês, Alemão e Português.

Angela: Mila, eu não sei, mas provavelmente eu não vou dormir em casa. Você tranca as portas depois que eu sair ok. Não vai ter problema mesmo né?

Eu só consegui escutar a parte em que ela dizia "Mila eu provavelmente não vou dormir em casa". WTF? Não podia ser, não podia ser melhor do que ficar a noite sozinha, mas que ficar a madrugada inteira "sozinha".
Mila: Ham? Ha tia, não vai ter problema, não mesmo. Não se preocupa comigo, eu sei me cuidar. Vai se divertir e não se importa com a hora, não precisa acordar cedo no Domingo para voltar pra casa correndo.

Fui convincente? Eu estava quase pulando de felicidade.
As 8 horas ela saiu com o carro. Eu entrei correndo para ligar para Tom, no celular já tinha 3 chamadas perdidas dele. Eu então liguei de volta.

Mila: Minha tia já saiu.

- Eu queria levar você pra casa, mas você disse que não pode ir muito longe, não é?

Mila: Não, nem pensar, ela pode ligar aqui pra casa.

- O problema é que aqui no studio...

Mila: Você já esta no studio?

- Sim estou...huum. O problema é que aqui eu só tenho um sofá, não é muito confortável. Ela volta que horas?

Mila: Huum, então, eu pensei em uma coisa. Ela não vai dormir em casa. Você pode vir pra ca.

Mila sua doida, o que você esta fazendo? Mas ele gostou da ideia. Eu então passei o numero da casa, e ele disse que em 5 minutos estaria aqui.

Mila: Escuta, não vem com o carro, ou então estaciona um pouco longe, você não pode para aqui na frente.

- Ok!

Eu fui pra porta ficar olhando da janela. Deixei a casa toda a meia luz, só com abajours. Menos de 5 minutos depois, como ele havia dito, ele entrou rapidamente pelo portão de madeira, todo de preto, com capuz e um lenço no pescoço. Ele veio andando rápido com as mãos no bolso até a porta, eu sorri e abri. Ele me olhou de cima abaixo enquanto entrava e sorriu. Eu fechei logo e aporta e tranquei.

Nós Dois - Capítulo 8

                                    Você carrega veneno nos lábios.

Mila: Meus Deus, eu preciso ir pra casa.
Falei me levantando e olhado em volta para ver onde todas as minhas roupas haviam ido parar.
Tom: Ham? Não..porque? Você não pode ir agora.
Mila: Eu tenho que voltar pra casa, minha tia já deve estar preocupada. Meus Deus já são nove horas. Eu tenho que voltar agora.
Ele me puxou pelo braço tirando minha atenção das roupas que eu tentava achar.
Tom: Eu não quero ter de rodar o bairro inteiro pra te achar. Me deixa o seu telefone.
Ham? Como assim? Ele iria rodar o bairro inteiro pra me procurar depois disso?
Mila: Você tem certeza disso?
Tom: Qual é o seu telefone? Ou onde você mora?
Mila: Eu não sei se...
Tom: Mila!
Ele pegou o celular dele e anotou o numero que eu passei. Depois de colocar pelo menos a calça, ele me levou até a porta.
Tom: Eu posso te levar até a sua porta, não tem problema.
Mila: Tem sim, alguém pode me ver, é melhor não.
Eu fiquei em silêncio sem saber se deveria lhe dar um beijo de despedida ou simplismente um tchau. Foi ele que me empurrou contra o vidro da porta me roubando um chupão que me faria perder metade do fôlego que eu precisa pra chegar em casa correndo.
Tom: Vai.
Eu sai correndo pelo quintal meio que com a cabeça abaixada. Quando comecei a correr mesmo, foi que percebi o quanto me ardia tudo por dentro.
Mila: Merda, que dor.
Aproveitei que não tinha ninguem na rua e fui com uma mão apertando minha vagina até em casa. Eu parecia uma loca mancando e com o braço preso entre as pernas. Fui gargalhando sem controle pela rua até chegar em casa.
Eu dei um tempo na porta até conseguir entrar sem parecer eufórica.
Mila: Tia?
Angela: Ei, se perdeu por ai foi.
Eu segurei o riso. Sim claro me perdi nos braços de uma alemão. Ai meu Deus, podre.
Mila: Eu fiquei escutando musica e esqueci da hora tia, me desculpe.
Merda eu estava sem o meu mp3 na mão, mas ela nem percebeu.
Angela: Ok, só não perca muito hora. Amanha você acorda cedo.

Subi para tomar meu banho correndo. Quando cheguei no banheiro, tirei a roupa e não resisti em olhar para o espelho. Levei um susto com o que vi.
Mila: Meu Deus!
Eu estava cheia de marcas vermelhas, no peito, na barriga, pescoço, nas pernas. Minha virilha estava vermelha e inchada.
Mila: Minha tia não pode ver isso. Ainda bem que estamos no inverno, eu vou me cobrir inteira.
O cheiro dele estava impregnado na minha pele. Fechei os olhos e com o perfume quase pude sentir o toque dele novamente.

Na manha seguinte no carro minha tia me comunicou que estava preocupada em me deixar sozinha no final de semana. Ela iria sair, mas não quis me dizer o que era, estava envergonhada.
Mila: Qual é tia. Pode me falar. Você vai sair com um namorado.
Angela: Ai Mila. Sim é isso. Mas vai ser somente uma noite. Sábado a noite. Eu não queria te deixar mesmo sozinha.
Mila: Tia, pelo amor de Deus né, eu sei me cuidar muito bem. Sei cozinhar, e pelo o que a senhora disse, o bairro é tranquilo, não vai ter nenhum problema.
Mila: Huum, não sei, vou ver o que decido.
Eu não tinha planos para o Sábado, não mesmo, porque eu não sei o que ele faria daqui pra frente, hoje era Quinta - Feira ainda. Não sei como as coisas ficariam depois de ontem.

Na escola fiquei tentada a contar a Monica o que havia acontecido ontem. Ela chegou empolgada querendo me contar que iria sair nesse Sábado com um garoto que ela gostava.
Monica: E você? Vai fazer o que?
Mila: Eu vou ficar em casa, minha tia vai sair, por isso...
Monica: Vai ficar em casa? - Ela olhou pra mim levantando a sobrancelha duvidando da minha "honestidade".
Mila: Eu não sei o que vou fazer Monica.
Monica: Mas o Tom Kaulitz pode aparecer e te atacar.
Mila: Fala baixo Monica, caramba. E...ja aconteceu.
Monica: Haha o que aconteceu? - Ela falou distraída.
Mila: Ontem, a gente transou.
Monica: O..o..O QUE?
O professor olhou feio pra gente, nós viramos pra frente.
Monica: Eu não acredito Mila. Ele..ele, tirou sua virgindade?
Mila: Caramba vamos parar de falar isso aqui porque você esta descontrolada.
Monica: OK, eu falo baixo. Vocês transaram aonde?
Mila: Ele me levou pro studio da banda. O Bill tava la com mais dois produtores. Ele ligou para eles irem embora e depois me levou pra la.
Monica: Você vai me contar TODOS os detalhes, não me esconda nada.
Mila: No intervalo eu conto.

Enquanto eu esperava Monica, que estava no banheiro, recebi uma mensagem no celular. Olhei o visor e era ele. Eu quase cai pra tras, por essa eu não esperava, mesmo.
Me sentei na mesa do refeitorio para ver. Ele escreveu.

- Não cheguei a te machucar? Machuquei?

Eu respondi.

"Eu estou cheia de marcas vermelhas pelo corpo, e la em baixo arde muito."

- Haha, me encontra mais tarde que eu assopro até passar.

"Sério? Mais tarde? Tem certeza?"

"Absoluta, queria você aqui no meu colo agora. Ontem não foi o suficiente pra mim."

Eu comecei a rir sozinha na mesa. Monica apareceu e me perguntou o que acontecia.
Mila: Não foi nada.
Guardei o telefone e fui pegar meu almoço. Quando voltei, Monica me pentelhou até eu contar o que havia acontecido ontem. Contei o que eu pude, não todos os detalhes. Falei como ele era nu. Se ele foi carinhoso ou não, no caso não. E se doeu. O que eu disse com todas as letras que doeu, e muito.
Monica: Mas assim. Você gosta dele? Tipo, namoraria com ele?
Mila: Ele não vai querer namorar comigo Monica, eu nem tinha pensado nisso. E eu gosto dele, sei la, eu não penso nele, digo, não sonho com ele. Eu só to vivendo isso, sei la eu não tenho pensado nisso.
Monica: Porque todo mundo sabe que ele sempre ta com uma garota diferente.
Mila: Porque comigo seria diferente né? Eu to ligada nisso.

Na volta Monica veio comigo e minha tia de carona. Minha tia nos deixou na casa dela para conversarmos mais.
Angela: Não demora, ta.
Não consegui conversar muito com Monica. Alguns minutos depois, ele me ligou no celular, fui obrigada a atender na frente de Monica.
Mila: Haam, oi. Sim, tudo bem...éée. Não vai dar eu tenho que ir pra casa. Eu estou na rua sim mas tenho que voltar. To na casa de uma amiga.

Ele queria me encontrar de qualquer forma. Eu olhava pra Monica que me olhava prestando atenção, e preocupada. Eu desliguei.
Monica: O que foi? Fala fala!
Mila: Ele quer me encontrar agora. Disse que mais tarde vai estar no studio mas vai estar ocupado. Droga, eu tenho que ir pra casa, minha tia pediu minha ajuda em uns trabalhos la.
Monica: Cara, sério. Porque ele vive atrás de você? Assim, eu não conheço o Tom Kaulitz profundamente, conhecia até agora como o guitarrista do Tokio Hotel. Mas eu nunca achei que ele ficaria atrás de uma garota assim.
Mila: Ele só quer sexo Monica.
Monica: Aham, de uma garota quase virgem e inesperiente. Estranho.

- Monia, já era para você ter entrado. - A mãe de Monica gritou.
Mila: Monia?
Monica: Minha mãe me chama assim. Olha, ele ta apaixonado por você, só pode.
Mila: Apaixonado Monica? Claro que não. Ele deve ter um garota assim em cada lugar que ele frequenta. Eu não te falei da garota que ele tava no posto. Ele deve sair com varias ao mesmo tempo.
Mila: Não sei. Fica esperta então.
Monica entrou e eu voltei para casa andando. Eu disse que não importava com o que ele fazia quando não estava comigo, mas era mentira. Me queimava de ódio só de imaginar que ele fazia o mesmo com outras.
No caminho decidi ligar para ele para dizer que eu não poderia mesmo encontra lo hoje, ele continuou insistindo.

- Aonde você ta? Fala que eu passo ai. É rápido.

Eu então falei qual rua eu estava. Ele desligou e dois minutos depois estava parando do meu lado na calçada. Eu entrei no carro. E antes de conseguir olhar para ele, nossos corpos já estavam colados, trocando beijos e caricias desesperadas. Mau tive tempo de sentir vergonha em olhar para ele depois da noite de ontem, ou de ficar aquele clima esquisito.

Eu batia minha cabeça no vidro toda vez que ele batia sua cintura na minha. Parecia querer abrir minha calça somente com o pênis ereto.
Mila: Tom, Tom, para, para.
Consegui pronunciar essas palavras quando ele dava pausa para respirar entre os beijos.

Mila: Tom, para, agente não pode fazer isso aqui.
Empurrei ele que se ajeitou no banco, colocando o goro no lugar e ajeitando as calças.
Mila: Quer ser preso? A gente não pode ficar aqui no seu carro parados por muito tempo.
Ele deu partida no carro e ficamos dando voltas pelo bairro.
Tom: Porque você não pode me encontrar mais tarde?
Mila: Porque nem era pra eu estar aqui agora. Minha tia quer que eu ajude ela com alguns trabalhos. Não posso sair.
Tom: Aonde você estuda?
Mila: Eu não vou dizer.
Tom: Porque não?
Mila: Porque você é maluco.
Tom: Eu poderia te pegar depois da aula algumas vezes.
Mila: Tom, acorda, minha tia trabalha na escola que eu estudo, eu venho embora com ela todos os dias.
O carro se aproximou da minha esquina.
Mila: Para para aqui! - Ele freiou o carro.
Tom: Amanha eu não sei se vou passar por aqui. Se eu não for pro outro estudio, e vier pra ca, provavelmente não vou poder encontrar você.
Mila: Escuta. Sábado a noite eu vou ficar sozinha em casa. Minha tia vai dormir fora.
Ele olhou pra mim pensativo, como se bolasse algum plano. Segurou o volante e olhou pra frente.
Tom: Huum. Ok. Sábado a noite eu ria fazer outra coisa mas posso vir pra ca.
Não sei porque mas não gostei do tom na voz dele, como se tivesse abrindo mão de algum programa interessante.
Mila: O que você iria fazer Sábado? Ele virou pra mim fingindo não entender minha pergunta.
Tom: Hum?
Mila: Você escutou.
Tom: Iria sair.
Mila: Ok, eu não vou perguntar o que você iria fazer, não é da minha conta.
Empurrei a porta para sair do carro, ele me segurou.
Tom: Hey!
Ele me puxou para me beijar, e mesmo eu querendo ser fria com ele, seu beijo me fez querer ficar. Parece que ele beijava daquele jeito pra provocar o tempo todo, pra mostrar o quanto é irresistível. Ele parou de me beijar encostando somente os lábios no meu.

Mila: O que foi? - Falei fechando os olhos.
Tom: Você carrega veneno nos lábios.
Ele havia lido meus pensamentos, era exatamente o que eu pensava sobre ele.

Me soltei do braço dele e fui pra casa. Ele arrancou com o carro e foi embora rapidamente. Até chegar em casa fui pensando no que ele pretendia fazer no Sábado. Mas que droga, eu morria de ciumes dele. Eu estava indo pelo caminho errado.

Nós Dois - Capítulo 7

Deixa eu te levar pra casa... pra minha casa?
  
Eu acordei pensativa hoje. Fiquei longos minutos olhando para o teto lembrando de ontem. Como será que ele estava agora? Onde estava agora?
Minha tia achando que eu não havia acordado, veio logo bater na porta.
Mila: Eu já acordei, obrigaaaada. - Gritei.

Quando cheguei na aula me sentei ao lado de Monica e me virei para frente. Olhei de rabo de olho para ela e percebi que ela me olhava.
Mila: O que foi Monica? Porque esta me olhado? Eu to de verde?
Ela olhou para ver se o professor estava destraido e abaixou no meu ouvido.
Monica: Porque você me perguntou ontem sobre eu ser fan de Tokio Hotel?
Mila: Ham? Porque? O que tem isso?
Monica: E queria saber se isso tem relação com eu ter visto você ontem saindo do carro do Tom Kaulitz.
Eu me virei pra ela com os olhos arregalados e sem palavras. Devo ter ficado tão vermelha que ela ficou constrangida por ter sido tão direta comigo.
Mila: O que você viu?
Monica: Eu já disse o que vi, eu moro a 3 ruas da sua, se esqueceu? Eu estava voltando do mercado e vi você sair correndo do carro dele.
Mila: Você não falou pra ninguém? Falou?
Monica: Claro que não. Cara, o que você tava fazendo la? Eu fiquei em choque quando vi aquilo. Eu sei que eles estão andando por la por causa das gravações do CD...
Mila: Monica, você tem que me prometer que não vai dizer nada a ninguém. Pelo amor de Deus.
O professor olhou para nós duas conversando na mesa.
Monica: Eu prometo, já disse. Depois você me conta, mas toma cuidado, aquilo é um vilarejo, todo mundo conhece todo mundo, e vão acabar vendo você com ele.

Eu suspirei e virei para frente. Mas que inferno, todo mundo iria acabar me vendo. Mas ela não ficou histérica como eu achei que iria ficar, era mais madura do que eu imaginava. Acho que eu poderia contar com ela.
Durante o nosso intervalo expliquei tudo o que havia acontecido. Ela escutava tudo bem atenta, preocupada. Eu percebi que ela não tinha intenção de contar a ninguem.

Monica: Ele ta atraído por você, sem duvida, muito atraído. Ficar dando voltas pelo bairro pra ver se te acha, não é normal Mila. Ta, ele é Tom Kaulitz, não pode ver um rabo de saia. Maaas, éééé... não sei.
Mila: Eu eu não quero que ele ache que eu vou estar sempre a disposição dele, de forma alguma.
Monica: Mas você não tem medo? Digo, do que pode acontecer, entre vocês dois? Você sabe...aquilo?
Mila: Você ta falando da..daquilo? - Eu fiz uma pausa. - Eu sou virgem Monica.
Ela ficou me olhando como se eu fosse um bichinho indefeso.
Monica: Haaam, éééé.
Mila: Esquece, não precisa dizer nada.

Quando voltei pra casa decidi colocar os primeiros deveres da semana em dia e fui para o meu quarto estudar. Me sentei na escrivaninha perto da janela e abri só um pouco a cortina. Fiquei com um olho no caderno e outro na rua.
Incrível como eu acertei o horário. La pelas 6 da tarde ele passou pela rua, eu fiquei olhando atrás da cortina até ele passar e entrar em outra rua.
Eu fiquei rindo e continuei a fazer os meus deveres. Menos de 5 minutos ele voltou a passar pela rua.

Mila: Ham? Isso é brincadeira não é?

Eu agora me empolguei e fiquei da janela observando. Ele não fazia ideia de onde eu poderia estar, não sabia qual era a casa que eu morava. Quando ele passou pela 4 vez eu decidi descer.
Sai, e fui caminhando pela esquerda. Eu não me aguentava de rir. Senti que um carro havia dobrado a rua la trás então olhei para checar, era ele vindo.
Ele começou a se aproximar de mim. Quando o carro parou do meu lado eu ainda estava rindo, ele abaixou o vidro.

Tom: Quer dar uma volta?
Eu olhei para os lados e pra ele novamente, então rapidamente entrei no carro. Ele arrancou rápido e seguiu a rua.
A tensão no carro era bem óbvia. Nossos corpos ficavam tensos quando estavam em um mesmo ambiente fechado.
Tom: Porque me deixou ontem daquele jeito?
Mila: Eu não podia continuar aqui, aquilo não iria dar certo.
Ele me olhou de cima abaixo, eu me encolhi no banco pela maneira que ele me olhou.
Mila: Você não mora aqui, certo?
Tom: Não, eu moro em outro bairro com meu irmão.
Nossa, agora que eu me lembrava do Bill, eu ainda não o havia visto por aqui.
Mila: E ele faz parte da banda com você.
Tom: Sim, faz. E você mora aqui?
Mila: Eu vim do Brasil. - Ele me olhou surpreso.
Tom: Do Brasil? Nossa. Bem longe hein. E o que veio fazer aqui?
Mila: Estudar, eu estou na casa da minha tia.

Falamos um pouco um sobre o outro. Parecia que a conversa havia o destraido, tirado um pouco da atenção exagerada que ele tinha no meu corpo. Mas logo voltamos a ficar em silêncio.
Ele suspirou e olhou para a janela ao lado.
Tom: Deixa eu te levar pra casa...pra minha casa?
Eu olhei pra ele sem saber o que dizer, vontade de dizer sim e desespero se misturavam na minha cabeça. Mas havia muito mais desespero no olhar dele do que no meu, eu acho.
Mila: Eu não posso ir tão longe...de casa.
Ele olhou pra frente e suspirou pensando em algo
Tom: Eu vou te levar pro estúdio então.
Ele deu quase que um cavalo de pau e entrou na primeira rua de retorno que viu e voltou.

Agora eu tinha me ferrado de vez. Eu estava morrendo de medo, eu sabia o que ele queria, o que queria fazer comigo quando chegássemos la. E eu não sabia o que fazer.
No caminho ele se lembrou de algo e puxou o celular do bolso esquerdo da calça.

Tom: Bill? Escuta, tem alguem ainda no estúdio?
Ele ficou ouvindo atentamente querendo saber logo.
Tom: Merda. Faz o seguinte, tira um Dave e o Heiko dai, porque eu preciso ir prai sozinho AGORA.
Eu conseguia ouvi a voz de Bill reclamando no telefone com ele.
Tom: É, é sim....caralho Bill não me faz pergunta difícil agora. Só faz isso. Daqui a pouco eu to chegando.
Ele desligou nervoso e depois olhou pra mim. Eu estava nervosa de morte agora. Olha o que ele estava fazendo só pra me levar sozinha pra la. Eu tremia no banco, mas o carro em movimento não deixava transparecer, graças a Deus.
Quando chegamos la não havia mais nenhum carro, alem do do Bill estacionado. Tom telefonou de novo para ele, que logo em seguida saiu pela porta da frente com uma bolsa.
Ele estava encapuzado assim como Tom, e escondia o cabelo comprido com um gorro.

Tom: E ai?
Tom falou pra ele na janela. Bill olhou pra mim e disse oi, eu respondi timidamente. Na verdade eu não sabia onde enfiar a cara. Ele concerteza sabia porque eu estava ali.
Bill: Eu falei que você queria testar algumas coisas sozinho comigo, ai eles concordaram.
Tom: Boa!
Bill: Eu to indo. Se cuida.

Tom riu para Bill que logo em seguida foi para o seu carro. Eu quase pedi ajuda pra ele.
Desci cambaleando do carro enquanto ele segurava a porta pra mim.
Depois de entrarmos ele trancou a porta e foi andando na minha frente para outro cómodo, onde tinha um sofá de coro preto, umas duas mesinhas pretas que ficavam no canto, e algumas caixas de som encostadas em outro canto.

Tom: Ta com sede?
Mila: Muita.
Tom: Vou pegar alguma coisa pra você.

O que me deixava mais nervosa, era que ele olhava faminto pra mim, todo tempo, e que todos os minutos até agora ao meu lado parecia estar sendo uma tortura, como estava sendo pra mim.
Ele voltou trazendo um copo de Coca Cola pra mim, que eu tomei inteiro em um gole só.
Depois me sentei no sofá. Ele se ajoelhou na minha frente tomando o copo da minha mão e colocando o de lado. Olhando nos meus olhos ele esfregou as mãos nas minhas pernas, subindo até minha virilha e descendo. Eu fechei os olhos e me segurei no braço do sofá.
Ele passou das mãos para a boca, e beijava com vontade minhas coxas, ele não foi delicado em nenhum momento, nenhum.
Em seguida ele foi me jogando para trás lentamente até me encostar no sofá, o beijo intenso continuou como no outro dia. Éramos assim antes dele estar dentro de mim, como animais brigando, não queria pensar o que ele poderia fazer comigo depois, ou eu com ele.
Dei a volta em seu pescoço firme com meus braços enquanto ele segurava minhas pernas em volta de sua cintura.
Eu queria deixar, deixar tudo que ele quisesse fazer comigo. Mas me lembrei de quem ele era e que ele talvez depois de uma noite comigo não olharia mais na minha cara.

Tom: Me mostra tudo que você tem, me mostra. - Ele falou gemendo no meu ouvido.

Ele continuou me beijando, e logo passou as mãos para abrir as calças dele. Eu decidi afasta lo. Na primeira tentativa, ele não se afastou, meu esforço foi em vão, na segunda, ele se afastou um pouco mas voltou a me segurar mais forte ainda.
Mila: Para Tom. Para, me solta. - Gritei.
Ele se afastou quase caindo no chão e eu encolhi as pernas pra cima do sofá.
Tom: O que foi?
Mila: Eu..eu preciso falar uma coisa.
Tom: Fala!
Ele parecia curioso para saber, e mais ansioso para continuar. Eu não fazia ideia de como dizer isso. Nem se deveria dizer, se é que eu tinha pretensão de continuar o que paramos.
Mila: Ok..eu...eu...eu tenho que te dizer que eu..nunca fiz isso.
Tom: Isso o que?
Mila: Eu nunca transei.
Ele relaxou o corpo e olhou sério pra minha cara, depois olhou pras minhas pernas sorrindo de leve, quase que imperceptivel.
Tom: Não se preocupa com isso, eu tento não te machucar...muito.
Mila: Você entendeu o que eu disse? Eu sou virgem.
Tom: Eu sei o que é uma virgem. - Ele falou me jogando devagar pra trás com seu corpo novamente e voltando a me beijar.

Mas o que? Ele não se importava de tirar minha virgindade? Mas eu me importava. Merda.
Ele pegou uma camisinha que estava no bolso e imediatamente me lembrei daquele dia no posto de gasolina. Era o que eu precisava, o ódio era o meu motor.

Ele tirou a camisa exibindo o peito e a barriga perfeitos, eu revirei os olhos. A camisinha ele deixou na mesinha do lado e depois se voltou pra mim. Eu estava sentada no sofá e ele de joelhos de frente pra mim. Ele me puxou pela mão para que eu viesse até ele, nossas bocas se juntaram e ele respirou quente na minha. Ergui meu braços para ele tirar minha blusa, suas mãos foram deslizando até meus seios que ele admirava feito um diamante, mas não deixei ele tirar o sutian.
Nossas mãos praticamente lutavam uma com as outras. Eu deixava ele me tocar aos poucos, e ele quase me batia ao tentar me tocar quando eu deixava que ele o fizesse. Quando ele tirou a calça eu recuei novamente. Ele pegou a camisinha e eu fiquei assistindo ele coloca la depressa eu sem membro ereto.
Com a mesma velocidade ele veio pra cima de mim levantando minha saia e abrindo minhas pernas.
Mila: Devagar, devagar Tom.

Ele bateu com força o punho no sofá ao meu lado e respirou fundo. Eu deixei que ele me penetrasse aos poucos. Logo no inicio eu pedi que ele parasse, ardeu com menos de um centímetro dentro de mim. Ele apertava minha cintura tão forte e suava tanto. Eu cai minha cabeça para tras e o deixei tentar novamente. Ele foi deslizando cada vez mais fundo.
Eu gemia de dor, e ele gemia comigo.

Tom: Posso ir mais fundo, posso? - Ele suplicava.
Mila: Calma, calma. Só mais um pouco.

Ele me penetrou mais fundo e a dor foi ainda maior, eu quase gritei agora, mas ele abafou meu grito com um beijo. Agora foi ele que teve de parar.
Tom: Eu não estou aguentando. - Falou quase implorando para que eu deixasse ele terminar. E eu parecia ter corrido uns 10 quilómetros em minutos. O corpo dele estava tão quente que minhas coxas estavão vermelhas e pingando suor.
Ele então continuou, indo e vindo devagar. Eu fechei os olhos tentando aguentar a dor.
Tom: Olhe pra mim. - Ele pediu.

Eu abri os olhos e o encarei. Seu olhar parecia o de um animal faminto saciando aos poucos sua fome, me fazendo arder. Eu o puxei para que me beijasse, mas ele então me puxou pro corpo dele juntando completamente nossos corpos. Ao sentir seu corpo quente no meu a dor não importou muito. Ele tirou meu sutian, que jogou em qualquer lugar e me segurou firme pelas costas flexionando meu corpo para cima e para baixo. Em seguida foi minha saia que ele arrancou pela cabeça mesmo, e jogou em um canto, nos deixando completamente sem roupa.
Sua cintura batia com força entre as minhas pernas, parecia ser tão dolorido o prazer que nós sentíamos, doía porque era limitado. Ele parecia querer me devorar.
Já no nosso limite ele gozou gemendo ainda mais auto, acabando com as minhas forças, foi diminuindo a velocidade aos poucos me apertando contra seu membro que pulsava ainda dentro de mim. Eu me joguei pra trás exausta e ele caiu por cima de mim beijando meu seio, cheirando meu colo, beijando cada pedacinho de pele que levava até minha boca, que ainda teve forças para lhe retribuir o beijo que me deixou ainda mais sem fôlego.
Eu ainda estava tonta olhando pro teto, quando me lembrei que já deveria ter passado horas desde que sai de casa.

Nós Dois - Capítulo 6

                                Eu estou aqui... faça o que quiser comigo!

Eu cheguei em casa com tanto ódio, tanto ódio, que ao jogar minha mochila em qualquer canto ela voou pela janela.
Mila: Merda, que fique la em baixo então.
Eu tentava tirar a imagem dele, e dela sorrindo da minha cabeça mas eu não conseguia. E só ficava pior a cada segundo. Fiquei imaginando as piores coisas. O caminho daquela camisinha, da lojinha até a buceta daquela filha da puta. Eu coloquei as mãos na cabeça e tentei me acalmar. O que você acha que ta fazendo Mila? Sua ridícula. Ele ta la agora enchendo a cara com aquela vagabunda e na cama com ela.

Mila: Que trepe até morrer.
Fui tomar meu banho e descer pra jantar. Já mais controlada, pude conversar sobre meu primeiro dia na escola com minha tia.
Angela: O que foi Mila? Você parece estar chateada.
Mila: Só estou com um pouco de dor de cabeça, o dia foi puxado, eu não estava acostumada a acordar tão cedo.
Terminei de comer e fui para o meu quarto dormir. Só apaguei depois de pensar muito em tudo que havia acontecido hoje.
Na escola, Monica veio perguntar porque eu estava tão sem paciência para fazer os deveres e conversar. Tentei ser educada, mas não falei muito do porque.
Monica: Ok, quando você quiser falar algo é só avisar.

Eu não podia falar nada para ela sobre o que estava acontecendo. Mas poderia tentar descobrir que tipo de sentimento ela, uma adolecente tinha pelo Tokio Hotel.
Mila: Monica, você conhece a banda Tokio Hotel não é? Eles são super famosos aqui.

Ela sorriu antes de responder.
Monica: Nossa, muito, já fui muito fan. Digo, eu gostava desde 2005, quando a banda começou, foi logo depois do Comet que eles ganharam aqui, que estouraram pra valer sabe.
Mila: Mas você não é mais fan?
Monica: Haaa, sou, eu gosto bastante deles ainda. Mas respeito muito mais hoje em dia, tipo, gosto das musicas e do estilo deles, mas não vivo correndo atrás não, eu nunca fui muito disso.

Ok, o que pensar sobre isso então. Ela agiria da mesma forma se soubesse que eu estive com o Tom? Que falei com ele? Que estive no estúdio da banda? Era é melhor eu ir com calma.
Quando eu e minha tia voltávamos da escola, já na nossa rua o carro dele passou pelo nosso, e entrou na rua que levava ao estúdio mais a frente. Eu comecei a suar e tremer. Eu tinha que ir até la, não podia passar de hoje.
Cheguei em casa e subi para deixar minha mochila. Desci de ténis mesmo, sem patins e fui para rua dar uma volta, foi o que disse a minha tia. Corri com toda a rapidez que pude até o estúdio. Quando fui me aproximando dimininui o ritmo. O carro já estava parado na porta, então me sentei na calçada e fiquei la esperando. Graças a Deus não havia ninguém nem nenhuma fan andando por la.
Acho que esperei quase duas horas ali, até ele sair pra fora, mas não estava sozinho, Georg estava com ele. Os dois foram até o carro de Georg para ele mostrar algo a Tom. Fiquei esperando ele me ver ali. Ele se virou para voltar junto de Georg e então me viu sentada na calçada. Meu coração deu um pulo.
Ele falou algo com Georg, que olhou para mim. Tom foi até o carro e entrou, ele estava vindo até mim.
Enquanto o carro contornava o jardim, eu tentava me manter equilibrada e calma. Ele parou o carro preto a alguns metros de mim e abaixou o vidro.

Tom: Entra ai!
Eu abri a porta e entrei rapidamente, ele sem falar nada deu partida no carro. O que ele tinha na cabeça? Ele mau me conhecia, mas parecia ficar a vontade ao meu lado, e eu apesar de ridiculamente nervosa me sentia confortável ao lado dele tambem.
Só depois de alguns metros foi que ele falou algo.

Tom: Pensei que iria continuar fugindo de mim, como fez antes.
Mila: Eu não estava fugindo de você.
Tom: Ok, não estava!
Mila: O que você estava fazendo ontem no posto de gasolina?
Soltei de uma vez, não consegui enrolar mais. Ele olhou pra mim intrigado.
Tom: Como você sabe que eu estava la?
Mila: Eu tambem estava la, no carro.
Tom: Com quem?
Mila: Você não me respondeu.
Tom: Porque eu deveria?
Mila: Ok, para o carro.
Eu segurei na porta para sair, mas ele me segurou no braço freiando o carro bruscamente.
Tom: Fui comprar algumas coisas, o que tem demais nisso?
Eu olhei pra ele com vontade de lhe dar um soco. Ele sabia do que eu estava falando, mas estava ignorando o que havia acontecido cinicamente. Percebeu que eu estava com ciumes, e estava rindo de mim.
Tom: Você esta com ódio de mim! - Isso não foi uma pergunta, ele viu nos meus olhos.
Mila: Não! - menti.
Tom: Eu estou aqui, faça o que quiser comigo.

O que? Ele estava achando graça do meu possivel descontrole por estar morrendo de ciumes. Eu não estava com ciumes, só não gostava de ser feita de idiota.

Eu engoli seco e tentei abrir a porta para sair, ele me puxou com toda força e me beijou com tanta vontade, que perdi todos os movimentos do meu corpo. Senti um tranco tão forte quando ele me puxou, que eu parecia uma criança sendo sacudida. Seus lábios grossos eram intensos, pareciam querer me devorar, deixei ele me beijar por quanto tempo quisesse, e assim ficamos. Percebi que gemíamos com o beijo, todo tempo, parecia doer, queimar. De repente todo o meu corpo desejava mais, desejava o inteiro. Suas mãos eram urgentes por todo o meu corpo. Eu só pensava que jamais poderia escapar dali, daquele carro, ele não deixaria. Nossos corpos pareciam um só, tocando todo o meu corpo com o dele.
Toquei no meio das suas pernas e senti o quanto ele já estava excitado. Eu não poderia ficar mais ali, porque concerteza eu estaria transando com ele daqui a segundos.

O joguei com toda força para trás e encolhi minhas pernas que estavam envoltas na cintura dele, para tentar sair dali. Seus olhos queimavam por mim, os encarei até conseguir abrir a portar e correr. Suas mãos foram rápidas ao tentar me impedir de ir embora, mas eu fui mais, e corri pela rua até em casa completamente descontrolada por dentro.
Não ousei olhar para atrás, ele poderia achar que mudei de ideia, e correr atrás de mim. Entrei em casa batendo a porta e subi. Minha tia tentou falar comigo, mas eu não podia parar para ouvir, eu estava em estado de euforia.

Me joguei na cama, coloquei o travesseiro entre as pernas e encolhi até a altura da boca. Mordi tanto o travesseiro que consegui rasga lo. Minha respiração não voltava ao normal. Abri todas as janelas do quarto e fui para o chuveiro tomar um banho.
Comecei a colocar a cabeça e todo o corpo no lugar, a agua quente me acalmou, mas não livrou meus pensamentos dele. Toquei minha boca que ele havia beijado com todo o fervor e sorri.

Nós Dois - Capítulo 5


             Ok, Mila, você esta perdendo o controle, volte já.

Nesse Sábado eu não sai de casa, e foi intencionalmente. Eu não queria encontra lo depois de ontem, não queria fugir de novo, não queria estar sempre a disposição. Mas ele não saia da minha cabeça, não somente da cabeça, mas do meu corpo inteiro que queimava só de pensar em suas mão ontem me tocando. Comecei a imaginar demais, coisas que jamais pensei em fazer, algumas violentas e obscenas demais pra minha personalidade. Ele me instigava a isso, longe ou perto de mim.

Eu despertei do meu transe quando minha tia tossiu ao meu lado no sofá.
Angela: Haha, eu te assustei?
Mila: Ham..é ..um pouco. Eu, eu estava pensando na aula que começa segunda agora.
Angela: Vocês esta nervosa não é?
Mila: Um pouco.
Angela: Ha não se importe com isso, você vai ter muitas meninas querendo fazer amizade com você.
Mila: Hum!
Angela: E por aqui? Pelo bairro, você não conheceu alguém por ai.
Eu apertei os olhos tentando pensar em alguém que não fosse ele.
Mila: Huuum, o Peter. Peter né? Ééé, ontem ele veio falar comigo, ele parece ser legal, apesar de ter quase me atropelado duas vezes com a bicicleta.
Angela: Só isso?

Eu olhei para ela tentando parecer o mais tranquila possível, acho que eu não estava fingindo bem.
Mila: Huum, é!
Angela: Você sai todos os dias para andar pelo bairro só porque acha as casas e as ruas bonitas?
Agora eu podia fingir ser uma garota tímida e recatada e não responder.
Mila: Tem alguns garotos bonitos por aqui.
Angela: Haam, ok, não vou perguntar mais nada.

Oh, graças a Deus. Eu não queria dar explicações, nem mentir.
Sábado eu fiquei aqui. Mas Domingo eu sai logo cedo para andar pelo bairro. Passei pelo estúdio umas 3 vezes, mas não o vi, nem o carro. Depois do almoço, eu voltei a tarde para andar de patins, toquei meu mp3 todo umas 3 vezes. Dei umas 10 voltas pelo quarteirão do estúdio. Ele não apareceu.
Mila: Ok Mila, você esta perdendo o controle, volte já.

Voltei aborrecida pra casa e fui para o meu quarto. Arrumei minhas coisas para começar as aulas amanha, e assisti tv o resto do dia.

Acordei as 5 da manha com o despertador do meu celular. Tomei banho me arrumei com roupas normais mesmo e peguei meu casaco mega enorme, hoje fazia muito frio, de manha era ainda mais congelante.
Encontrei minha tia la em baixo preparando o meu café. Depois de devidamente prontas, saímos no carro dela.
Eu estava nervosa, sei la porque motivo, era só uma sala de aula com alguns alemães que falam alemão e comem shucrutz, ok. O pior que poderia me acontecer com uma alemão já havia acontecido, e foi no Sábado.
Minha tia me deixou na sala me desejando boa sorte. Depois de falar com a professora que me daria a primeira aula, ela me jogou um beijo e saiu. Quando já me sentava, Monica a menina que havia falado comigo outro dia me comprimento e me chamou para sentar ao seu lado, então eu fui.

Monica: Nossa, estamos na mesma sala, que legal.
Mila: Legal mesmo! Você é alemã certo? Mas esta nessa classe?
Monica: Ha não, não é uma classe para estrangeiros, é analfabetização em inglês e alemão.

A professora me chamou pedindo que eu dissesse meu nome e de onde eu vinha para a turma.
Mila:Me chamo Mila e venho do Brasil.
Professora:Ha muito legal Mila, aqui temos outras meninas que vieram estudar em nosso Pais, Sofia da Itália e Rita da Espanha.

Eu balancei a cabeça e sorri para as meninas.
A aula foi tranquila, o pessoal na turma não era chato, era até mais animado do que eu imaginava. Quando a ultima aula do dia acabou, as 3 da tarde. Minha tia disse que teria de ficar mais um pouco na escola, e que eu podia ir pra casa se quisesse de ónibus.
Monica então me chamou para irmos para quadra enquanto eu esperava minha tia, eu concordei. Ela foi treinar um pouco de futebol sozinha mesmo.

Era agradável estar com ela, durante o intervalo almoçamos juntas e conversamos bastante, ela era madura pra idade dela, a mesma que a minha. E durante todo tempo me fez me sentir em casa, me disse tudo que eu precisava saber sobre a cidade e a escola. Tínhamos virado amigas.
O sol já estava indo embora quando minha tia me ligou no celular me pedindo para encontra la no estacionamento. Me despedi de Monica depois de termos nos divertido muito e fui embora.
No caminho minha tia lembrou que precisava comprar cigarros, então parou em um posto de gasolina.

Angela: Eu vou la rapidinho, já volto.

Fiquei sentada no carro olhando o movimento do posto, esperando por ela. Foi quando vi um Cadilac preto entrando do outro lado das bombas de gasolina. Pensei nele, mas também pensei que poderia ser qualquer outra pessoa. Me segurei no banco e fiquei observando. A porta abriu e ele saiu la de dentro, Tom. Levei um susto, porque não foi somente ele que vi quando a porta se abriu. Havia uma garota com ele. Rapidamente pude ver. Ela estava sentada no banco, de mini saia e casaco, era bonita de cabelos curtos na altura do queixo, e sorriu pra ele quando ele se virou para bater a porta.

Mila: Desgraçado! Mas que merda.
Ele entrou na lojinha e imediatamente pensei em minha tia la dentro. Eu não sabia se corria para la, se observava somente, ou se ia até a janela do carro dele esmurrar o vidro onde a garota estava.
Minha tia saiu trazendo uma pequena sacola. Eu tinha de fazer alguma coisa. Minha tia abriu a porta e entrou.

Mila: Tia, eu me esqueci, eu..eu..preciso comprar absorventes. Eu vou até la dentro comprar.
Angela: Não, eu vou pra você, eu tenho dinheiro.
Mila: Não não, tudo bem! - Falei já abrindo a porta. - É melhor eu ver qual é o melhor pra mim.

Bati a porta determinada e pisando firme, passei pelo carro dele sem olhar e entrei na loja. Não vi ele na frente, então fui andando pelos pequenos corredores me escondendo. Eu não iria falar com ele, só queria ver o que ele pretendia. No ultimo corredor, eu me virei e dei de cara com ele de costas já na fila. Fiquei esperando ele sair. Ele pagou rapidamente e saiu pela porta de vidro em direção ao carro.
Olhei pra moça no caixa e tomei coragem.

Mila: Hey, Hey, moça. O que foi que esse rapaz acabou de comprar? O de capuz preto?
Ela me olhou estranho e respondeu olhando para os lados.
Moça: Comprou uma garrafa de Vodka, Red Bull e um pacote de camisinhas.

Eu abri a boca de espanto e arregalei os olhos. A moça me olhou com medo, me achando uma maluca. Eu fechei o punho com tanta força de ódio, que os ossos da minha mão estalaram. O barulho foi tão alto que a moça olhou pra minha mãe achando que eu havia quebrado alguma coisa.
Mila: Obrigada. - Falei quase cuspindo.

Quando sai ele já tinha ido embora, então fui com os braços esticados de ódio até o carro.
Angela: Hey, e o absorvente, não tinha?
Mila: Haaa..éééé, não tinha nenhum pra mim.

Ele me paga, pensei.

Nós Dois - Capítulo 4

 Talvez seja um caminho sem volta, você escolhe!

Hoje a tarde minha tia me levou até a escola para conhecer as instalações. A escola comparada a que eu estudei no Brasil, era absurdamente linda e bem cuidada. Eu dei uma volta por la, enquanto ela estava na diretoria. Andei pelo campo, e a quadra de futebol onde havia meninas jogando. Parei na grade que cercava o campo e fiquei olhando. Uma menina que estava jogando e estava perto do meu lado do campo perguntou se eu queria jogar.

Mila: Huum não, obrigada.
Monica: Ok, tudo bem. Huum, você não é daqui é?
Mila: Haam não, eu vim do Brasil.
Monica: Uaal, Brasil, então você deve jogar bem futebol.
Mila: Haha, não, nem um pouco.

As outras meninas gritaram por ela.
Monica: Calmaaaa eu já vou. Qual é o seu nome?
Mila: Mila.
Monica: Prazer, eu sou Monica. Você vai estudar aqui?
Mila: Sim, começo semana que vem.
Monica: Haa legal, a gente se vê então. Tchau.
Mila: Tchau.

Pelos menos as meninas na Alemanha eram mais educadas do que os meninos. Minha tia me gritou do pátio do estacionamento para irmos embora.
Novamente chegando em casa fui correndo entusiasmada até meu quarto pegar os patins e sair andando por ai. Procurei em todos os cantos do quarto e não encontrei. Pensei que tivesse largado aqui perto da cama. Então desci para ver se achava la em baixo.
Mila: Tia, onde estão os patins?
Angela: Ha eu lavei, estavam com as rodas sujas de terra, achei melhor lavar para você.
Mila: Huum ta.

Ok, isso não era problema, eu poderia ir dar uma volta a pé. Coloquei meu casaco de capuz e sai pra rua. Minha tia não se importava mesmo que eu saísse todo dia para ir dar uma volta.
Fui andando apressada por onde ele costumava passar, andei as duas ruas que me levavam até o estúdio. Passei pela frente olhando de rabo de olho para o lugar onde os carros ficavam estacionados, mas o dele não estava la. Andei até um pouco depois da casa, e voltei pelo mesmo caminho, olhando pra todos os lados para ver se via algo.
Antes de virar pra minha rua, parei na esquina e fiquei ali, uns 20 minutos eu acho. Mas ele não apareceu. Eu queria esperar mais, mas estava me achando ridícula ficar parada ali, esperando ele passar. Já eram quase 7 da noite, então decidi voltar pra casa.

Antes de entrar escutei alguém assobiando, como um chamado. Olhei para a casa vizinha e avistei o tal garoto, segundo minha tia, o tal de Peter.

Peter: Hey, tudo bem? Eu me chamo Peter, você é minha nova vizinha?
Mila: Haaam, acho que sim.
Peter: Você esta morando com a professora Angela não é? É sobrinha dela?
Mila: Sim!
Peter: Você veio do Brasil não é?
Mila: Se você sabe tudo sobre mim porque esta perguntando?
Angela: Mila você esta ai fora? - Minha tia gritou da janela.
Mila: Sim tia, já estou entrando.
Angela: Posso te pedir um favor?
Mila: Eu tenho que entrar.
Peter: Ok, espero não ter sido intrometido.
Eu sorri e entrei.

Minha tia queria que eu fosse a um mercadinho para comprar frutas que tinha na outra rua, para fazer uma sobremesa. Fui até o tal mercadinho que não era muito longe e voltei com os morangos.
Eu já estava na esquina que dobrava a minha rua, quando faróis piscaram atrás de mim. Me virei, era ele.

Mila: Ha não, ha não, eu to ficando maluca. Isso não é possível. Não acredito nisso.

Virei pra frente respirando fundo, até ele parar com carro bem do meu lado e abaixar o vidro.
Tom: Quase não te reconheci sem patins.
Mila: Oi!
Tom: Oi! Ta indo pra onde?
Mila: Pra casa.
Tom: Quer carona?
Ok, o que eu diria agora? Ele ficou esperando eu responder com atenção a todas as minhas feições.
Mila: Não sei se devo.
Tom: Entra ai.
Eu olhei para os lados e depois puxei a porta para entrar. Me sentei no banco encolhendo os braços e as pernas esperando ele seguir. Mas ele continuava com uma das mãos no volante e a outra na perna.
Tom: Você ainda não me disse seu nome.
Eu olhei pra ele, engoli seco enquanto ele olhava para minha boca esperando que eu respondesse.
Mila: Mila. - falei baixinho.
Tom: Mila. - Ele fez uma pausa. - Eu me chamo Tom.

Eu levantei as sobrancelhas correspondendo. Ele continuou me encarando como se quisesse analisar minha expressão depois dele se apresentar. Eu poderia dizer que sabia muito bem quem ele era, mas eu não iria dar esse prazer a ele. Preferia trata lo como um ninguém, e que ele soubesse disso.

Ele deu partida no carro. Eu continuei paralisada no banco olhando pro painel luxuoso do Cadilac. Pensei em dizer algo quando passamos direto pela casa da minha tia. Mas fiquei quieta.

Mila: Você não perguntou onde eu moro. Pra onde você esta me levando?
Tom: Você não se importa de dar uma volta, se importa?
Eu fiz com a cabeça que não, mas já imaginei pra onde ele estava me levando.
Tom: Você tem de entregar isso pra alguém? Eu olhei pra sacola que eu havia me esquecido que carregava.
Mila: Haam, são os morangos da minha tia. - Ele sorriu como se eu tivesse dito algo engraçado e voltou a olhar pra frente.
Chegando perto do estudio eu comecei a suar, ele estava me levando pra la. Meus Deus, como ele era loco. Mas eu me controlei, não queria demonstrar estar nervosa e tremendo feito um boneco de posto.

Ele entrou no estúdio segurando a porta pra eu passar. Enquanto ele trancava a porta eu olhei a minha volta e só consegui ver um sofá encostado na parede e uma tv de plasma na outra. Ele se virou e acendeu um abajour. Parecia estar bem mais a vontade do que eu. Depois de ver só aquela luz fraca eu comecei a ficar um pouco desesperada, eu não sabia o que fazer, eu estava com medo.

Mila: Eu não deveria estar aqui. Eu tenho que ir pra casa.
Me virei voltando pra porta, mas ele me segurou pelo braço. Eu me encolhi tanto que dei brecha para ele apertar meus braços ainda mais, e me empurrar contra a porta amassando a cortina.

Tom: Eu não vou fazer nada com você. Porque ta com medo?
Mila: Minha tia esta me esperando!
Ele ainda me apertava contra a porta de vidro, eu não conseguia mexer um centímetro do meu corpo, minha respiração era tão ofegante que eu estava começando a ficar com vergonha disso. Ele se aproximou de meu pescoço, levando uma das mãos que prendiam meu braço até perto da minha orelha.
Tom: Você quer mesmo ir?
Mila: Eu preciso.
Tom: Talvez seja um caminho sem volta, você escolhe.
Mila: Sim, eu escolho.

Eu olhei nos olhos, aqueles olhos ardiam, ardiam pra mim. E eu estava sufocando, sufocando em não poder dar a ele o que ele queria, não agora. Eu deixei que ele sentisse mais um pouco do meu perfume, ele delirava ao fazer isso, a respiração em meu pescoço era quente, quente como todo o meu corpo.
Estavamos em silêncio a quase um minuto, ele queria brincar com o meu corpo, deslizava as mão lentamente pelo meu quadril. Levantei minha mão, que agora já estava livre e toquei seu rosto, ele fechou os olhos e se aproximou da minha boca, eu o empurrei.

Mila: Abre a porta. Por favor.
Ele ficou assustado com minha reação, mas me obedeceu sem dizer nada. Eu fiquei mais assustanda ainda com a minha reação. Sem me olhar nos olhos, ele abriu a porta e esperou que eu passasse. Ela bateu com força atrás de mim e eu então corri pelo gramado tirando os galhos das plantas que batiam no meu rosto, até chegar em casa.

Nós Dois - Capítulo 3

                               
 "Se esconder de mim não é uma boa ideia."

Minha tia chegou em casa um pouco tarde. Eram quase 7 da noite. Me encontrou na janela curiosa olhando todo o movimento da rua.

Angela: E ai, deu um passeio hoje?
Mila: Ha sim, segui seu conselho, fui dar uma volta de patins.
Angela: E o cara estranho? Voltou a ter perturbar? - Eu engasguei sem saber o que dizer.
Mila: Haa..não..não. Ééé, foi tranquilo, graças a Deus.

Fiquei horas olhando pela janela, mas já passava das 10 da noite e nada do carro passar. Vi algumas vezes o mesmo garoto idiota de ontem, o da bicicleta, que quase levou minha cabeça junto enquanto passava.

Fui dormi com a minha descoberta martelando minha cabeça. Olhando para o teto, as vezes me levantava e olhava pela janela. Foi difícil dormir.
Na manha seguinte já no café minha tia disse que precisava fazer algumas compras pra casa, já que eu havia chegado e havia pouca coisa para duas pessoas.

Angela: E eu quero que você vá comigo. Que você veja o que você gosta de comer, e nós compramos.
Mila: Ha tia, não vejo mesmo necessidade, a senhora pode comprar qualquer coisa.

Ela insistiu e então depois do almoço fomos. Fui olhando pela janela o caminho todo. Meu Deus, até na auto estrada eu procurava pelo Cadilac. No supermercado minha tia foi tão atenciosa comigo. Comprou iogurtes, biscoitos, torradas, bolos, tudo para me agradar. Eu ia empurrando o carinho sem prestar muita atenção, enquanto ela ia me perguntando se eu gostava e jogava no carinho, mas ela parecia se divertir. Ela era tão legal, e parecia estar gostando mesmo da minha companhia.

Quando chegamos em casa, fui correndo ajuda la a guardar as coisas pra depois poder sair com os patins.
Angela: Nossa calma, tudo isso pra ir passear?
Mila: Ha é, hum, ta um dia lindo, é raro né?

Quando sai fui direto em direção a rua do estúdio, olhando sempre pra trás, todo carro escuro que passava mesmo que longe me assustava. Quando cheguei na rua, fui patinando mais devagar. Olhei para a casa mas o carro não estava la, só havia outros carros parados no gramado do outro lado.

Mila: Ai caramba? O que eu faço? Espero? Esperar pra que? O que eu vou fazer se ele aparecer aqui de repente? Vai achar que eu sou uma fan ou stalker sei la.

Eu ainda não sabia o porque eu estava ali, esperando ele aparecer. Quando dei por mim já estava sentada no meio fio da calçada batendo de nervoso as mãos nos patins.
Mais ou menos uns 40 minutos depois o carro dele apareceu dobrando a esquina, eu comecei a tremer e abaixei a cabeça fingindo estar arrumando os patins. Mas eu não conseguia me mexer direito, meus músculos estavão duros feito pedra. A situação só piorou quando ele em vez de entrar para o jardim parou o carro bem na minha frente. Eu estava tão nervosa que de repente tomei coragem e olhei para cima. Ele abriu o vidro e olhou pra mim. Estava de óculos escuros e uma bandana na cabeça.

Tom: Foi você que eu quase atropelei outro dia? - Falou em alemão

Minha língua travou, como eu iria responder, em Alemão? Inglês? Português?

Mila: Sim, eu acho. - Falei em alemão.
Tom: Me desculpe eu..
Mila: Desculpa, eu entendo o que você diz, mas não falo bem alemão.
Tom: Você não é daqui?
Mila: Desculpa, eu te interompi, você iria dizer o que? - Falei fugindo do assunto, ele fez uma pausa mordendo o lábio e continuou.
Tom: Eu queria te pedir desculpa, mas quando voltei com o carro você não estava mais.
Mila: Eu fugi. - Meu Deus eu soltei isso? Idiota.
Tom: Se esconder de mim não é uma boa idea. - Ele falou rindo.
Mila: Desculpa eu não quis dizer, fugi, quer dizer eu corri, eu..eu, não me escondi, eu só continuei correndo de patins como eu estava fazendo.
Tom: Você fugiu de mim.
Mila: Huum é, você queria me pedir desculpas né? Hum ok, esta desculpado. É só isso?
Tom: Só estou sendo educado, o que você não foi outro dia, me chamando de idiota.
Mila: O que? Você me assustou. E ainda não parava de buzinar em uma rua que não tinha por onde eu desviar.
Tom: Eu pedi desculpas não foi?
Mila: Sim, eu já desculpei.

Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, ele ali falando comigo. Parecia tão fácil, foi tão fácil ter uma conversa com ele, que eu estava até um pouco assustada.

Tom: Até mais então.

Eu não respondi, ele deu ré no carro e entrou para o estúdio. Alem de ter sido fácil, não suspirei tanto. Ele era abusado, eu tinha conhecimento desse super ego dele, mas jamais achei que me tiraria do sério. E mesmo sendo irritante desse jeito, ele era provocante, mexia os lábios de uma forma que me incitava a olhar. Ele concerteza faz isso com todas as garotas.
Eu não olhei muito. Ele antes de entrar no estúdio, deu uma olhada rápida pra mim ainda sentada no meio fio e entrou. Depois me levantei e voltei pra casa.
Já na calçada de casa, o mesmo garoto do outro dia passou correndo de bicicleta pedindo licença pra mim. Eu me assustei.
Mila: Hey, idiota, passa por cima da próxima. Mas que droga, gente mau educada.

Entrei em casa e minha tia cozinhava o jantar.
Angela: Nossa, você demorou hein.
Mila: Ha desculpa, eu me distrai com a musica do meu mp3.
Angela: Escuta, você gostava daqueles meninos do Tokio Hotel não é.
Merda, isso la era assunto pra se começar agora?
Mila: Ha sim, eu gostava, a senhora me mandou alguns CDs uma vez.
Angela: Então, o estúdio deles é aqui perto. Acho que na rua de trás, todo mundo sabe, porque fica cheio de meninas pelas redondezas. Acho que eles estão gravando um CD novo, por isso vivem ai por esses dias.
Mila: Ha eu fiquei sabendo, mas não me entusiasma muito.
Angela: E você já conheceu alguém por ai? Alguma amiga, ou garoto?
Mila: Garoto? Ha sim, tem um mau educado que vive andando de bicicleta por ai.
Angela: Haaa, deve ser o Peter. Ele é filho da Anne, ele mora a duas casas daqui.
Mila: Hum ta.
Falei sem dar muita importância, nem merecia muito.

Eu não tirava minha cabeça dele. A forma como tudo aconteceu, do medo que eu senti da primeira vez, quando ele me assustou naquela pequena rua ainda estava aqui dentro. Não sei explicar. Sabe quando você se assusta com algo, e se lembra depois do susto sua respiração acelera? Mas ele não vai me assustar mais. Ele não me intimidava, geralmente era eu quem fazia isso. Ele não me conhecia.

Nós Dois - Capítulo 2

                               
 "Como um coelho sendo caçado por uma raposa"

Não ousei sair de casa mais ontem, passei o dia ajudando minha tia com tarefas de casa para me distrair. Quando o serviço de casa havia acabado, eu ia para o meu novo quarto arrumar minhas coisas de forma mais organizada ou para estudar alguns livros que eu havia pedido a minha tia, para poder ter alguma ideia do que eu aprenderia a partir da semana que vem. Mas hoje o dia, apesar de um dia de inverno insistia em permanecer bonito. E minha tia insistiu para que eu desce uma volta depois do almoço.

Mila: Huuum, não sei, eu posso ficar aqui mesmo, não queria sair.
Angela: Mas você vai ficar em casa sozinha, eu tenho um curso que eu faço durante as férias hoje, não posso faltar, a escola exige.
Mila: Eu vou ficar bem tia, não se preocupe.

Uma hora depois minha tia havia saído com o carro, um Peugeot 206 preto. Eu não queria fuçar na arrumação da casa enquanto ela não estava, então fiquei no sofá assisistindo tv até onde aguentava. Não aguentei por muito tempo. Decidi pegar os patins e sair para a rua.
Talvez eu tivesse mais sorte e não encontraria o tal carro novamente. Sai já com meus patins calçados e fui mesmo pela calçada, dessa vez na direção contraria a que eu havia andado ontem a tarde. Coloquei novamente meus fones, que dificilmente queriam funcionar, a musica desligava assim que eu dava o play.

Mila: Mas que droga, eu carreguei hoje essa merda, que sac...

Uma freiada brusca me desligou do fone e me fez olhar em choque para frente, o carro preto havia parado a centímetros de mim no meio da rua, eu nem percebi que havia me afastado tanto da calçada.
Tudo que eu conseguia ouvir era o som do meu peito pulando e sentir minhas pernas tremendo. Mas a única coisa que vi foi o reflexo dos meus olhos pequenos arregalados no vidro escuro.
Ele não buzinou, não fez nada. Foi a coisa mais estranha que senti, sendo encarada por um vidro escuro, porque ele concerteza atrás dele olhava pra mim. Um carro logo atrás dele buzinou me assustando também, não tanto quanto a segundos atrás, e ele então buzinou para mim.

Eu corri para calçada indo para trás da árvore e esperei ele se afastar. Mas não consegui tirar os olhos dele agora e não corri para longe. O carro quando chegou no final da rua retornou e começou a voltar.

Mila: Ham? Mas que merda, eu tenho que sair daqui.

Entrei por um beco que ficava entre as casas da rua para tentar sair do outro lado. Eu não fazia ideia por onde ele estava indo, porque concerteza havia me visto correndo. Eu contornei a rua por trás fazendo meus patins voarem.
Por sorte na lateral de quase todas as casas haviam esse pequenos becos cheios de plantas e latas de lixo, consegui chegar em casa mais rápido do que conseguiria vindo pela rua.
Entrei em casa e me joguei no sofá morta de cansaço. Quando dei por mim, estava sorrindo, e sentindo o prazer da perseguição.

Mila: Como um coelho sendo caçado por uma raposa. Será que ele havia retornado o carro por minha causa? Será que lembrava de mim de ontem? Será que é um sequestrador? Meu Deus, será mesmo um homem?

Eu não sabia. Ainda mais curiosa fui até a janela ver se via algo na rua. Foi quando olhei para a esquina e vi o carro vindo la em baixo prestes a dobrar a mesma. Eu não me contive, tinha de ir atrás já que agora eu poderia vê lo melhor e me esconder. Foi o que eu fiz, ainda com os patins nos pés corri para a tal esquina onde o carro havia acabado de dobrar.
Mas eu tinha de correr muito, ele já estava no final quando eu cheguei. Quando fui me aproximando o carro estava parado em um cruzamento onde tinha um certo movimento. Me escondi atrás da árvore até o carro começar a andar novamente.
Ele dobrou novamente uma rua depois do cruzamento, mas logo foi diminuindo a velocidade. Quando percebi isso esperei para ver que direção ele tomaria, então pudi correr atrás. Ele havia entrado em um jardim de alguma casa. Me aproximei, e conforme chegava mais perto, tudo me parecia bem familiar.

Quando finalmente me aproximei de uma parede de tijolos um pouco antes da entrada eu tive um choque e me senti completamente perdida. Aquele lugar era mais do que familiar pra mim, apesar de nunca ter estado la. Mila:Oh meu Deus. - Coloquei a mão na boca querendo tossir de nervoso. É o estúdio, o estúdio do Tokio Hotel. Meu Deus a casa é a duas ruas da minha.
Eu não conseguia parar de tremer, eu tentava acompanhar o carro que ainda contornava o jardim até a entrada mas meu corpo se inclinava para frente querendo cair no chão. Até que ele parou, e a minha respiração parou junto, ele desceu do carro, mas ainda era difícil saber quem era, ele estava completamente diferente do que eu esperava ver.

Mila: Tom?

Havia tirado os dreds do cabelo e agora usava tranças. Estava todo encazacado com uma espécie de gorro - boné e um lenço cinzas na cabeça. Ele só ficou do lado de fora o tempo de parar para acender o cigarro e entrar fechando a porta.

Eu levei um tempo até conseguir sair do transe, olhei a minha volta e descolei finalmente minhas mãos da boca. Vim o caminho todo com minhas pernas tremendo, pensando na possibilidade daquilo ser real. Era absurdo imaginar que ele foi a primeira pessoa depois da minha tia a me "receber" aqui.

Mila: Idiota, sua idiota, Mila é o Cadilac dele, o Cadilac. Não..não, mas isso não é possivel.

Continuava vindo feito uma loca pela rua falando sozinha e gesticulando com as mãos. Eu pensava em tantas coisas ao mesmo tempo, flashs de tantas coisas que eu ja tinha feito por essa banda veio na minha cabeça.
Eu havia começado a gostar da banda em 2005, quando minha tia Angela me mandou CDs daqui la por Brasil. Ela costumava me mandar coisas típicas daqui. Como era professora, ela adorava diversificação cultural, me mandava sempre algo típico da Alemanha, e daquela vez havia me mandado o "Schrei", e disse que era algo que as meninas alemãs gostavam muito. Mas os problemas da minha vida haviam me deixado mais na realidade do que na fantasia, eu fui apaixonada pelo Tom quanto tinha 14, 15 anos, isso não podia entrar na minha vida novamente.

Nós Dois - Capítulo 1

Faça algo por você, e faça sozinha Mila.

8 e meia da noite. Dormi a tarde inteira, depois de passar a madrugada arrumando minhas malas. Minhas roupas, sapatos, shampoos e cremes, meu urso, escova de dentes, e grande parte das poucas coisas que haviam no meu quarto. Pois a viagem que eu faria hoje a noite, por enquanto era sem volta. Alemanha, mais precisamente, Hamburgo, casa da minha tia e professora Angela.

Eu deveria estar empolgada, mais do que impolgada e radiante com a ideia. Mas eu iria terminar meus estudos la, em uma escola publica, e começar a faculdade onde minha tia dava aulas. Sim, qualquer um gostaria disso. Mas eu ia porque era um estorvo aqui, um peso. Minha mãe havia se casado novamente, e mesmo nunca dizendo claramente, eu sabia. Era a minha hora de sair de casa. Mas apenas com 17 anos? Que eu acabava de completar.

Tudo isso me fazia esquecer o porque eu deveria ser a pessoa mais feliz nesse momento, ir para Alemanha, era um sonho, um sonho de uma adolecente que queria de todas as formas encontrar aquele guitarrista famoso por quem era apaixonada. Mas isso havia ficado para tras, eu tinha de crescer agora. Eu não ia mais pra Alemanha por esse motivo. Iria para ficar sozinha.

Depois de uma despedida de alivio, por parte da minha mãe e meu padrasto, entrei no avião segurando minha bagagem de mão. Depois de me sentar olhei pela janela, admirando a lua que parecia ficar ainda mais perto de mim conforme decolavamos.

- Faça algo por você, e faça sozinha Mila.

Passei a viagem toda assim, olhando pela janela, vendo a distancia até a Alemanha ficar mais curta a cada nuvem.

Quando cheguei fui andando carregando minha mala de mão que parecia mais pesada do que antes. Encontrei minha tia me esperando no portão de desembarque, tão animada que me fez sorrir um pouco.

Angela:Cansada não é? Eu entendo querida. Vamos?

Ela foi cuidadosa comigo, perguntou pouco sobre minha vida no Brasil, mas falou bastante de como minha vida aqui seria. Ela não parecia tão mais velha desde a vez que haviamos nos visto pela ultima vez.

Chegando em casa, ela preparou um café da manha pra mim com coisas simples, que a gente encontra no Brasil, pão, manteiga, rosbife e suco de laranja.

A tv estava ligada em algum canal de novelas. Muito engraçado um drama novelistico em alemão.

Aproveitamos o café da manha para ela me contar sobre a escola. As aulas começavam semana que vem, 8 de janeiro, depois das férias de fim de ano. A escola ficava não muito longe, mas eu poderia ir com ela de carro todos os dias, ela lecionava la, graças a Deus. A escola era de inglês e alemão, eu dominava o inglês, mas não o alemão. Mas ela me disse que seria mais facil do que eu pensava.

Depois de chegar no meu quarto, que era mil vezes melhor que o que eu dormia no Brasil. Super arrumado e organizado, tomei um banho e cai na cama pra descansar da viagem. Me deitei na cama olhando a decoração em volta. As paredes eram lilás, e todos os moveis de madeira não muito escura. Havia uma escrivaninha logo a frente da minha cama perto de uma das janelas. Havia um banheiro só pra mim, e varias prateleiras para eu colocar o que eu quiser, era bastante aconchegante. Minha cama era boa tambem, ficava com a lateral direita para porta.

Angela: Hey não durma muito, aproveite o dia, estamos no inverno e hoje é o unico dia que o sol apareceu.

Mila: Ha claro, otimas boas vindas. - Falei abafando o som da minha voz no travesseiro.

Eu acordei um pouco antes do almoço, bem mais disposta e animada com toda a situação. Decidi que depois de comer iria dar uma volta pelo bairro. Pelo o que eu tinha visto a ruas eram tranquilas e haviam poucos carros passando.

Angela: Ha claro, pode andar tranquila por ai. Você vai a pé?
Mila: Hum, é né.
Angela: Nãão, pegue os meus patins, não uso eles a anos, mas estão em bom estado.

Me sentei na calçada para calça los, serviram perfeitamente. Quando eu ainda terminava de amarra los, um garoto com uma bicicleta passa a centimetros da minha cabeça baixa. Ele olhou para tras e sorriu debochando de mim.

Mila: Idiota. - Falei pra mim mesma.

Coloquei meu fone de ouvido e me levantei na direção contraria. Eu comecei andando em volta do quarteirão, as ruas não tinham nenhum buraco se quer, eram lisas e perfeitas, tudo ficava mais agradavel a cada minuto, eu estava adorando.

Eu cheguei no final de uma rua que eu não fazia a minima ideia de como se pronunciava o nome, que estava escrito na placa amarela logo acima.

Mila: Ok, só espero que não esteja escrito "Pare, risco de morte".

Eu decidi seguir a rua, pelo menos até o final da rua e depois voltar pelo mesmo caminho, era uma linha reta, não tinha erro.

Chegou a uma altura que as casas foram diminuindo, eu começei a encontrar uma casa a cada 200 metros. Eu estava concentrada na musica que ouvia, em volume alto,quando percebi um barulho insitente atras de mim. Um carro buzinava freneticamente.

Eu olhei para tras e um carro preto enorme buzinava feito loco. Eu fiz sinal com a mão para ele passar, mas o idiota insistia.

Mila: Hey pode passar. Não ta vendo a pista? Falei em ingles.
 
Eu acho que esse idiota não estava vendo mesmo a pista, nas laterias da pista não havia calçada, somente mato, e não tinha como eu sair da via estreita. Ele continuava buzinando com o carro lento atras de mim, mas nem se quer abriu o vidro.
 
Mila: Passa logo seu idiota, pode me atropelar. - Eu gritei para ele ouvir.
O carro subiu em cima do mato do outro lado e passou por mim furioso, enquanto ele passava eu bati com a mão na lateral do carro e o chinguei novamente.

Mila: Seu estupido.

A pessoa freiou bruscamente o carro a alguns metros de mim e a luz traseira se acendeu, ele estava dando  ré.

Mila: Merda!
 
 Eu tomei impulso com os patins e corri o mais rapido que pude, meu coração disparou de medo e eu corri corri feito loca. Eu só olhei para tras quando cheguei no final da rua. Ele havia sumido.
Eu suspirei aliviada e corri para casa da minha tia, eu cheguei tão descontrolada, que corri pelo gramado com patins e tudo e grudei na maceneta da porta feita uma esfomiada por madeira.

Angela: Mila, nossa, o que aconteceu?


Mila: Nossa tia, um..um idiota buzinando pra eu sair da frente na rua, eu chin..chinguei ele depois sai correndo.

Angela: Nossa, toma cuidado hein. Mas provavelmente não deve ser ninguem de fora, aqui é bem fechado.
 
Eu preferi escutar o que ela dizia e pensar que foi somente porque cheguei hoje e ainda estou um pouco assustada. Mas era assim que os alemães tão educados tratam a vizinhança? Passando o medo, agora eu pensava, quem aquele cara pensava que era?

Nós Dois

Nós Dois
Sinopse: Estou seguindo uma rua de mão única. Com uma garota qualquer e uma ideia fixa na cabeça.
Sim, a um buraco em minha alma. De uma volta fora da sua cabeça. E me diga como se sente sendo a pessoa que gira a faca dentro de mim.
Dê uma olhada e vai descobrir que não há nada lá.
Hole In My Soul - Aerosmith

Classificação: +18
Categorias: Tokio Hotel
Personagens: Bill Kaulitz, Tom Kaulitz
Gêneros: Romance
Avisos: Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Capítulos: 75   
Autora: Mich777

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