segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 30 - Criando coragem.

(Contado pela Laura)

      Se eu não me engano, era manhã de terça-feira. Estava no escritório, editando as últimas matérias que faria parte da revista. Ouço baterem na porta, em seguida a mesma é aberta.

           - O que você quer, Mandy? – perguntei, brava. – Não vê que estou ocupada?
           - Ih, pelo visto está de mau humor, não é?
           - Não te interessa! – respondi.
           - Sim, você está de mau humor. – ela se aproximou da minha mesa. – A reunião com o pessoal da revista, está marcada para daqui meia hora. Por favor, não se atrase!
           - É só isso?
           - Um-hum.
           - Então saia!

      Confesso que eu estava mesmo sendo muito grossa com ela, e tudo isso tinha um motivo, ou melhor, um nome: Kate. O que mais eu poderia fazer para ela acreditar em mim? Tudo que eu disse até agora, era verdade. Mas porque ela não acredita? É tão difícil assim?

      Continuei ali trabalhando, quando o olho pro relógio e noto que a hora passou voando. Larguei tudo ali, e fui até a sala de reuniões. O pessoal estava praticamente todo reunido, e se eu tivesse chegado um pouquinho mais tarde, teriam começado sem mim. Me sentei no lugar de sempre, e logo começaram as apresentações sobre algo que eu não fazia idéia. Aquilo era uma tortura, pois eu não estava prestando atenção em absolutamente nada! Meus pensamentos tentavam encontrar a melhor maneira de convencer a Kate que eu estava certa. Se é de uma prova que ela precisa, acharei, nem que para isso eu tenha que matar alguém!

           - Você gostou, Laura? – pergunta Bruno.
           - Gostou de quê?
           - Dessa proposta.
           - Tanto faz. – respondi.

      Todos estavam calados, e me olhando.

           - Olha, me desculpem. – me levantei. – Este não é o meu melhor dia, e preciso resolver algo urgentemente. – já ia me retirar.
           - Mas e a reunião? – Mandy grita.
           - Resolvam qualquer coisa! – respondi. – Confio em vocês!

      Fui correndo até minha sala, peguei minha bolsa e as chaves do carro. Esperei o elevador, que parecia não querer chegar. Fiquei apertando o botão várias vezes, até que em um momento as portas se abriram. Entrei, e fui até a garagem. Sai correndo entre os carros, até encontrar o meu. Acelerei, e sai a procura da Kate.

      Quinze minutos depois, estacionei em frente ao condomínio. Quando estava pronta para abrir a porta do carro, a vejo pelo retrovisor, chegando de mãos dadas com o Bill e o Brian. Os três sorriam, e pareciam estar muito felizes. No mesmo instante, desisti de tudo. Abri minha bolsa, peguei meu celular, e liguei pro Tom.

           - Alô?
           - Estou aqui em baixo, dentro do carro. – disse. – Desça agora!
           - Aconteceu alguma coisa?
           - Você é surdo, garoto? – estava brava.

      Desliguei, e fiquei aguardando. Pouquíssimos minutos depois, o Tom aparece. Ele vem correndo até meu carro. Foi só o tempo dele colocar o cinto, pra eu acelerar.

           - Agora vai me contar o que aconteceu? – pergunta ele.
           - Fique quietinho ai, que depois te explico. – respondi, sem desviar meu olhar da estrada.
           - Onde estamos indo? – não respondi. – Laura! – gritou, e olhei pra ele.
           - Daqui a pouco te contarei. Custa ter um pouco de calma?

      O levei até meu apartamento. Mal abri a porta, e ele já começou a me encher de perguntas.

           - Ok, agora me fala! – ele se sentou no sofá da sala.
           - O Bill e a Kate estão namorando? – perguntei. Estava de pé na frente dele.
           - Me trouxe aqui para perguntar sobre eles?
           - Poderia me responder?
           - Acho que sim. Eles vivem juntos. – me sentei ao seu lado. – Por quê?
           - Nada. – respondi.
           - Você gosta dela, não é?
           - Não quero falar sobre isso.
           - A Kate não te ama! – ele se levantou. – Ela ama o Bill, e você deveria entender!
           - O quê que é? Vai brigar comigo, é isso? – me levantei.
           - Laura... Eu gosto de você. – ele se aproximou. – Poxa, porque você não esquece a Kate de uma vez?
           - Não é tão fácil.
           - Seria, se você tentasse.
           - Acha que eu não quero? – meus olhos lacrimejaram. – Tudo que eu mais quero agora, é esquecer a Kate e viver a minha vida.
           - E... estou incluído nisso?
           - Provavelmente.

(Contado pela Kate)

      Estava criando coragem para contar ao Bill sobre a compra da casa. Mas tinha medo da reação dele. Aproveitei que a senhora C, milagrosamente decidiu sair com o filho, e fiquei sozinha com o Bill no apartamento.

      Ele estava sentado no sofá, assistindo televisão, quando me sentei ao seu lado. Ainda não sabia como iniciar a conversa, e aquilo estava me deixando inquieta.

           - Tá querendo me contar alguma coisa, não é? – pergunta ele.
           - Como sabe?
           - Quando quer contar algo, fica inquieta e mexendo os pés. – sorri. – Anda, conta logo.
           - Promete não ficar bravo?
           - Então a coisa é séria mesmo?
           - Um pouco.
           - Tudo bem, estou preparado pra qualquer coisa.

      Respirei fundo.

           - Comprei um imóvel. – disse, e ele ficou calado. – É um pouco longe daqui, mas o lugar é lindo.
           - Está pensando mesmo em se mudar?
           - Um-hum.
           - Quando?
           - Ainda não sei.
           - Porque não me avisou que iria comprar uma casa?
           - Não queria te ver triste.
           - E como acha que estou agora, sabendo que a minha namorada tá pensando em me abandonar.
           - Não vou te abandonar. Que drama. – eu ri.
           - Não é pra rir não. Isso é sério. – parei de rir na hora.
           - Bill – me levantei, e me sentei em seu colo. -, eu nunca te abandonaria. Só se eu estivesse louca!
           - Não tem mesmo uma data para a mudança?
           - Ainda não. E só farei isso, quando nossa vida estiver resolvida. – ele riu.
           - E eu posso saber como ela se resolveria? – me abraçou.
           - Bom, depende de você.
           - Aham, entendi. – me deu um selinho. – Promete que não fará nada por agora?
           - Prometo. – encostei meus lábios nos seus, e um beijinho delicado que só ele sabe dar, surgiu. – Ah, já que você não ficou tão bravo comigo, quero te mostrar a casa. – me levantei.
           - Quem disse que não fiquei bravo?- ele se levantou. – Vai ter que ralar pra contornar essa situação, gatinha. – nós rimos.
           - Bill – me aproximei dele. -, não me chama de gatinha, que isso não combina com você.
           - Eu sei. – ele segurou em minha cintura, e me puxou para perto.
           - Não faz isso. – minhas pernas já estavam tremendo.
           - Tem medo de não resistir, não é? – ele sussurrou.
           - Estou me controlando. – sussurrei de volta. – E se a mãe do Brian chegar, ela me colocará pra fora, e terei de me mudar mais cedo.
           - Opa! – ele se afastou. – Então vamos pra outro lugar.

      Pegamos o elevador até a garagem, e lá entramos no carro do Bill. Fui sua guia, e lhe mostrei o caminho até o condomínio onde eu havia comprado o imóvel. Não demoramos muito até chegarmos. Me identifiquei na portaria, e o carro seguiu até a casa.

           - É aqui. – disse, olhando pela janela.
           - Uau! É bem bonita. – ele elogiou.
           - Precisa ver por dentro.

      Saímos do carro, e caminhamos até a porta. Tirei a chave do bolso, e coloquei na fechadura. Abri a porta, e entrei, o convidando para fazer o mesmo. Bill entrou, e observou o lugar.

           - Gostou? – perguntei.
           - Sim. – respondeu. – Você tem um bom gosto.  
           - Vamos conhecer a parte de cima. – segurei em sua mão, e subimos a escada.

      Mostrei alguns cômodos, incluindo o quarto principal, que eu nem tinha parado pra reparar no quão grande era.

           - Este é o meu cômodo favorito. – disse Bill.
           - Como você é danado, hein?
           - Já experimentou a cama? – deu um meio sorriso.
           - Ainda não. – retribui.
           - O que acha de fazermos isso?
           - Agora?
           - Porque não? – ele se aproximou, e dei um passo para trás.
           - Bill, acho que... Não é um pouco cedo pra isso? – ele olhou pro seu relógio de pulso.
           - Já se passou um minuto, ou seja, já é tarde. – se aproximou novamente.
           - Tô falando sério. – me afastei. – Acho que deveríamos esperar um pouco mais.
           - Tudo bem. – ele me abraçou. – Quando se sentir a vontade, estarei aqui.
           - Obrigada.

      Sei que já fiz isso com o Bill, mas agora a situação é diferente. Naquela noite eu estava bêbada! Não quero transar com ele, e acordar na manhã seguinte sem me lembrar de nada. Quero que seja algo especial. Quero que seja único. 

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 29 - Ciúmes?

(Contado pela Kate)

      Era mais um daqueles dias em que o Sol brilhava intensamente, e te deixava com uma enorme vontade de não fazer absolutamente nada. Levei o Brian pro colégio, e como estaria com a tarde livre, resolvi sair à procura de um apartamento pra mim. Eu não passaria minha vida inteira cuidando do pequeno, e uma hora ou outra, eu sairia do emprego.

      Passei em vários condomínios, e numa dessas visitas, encontrei uma que me agradou muito. Não eram apartamentos, e sim casas. No térreo havia; jardim principal, piscina grande, churrasqueira, banheiro feminino e masculino com vestiário, sala de jogos, academia, sauna seca e a vapor, garagem com capacidade para cinco carros, biblioteca, sala de TV, lavanderia, salão principal, sala de jantar, lavabo, cozinha com copa, despensa, e varanda. No primeiro piso tinha; hall, suíte máster com dois closets e dois banheiros, suíte de hóspedes com closet, escritório, roupeiro com banheiro completo.

      De inicio, pensei que era algo muito grande pra uma pessoa “sozinha” como eu, viver. Mas se eu quisesse pensar no futuro, talvez aquele lugar fosse ideal para abrigar uma futura família. Apesar de o preço ser um pouquinho salgado, acabei fechando negócio. Recebi as chaves da casa, e o corretor disse que eu poderia me mudar quando eu quisesse.

      Como eu havia passado um bom tempo procurando por um novo lar, acabei notando que já era hora de buscar o Brian no colégio. Ele me aguardava no lugar de sempre; no pátio, sentado num dos bancos. O chamei, e ele veio correndo. Peguei sua mochila, segurei em sua mão, e fomos até um ponto de táxi mais próximo. Por coincidência, entramos no táxi que havia nos levado pra casa no primeiro dia em que comecei a trabalhar. O senhor deve ter achado estranho, pois desta vez estávamos quietinhos, e não “lutando” como da primeira vez.

      Aproveitei aquela oportunidade, pra citar sobre a minha mais nova compra, e talvez pudesse ir acostumando o pequeno de que um dia eu partiria.

           - E a casa é grande? – pergunta ele.
           - É enorme! – respondi, sorrindo.
           - Se você já tem uma casa, pra quê comprar outra?
           - Você sabe que esta casa não é minha. E estou até pensando em me mudar.
           - O quê? – perguntou incrédulo. – E quem vai cuidar de mim, se você for embora?
           - Não seja dramático. – disse. – Você começará a crescer, e não precisará mais de mim.
           - Quem disse? Se for assim, eu não quero crescer. – me abraçou. – Não quero crescer nunca!
           - Que bobagem é essa, Brian?
           - Kate, você não pode me deixar. Quem é que vai me levar pro colégio todos os dias? Quem vai me levar pro boliche, e pra tomar sorvete? Quem vai brigar comigo quando eu fizer algo errado?

      Era duro ter que admitir, mas ele tem razão. Se sua própria mãe não lhe dá atenção, quem fará tudo por ele? Estou tão apegada a esse garoto, que uma despedida agora seria a pior coisa do mundo.

      O táxi parou em frente ao condomínio. Paguei a corrida, e descemos. Entramos no elevador, e o Brian fez mais uma daquelas brincadeiras. Apertou todos os botões. Eu estava de bom humor, então nem me importei. Quando chegamos em casa, a porta estava aberta e havia algumas malas ali no corredor. Fiquei curiosa pra saber o motivo daquilo, e entramos rapidamente.

      Todas aquelas malas eram da Brenda. Ela teria alguns dias de férias, ou seja, eu ficaria praticamente sozinha num lugar onde minha “única” companhia era o Brian.

           - E quando você volta? – perguntei, enquanto a ajudava a carregar as últimas coisas.
           - Daqui vinte dias. – respondeu.
           - Isso tudo?! – fiquei preocupada. – Não poderia ser dez ou cinco dias?
           - Esta é a primeira vez que saio de férias. Tenho que aproveitar ao máximo.
           - E como é que irei sobreviver aqui? – coloquei as duas malas no corredor.
           - Está pegando essa mania dramática do Brian?
           - Por favor, não demore muito. – a abracei.
           - Se precisar de qualquer coisa, não me ligue.
           - Você é má!
           - Kate – segurou em minhas mãos. -, você é uma garota forte e sobreviverá sozinha. Aproveite pra se aproximar um pouco mais da senhorita O’Connell.
           - Adoro suas brincadeirinhas, sabia?
           - Eu sei. – olhou pro seu relógio de pulso. – Bem, está na minha hora. Boa sorte ai.
           - Obrigada, e eu acho que irei precisar mesmo.

      O porteiro do prédio pediu pro seu sobrinho bonitão ir pegar as malas dela, e colocar no elevador de serviço. Nos despedimos com um abraço apertado, e o Brian lhe deu algo para se lembra dele. Até parece que ela não vai voltar. Fiquei parada mais algum tempo ali no corredor, tentando acreditar que eu ficaria mesmo sozinha ali naquela casa.

           - Kate? O que faz ai parada? – pergunta Bill, e me viro.
           - A Brenda acabou de entrar de férias. – respondi.
           - E isso é ruim?
           - Pra mim é? Já imaginou ficar nessa casa com a mãe do Brian, e o pior, com o Brian! – fiz drama. Ele riu.
           - Não deve ser tão ruim assim.
           - Espero que não. – o abracei. – Vai me ajudar a não enlouquecer, não é?
           - Relaxa. Qualquer coisa, estarei aqui.
          
      O Brian apareceu.

           - Eu sabia que vocês estavam namorando. – disse o pequeno.
           - Deixa de ser enxerido, garoto! – disse, e nós três rimos. Bill se abaixou, para ficar mais ou menos da altura do Brian.
           - Vou te contar um segredo, mas promete não contar pra ninguém?
           - Prometo! – respondeu sem hesitar.
           - Eu amo a Kate. – Bill sussurrou.  
           - E ela te ama? – o garoto sussurrou de volta.
           - Não sei. Poderia perguntar pra mim?
           - Ô Kate, você ama o Bill? – perguntou alto.
           - Fala pro Bill, que eu também o amo. – sussurre em seu ouvido.
           - Ela disse que também te ama. – disse Brian.

      Não conseguimos segurar o riso. Bill se levantou, me segurou pela cintura, e selou nossos lábios.

           - ECA! – gritou Brian. – Seus nojentos! – saiu correndo pra dentro de casa.

      Nosso beijo foi interrompido, quando a porta do apartamento do Bill foi aberta, e o Tom saiu acompanhado por mais dois garotos.

           - Kate, esses são Georg e Gustav, integrantes da banda. – diz Bill.
           - Olá. – disse.
           - E ai, tudo bom? – diz Georg.
           - Oi, como vai? – diz Gustav.

      O Tom fica calado, e com expressão séria. Fiquei sem graça.

           - B-Bom, eu vou entrar, pois o Brian deve estar precisando de mim.

      Acenei para os meninos, dei um selinho no Bill, e entrei.

(Contado pelo Bill)

      Tom acompanhou os meninos até o térreo. Entrei em casa, me sentei no sofá, liguei a TV, e comecei a assistir uma série que acabara de estrear. Instantes depois, o Tom aparece. Ele caminhava em direção ao corredor que dava acesso aos quartos, quando o chamei.

           - O que tem contra a Kate? – pergunte, me levantando.
           - Não tenho nada contra ela. – responde.
           - E porque a trata daquele jeito?
           - De que jeito?
           - Você mal fala com ela!
           - E o que queria que eu fizesse? Queria que eu a abraçasse e lhe desse três beijinhos na bochecha? Ah, me poupe, Bill.
           - Poderia se rum pouco mais educado, e dizer pelo menos “oi, tudo bem?”.
           - Ah tá. Vou mesmo fazer papel de ridículo cumprimentando a sua namoradinha.
           - Qual seu problema, hein?
           - Meu problema, é que a mina que eu to a fim, gosta da sua namorada! Satisfeito?
           - Está com ciúmes da Kate?
           - Estou! Algo contra?
           - Isso é idiotice. A Kate e eu estamos namorando, e ela mal fala na Laura.
           - Sorte sua! Mas a Laura vive falando nela.
           - Quer um conselho?
           - Não! – se retirou.

      Não acredito que o Tom está com ciúmes da Kate. Só pode ser brincadeira. E ele tinha que gostar logo da garota que é a fim dela?

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 28 - Mas e eu? E nós?

(Contado pela 3º pessoa)

           - Porque não me contou que conhecia o pai do Brian?
           - Porque eu não o conheço. – responde Laura, fechando a porta.
           - Pode ir parando, ok? – Kate joga sua bolsa no sofá. - Eu já sei de muita coisa!
           - Do que está falando? – parecia um pouco nervosa.
           - Sei você trabalhou um bom tempo com o pai dele, e que teve até um caso com ele.
           - Quem te contou isso?
           - Não interessa! Só quero saber por que não me disse nada?! – fez uma pausa. – Eu disse que se descobrisse a verdade, nossa amizade acabaria no ato, não é?
           - Kate, por favor, me deixe explicar!
           - Explicar o quê? Pensei que fossemos mesmo amigas, mas você vive mentindo!
           - Não! – ela se aproxima. – Tudo que falei até agora, era verdade.
           - E que história é essa de ter um caso com o homem alheio?
           - Sente-se, e irei te contar tudo.

      Kate se sentou na poltrona, e Laura no sofá. Ficaram em silêncio por alguns instantes, até que a Laura começou a contar toda a história.

           - Eu tinha uma namorada, que precisava se mudar pra cá, por conta de seu trabalho. E pra não terminar com ela, resolvi abandonar tudo e vir junto. Ela era assistente pessoal do Jack...
           - Quem é Jack?
           - Pai do Brian. – e foi continuando. – Por ela ser assistente, acabou me conseguindo um emprego como secretária dele. Tudo corria perfeitamente bem, até ele começar a dar em cima de mim. Cheguei até contar pra minha namorada, mas ela nunca acreditava, ou fingia não acreditar. Num dia, quando a Júlia não pôde ir pra revista, o Jack se aproveitou da situação, e me agarrou em sua sala. Fiquei revoltada, e lhe dei até um tapa no rosto. Ameacei dizendo que o entregaria pra policia, mas ele pareceu não se importar. Pedi demissão, e ele me disse “se você sair dessa empresa carregue sua namorada junto, e pode ter certeza que a vida de vocês será um inferno!”.

      Kate ouvia toda a história com muita atenção, e por vezes esboçava algumas reações.

           - Óbvio que fiquei com medo daquilo. – Laura continuava. – Principalmente pela Júlia não ter culpa alguma do que estava acontecendo. Se alguém tinha que sair daquela revista, era eu, e não a Júlia.
           - Esperai. – Kate interrompeu. – Está tentando me dizer que o Jack é dono daquela revista em que trabalhei?
           - Sim. Ele é proprietário de várias coisas aqui. O Simon é apenas um “escudo”, para ele não precisar aparecer com tanta freqüência.
           - Ok. Continue.
           - A Júlia acabou descobrindo que nos beijamos, mas ela só soube de algumas coisas, e por fim terminamos. Achei que aquela seria a oportunidade perfeita pra sair da revista, e novamente pedi demissão. Foi ai que o Jack me fez uma proposta.
           - Que tipo de proposta?
           - Ele disse “você tem muita capacidade pra crescer dentro desta empresa, não merece esse mísero cargo de secretária. Pago sua faculdade de jornalismo, se continuar a trabalhar comigo.”. Não iria aceitar, mas ele insistiu tanto, e foi acrescentando ainda mais coisas.
           - Você se vendeu por causa de uma faculdade? – perguntou Kate, incrédula.
           - E o que você faria se sua namorada lhe abandonasse, você não tivesse um lugar pra ficar, e ainda por cima, não conhecesse nada na cidade dos outros?
           - Voltaria pra casa.
           - Como? Eu mal tinha dinheiro pra pagar um prato de comida!
           - Você... dormiu com ele nesse período em que estou trabalhando na casa dele?
           - Não! – respondeu sem hesitar. – Não estamos juntos há muito tempo. Ele apareceu aqui após ter brigado com a esposa, mas dei um jeito de expulsá-lo.

      A conversa durou mais um longo tempo. Mas ainda assim, a Kate não parecia acreditar no que a Laura estava dizendo. Ela pegou sua bolsa, e saiu do apartamento sem dizer absolutamente nada.

(Contado pela Kate)

      Mesmo que eu quisesse muito acreditar no que a Laura estava dizendo, era difícil. Sei lá, as coisas não pareciam encaixar perfeitamente. Pra mim, ela ainda está escondendo alguma coisa. E da mesma maneira que descobri por boca de outras pessoas, acabarei descobrindo o restante da verdade.

      Na rua, peguei um táxi e pedi ao motorista que ficasse rodando pela cidade, pois eu precisava pensar um pouco. Eu queria conversar com alguém, mas naquele momento a única pessoa “disponível” era o motorista. Um senhor de idade, de aparência simpática, e até parecia o meu avô.

           - Pelo seu rostinho triste, parece estar passando por maus bocados, não é?
           - Descobri algumas coisas sobre a minha melhor amiga, que não me agradaram muito. Perguntei se eram mesmo verdades, mas ela negou.
           - E você não sabe se acredita nela ou não.
           - Exato.
           - Posso dar um conselho?
           - Claro.
           - Espere. Simplesmente espere, pois o tempo irá lhe mostrar a verdade. Nada ficará escondido.

      Ele realmente se parece muito com meu avô. E após ter me dado esse conselho, o senhor me deixou no condomínio. Ele foi tão bonzinho comigo, que cobrou apenas a metade do preço. Lhe agradeci, e desci do carro. Entrei no condomínio, e peguei o elevador. Fiquei pensando no conselho que o senhor havia me dado, até que as portas do elevador foram abertas. Sai, abri minha bolsa, peguei a chave, e entrei no apartamento.

      O Brian veio correndo até mim, e me abraçou com força. A senhora C estava assistindo televisão, e não desviou seu olhar da mesma quando entrei. Deixei o pequeno ali, e fui pro meu quarto. Tranquei a porta, e me joguei na cama. Permaneci olhando pro teto por alguns minutos. Me levantei, tirei minha roupa ali mesmo, e fui pro banheiro usando apenas lingerie. Abri as torneiras da banheira, e enquanto a água preenchia a mesma, eu me colocava em frente ao espelho e prendia meu cabelo. Tirei o sutiã, em seguida a calcinha, e caminhei até a banheira. Entrei, e fiquei de molho por longos e relaxantes vinte minutos. Queria ficar ali por mais algum tempo, mas a água estava começando a ficar fria.

      Sai do banheiro enrolada numa toalha branca, abri o guarda-roupas e peguei um short jeans, uma blusa xadrez vermelha, e meu all star. Passei desodorante, creme hidratante, me vesti, passei perfume, deixei o cabelo solto, pois ele estava molhado, e fiz uma leve maquiagem.


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(Contado pelo Bill)

      Georg e Gustav vieram até aqui para nos conhecermos melhor, e começarmos a nos adaptar um com o outro, já que passaríamos um enorme tempo juntos. Iríamos fazer o primeiro ensaio no dia seguinte, e eu estava ansioso para que isso acontecesse mesmo. Apesar do pouco tempo, nós já estávamos nos divertindo muito. E mesmo estando brigado com o Tom, não deixei que os outros dois percebessem isso, pois nossos problemas não devem interferir em nada.

      A conversa estava muito boa, e aproveitávamos para jogar vídeo game. Ouço a campainha tocar, e me levanto para ir atender. Abri a porta, e era a Kate.

           - Será que... Poderíamos dar uma volta? – pergunta ela.
           - Claro! – respondo. – Só me dê um minutinho.

      Insisti para que entrasse, mas ela não quis. Preferiu ficar ali na porta mesmo. Fui até o quarto, peguei minha carteira e as chaves do carro e da casa. Ia passando pela sala, quando o Tom diz:

           - Vai sair agora, é?
           - Sim, por quê? – me viro pra ele.
           - Porque nós temos visitas. – diz ele.
           - Só porque somos uma banda, não significa que precisamos ficar juntos no mesmo lugar! – fiz uma pausa. – Também preciso viver a minha vida paralela, e com certeza os meninos não se incomodarão com isso, não é?
           - Não. – responderam em uníssono. O Tom ficou calado.

      Sai de casa, e encontrei a Kate em frente a porta do elevador. Entramos, e descemos até a garagem. Dei partida no carro, quando ela colocou o sinto de segurança.

      Pouco depois, estacionei no parque que costumávamos ir. Iniciamos uma caminhada.

           - A Laura já teve um caso com o pai do Brian. – disse Kate.
           - Nossa! – disse incrédulo.
           - Também não estou acreditando, mas é verdade.
           - E já falou com ela sobre isso?
           - Sim. Conversamos por várias horas, e ela me contou como tudo aconteceu.
           - E como você ficou, depois de saber disso?
           - Bem, eu já estava com um pouco de dificuldade em acreditar nela, e depois dessa, as minhas dúvidas parecem ter aumentado.
           - Entendo.
           - Estava pensando e... Percebi que a minha vida, ao invés de melhorar, ela está piorando cada vez mais, depois que comecei a cuidar do Brian.
           - Como assim?
           - Antes eu não tinha tanto medo de perder um emprego, e agora tento fazer o impossível pra isso não acontecer.
           - E isso é ruim?
           - Não sei. – ela fez uma pausa. – Estou pensando em pedir demissão.
           - O quê? – parei, e fiquei de frente pra ela. – Não! Você não... Não pode fazer isso.
           - Eu não agüento mais ter que ficar entre um casal que passa praticamente vinte e quatro horas brigando, e um desses motivos, inclui uma pessoa que eu já levei pra dentro daquela casa! Não agüento mais ter tapar o sol com a peneira, cuidando do Brian, que sente falta do carinho de uma mãe!
           - Kate... Você não pode largar este emprego!
           - Talvez seja uma ótima oportunidade pra mãe do Brian ficar mais tempo com ele. E ela pode muito bem contratar outra babá.
           - O Brian não precisa de outra babá! Ele precisa de você!
           - Ele é uma criança, e irá se acostumar facilmente com outra pessoa.
           - Ok, digamos que ele consiga se acostumar. Mas... Mas e eu? E nós? Eu não conseguirei me acostumar sem você. – ela ergueu sua mão direita, e passou a mesma em meu rosto.
           - As coisas não irão mudar entre nós. Muito pelo contrário, elas só tendem a crescer ainda mais.
           - Mas você precisará se mudar pra outro apartamento.
           - Eu sei. E isso não significa que ficaremos longo um do outro.
           - Os trabalhos com a banda começam ainda nessa semana, e parece que não acabarão por tão cedo. Se você continuar lá no condomínio, as coisas ficariam bem mais fáceis.
           - Darei um jeito de ir de visitar.
           - Não quero ver você só em pequenas visitas! Eu te quero sempre perto! O mais perto possivel! – me aproximei dela.
           - Pra tudo há uma solução.
           - Por favor... Não peça demissão. Tanto eu, quanto o Brian, não agüentaríamos ficar longe de você.
           - Olha, eu prometo ficar até o próximo mês.

      Tentarei convencê-la de todas as maneiras, que deve ficar. Farei o impossível, se for preciso. Mas longe da Kate, não ficarei.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 27 - Need You Now!

São 1:15
Estou completamente só e preciso de você agora
Disse que eu não viria
Mas perdi todo o controle e preciso de você agora
E não sei como sobreviver
Só preciso de você agora

(Contado pelo Bill)

      Aquilo estava tão bom, que nem ao menos notei quando a porta do apartamento foi aberta.

           - Você quebrou a nossa promessa, e trouxe essa garota aqui sem me avisar?! – disse Tom. 

      Nosso beijo foi interrompido.

           - Tom?! – disse, e sai de cima da Kate.
           - O que ela faz aqui? – ele fecha a porta. Me levantei, e ajudei a Kate a fazer o mesmo.
           - Estávamos assistindo filme. – respondi.
           - Ah, é mesmo? – ele cruzou os braços. – Engraçado, porque não tô vendo a televisão ligada, e vocês dois estavam no chão, quase transando.
           - Tom! – o repreendi.

      Kate permaneceu calada.

           - Então quer dizer que você pode trazer qualquer garota pra dentro de casa, fazer a maior bagunça, e eu não posso?! – ele reclamou.
           - Não é bem assim. – disse. – E eu já disse que ela não é qualquer garota!
           - Não tô nem ai! Tínhamos uma promessa, e você foi o primeiro a quebrá-la!
           - É melhor eu ir embora. – disse Kate.
           - Concordo! – disse Tom.

      Ela ficou ainda mais sem graça após o Tom dizer aquilo, e caminhou em direção a saída. Fui atrás dela.

           - Kate! Kate espera! – a segurei pelo braço, e a fiz virar para mim. 
           - Eu sabia que isso não daria certo.
           - Por favor, não dê ouvidos ao que o Tom diz.
           - Mas ele tem razão. – ela se desvencilhou. – Ele tem toda razão!
           - Não! Ele não tem razão de nada! E também não pode me impedir de receber você lá em casa.
           - Bill, não quero que brigue com o Tom por minha causa. E talvez seja melhor mesmo eu não freqüentar a sua casa sem que ele saiba.
           - O quê?
           - Será bem melhor.
           - Não. O Tom não pode nos impedir de nada.
           - Olha... É melhor você entrar e conversar com ele. Amanhã a gente se vê, em outro lugar.

      Kate tirou a chave do bolso, e colocou na fechadura.

           - Espere. – a fiz virar novamente. – Me promete que... Que essa idiotice dele não mudará nada entre nós?
           - Outra hora falamos sobre isso.
           - Kate...
           - Outra hora, Bill. – me interrompeu.
           - Ok.

      Ela entrou, sem nem ao menos me dar um beijo. Fiquei parado ali no corredor por alguns segundos, até voltar pra casa. O Tom estava esparramado no sofá sujo de pipoca.

           - Você ficou doido?! – bati a porta, e ele não se deu o trabalho de olhar pra trás. – Porque disse aquilo?

      Dei a volta e fiquei de frente pra ele.

           - Não vem querer me dar sermão, porque você sabe que estou certo. – disse ele.
           - Só pode estar brincando, não é? – ri.
           - Não, não estou brincando. – se levantou. – Quando eu trouxe as minhas amigas aqui, você fez o maior barraco...
           - Nem adianta querer comparar, que isso não dá certo! – o interrompi. – A situação é completamente diferente.
           - Diferente por quê?
           - Porque o que você estava fazendo, era praticamente uma orgia!
           - Que exagero!
           - Exagero? Você trouxe cinco garotas pra cá, e aposto que transou com todas elas. Que nome se dá a isso?
           - Como se você e a Kate não tivesse feito isso.
           - E não fizemos!
           - Ah, tá. Mas se eu tivesse demorado mais um pouquinho, com certeza teriam feito. Você estava em cima dela!
           - Estávamos apenas nos beijando.
           - As coisas começam assim. Primeiro vem o beijo, ai sua mão boba começa a tirar a roupa dela, e as coisas vão ficando mais quente, e o resto você já sabe.
           - Você é um... Um idiota, sabia?! Nem deve ter reparado a maneira como tratou a Kate. Praticamente a chamou de puta!
           - Não está faltando quase nada pra ela ser isso mesmo.

      Ouvir aquilo foi a gota d’água. O sangue do meu corpo pareceu ter subido pra cabeça. Não consegui me controlar, e dei um soco no Tom, que o fez cair.

           - NUNCA mais repita isso! – disse, com raiva. – Ela NÃO é o que você pensa! – ele se levantou.
           - Esse soco que me deu, você receberá de volta, quando a sua namoradinha lhe trair com a melhor amiga!
           - Cale a boca, Tom!
           - O que foi? Está com medo?
           - Já disse pra calar a boca!
           - Eu tenho pena de você, Bill. – ele caminhou em direção ao corredor que dá acesso aos quartos, mas no meio do caminhou parou. – Vou me deitar, e amanhã quando eu acordar quero que esta sala esteja novinha outra vez.

      Não sei porque, mas acho que já ouvi essa frase antes. Ah, fui eu quem disse ao Tom. Ele se retirou, e fiquei lá no meio da sala, sozinho. Passei o resto da noite arrumando tudo, e tentando deixar as coisas limpas como antes.

(Contado pela Kate)

      Acordei ao ouvir o despertador tocar. Estava com sono, mas precisava me levantar. Fiz um pequeno esforço, e consegui chegar ao banheiro. Prendi o cabelo, fiz minha higiene bucal, tomei meu banho. Sai enrolada numa toalha branca, abri o guarda-roupas. O dia não estava como o anterior, muito pelo contrário, estava meio frio e ventava um pouco. Passei o desodorante, creme hidratante pro corpo... E me vesti. Penteei o cabelo, e resolvi deixar solto mesmo. Passei rímel, blush, e gloss. Coloquei aquilo que achava necessário dentro da minha bolsa, e sai do quarto.


      Cheguei à cozinha, e encontrei a Brenda preparando o café dos O’Connell. Coloquei minha bolsa em cima de uma das cadeiras, e me sentei em outra.

           - Bom dia, gata! – disse.
           - Que felicidade é essa? – pergunta ela.
           - Só contarei, se prometer não fazer gracinha ou qualquer tipo de comentário.
           - Ok, eu prometo.

      Me levantei, e me aproximei dela. Aproveitei que ela cortava alguns morangos em pedaços, e comi um pouco.  

           - O Bill disse que gosta de mim.
           - Tá falando sério? – ela parou o que estava fazendo, e me olhou.
           - Um-hum. Ele... Ele disse que está apaixonado.
           - Que fofo. E você?
           - Eu o quê?
           - Como assim “eu o quê?”. Você gosta dele?
           - Acho que sim.
           - Acha?
           - Eu gosto dele, sabe? Mas... Tenho medo de não dar certo e um de nós acabarmos machucados.

      A nossa conversa teria sido mais longa, se o Brian não tivesse aparecido todo sorridente. Ele veio correndo me abraçar, como se tivesse passado um tempão sem me ver.

           - Hoje eu vou pra escola, não é? – pergunta ele.
           - Claro que vai! – respondi.

      Até parece que ele adora estudar. A senhora C havia saído bem cedo pro trabalho, e o senhor C, eu nem tinha visto. Na verdade, a coisa mais rara era ver esses dois dentro de casa. O Brian e eu tomamos o café juntos, e depois lhe disse para escovar os dentes, pois se não chegaríamos atrasados.

           - Já tô indo! – disse Brian, correndo pro banheiro.

      Pouquíssimo tempo depois, ele reaparece.

           - Escovou os dentes? – perguntei, desconfiada.
           - Sim. – respondeu.
           - Não deu tempo.
           - Deu sim.
           - Vem, vamos escovar isso direito.

      O segurei pela mão, e fiquei observando ele escovar. Só depois que saímos de casa. Na rua, pegamos um táxi, para chegarmos mais rápido ao colégio. Assim que descemos do carro, o Brian gritou:

           - Olha o Bill ali! – apontou, e correu até ele.

      Mas o quê que o Bill faz aqui? Pensei. Me aproximei.

           - Oi, Kate. – disse ele.
           - Oi. – respondi, e sorri.

      O sinal do colégio tocou, dei abraço, em seguida um beijo no Brian, e o acompanhei até o portão de entrada. Fiquei observando-o até uma das professoras pegar em sua mão.

           - Aceita tomar um suco, ou qualquer coisa comigo? – pergunta Bill.
           - Claro.

      Fomos até aquela lanchonete que costumamos ir. Nos sentamos numa mesa próxima a janela, e fizemos o pedido.

           - Queria pedir desculpas pela palhaçada que o Tom fez. – disse ele.
           - Tudo bem, já passou. Mas... Vocês brigaram?
           - Sim. – respondeu após algum tempo. – E fica tranqüila, porque você não teve culpa de nada. Ele que foi um idiota, e disse coisas que não deveria.
           - Mas ainda assim, eu tive um pouco de culpa. Se eu não tivesse ido a sua casa àquela hora, nada disso teria acontecido.
           - Não se culpe.

      O garçom se aproximou, e deixou o nosso pedido.

           - Eu queria... Saber uma coisa. – segurou minha mão.
           - O quê?
           - Nós dois... – parecia não saber como iniciar o assunto. – Temos algum futuro?
           - Bill... A primeira coisa que prometi a mim mesma quando aceitei trabalhar na casa dos O’Connell, é que não iria me envolver ou me apaixonar por ninguém...
           - Já entendi. – soltou minha mão, e abaixou um pouco a cabeça. – Nós não temos futuro.
           - Posso terminar de falar?
           - Desculpa.
           - Então, como eu estava dizendo – suspirei. -, prometi que nada disso poderia acontecer comigo. Mas você sabe tanto quanto eu, que nem sempre os planos dão certo, e as pessoas mudam.
           - Um-hum.
           - E foi exatamente isso que aconteceu. – ele ergueu a cabeça, e me olhou.
           - Está querendo dizer que...
           - Preciso dizer uma coisa. – o interrompi. – Mas essa coisa deve ser dita exatamente da mesma maneira que uma pessoa me disse. – me levantei, segurei na mão dele, e o fiz levanta. Aproximei meus lábios de seu ouvido, e sussurrei. – Estou completamente... Apaixonada... Por você.

      Me afastei um pouco, e o olhei nos olhos. Nem eu estava acreditando no que eu acabara de fazer. Uma de suas mãos tocou meu rosto, me fazendo fechar os olhos, e os abrir em seguida. Um arrepio percorreu meu corpo, e meu coração já batia descontroladamente. Senti suas mãos enlaçarem minha cintura e me puxar para perto, colando nossos corpos de uma maneira que eu sentia as batidas de seu coração. Seus lábios tocaram os meus, e tive a sensação de estar flutuando. Senti as tão famosas e agradáveis borboletas no estômago.

      Cheguei em casa com um sorriso que ia de uma orelha a outra. Fechei a porta, e fiquei escorada nela. Por um instante meus olhos se fecharam, e pude ver e até mesmo sentir o momento exato em que nos beijávamos. Parecia um sonho, e eu não estava a fim de acordar. Mas como dizem “alegria de pobre dura pouco”, e aquele sonho foi interrompido.

           - Kate! – a senhora C me chamou. – Pode vir até meu escritório?
           - Sim, senhora. – respondi, e caminhei até lá.

      Como ela havia pedido, fechei a porta e me sentei numa das cadeiras. Pelo olhar dela, o que viria a seguir não era muito bom.

           - Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
           - Te chamei aqui, pois precisamos ter uma longa e séria conversa.

(Contado pela 3º pessoa)

      O apartamento estava silencioso. Laura havia acabado de sair do banho. Ela coloca roupas confortáveis, que haviam sido escolhidas pouco antes de entrar no banheiro. Se arruma, e vai até a cozinha. Abre alguns armários, geladeira, e pega o necessário para preparar um sanduíche. Ela guarda tudo, e se senta à mesa. Quando estava prestes a dar a primeira mordida, sua campainha toca.

           - Mais que droga! – ela reclama.

      Se levanta com raiva, e vai atender. Abre a porta, e a Kate já entra dizendo:

           - Porque não me contou que conhecia o pai do Brian?

Postado por: Grasiele

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