segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 30 - Criando coragem.

(Contado pela Laura)

      Se eu não me engano, era manhã de terça-feira. Estava no escritório, editando as últimas matérias que faria parte da revista. Ouço baterem na porta, em seguida a mesma é aberta.

           - O que você quer, Mandy? – perguntei, brava. – Não vê que estou ocupada?
           - Ih, pelo visto está de mau humor, não é?
           - Não te interessa! – respondi.
           - Sim, você está de mau humor. – ela se aproximou da minha mesa. – A reunião com o pessoal da revista, está marcada para daqui meia hora. Por favor, não se atrase!
           - É só isso?
           - Um-hum.
           - Então saia!

      Confesso que eu estava mesmo sendo muito grossa com ela, e tudo isso tinha um motivo, ou melhor, um nome: Kate. O que mais eu poderia fazer para ela acreditar em mim? Tudo que eu disse até agora, era verdade. Mas porque ela não acredita? É tão difícil assim?

      Continuei ali trabalhando, quando o olho pro relógio e noto que a hora passou voando. Larguei tudo ali, e fui até a sala de reuniões. O pessoal estava praticamente todo reunido, e se eu tivesse chegado um pouquinho mais tarde, teriam começado sem mim. Me sentei no lugar de sempre, e logo começaram as apresentações sobre algo que eu não fazia idéia. Aquilo era uma tortura, pois eu não estava prestando atenção em absolutamente nada! Meus pensamentos tentavam encontrar a melhor maneira de convencer a Kate que eu estava certa. Se é de uma prova que ela precisa, acharei, nem que para isso eu tenha que matar alguém!

           - Você gostou, Laura? – pergunta Bruno.
           - Gostou de quê?
           - Dessa proposta.
           - Tanto faz. – respondi.

      Todos estavam calados, e me olhando.

           - Olha, me desculpem. – me levantei. – Este não é o meu melhor dia, e preciso resolver algo urgentemente. – já ia me retirar.
           - Mas e a reunião? – Mandy grita.
           - Resolvam qualquer coisa! – respondi. – Confio em vocês!

      Fui correndo até minha sala, peguei minha bolsa e as chaves do carro. Esperei o elevador, que parecia não querer chegar. Fiquei apertando o botão várias vezes, até que em um momento as portas se abriram. Entrei, e fui até a garagem. Sai correndo entre os carros, até encontrar o meu. Acelerei, e sai a procura da Kate.

      Quinze minutos depois, estacionei em frente ao condomínio. Quando estava pronta para abrir a porta do carro, a vejo pelo retrovisor, chegando de mãos dadas com o Bill e o Brian. Os três sorriam, e pareciam estar muito felizes. No mesmo instante, desisti de tudo. Abri minha bolsa, peguei meu celular, e liguei pro Tom.

           - Alô?
           - Estou aqui em baixo, dentro do carro. – disse. – Desça agora!
           - Aconteceu alguma coisa?
           - Você é surdo, garoto? – estava brava.

      Desliguei, e fiquei aguardando. Pouquíssimos minutos depois, o Tom aparece. Ele vem correndo até meu carro. Foi só o tempo dele colocar o cinto, pra eu acelerar.

           - Agora vai me contar o que aconteceu? – pergunta ele.
           - Fique quietinho ai, que depois te explico. – respondi, sem desviar meu olhar da estrada.
           - Onde estamos indo? – não respondi. – Laura! – gritou, e olhei pra ele.
           - Daqui a pouco te contarei. Custa ter um pouco de calma?

      O levei até meu apartamento. Mal abri a porta, e ele já começou a me encher de perguntas.

           - Ok, agora me fala! – ele se sentou no sofá da sala.
           - O Bill e a Kate estão namorando? – perguntei. Estava de pé na frente dele.
           - Me trouxe aqui para perguntar sobre eles?
           - Poderia me responder?
           - Acho que sim. Eles vivem juntos. – me sentei ao seu lado. – Por quê?
           - Nada. – respondi.
           - Você gosta dela, não é?
           - Não quero falar sobre isso.
           - A Kate não te ama! – ele se levantou. – Ela ama o Bill, e você deveria entender!
           - O quê que é? Vai brigar comigo, é isso? – me levantei.
           - Laura... Eu gosto de você. – ele se aproximou. – Poxa, porque você não esquece a Kate de uma vez?
           - Não é tão fácil.
           - Seria, se você tentasse.
           - Acha que eu não quero? – meus olhos lacrimejaram. – Tudo que eu mais quero agora, é esquecer a Kate e viver a minha vida.
           - E... estou incluído nisso?
           - Provavelmente.

(Contado pela Kate)

      Estava criando coragem para contar ao Bill sobre a compra da casa. Mas tinha medo da reação dele. Aproveitei que a senhora C, milagrosamente decidiu sair com o filho, e fiquei sozinha com o Bill no apartamento.

      Ele estava sentado no sofá, assistindo televisão, quando me sentei ao seu lado. Ainda não sabia como iniciar a conversa, e aquilo estava me deixando inquieta.

           - Tá querendo me contar alguma coisa, não é? – pergunta ele.
           - Como sabe?
           - Quando quer contar algo, fica inquieta e mexendo os pés. – sorri. – Anda, conta logo.
           - Promete não ficar bravo?
           - Então a coisa é séria mesmo?
           - Um pouco.
           - Tudo bem, estou preparado pra qualquer coisa.

      Respirei fundo.

           - Comprei um imóvel. – disse, e ele ficou calado. – É um pouco longe daqui, mas o lugar é lindo.
           - Está pensando mesmo em se mudar?
           - Um-hum.
           - Quando?
           - Ainda não sei.
           - Porque não me avisou que iria comprar uma casa?
           - Não queria te ver triste.
           - E como acha que estou agora, sabendo que a minha namorada tá pensando em me abandonar.
           - Não vou te abandonar. Que drama. – eu ri.
           - Não é pra rir não. Isso é sério. – parei de rir na hora.
           - Bill – me levantei, e me sentei em seu colo. -, eu nunca te abandonaria. Só se eu estivesse louca!
           - Não tem mesmo uma data para a mudança?
           - Ainda não. E só farei isso, quando nossa vida estiver resolvida. – ele riu.
           - E eu posso saber como ela se resolveria? – me abraçou.
           - Bom, depende de você.
           - Aham, entendi. – me deu um selinho. – Promete que não fará nada por agora?
           - Prometo. – encostei meus lábios nos seus, e um beijinho delicado que só ele sabe dar, surgiu. – Ah, já que você não ficou tão bravo comigo, quero te mostrar a casa. – me levantei.
           - Quem disse que não fiquei bravo?- ele se levantou. – Vai ter que ralar pra contornar essa situação, gatinha. – nós rimos.
           - Bill – me aproximei dele. -, não me chama de gatinha, que isso não combina com você.
           - Eu sei. – ele segurou em minha cintura, e me puxou para perto.
           - Não faz isso. – minhas pernas já estavam tremendo.
           - Tem medo de não resistir, não é? – ele sussurrou.
           - Estou me controlando. – sussurrei de volta. – E se a mãe do Brian chegar, ela me colocará pra fora, e terei de me mudar mais cedo.
           - Opa! – ele se afastou. – Então vamos pra outro lugar.

      Pegamos o elevador até a garagem, e lá entramos no carro do Bill. Fui sua guia, e lhe mostrei o caminho até o condomínio onde eu havia comprado o imóvel. Não demoramos muito até chegarmos. Me identifiquei na portaria, e o carro seguiu até a casa.

           - É aqui. – disse, olhando pela janela.
           - Uau! É bem bonita. – ele elogiou.
           - Precisa ver por dentro.

      Saímos do carro, e caminhamos até a porta. Tirei a chave do bolso, e coloquei na fechadura. Abri a porta, e entrei, o convidando para fazer o mesmo. Bill entrou, e observou o lugar.

           - Gostou? – perguntei.
           - Sim. – respondeu. – Você tem um bom gosto.  
           - Vamos conhecer a parte de cima. – segurei em sua mão, e subimos a escada.

      Mostrei alguns cômodos, incluindo o quarto principal, que eu nem tinha parado pra reparar no quão grande era.

           - Este é o meu cômodo favorito. – disse Bill.
           - Como você é danado, hein?
           - Já experimentou a cama? – deu um meio sorriso.
           - Ainda não. – retribui.
           - O que acha de fazermos isso?
           - Agora?
           - Porque não? – ele se aproximou, e dei um passo para trás.
           - Bill, acho que... Não é um pouco cedo pra isso? – ele olhou pro seu relógio de pulso.
           - Já se passou um minuto, ou seja, já é tarde. – se aproximou novamente.
           - Tô falando sério. – me afastei. – Acho que deveríamos esperar um pouco mais.
           - Tudo bem. – ele me abraçou. – Quando se sentir a vontade, estarei aqui.
           - Obrigada.

      Sei que já fiz isso com o Bill, mas agora a situação é diferente. Naquela noite eu estava bêbada! Não quero transar com ele, e acordar na manhã seguinte sem me lembrar de nada. Quero que seja algo especial. Quero que seja único. 

Postado por: Grasiele

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