terça-feira, 24 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 31 - Eu nunca te machucaria.


E eu odeio isso
Você sabe fazer exatamente o que
Para que eu não fique brava
Por muito tempo, isso é errado.
Mas, eu odeio isso
Você sabe exatamente como me tocar
Para que eu não queira mais discutir nem brigar
Então eu detesto te adorar

(Contado pelo Bill)

Convidei a Kate para almoçar, e ela aceitou na hora. Me arrumei, e fui pro nosso restaurante favorito. Fiquei aguardando, e confesso que a ansiedade estava tomando conta de mim. Quando senti uma mão tocar meu ombro, imaginei que fosse ela, e me virei sorridente.

– Quanto tempo, hein?
– Luana? – me levantei. – Você sumiu. – a abracei.

Estudei com a Luana por longos anos, e até tivemos alguma coisa. Mas nada que pudesse ser considerado sério. Tudo terminou porque seus pais resolveram se mudar para uma cidade distante. E agora que ela apareceu, fiquei surpreso. Naquela época ela era meio estranha, e ao vê-la tão diferente, me assustei. Quase não a reconheci.

– Você tá diferente. – disse.
– E você continua lindo. – ela sorriu.
– Ah, que nada. Impressão sua.
– O que faz aqui sozinho?
– Estou esperando uma pessoa.
– Posso me sentar, enquanto ela não aparece?

Será que a Kate se importaria se seu fizesse isso? Bem, eu não estaria fazendo nada de mais, apenas conversando com uma amiga que eu não via há muito tempo.

– Claro. – respondi.

Nos sentamos, e os assuntos logo foram surgindo.

– E ai, como anda os projetos com a música? – pergunta ela.
– Consegui com a ajuda de um grande amigo, montar uma banda. Vamos gravar o nosso primeiro cd.
– Sério? Que bom. – ela parecia feliz. – E como anda o Tom?
– Ele está bem.
– Continua um galinha?
– Até algum tempo atrás, sim. Mas ele conheceu uma garota e...
– Não vai me dizer que está namorando?
– Não sei se está namorando. Mas parece gostar dela.
– Tomara que essa garota dê um jeito nele.

Conversávamos como se ela nunca tivesse ido embora. Eu estava gostando, mas ao mesmo tempo, estava preocupado com a demora da Kate.

– E você, está namorando?
– Sim. – respondi.
– Garota de sorte. Ela é bonita?
– Muito. – um sorriso surgiu em meus lábios. – Ela é incrível. Você precisa conhecê-la.
– Agora fiquei curiosa.
– Daqui a pouco ela chega.

Passamos mais um tempo ali, e nada da Kate aparecer.

– Bill, eu queria muito conhecer sua namorada. Mas preciso ir agora.
– Tudo bem. – ela se levantou, e fiz o mesmo.
– Vou te dar meu cartão. E vê se me liga.
– Ligarei com certeza.
– Posso te dar um abraço?
– E porque não?

Nos abraçamos. Não sei como aquilo foi acontecer, mas a Luana acabou grudando em mim, e me deu um beijo. A afastei imediatamente.

– Ficou louca? Já disse que tenho namorada!
– Me desculpa. Acho que foi a força do hábito.
– Não disse que já estava na sua hora? É melhor ir, antes que se atrase.

(Contado pela Kate)

Sai de casa atrasada, pois como a Brenda está de férias, eu que estou cuidando de preparar as refeições. E ainda bem que a senhora C vai me pagar pelo serviço extra. Afinal, eu sou uma babá, e não cozinheira.

Na rua, acenei para o táxi que passava, e pedi que ele me levasse até o endereço do restaurante. Demoramos um pouquinho, pois o trânsito estava horrível. Tudo parecia estar conspirando contra mim nesse dia.

Devo ter chegado meia hora atrasada. Entrei no restaurante, e fui diretamente à recepção.

– Olá, posso ajudá-la? – pergunta a moça, educadamente.
– Meu namorado fez uma reserva...
– Qual o nome?
– Bill Kaulitz.

Ela confirmou em seu computador, e um rapaz simpático me acompanhou até a área das mesas.

– É aquela mesa ali. – ele apontou.
– Obrigada. – disse, sorrindo.

Olhei em direção a mesa, e notei que o Bill estava abraçando uma garota. Achei normal, pois ela poderia ser sua amiga. Mas não imaginei que eles fossem se beijar. Quando isso aconteceu, foi a mesma coisa de eu ter perdido o chão. No momento eu queria ir até lá e fazer o maior barraco. Mas que tipo de pessoa educada faz isso no meio de um restaurante?

Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, e tratei de enxugá-la antes que alguém pudesse ver. Com certeza eu não ficaria ali para presenciar mais coisas, então me retirei do restaurante.

Cheguei a rua, e eu já não conseguia mais segurar as lágrimas. Elas caiam involuntariamente. Quase me joguei em frente a um táxi, para que ele parasse pra mim. Vi a garota sair de dentro do restaurante, com um sorriso enorme no rosto.

Quinze minutos depois, cheguei a minha casa. Fechei a porta, joguei a bolsa em algum lugar, escorreguei até o chão, abracei os joelhos, e continuei chorando. Eu queria muito acreditar que os meus olhos estavam me enganando. Queria acreditar que o Bill não teria coragem de fazer aquilo comigo.

(Contado pelo Bill)

A Luana foi embora, e guardei seu cartão em meu bolso. Me cansei de ficar ali esperando, e fui até a recepção. Perguntei à recepcionista se ela tinha visto a Kate por ali. Dei todas as suas características.

– Ela entrou, mas saiu logo em seguida. – respondeu.
– Saiu?
– Sim. E parecia estar um pouco nervosa.

Minha preocupação aumentou ainda mais. Sai do restaurante, e na rua, liguei pro Tom. Mesmo sabendo que ele poderia não me atender, liguei. Ele provavelmente se encontra na casa da Laura, e ela deve ter alguma noticia da Kate. Mas para minha infelicidade, ela não sabia nada.

Peguei meu carro, e voltei pro condomínio. Toquei a campainha do apartamento da senhorita O’Connell.

– A Kate está? – perguntei.
– Saiu faz algum tempo, e disse que se encontraria com você. – respondeu.
– Obrigado.

Fiquei alguns minutos ali parado no corredor, tentando imaginar onde ela poderia estar, e porque não foi ao restaurante.

– Claro! – disse a mim mesmo. – Ela só pode estar em um lugar!

Desci até a rua, entrei no carro e dirigi até o condomínio onde a Kate havia comprado sua casa. Aquele seria o único lugar onde eu poderia procurar, ou me preocuparia ainda mais, e chamaria a policia.


(Contado pela Kate)


A lágrimas já haviam parado de cair, mas eu ainda estava com raiva. Me levantei, e caminhei em direção ao sofá, quando a campainha toca. Me assustei, pois quem poderia ser? Retornei, e fui atender.

– Kate, você não apare...

Bati a porta, antes que ele pudesse terminar.

– Kate? O que houve?
– Vá embora! – disse alto.
– O que foi?
– Vá embora! – repeti.

Caminhei até o sofá, e me sentei. Ele continuou tocando a campainha, mas não o atendi.

– Poderia pelo menos me contar o que houve? – ele insistia. – Se não quiser abrir, esperarei, até que faça isso.

A campainha parou de tocar, e o silêncio tomou conta. Minha cabeça começou a doer, e subi as escadas até o quarto. Me deitei na cama, abracei o travesseiro, e acabei pegando no sono.

Acordei assustada, com meu celular tocando. Iria atendê-lo, se eu não tivesse percebido que já era noite, e que o Bill provavelmente estaria plantado em frente a minha casa. Levantei rapidamente, e fui até a varanda. E sim, ele ainda estava lá. A porta de seu carro, do lado do passageiro, se encontrava aberta e ele estava sentado no banco. Por um instante senti pena. E até quando ele ficaria ali?

Sai do quarto, desci as escadas, abri a porta e disse:

– Vá embora, Bill. – caminhei até um pouco perto de seu carro. - Já é um pouco tarde.
– Não antes de você me contar o que aconteceu. – ele se levantou e se aproximou.
– Por favor, me deixe em paz e vá embora! – lhe dei as costas, e comecei a caminhar em direção a entrada.
– Irei embora com certeza. – me segurou pelo braço, e me fez virar. - Mas preciso saber o que houve!
– Bill, eu não aceitei ir até aquele restaurante pra me deparar com uma cena como aquela. – me desvencilhei.
– O quê?
– Vi muito bem, quando beijou aquela garota! Não to a fim de me machucar, e acho melhor terminarmos.
– Terminar? Não! Kate, aquela garota era uma amiga que eu não via há muito tempo.
– E você aproveitou para matar as saudades, dando um beijo nela?!
– Claro que não! Ela que me agarrou.
– Ah, conta outra, Bill!
– Não confia em mim?
– Como é que posso confiar, depois do que vi? – ia entrar em casa.
– Isso não é justo! – veio atrás de mim. – Deveria ter ficado lá, para presenciar o momento em que a repreendi.
– Bill, não vem querer colocar a culpa em mim. – me aproximei dele. – Você e eu sabemos que a culpa não é minha, e...

Ele me surpreendeu com um beijo. Tentei fugir, mas com uma das mãos, me segurou pela cintura, e colou nossos corpos. A outra, estava em minha nuca. Chegou o momento em que nem eu queria que aquele beijo terminasse. Nossos lábios foram separados, mas nossos rostos ainda estavam bem juntos. As pontas de nossos narizes se tocavam.

– Eu nunca te machucaria. – sussurrou ele. – Nunca.
– Promete que nunca fará isso comigo?
– Não faria nada que pudesse te afastar de mim. – me deu um selinho. – Eu te amo, Kate.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog