terça-feira, 24 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 39 - Não posso perder mais tempo.

Eu amo este lugar
Mas é assombrado sem você
Meu coração cansado
Está batendo tão lento
Nossos corações cantam menos do que queriam

(Contado pela 3º pessoa)

– Concordo plenamente! – Kate caminhou em direção até a porta, e a abriu. – E se não tiver mais nada pra dizer, pode ir embora. – desviou seu olhar do dele.
– Perfeito. – ele saiu, e ela bateu a mesma com força.

Kate ficou encostada ali na porta, e seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

– Perfeito. – repetiu, e uma lágrima caiu pelo seu rosto.

Seu corpo foi escorregando até o chão, onde ficou sentada. Abraçou os joelhos, e o choro se tornou incontrolável. Enquanto isso, Bill continuava parado na varanda, olhando para a porta fechada. Ele suspirou, e foi pro seu carro. Entrou, colocou o cinto de segurança, e já ia dar partida...

– Como você é burro! – xingou-se, e bateu no volante, fazendo a buzina tocar. – Idiota!

Após isso, girou a chave, e saiu do condomínio. Durante o percurso, não conseguiu se segurar e também deixou que algumas lágrimas escapassem dos seus olhos. Uns quinze minutos depois, chegou em seu apartamento. Abriu a porta, e a bateu. Tom que estava sentado no sofá, assistindo televisão, se assustou.

– Quebra. – disse Tom.
– Não enche!

Bill estava irritado, e foi pro quarto. Se sentou na cama, apoiou os cotovelos nos joelhos, e manteve a cabeça baixa.

– Está chorando? – pergunta Tom.
– Me deixe em paz. – respondeu, sem se mover.
– Apesar de estarmos brigados um com o outro – se sentou ao lado do irmão. -, me importo com você. Me conte o que houve?
– A Kate terminou comigo. – olhou pro Tom, e passou a mão direita no rosto, para enxugá-lo. – Agora já pode me jogar na cara, que a sua praga pegou.
– Não fale assim.
– Está satisfeito agora? – Bill se levanta. – Ela finalmente terminou comigo, e tudo por sua culpa!
– Não coloque a responsabilidade de sua briga, em cima de mim. – também se levantou.
– Se você não tivesse falado tantas coisas, eu não teria brigado com ela!
– Se VOCÊ não fosse tão...
– Idiota? – completou. – Essa é a única coisa que tenho escutado da boca das pessoas. – se sentou. – Me deixe sozinho.
– Bill...
– Saia agora! – falou com um tom mais alterado.

Tom se retirou, fechando a porta atrás de si.

Manhã seguinte...

Kate estava arrumada, e se encontrava na cozinha. Ela tentava preparar o café da manhã. Colocou um copo de vidro em cima da mesa, em seguida um prato de cor branca, com algumas torradas dentro. A mesa estava perfeita, mas faltava apenas um detalhe; a companhia do Bill. Ela abriu a geladeira, e pegou uma jarra de suco. Sentou-se à mesa, e começou a fazer a refeição. Mal havia começado, e perdeu a fome. Na verdade, não tinha comido nada desde o dia anterior. Resolveu limpar tudo. Novamente pegou aquela jarra, para levá-la de volta a geladeira, mas um pequeno descuido fez com que a mesma caísse, e se quebrasse.

– Droga! – disse Kate, abaixando-se para recolher os cacos.

Naquela tentativa de pegar com cuidado os vidros no chão, acabou cortando a mão. Aquilo doeu, e ela rapidamente foi até a pia para lavar o ferimento. A água misturou-se ao seu sangue, que parecia não querer parar de sair. Desligou a torneira, e enrolou a mão numa pequena toalha que estava ali por perto. Foi até seu quarto, e fez um curativo no local. Depois pegou sua bolsa, chamou um táxi, e partiu para a casa da senhora O’Connell, deixando toda a sujeira lá.

Chegou ao apartamento, e foi recebida por um abraço apertado do Brian. E era exatamente de um abraço daquele que ela precisava. Como naquele dia era feriado, o pequeno não foi ao colégio. Kate o levou ao playground do condomínio, para que ele pudesse se divertir um pouco. Ela se sentou num banco, enquanto ele se distraia nos brinquedos. Seus pensamentos estavam tão longe, que até mesmo o Brian percebeu.

– Kate, porque você está triste? – ele se senta ao seu lado.
– Quem disse que estou triste?
– Está sim. Dá pra ver nos seus olhos.
– É impressão sua. Só não dormi muito bem esta noite.
– O que aconteceu com sua mão?
– Me cortei.
– Doeu?
– Um pouco. – ela deu um sorriso desanimado. – Vamos voltar pra casa?
– Um-hum.

Os dois caminharam até o elevador, e ficaram aguardando um pouco. A porta se abriu. Ela estava distraída, e não percebeu quem estava ali dentro. Acabou esbarrando em Bill, que saia do mesmo.

– Desculpa. – disse ela, e entrou. Ele não respondeu nada, e saiu.

Brian reparou aquela cena, mas ficou calado. Ele e Kate chegaram ao apartamento, e o pequeno foi correndo para o escritório, pra ver a mãe. Ela foi pra cozinha, conversar com a Brenda.

– Está tão quietinha hoje. – diz Brenda. – Por acaso está doente?
– Acho que sim. – responde. – Mas parece ser incurável.
– Oh Meu Deus! Você está com câncer?
– Não! Claro que não!
– Então...?
– O Bill e eu terminamos.
– Tá falando sério?
– Porque eu inventaria algo assim?
– E qual foi o motivo?
– Desconfianças.
– Hum.
– Não queria falar sobre isso, se importaria?
– Óbvio que não! É um direito seu.

Mais tarde, Kate estava sentada no sofá da sala. Ela parecia pensar em algo, enquanto a senhora C a chamava.

– Kate? – a senhora C estalou os dedos. – Kate?!
– Desculpa.
– Está com a cabeça no mundo da Lua, hein?
– Não seria uma má idéia ir pra lá. – sussurrou.
– O que disse?
– Nada. Mas... A senhora precisa de mim?
– Venha até meu escritório. Vamos conversar um pouquinho. – ela sorriu.

xxx
Os meninos estavam ensaiando, ou melhor, tentando, pois a todo o momento Bill errava a letra.

– Ei, se concentra! – diz Tom. – Você tá errando tudo!
– Essa é a quarta vez que erra a letra da música. – diz Gustav.
– No que está pensando? – pergunta Georg.
– Desculpa pessoal, mas não consigo me concentrar. – diz Bill.
– Percebemos. – diz Gustav.
– Eu... – Bill se levanta. – Eu preciso... Preciso dar uma volta.
– Esperai! – grita Georg. – E o ensaio?
– Foi mal, mas agora não dá. – Bill se retira do local.

Os três ficam calados, e se entreolham.

– O que houve com ele? – pergunta Georg.
– Terminou com a namorada. – responde Tom.
– Só podia ter mulher na parada. – diz Gustav.

Bill pega seu carro, e fica rodando pela cidade, sem rumo. Ligou o rádio, mas parecia que todas as músicas que estavam tocando o fazia lembrar-se da Kate. Parou no semáforo, e um casal atravessou a faixa de pedestres, abraçados e sorrindo. Bill os seguiu com o olhar, até que os carros que estavam atrás começaram a buzinar, lhe avisando que o sinal já estava verde.

O dia já estava chegando ao fim, quando resolveu parar numa lanchonete. Se sentou numa mesa, próxima a janela. Em seguida, um casal entrou, e se sentaram numa mesa ao lado.

– Não vem tentar me enganar, que eu vi tudo! – disse ela.
– Mas eu já disse que aquilo foi um engano! – disse ele. – Aquela maluca que me agarrou!
– Até parece que vou acreditar. – Bill escutava toda a discussão.
– Você não tem que falar nada, porque nem esperou nosso primeiro termino esfriar, pra sair correndo atrás de outro.
– Isso foi há muito tempo, e não tem nada a ver com a história de hoje.

Bill virou-se para trás, e olhou para o casal.

– Tá olhando o quê? – pergunta o rapaz. – Nunca viu uma briga não?
– Querem um conselho? – diz Bill. – Confiem um no outro, e não cometam a mesma burrice que eu.
– O quê? – pergunta a moça. – Quem é você?
– Eu era o homem mais sortudo do mundo, e não sabia. – responde.
– Do que esse maluco tá falando? – pergunta o rapaz à sua companheira. – Você o conhece?
– Nunca o vi. – diz ela.



Toda palavra que você diz, eu penso
"eu deveria escrevê-las"
Não quero esquecer, venha luz do dia
E não precisa se preocupar
Que é perca de tempo
E não precisa imaginar
O que tem na minha mente
É você



No instante em que Bill se levantou, a garçonete veio trazer o seu pedido.

– Mas o senhor não vai nem experimentar? – pergunta a garçonete.
– Não posso perder mais tempo. – responde ele. – Preciso recuperar a mulher da minha vida!

Ele sai correndo da lanchonete, esbarra em algumas pessoas na rua, e pede desculpas. Encontra seu carro, e entra no mesmo. Já era noite. Pelo horário, a Kate já deveria estar em casa, e era pra lá que o Bill estava indo. Ele enfrentou um enorme engarrafamento.

– Vamos, saiam da frente! – ele gritava e buzinava. – Saiam logo!

Após passar por aquela “gigantesca” fileira de carros, finalmente conseguiu chegar até a casa da Kate. Ele parou em frente a porta dela, e ficou parado. Bill estendeu sua mão, mas não tocou a campainha. Respirou fundo, e quando ia tocar, a porta se abre.

– Laura?
– Oi Bill. – diz ela.
– A Kate está?
– Lá na cozinha. – ela lhe dá espaço para entrar.
– Você... Está indo embora? – ele entra.
– Vim apenas para ver como ela estava.
– Eu queria... Pedir desculpas.
– Não tem que se desculpar comigo. – ela dá um sorriso, e sai, fechando a porta.

Bill fica ali parado, sem saber o que fazer. Logo depois a Kate aparece, vindo da cozinha. Ela olhava o curativo em sua mão, e se assustou um pouco ao vê-lo ali parado.

– Bill?
– Nós não... Não terminamos de verdade, não é? – pergunta ele, um pouco sem jeito. – Por que... Estou prestes a enlouquecer sem você.

Postado por: Grasiele

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