terça-feira, 24 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 43 - You make me...

Você me faz sentir como em um sonho de adolescente
Você me deixa tão excitada que não consigo dormir
Vamos fugir e nunca olhar para trás
Nunca olhar para trás
Meu coração para quando você olha para mim
Apenas um toque, baby, agora eu acredito que é real
Então arrisque-se e não olhe para trás
Nunca olhe para trás

(Contado pela Kate)

Após sabermos que o Brian ficaria com a Brenda, eu não teria mais nada a fazer ali pra cuidar do pequeno, já que o apartamento seria posto à venda em poucos dias.

Se eu dissesse que nossa despedida foi normal, estaria mentido, pois não foi nada fácil. Brian chorou, me abraçou e ficou grudado em mim por um bom tempo, até que consegui convencê-lo que aquele não era exatamente o fim de tudo. Lhe disse que as coisas continuariam sendo as mesmas, apenas estaríamos nos afastando por algum tempo.

– E você promete que vai me visitar sempre? – pergunta ele.
– Claro! – respondi. – E você também me prometerá que irá se comportar na casa da Brenda, e irá passar alguns dias lá comigo.
– Prometo.

Segurei o choro ao máximo que consegui. O abracei novamente, me despedi da Brenda, e fui ao apartamento do Bill.

– As minhas coisas já estão prontas. – diz Bill.
– Está mesmo preparado pra morar comigo? – perguntei, me sentando em sua cama.
– Com certeza! – se sentou ao meu lado. – E você... Está preparada pra me receber?
– Nem irei lhe responder.
– A gente... – ele segura minha mão. – A gente vai ser feliz, eu prometo.
– Eu sei que sim. – aproximei meu rosto do seu, e lhe dei um selinho.

Aquele selinho acabaria se tornando um beijo, se o Tom não tivesse aparecido ali no quarto.

– Desculpa interromper. – diz Tom. – Só passei pra dar um abraço no Bill, já que ele tá indo embora. – Bill se levanta, e abraça o irmão. - Vou sentir saudades.
– Só estou mudando de casa, e não de país.
– Mas não será a mesma coisa sem você.
– Quando precisar de qualquer coisa é só me ligar, não importa o horário.

Cada dia mais, eu achava esses dois a coisa mais fofa do mundo. Tom ajudou a levar as malas até o elevador de serviço, e depois também colocou algumas no porta-malas do carro. Lá na garagem, houve mais uma despedida dos irmãos. Eu não queria atrapalhar aquele momento, então entrei logo no carro.

– Se cuida, tá? – diz Bill.
– Você também.
– E vê se não apronta nada!
– E você, cuida bem da Kate.

Bill entrou no carro, e deu partida. Em poucos minutos, chegamos em casa. No dia da minha mudança, fiquei algum tempo parada do lado de fora, só observando aquele que seria o meu novo lar. E foi exatamente isso que o Bill fez. Fiquei ao seu lado, e lhe fiz a mesma pergunta que ele havia me feito.

– Aposto que está se perguntando se essa foi a escolha correta, acertei?
– Sim. – respondeu, e me olhou. – Mas tenho certeza que não poderia ser diferente.

Tirei uma chave do bolso, e lhe entreguei.

– Que chave é essa? – pergunta ele.
– Quando você disse que queria mesmo vir morar comigo, fui até um chaveiro e fiz uma cópia da minha chave. – ele sorriu, e me abraçou.
– Eu te amo. – me deu um beijo. – Vamos entrar logo, porque to ansioso pra inaugurar novamente aquela cama. – nós dois rimos, então ele me puxou pela mão e entramos em casa.

(Contado pela Laura)

O dia não poderia estar mais sem graça. Eu estava em casa, sentada no sofá da sala, tomando sorvete de morango e assistindo um filme, que não fazia sentido algum. As cortinas estavam fechadas, e fazia com que o ambiente ficasse escuro. Aquele tédio me consumia, e senti uma vontade de chorar. O motivo? Nem eu mesma sabia.

A campainha tocou, e me assustei um pouco. Coloquei o pote de sorvete em cima da mesinha de centro, e fui atender; era o Tom. Ele estava com um meio sorriso estampado no rosto, e aquele olhar que seduz facilmente.

– Ah, é você? – voltei, e me sentei no sofá.
– Por quê? Estava esperando alguém? – ele entrou, fechou a porta e ficou em pé na minha frente.
– Não. Só não imaginava que você fosse aparecer por aqui agora.
– Quero te mostrar uma coisa.
– O quê?
– Não posso falar. Você tem que vir comigo.

Como não sou nenhum pouco curiosa, me levantei. Ele segurou em minha mão, e me conduziu para fora do apartamento. Paramos em frente ao elevador.

– Porque não disse que iríamos pegar o elevador? Assim eu teria trocado de roupa, pra não aparecer de robe lá no térreo.
– E quem disse que iremos pro térreo? – as portas se abriram e entramos.
– Então...?

Ele apertou um dos botões, e o elevador parou entre dois andares.

– Porque fez isso? – perguntei.

Tom foi se aproximando de mim, e me fez ficar encostada numa das paredes. Me olhou bem nos olhos, e disse:

– Tá a fim de se divertir um pouco? – deu um sorriso malicioso.
– Não vai ficar com medo das câmeras? – retribui ao sorriso.
– Aprendi com você, que devemos gostar de platéias, às vezes.

Nos beijávamos com desejo, enquanto suas mãos desamarravam o laço que estava em meu robe. Eu trajava apenas uma lingerie, e isso facilitou bastante o trabalho do Tom.
(Contado pelo Bill)

QUATRO SEMANAS DEPOIS...

Os ensaios com a banda estavam indo cada vez melhores, mas nesse último final de semana o Tom resolveu nos abandonar, pra fazer uma viajem a Miami, com a Laura. Dividir uma casa com a Kate não é tão complicado, seu único problema é gostar das coisas organizadas e em seus devidos lugares. Estou me esforçando ao máximo para não contrariá-la, e alguns dos meus hábitos já estão sendo deixados de lado, como por exemplo: não jogo mais a toalha molhada em cima da cama, e nem deixo mais a tampa do vaso aberta. Isso é um grande progresso, não acham?

Mas enfim... Passei o domingo inteiro pensando numa maneira de pedir a Kate em casamento. Pois é, acho que não dá mais pra ficar enrolando. Tá na hora de comprar um par de alianças e demonstrar todo meu amor por ela. Só não sei como farei isso. Na verdade, queria que fosse algo diferente, e inesperado.

Na segunda-feira, saí pela manhã à procura de algo. Passei por várias ruas e lojas, e nada me agradava. Óbvio que eu não iria desistir tão fácil, mas o cansaço começava a me deixar um pouco desanimado. Cheguei numa joalheria, e uma moça veio me atender.

– Olá, posso ajudá-lo? – pergunta ela.
– Sim, obrigado. – respondi. – Estou procurando um anel de compromisso.
– Irei te mostrar alguns.

Me sentei numa cadeira, e ela começou a trazer vários anéis. Eram bonitos, mas não pareciam combinar com a Kate.

– Gostou de algum?
– Sinceramente?
– Não, o senhor não gostou, não é?
– Gostei, só acho que... Não combinam com o jeitinho dela, sabe?
– Pode descrevê-la? Talvez eu consiga encontrar algo.

Fiz o que ela pediu, e descrevi exatamente como a Kate é. Desde suas características físicas, até sua personalidade.

– Espere só um minutinho. – diz ela. – Acho que tenho exatamente o que o senhor precisa.

A moça se retirou, e deve ter demorado de três à cinco minutos para retornar com uma caixinha de veludo na cor vermelha.

– Aqui está. – ela se senta numa cadeira atrás da mesa, e coloca a caixinha em cima da mesma. Em seguida, a caixinha é aberta.

Naquele momento, fiquei sem fala.

– O que achou deste?
– É perfeito. – respondi. – É o mesmo que eu estar vendo a Kate em minha frente. – a moça sorri.

Fui até o balcão para fazer o pagamento, e me assustei um pouco com o preço. Mas eu seria capaz de qualquer coisa, só pra ver os olhinhos dela brilhando ao receber o anel. Sai da loja carregando uma pequena sacola na mão, e ainda achava que não era o suficiente. Quero dizer, aquele anel era muito bonito, mas como eu faria o pedido? Um jantar romântico é clichê demais, e a Kate é esperta o bastante pra descobrir tudo bem antes. Enquanto caminhava, passei em frente a uma loja de animais, parei em frente a vitrine, e uma luz se acendeu. Tive uma idéia que poderia dar certo, ou simplesmente errado.

MEIA HORA DEPOIS...

Cheguei em casa, e notei que estava silencioso demais.

– Amor, já cheguei! – gritei, e fechei a porta.
– To aqui na cozinha! – ela gritou de volta.

Fui até lá, e a encontrei preparando uma lasanha. Só de sentir o cheiro, me deu água na boca e vontade de me sentar no mesmo instante pra saborear. Segurei meu desejo, pra poder colocar meu plano em prática.

– Trouxe um presente pra você. – disse.
– Ah, é? – ela sorriu. – E o que seria?
– Ele está lá na sala.

Fomos pra sala. Assim que ela avistou o presente, ficou parada, ou melhor, imóvel.

– Aquele é o presente?
– Você gostou? – perguntei.
– Ele é... É muito lindo, e muito fofo.

Ela se aproximou, e o pegou no colo.

– É macho ou fêmea? – pergunta ela.
– Fêmea. – respondi.
– Como a chamaremos? – pergunta ela.
– Não sei. Você é bem melhor com nomes, do que eu.
– O que acha de... – ela pensou um pouco. – Ruby?
– Legal.

Ruby agora seria a mais nova moradora daquela imensa casa. Sua raça é o Chow Chow, e decidi comprá-la, por achar que nos serviria de companhia e por ter me chamado mais atenção do que os outros animais que se encontravam na loja.

MAIS TARDE...

Kate e eu estávamos sentados à beira da piscina, com os pés dentro da água. A caixinha com o anel estava em meu bolso, e achei que aquele seria um bom momento para pedi-la em casamento.

– Kate... – coloquei a mão no bolso. - Eu queria... – estava pronto pra pegar a caixinha.
– Ruby, não! – se levantou rapidamente e foi até a cachorra, que comia uma de suas plantas. – Olha só o que você fez? Como você é má, hein? – me levantei, e me aproximei das duas.
– Poderíamos conversar?
– Claro. Só espere um minutinho, colocarei a Ruby na coleira.
– Ok.

Fiquei aguardando por cinco minutos. É tão difícil assim colocar uma cachorra na coleira?

– Pronto, voltei. – diz ela.
– Tá legal... – respirei fundo. – Eu queria te dizer uma coisa.
– Tô ouvindo.
– Você quer...
– A Lasanha! – ela quase gritou.
– O quê?
– A Lasanha ainda tá no forno!

E lá foi a Kate correndo pra dentro de casa, pra ver o que tinha acontecido com a lasanha. Aquilo estava começando a me deixar irritado. Entrei em casa, e fui até a cozinha.

– Ela queimou. – disse Kate.
– Tudo bem, podemos pedir uma pizza.
– Comemos pizza ontem. – ela me olhou. – O que acha que pedirmos comida japonesa?
– Tanto faz.
– O que você queria falar mesmo?
– Não era nada, deixa pra lá.

Me retirei, e voltei à beira da piscina. Talvez aquele não fosse mesmo o melhor momento pra falar com ela. Esperei a noite chegar... A Kate estava no quarto, em frente ao espelho, terminando de arrumar o cabelo.

– O que acha desse vestido? – pergunta ela, se virando pra mim. – Me deixa um pouco gorda, não é?
– Você está linda. – me aproximei.
– Mentiroso. – voltou a olhar-se no espelho.

Esperai, se todas as minhas tentativas delicadas não estavam dando certo...

– Kate, quer casar comigo? – perguntei. Ela ficou parada, me olhando pelo reflexo. Tirei a caixinha do bolso, e a abri.
– Oh, meu Deus! – diz ela, se virando. – Oh, meu Deus! – repetiu.
– Isso é um não?
– Sim, quero dizer... Não. Digo... Sim. – ela se confundiu toda, e eu ri.
– Ok, vamos fazer isso de novo. – desta vez, me ajoelhei e segurei uma de suas mãos. – Quer se casar comigo?

E com os olhos cheios de lágrima, ela respondeu:

– Sim.

Coloquei o anel em seu dedo, e selamos aquele momento com um beijo apaixonado.

– Também preciso te dizer uma coisa. – diz ela.
– O quê?
– A minha menstruação está atrasada.

Que eu saiba, a menstruação de uma mulher só atrasa quando se está... Mas já aconteceu isso outras vezes com a Kate, e não era.

– E você... Foi ao médico pra saber se estava tudo bem?
– Um-hum.
– E o que ele disse?
– Ele disse assim “Garota, é melhor você começar a pensar em num nome pra esse bebê!”.

Meu coração disparou.

– Então você está...
– Exatamente. – diz ela. – Parabéns, papai.

Postado por: Grasiele | Fonte: x

The Nanny - Capítulo 42 - Testamento.

(Contado pela Kate)

– Sentimos muito – disse o outro. -, mas infelizmente não houve sobreviventes.

Fiquei completamente sem fala. Bill e Brian se aproximaram...

– O que houve? – pergunta, Bill. – Kate?
– Leve o Brian lá pro quarto. – disse ao Bill.

Bill chamou pela Brenda, que levou o pequeno pro quarto. Convidei os rapazes para entrarem, pra podermos conversar um pouco mais sobre este assunto. Nos sentamos no sofá.

– E vocês... Já sabem quais foram às causas dessa queda? – perguntei.
– Ainda não. – respondeu o loiro. – Mas assim que tivermos qualquer informação, avisaremos.
– E os... Os corpos? – pergunta, Bill.
– Nenhum fora encontrado. – diz o outro. – E isso provavelmente demore um pouco, pois o avião caiu numa mata que é muito fechada, e pode dificultar a ação dos bombeiros...

Após conversamos o necessário, eles foram acompanhados até a porta, pelo Bill. Continuei sentada no sofá.

– É difícil de acreditar que algo assim realmente aconteceu. – diz Bill, se aproximando.
– Como iremos contar pro Brian? – meus olhos se encheram de lágrimas.
– Não faço idéia. – ele se sentou ao meu lado, e me abraçou. – Mas com certeza não te deixarei sozinha nessa. – comecei a chorar.

O problema não era saber sobre a queda do avião, e que não houve sobreviventes. A maior dificuldade seria contar aquilo pra uma criança de apenas sete anos.

Enquanto o Brian brincava em seu quarto, chamei a Brenda e lhe contei tudo. Ela também não acreditou, e até derramou algumas lágrimas. Mas naquele momento não poderíamos apenas ficar chorando, precisávamos encontrar a “melhor” maneira de falar com o pequeno, mesmo sabendo que não havia uma boa maneira.

MAIS TARDE...

Entrei no quarto do Brian, e ele estava sentado em sua cama. Tive a leve sensação de que ele já sabia de alguma coisa. Me aproximei, e sentei-me ao seu lado. O Bill ficou em pé, lá na porta. E a Brenda chorava tanto, que não teve condições de nos ajudar.

– Porque estão quietos? – pergunta, Brian.
– Precisamos falar com você. – disse.
– O que foi que eu aprontei desta vez?
– Nada. – Bill se aproxima, e senta-se do outro lado. – Você não aprontou nada.
– Então porque estão com essas caras?
– É que... O assunto é um pouco delicado. – disse.
– Falem logo.

Pedi que o Bill começasse a falar, pois eu não conseguiria.

– Bem... – Bill respirou. – Os seus pais... Eles sofreram um acidente.
– Que tipo de acidente? – Brian o encarava.
– O avião que eles estavam...
– O avião caiu? – pergunta Brian.
– É... – responde, Bill.
– E onde eles estão agora?
– Ainda não sabemos. – respondi.

Sinceramente, achei que seria muito mais difícil. Ele até que “encarou” bem aquela noticia. Não derramou uma lágrima se quer, mas em compensação, foi dormir mais cedo, o que não é nada comum.

Naquela noite, não consegui pregar os olhos. Fiquei acordada até que o Sol nascesse. A Brenda precisou tomar alguns remédios, pra ver se conseguia dormir, mas não adiantou muita coisa. E o Bill ficou todo o tempo ao meu lado.

– Kate, você precisa descansar um pouco. – diz Bill. – Passou a noite inteira sem dormir.
– Se eu conseguisse. – disse. – Mas só consigo tentar imaginar o que acontecerá agora. – olhei pra ele. – O que será do Brian?
– Poderíamos adotá-lo.
– É muito fácil falar. – sorri. – E além do mais, o Brian tem avós, que provavelmente vão lutar por sua guarda.

Meia hora depois, a campainha toca. Me levantei e fui ver quem era. Estava temendo que fosse mais alguma noticia ruim. Mas era apenas o Derek, advogado da senhora C.

– Olá. – diz ele, estendendo sua mão para me cumprimentar. – Desculpe ter vindo nessa hora, mas precisava conversar com você.
– É noticia ruim? – perguntei.
– Não. – ele riu. – Só vim avisar que estou com uma cópia do testamento da minha cliente, e quando soube do que aconteceu, tive que lê-lo.
– Um-hum.
– O seu nome e o da empregada, foram citados. – diz ele. – Se ficar mesmo comprovado que o casal O’Connell não sobreviveu ao acidente, vocês duas deverão comparecer em meu escritório, daqui duas semanas.
– Pra quê? – pergunta Bill.
– Farei a leitura do testamento, em frente aos familiares mais próximos e as pessoas que foram citadas. – respondeu.
– E porque eu seria citada no testamento dela?
– Não posso comentar nada sobre o assunto neste momento, pois mesmo que seja improvável, ainda tenho esperanças que eles estejam vivos. – ele fez uma pausa. – Bom, só passei para dizer isto. E mais uma vez, me desculpem pelo horário.

O acompanhei até a porta. Achei essa história de testamento, muito estranha. A senhora C e eu não tínhamos tanta intimidade assim, pra ela ficar colocando meu nome em documentos. Me sentei ao lado do Bill, no sofá.

– Será que ela te deixou alguma herança? – diz ele.
– Até parece. – nós dois rimos. – Porque faria isso?
– Sei lá. Mas seria bem legal, não é?
– Não seria ruim, mas... Também não vejo motivos pra ela me deixar qualquer coisa.
– Como não? – ele me olhou. – Você quem cuidou do Brian esse tempo todo, enquanto ela não fazia absolutamente nada!
– Eu estava sendo paga pra fazer isso.
– Você não foi paga pra fazer uma festa de aniversário pra ele.
– Isso não tem nada a ver. Fiz a festa, porque achei que deveria fazer.
– Eu sei, mas...
– Olha – o interrompi. -, não vamos ficar falando nisso agora.
– Tá legal.
DUAS SEMANAS DEPOIS...

Com as informações dos peritos, ficou comprovado que não sobreviveu absolutamente ninguém pra contar a história. O motivo do acidente? O dia estava meio nublado e com sinais de que iria chover. Pra completar, uma ave se perdeu no meio do caminho e foi parar numa das turbinas do avião, fazendo o mesmo cair numa mata fechada.

Então o Derek enviou uma carta, pedindo que a Brenda e eu fossemos até seu escritório, para participarmos da leitura do testamento. Fiquei meio sem jeito, pois não me considero tão importante assim pra participar de algo tão pessoal. O Bill foi um anjo, e disse que cuidaria do Brian até voltarmos.

Quando entramos na sala do Derek, havia mais cinco pessoas. Eram todos da família da senhora C. Eles pareciam estar um pouco abatidos e tristes – e acho que não poderia ser diferente. Os cumprimentei, e dei os meus pêsames. Em seguida me sentei num sofá de couro, muito confortável, e a Brenda fez o mesmo.

– Boa tarde. – disse Derek, entrando na sala. – Bem, não irei demorar, pois sei que vocês são ocupados e precisam seguir suas vidas. Só quero avisar que todos aqui presentes foram, de alguma forma, citados no testamento. Caso não concordem com algo, peço desculpas, mas o meu único dever é assegurar que os desejos da minha cliente sejam respeitados.

Ninguém falou nada. Pouco depois o Derek retirou um envelope de sua pasta, abriu o mesmo, e começou a ler.

Se alguém estiver lendo este testamento, é porque provavelmente já não pertenço mais a este “mundo”. Me encontro no meu perfeito juízo, livre de qualquer coação, deliberei fazer esse meu testamento particular, como efetivamente o faço, sem constrangimento, em presença do meu advogado e amigo; Derek, no qual exaro minhas últimas vontades, pela forma e maneira seguinte: meu único herdeiro, Brian O’Connell, deverá ser criado pela única pessoa que confiei durante minha vida inteira; a empregada Brenda Sales. Ela acompanhou o crescimento de meu filho, e sabe suas necessidades. Tenho certeza que não o abandonará. Deixo 20% da minha herança para meus pais. Os outros 20% será destinado à babá que me ensinou e me ajudou em certos momentos; Kate Braddock. E os 60% restantes, ficará numa conta bancária, até que o Brian atinja maior idade para mover o dinheiro e usá-lo a seu dispor. Meu apartamento deverá ser vendido, e toda renda revestida à uma instituição de caridade. Assim expressando minha última vontade, pedindo à Justiça de meu País, que o faça cumprir como este se contém e declara, e à testemunha, perante a qual li este mesmo testamento, que o firme em juízo, de conformidade com a lei. Dou, assim, por concluído este meu testamento particular.

Margaret O’Connell

Sinceramente, me surpreendi com a senhora C. Não poderia imaginar que ela fosse uma pessoa tão boa assim. Quem em sã consciência deixaria a guarda de seu filho com a empregada, e ainda doaria 20% de sua herança pra uma babá? Fiquei feliz por saber que o Brian não ficará mais sozinho. Só não sei o que farei com o dinheiro que ela deixou pra mim. Irei pensar com muito carinho e cuidado, pra tentar fazer a coisa certa.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 41 - Nós somos da companhia aérea Twain...

(Contado pela Kate)

– Eu andei pensando, e... – olhei pra ele. – O que acha de vir morar comigo? – perguntei.
– Tá falando sério? – ele parou de comer.
– Um-hum.
– Isso... Isso seria incrível! – um sorriso enorme estava estampado em seu rosto.
– Então... Devo considerar essa alegria toda, como um sim?
– Claro!

Se levantou, e veio até mim. Segurou em minha mão, me fez levantar e me abraçou. Depois de já termos tomado o café da manhã, entramos em seu carro e Bill me deixou no condomínio, pois em seguida ele iria pro estúdio.

Quando cheguei ao apartamento, a porta estava aberta, e algumas malas estavam ali no corredor. A Brenda vai viajar de novo? Entrei, e descobrir que quem iria viajar, era a senhora C. O Brian estava sentado num dos sofás, e segurava um boneco de brinquedo. A Brenda ajudava a levar as malas pro corredor.

– Ainda bem que você chegou. – disse a senhora C.
– A senhora... Vai viajar? – perguntei.
– Pedi o divórcio ao Jack, e como nos casamos na África, precisamos ir até lá para resolver as coisas. – respondeu. – E também estou indo pra garantir que ele não me passará a perna, e deixará boa parte de seus bens comigo. Mas não se preocupe, pois a Brenda ficará contigo, e ela lhe ajudará a cuidar do Brian.
– Tudo bem. Mas ele nem dá tanto trabalho assim.

Ah não, imagina... Ele é um anjinho.

– Bem, tenho que ir agora, se não perderei o vôo. – disse ela. – Volto em dois dias no máximo.
– Ok.

Ela saiu e fechou a porta. Fiquei parada ali por alguns instantes, até que o Brian se aproximou de mim.

– To com fome. – diz ele.
– O quê quer comer?
– Bolo de chocolate.
– Não! – disse. – Nem pensar! Nada de açúcar.
– Por quê?
– Porque você fica doido quando come chocolate.

Fomos pra cozinha, e nos sentamos à mesa. A Brenda preparou sanduíches, e suco de maracujá...

– Você e o Bill continuam brigados? – pergunta ela, se sentando ao lado do Brian.
– Graças a Deus, não. – respondi. – Fizemos as pazes ontem.
– Nossa, que bom! Fico muito feliz por isso.
– Eu também.
– O Bill brigou com você, Kate? – pergunta o pequeno.
– Não, ele... Ele não brigou comigo.
– A Laura anda um pouco sumida, não é? – diz Brenda.
– É verdade. Falei com ela apenas uma vez, desde que chegou de viajem.

(Contado pela 3º pessoa)

Laura estava sentada em sua cadeira, atrás de sua mesa, e revisava alguns projetos para a revista. O tédio já estava tomando conta dela, quando resolveu parar o que estava fazendo, pra ficar apenas ouvindo música. Tom bateu na porta, e entrou em sua sala.

– Ocupada? – pergunta ele.
– Pra você, nunca estou ocupada. – respondeu.
– Pedi desculpas à Kate. – ele se senta no sofá.
– Ainda bem. Já estava passando da hora disso acontecer.
– Tem razão, e aproveitei pra voltar às boas com o Bill.
– Perfeito. – ela se levanta, e vai se sentar ao lado dele.
– O que irá fazer essa noite?
– Provavelmente, nada.
– Tá a fim de sair?
– Por mim, tudo bem. – faz uma pausa. – E você, tá a fim de se divertir agora? – dá um sorriso malicioso.
– Não é preciso nem perguntar. – ele retribui o sorriso.
– Então venha comigo. – ela se levanta, segura na mão dele, e o puxa para fora da sala.
– Onde estamos indo?
– Você topou se divertir, não foi?
– Sim, mas onde?

Os dois pararam em frente ao elevador.

– Não está pensando em...
– Exatamente. – responde ela.
– Tem câmera ai dentro!
– E daí? Adoro uma platéia.
– Isso vai parecer filme pornô!
– Melhor ainda! Já imaginou se nos contratam?
– Você é maluca!

As portas se abrem, e ela o puxa pra dentro.

– Laura, isso é loucura. – diz Tom.
– Cale a boca, e tira logo o meu vestido. – ela fica de costas pra ele.
– Alguém pode ver. – ele abaixava o zíper do vestido dela. – Ou melhor, várias pessoas podem ver!
– Não to nem ai!
– E quando o elevador parar num andar?
– Deixa de ser medroso! – se vira pra ele. - Olha, se isso é tão constrangedor pra você, podemos parar.
– Tudo bem.
– O quê? – pergunta incrédula. – Vai mesmo broxar?
– Não estou broxando, só acho que é safadeza demais pra se fazer no elevador da sua empresa.

Ela fica em silêncio por pouquíssimo tempo, e torna a ficar de costas pra ele.

– Você é um estraga prazeres. Pode fechar o vestido, por favor?
– Vai ficar com raiva? – ele sobe o zíper.
– Não. – fica de frente. – Só não brincarei mais com você.

A porta do elevador se abre, e ela sai, deixando o sozinho.

(Contado pela Kate)

Brian e eu estávamos sentados no sofá, assistindo televisão. Aquela tarde estava sem graça demais, pro meu gosto. Poderíamos estar assistindo a um filme de terror, comédia, suspense... Mas ao invés disso, assistíamos um desenho horrível. O sono começou a querer me atacar, e se não fosse pelo Brian dando suas gargalhadas, eu com certeza teria dormido ali mesmo.

As horas iam passando, e nada daquele clima melhorar. Tive que aturar aquele silêncio por um bom tempo.

MAIS TARDE, QUANDO JÁ ERA NOITE...

– Está calor, não quer tomar um banho? – perguntei ao Brian.
– Não. – respondeu, sem desviar os olhos da televisão.
– Você quer sim!

Ele não queria tomar o banho, mas eu precisava fazer alguma coisa pra não acabar dormindo ali no sofá. O pequeno tentou fugir, e novamente saiu correndo pela casa, completamente pelado. A Brenda simplesmente sentou-se no sofá, e começou a rir daquilo. Bem que ela poderia ter me ajudado a pegar o pirralho.

Quando finalmente conseguir carregá-lo pro banheiro, lá dentro tive que enfrentar mais uma batalha. Mesmo com o dia quente, deixei a água do chuveiro morna. Mas como ele foi travesso o suficiente pra me deixar molhada, resolvi me vingar, e deixei a água gelada. Praticamente tomamos banho juntos.

Pra colocar uma roupa decente nele, foi outra briga. Sinceramente, achei que ele já tinha passado dessa face de me deixar maluca. Passei seu perfume, e fui pentear seu cabelo.

– Deixa que eu penteie. – disse ele.
– Tá legal. – fiquei apenas olhando.

Seu cabelo ficou certinho demais, e até achei bonitinho. O Bill apareceu ali no quarto...

– To bonito? – pergunta Brian.
– Ficaria bem melhor, se usasse o cabelo diferente. – responde ele.
– Como?

Bill o leva até o banheiro, e pouco depois os dois reaparecem. O pequeno estava com o cabelo todo arrepiado.

– Agora sim está bonitão, não é Kate? – diz Bill.
– Ah sim, com certeza. – respondi.

Fomos pra sala, e continuamos a assistir aquele desenho infernal. O clima era outro, pois o Bill estava ali. A campainha tocou, e fui atender.

– Casa dos O’Connell? – pergunta um rapaz elegante.

Na verdade eram dois rapazes, mas apenas um deles estava falando.

– Sim. – respondi.
– Você é a...?
– Kate Bradock, babá.
– Nós somos da companhia aérea Twain, e viemos avisar que houve um acidente com o avião em que os O’Connell embarcaram.
– Acidente? – fiquei assustada.
– Sentimos muito – disse o outro. -, mas infelizmente não houve sobreviventes.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 40 - Fui imaturo o suficiente...

(Contado pelo Bill)

– Nós não... Não terminamos de verdade, não é? – perguntei, um pouco sem jeito. – Por que... Estou prestes a enlouquecer sem você.

Kate ficou calada por poucos segundos, e notei que seus olhos se encheram de lágrimas.

– Não. – respondeu, correndo até mim. Pulou em meu colo, e enlaçou suas pernas em minha cintura.

Nos beijamos, como se o mundo fosse acabar naquela mesma hora. Era um beijo intenso, e que por mim, não acabaria nunca. Mas precisamos recuperar o fôlego. Caminhei até o sofá, e me sentei, deixando a Kate em meu colo, e de frente pra mim.

– Como é difícil ficar longe de você. – diz ela, tocando meu rosto.

Meus olhos olhavam para os seus, e por vezes, também se fixavam nos seus lábios. Minhas mãos estavam em sua cintura, enquanto as dela agora estavam em torno do meu pescoço.

– Me perdoa? – disse. – Me perdoa por todas as besteiras que falei. – lhe dei um selinho.
– Você foi um idiota, mas eu também disse o que não deveria. – nós rimos.
– Cheguei a pensar que nunca mais sentiria o seu cheiro. – lhe abracei, e aspirei seu perfume. – O seu gosto. – lhe beijei novamente.
– Por alguns instantes, isso também me passou pela mente.
– Olha, eu... Eu prometo que nunca mais desconfiarei de você. Prometo que não iremos mais brigar daquela maneira. – ela sorriu, e mordeu o lábio inferior. – Eu te amo. – sussurre. – Te amo muito.
– Eu também te amo muito. – me abraçou novamente.
– Aquilo não vai mais acontecer.

Uma mecha de seu cabelo escapuliu, e quando ela a colocou de volta a trás da orelha, notei um curativo em sua mão.

– O que houve com sua mão? – perguntei, pegando a mesma, para olhar.
– Me cortei. – respondeu.
– Como?
– Me distraí, e acabei deixando a jarra de suco cair. Fui recolher os cacos de vidro, e aconteceu isso.
– Mas está tudo bem, não é?
– Sim. – ela sorriu.

E eu ainda acho que esse sorriso irá me matar qualquer dia desses.

– To com sede. – disse ela. – Quer tomar um suco? – se levantou, e caminhou em direção a cozinha.
– Tá legal. – me levantei, e a segui. – Mas eu preferia estar fazendo outra coisa. – ela se vira, e dá um meio sorriso.

Enquanto Kate abria a geladeira para pegar a jarra de suco, eu ficava sentado só observando seus paços. Como ela era delicada. Achei que ficar ali parado, não estava sendo tão bom assim. Me levantei, e aproveitei que ela estava de costas, pegando os copos no armário, e lhe abracei por trás.

(Contado pela Kate)

Quando suas mãos tocaram a minha cintura, estremeci. Bill afastou meu cabelo, e depositou um beijou meu pescoço. Me arrepiei inteirinha, pensei que fosse cair ali mesmo. E isso aconteceria, se ele não estivesse me segurando. Eu quebraria o copo, se não o colocasse rapidamente em cima do balcão.

Bill me fez virar para ele. Nossos olhares se encontraram, e eu não conseguia parar de olhá-lo. Meu coração acelerou. Seu rosto foi se aproximando devagar, até que nossos lábios se tocaram, delicadamente. Passei meus braços em torno do seu pescoço. Ele me ergueu, e me colocou sobre o balcão. O copo foi empurrado sem querer, e caiu no chão. Ele ficou entre as minhas pernas, e continuávamos nos beijando. Aquele momento foi interrompido, quando a campainha começou a tocar.

– Você não vai atender, vai? – pergunta ele.
– Pode ser algo importante. – respondi.
– Ah não. – me abraçou. – Não vai lá.

Com certa dificuldade, consegui convencê-lo. Lhe dei um selinho, desci do balcão, e fui ver quem era. A campainha não parava de tocar, e aquilo já estava me deixando irritada.

– Já to indo! – gritei.

Abri a porta, e fiquei um tanto surpresa.

– Tom?
– Oi, Kate. – diz ele, um pouco sem graça.
– Aconteceu alguma coisa?
– Eu só queria falar contigo. – fez uma pausa. – Eu posso... Posso entrar?
– Se veio até aqui pra falar sobre a Laura...
– Não! – me interrompeu. – Não tem nada a ver com ela.

Abri um pouco mais a porta, lhe dando passagem. Ele entrou, e lhe disse para se sentar. Instantes depois, o Bill aparece.

– O que veio fazer aqui? – pergunta Bill.
– Vim falar com a Kate. – responde.
– Falar o quê? – me aproximei do Bill.
– Na verdade, vim pedir desculpas.
– Desculpas? – Bill e eu perguntamos em uníssono.
– Sim. – ele ficou de pé. – Fui imaturo o suficiente pra chegar ao ponto de “brigar” com você, na sua própria casa.
– Isso é verdade. – disse Bill.
– Mas não estou aqui apenas por mim.
– Não? – disse.
– O Bill me influenciou muito. Presenciei de perto o que ele passou quando terminou com você. Inclusive, eu tive uma bela participação para que isso acontecesse. Me desculpem.
– Todos nós cometemos erros. – disse.

Bill se aproximou do irmão, e lhe deu um abraço apertado. Fiquei até feliz por ver aquilo, e espero que nunca mais se repita. Bem, depois o Tom foi embora, e voltei a ficar sozinha com o Bill.

– Onde é que nós paramos mesmo? – pergunta ele, se aproximando com aquele sorriso malicioso.
– Acho que estávamos na cozinha, e...
– E o Tom apareceu pra atrapalhar tudo.
– Exatamente.
– Deveríamos subir pro quarto, e terminar o que estávamos começando.
– Eu acho que deveríamos ir até a cozinha...
– Lá na cozinha? – me interrompeu.
– Não! – eu ri. – O que quero dizer, é que deveríamos ir até a cozinha pra limpar os cacos de vidro do copo.
– Não poderíamos deixar pra depois?
– Deixa de ser preguiçoso. – o puxei pela mão. – Teremos bastante tempo pra fazer essas coisas ai.
– Mas a vontade passa, sabia?
– Eu sei que a sua não passa, então... Vamos limpar logo aquilo.

Confesso que fiz de propósito. Mas depois que deixamos tudo limpinho, sem nenhum caco de vidro pra contar a história, subimos pro quarto, e fizemos o que vocês já estavam esperando.

MANHÃ SEGUINTE

Acordei, e me assustei um pouco. Bill estava encostado próximo a porta do quarto, e me observava dormir.

– Bom dia. – diz ele.
– O que faz ai parado? – me sentei na cama.
– Vendo você dormir. – ele se aproximou. – Desculpa, se te assustei. – começou a puxar o lençol.
– Está frio. – reclamei.
– Se esse é o problema – subiu na cama, e foi chegando cada vez mais perto. -, posso dar um jeito.
– Bill – olhei pro relógio na mesinha de cabeceira. –, não são nem oito da manhã. E hoje irei trabalhar.
– Você é estraga prazeres, hein? – eu ri, e ele se deita ao meu lado.
– Não tenho culpa de você estar com os hormônios à flor da pele.

Me levantei e fui até o banheiro pra tomar meu banho. Não demorei muito, e sai enrolada numa toalha branca. Bill ainda estava na cama, e ficou me olhando.

– Não em olha desse jeito, que já estou aprendendo a resistir seus encantos. – disse, e ele riu. Em seguida se levantou.
– Mas aposto que se eu chegar perto, você não resiste.
– Então não se atreva a fazer isso. – ele já se aproximava.
– É meio difícil, porque meu corpo precisa do seu. – me puxou para ele, fazendo nossos corpos ficarem colados.
– Pára Bill. – mais um pouco, e eu não resistiria. – Tenho que trabalhar hoje. Não faz isso.

Ele me deu um beijo um tanto molhado, e caminhou em direção ao banheiro.

– Deus, que homem é aquele? – eu ri, em seguida fui pro closet pra escolher uma roupa.

Escolhi algo que fosse confortável, e que ao mesmo tempo me aquecesse, pois o dia estava meio frio. Me vesti, fiz uma leve maquiagem, e passei meu perfume favorito.

Bill e eu descemos até a cozinha para tomarmos café. Nos sentamos à mesa e conversávamos.

– Eu andei pensando, e... – olhei pra ele. – O que acha de vir morar comigo? – perguntei.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 39 - Não posso perder mais tempo.

Eu amo este lugar
Mas é assombrado sem você
Meu coração cansado
Está batendo tão lento
Nossos corações cantam menos do que queriam

(Contado pela 3º pessoa)

– Concordo plenamente! – Kate caminhou em direção até a porta, e a abriu. – E se não tiver mais nada pra dizer, pode ir embora. – desviou seu olhar do dele.
– Perfeito. – ele saiu, e ela bateu a mesma com força.

Kate ficou encostada ali na porta, e seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

– Perfeito. – repetiu, e uma lágrima caiu pelo seu rosto.

Seu corpo foi escorregando até o chão, onde ficou sentada. Abraçou os joelhos, e o choro se tornou incontrolável. Enquanto isso, Bill continuava parado na varanda, olhando para a porta fechada. Ele suspirou, e foi pro seu carro. Entrou, colocou o cinto de segurança, e já ia dar partida...

– Como você é burro! – xingou-se, e bateu no volante, fazendo a buzina tocar. – Idiota!

Após isso, girou a chave, e saiu do condomínio. Durante o percurso, não conseguiu se segurar e também deixou que algumas lágrimas escapassem dos seus olhos. Uns quinze minutos depois, chegou em seu apartamento. Abriu a porta, e a bateu. Tom que estava sentado no sofá, assistindo televisão, se assustou.

– Quebra. – disse Tom.
– Não enche!

Bill estava irritado, e foi pro quarto. Se sentou na cama, apoiou os cotovelos nos joelhos, e manteve a cabeça baixa.

– Está chorando? – pergunta Tom.
– Me deixe em paz. – respondeu, sem se mover.
– Apesar de estarmos brigados um com o outro – se sentou ao lado do irmão. -, me importo com você. Me conte o que houve?
– A Kate terminou comigo. – olhou pro Tom, e passou a mão direita no rosto, para enxugá-lo. – Agora já pode me jogar na cara, que a sua praga pegou.
– Não fale assim.
– Está satisfeito agora? – Bill se levanta. – Ela finalmente terminou comigo, e tudo por sua culpa!
– Não coloque a responsabilidade de sua briga, em cima de mim. – também se levantou.
– Se você não tivesse falado tantas coisas, eu não teria brigado com ela!
– Se VOCÊ não fosse tão...
– Idiota? – completou. – Essa é a única coisa que tenho escutado da boca das pessoas. – se sentou. – Me deixe sozinho.
– Bill...
– Saia agora! – falou com um tom mais alterado.

Tom se retirou, fechando a porta atrás de si.

Manhã seguinte...

Kate estava arrumada, e se encontrava na cozinha. Ela tentava preparar o café da manhã. Colocou um copo de vidro em cima da mesa, em seguida um prato de cor branca, com algumas torradas dentro. A mesa estava perfeita, mas faltava apenas um detalhe; a companhia do Bill. Ela abriu a geladeira, e pegou uma jarra de suco. Sentou-se à mesa, e começou a fazer a refeição. Mal havia começado, e perdeu a fome. Na verdade, não tinha comido nada desde o dia anterior. Resolveu limpar tudo. Novamente pegou aquela jarra, para levá-la de volta a geladeira, mas um pequeno descuido fez com que a mesma caísse, e se quebrasse.

– Droga! – disse Kate, abaixando-se para recolher os cacos.

Naquela tentativa de pegar com cuidado os vidros no chão, acabou cortando a mão. Aquilo doeu, e ela rapidamente foi até a pia para lavar o ferimento. A água misturou-se ao seu sangue, que parecia não querer parar de sair. Desligou a torneira, e enrolou a mão numa pequena toalha que estava ali por perto. Foi até seu quarto, e fez um curativo no local. Depois pegou sua bolsa, chamou um táxi, e partiu para a casa da senhora O’Connell, deixando toda a sujeira lá.

Chegou ao apartamento, e foi recebida por um abraço apertado do Brian. E era exatamente de um abraço daquele que ela precisava. Como naquele dia era feriado, o pequeno não foi ao colégio. Kate o levou ao playground do condomínio, para que ele pudesse se divertir um pouco. Ela se sentou num banco, enquanto ele se distraia nos brinquedos. Seus pensamentos estavam tão longe, que até mesmo o Brian percebeu.

– Kate, porque você está triste? – ele se senta ao seu lado.
– Quem disse que estou triste?
– Está sim. Dá pra ver nos seus olhos.
– É impressão sua. Só não dormi muito bem esta noite.
– O que aconteceu com sua mão?
– Me cortei.
– Doeu?
– Um pouco. – ela deu um sorriso desanimado. – Vamos voltar pra casa?
– Um-hum.

Os dois caminharam até o elevador, e ficaram aguardando um pouco. A porta se abriu. Ela estava distraída, e não percebeu quem estava ali dentro. Acabou esbarrando em Bill, que saia do mesmo.

– Desculpa. – disse ela, e entrou. Ele não respondeu nada, e saiu.

Brian reparou aquela cena, mas ficou calado. Ele e Kate chegaram ao apartamento, e o pequeno foi correndo para o escritório, pra ver a mãe. Ela foi pra cozinha, conversar com a Brenda.

– Está tão quietinha hoje. – diz Brenda. – Por acaso está doente?
– Acho que sim. – responde. – Mas parece ser incurável.
– Oh Meu Deus! Você está com câncer?
– Não! Claro que não!
– Então...?
– O Bill e eu terminamos.
– Tá falando sério?
– Porque eu inventaria algo assim?
– E qual foi o motivo?
– Desconfianças.
– Hum.
– Não queria falar sobre isso, se importaria?
– Óbvio que não! É um direito seu.

Mais tarde, Kate estava sentada no sofá da sala. Ela parecia pensar em algo, enquanto a senhora C a chamava.

– Kate? – a senhora C estalou os dedos. – Kate?!
– Desculpa.
– Está com a cabeça no mundo da Lua, hein?
– Não seria uma má idéia ir pra lá. – sussurrou.
– O que disse?
– Nada. Mas... A senhora precisa de mim?
– Venha até meu escritório. Vamos conversar um pouquinho. – ela sorriu.

xxx
Os meninos estavam ensaiando, ou melhor, tentando, pois a todo o momento Bill errava a letra.

– Ei, se concentra! – diz Tom. – Você tá errando tudo!
– Essa é a quarta vez que erra a letra da música. – diz Gustav.
– No que está pensando? – pergunta Georg.
– Desculpa pessoal, mas não consigo me concentrar. – diz Bill.
– Percebemos. – diz Gustav.
– Eu... – Bill se levanta. – Eu preciso... Preciso dar uma volta.
– Esperai! – grita Georg. – E o ensaio?
– Foi mal, mas agora não dá. – Bill se retira do local.

Os três ficam calados, e se entreolham.

– O que houve com ele? – pergunta Georg.
– Terminou com a namorada. – responde Tom.
– Só podia ter mulher na parada. – diz Gustav.

Bill pega seu carro, e fica rodando pela cidade, sem rumo. Ligou o rádio, mas parecia que todas as músicas que estavam tocando o fazia lembrar-se da Kate. Parou no semáforo, e um casal atravessou a faixa de pedestres, abraçados e sorrindo. Bill os seguiu com o olhar, até que os carros que estavam atrás começaram a buzinar, lhe avisando que o sinal já estava verde.

O dia já estava chegando ao fim, quando resolveu parar numa lanchonete. Se sentou numa mesa, próxima a janela. Em seguida, um casal entrou, e se sentaram numa mesa ao lado.

– Não vem tentar me enganar, que eu vi tudo! – disse ela.
– Mas eu já disse que aquilo foi um engano! – disse ele. – Aquela maluca que me agarrou!
– Até parece que vou acreditar. – Bill escutava toda a discussão.
– Você não tem que falar nada, porque nem esperou nosso primeiro termino esfriar, pra sair correndo atrás de outro.
– Isso foi há muito tempo, e não tem nada a ver com a história de hoje.

Bill virou-se para trás, e olhou para o casal.

– Tá olhando o quê? – pergunta o rapaz. – Nunca viu uma briga não?
– Querem um conselho? – diz Bill. – Confiem um no outro, e não cometam a mesma burrice que eu.
– O quê? – pergunta a moça. – Quem é você?
– Eu era o homem mais sortudo do mundo, e não sabia. – responde.
– Do que esse maluco tá falando? – pergunta o rapaz à sua companheira. – Você o conhece?
– Nunca o vi. – diz ela.



Toda palavra que você diz, eu penso
"eu deveria escrevê-las"
Não quero esquecer, venha luz do dia
E não precisa se preocupar
Que é perca de tempo
E não precisa imaginar
O que tem na minha mente
É você



No instante em que Bill se levantou, a garçonete veio trazer o seu pedido.

– Mas o senhor não vai nem experimentar? – pergunta a garçonete.
– Não posso perder mais tempo. – responde ele. – Preciso recuperar a mulher da minha vida!

Ele sai correndo da lanchonete, esbarra em algumas pessoas na rua, e pede desculpas. Encontra seu carro, e entra no mesmo. Já era noite. Pelo horário, a Kate já deveria estar em casa, e era pra lá que o Bill estava indo. Ele enfrentou um enorme engarrafamento.

– Vamos, saiam da frente! – ele gritava e buzinava. – Saiam logo!

Após passar por aquela “gigantesca” fileira de carros, finalmente conseguiu chegar até a casa da Kate. Ele parou em frente a porta dela, e ficou parado. Bill estendeu sua mão, mas não tocou a campainha. Respirou fundo, e quando ia tocar, a porta se abre.

– Laura?
– Oi Bill. – diz ela.
– A Kate está?
– Lá na cozinha. – ela lhe dá espaço para entrar.
– Você... Está indo embora? – ele entra.
– Vim apenas para ver como ela estava.
– Eu queria... Pedir desculpas.
– Não tem que se desculpar comigo. – ela dá um sorriso, e sai, fechando a porta.

Bill fica ali parado, sem saber o que fazer. Logo depois a Kate aparece, vindo da cozinha. Ela olhava o curativo em sua mão, e se assustou um pouco ao vê-lo ali parado.

– Bill?
– Nós não... Não terminamos de verdade, não é? – pergunta ele, um pouco sem jeito. – Por que... Estou prestes a enlouquecer sem você.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 38 - Perfeito.

Eu só quero ficar sozinho hoje a noite
Eu só quero poder respirar um pouco
Porque ultimamente tudo que fazemos é brigar
E toda vez isso me machuca mais

(Contado pela Kate)

Depois que o Bill foi embora, me sentei no sofá, e comecei a chorar. Tentei me controlar, mas estava difícil. Ele tinha mesmo terminado comigo, ou aquilo foi uma simples briguinha? E porque ele não está atendendo aos meus telefonemas? O desespero começou a tomar conta de mim.

– O quê que eu vou fazer? – perguntei a mim mesma. – Se meu namoro estiver acabado, o Tom pode começar a se preparar, porque vou matar ele!

Até eu fiquei com medo de mim. Que tipo de pensamentos maléficos são esses, hein? Pensei. Me levantei, e fui até a cozinha. Abri a geladeira, peguei a jarra de água e a coloquei sobre a mesa. Abri um dos armários, e peguei um copo. Despejei o liquido no copo, e bebi praticamente toda a água da jarra, de tanto nervoso. Me sentei numa das cadeiras, e novamente comecei a chorar. Odeio esses momentos depressivos.

Eu estava sozinha, precisando de companhia para desabafar. O telefone do Bill não atendia, a Brenda já deveria estar dormindo... A única pessoa disponível no momento seria? Laura. Minha situação já estava complicada, e se eu a chamasse até aqui, ai que as coisas ficariam feias mesmo. Mas eu realmente estou precisando falar com alguém.

Voltei até a sala, me sentei no sofá, peguei o celular e comecei a discar os números. E até agora não me conformei com o Bill ter ficado com raiva por eu ter escondido uma besteirinha dele. Que dramático. Tá legal, não foi exatamente uma besteirinha. Mas precisava fazer todo aquele drama, e me deixar louca desse jeito?

– Laura, to precisando muito falar com você. – disse.
Algum babado?
– Não! – respondi. – Acho que o Bill terminou comigo.
Chego ai em cinco minutos.

Lhe passei o endereço, e esse tempo pareceu ser uma eternidade. Na verdade, ela demorou dez minutos para chegar. A campainha tocou, e fui atender.

– Você acha que o Bill terminou com você, e isso não é um babado? – ela entra, e vai diretamente pro sofá. – Mas porque acha isso?
– Tivemos uma discussão, e ele foi embora.
– Só isso?
– E acha pouco? – me sentei ao seu lado.
– Foi apenas uma briguinha boba. Daqui a pouco vocês voltam a se falar.
– E se isso não acontecer?
– Não seja negativa. – ela me abraçou. – E qual foi o motivo de tudo?
– Seu garotão inexperiente. – nos desvencilhamos. – Ele está com medo de que eu roube você dele. – ela riu. – Não fica rindo não! O Tom me pediu pra ficar longe de você!
– Sério mesmo que ele fez isso?
– Um-hum. Ô garoto idiota, antipático, sínico. Odeio ele. – ela riu de novo.
– Dá um desconto, vai. Ele só não quer me perder. E além do mais, o Tom não é uma má pessoa.
– Ô Laura, se eu to falando mal dele, é pra você concordar comigo, e não ficar contra mim!
– Tudo bem. Ele é mesmo um idiota!
– Acha mesmo?
– Óbvio que não, mas como preciso concordar com você...

Passamos um longo tempo conversando. Consegui desabafar tudo, e pude até xingar o Tom de tudo quanto foi nome. Nunca havia xingado tanto uma pessoa. A orelha dele deveria estar queimando.

Estava muito tarde, e ficaria um pouco perigoso para a Laura ir pra casa. Então, resolvi convidá-la para dormir aqui. Lhe mostrei o quarto de hóspedes, e ela pareceu ter ficado a vontade. Fui pro meu quarto, e tranquei a porta. Vai que ela resolve dar a louca e vir me atacar? Não queria correr esse risco. Antes de dormir, tomei um banho caprichado e relaxante. Coloquei uma camisola de seda na cor salmão, e me deitei.

Bastou fechar os olhos, para ver perfeitamente o rosto do Bill, com aquele sorriso que me faz suspirar só de pensar.

(Contado pelo Bill)

Estava deitado em minha cama, de barriga pra cima. Fiquei olhando pro teto por alguns minutos, depois me sentei. Abri a primeira gaveta da mesinha de cabeceira, e tirei de dentro, uma foto da Kate. Me deitei novamente, e fiquei olhando pro seu rosto.

Sei que posso ter pegado um pouco pesado, mas ela sabe melhor do que ninguém, que odeio mentiras. E ela preferiu me deixar descobrir, a me contar a verdade. Porque ela mesma não me disse? Custava fazer isso? Se era medo, medo de quê? O Tom não seria capaz de machucar uma mosca, ou seria? Só sei que essa nossa primeira discussão está me fazendo mal. Nunca pensei que sentiria falta dela dessa maneira, e olha que nem estamos a tanto tempo “separados”.

(Contado pela Kate)

O dia clareou, e posso dizer que fiquei a noite inteira acordada só pensando numa maneira de como fazer as pazes com o Bill. Me levantei, e fui até o banheiro. Abri as torneiras, e deixei a água preencher a banheira. Enquanto isso, fiz minha higiene bucal. Prendi o cabelo, e tirei a camisola. Coloquei alguns sais aromáticos na água, tirei a calcinha e o sutiã, e fiquei de molho por alguns minutos. Pela primeira vez, adorei ficar em silêncio.

Sai enrolada numa toalha, mas não estava com nenhuma vontade de encarar o dia para trabalhar. Peguei o celular, e liguei para a senhora C. Disse que não estava me sentindo muito bem, e que não iria poder cuidar do Brian. Ela foi compreensiva, e aceitou numa boa. Desliguei, e fui procurar uma roupa. Coloquei um vestido leve; penteei o cabelo, e o prendi num coque bagunçado, passei o perfume, desodorante... Fiz uma leve maquiagem, e sai do quarto.

A Laura estava na cozinha, e havia preparado o café da manhã.

– Bom dia. – disse ela.
– Só se for pra você. – disse, em seguida me sentei numa cadeira. – Porque o meu dia já começou péssimo.
– Ah não! – se aproximou de mim. – Você não vai ficar desse jeito só por causa de uma discussão, não é?
– E como quer que eu fique?
– Tente não pensar muito no que aconteceu.

Ela me deu alguns conselhos, e por mais incrível que pareça, não me passou nenhuma cantada. Tomei o café, e fui me deitar no sofá da sala. Laura deixou toda a cozinha arrumada, pegou sua bolsa...

– Tenho que ir pro trabalho agora, bê. – me deu um beijo no rosto. – Qualquer coisa me liga.
– Obrigada por tudo.
– Sem problemas. Amigos são pra essas coisas.

Eu estava tão desanimada que não fui nem levá-la até a porta. Alguns minutos depois dela ter ido embora, a campainha toca. Me levantei com aquela preguiça e fui ver quem era.

– Aposto que esqueceu alguma coisa, não é Laura? – abri a porta.

Não era a Laura; era o Bill.

– Bill? – fiquei surpresa e feliz, ao mesmo tempo.
– A Laura esteve aqui?
– Acabou de sair. – respondi.
– Há essa hora? – lhe dei espaço para entrar. – Não é muito cedo para se fazer uma visita?

Olha só quem fala.

– Ela veio aqui ontem pra conversar comigo, ficou muito tarde, e a convidei para dormir. – disse, fechando a porta.
– Então quer dizer que ela dormiu aqui? – ele se virou pra mim.
– Sim. No quarto de hospedes.
– Sei.
– Não está acreditando, pergunte a ela.
– Olha, não vim até aqui pra falar sobre o que você e a Laura fizeram. Só vim pra tentar conversar, mas acho que não foi uma boa idéia.
– Porque não?
– A sua amiga já fez esse favor.
– O quê? – soltei uma leve risada. – O que está insinuando?
– Nada.
– Está sim! Você tá querendo dizer que passei a noite com ela. Mas isso não é verdade.
– Quem garante?
– Isso... Isso é burrice! Porque eu ficaria com ela, se tenho você? Quero dizer...

Ele ficou me olhando.

– Mal virei às costas, e você já a coloca aqui dentro. – disse ele.
– Não fique julgando sem saber!

Novamente estávamos discutindo.

– Bem que o Tom me avisou.
– Avisou o quê? – me aproximei.
– Que eu receberia aquele soco de volta, quando você me traísse com a Laura.
– Eu o quê? Ficou maluco? Perdeu o juízo, foi? – fiquei indignada com aquilo que ele disse. – Quem disse que a Laura e eu fizemos alguma coisa?
– Está na cara! Ela gosta de você, passa a noite aqui, e vocês duas...
– Você está sendo injusto!
– E você não foi sincera comigo, sobre o que o Tom te falou!
– Uma coisa não tem nada a ver com a outra!
– Tem tudo a ver!
– Já que estamos “lavando as roupas sujas”, não é preciso eu te lembrar que te vi agarrado com outra, não é?
– Ela quem me beijou.
– Um-hum. E eu sou a chapeuzinho vermelho.
– Eu sou um idiota mesmo, sabia?
– Nisso tenho que concordar.
– Viu só?! Acabou de confessar.
– Confessar o quê?

Eu estava ficando louca de novo.

– Acabou de confessar que dormiu com a Laura.
– Mas eu não disse nada! – fiz a minha pausa. – Sabe qual é o seu problema? Você não confia em mim, e é dramático!
– E como posso confiar desse jeito? E não sou dramático! Você que vive fazendo coisas erradas.
– Quer saber, não dá pra ficar tentando concertar as coisas, se você também não colabora.
– Vai querer que eu colabore com suas safadezas?

Eu ri. E tinha como ser diferente?

– Tudo bem, pra mim já chega. – disse, com mais calma. – Acho que já deu tudo que tinha de dar.
– O que quer dizer com isso? – ele também se acalmou um pouco.
– Quero dizer que nosso namoro acabou.

Ele ficou calado por alguns segundos.

– Ótimo. – disse ele, de uma vez. – Porque eu não posso ficar com alguém que não confia em mim, e que não espera nem eu virar as costas para colocar outra pessoa aqui.
– E eu não posso ficar com um idiota que não confia em mim.
– Agora sou idiota, não é? Acho que esse namoro não deveria nem ter começado!
– Concordo plenamente! – caminhei em direção até a porta, e a abri. – E se não tiver mais nada pra dizer, pode ir embora. – desviei meu olhar do seu.
– Perfeito. – ele saiu, e bati a porta com força.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 37 - Não é o que parece.

A música começa a tocar como o final de um filme
triste,
É o tipo de final que você realmente não quer ver.
Porque é uma tragédia e isso apenas te deixa pra
baixo,
Agora eu não sei como vai ser sem você por perto.

(Contado pelo Bill)
– Anda Kate, me responda! O que ele fazia em sua casa?

Ela ficou calada por alguns instantes. Notei que pareceu um pouco desconfortável. Bebeu um pouco do refrigerante, enquanto eu continuava encarando-a, esperando por uma resposta.

– Kate – disse. -, estou esperando.
– Está desconfiando de alguma coisa? – pergunta ela.
– Estou. – respondi. – Não que eu esteja desconfiando de algo errado, mas só quero saber o motivo dele ter ido até sua casa.
– Ele... Deve ter descoberto o endereço, e foi lá me visitar.

Ah tá. Quem ela pensa que está enganado? Sou a prova viva de que o Tom não vai muito com a cara dela.

– E porque o Tom te faria uma visita, se vocês mal se falam?
– Isso parece um interrogatório. – diz ela.
– Só peço que confie em mim, e me conte a verdade.
– Mas eu confio em você, e estou falando a verdade.
– Ok, se não quiser me dizer nada, tudo bem. Uma hora acabarei descobrindo.

Brian permaneceu caladinho, comendo e observando tudo. Quando a Kate novamente pegou seu copo de refrigerante, pude notar que suas mãos estavam tremendo um pouco. Eu sabia que ela estava me escondendo alguma coisa, só não sabia o por que.

– Vamos... Vamos pra casa? – diz ela.

Nos levantamos, e fui até o caixa para pagar a nossa conta. Olhei para trás, e ela conversava com o Brian. Terminei de pagar, e me juntei aos dois. Saímos da sorveteria, e caminhamos até um ponto de táxi próximo.

Dez minutos após, chegamos ao condomínio. Pegamos o elevador. No corredor, Kate tira a chave do bolso, e a coloca na fechadura. Abre a porta, e o Brian é o primeiro a entrar.

– Não vai mesmo me contar o que o Tom queria lá na sua casa? – insisti mais uma vez.
– Pergunte a ele. – ela me deu um selinho, e entrou.

Entrei em casa, e estava tudo muito quieto. Pensei que o Tom não estivesse, mas quando passei em frente ao seu quarto, a porta estava meio aberta e dava para ouvir o som da televisão ligada. Abri um pouco mais a porta, e ele estava deitado em sua cama, assistindo algum programa idiota. Me encostei em sua cômoda, cruzei os braços e o encarei.

– Tá me olhando por quê? – pergunta ele.
– O que você foi fazer na casa da Kate? – perguntei, sério. Ele se sentou na cama.
– Quer dizer que ela já foi fazer fofoca?
– Não, ela não falou nada.
– E como descobriu?
– Isso não interessa! Só quero que me responda, agora!
– Conversamos um pouco, mas você sabe que nenhuma mulher resiste ao meu charme não é?
– Tô falando sério, Tom!
– Eu também.
– A Kate não me trairia com você.
– Somos idênticos, e aposto que ela nem notaria alguma diferença.
– Porque você é assim, hein? Não cansa de ser tão idiota? – ele se levantou, e se aproximou.
– Ficou com medo, não é? – ele riu. – Fica tranqüilo, porque nós não fizemos nada. – ele voltou, e se sentou na cama, de frente pra mim. – Só fui até lá, para avisá-la que deve ficar bem longe da Laura.
– O-O quê? – perguntei incrédulo, e descruzei os braços. – Você não fez isso.
– Fiz. Mas a Kate é tão cabeça dura, que não me ouviu.
– Você vive se gabando de que nenhuma garota resiste ao seu charme, mas agora está ai, com medo de perder uma. – ele ficou sério. – Deveria parar e pensar um pouco. Perceber que isso tudo que está fazendo é falta de maturidade. – fiz uma pausa. – A Kate NUNCA tiraria a Laura de você, e sabe por quê? Porque ela me ama.

Me retirei do quarto, fechando a porta.

(Contado pela Kate)
Estava na cozinha conversando com a Brenda, quando o Brian apareceu. Ele estava com a cabeça baixa, e parou ao meu lado.

– O que foi? – perguntei, e ele me olhou.
– Ficou com raiva porque contei ao Bill sobre a visita do Tom? – olhei para a Brenda, que não entendia.
– Não, não fiquei com raiva. – respondi. Me abaixei, para ficar quase do seu tamanho. – Mas você deveria ter se segurado um pouco mais.
– Agora o Bill vai descobrir sobre a festa.
– Provavelmente. Mas se tivermos sorte, ele não descobrirá nada.
– Me desculpa?
– Claro. – o abracei. – Isso acontece às vezes. – nos desvencilhamos. – Só não repita mais. – ele riu, e depois saiu correndo em direção a sala.

Me levantei, e fui me sentar na mesa. A Brenda se sentou logo em seguida.

– Estão planejando uma festa pro Bill? – pergunta ela.
– Essa foi a desculpa que tive que inventar. – respondi.
– Por quê?
– Acredita que o Tom foi até minha casa para pedir que eu fique longe da Laura?
– Tá falando sério?
– E o Brian acabou soltando pro Bill sobre a visita.
– E ai?
– Inventei outra desculpa, que não o convenceu muito. – suspirei. – Estou torcendo pra que ele não vá perguntar nada ao Tom. Eles podem acabar brigando novamente.
– Bem que o Tom merece umas broncas.
– Tá merecendo um soco naquele rostinho bonito. – nós rimos.
– E se o Bill descobrir?
– Pelo pouco que o conheço, ele detesta mentira, então... Irei rezar pra ele não brigar comigo.

xxx
O relógio marcava 20h15. Brian já estava dormindo há algum tempo, e eu estava sentada no sofá da sala. A casa estava silenciosa, pois a senhora C tinha ido tomar um banho, e a Brenda saiu com alguém.

A campainha tocou, e fui atender; era o Bill. Ele estava um pouco sério. Achei estranho, e ao mesmo tempo normal. As pessoas não podem estar “felizes” 24 horas por dia. Em algum momento ela fica séria. Mas enfim, o convidei para entrar.

– Obrigado, mas não está na hora de você ir pra casa? – pergunta ele.
– Você vai me dar uma carona?
– Se quiser...
– Vou deixar um bilhete para a senhora O’Connell.

Ele ficou ali na porta, enquanto fui até o escritório. Escrevi um pequeno bilhete, e o deixei sob a mesinha do telefone, lá na sala. Fui encontrar o Bill, e pegamos o elevador, que nos levou até a garagem. Caminhamos até seu carro, entramos no mesmo, e ele deu partida.

O caminho parecia ter aumentado, pois dentro do carro estava um super silêncio. E aquilo logo começou a me incomodar. Resolvi colocar um cd, pra ver se mudava aquele “clima”. Bill estava estranho, e eu estava com medo de perguntar alguma coisa.

A janela do lado do motorista estava aberta, e ele apoiou o braço esquerdo na mesma, e ficou dirigindo apenas com a mão direita. Sua mente parecia estar em outro lugar. Desliguei o som, e foi nesse momento que ele olhou pra mim, pela primeira vez desde que entramos no carro. Mas isso durou poucos segundos, pois novamente voltou a olhar para a estrada, e continuou calado.

Como eu havia dito, o percurso até em casa, pareceu ter ficado bem longo. Quando chegamos, ele estacionou com cuidado. O silêncio continuava, e nós dois olhávamos para frente.

– Obrigada pela carona. – quebrei o silêncio.
– Não foi nada. – respondeu, sem me olhar.
– Aconteceu alguma coisa? Você está estranho. – ele ficou calado. – Não quer entrar um pouco.
– Um-hum. – foi a única coisa que saiu de sua boca.

Saímos do carro, e caminhamos até a entrada da casa. Tirei a chave do bolso, e coloquei na fechadura. Abri a porta, e entrei. Em seguida lhe dei passagem. Ele entrou, e assim que fechei a porta...

– Aceitei o seu conselho, e falei com o Tom. – disse ele.
– Você fez o quê? – me virei para ele.
– Porque o espanto?
– Não fiquei espantada.
– Ficou sim. – fez uma pausa. – Não foi você mesma quem disse para eu perguntar a ele?
– O que... Ele disse?
– Me contou a verdade. Aquela verdade que você não quis me dizer.
– Bill...
– Custava confiar em mim – ele me interrompeu. -, e dizer que ele praticamente te obrigou a ficar longe da Laura?
– Eu... Não queria que vocês brigassem. E também, não adiantaria nada.
– Adiantaria sim! Você não podia ter escondido isso de mim.
– Desculpa. – me aproximei um pouco. – Não sabia que era “importante” pra você.
– Não é questão de ser importante. – ele se afastou. – Só pensei que confiasse em mim.
– Mas eu confio!
– Não é o que parece.
– Bill!
– Se escondeu uma “ameaça”, o que mais esconderia?
– Está começando a me ofender.
– Olha... É melhor terminarmos esta conversa numa outra hora. - ele passou por mim.
– Esperai! - me virei. - Aonde vai?
- Pra casa. - respondeu.

Ele abriu a porta, e foi embora. Mas o que isso significa exatamente? Nós terminamos, é isso? Nunca senti tanto medo em minha vida.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 36 - Ô boquinha abençoada, hein?

(Contado pela Kate)

Um dia após o Brian ter dormido em minha casa...

Eu estava praticamente pronta para ir trabalhar. Faltava passar o perfume, quando o meu celular começou a tocar. Larguei tudo, e fui atender.

– Alô?
Kate, sou eu, Mandy.
– Ah, oi, Mandy.
Liguei pra avisar que a Laura chegou de viagem ontem à noite, e que daqui a pouco chegará à revista.
– Muito obrigada por avisar. – caminhei até a penteadeira, e conferi se estava tudo certo.
Por nada. Virá até aqui para vê-la?
– Acha que ela irá me receber?
Claro! Porque não receberia?
– Ok. Passou ai depois que levar o Brian no colégio.
Beleza.
– Beijos, até logo.
Até.

Desliguei e coloquei o celular dentro do bolso da minha calça. Passei o perfume, e sai do quarto. Desci até a cozinha, preparei algo para comer, chamei um táxi, e logo o mesmo já estava lá na rua me aguardando.

Cheguei ao condomínio em poucos minutos. Cumprimentei o porteiro e o sindico que estavam ali na entrada, e fui pegar o elevador. Instantes depois, a porta se abre, e esbarro com o Tom no corredor.

– Desculpa. – disse.
– Sem problemas. – respondeu, e entrou no elevador.

Pelo menos não foi tão ignorante. Como não estou mais morando neste condomínio, então também não tenho mais a chave. Tive que tocar a campainha, e aguardar. Para minha surpresa, e felicidade geral da nação, a Brenda estava de volta.

– Brenda! – lhe dei um abraço apertado.
– Vai acabar me matando desse jeito. – disse ela, e me desvencilhei.
– Quando foi que chegou?
– Hoje bem cedinho.
– Nem acredito que está de volta. – a abracei novamente. – Você fez tanta falta.
– Ah, tá. Acredito. – nos desvencilhamos novamente. – E pelo visto, você conseguiu sobreviver.
– Gata, você não sabe o quão difícil foi. – ela riu.

Entrei no apartamento, e me sentei no sofá, e ela se sentou ao meu lado.

– Cadê o Brian? – perguntei.
– Terminando de escovar os dentes. – respondeu.
– Que bom. Mas me conta, porque voltou mais cedo?
– Descobri que não consigo ficar longe desse lugar.
– Ah, fala a verdade, você estava com saudades de mim, não é? – nós rimos.
– Convencida. Mas eu estava com um pouquinho de saudades mesmo.
– Aham, sei. E como foi a viajem?
– Divertida. E estou com a impressão de que voltei mais cansada do que quando parti.
– O que andou aprontando, hein? – lhe passei aquele olhar malicioso.
– Nem te conto. Foram tantas coisas.
– Danadinha.

O Brian apareceu com sua mochila em mãos. Me deu um abraço, e começou a me dar pressa para levá-lo pro colégio. Quem vê até pensa que gosta de estudar.

– Depois conversaremos mais. – disse. – Deixa eu levar esse garoto no colégio antes que ele coloque um ovo.

Estávamos prontos para sair, quando a porta do escritório se abre, e a senhora C sai acompanhada por um rapaz elegante, trajando terno e gravata, e uma maleta em mãos. Tá, eu confesso que pensei besteiras. Mas na verdade, o rapaz era seu advogado.

– Ainda bem que você está ai. – disse a senhora C, se aproximando de mim, e sendo acompanhada pelo rapaz. – Este é o Derek, meu advogado.
– Muito prazer. – disse, lhe estendendo a mão.
– Derek, esta é a Kate. – disse ela.
– Então você é a famosa Kate? – pergunta ele, sorrindo.
– Famosa? – eu ri. – Não, acho que está me confundindo.
– Ela é uma ótima babá. – diz ela.

Esperai! Eu ouvi direito? A senhora C está me elogiando mesmo? O quê que essa mulher tá aprontando? Ah, já sei! Só pode ter fumado e bebido umas. Mas enfim, após as apresentações, segurei na mão do Brian, e fomos pegar o elevador.

Chegamos ao colégio, cinco minutos atrasados, e não foi culpa minha. A mãe dele quem ficou conversando demais. Recebemos uma minúscula bronca da professora, mas nada que pudesse afetar o Brian, ou a mim.

Depois de levá-lo ao colégio, peguei novamente um táxi, e fui até a revista onde a Laura estaria. Assim que apareci na recepção, fui recebida pela Mandy, que abriu um enorme sorriso, e disse:

– Ela já está lá dentro.

Bati na porta, em seguida entrei. Laura estava sentada em sua cadeira, atrás da mesa, e sorriu a me ver. Fechei a porta, e ela se levantou para vir me cumprimentar. Devo confessar que essa viajem repentina dela, me fez ficar com saudades de suas loucuras.

– Pensei que estivesse com raiva de mim. – disse ela, assim que nos afastamos.
– Vamos esquecer o passado, não é? – disse. – O que importa agora, é o futuro.

Nos sentamos no sofá.

– Porque viajou sem avisar? – perguntei. – Não deixou nenhum telefone para contato.
– Precisava pensar um pouco. – respondeu. – Minha vida estava uma bagunça, e eu queria organizar minha mente.
– Entendo.
– Mas não quero falar sobre mim. Me conta o que aconteceu nos dias em que estive fora?
– Bem, você ficou algum tempo longe, e são várias as novidades.
– Me conta!
– Bill me pediu em namoro.
– Sério? – ela deu um sorriso meio sem graça. Tentou disfarçar, mas não deu muito certo. – Q-Que bom. Fico feliz por isso.
– Eu também.
– E já estava na hora, não é? – ela ri. – Já tiveram a primeira noite?
– Já.
– Meu Deus! Acho que fiquei fora, tempo demais! Não acredito que perdi isso!
– O quê?
– Quis dizer que queria ter sido a primeira, a saber.
– Acho que conseguiu. Porque não contei nada pra ninguém.
– Ainda bem!

Conversamos por muitos minutos, quase horas. A Mandy veio avisar que a Laura teria uma pequena reunião em cinco minutos, e tive que ficar esperando ali na sala, sozinha, sem ninguém pra conversar. Tá, chega de drama. Até que ficar naquele lugar, não era tão ruim assim. Liguei o som num volume baixo, e coloquei o cd de uma banda que eu não fazia idéia de quem tocava. Enquanto eu estava li escolhendo outro cd, a porta se abriu novamente. Imaginei que as meninas tivessem esquecido alguma coisa.

– Tá fazendo o quê aqui? – me virei para ver quem era. – Não avisei que era pra ficar longe da Laura?
– E quem você pensa que é pra me mandar fazer algo? – cruzei os braços. – Não irei me afastar dela, só porque está pedindo. Até parece.
– Você não sabe com quem está mexendo. – me aproximei dele, e o encarei.
– Da mesma forma que não te conheço, você também não faz idéia de quem sou.

Me retirei, antes que aquela “conversa” mudasse o rumo. Minha vontade era de contar tudo pro Bill, mas isso só faria com que eles brigassem, e não quero que isso aconteça.

Passei tanto tempo ali na revista, que quando sai, já era hora de ir buscar o Brian. Durante o percurso ao colégio, aproveitei para ligar pro Bill. Pedi que fosse me encontrar numa sorveteria, pois queria vê-lo.

– Tá a fim de tomar um sorvete? – perguntei.
– Sim! – respondeu Brian, contente.

Fomos pra sorveteria, e não demorou muito pro Bill aparecer.

– Aconteceu alguma coisa? – pergunta Bill, assim que chegou.
– Não. – respondi. – Só queria te ver. – me deu um selinho.
– Fiquei sabendo que a Laura chegou de viajem.
– Chegou. Fui vê-la, e conversamos um pouco. – o Brian já estava tomando seu sorvete.

Conversa vai, conversa vem...

– E como foi aquela noite que o Brian passou em sua casa? – pergunta Bill.
– Tranqüila. – respondi.
– Aposto que ficaram acordados a noite inteira, comendo.
– Claro que não. – disse. – Mas quase chegamos a isso. Acredita que mal havíamos chegado, e ele falou que estava com fome? Olha que tinha acabado de comer.
– Ai você fez um lanche pra ele?
– Foi o jeito.
– E acabei comendo os dois sanduíches, porque ela ficou um tempão conversando com o tio Tom. – disse Brian.

Bill olhou pra mim.

– O Tom esteve em sua casa? – pergunta ele. – O que o Tom foi fazer lá?
– Opa. – disse Brian. – Acho que falei demais.
– Anda Kate, me responda! O que ele fazia em sua casa?

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 35 - Isto é uma ameaça?

(Contado pela Kate)


– Casamento é coisa séria, Bill.
– Acha que não quero nada sério com você?
– Não sei. Suportaria passar seus dias ao meu lado?
– Sem dúvida alguma.

Novamente aquele silêncio tomou conta, e a conversa foi interrompida quando o telefone começou a tocar. Me levantei e fui atender.

– Alô? – fiz uma pequena pausa para escutar o que estavam dizendo. – E já chamou o médico? – novamente a pausa. – Chego ai em poucos minutos. – desliguei.
– Aconteceu alguma coisa? – pergunta Bill, se aproximando.
– A senhorita O’Connell disse que o Brian está com febre, e passou a noite inteira chamando meu nome.
– Esse garoto realmente te ama.
– Preciso ir pra lá o mais rápido possivel. Pode me dar uma carona?
– Claro.

Subi pro banheiro e tomei um banho rápido. Retornei ao quarto, e o Bill já estava vestido. Perguntei se não queria tomar um banho, mas ele disse que era melhor irmos logo já que o Brian estava doente, e que tomaria quando chegasse em casa.

Passei o percurso inteiro preocupada com o Brian, e não via a hora de chegar para poder vê-lo. Assim que os portões do condomínio foram abertos, minha ansiedade aumentou um pouco mais. Bill estacionou, e rapidamente sai do carro. Apertei o botão do elevador, e aguardei.

– Calma. – disse Bill. – Ele não deve estar tão mau assim. Deve ter sentido sua falta, e isso é normal.
– Estou começando a me arrepender do que fiz.
– Não, não é hora pra ficar falando essas coisas. – olhei pra ele. – Sabia muito bem que seria difícil uma despedida, e ele precisa se acostumar, assim como tentarei fazer o mesmo. – me abraçou. E as portas do elevador se abriram.

Pegamos o elevador, e aquela “demora” estava me deixando louca. As portas se abriram novamente, e saímos. Ali no corredor, Bill e eu nos despedimos com um selinho.

– Qualquer coisa me liga. – disse ele. – E tente não ficar tão preocupada.
– Ok.

Quando abri a porta do apartamento, quem eu encontro? O senhor C. Sim, ele mesmo. Também fiquei surpresa ao vê-lo ali, pois pensei que a senhora C havia tido uma briga feia com ele, e não quisesse mais olhar em sua cara. Mas como ele é o pai do Brian, deve ter vindo para ver o filho.

– Olá. – disse, um pouco tímida.
– Como vai, Kate? – pergunta ele, sorrindo.
– Bem, obrigada. – veio me cumprimentar com um aperto de mão.
– Onde está o Brian?
– No quarto.

Fui até lá, e a porta estava aberta. O médico particular da família lhe examinava. Senti um aperto no coração ao ver aquele pequeno deitado na cama. Me aproximei, e vi um sorriso largo surgi nos lábios dele. Meus olhos estavam lacrimejados, mas consegui me segurar.

– Ele só está com um pouco de febre. – disse o médico à senhora C. – Mas não é nada que se possa preocupar. – ele arrumou suas coisas. – Passarei um medicamento, que o fará melhorar. E lhe dê bastante água, para hidratar o corpo.
– Tem certeza que não é nada grave? – perguntei.
– Você é...? – ele me olhou estranho.
– Kate, a babá dele. – respondi.
– Então, Kate, pode ficar tranqüila, que o garotão ficará bom logo.

O médico se despediu do Brian, em seguida me cumprimentou e saiu do quarto acompanhado pela senhora C. Me sentei na cama, ao lado dele, e passei a mão em seu cabelo.

– Vai voltar a morar aqui? – pergunta ele.
– Brian, nós já conversamos sobre isso. – disse.
– Senti sua falta.
– Também senti muito a sua falta. Mas to tentando me acostumar.
– Então me leva pra morar com você.

Aquilo cortou de vez meu coração.

– Sua mãe me mataria. – respondi.
– Ela nem ligaria. – ele abaixou um pouco a cabeça. – Ela só se importa com o papai.
– Isso não é verdade. – me olhou. - Sua mãe se importa muito com você. E um bom exemplo disso, é que ela chamou um ótimo médico pra cuidar de ti.
– Mas eu não quero ficar aqui. Quero ir embora com você.
– Quando completar dezoito anos, pode ir. Mas agora não dá.

Já tá dando cantada no menino? Toma vergonha na cara, dona Kate! Bem, conversamos por algum tempinho, e ele acabou pegando no sono. Fechei as cortinas, liguei seu abajur, e sai, deixando a porta meio aberta. Voltei a sala, e o pai dele já tinha ido embora. A senhora C estava sentada no sofá.

– Ele dormiu. – disse.
– Kate, sente-se aqui.

Me sentei ao seu lado.

– Isso que aconteceu com o Brian, não foi simplesmente por acaso, ou porque tinha que acontecer mesmo. – disse ela. – Mesmo que tenha se mudado há um dia, ele sente sua falta. – fiquei quieta. – Ele passou o resto do dia de ontem, sem comer absolutamente nada, e foi dormir da mesma maneira.
– Desculpa estar causando tudo isso.
– Não é sua culpa. Eu que não sou a melhor mãe do mundo. – seus olhos se encheram de lágrimas.
– Não diga isso. A senhora é sim uma boa mãe.
– Que tipo de mãe não planeja a própria festa do filho? – começou a chorar um pouco. – Que mãe sou eu, que prefere ir trabalhar, a cuidar do seu bem mais precioso. – a abracei.
– Todos cometem erros. – ela continuava chorando. – E ainda dá tempo de concertar tudo. – nos desvencilhamos.
– O Brian prefere passar seus dias com você, e não comigo.
– Isso não é verdade.
– Sejamos sinceras. – ela enxugou o rosto. - Nós duas sabemos que essa é a mais pura verdade.

A senhora C realmente não foi uma das melhores mães, mas ela deve ter seus motivos para ser assim. E enquanto conversávamos, e ela desabafava, acabou me contando um pouco sobre sua vida. Contou como conheceu o senhor C, quando se casaram, e quando receberam a noticia da gravidez. E entre isso tudo, havia uma mulher completamente apaixonada por outro homem, e que foi obrigada a se casar com um empresário rico, para não ter que levar a mesma vida que seus pais. Pois é, a senhora C passou por maus bocados para chegar até onde chegou. E talvez esse seja o motivo dela ter sido tão fria com o filho, o que eu não acho que seja uma justificativa. Mas como minha mãe dizia “cada um de nós carrega a cruz que merecemos”.

Passamos um longo tempo ali conversando. No finalzinho da tarde, o Brian desperta e vem até a sala, dizendo que estava com fome. Era um bom sinal. A febre já havia baixado, e nem foi preciso comprar o remédio. O levei até a cozinha, e preparei um saboroso lanche. Nada que tivesse açúcar.

A noite chegou, e com ela veio também a tristeza que começara a transparecer no rostinho do pequeno. Eu não queria ter que me despedir dele, mas sabia que uma hora teria que fazer novamente. Estávamos assistindo a um filme infantil, quando ele pareceu ter uma brilhante idéia.

– Mamãe, posso ir dormir na casa da Kate? – perguntou.

Fiquei sem reação. A mãe dele já havia falado aquelas coisas, e agora ele me aparece com mais essa. Ela ficou calada por algum tempinho.

– Você tem colégio amanhã, querido. – disse ela.
– Faltar um dia não mata ninguém. – disse ele.
– Se a Kate não se importar... Tudo bem.
– Posso ir, Kate? – pergunta ele.
– S-Sim. – respondi.

Brian ficou feliz, e me deu um abraço. Se levantou do sofá, e foi pro quarto arrumar algumas coisas para poder levar consigo. Confesso que fiquei um pouco sem graça com aquilo. Mas a senhora C foi muito educada e gentil comigo.

xxx

– Seja bem-vindo. – disse, abrindo a porta.

Os olhinhos dele tentavam observar cada cantinho da sala. E um sorriso surgiu.

– Nossa. – disse ele. – Sua casa é linda.
– Obrigada. – fechei a porta.
– Tem cachorro?
– Cachorro? – eu ri. – A não, de bicho já basta eu. – nós rimos.
– To com fome.
– Adoido, oncinha! Acabou de comer. - coloquei a mochila dele em cima do sofá.
– Mas to com fome. – ele se sentou ao lado da mochila.
– Tá legal. Vou preparar alguma coisa.

Liguei a TV, e o deixei assistindo desenho, enquanto tentaria preparar alguma coisa. Aproveitei para ligar pro Bill.

– O médico disse que era só uma febre, mas nada grave. – disse.
Viu só? Eu disse pra não se preocupar.
– E adivinha quem está aqui comigo?
Não vai me dizer que o Brian foi dormir ai.
– O próprio.
To começando a ficar com ciúmes desse garoto. – eu ri. – Pode falar pra ele não ir se acostumando viu, porque o macho dessa casa sou eu.
– Essa casa é enorme, e cabem os dois.
Vou fingir que não ouvi isso.

Fiz dois sanduíches, e dei um jeito de caprichar neles. Escutei a campainha tocar, e gritei pedindo que o Brian fosse atender pra mim. Pouco depois ele aparece dizendo:

– O irmão do Bill está ai.

O quê que o Tom quer aqui? Pensei. Disse ao Bill que ligaria depois, mas não lhe contei sobre a visita inesperada de seu irmão. Fui até a sala para recebê-lo.

– Tom? – disse.
– Será que poderíamos conversar... A sós? – ele olhou pro Brian.

Achei aquilo ainda mais estranho. Olhei pro Brian que estava atrás de mim, e lhe disse:

– O sanduíche está pronto em cima da mesa, e o refrigerante também. – fiz uma pausa. – Se não quiser comer algo frio, é melhor ir logo.
– Não posso ficar aqui? – pergunta ele.
– Não. – respondi.
– Odeio adultos. – saiu resmungando.
– Bem... Não quer se sentar? – perguntei.
– Obrigado, mas o assunto é rápido. – disse Tom.
– Ok. Estou lhe ouvindo.

Ficamos parados de frente um para o outro. Cruzei os braços, e fiquei quieta, esperando que ele falasse alguma coisa.

– A Laura me ligou. – colocou as mãos nos bolsos da calça. – Ela disse que chegará amanhã do Caribe.
– Só veio até aqui para me dizer isso?
– Não. – estava sério. – Na verdade vim lhe pedir uma coisa.
– Me pedir algo? O quê?
– Que não se encontre mais com a Laura. – fez uma pequena pausa. – Ela demorou muito tempo para tentar te esquecer, e se vocês duas se reencontrarem, este sentimento pode voltar.
– Está brincando, não é? – dei uma risada.
– Pareço estar brincando? – pareceu estar ainda mais sério. Parei de rir.
– O que está me pedindo é loucura! – descruzei os braços. – A Laura e eu somos amigas, e não deixarei de vê-la só porque você quer.
– Você não entende, não é? A sua vida está praticamente feita, com o meu irmão. Mas a minha não! – ele alterou o tom de voz. – Custei muito para conquistar aquela garota!
– Primeiro, abaixe o tom de voz. – o encarei. – Segundo, deveria se garantir, e não ficar me fazendo esse tipo de pedido. E terceiro, não deixarei de falar com ela. – ele soltou um risinho, que eu não gostei.
– Não chegará perto da Laura!
– E quem vai me impedir?
– Você não me conhece, e não sabe do que sou capaz.
– Isto é uma ameaça? Porque se for, não estou sentindo um pingo de medo!

Ele ficou calado.

– Acho que a nossa conversa já acabou. – disse, caminhei até a porta e abri a mesma. – Tenha uma boa noite, Tom.
– Está avisada, não é? – ele me encarou. – Não chegue perto dela.
– Tchau, Tom.

Tom passou por mim, e se retirou. Foi só ele colocar os pés para fora, que bati a porta com força. Quem ele tá pensando que é pra vir até minha casa me fazer... ameaça(?)

Fui para a cozinha, e me sentei em frente ao Brian, que já estava devorando o segundo sanduíche, que era pra ser meu. Ô garoto guloso.

– O que o tio queria? – pergunta ele.
– Nada não. – respondi. – E não conta pro Bill que ele veio aqui, tá?
– Por quê?
– Por que... – pensei numa resposta convincente para lhe dar. – Porque estamos planejando fazer uma festa de aniversário pro Bill, e ele descobriria na hora, se você contasse que o Tom veio aqui.
– Aaahh. Pode deixar, que não contarei nada. – ele sorriu, e retribui.

Passei a noite praticamente inteira só pensando naquilo que o Tom veio me falar. Só conseguir relaxar, quando peguei no sono. Se o Bill descobrisse isso, com certeza brigaria com o irmão, e não quero que eles briguem novamente por minha causa. Então, é melhor que tudo fique em segredo.

Postado por: Grasiele

The Nanny - Capítulo 34 - Melhor, Impossivel.

Minha vida é brilhante
Meu amor é puro
Eu vi um anjo
Disso tenho certeza...


(Contado pelo Bill)

Enquanto a Kate tomava seu banho, fiquei na sala, sentado no sofá, olhando para o teto. Eu poderia ligar a televisão, mas não estava a fim de assistir nada. Queria fazer algo diferente, e que ocupasse meu tempo da melhor maneira possivel.

Permaneci ali parado por mais alguns minutos, quando resolvi me levantar. Me aproximei da estante onde estavam as fotos, e comecei a olhar uma por uma. Eu aparecia na maioria delas, ao lado da Kate. Era incrível ver aquele sorriso mágico que me encantava. A alegria que ela consegue transmitir, sem dizer absolutamente nada. Ela me faz sair de mim e voar para um lugar diferente. Como eu adoro encarar aqueles olhos cheios de vida. E aquele cheiro perturbador... O cheiro que me deixa louco só de chegar perto.

Me cansei de ficar ali embaixo, e resolvi subir. Também achei que ela estava demorando um pouquinho. Passei pelo corredor, e me pus em frente a sua porta que estava meio aberta. Olhei pela fresta, e Kate estava sentada em sua cama, passando algum tipo de creme em sua perna direita. Como ela estava de costas, só consegui ver seu robe, mas sabia que estava usando apenas lingerie. Depois ela saiu dali, e se colocou em frente ao espelho. Abri um pouco mais a porta, e entrei. Pelo reflexo, ela me viu e deu um sorriso. Foi assim que notei que ela estava usando uma lingerie delicada, que parecia deixar seu corpo ainda mais belo.

(Roupa da Kate: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=24181254&.locale=pt-br)

– O que foi? – pergunta ela, enquanto passava perfume em pontos estratégicos.
– Nada. – respondi, e me aproximei mais.

Nós dois sabíamos que seria uma questão de tempo até que chegássemos ao ponto total da ebulição, do desejo ardendo virar não uma fagulha, mas, um incêndio incontrolável. Ela não se moveu, e ficou me olhando pelo reflexo.

Minha mão esquerda enlaçou sua cintura, e a outra tratou de afastar seus cabelos. No mesmo instante ela colocou o perfume em cima de uma mesinha ao lado da cama. Aproximei meu rosto da curva de seu pescoço, e aspirei aquele perfume que impregnou minhas narinas. Em seguida, depositei um beijou delicado. Entreabri um pouco a boca, e seria capaz de marcar aquele local, se não parasse para pensar que seria “crueldade” deixar uma pequena marquinha roxa numa pele tão delicada e clara.

Fiz com que ela se virasse para mim, e nossos olhares se tocam, sem se tocarem exatamente. Foi ali que a fagulha certeira se transformou em brasa, prestes para atacar com sucesso tudo seco à volta. Aproximei meu rosto do seu, e fiz com que nossos lábios se tocassem, e ela abriu a boca e me beijou. Nossos lábios se tocando, em um beijo de amor com a paixão dos amantes. De repente, nossas línguas se entrelaçaram como cordas e nossos corpos se juntaram até que transformassem em uma única alma. O modo como ela me segurava, dava pra sentir seu desejo, na entrega em que ela se permitia ter naquele momento.

Sem esperar por nada, Kate arrancou minha camisa e a jogou para um lado, e continuou a me beijar. Tirei seu robe, e minhas mãos continuaram a passear pelo seu corpo cheio de curvas sinuosas. Nos deixamos levar pelo que parecia insaciável, sentindo nossas línguas, o toque da pele, a pegada da mão... Meu corpo pedia um pouco mais daquilo. Enquanto a direcionava para a cama, nos beijávamos cada vez mais com desejo um pelo outro.

Não a joguei na cama, pousei seu corpo em cima do macio lençol de seda, e a encarei, em busca da certeza própria da decisão acertada. Sem palavras, selamos com um beijo o acordo preciso. Eu ainda estava vestido com a minha calça, e entre as pernas dela. Num movimento rápido, trocamos as posições, e ela subiu em cima de mim. Nos beijávamos com todo o desejo que poderíamos ter um pelo outro. Procurei o fecho de seu sutiã, e o abri. Naquele momento não pude evitar tocá-los. E eu os toquei, extasiado, e ela parecia gemer quando eu os beijava e sugava. Eu a segurava com força. Kate roçava em mim... E ficamos nessa “brincadeira” por alguns minutos. Ela sorriu pra mim, e me senti no céu. Tudo que eu queria, era poder senti-la de verdade, possuí-la com a força que tomava conta de mim.

Seus lábios pareciam querer tocar cada parte de meu corpo. Minha respiração já não era mais a mesma há muito tempo. Ela foi descendo até o cós da minha calça, me olhou e sorriu maliciosamente.

– Isso é tortura. – disse, com um meio sorriso.
– Te mostrarei o que é tortura de verdade.

Ela desabotoou e abriu o zíper da minha calça, puxou a mesma juntamente com a cueca. Me olhou mais uma vez, e me seduziu com a língua e com a boca. Mesmo que eu quisesse, estava difícil me controlar, os gemidos saiam involuntariamente. Kate me fazia sentir algo diferente, uma gigantesca vontade de tê-la pra mim. Eu acabaria “explodindo”, e não seria justo. A puxei para a cama, e me pus sobre ela. Ela riu a me ver meio ofegante. Mordeu o lábio inferior, e isso foi como um ímã. Meus lábios necessitavam dos dela. A beijei novamente.

– Chama aquilo de tortura? – sussurrei em seu ouvido.
– Consegue fazer melhor? – seu tom provocador, me deixou ainda mais excitado.

Enquanto lambia seus seios, tirei sua calcinha e a arremessei em algum lugar do quarto. Passei minhas mãos em suas coxas, apertando-as um pouco, separei suas pernas freneticamente. A olhei com malicia, e dei um meio sorriso.

– O que...

Antes que ela terminasse, sentiu meus dedos penetrarem sua intimidade, e a Kate se moveu forte e bruscamente, como se buscasse o toque mais completo. E aquilo ainda não era o suficiente para mim. Não para o desafio que ela impôs. Fui descendo, e minha língua fazia traçados em seu corpo, até que a mesma passou por toda sua intimidade, molhando-a, e sugando toda sua força quando alcancei o clitóres, e ela gemeu alto.

Kate parecia querer alcançar alguma coisa na mesinha de cabeceira. Olhei na direção da mesma, e vi que era uma pequena bolsa. Com muito esforço, ela conseguiu pegar, e mesmo no estado em que se encontrava, abriu a bolsa e retirou de dentro, uma camisinha

– Coloca logo! – disse ela, estendendo o pacotinho.

Seu desejo foi mais que uma ordem. Coloquei a camisinha cuidadosamente, e antes de fazer qualquer coisa, lhe dei um beijo.

– Anda logo, Bill!

Tive que rir com isso. A penetrei, e gememos juntos. Estava fazendo-a delirar a cada investida, e meu membro a penetrava e saia deliciosamente. Entregamo-nos apenas ao momento, e sentindo cada estocada com um revirar de olhos, que fazia meu desejo aumentar. Entramos no processo de êxtase, e gozamos.

(Contado pela 3º pessoa)

O dia amanheceu. Como a senhora C havia dado dois dias de folga a Kate, ela não se preocupou em acordar tão cedo. Mas assim que despertou, apalpou a cama à procura do Bill, que não estava ao seu lado. Seu corpo ainda se deliciava com as sensações da noite anterior. Ela se sentou na cama, olhou para os lados, se levantou e vestiu seu robe. Foi até o banheiro e fez sua higiene bucal. Desceu as escadas, chegando a sala.

– Bill? – chamou ela.
– Estou aqui! – gritou ele da cozinha.

Ela foi ao seu encontro, e ele estava em frente ao fogão preparando panquecas.

– Bom dia. – disse ele, sorrindo.
– O que está fazendo? – ela se aproxima, lhe dá um selinho, e espia o que ele preparava.
– Panquecas. – responde. – Gosta?
– Desde quando sabe cozinha?
– Aprendi com o Tom. – ela encosta-se ao balcão.
– Então quer dizer que ele também possui dotes culinários como você?
– Precisamos aprender, já que moramos sozinhos.

Kate se senta em cima do balcão, e o Bill fica de costas para ela.

– Vida, posso experimentar um pedacinho? – pergunta ela.

No mesmo instante ele pára o que está fazendo, e se vira.

– O que disse?
– Perguntei se posso experimentar.
– Não, você disse algo antes.
– Lhe chamei de vida. – ele se aproxima dela, e se coloca entre suas pernas.
– Pode repetir? – a abraça.
– Vida. – ela sussurra. – Minha vida.
– Eu te amo tanto. – sussurra de volta.
– Bill...
– Não, não diga nada.
– Mas é que...
– Shiiiii. – ele a impede de falar.

Der repente Kate empurra o Bill, e pula do balcão.

– Tá pegando fogo! – grita ela, e sai a procura de um extintor.

Os dois ficam desesperados, mas por sorte conseguem apagar aquelas chamas antes que um incêndio pudesse começar de verdade.

– Minhas panquecas. – ele faz drama. E ela começa a rir. – Não é pra rir não! Viu só o que você fez?
– O quê? – ela continuava rindo. – Não tenho culpa se você não soube cuidar da panela.
– Se não ficasse me seduzindo, nada disso teria acontecido. – os dois riem.
– A carne é fraca, hein?
– Não muito, mas você consegue me enlouquecer.
– Ui. – ela sorriu maliciosamente. – Consigo mesmo?
– Nem imagina o quanto. – ele retribui o sorriso, e a abraça.
– Tô com fome. Você me deixou completamente sem forças, e preciso repor as energias.
– O que acha de pedirmos uma pizza?
– Só se pedir sorvete de morango também.
– Perfeito.

Ela se senta à mesa, enquanto Bill pega o telefone para fazer o pedido. Os dois vão para a sala, e se sentam no peludo carpete em frente a lareira, que estava ligada. Minutos depois a campainha toca. E Kate se levanta para ir atender.

– Aonde vai? – pergunta Bill.
– Atender a porta. – responde Kate.
– Com essa roupa? Nem pensar! Não quero nenhum macho olhando pra você. – ela ri.
– Tudo bem. – ela volta a se sentar.

Bill recebe a pizza e o sorvete de morango, em seguida paga. Fecha a porta, e se senta ao lado dela. Eles acabam com a fome, enquanto conversavam.

Minutos depois... Bill estava encostado no sofá, e com as pernas esticadas na direção da lareira. Kate se deitou com as costas para o chão, e colocou sua cabeça no colo dele, e não demorou muito para Bill começar a mexer em seu cabelo.

– Você é linda, sabia? – diz ele.
– E você é um grande mentiroso.
– A mais linda de todas.
– Todas? – ela o olha. – Então quer dizer que tem mais?
– Claro que não! Quis dizer que você é a mais linda de todas as mulheres do mundo.
– Olha que eu acredito, hein?
– É a mais pura verdade. – ele fez uma pausa. – Kate, essa noite... Foi como esperava? Quero dizer, foi como imaginava?
– Não. – responde. – Foi muito melhor.

O silêncio tomou conta por alguns instantes.

– Bem, eu já sei cozinhar, dou conta do recado... Então acho que estou pronto pra casar. – diz ele. Kate solta uma gargalhada. – Do que está rindo?
– Você é um bobo.
– Tô falando sério. – ela se senta, e olha pra ele.
– Casar?
– Porque não? – ele coloca uma mexa do cabelo dela, atrás da orelha. – Ou vai dizer que não quer se casar comigo?
– Não, não é isso.
– E o que te impede de dizer sim?
– Está mesmo falando sério?
– Claro! – fez uma pausa. – Quero ficar com você até o fim dos meus dias.
– Casamento é coisa séria, Bill.
– Acha que não quero nada sério com você?

Postado por: Grasiele

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