terça-feira, 24 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 36 - Ô boquinha abençoada, hein?

(Contado pela Kate)

Um dia após o Brian ter dormido em minha casa...

Eu estava praticamente pronta para ir trabalhar. Faltava passar o perfume, quando o meu celular começou a tocar. Larguei tudo, e fui atender.

– Alô?
Kate, sou eu, Mandy.
– Ah, oi, Mandy.
Liguei pra avisar que a Laura chegou de viagem ontem à noite, e que daqui a pouco chegará à revista.
– Muito obrigada por avisar. – caminhei até a penteadeira, e conferi se estava tudo certo.
Por nada. Virá até aqui para vê-la?
– Acha que ela irá me receber?
Claro! Porque não receberia?
– Ok. Passou ai depois que levar o Brian no colégio.
Beleza.
– Beijos, até logo.
Até.

Desliguei e coloquei o celular dentro do bolso da minha calça. Passei o perfume, e sai do quarto. Desci até a cozinha, preparei algo para comer, chamei um táxi, e logo o mesmo já estava lá na rua me aguardando.

Cheguei ao condomínio em poucos minutos. Cumprimentei o porteiro e o sindico que estavam ali na entrada, e fui pegar o elevador. Instantes depois, a porta se abre, e esbarro com o Tom no corredor.

– Desculpa. – disse.
– Sem problemas. – respondeu, e entrou no elevador.

Pelo menos não foi tão ignorante. Como não estou mais morando neste condomínio, então também não tenho mais a chave. Tive que tocar a campainha, e aguardar. Para minha surpresa, e felicidade geral da nação, a Brenda estava de volta.

– Brenda! – lhe dei um abraço apertado.
– Vai acabar me matando desse jeito. – disse ela, e me desvencilhei.
– Quando foi que chegou?
– Hoje bem cedinho.
– Nem acredito que está de volta. – a abracei novamente. – Você fez tanta falta.
– Ah, tá. Acredito. – nos desvencilhamos novamente. – E pelo visto, você conseguiu sobreviver.
– Gata, você não sabe o quão difícil foi. – ela riu.

Entrei no apartamento, e me sentei no sofá, e ela se sentou ao meu lado.

– Cadê o Brian? – perguntei.
– Terminando de escovar os dentes. – respondeu.
– Que bom. Mas me conta, porque voltou mais cedo?
– Descobri que não consigo ficar longe desse lugar.
– Ah, fala a verdade, você estava com saudades de mim, não é? – nós rimos.
– Convencida. Mas eu estava com um pouquinho de saudades mesmo.
– Aham, sei. E como foi a viajem?
– Divertida. E estou com a impressão de que voltei mais cansada do que quando parti.
– O que andou aprontando, hein? – lhe passei aquele olhar malicioso.
– Nem te conto. Foram tantas coisas.
– Danadinha.

O Brian apareceu com sua mochila em mãos. Me deu um abraço, e começou a me dar pressa para levá-lo pro colégio. Quem vê até pensa que gosta de estudar.

– Depois conversaremos mais. – disse. – Deixa eu levar esse garoto no colégio antes que ele coloque um ovo.

Estávamos prontos para sair, quando a porta do escritório se abre, e a senhora C sai acompanhada por um rapaz elegante, trajando terno e gravata, e uma maleta em mãos. Tá, eu confesso que pensei besteiras. Mas na verdade, o rapaz era seu advogado.

– Ainda bem que você está ai. – disse a senhora C, se aproximando de mim, e sendo acompanhada pelo rapaz. – Este é o Derek, meu advogado.
– Muito prazer. – disse, lhe estendendo a mão.
– Derek, esta é a Kate. – disse ela.
– Então você é a famosa Kate? – pergunta ele, sorrindo.
– Famosa? – eu ri. – Não, acho que está me confundindo.
– Ela é uma ótima babá. – diz ela.

Esperai! Eu ouvi direito? A senhora C está me elogiando mesmo? O quê que essa mulher tá aprontando? Ah, já sei! Só pode ter fumado e bebido umas. Mas enfim, após as apresentações, segurei na mão do Brian, e fomos pegar o elevador.

Chegamos ao colégio, cinco minutos atrasados, e não foi culpa minha. A mãe dele quem ficou conversando demais. Recebemos uma minúscula bronca da professora, mas nada que pudesse afetar o Brian, ou a mim.

Depois de levá-lo ao colégio, peguei novamente um táxi, e fui até a revista onde a Laura estaria. Assim que apareci na recepção, fui recebida pela Mandy, que abriu um enorme sorriso, e disse:

– Ela já está lá dentro.

Bati na porta, em seguida entrei. Laura estava sentada em sua cadeira, atrás da mesa, e sorriu a me ver. Fechei a porta, e ela se levantou para vir me cumprimentar. Devo confessar que essa viajem repentina dela, me fez ficar com saudades de suas loucuras.

– Pensei que estivesse com raiva de mim. – disse ela, assim que nos afastamos.
– Vamos esquecer o passado, não é? – disse. – O que importa agora, é o futuro.

Nos sentamos no sofá.

– Porque viajou sem avisar? – perguntei. – Não deixou nenhum telefone para contato.
– Precisava pensar um pouco. – respondeu. – Minha vida estava uma bagunça, e eu queria organizar minha mente.
– Entendo.
– Mas não quero falar sobre mim. Me conta o que aconteceu nos dias em que estive fora?
– Bem, você ficou algum tempo longe, e são várias as novidades.
– Me conta!
– Bill me pediu em namoro.
– Sério? – ela deu um sorriso meio sem graça. Tentou disfarçar, mas não deu muito certo. – Q-Que bom. Fico feliz por isso.
– Eu também.
– E já estava na hora, não é? – ela ri. – Já tiveram a primeira noite?
– Já.
– Meu Deus! Acho que fiquei fora, tempo demais! Não acredito que perdi isso!
– O quê?
– Quis dizer que queria ter sido a primeira, a saber.
– Acho que conseguiu. Porque não contei nada pra ninguém.
– Ainda bem!

Conversamos por muitos minutos, quase horas. A Mandy veio avisar que a Laura teria uma pequena reunião em cinco minutos, e tive que ficar esperando ali na sala, sozinha, sem ninguém pra conversar. Tá, chega de drama. Até que ficar naquele lugar, não era tão ruim assim. Liguei o som num volume baixo, e coloquei o cd de uma banda que eu não fazia idéia de quem tocava. Enquanto eu estava li escolhendo outro cd, a porta se abriu novamente. Imaginei que as meninas tivessem esquecido alguma coisa.

– Tá fazendo o quê aqui? – me virei para ver quem era. – Não avisei que era pra ficar longe da Laura?
– E quem você pensa que é pra me mandar fazer algo? – cruzei os braços. – Não irei me afastar dela, só porque está pedindo. Até parece.
– Você não sabe com quem está mexendo. – me aproximei dele, e o encarei.
– Da mesma forma que não te conheço, você também não faz idéia de quem sou.

Me retirei, antes que aquela “conversa” mudasse o rumo. Minha vontade era de contar tudo pro Bill, mas isso só faria com que eles brigassem, e não quero que isso aconteça.

Passei tanto tempo ali na revista, que quando sai, já era hora de ir buscar o Brian. Durante o percurso ao colégio, aproveitei para ligar pro Bill. Pedi que fosse me encontrar numa sorveteria, pois queria vê-lo.

– Tá a fim de tomar um sorvete? – perguntei.
– Sim! – respondeu Brian, contente.

Fomos pra sorveteria, e não demorou muito pro Bill aparecer.

– Aconteceu alguma coisa? – pergunta Bill, assim que chegou.
– Não. – respondi. – Só queria te ver. – me deu um selinho.
– Fiquei sabendo que a Laura chegou de viajem.
– Chegou. Fui vê-la, e conversamos um pouco. – o Brian já estava tomando seu sorvete.

Conversa vai, conversa vem...

– E como foi aquela noite que o Brian passou em sua casa? – pergunta Bill.
– Tranqüila. – respondi.
– Aposto que ficaram acordados a noite inteira, comendo.
– Claro que não. – disse. – Mas quase chegamos a isso. Acredita que mal havíamos chegado, e ele falou que estava com fome? Olha que tinha acabado de comer.
– Ai você fez um lanche pra ele?
– Foi o jeito.
– E acabei comendo os dois sanduíches, porque ela ficou um tempão conversando com o tio Tom. – disse Brian.

Bill olhou pra mim.

– O Tom esteve em sua casa? – pergunta ele. – O que o Tom foi fazer lá?
– Opa. – disse Brian. – Acho que falei demais.
– Anda Kate, me responda! O que ele fazia em sua casa?

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog