terça-feira, 24 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 37 - Não é o que parece.

A música começa a tocar como o final de um filme
triste,
É o tipo de final que você realmente não quer ver.
Porque é uma tragédia e isso apenas te deixa pra
baixo,
Agora eu não sei como vai ser sem você por perto.

(Contado pelo Bill)
– Anda Kate, me responda! O que ele fazia em sua casa?

Ela ficou calada por alguns instantes. Notei que pareceu um pouco desconfortável. Bebeu um pouco do refrigerante, enquanto eu continuava encarando-a, esperando por uma resposta.

– Kate – disse. -, estou esperando.
– Está desconfiando de alguma coisa? – pergunta ela.
– Estou. – respondi. – Não que eu esteja desconfiando de algo errado, mas só quero saber o motivo dele ter ido até sua casa.
– Ele... Deve ter descoberto o endereço, e foi lá me visitar.

Ah tá. Quem ela pensa que está enganado? Sou a prova viva de que o Tom não vai muito com a cara dela.

– E porque o Tom te faria uma visita, se vocês mal se falam?
– Isso parece um interrogatório. – diz ela.
– Só peço que confie em mim, e me conte a verdade.
– Mas eu confio em você, e estou falando a verdade.
– Ok, se não quiser me dizer nada, tudo bem. Uma hora acabarei descobrindo.

Brian permaneceu caladinho, comendo e observando tudo. Quando a Kate novamente pegou seu copo de refrigerante, pude notar que suas mãos estavam tremendo um pouco. Eu sabia que ela estava me escondendo alguma coisa, só não sabia o por que.

– Vamos... Vamos pra casa? – diz ela.

Nos levantamos, e fui até o caixa para pagar a nossa conta. Olhei para trás, e ela conversava com o Brian. Terminei de pagar, e me juntei aos dois. Saímos da sorveteria, e caminhamos até um ponto de táxi próximo.

Dez minutos após, chegamos ao condomínio. Pegamos o elevador. No corredor, Kate tira a chave do bolso, e a coloca na fechadura. Abre a porta, e o Brian é o primeiro a entrar.

– Não vai mesmo me contar o que o Tom queria lá na sua casa? – insisti mais uma vez.
– Pergunte a ele. – ela me deu um selinho, e entrou.

Entrei em casa, e estava tudo muito quieto. Pensei que o Tom não estivesse, mas quando passei em frente ao seu quarto, a porta estava meio aberta e dava para ouvir o som da televisão ligada. Abri um pouco mais a porta, e ele estava deitado em sua cama, assistindo algum programa idiota. Me encostei em sua cômoda, cruzei os braços e o encarei.

– Tá me olhando por quê? – pergunta ele.
– O que você foi fazer na casa da Kate? – perguntei, sério. Ele se sentou na cama.
– Quer dizer que ela já foi fazer fofoca?
– Não, ela não falou nada.
– E como descobriu?
– Isso não interessa! Só quero que me responda, agora!
– Conversamos um pouco, mas você sabe que nenhuma mulher resiste ao meu charme não é?
– Tô falando sério, Tom!
– Eu também.
– A Kate não me trairia com você.
– Somos idênticos, e aposto que ela nem notaria alguma diferença.
– Porque você é assim, hein? Não cansa de ser tão idiota? – ele se levantou, e se aproximou.
– Ficou com medo, não é? – ele riu. – Fica tranqüilo, porque nós não fizemos nada. – ele voltou, e se sentou na cama, de frente pra mim. – Só fui até lá, para avisá-la que deve ficar bem longe da Laura.
– O-O quê? – perguntei incrédulo, e descruzei os braços. – Você não fez isso.
– Fiz. Mas a Kate é tão cabeça dura, que não me ouviu.
– Você vive se gabando de que nenhuma garota resiste ao seu charme, mas agora está ai, com medo de perder uma. – ele ficou sério. – Deveria parar e pensar um pouco. Perceber que isso tudo que está fazendo é falta de maturidade. – fiz uma pausa. – A Kate NUNCA tiraria a Laura de você, e sabe por quê? Porque ela me ama.

Me retirei do quarto, fechando a porta.

(Contado pela Kate)
Estava na cozinha conversando com a Brenda, quando o Brian apareceu. Ele estava com a cabeça baixa, e parou ao meu lado.

– O que foi? – perguntei, e ele me olhou.
– Ficou com raiva porque contei ao Bill sobre a visita do Tom? – olhei para a Brenda, que não entendia.
– Não, não fiquei com raiva. – respondi. Me abaixei, para ficar quase do seu tamanho. – Mas você deveria ter se segurado um pouco mais.
– Agora o Bill vai descobrir sobre a festa.
– Provavelmente. Mas se tivermos sorte, ele não descobrirá nada.
– Me desculpa?
– Claro. – o abracei. – Isso acontece às vezes. – nos desvencilhamos. – Só não repita mais. – ele riu, e depois saiu correndo em direção a sala.

Me levantei, e fui me sentar na mesa. A Brenda se sentou logo em seguida.

– Estão planejando uma festa pro Bill? – pergunta ela.
– Essa foi a desculpa que tive que inventar. – respondi.
– Por quê?
– Acredita que o Tom foi até minha casa para pedir que eu fique longe da Laura?
– Tá falando sério?
– E o Brian acabou soltando pro Bill sobre a visita.
– E ai?
– Inventei outra desculpa, que não o convenceu muito. – suspirei. – Estou torcendo pra que ele não vá perguntar nada ao Tom. Eles podem acabar brigando novamente.
– Bem que o Tom merece umas broncas.
– Tá merecendo um soco naquele rostinho bonito. – nós rimos.
– E se o Bill descobrir?
– Pelo pouco que o conheço, ele detesta mentira, então... Irei rezar pra ele não brigar comigo.

xxx
O relógio marcava 20h15. Brian já estava dormindo há algum tempo, e eu estava sentada no sofá da sala. A casa estava silenciosa, pois a senhora C tinha ido tomar um banho, e a Brenda saiu com alguém.

A campainha tocou, e fui atender; era o Bill. Ele estava um pouco sério. Achei estranho, e ao mesmo tempo normal. As pessoas não podem estar “felizes” 24 horas por dia. Em algum momento ela fica séria. Mas enfim, o convidei para entrar.

– Obrigado, mas não está na hora de você ir pra casa? – pergunta ele.
– Você vai me dar uma carona?
– Se quiser...
– Vou deixar um bilhete para a senhora O’Connell.

Ele ficou ali na porta, enquanto fui até o escritório. Escrevi um pequeno bilhete, e o deixei sob a mesinha do telefone, lá na sala. Fui encontrar o Bill, e pegamos o elevador, que nos levou até a garagem. Caminhamos até seu carro, entramos no mesmo, e ele deu partida.

O caminho parecia ter aumentado, pois dentro do carro estava um super silêncio. E aquilo logo começou a me incomodar. Resolvi colocar um cd, pra ver se mudava aquele “clima”. Bill estava estranho, e eu estava com medo de perguntar alguma coisa.

A janela do lado do motorista estava aberta, e ele apoiou o braço esquerdo na mesma, e ficou dirigindo apenas com a mão direita. Sua mente parecia estar em outro lugar. Desliguei o som, e foi nesse momento que ele olhou pra mim, pela primeira vez desde que entramos no carro. Mas isso durou poucos segundos, pois novamente voltou a olhar para a estrada, e continuou calado.

Como eu havia dito, o percurso até em casa, pareceu ter ficado bem longo. Quando chegamos, ele estacionou com cuidado. O silêncio continuava, e nós dois olhávamos para frente.

– Obrigada pela carona. – quebrei o silêncio.
– Não foi nada. – respondeu, sem me olhar.
– Aconteceu alguma coisa? Você está estranho. – ele ficou calado. – Não quer entrar um pouco.
– Um-hum. – foi a única coisa que saiu de sua boca.

Saímos do carro, e caminhamos até a entrada da casa. Tirei a chave do bolso, e coloquei na fechadura. Abri a porta, e entrei. Em seguida lhe dei passagem. Ele entrou, e assim que fechei a porta...

– Aceitei o seu conselho, e falei com o Tom. – disse ele.
– Você fez o quê? – me virei para ele.
– Porque o espanto?
– Não fiquei espantada.
– Ficou sim. – fez uma pausa. – Não foi você mesma quem disse para eu perguntar a ele?
– O que... Ele disse?
– Me contou a verdade. Aquela verdade que você não quis me dizer.
– Bill...
– Custava confiar em mim – ele me interrompeu. -, e dizer que ele praticamente te obrigou a ficar longe da Laura?
– Eu... Não queria que vocês brigassem. E também, não adiantaria nada.
– Adiantaria sim! Você não podia ter escondido isso de mim.
– Desculpa. – me aproximei um pouco. – Não sabia que era “importante” pra você.
– Não é questão de ser importante. – ele se afastou. – Só pensei que confiasse em mim.
– Mas eu confio!
– Não é o que parece.
– Bill!
– Se escondeu uma “ameaça”, o que mais esconderia?
– Está começando a me ofender.
– Olha... É melhor terminarmos esta conversa numa outra hora. - ele passou por mim.
– Esperai! - me virei. - Aonde vai?
- Pra casa. - respondeu.

Ele abriu a porta, e foi embora. Mas o que isso significa exatamente? Nós terminamos, é isso? Nunca senti tanto medo em minha vida.

Postado por: Grasiele

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