quarta-feira, 20 de junho de 2012

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 10 - Aniversário?

“Senti uma respiração tocar de leve a ponta do meu nariz, e quando dei por mim, senti algo invadir minha boca. Só então fui perceber que eu estava beijando Bill.”

No começo, eu fiquei paralisada. Sentia nossos lábios se chocarem, um leve atrito, e a mão dele, que antes segurava meus cabelos, desceu para meu pescoço. Foi um ato rápido, sem avisos precedentes. Meus olhos estavam arregalados, e eu via os dele selados serenamente. Foi então que eu lembrei: Nunca havia beijado um garoto antes.

Puxei meu corpo para trás no mesmo instante, fazendo com que Bill ficasse mais surpreso ainda. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas sua voz não saiu. Encarei-o assustada, e percebi o quão próximos estávamos então eu vi uma forte luz expandir-se pela sala.

- Ei pessoal, tem hambúrguer no... – Tom entrou feliz na sala. Parou estático, nos mirando. – Estou atrapalhando alguma coisa?

- Onde tem hambúrguer? – Levantei-me rápido. – Estou faminta.

- No banheiro... – Respondeu irônico. – É claro que é na cozinha, dã. Ou será que além de pequena você é burra também? – Revirei os olhos e ele saiu do meu campo de visão. – Não demorem, se não vai esfriar.

Bufei e fui caminhando até a porta, enquanto isso Bill permanecia imóvel, olhando para o nada. Quando cheguei à porta Tom apareceu de repente, me fazendo estremecer.

- Aaaah, já saquei. – Exclamou, com um sorriso sacana. – Há, bem que eu imaginei. - Falou, me olhando de cima.

- Imaginou? Imaginou o que? – Perguntei, tentando disfarçar meu nervosismo. Será que ele tinha visto alguma coisa? – Dá pra responder ou tá difícil? – Aquilo já estava me irritando.

- Eu imaginei que... você estava demorando por conta das suas perninhas curtas, coisa pequena. – Sorriu.

Uma mistura de raiva com alívio me invadiu, mas apenas murmurei um “idiota”. Tom entrou na sala e o acompanhei com o olhar. Ao fazer isso percebi que Bill permanecia sentado, mas agora olhava as partituras.

- Bill? – Tom quebrou o silêncio. – Bill, você não vem? – Cutucou o irmão tirando-o de seus devaneios.

- Ah, claro. – Respondeu, abrindo um sorriso.

- Cara, o que você tem? – Tom parecia confuso. – Aquela anã fez alguma coisa com você? – Falou apontando pra mim, fazendo o irmão rir.

- Claro que não, Tom. Ela só estava me ajudando com a música.

- Eiii, vocês não vem? – Perguntei, cortando a conversa.

Fomos até a cozinha e, para a minha surpresa, Georg e Gustav estavam lá. O clima no jantar não foi tão tenso como eu achei que seria. Gustav conversava sobre música comigo, enquanto o Bill ria das piadas que o Georg fazia sobre o olho roxo do Tom.

Depois do jantar os garotos correram para a sala e eu fiquei para lavar a louça. Muy amigos, pensei. Minutos depois eu já havia acabado de limpar a bagunça, então finalmente pude me sentar e descansar um pouco. Apoiei os braços em cima da bancada, fechei os olhos e repousei minha cabeça ali. Por um instante lembrei do que havia me acontecido minutos atrás. Até que ouvi passos e percebi que havia mais alguém na cozinha, levantei a cabeça e vi que era o Bill. Ele sorriu ao me ver e caminhou em direção a geladeira, pegou uma jarra de suco e a colocou sobre a bancada.

- Oi. – Falei, abrindo um sorriso.

- Oi, Bi. - Sorriu. – E aí? Como você tá? – Estranhei a pergunta, mas não hesitei em respondê-la.

- Ahm, na verdade, eu ainda tô meio zonza com o que aconteceu. – Eu poderia apenas dizer que estava bem, mas não mentiria, não para ele. – É que eu... Eu nunca tinha beijado alguém. – Quando terminei de falar Bill arregalou os olhos e tentou falar alguma coisa, só que como da outra vez sua voz não saiu. - Olha Bill, você não precisa...

- Bi, me desculpa. Sério, eu não sabia. – Me interrompeu se aproximando e segurando minha mão.

- Opaa, atrapalhei alguma coisa? – Tom falou entrando na cozinha.

- Na verdade, você atrapalhou sim. – Bill respondeu, voltando a pegar a jarra de suco, enchendo o copo e colocando-a novamente na geladeira.

- Ah, que pena! – Tom fingiu um falso desapontamento. – O que vocês estavam fazendo?

- Não interessa. – Respondi.

- Nossa! A baixinha tá com raiva? Cuidado Bill, vai que ela te morde. – Debochou.

- Eu não morderia o Bill. – Retruquei.

- Huuum, quer dizer que você vai me morder? – Arqueou as sobrancelhas e sorriu sacana.
Não sei de que cor eu fiquei, só sei que aquele idiota ria da minha cara.

- Tom, me diz uma coisa. – Interrompeu Bill. – O que você veio fazer aqui?

- Bom, os G’s foram embora e eu não queria ficar sozinho. – Respondeu.

- Nossa, o bebezinho ficou com medinho? – Debochei.

Tom abriu a boca para falar alguma coisa, mas foi interrompido pelo Bill.

- Que tal assistirmos um filme? – Sorriu.

- Claro. – Retribui o sorriso.
- Você não vem Tom?

- Sim, mas antes vou pegar uns salgadinhos.

- Ok. Bi, vamos escolher o filme? – Perguntou me estendendo a mão.

- Claro. – Peguei sua mão e, sem perceber, abri um largo sorriso.

- Aí tem coisa... – resmungou Tom, indo na direção do armário.

Saímos dali e fomos direto para a estante onde ficavam os filmes. Decidimos assistir uma comédia e depois de alguns minutos optamos por assistir The Hangover 2 (Se Beber Não Case 2). Estávamos tranquilos procurando o tal DVD, até que na tentativa de pegá-lo eu derrubo alguns dos DVD da estante.

- Ops! – Falei, pondo mão na boca e me abaixando arrumar a pequena bagunça que acabei de fazer.

- Aah, que garota desastrada. – Olhei pra Bill e ele sorria. – Deixa que eu te ajudo. – Falou se abaixando.

- Obrigada. – Agradeci e quando olhei para Bill, percebi que ele me fitava.

Fiquei presa naquele olhar e passamos algum tempo assim. Fechei os olhos por um breve momento e senti que Bill se aproximava cada vez mais, já sentia sua respiração na minha face. E foi aí que...

- Tam-daaam, acabei de fazer as... – Tom entrou de repente na sala e nós nos separamos rapidamente. - Hum, é... eu fiz pipoca. – Abriu sorriso, meio constrangido pela situação. - Atrapalhei alguma coisa? – Perguntou se sentando no sofá e apoiando as pernas na mesa de centro.

- É... não, a gente só tava escolhendo o filme. – Bill respondeu.

- É, eu vi. – Ironizou.

- Cara, a gente tava só apanhando os DVDs que eu derrubei. – Me expliquei.

- É, eu vi. – Repetiu a resposta, com o mesmo tom irônico, e sorriu de canto.

- Quer saber de uma coisa? Você não é nada meu, não te devo explicação alguma. – Explodi.
Já falei que eu tenho o pavio curto, né? Não? Bom, agora acho que já é perceptível.

Enfim, colocamos os DVDs nos devidos lugares e enquanto eu pegava as bebidas e Bill colocava o filme, o folgado do Tom permanecia esparramado no sofá comendo pipoca. Vê se pode... Terminamos os preparativos e começamos a ver o filme.

- Poxa, que sorte, em? – Tom gargalhava, na cena em que o carinha descobria que havia “dormido” com um transexual.

- Cala a boca. – Resmunguei.

Passaram-se mais alguns minutos e lá ia ele de novo, se não estava comentando, estava se mexendo ou fazendo barulho enquanto mastigava. Não sei se é paranoia minha, mas tenho certeza de que isso era só pra me irritar.

- Bill que tal a gente fazer nosso aniversário no estilo desse filme. – Falou com um sorriso bem malicioso nos lábios.

- Quem sabe próximo ano... – Bill falou e, digamos que, eu estava voando nesse assunto. – Ou você esqueceu que é amanhã?

- Amanhã? Vocês vão fazer aniversário amanhã e ninguém me avisa? – Perguntei me fazendo de ofendida.

- Como nossa fã você deveria saber, Polegarzinha. – Provocou Tom.

- O Tom tem razão. – Bill entrou na brincadeira.

- E quem disse que eu sou fã de vocês? Huum? - Falei e dei risada da cara dos dois. – Ué, conheci a banda recentemente, mas até que dá pro gasto. – Completei rindo novamente. – Bom, já é quase meia noite, como a gente vai comemorar?

- A gente? Comemorar? – Tom falou incrédulo.

- Sim, burrinho. Aniversários se comemoram, com bolos, doces... – Respondi, batendo de leve em sua cabeça.

- Que tal a gente fazer um bolinho? – Bill sugeriu, animadamente.

- Tô dentro. – Sorri.

- Tô fora, não quero outro banho de farinha. – Tinha que ser...

- Aah, a mocinha não que se sujar? – Provoquei e Tom me fuzilou com o olhar. Sorri pra ele e continuei a falar. – Cara, juro que vou tomar cuidado dessa vez.

- Vamos Tommy, a gente nunca tem tempo pra comemorar o nosso aniversário. Vamos aproveitar. – Bill sabia direitinho como conseguir o que queria do irmão.

Fomos até a cozinha e começamos a preparar o tal bolo. Bill pegou o livro de receitas e nós pegamos os ingredientes. Depois de alguns minutos o bolo já estava pronto para ir pro forno.

Tudo correu normalmente e eu não derrubei nada no Tom, não por falta de vontade. Enquanto esperávamos o bolo ficar pronto eu tentei fazer a cobertura de brigadeiro, que modéstia parte ficou com gosto de queimado. Pois é, quem sabe, sabe. E quem não sabe, lava a panela.

O pior de tudo foi que o idiota do Tom fez a cobertura e deu certo. Daí já viu né? Ficou se achando. Tiramos o bolo do forno e o cobrimos. Cantamos um parabéns rápido e partimos para a melhor parte. Comi tanto bolo que achei que fosse explodir.

Já era tarde e eu estava muito cansada, tomei um banho e fui para a cama. Pelo visto iria dormir o dia todo.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 9 - Surpresas

Estou sentada no sofá da sala, esperando meu mandato de expulsão. Talvez não seja uma boa ideia dar uma cotovelada no dono da casa, que por sinal te odeia, principalmente se ele tiver grande influência sobre a pessoa mais legal e sensata da casa.


Não sei para onde vou. Talvez para a casa da tia Dora, a velha com uma verruga, lê-se tumor, no rosto. Fiquei cerca de vinte minutos sozinha na sala, até que Georg desceu com um enorme sorriso na face.


- E aí? – Perguntei apreensiva.


- Ele vai sobreviver. – Riu – Nada que uma boa maquiagem não arrume.


- Vocês ainda vão para a seção de fotos?


- Claro que sim. – Afirmou jogando-se ao meu lado. – Tom é muito exagerado nas coisas, não se importe.


- Ah claro! Vou ficar relaxada. Acabei de “bater” num dos donos que por ironia do destino ME ODEIA! – Olhei-o chorosa. Mas que fique claro: Não foi por causa de Tom, foi porque eu gosto bastante da companhia de Bill!


- É bom você ficar mesmo. Ou esqueceu que você vai com a gente? – Falou bagunçando meus cabelos.


- Isso se Bill ainda me quiser aqui. – Falei triste.


- Iiiih, pelo visto não é só Tom que é exagerado. – Ele sorriu passando o braço por meu pescoço. – Para de besteira, o Bill te adora!


- Duvido. – Suspirei uma risada triste. – Despois que bati em Tom, ele deve querer me jogar no fundo do poço!


- Porque eu faria isso? – Bill desceu as escadas.


- Porque você NÃO vai fazer isso? – Tom veio atrás dele com uma bolsa de gelo no olho.


- Você não vai embora, eu prometi que ia cuidar de você, e é isso que vou fazer. – Sentou-se ao meu lado e me abraçou. Eu dei um leve sorriso.


- Vamos logo antes que ela quebre minha perna! – Tom puxou Bill. – Ou outra coisa...


- Aaah, isso eu não quebraria.


- E faria o que, Polegarzinha? – Tom sorriu sacana.


- Cortaria e jogaria na privada! – Georg soltou uma gargalhada tão grande, que até Bill estremeceu antes de cair na risada.


Depois de Tom me trucidar com o olhar, fomos em direção à porta e o carro já nos esperava, até que o Bill parou de vez.


- Esperem um pouco, cadê o Gustav? – Perguntou vendo que o Gustav não estava mais conosco desde que eu “acertei” o Tom e nós demos meia volta.


- Ele sumiu depois que você levou o bebezinho lá pra cima. – Falei, fazendo o Georg rir.


- Cala essa boca, ô ...


- Ei gente, iam me deixar aqui! – Tom foi interrompido pelo Gustav, que caminhava na nossa direção com um pacote de salgadinhos na mão.


- Garoto, onde você se meteu? – Perguntou Bill.


- Bom, é que aquele drama todo me deu fome. – Respondeu risonho, me fazendo rir.


- Ah, e isso faz todo o sentido! – Georg murmurou empurrando-o para o carro.


Bill conversou animadamente todo o caminho, já Tom, me olhava com uma raiva tão grande que até fiquei com medo. Georg ria de quase tudo que envolvesse sacanear Tom e Gustav estava mais interessado no pacote de salgadinhos do que na conversa.


Descemos numa pequena hipoteca com uma porta de vidro. Entramos lá e o lugar era simplesmente gigante. Caminhamos até o estúdio onde os garotos iam tirar fotos e David me plantou numa cadeira, dando ordens explícitas para que eu não me movesse. Tom ria de qualquer piada idiota que envolvesse minha altura ou, simplesmente, eu.


- Não quer dançar lago dos cisnes, Barbie? – Ele fingia dançar balé, fazendo algumas piruetas.


- Você não quer ver se erraram o tamanho da sua roupa, maquiado? – Respondia. Até que em uma de minhas respostas David me olhou sério, o que me obrigou a ficar calada.


Segundos, minutos, horas se passaram, e eles ainda tiravam fotos. Bill era muito exigente quanto a seu gosto. Depois de várias fotos, e de algumas brincadeiras de Tom, Bill sentou-se com o fotógrafo para ver todos os milhares de fotos. Acho que mofei na cadeira. Mas aprendi uma lição: Nunca ir a uma seção de fotos com esses caras.


- E aí, Bi. – Georg veio até mim tomando água. – Gostou?


- Claro. – Menti.


- Sério? – Surpreendeu-se. Minha vontade de dizer o quão era chato tudo aquilo era grande, mas minha educação venceu. – Eu realmente não suporto essas seções de fotos. Bill é muito cheio de frescura.


Eu dei uma leve risada e ele sentou-se ao meu lado, conversando animadamente. Passaram-se alguns minutos, até que Bill, por um milagre, levantou-se e suspirou alto.


- Acabou. – Sorriu. – Só resta fazer uma última música e o CD está pronto. Mas por hoje acabou.


Eu abri um enorme sorriso, involuntário, mas Georg caiu na gargalhada. Bill veio até mim perguntando o que eu tinha achado. Por mais que Bill fosse um semidesconhecido, eu não conseguiria mentir para ele depois das coisas que ele fez e disse.


- Digamos que foi muito interessante, de um modo monótono. – Murmurei e Georg tornou a rir.


- Vamos para casa, então? – Bill bagunçou meus cabelos e apertou meu nariz.


- Adoraria. – Sorri.


Saímos do estúdio e vi que já era noite. Por volta das oito horas. Fomos para casa, e ao chegar lá, a primeira coisa que fiz foi subir direto para o quarto de Bill e pegar uma roupa para tomar banho.


- Vamos logo, Schmidt! – Tom batia raivosamente na porta do banheiro.


- Uma casa gigante e você só pode usar esse banheiro? – Eu respondia enquanto cuidadosamente lavava o cabelo, por conta dos pontos na minha cabeça.


- O meu chuveiro está quebrado! – Ele gritava voltando a socar a porta.


Terminei o mais rápido possível e saí. Tom estava plantado na porta com uma expressão raivosa. E um olho avermelhado.


- Sabe Tom, - Sorri passando por ele. – acho que tem alguma coisa no seu olho.


Ele resmungou alguma coisa que não ouvi e fechou a porta, furioso. Caminhei até o quarto e Bill não estava lá, eu ainda enxugava meus cabelos na toalha, mas deixe-a em cima de uma cadeira.


Desci e ele não estava na sala. Procurei na cozinha e nada. Olhei até na área da piscina, mas ele havia sumido. Abri a porta do escritório, mas ele também não estava lá. Sentei no sofá, vencida pelo cansaço. Passei uma tarde toda os vendo tirar fotos e não comi nada.


Quando eu estava indo em direção a cozinha, ouvi um leve som de piano. Eu havia me esquecido da sala de música. Entrei cautelosamente na sala e me deparei com uma janela gigantesca, que transparecia o luar e fazia todo o piano iluminar-se. Bill estava sentado frente a ele. Todas as luzes estavam apagadas, apenas a luz da lua iluminava aquele trecho.


- Não é uma boa hora? – Murmurei fazendo-o estremecer.


- Bi, que susto. – Ele esboçou um sorriso. – Pode entrar.


- O que está fazendo?


- Tentando fazer uma música. – Riu, mas dessa vez o riso dele parecia decepcionado.


Olhei-o de longe. Ele mirava a janela, até que eu fui me aproximando e sentei ao seu lado em frente ao piano.


- Você sabe tocar? – Passei de leve os dedos nas teclas.


- Um pouco. Mas faz muito tempo que não toco. – Ele me olhou.


- O que tem até agora?


- Pouca coisa. Talvez uma frase ou duas. – Ele voltou a olhar a janela. – Eu acho que estou bloqueado.


Eu não contive uma leve risada e ele me fitou.


- O que foi? – Ele sorriu para mim. Seu rosto estava parcialmente iluminado.


- O grande cantor Bill Kaulitz não consegue criar uma música? – Eu murmurei sorrindo.


- Andou pesquisando sobre mim, foi?


- Talvez.


Ele baixou o olhar, mas voltou-se para mim com uma expressão triste.


- Sabe, - Ele começou. – pode chamar de egoísmo, ou de qualquer outra coisa... Eu tenho tudo, mas ainda assim não me sinto completo.


- É a história do amor da sua vida? – Falei me arrependendo do modo vulgar como disse aquilo. Parecia ser muito importante para ele. – Olha, quanto mais você procura, mais ele se esconde. Talvez possa passar na sua frente e você não vê.


Ele riu e tornou a olhar o piano. Postou-se corretamente e começou a cantar.

I'm starring at a broken door
(Eu estou encarando uma porta quebrada)
There's nothing left here anymore
(Não resta nada aqui)
My room is cold
(Meu quarto está frio)
It's making me insane
(Está me deixando louco)



- É só isso até agora. – Virou-se para mim e deu um leve sorriso.


- Nossa. – Murmurei. – Você canta muito bem.


Senti-me idiota por dizer aquilo, afinal, ele era um cantor. Era pago para ter a voz perfeita. Ele riu e levantou a mão para bagunçar meus cabelos, mas acabou passando a mão, de leve, por minha cicatriz.


- Seus cabelos estão molhados. – Ele murmurou. – O que é isso?


- Bom, tudo deixa sua marca, não é?


- Posso ver? – Ele interessou-se. – Se não se incomodar, claro.


- Pode ver, Bill. – Ri.


Ele aproximou-se mais do que o necessário e espaçou meus cabelos tocando de leve a cicatriz. Levantei a cabeça rápido, pois senti uma leve dor. Eu olhei-o e percebi que os olhos dele estavam bem mais próximos que eu imaginei. Mas eu simplesmente não conseguia parar de encará-los. Senti uma respiração tocar de leve a ponta do meu nariz, e quando dei por mim, senti algo invadir minha boca. Só então fui perceber que eu estava beijando Bill.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 8 - Revanche Acidental

O que vestir? Eis a questão. Vasculhei toda a minha mala a procura de uma roupa legal para vestir na tal seção de fotos e nada. Talvez seja uma boa hora para pensar em ter um cartão de crédito. Depois de meia hora cogitando opções de roupas, decidi por algo no meu estilo, mas que não fizesse ninguém passar vergonha.

Arrumei-me completamente, fiz a maquiagem necessária e desci. Encontrei mais uma vez dois caras estranhos sentados no sofá, mas ao invés do jovem homem que era o empresário de Bill, havia um outro baixinho de óculos, de braços muito musculosos e uma expressão calma.

- Perdi alguma coisa? – Perguntei entrando na sala.

- Perdeu. – Tom murmurou distraído com a TV. – Você perdeu a sua altura no caminho de casa, polegarzinha.

- Um cérebro tão pequeno, para um mané desse tamanho... – Murmurei sentando no sofá ao lado de Georg, um garoto que tinha cabelos lisos e castanhos.

- Oi, sou Gustav. – O loirinho fofo saudou sorrindo. – Você é a famosa Biara?

- Prefiro Bi. – Sorri apertando a mão que ele estendeu.

- Agora aceita toques físicos? – Tom debochou. – Qual o próximo passo, ensaiar lago dos cisnes?

- Ignore-o. – Georg murmurou no meu ouvido.

- Ei, Bi. – Gustav chamou minha atenção. – Você parece tão fraquinha.

- Não só parece. – Tom sorriu.

- Já ouviu falar que as aparências enganam? – Murmurei raivosa.

- A sua não engana nem uma mula. – Tom disse rindo.

- Quer aprender a dar um soco? – Gustav ignorou Tom.

- Essa quero ver de camarote! Vou até buscar pipoca. – Tom resmungou levantando-se e saindo.

- Adoraria. – Falei entusiasmada levantando-me do sofá, encarei Tom que entrava na cozinha. – Talvez eu possa precisar aqui.

- É impressão minha, ou isso tá virando uma zona de guerra? – Georg falou rindo da cena.

- É o seguinte, - Gustav levantou-se e me puxou para o centro da sala, entre os dois sofás. – Feche os punhos assim...

- Ela não consegue nem estalar os dedos, imagine dar um soco. – Ouvi a voz de Tom soar atrás de mim, muito mais perto do que pensei, e em seguida, ouvi estalos vindos da boca dele.

Olhei rapidamente para trás, e o vi sentado no braço da cadeira, bem atrás de mim. Censurei-o com o olhar, e voltei a mirar Gustav.

- Então, você movimenta assim... – Gustav disse movendo meu braço lentamente. – Agora tenta bater na minha mão.

Ele aprumou os braços perante o tórax, e fez uma cara de concentração. Cerrei o punho, e ouvi a risada de Tom ressoar a poucos centímetros de mim. Coloquei toda minha raiva na mão direita, fixei meu olhar em Georg, me distanciei um pouco para pegar o impulso e puxei com toda minha força o braço para traz.

Apenas ouvi um grito ecoar pela sala e um balde de pipoca bater no chão. Fiquei meio atordoada, e virei a tempo de ver Gustav correndo até Tom, que estava estatelado no chão, com a mão sobre o olho direito.

- O qu- O que houve? – Engasguei olhando assustada para Tom.

- Pergunta para seu cotovelo assassino, pouca sombra! – Tom gritou raivoso.

Georg ria descontroladamente e Bill quase cai das escadas, pulando qualquer objeto para chegar até Tom.

- Deixo vocês a sós por dois minutos e Tom leva um soco? – Bill misturou uma expressão de raiva com risos de deboche.

- Foi essa louca!

- Bill, juro que não foi minha intenção... – Falei segurando o riso.

- Tudo bem, Bi, - Ele sorriu – mas como vamos tirar as fotos para o novo CD com um olho roxo?

- Tem certeza que ela não sabe estalar os dedos Tom? – Georg falou dando uma curta pausa nas gargalhadas. – Porque ela lhe deu uma bela cotovelada!

- Cala a boca, idiota. – Tom resmungou levantando-se e sentando no sofá.

- Gustav, pega um pouco de gelo... – Bill falou tirando a mão de Tom que estava firme sobre o olho. – Deixa eu ver isso cara!

- Bill, já falei para não me tocar quando me machuco. – Resmungou novamente virando o rosto.

- E quando está chorando também. – Georg sorriu triunfante.

- Madona, eu juro que arranco seus cabelos fora se não ficar quieto! – Tom grunhiu.

- Ei! – Georg segurou os cabelos. – Sabe quanto custa uma hidratação para deixa-los naturais assim?

- Bem menos que uma cirurgia no olho direito. – Murmurei, me arrependendo em seguida.

- Isso é culpa sua! – Tom acusou-me.

- Tenho certeza que está bem melhor que antes... – Falei fazendo Georg soltar mais outras gargalhadas.

- Cara, sério, eu AMO essa garota! – Urrou me abraçando de lado no sofá.

- E olha que não faço nenhum esforço para ser assim. – Murmurei mais para mim que para os outros, mas já que Georg estava do meu lado, sorriu e voltou a rir.

- Grave bem isso, Biara – Tom levantou-se, veio até mim e enfiou o dedo indicador na minha cara. – Você vai me pagar! Tá entendendo?

- Sim senhor. – Sorri.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 7 - Um pequeno Acidente

A cozinha era razoavelmente clara. Tinha um balcão bem no meio, e eu sentei em um dos bancos.

Tom entrou sorrindo, de nariz empinado, e abriu a geladeira. No segundo seguinte ele estava bebendo o suco direto na caixa.

- Nossa como você é higiênico. – Resmunguei.

- Nossa como você é metida. – Ele sorriu encostando-se no balcão ao lado da geladeira.

- Resolveu parar de gritar foi? – Provoquei-o arqueando as sobrancelhas rapidamente.

Ele mudou a expressão para uma seriedade mas um pouco de culpa. Puxou um copo do balcão e saiu da cozinha. Fiquei observando meus pés por alguns minutos, até Bill descer e entrar na cozinha.

- Bom dia novamente, fofa. – Ele sorriu. – Olha, estamos meio apressados, então pode vasculhar a cozinha. Não tenha vergonha.

Ele riu e me puxou para o centro da cozinha. Olhei para o lado e vi Tom esparramado no sofá tomando suco e vendo TV. Eu dei uma leve risada o que fez Bill me olhar.

- Estou vendo seu atraso. – Eu ri apontando para Tom.

- TOM KAULITZ! – Bill gritou. Kaulitz? Que nome mais estranho. – Levante essa bunda desse sofá e vá se trocar! Agora!

- Porque, amorzinho? Não gosta de mim assim? – Tom fez uma cara de safado e passou a mão pelo corpo, o que fez Bill rir.

É, novamente sozinha em casa. Uma casa gigante por sinal. Após tomar o café da manhã, resolvi explorar a casa. Tinha dois quartos, como previsto, mas havia uma outra porta que estava trancada, e no final do corredor o banheiro que sempre uso. Não me atrevi a entrar no quarto do outro Kaulitz. Desci, revi a sala o escritório e a cozinha, mas havia uma outra porta que a sala tinha acesso. Abri-a e me deparei com uma sala de música esplêndida. Mas não foram todos aqueles instrumentos que me chamaram a atenção, um em especial me hipnotizou.

Um piano preto. Gigante, bem no meio da sala de música. Minha mãe sempre me ensinou piano desde que eu tinha sete anos, mas havia tempos que eu não tocava. E não seria agora que eu iria retomar essa habilidade.

Saí da sala e caminhei em direção à uma porta de vidro na cozinha, abri-a e me vi num belo e pequeno quintal. Tinha uma piscina e umas cadeiras de sol. É, estou sozinha, apenas com o segurança na porta da frente, ninguém reclamaria se eu tomasse um banho de piscina.

- Espero que esteja aproveitando... – Ouvi a voz de Tom murmurar. Eu estava deitada numa boia há algumas horas. – Porque eu estou.

Ele olhou para todo o meu corpo. Num pulo, larguei a boia e caí na piscina. Fiquei olhando-o com raiva, enquanto ele estava sentado em uma cadeira de sol, com um óculos escuro, me observando.

- Há quanto tempo está aí? – Perguntei raivosamente enquanto saia da piscina e caminhava até ele.

- Sabia que você fica muito bem nesse biquíni? – Ele alisou, descaradamente, cada parte do meu corpo. Até que parou nos meus seios. – Sabe, para uma bailarina até que você é bem gostosinha.

- Lindo, - Murmurei puxando minha toalha, que estava na cadeira dele. Nossos rostos se aproximaram por um pequeno instante. – porém idiota.

Sorri e entrei na casa. Bill estava na cozinha, mexendo na geladeira.

- Nossa, e essa felicidade? – Perguntou ao me ver.

- Ahm, nada. – Sorri e me sentei em um dos bancos.

- Vou fazer pizza. Tá com fome?

- Sim, sim. – Respondi animadamente, me levantando. - Quer ajuda?

- Claro! Vou pegar o molho da dispensa, o daqui acabou. Enquanto isso pega a farinha no armário de cima, por favor.

Abri a porta do armário com dificuldade. Poxa vida, pra que um armário tão alto? Quem alcança aquilo? Ah, o Bill é alto. Enfim, lá estava eu pulando pra ver se achava o maldito pacote de farinha, quando escuto uma risadinha.

- Tá rindo de que, idiota? – Resmunguei para Tom, que estava escorado na porta olhando pra mim.

- Da nanica pulando aí. – O fuzilei com o olhar. – Tá procurando o que?

- Não é da sua conta. – Falei puxando um dos bancos e subindo nele.

- Bi, achou a farinha? – Bill entrou na cozinha.

- Vou pegar, é que é meio alto. – Falei coçando a cabeça e rindo timidamente.

- Ou alguém esqueceu de crescer... – Tom debochou e eu murmurei um “cala a boca”.

- Tom pega a forma no armário de baixo pra mim. – Disse Bill e ele se abaixou pra pegar a forma.

Percebi que o armário ao qual Bill apontou, era bem nos meus pés. Tom foi rindo na minha direção e se abaixou.

- Sabe, a visão aqui é bem privilegiada.

Estiquei-me, peguei a farinha e quando me virei pra entregar o pacote ao Bill...


- Ops, acho que tava aberto. – Falei pondo a mão na boca e abafando o riso.


É, o pacote estava realmente aberto e quando me virei ele rasgou ainda mais, despejando toda a farinha em cima do Tom.

- Que porra é essa? - Ele se levantou totalmente branco, exceto por uma parte do rosto. - Você sabe quanto vai custar para tirar isso do meu cabelo?


- Nada que você não pague, diva. - Sorri meio envergonhada... Por ter sujado a cozinha.


Ele me olhou furioso e saiu da cozinha bufando.


- Acho que ele ficou irritado. - Murmurei inocente para Bill, que riu.

- Ahm, Biara... - Ele riu. - Seu nome é tão estranho...

- Nossa Billy, obrigada. - Rosnei.

- Bom, agora a tarde vamos fazer uma seção de fotos, gostaria de ir? - Ele perguntou fazendo umas macumbas com a farinha. É, nunca fui boa na cozinha. - Você não gosta muito de sair não é? Mas seria legal, você não sai há algum tempo...

- Tá, pode ser. - Sorri.

- Ótimo! – Ele disse por fim.

Fizemos uma pizza, ou melhor, Bill fez a pizza, e nós comemos conversando a maior parte do tempo sobre nossos gostos. Qual minha cor favorita, qual minha banda preferida, e coisas do tipo. Nunca pensei que seria amiga de alguém como estou sendo de Bill em apenas dois dias.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 6 - Reflexões Noturnas

Era tarde da noite. Bill dormia pesadamente na cama, e eu estava sentada no colchão no chão, refletindo. Eu realmente não podia voltar a dançar. Perdi meus pais por conta da dança, por conta dela perdi tudo o que eu mais prezava, as pessoas que eu mais amava.
A única luz do quarto era a emitida pela lua, que estava estranhamente clara aquela noite. Fiquei observando a janela e uma forte sensação de culpa e medo me atingiu. Eu queria tanto uma coisa que estragou a minha vida. Como eu podia seguir em frente com isso? Como eu...

- Bi? – Bill murmurou rouco. Coçava os olhos tentando enxergar. – Você está acordada?
- Não tô com sono. – Disse baixo sem olhá-lo.
- Qual o problema? – Ele sentou-se na cama.
- Hum, nada. – Resmunguei.
- Bi, pode confiar em mim... Não tenha medo.
- Eu não tenho medo de você.
- Mas tem medo de confiar em mim. – Ele deu um leve sorriso. – Vamos lá...

Ele esticou a mão para mim, eu a observei. Involuntariamente a peguei. Era tão quente e macia. Ele puxou-me para a cama a qual estava sentado, eu sentei ao seu lado e ele me envolveu com o braço.

- O que está havendo? – Murmurou fracamente.
- Você não entenderia.
- Tente. – Suspirou.

Eu olhei-o de esgueira. Seu abraço me envolvia de um modo tão seguro, que até senti sono. Sentia sua respiração quente roçar em meus cabelos.

- É que... Bom, eu sou bailarina. – Disse as palavras como se estivesse admitindo um crime.
- Ah, o Tom mencionou isso.

Desgraçado.

- E... Quando eu estava indo para uma apresentação muito importante no teatro de Los Angeles... – Baixei o olhar. Parecia que mesmo depois de uma semana, ainda não tinha caído à ficha.
- Tudo bem, você não precisa falar disso se não quiser... – Bill interrompeu meus pensamentos.
- O caso é... Eu fui solicitada para um teste para a Dança Acadêmica de Londres.
- Sério? – Ele disse surpreso. – Mas... Isso é ótimo! É uma das melhores academias de dança!
- E é... No entanto... – Falei feliz, mas depois tornei a trazer uma expressão triste e baixei a cabeça.
- Acho que seus pais não gostariam que você desistisse do seu sonho. – Ele murmurou, levantando levemente meu rosto me fazendo fita-lo. Parecia ler meus pensamentos, saber exatamente que eu me sentia responsável por tudo aquilo.
- Mas por causa de uma apresentação eles estão mortos.
- Você conseguiu essa bolsa e pode realizar o seu maior sonho! – Ele disse empolgado.
- Mas... – Murmurei, logo sendo interrompida por Bill.
- Ou então pode desistir de tudo, jogar todo o seu empenho fora. – Deu um meio sorriso. - Eu acho que os seus pais ficariam muito orgulhosos de você, mas a decisão é sua. Seja qual for você pode contar com a gente...
- A gente? – Eu falei e nós rimos.
- Você entendeu. – Ele murmurou. – É ótimo ver você sorrir.
- Ainda não estou com sono... Não consigo dormir. – Falei aninhando-me em seu ombro. Nunca fui daquele modo com um desconhecido, mas eu realmente precisava de algum cuidado.
- E se eu cantar pra você? – Ele deu um leve sorriso.
- Tá falando sério? – Eu debochei.
- Oh, oh... – Começou afagando minha cabeça. – The sun will shine like never before. One day I will be ready to go, see the world behind my wall…
- Bill… - Murmurei interrompendo.
- O que? – Ele sussurrou sonolento. Devia estar quase dormindo.
- Obrigada.

E fechei os olhos.

–X-
Acordei com os raios de sol batendo no meu rosto. Olhei em volta e estava na cama do Bill. Levantei rapidamente e o vi ali, dormindo no colchão ao lado da cama. Levantei, peguei uma roupa e fui em direção ao banheiro.
Quando cheguei à porta ela se abriu e lá estava o Tom, com uma toalha enrolada na cintura e sorridente. Olhou-me de cima a baixo e seu sorriso mudou, agora sorria de um jeito malicioso.
Ai meu Deus, esse pijama é muito curto! Que vergonha! O fuzilei com o olhar, fazendo com que seu sorriso aumentasse.

- Bom dia pra você também Bi! – Falou passando por mim. – Belo pijama.

Ahg, que ódio! Sorte a dele que entrou logo no quarto, porque se não eu tinha afogado ele na privada.
Tomei meu banho, troquei de roupa e fui em direção ao quarto de Bill. Ele já estava acordado, mas continuava lá deitado.

- Bill? – Falei, fazendo-o me olhar.
- Oi Bi, bom dia! – Falou sorrindo.
- Posso fazer uma pergunta?
- Outra? – Ele falou rindo e eu assenti. – Pode sim, fala Bi.
- É que eu fiquei curiosa. Por que você tava dormindo aí em baixo e eu na sua cama? – Ele riu.
- Só isso? – Riu novamente. – É que você demorou a dormir, daí eu fiquei com pena de te acordar e... Bom, eu não quis deitar ao seu lado, achei que não seria legal da minha parte, nós mal nos conhecemos.
- Ah, obrigada pela preocupação. – Sorri.

Bill se levantou e foi tomar banho. Eu arrumei minhas coisas e desci para comer alguma coisa.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 5 - Dança Acadêmica de Londres

Abri lentamente os olhos. Percebi o teto desenhado a cima da minha cabeça e o fitei. Ouvi fortes batidas na porta. Por um momento, pensei ser coisa da minha cabeça, talvez uma simples dor de cabeça, mas logo as batidas entonaram gritos e percebi que tudo realmente estava acontecendo.

Levantei num salto e senti uma tontura atingir-me pela brutalidade a qual me levantei da cama. Olhei no relógio de pulso, já eram SETE DA NOITE!
Corri para a porta e a abri. Bill estava eufórico, quase chorando e Tom tinha uma expressão de raiva extrema e seriedade tão grande, que pensei se era realmente possível ele estar daquele jeito.


- O que você pensa que estava fazendo? – Tom gritou.

- O...o que está aconte...cendo? – Solucei de susto, dei até um pequeno salto para trás por conta do grito de Tom.

- Essa casa não é sua! Você está aqui de intrometida! – Ele tornou a gritar.

- Me...desculpe... – Murmurei.

- Não tranque a porta! Porque o quarto não é seu! – Ele gritou e saiu.

Eu fiquei estática. Parada segurando a porta e olhando para o canto onde antes Tom estava parado. Bill me olhou afetuoso e acariciou meu cabelo, eu apenas me esquivei.

- Olha, - Ele disse. – Não tranque mais a porta, certo?

Assenti com a cabeça e saí de sua frente. Caminhei até o banheiro do corredor e tranquei a porta. Sentei-me no balcão da pia e chorei. Eu tinha prometido a mim mesma não mais chorar, mas depois de tudo isso, não tinha como manter a promessa. Talvez eu prometa manter meu orgulho.

- Bi? – Ouvi a voz de Bill atrás da porta. – Você está aí?

Engoli as lágrimas e passei a mão pelo rosto. Desci do balcão e destranquei a porta, abrindo-a.

- Bi, não se importe com o que Tom falou... – Ele disse segurando minha mão e puxando-me para o quarto dele. - ...é que como você trancou a porta, eu não pude entrar para me arrumar para a festa e por conta disso, estamos atrasados.

- Não tranco mais. – Murmurei. Não iria mais pedir desculpas.

- Gostaria de ir para a festa? – Sorriu.

- Não.

- Ah, bom...Tem um computador no escritório lá em baixo. – Ele olhou-se no espelho uma última vez. – Qualquer coisa, nos ligue.

Deixou um celular em cima da bancada do quarto e saiu. Soltei um forte suspiro. Que merda! Tomei um banho e desci para procurar o tal escritório. Vi uma porta de madeira escura e a abri, liguei a luz e NOSSA! Minha antiga casa caberia dentro desse “escritório”.

Fechei a porta e não tranquei. Sentei-me frente ao computador e fui checar minha caixa de e-mail. Metade da caixa de e-mail estava lotada com mensagens de Jessy Parkson, uma amiga que eu tive. Não éramos muito próximas, mas ela sempre gostou e se preocupou muito comigo.


Bi, onde você está? Soube dos seus pais, sinto muito! Por favor, me ligue!
Beijos, Jessy.



Biara, não te encontrei na sua casa, soube que foi vendida! Jesus, onde você está? Me responda, por favor. Estou muito preocupada.
Beijos, Jessy.



Bi, como assim você se mudou para Hamburgo? Você mal fala alemão! O pouco que você sabe foram seus pais metendo na sua cabeça! Onde você está, Biara? Estou com saudades.
XOXO, Jessy.



Li a maioria das mensagens, mas não respondi nenhuma. Talvez não fosse bom para os meus “parentes” que eu não contasse nada. Estava extasiada de tédio quando baixei mais um pouco a página e vi, para minha surpresa, um e-mail da academia de dança de Londres.


Senhorita Biara Schimdt,
Estamos a par da sua situação, mas ouvimos falar muito bem de seu potencial e gostaríamos que fizesse um teste para a Dança acadêmica de Londres. Procuramos seus responsáveis, mas até agora só conseguimos informações de que está em Hamburgo, Alemanha. Não se preocupe quanto a seu teste, você está praticamente aceita, só precisamos vê-la.
Se quiser a bolsa na academia de Londres responda-nos o mais rápido possível.
Boa sorte,

Diretora Allfa.



Eu fui aceita na Dança acadêmica de Londres? Reli o texto mais cinco vezes, antes de piscar freneticamente para saber se era ou não um sonho. Sim, eu havia sidopraticamente aceita na academia de Londres!

Não. Não posso. Proibi-me de dançar novamente. Por causa da dança meus pais estão mortos. Isso é questão de respeito à eles! Não posso simplesmente esquecer tudo e voltar a dançar. Cada passo que dou em direção a dança sinto-me culpada, sinto a culpa atravessar-me e destroçar-me.

Desliguei o computador e subi para o quarto, precisava de um banho. Abri a mala em busca de uma roupa e acabei achando minhas sapatilhas. É incrível como aqueles pequenos objetos me traziam lembranças, em sua maioria maravilhosas. Ainda me lembro da primeira vez que dancei e de como me sentia quando dançava.

Peguei as sapatilhas e fui ao escritório. Vasculhei uma prateleira cheia de CD’s, nenhum de música clássica. Mas como em toda casa, no fim da prateleira achei um CD de Beethoven. Não era muito apropriado, mas eu podia utilizar por um momento. Segurei o CD e caminhei pelo escritório procurando algum aparelho de som, nada. Saí do escritório e caminhei até a sala, tinha um enorme. Pus o CD e calcei as sapatilhas, queria dançar pela última vez.

Naquele momento, ali dançando, percebi que simplesmente havia me esquecido o que era dançar. Era como flutuar, simplesmente mágico... Balé era o mais próximo que eu tinha de voar. Lembro que quando tinha cinco anos pulei da varanda do primeiro andar da minha casa. Eu gritava para todo o céu que eu podia voar, eu realmente acreditava naquilo e queria mostrar a todos, mas o que mostrei foi que tinha um braço quebrado.

Quando dançava eu me concentrava tanto, que chegava a esquecer do mundo. Esquecia a ponto de passar horas dançando, mas foi um leve pigarro que me trouxe a realidade. Fiquei estática no meio da sala, olhando fixamente para ele.

- Tá dançando... balé? – Tom perguntou surpreso.

- Não, idiota, estou fazendo pastéis. – Respondi revirando os olhos.

- Ah, é que eu não sabia que nanicas dançavam. Achei que bailarinas eram magras e altas.

- Você está me chamando de gorda?

- Se você entendeu assim, fazer o que? – Debochou. – Bom, agora vou pro meu quarto. Quando terminar leva uns pastéis pra mim, eu estou com fome.

Riu e subiu as escadas. Eu senti meu sangue ferver, talvez até borbulhar. Como eu queria enfiar pastéis goela abaixo dele.

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Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 4 - Dor das Lembranças

Enquanto tentava dormir vagava por minhas lembranças e pensava como aquele acidente mudou a minha vida de forma trágica e violenta.

Perdi as duas pessoas que eu mais amava e talvez o meu único sonho tivesse sido interrompido. Talvez eu nunca mais pudesse dançar por conta da minha perna, ou pelo fato de eu me sentir culpada por tudo o que estava acontecendo, pela morte dos meus pais.

FLASHBACK ON

Já estava escurecendo quando saímos de casa, naquela noite eu faria uma das apresentações mais importantes da minha vida, pois se eu me saísse bem poderia ganhar uma bolsa numa das melhores Academias de Dança do país.

Estávamos saindo de casa a caminho do teatro, onde iria acontecer a apresentação. Era quase noite e caia uma fraca neblina, eu e meus pais estávamos naquele carro. Eu estava muito nervosa e minha mãe tentava me acalmar.

- Tenha calma meu anjo, vai dar tudo certo. - Falou enquanto virava para trás e me dava um beijo na testa.
- Vamos lá, vou por uma música para te acalmar um pouco. – Meu pai falou e em seguida colocou a tal música.
I close my eyes
(Eu fecho meus olhos)
Only for a moment,
(Apenas por um momento)
And the moment's gone.
(e o momento desaparece)
All my dreams,
(Todos os meus sonhos)
Pass before my eyes, a curiosity.
(Passam pelos meus olhos, uma curiosidade)
Dust in the wind,
(Poeira ao vento)
All they are is dust in the wind.
(Tudo que eles são é poeira ao vento)

Continuamos o caminho, cantando muito empolgados. Não sei como, mas aquilo me tranquilizou. Fiquei olhando pela janela a maior parte do tempo, tentava respirar mais leve, mas só conseguia ficar mais tensa e nervosa.
Já estávamos quase chegando, e repentinamente escuto uma buzina e olho para o lado. Uma luz forte brilhava em minha direção, tão forte que tive de fechar os olhos. De súbito, tudo ficou branco e um som estridente se propagou.
–X-
Depois da batida tudo ao meu redor sumiu, os sons desapareceram, os gritos silenciaram. Já não ouvia nada, já não sentia nada, eu simplesmente apaguei.
Quando acordei estava em uma cama, numa sala com paredes brancas. Aquilo com certeza era um hospital. Olhei em volta e não vi ninguém. Poucos minutos depois uma moça vestida de branco entrou no quarto.

- Olha quem já está acordada. – Falou sorridente. – Oi linda, eu sou a Lola e estou cuidando de você. Está se sentindo melhor?
Remexi-me um pouco na cama atordoada. Olhei mais atentamente para meus lados e depois fitei-a, tentando raciocinar sua pergunta.
- Minha cabeça... está doendo. – Falei pondo a mão na cabeça, ao fazê-lo senti uma pontada e percebi que ali havia um curativo. Devo ter batido a cabeça quando o carro bateu... o carro, o acidente. – Meus pais? Onde eles estão? Eles estão bem?

Naquele momento várias perguntas vinham a minha cabeça, mas todas tinham um mesmo propósito: Meus pais. Onde eles estariam? Naquele momento tudo o que eu precisava era de respostas.
A moça me olhou por um momento, sentou-se ao meu lado e suspirou pesadamente. Aquilo apertou meu coração. Ela segurou minha mão e me olhou afetuosamente. Deu um pequeno e leve sorriso.
- Bom, eu não sei como te contar isso... – Fez uma pausa, que me apertou ainda mais o coração. – Bi, você vai ter que ser forte. – Uma lágrima insistiu em brotar no meu olho. – Seus pais não resistiram, eles morreram.

Quando ouvi aquelas palavras instintivamente a abracei. Estava aos prantos. Como eu seguiria dali em diante? Como viveria sem eles? Sentia a culpa me atingir aos poucos. A ideia de que eles fossem junto a mim para a apresentação foi minha. Mas porque isso aconteceu? Porque comigo?
Depois de um tempo ali abraçada com a Lola, soltei-a fracamente. Ela se levantou para pegar umas coisas que estavam em cima da mesa. Voltou-se para mim e sorriu. Eu estava começando a odiar sorrisos.
- Bem, agora eu preciso trocar o seu curativo.
- Deixa pra depois, não tô afim. – Resmunguei tristemente.
- Olha minha linda, eu sei que está sendo muito difícil pra você, mas você tem que se cuidar. – Falou acariciando o meu rosto. – Me deixa trocar esse curativo. – Apenas concordei com um gesto e ela sorriu.
Quando viu que eu havia percebido que meu tornozelo estava engessado, ela me deu um beijo na testa e se despediu. Como eu iria dançar? Quebrei meu tornozelo, torci, tanto faz! Tudo que eu mais sonhei acabou! O sonho se foi, assim como meus pais.
– Mais tarde venho te ver, agora preciso ir. E o gesso a gente tira daqui a uma semana. – Falou já saindo do quarto.
–X-
Já havia se passado uma semana e eu ainda estava naquele hospital, dessa vez esperando a liberação. Ao recebe-la, me despedi de Lola e agradeci por tudo o que ela havia feito por mim.
Quando cheguei à recepção havia alguém me esperando. Uma senhora de cabelos negros e curtos bagunçados, que usava uma roupa pequena para o seu corpo “avantajado”. Tinha vários papéis nas mãos e uma expressão de poucos amigos.

- É a senhorita Biara Schmidt? Prazer, eu sou a encarregada de te ajudar agora. – Falou me estendendo a mão, que eu apenas observei. – Você terá de ficar com uns parentes até atingir a maior idade e poder receber a herança de seus pais.
Ao ouvir aquelas palavras senti meus olhos marejarem, pois lembrei que quando voltasse para casa não haveria ninguém lá, só o vazio. E foi isso mesmo que aconteceu, quando cheguei em casa só havia o silêncio. Desabei a chorar quando lembrei que nunca mais ouviria suas vozes ou sentiria seus respectivos cheiros.

FLASHBACK OFF

Depois de algum tempo em silêncio com minhas lembranças, abracei um dos travesseiros e dormi pesadamente. Aquilo tudo havia esgotado todas as minhas forças. Eu não sabia como continuar. 

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Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 3 - Habituação às diferenças

O quarto era perfeito. Claro, consideravelmente arrumado, mas nunca pensei que existisse aquele tipo de lugar na vida real. Uma cama gigantesca estática no meio do quarto, com lençóis pretos e brancos. Um enorme espelho encobria uma das paredes e uma televisão estava em outra parede. Adentrei meio receosa em tocar em qualquer coisa. Nem todo o dinheiro que usei na minha vida pagava aquilo tudo.
- Nossa. – Cuspi involuntariamente minha exaltação.
- Gostou? – Ele sorriu e tocou meu ombro. Afastei-me dele. – Você ainda não viu nada.
Nada? Eu vi tudo. Tudo que eu necessito para morar naquele quarto todo o resto da minha vida e mais um pouco. Olhei perplexa para ele, enquanto pegava um controle remoto. Por um momento pensei que ele ia ligar a TV, mas no outro, vi o enorme espelho dividir-se em dois e revelar um gigante closet. Fiquei boquiaberta.
É meio ofensivo saber que um homem se veste e se maquia dez bilhões de vezes melhor que você. Naquele momento, lembrei do curativo que havia na minha cabeça e que eu teria de trocá-lo.
- Onde é o banheiro, por favor. – Murmurei timidamente.
- No fim do corredor. – Sorriu.
Fui em direção à porta do quarto, e virei-me curiosamente para ver Bill. É, no fim, ele parecia ser um cara bem legal. Voltei-me para sair, e acabei esbarrando em algo, ou alguém.
- Olha por onde anda, nanica! – Tom bradou passando a mão pela camiseta. Algo molhado havia caído em nós dois. – Muito bem, derrubou minha coca-cola.
- Foi sem querer... – Falei. - ...querendo.
- Você é muito metida para alguém que acabou de chegar aqui. – Ele falou me encarando.
- E você é muito estressado para alguém que parece com o Buda. – Apontei para as roupas largas dele.
- Olha aqui sua... – Ele apontou o dedo para mim e eu o encarei.
- Opa. – Bill apareceu na porta. – Vamos parar de brigar? Bi, o banheiro é naquela porta.
Ele apontou para uma porta de madeira no fim do corredor, estava razoavelmente mal iluminado e então eu segui para lá.
- Espero que se afogue na privada. – Tom disse num sussurro bem audível. Dei uma risadinha de deboche.
Parei frente ao espelho e me encarei. Será mesmo que eu sou o que Tom disse? Feia? Bom, isso não importa. Meus pais estão mortos, nada importa. Talvez eu fique aqui por uns dois meses e só, não preciso mais que isso para arrumar um local para ficar quando completar meus dezoito anos. E isso é daqui a dois meses.
Separei parte do cabelo para o lado e tirei o curativo. Foi doloroso. Dei um curto gritinho, mas foi o bastante para Bill perguntar se estava tudo bem e Tom murmurar algo sobre eu estar me masturbando. Aquele garoto é muito idiota, e só fiquei com ele por trinta minutos.
Abri minha bolsa e peguei outro curativo, coloquei no local machucado e voltei a arrumar meus cabelos. Eles pareciam mais castanho-claros que antes. Encarei meu reflexo por alguns segundos e depois joguei os papeis da embalagem do curativo no lixo.
Abri a porta e dei de cara com três caras na porta. Um deles era Bill, o outro era um homem aparentemente jovem, mas tinha certeza que era mais velho que todos nós, e um outro de cabelos extremamente lisos e claros.
- Ah, Bi. – Bill urrou. – Que bom que você saiu, já estava começando a ficar preocupado.
- Foram só três minutos. – Disse num tom de sarcasmo.
- Bom, quero te apresentar nosso empresário, David. – Ele disse empurrando o homem mais velho.
Ele era alto e tinha cabelos curtos e escuros. Sorriu e apertou minha mão, o olhei confusa e depois fitei Bill.
- Ah, e esse é o Georg, o baixista da banda. – Disse apontando para o cara de chapinha.
- Oi. – Ele deu um curto sorriso.
- Vem, vamos para a sala, Tom e Gustav estão nos esperando lá. – Falou Bill me puxando em direção as escadas.
- Bill, eu realmente prefiro ficar um tempo sozinha. – Falei soltando a mão dele.
- Ah... – Ele murmurou decepcionado. – Tudo bem...então.
- Desculpe. Acho que estou cansada da viagem...
- É verdade Bill, talvez ela deva descansar mesmo, pois mais tarde teremos de ir para uma festa onde a banda tem de estar. – Murmurou o tal de David.
- Ok. – Bill afirmou indicando o quarto dele.
Fechei a porta e, por costume, a tranquei. Afoguei-me na cama e senti todos os meus músculos relaxarem, o que, por um curto momento, me causou dor. Claro que há alguns poucos dias, eu estava com um gesso na perna. Dançar. Talvez isso nunca mais aconteça. Fui pensando aos poucos, e rezando, para que tivesse ao menos uma tarde em que eu a dormisse inteira.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 2 - Nova casa

- Sabe, de repente me bateu um medo... – Ele sorriu para Bill.


- Eu que o diga. – Murmurei analisando-os.

- Como assim? – Bill surpreendeu-se por eu falar.

- Não sei, já que vocês parecem mais MIB: os homens de preto. – Debochei.

- Porque? – Tom sorriu sacana. – Preferia que eu viesse te buscar no aeroporto vestido de gogo boy?

- Não precisa, você já é ridículo naturalmente. – Sorri.

- Você não me conhece, meia sombra. – Empurrou a placa com meu nome nos meus braços.

- Na verdade Bi, é porque nós somos meio que famosos... – Meio que famosos? Ninguém é “meio que famosos”. – Então tentamos não chamar muita atenção.

- Com esse cocô de passarinho no lugar do seu cabelo? – Debochei. – Ah, claro. A última coisa que você espera é chamar atenção.

Notei uma garota um pouco mais atrás deles, analisando-os. Cada pedaço do corpo, assim como Tom fazia comigo. Acho que queria até pegar um fio do meu cabelo para fazer teste de DNA e descobrir qual shampoo eu uso.


- Acho que a sua tática genial pra não chamar atenção não deu muito certo. – Ironizei, apontando a garota com o olhar.

- Droga. – Murmurou Tom. - Vamos sair daqui, agora. – Bill assentiu com a cabeça.


Enquanto Tom carregava minhas malas e reclamava, Bill me guiava até o carro. Ao chegarmos Fui abrindo a porta e entrando.


- Ô madame! Eu não estou aqui pra carregar suas malas. – Reclamou Tom e eu o ignorei, fechando a porta do carro. Bill apenas ria.

- Eu te ajudo Tommy. – Debochou Bill sorrindo. Como ele conseguia sorrir a toda hora? Aquilo não dava câimbras?

Caminhei em direção à porta da enorme casa. Tinha seguranças por toda parte. Sim, ele eram “meio que famosos”. Estiquei a mão em direção a porta, para abri-la, mas fui abordada por um cara de trancinhas.

- Sabia que a curiosidade matou o gato, meia sombra? – Tom disse empurrando minha mão e abrindo a porta.

- Que pena que o gato tem sete vidas. – Sorri.

Ele me olhou com desprezo, soltou um forte suspiro e entrou. E nossa, que casa! Uma estrutura incrível, uma arquitetura invejável e móveis... O que posso dizer? Eles eram “meio que famosos”.

Segui pela sala repleta de quadros pendurados, mas esses quadros eram prêmios. Para falar a verdade, CD’s. Olhei mais atentamente. Tokio Hotel. Tinha a foto do mais alto, Bill, que mais parecia uma menina. Tom, com suas roupas gordas, e dois outros garotos.

- Gostou? – Bill sorriu tocando meu ombro e admirando a parede, assim como eu.

- Tem certeza que você é “meio que famoso”? – Perguntei desviando-me da mão dele, que continuava postada em meu ombro.

- Ah, bom... Somos bem famosos. – Ele admitiu inutilmente.

- Nossa, isso mudou minha vida. – Grunhi subindo as escadas.

- Onde pensa que vai, meio metro? – Tom me repreendeu com uma lata de cerveja, enquanto eu subia as escadas.

- Para o quarto? – Murmurei.

- Na verdade Bi... – Bill começou como tentasse se desculpar. – Saber que você iria ficar um tempo conosco foi bem inesperado.

- Isso foi um elogio? – Murmurei para mim mesma.

- Então, você vai ter que ficar com um de nós. – Tom terminou o que Bill começara.

- E o que isso quer dizer?

- Que você vai dormir com um de nós, burra. – Tom grunhiu.

- Cara, sério – Me enfezei. – Meus pais estão sendo cremados nesse momento, dá um tempo, certo?

- Acho melhor você dormir comigo, Bi. – Disse Bill sério. Talvez a primeira vez que eu o vira serio por todo o curto tempo em que ficamos juntos.

- Minha preferência também é essa. – Lancei um último olhar para Tom e subi as escadas seguida de Bill. 

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 1 - Aeroporto

Desci as escadas convicta de que odiava minha vida. A mulher que se dizia da adoção esperava no sofá. Tinha cabelos negros e curtos bagunçados, e o corpo gordo preso numa roupa que caberia em uma criança de dois anos. O rosto expressava uma extrema raiva, pois levantou-se raivosamente puxando-me para fora da casa. Olhei uma última vez para a casa.

- Bi, esta irá ser sua casa por enquanto.

A mulher me disse empurrando para dentro do avião. Um avião? Eu não lembro de ter parentes ou coisa parecida, desde o momento do acidente, prefiro ficar calada e sozinha, do que conversar com “parentes”.

Acordei meio tonta com um homem tocando meu ombro.

- Senhora, chegamos ao nosso destino. – Ele sorriu carinhosamente.

Assenti com a cabeça e puxei minha bolsa de colo e minha maleta vermelho-escuro. Desci as escadas e segui por um corredor. O aeroporto estava consideravelmente cheio. E frio. Olhei ao redor e percebi dois caras, um alto e pálido, com um cabelo que mais parecia um dejeto de passáro. Estava maquiado, os olhos negros e a boca rosada. Tinha um piercing no nariz e outro na sobrancelha. O outro era uns poucos centímetros mais baixo que o anterior. Tinha umas tranças estranhas na cabeça, e tinha um piercing no lábio inferior. Vestia roupas consideravelmente enormes para seu tamanho e segurava, tediosamente, um cartaz com meu nome. Andei silenciosamente até eles e parei na sua frente.

O mais baixo, que segurava o cartaz, olhava distraidamente pelo aeroporto, até que baixou os olhos até mim e me analisou.

- O que é, pirralha? – Murmurou dando um estalo com a boca.

- Tom! – O mais alto reclamou. – Deve ser ela.

- Ela? – O que se dizia Tom surpreendeu-se. – Pensei que fosse mais bonita.

- Oi, eu sou Bill. – O mais alto sorriu ignorando os comentários do outro e esticando a mão.

Observei a mão dele por um tempo até que ele retirou-a sutilmente e sorriu.

- Além de feia é antipática? – O mais baixo riu.

- Espero que saiba que eu sou faixa preta. – Murmurei séria, olhando-o.

- Sabe, de repente me bateu um medo... – Ele sorriu para Bill.

Postado por: Grasiele

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz
Sinopse:
" - O que é, pirralha? - Murmurou dando um estalo com a boca.
- Tom! - O mais alto reclamou. - Deve ser ela.
- Ela? - O que se dizia Tom surpreendeu-se. - Pensei que fosse mais bonita."

" - Você é muito metida para alguém que acabou de chegar aqui. - Ele falou me encarando."

" - Você é a primeira garota que deita nessa cama. - Disse na porta do quarto. - Está me devendo uma."

" - Que foi? Se apaixonou por mim? - Debochou.
- Claro que não! - Desviei o olhar do seu. "

" - Ahm, o que você está fazendo?
- Te consolando.
- Sério? - Perguntei incrédula.
- Já posso parar? - Ele perguntou rindo.
- Pode. "

Classificação: +18
Categorias: Tokio Hotel
Gêneros: Comédia, Romance, Songfic
Avisos: Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria
Capítulos: 28
Autoras: BHM & -AM

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