sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sie Hat Mich - Capítulo 20 - Preparativos

(Na capa, parte do presente do Bill e vestido que a Julia usará no jantar)

“Querido é você que eu quero, então pare de desperdiçar meu tempo
E querido é de você que eu preciso, então, por favor, se decida
É hora de escolher...

Todas as vezes que você fica (todas as vezes que você fica)
O meu mundo começa a fazer sentido
E quando você parte (quando você parte)
Eu queria gritar pra você ver que

Eu não quero esperar
Eu não quero esperar
Eu não quero esperar
Eu não quero esperar
Não quero esperar por você”

(Trechos da tradução da música I don’t wanna waint do The Veronicas)

Aquele dia se arrastou lentamente, tive um ensaio para a semana de moda de Berlim, moda de primavera/verão. Uma sessão de fotos ao meio-dia e quando fomos almoçar, pegamos o presente do Bill, quer dizer, parte dele. Não fora algo fácil de conseguir, Johan teve que usar muita lábia, mas convenceu o fotografo a nos dar aquela foto de sete meses atrás do ensaio fotográfico que fizemos em Hamburgo. Conseguimos a foto que Bill me agarrou após termos tirado a outra para a revista, bem na hora do beijo. Eu achei o porta-retrato perfeito, estava guardado no meu closet escondido em meio às minhas caixas de chapéus.
Por sorte minha, meu dia terminou antes do previsto. A sessão de fotos para Stern, com os trajes mais famosos da coleção primavera/verão de Johan, teve que ser cancelada. O fotografo teve um problema com o equipamento e faríamos as fotos no final da semana.
Johan me largou em casa, e eu corri para ver como estava os preparativos para o jantar, Hanna e Nicole estavam dando conta de tudo. Então, subi para o meu quarto municiosamente arrumado, e sem me importar em reparar muito nele, fui para o closet. Do meio das caixas dos meus chapéus estilosos, tirei uma caixinha fina e preta com um pouco de glitter. Assim que eu a vi, em Londres, achei a cara do Bill. Fiz um estardalhaço para conseguir entrar na loja e comprá-la. Bem, eu decidi presenteá-lo com aquilo porque sabia que ele tinha tudo, mas não aquela coisinha simples que talvez fizesse toda a diferença.
Sentei-me no chão do closet colocando a minha bolsa de lado e abrindo a caixa com o porta retrato. Ele era todo de madeira envelhecida, tinha alguns detalhes na lateral e era mesclado de escuro para claro conforme se olhava. Não era envernizado, mas tinha o seu brilho próprio de madeira nobre. Aquele porta-retrato foi um achado, encontrei-o em Paris, num antiquário.
Coloquei a foto no porta-retrato e fiquei satisfeita com o que eu mesma pensará e sinceramente, esperava que ele gostasse. Voltei a guarda-lo, agora completo, na caixinha preta e coloquei uma coisinha que seria muito útil para essa noite, claro que tinha espalhado mais daquilo pelo quarto, mas era só para dar um charme.
Bem, agora era hora de eu me arrumar. Como todas as vezes que nos encontrávamos, eu queria estar bonita para ele, mesmo que ele me dissesse que eu ficava bonita até mesmo desarrumada ou quando acabava de acordar.
Deixei o presente de Bill em cima da cômoda e me enfiei no banheiro. Tomei um banho de banheira super demorado, lavando a cabeça e o corpo todo, quando dei por mim, tinha duas horas e meia para me arrumar. Corri para o closet só de toalha e vesti o conjunto de lingerie que ganhara na Victoria Secret’s no dia anterior e que usaria essa noite para me insinuar somente para ele.
Depois de colocar o vestido, fui ver se o quarto estava realmente do jeito que eu queria antes de partir para o cabelo e maquiagem. Estava quase perfeito, faltava apenas o meu "cano" particular. Oh, pobre Kaulitz, se ele judiou de mim na noite anterior, imagina o que eu faria com ele essa noite?
O quarto estava cheio de velas aromatizadas pretas e vermelhas, a cama estava com lençóis de seda vermelho sangue com algumas pétalas de rosa branca, é, nisso eu tinha caprichado. E os lençóis, foram presentes do Johan, meu amigo gay mais que pervertido.
Então, como estava tudo do jeito que eu imaginava, fui ajeitar o cabelo e fazer a maquiagem. Demorei um pouco nisso, mas logo já estava devidamente pronta, faltava agora o vestido. Desci até o meio da escada e pedi para que Nicole me ajudasse a fechá-lo. Ela me ajudou e tornou a descer a escada para ajeitar a sala de jantar. As duas, Nicole e Hanna estavam adorando as noites de folga, ah, isso era bom para todos. Sorri com a empolgação dela ao me contar sobre o namorado, ela me contava empolgada o quão perfeito e lindo ele era, mas o nome dele fez meu estômago revirar. Entretanto, não estava a fim de pensar no passado essa noite, queria apenas o meu namorado quase perfeito.
Quando terminei de retocar a minha maquiagem, um tanto sedutora, faltava ainda meia hora para ele chegar, mas não foi necessário eu esperá-lo por nem vinte minutos. Logo a companhia tocou e Hanna foi atendê-lo. Como naqueles filmes, eu desci a escada com o presente dele em uma mão e segurando o corre mão com a outra.
Bill abriu aquele sorriso de todos os dentes ao me ver, se eu estava bonita, imagina ele com aqueles trajes pós-inverno? Estava demais de seduzível naquela jaqueta simples preta, calça jeans preta com um cintão e um cachecol no pescoço dando um charme na produção. Hanna passou por mim dizendo para enrolá-lo por uns cinco minutos, ah, como se fosse tão difícil assim.
- Julia... – ele veio rapidamente até mim, não me deixando nem sequer terminar de descer a escada e me agarrando logo num beijo que seria de tirar o fôlego, se não tivesse interrompido-o.
- Não, não. – falei colocando o indicador nos lábios dele – Eu sou a sobremesa. – insinuei e ri da expressão maliciosa que ele fez.
- Hum, acho que posso esperar... Mas para mim, você sempre será o prato principal. – falou malicioso me tirando da escada.
- Você que é muito apressado. – o repreendi rindo – Mas agora vamos ao seu presente. – os olhos dele brilharam na expectativa – Melhor dizendo, parte dele. Como eu sei que você tem tudo, ou quase tudo, pensei em algo especial, diferente... Espero que goste e que não se importe por ser algo ’simples’. – falei meio temerosa estendendo-lhe a caixinha de presente.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 19: O início de um dia perfeito

cap. 19

“Eu adoro ouvir você dizer que me ama
Com palavras tão doces
E eu adoro o jeito como apenas com um sussurro
Você me diz tudo
E quando você diz estas palavras
É a coisa mais doce que eu já ouvi
[...]
Porque está lá para se ver
Quando seus olhos me contam
Eu sei que eles não contam mentiras
Eles me dizem tudo que você está sentindo por dentro
E isto soa tão bem

Quando seus olhos dizem”


(Tradução dos trechos da música When Your Eyes SayIt da Britney Spears)


Como eu já sabia que íamos passar a noite inteira juntos, dispensei todos os empregados da casa, dando uma noite de folga para eles, a casa era nossa. Falei que Bill podia colocar o carro dele na garagem, seria mais fácil para ambos. Ele me agarrou com urgência na sala de estar, começamos a arrancar as nossas roupas ali mesmo e consegui ligar o aquecedor para que não sentíssemos tanto frio, apesar de que íamos ficar quentes o tempo todo. Entre agarros, chupões e beijos, subimos as escadas. No final, a tentativa de chegar ao meu quarto ficou para o outro round, fizemos amor encostados na porta e depois, quando conseguimos chegar ao meu quarto, repetimos diversas vezes.

- Eu não estava mais agüentando ficar longe de você e disso tudo. – ele falou quando estávamos descansando um pouco enquanto acariciava o meu cabelo suado.

- Hum, eu não sei como agüentei. – falei lhe beijando o abdômen desnudo – Sempre nos desencontrávamos, um dia você estava na Itália e quando eu ia para lá, você já estava indo para a França... Nem nos aeroportos conseguimos nos encontrar. – relembrei-me desgostosa.

- Queria ter passado meu aniversário com você e não num parque de diversões. – ele reclamou tocando as minhas costas com aquelas mãos...

- Hum, falando em aniversário, eu ainda não lhe dei o seu presente. – falei me lembrando do que tinha planejado.

- Comprou algo para mim? – Bill perguntou me virando rapidamente na cama, ficando por cima de mim e me encarando com os olhinhos brilhantes.

- Sim, em partes, mas hoje eu não posso te dar. – falei fazendo mistério e abraçando-o pelo pescoço.

- Por que não? – quis saber murchando.

- Não estou nem arrumada, nem nada. Amanhã, se você tiver a noite livre para mim. – expliquei-lhe brincando com os cabelos da nuca dele enquanto falava meio sedutora.

- Não tenho nada para fazer amanhã, a noite é toda sua. – falou meio desanimado mordendo o lábio superior – Mas não pode ser no meio do dia? – perguntou-m esperançoso.

- Nein, tem que ser à noite porque eu tenho que trabalhar e o senhor também. – lembrei-o – Pensa que eu não sei sobre a sua sessão de autógrafos amanhã, é?

- Afinal, você se tornou fã de Tokio Hotel. – concluiu indo beijar o meu pescoço.

- Uhum, principalmente do vocalista tarado. – acrescentei rindo e acariciando a nuca dele.

- Eu não sou tarado. – Bill afirmou se fingindo de ofendido e descendo a mão até a minha coxa.

- Não, é? Imagina se fosse. – ri mais.

- Não prefere experimentar como seria se eu fosse realmente um tarado? – perguntou erguendo a sobrancelha enquanto sorria maroto.

- Prefiro. – pronunciei aquela palavra lentamente olhando naqueles olhos amendoados travessos.

Naquela noite, ele foi cruel comigo, judiou de mim até a hora que eu não estava mais agüentando e pedindo aos berros para ele me penetrar logo! Entretanto, na noite seguinte eu daria o troco, coitado.

Acordar com aquela visão foi tão boa que eu pensei estar sonhando. Bill me olhava sorrindo feliz, os olhos amendoados nos meus verdes e a mão acariciando delicadamente o meu cabelo. Sorri e ele beijou a minha testa.

- Eu estou realizado. – afirmou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha – Sonhei tantas vezes com essa manhã. O início de um dia perfeito, quando eu acordaria e me deparava com a mulher mais encantadora que eu já tinha visto. Ela abriria os olhos para mim e seus belos olhos verdes sorririam para mim, a deixando mais encantadora ainda. – falou me deixando encantada com aquelas palavras tão românticas.

Eu sabia que ele era romântico sim, mas não tinha ideia do quão ele era. Bill me deixou sem fala, ele era um fofo e um tinha muita sorte de tê-lo ao meu lado. Sorri novamente para ele e toquei-lhe o rosto delicadamente. Aproximei-me mais dele e beijei-o suavemente. Eu o amava, tinhas todas as certezas e algo me dizia que ele sentia o mesmo por mim. Bill me puxou para mais perto dele, me beijando com vontade ao mesmo tempo delicadamente. Um desejo se fez presente em mim, eu queria acordar todas as manhãs com o homem que eu verdadeiramente amava... Ah, seria perfeito demais.

- Eu amo você. – afirmei encarando-o quando terminamos o beijo e ficamos nos encarando com as testas coladas.

- E eu amo você. – ele afirmou também e logo deu aquele sorriso lindo.

Saímos da cama e fomos tomar um banho quente, quente nos dois sentidos. Depois nos vestimos, eu com a roupa que usaria naquele dia e ele com a mesma de ontem.

- Acho que devia trazer algumas coisas para cá. – falei enquanto descíamos as escadas para o café da manhã que já devia estar pronto.

- Hum, tem lugar no seu closet? – ele perguntou me olhando por um momento.

- Não. – resposta óbvia – Mas damos um jeito.

Hanna já tinha ajeitado toda a mesa, três lugares, Johan devia se mudar pra cá. Meu divo sorriu ao nos ver e fez uma careta para as roupas do Bill.

- Divo lindo, trouxe algumas coisas para você. – falou estendendo uma sacola preta para ele.

- Johan, você é um máximo, sempre pensa em tudo. – Bill exclamou alegremente pegando a sacola preta – Já volto. – me deu um selinho e voltou para as escadas.

- Você é uma figura Johan Galego. – falei lhe dando um beijinho na bochecha.

- Eu sei que sou o melhor. – afirmou fazendo pose de convencido.

Apenas ri e me sentei na ponta da mesa como de costume, Johan sentou-se do meu lado direito deixando o lado esquerdo para o Bill. Logo ele voltou lindo como se era de se imaginar, todo maquiado e com o moicano para cima. Ele vestia uma calça skinny preta, uma camiseta preta com detalhes em vermelho, correntes e uma bota de salto. Devia ter uma jaqueta de couro falso em algum lugar, mas como o aquecedor estava ligado não era necessário usá-la.

Ele sentou-se comportado ao meu lado e tomamos, os três, um café da manhã super reforçado. Bill logo teve que ir, Tom ligou para ele chamando-o para trabalhar. Na garagem, quando estávamos sozinhos e eu inocentemente o acompanhei até lá, ele me agarrou num super beijo me colocando no capô do Audi e depois se foi para encontrar os outros para a sessão de autógrafos.

Fui para a sala de estar aonde Johan me esperava para irmos trabalhar, aquele com certeza seria um longo dia.
Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 18 - Rapidinha no banheiro



"Você pode ser um sonho doce, ou um lindo pesadelo
De qualquer jeito, eu não quero acordar de você
Doce sonho, ou um lindo pesadelo
Alguém me belisque, seu amor é muito bom pra ser verdade.
Meu prazer culpado, eu não vou a lugar nenhum
Querido enquanto você estiver aqui
Eu estarei flutuando no ar porque você é meu
Você pode ser meu doce sonho, ou um lindo pesadelo
De qualquer jeito, eu não quero acordar de você"


(Trecho da tradução da música Sweet Dreams da Beyoncé)

Bill separou-se de mim e com pressa se livrou da minha blusa, me deixando apenas de sutiã. Depois, ele beijou meu pescoço e foi descendo até a minha barriga, também com pressa, ele se desfez da minha calça jeans.

Ele olhou por um momento nos meu olhos verdes e desceu os olhos amendoados pelo meu corpo, as mãos já tocando cada parte descoberta. Eu gemi de prazer ao sentir as mãos frias dele tocarem o meu corpo que estava sedento por ele.

Novamente ele me beijou na boca, eu subi a camisa dele e ele ergueu os braços para facilitar o meu processo, separou-se de mim apenas para se livrar daquele tecido incomodo e agarrou-me num novo beijo lascivo. Bill me tocava e se esfregava em mim sem pudor nenhum, mas naquele momento, não me importei nem um pouco em estarmos no banheiro, eu queria logo ele mesmo que fosse ali. Minhas mãos começaram a trabalhar no cinto dele, rapidamente eu baixei as calças dele e ele próprio se livrou dela, ficando apenas com aquelas boxers sedutoras.

O ‘b’ continuava ali, a estrela também e tinha uma novidade corajosa dele, um piercing em um dos mamilos. Céus, ele estava com uns músculos e aquilo me deixou mais louca, me fazendo tocar nos braços dele delicadamente. E depois, eu subi as minhas mãos pelo abdômen dele, brincando com aquela novidade excitante.

Bill me puxou para um beijo ainda mais intenso e esfregou o membro já rijo na minha virilha ainda coberta pela calcinha. Eu mordi o lábio dele ao sentir essa provocação e desci a minha mão até a boxer, invadindo-a e apertando o pênis dele. Ele gemeu rouco na minha boca e abriu o meu sutiã com pressa, livrou-se dele e apertou um dos meus seios, me fazendo gemer novamente. Bill desceu a boca pelo meu queixo até um dos meus seios, mordiscando e chupando sem se importar em me deixar marcada, brincou com o bico do meu seio mordendo e chupando-o lentamente, tortura boa!

Eu gemia e falava palavras desconexas, quando finalmente ele abocanhou-o, só faltou eu gritar de tanto prazer que ele estava me proporcionando. Quando ele me puxou para um novo beijo, me fez sentar na pia do banheiro e enquanto me beijava, se desfez da minha calcinha. Separou-se de mim e sorriu travesso, antes de ir com a boca até a minha intimidade. Arqueei minhas costas e segurei com força a borda da pia enquanto gemia mais alto. Ele era maldosamente ágil com a língua e passava de leve o piercing lá, me excitando ainda mais, eu já estava a ponto de gozar na boca dele, quando ele pegou um plastiquinho do outro lado da pia, a camisinha. Com pressa, se livrou da boxer e colocou-a com pressa. Chato, não ia nem me deixar brincar com ele... Finalmente ele entrou em mim, devagar para não me machucar, mas eu fui mais rápida me apertando mais contra ele e abraçando-o com as pernas para facilitar a penetração.

Começamos a nos movimentar lentamente, e acabei mandando que ele aumentasse o ritmo logo de uma vez, eu estava impaciente! Bill me beijava com volúpia e gemia com a boca grudada na minha... Céus, que homem! Gemíamos juntos há cada nova sensação, eu arranhava-o e ele apertava as minhas coxas com força. Os movimentos foram ficando cada vez mais intensos e eu fui a primeira a chegar ao orgasmo, Bill chegou logo depois, gemendo sensualmente no meu ouvido. Começamos a diminuir as estocadas até cansarmos, mas eu ainda sentia que ele não estava satisfeito...

Ele saiu de dentro de mim e foi jogar a camisinha fora, eu fiquei corretamente de pé, encostada na parede, mas ainda respirando rápido. Bill me encarou sorrindo satisfeito e se aproximou de mim novamente, me abraçando com delicadeza.

- Eu amo você. – se declarou mordendo o lóbulo da minha orelha.

Mordi-lhe o ombro e fui subindo uma trilha de beijos pelo pescoço dele até próximo à orelha.

- E eu amo você. – me declarei também.

- Hum, eu sei. – falou convencido beijando o topo da minha cabeça – Agora entendi porque você não queria que eu viesse. – afirmou apertando a minha cintura e me olhando nos olhos.

- Mas mesmo assim, eu gostei muito que você tenha vindo, principalmente na parte em que você me puxou para esse banheiro e fizemos amor aqui. – falei meio pervertida.

- Uau, Julia Herz tem um lado pervertido... – comentou me encarando divertido – O que mais eu descobri hoje? Hum, que ela daria uma ótima stripper particular. Que tal se tornar minha escrava? – sugeriu erguendo a sobrancelha e me encarando malicioso.

- Que tal você se tornar o torturado? – sugeri sem dar atenção às propostas dele.

- Acho que já fui muito torturado hoje, você é que deve ser torturada cruelmente. – falou ainda malicioso.

- Na minha casa então?

- Claro. – concordou sorrindo maldoso.

Começamos a nos vestir, mas quando eu já tinha colocado a minha lingerie, Bill me agarrou num novo beijo e quase fizemos amor novamente, só não fizemos porque o celular dele começou a tocar. Saímos tranquilamente pela porta do banheiro após estarmos adequadamente vestidos e com tentativas meio fúteis de ajeitamos os nossos cabelos...

Johan nos esperava no mesmo lugar que havia sido o ensaio, mas ele estava sentando confortavelmente num sofá da boate. Ele nos repreendeu com o olhar por talvez tivesse entendido que não agüentamos esperar até chegarmos à minha casa.

- Vocês demoraram. – falou quando paramos na frente dele.

Bill apenas piscou para ele rindo convencido.

- Vocês não prestam. – meu divo afirmou balançado a cabeça negativamente.

- Desculpe a demora. – pedi corando um pouco.

- Bem, não tem problema diva... Apenas se protejam certinho e é melhor irem logo... Antes que o divo mate alguém. – afirmou se levantando para se despedir de nós.

- Certo, tchau meu divo. – me despedi dele pegando as minhas coisas, minha bolsa e uma sacola da Victoria Secret’s.

- Tchau meus divos.

- Obrigado Johan. – Bill agradeceu na maior cara de pau e me arrastou para a porta da boate.

Parece que Johan falou algo sobre não se esquecer da camisinha, mas antes de sairmos, Bill me agarrou novamente, me beijando com sofreguidão e me prensando na parede mais próxima. Cada novo beijo vinha com mais intensidade que o anterior, ele estava começando a me deixar impaciente! Eu queria a minha cama e nós dois nus nela logo. Bill começou a me beijar no pescoço e um momento de lucidez se fez presente em mim.

- Bill, Bill, aqui não... Vamos para minha casa... Minha cama... – falei meio eufórica.

- Ah, você vai me deixar louco desse jeito. – ele falou erguendo o rosto para me encarar.

- Desculpe, mas e se for essa a minha intenção? – perguntei lhe dando um último selinho.

Ele segurou a minha mão e saímos da boate. Como era de se imaginar, tinham alguns fotógrafos, paparazzis. Acenamos e demos alguns sorrisos. Ele abriu a porta para mim como um perfeito cavalheiro e entrou rapidamente no carro. Era um carro novo, um belo Audi branco para variar. Bill dirigiu apressadamente para a minha casa, toda vez olhava para mim como se quisesse ter certeza que eu realmente estava lá, sentada no banco ao lado.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 17 - Segure-se à cadeira

" Procurando por algo louco
Bonito, amor, e agora
Estou dando voltas de novo
Tenha o meu amor, baby
Você esta faminto por algo maravilhoso?
Porque eu sou, maravilhosa, porque eu sou!"


(Trechos da tradução da música Wonderful da Lady GaGa)

Eu não podia acreditar que ele estava parado há uns metros de mim, ele me olhava curioso e sorriu malicioso ao perceber o que eu vestia. Bill tinha mudado um pouco, os olhos amendoados continuavam os mesmos, o rosto angelical que dependendo da expressão dele se tornava safado e a única mudança visível eram os cabelos num corte e penteados diferentes junto com a altura, ele estava mais alto do que eu me lembrava.
Bill sorriu para mim, largou o roupão verde que trazia e se aproximou enquanto eu ficava com cara de boba admirando-o vir até mim. Suas mãos grandes e macias grudaram na minha cintura e, finalmente, ele me puxou. Para a alegria de ambos, nossas bocas se encontraram enquanto eu acordava do meu transe e levava as minhas mãos até a nuca dele, trazendo-o para mais perto de mim. Beijamo-nos com a saudade e o amor contido por quase sete meses. Era tão bom beija-lo novamente, sentir ele me tocar e tê-lo perto de mim, que eu não estava me contentando somente com aquele beijo, eu queria mais, exigia mais.
Talvez uma rapidinha no provador se não tivessem me chamado, lembrando-me do porque de eu estar ali e do porque de eu não querer o Bill ali.
- Julia, já se trocou? – foi a voz da Marjorie que me fez acordar para a realidade – Precisamos fazer o teu cabelo e maquiagem, ande logo aí. – lembrou-me.
Com dificuldade e vontade nenhuma, eu me separei dele. Olhei dentro daqueles olhos amendoados e não me contive em sorrir, feliz por ele estar ali mesmo eu não querendo.
- Senti a sua falta. – sussurrei suavemente.
- Eu também senti muito a sua falta. – Bill falou me abraçando e suspirando com o nariz no meu cabelo.
- Mas você não deveria estar aqui. – afirmei me separando dele.
- Não me importo. Eu estou aqui e irei acompanhar tudo, depois iremos para a sua casa. – falou sem me dar atenção, ainda me apertando pela cintura.
- Bill, você tem ideia do que eu farei aqui? – perguntei olhando-o seriamente.
- Um ensaio fotográfico para a Victoria Secret’s. – ele respondeu o obvio.
- Correto, mas sabe o que eu farei nesse ensaio? – perguntei novamente tentando o fazer entender.
Quando ele ia começar a me responder, a porta do provador foi aberta e eu me separei rapidamente dele, indo pegar o roupão verde caído no chão.
- Sei que quererem matar a saudade, mas precisamos te arrumar... Depois vocês terão a noite toda. – Johan falou rapidamente, me observando fechar o roupão.
- Foi você que falou para ele? – perguntei olhando-o emburrada.
- Não. Bill me ligou e obrigou a falar aonde seria o ensaio. – respondeu me olhando culpado.
Voltei meu olhar irritado para a figura andrógina à minha frente, mas quando ele sorriu feliz para mim, minha irritação se foi.
- Então, apenas tente não me desconcentrar e não me agarrar enquanto eu troco de roupa. – pedi fazendo uma careta.
- Prometo tentar. – falou olhando inocentemente o decote do roupão.
- Tente mais! – exclamei saindo do provador.
Segui Johan até Marjorie e Bill foi para a pista onde estava ajeitado tudo para o ensaio fotográfico bem de frente para um daqueles canos. Marjorie rapidamente me arrumou, fazendo uma maquiagem provocante e cacheando um pouco meus cabelos. Coloquei as sandálias pretas e o colar metálico, estava pronta.
Eles me esperavam pacientemente e assim que me viram, se levantaram e foram terminar de ajeitar tudo. Eu, meio temerosa, tirei o roupão e fui para o lado do cano. Os outros não me olharam muito, mas eu percebia olhadas super discretas, já Bill, o coitado me comia com os olhos.
- Lembra-se de tudo? – Joe, o fotografo, perguntou.
- Claro que sim. – coloquei a mão no cano.
Bill me olhava super confuso e Johan se divertia com a situação, se segurando para não gargalhar. Dani estava sentada ao lado de Vanessa e Marjorie ao lado dela, ela fez um jóia para mim e sorriu, me incentivando a começar com as mãos. Era agora ou nunca.
- Comece então. – Joe pediu, pegando a câmera digital super tecnológica.
Olhei uma última vez para o Bill e eles ligaram o ventilador junto com as luzes coloridas, era hora do show.
Agilmente eu me enrosquei no cano, o segurando com uma mão e circulando com a perna, sendo sensual, olhei para a câmera descendo vagarosamente. Joe gostou da posição e o primeiro flash aconteceu. Depois mudei a posição, ficando de costas para o cano e erguendo as mãos para segura-lo enquanto descia me esfregando no metal gelado. Outro flash e Joe pediu para que eu colocasse o próximo conjunto.
Olhei rapidamente para o Bill, ele estava quase babando e segurava a cadeira pelos dois lados, como se segurasse para não sair dali. Os olhos amendoados nunca deixando de me olharem.
Troquei-me rapidamente para as próximas fotos colocando uma lingerie preta um pouco menos provocativa, mais casual e uma sandália prata com strass. Dessa vez eu me insinuei mais para a câmera, segurando o cano com uma mão e apoiando o salto da sandália prata nele. E na foto seguinte, pensei besteira, mas uma besteira que fez Joe me elogiar pela pose nada inocente que eu havia feito. Eu imaginei o Bill no lugar daquele cano, sei que foi idiota, mas me soltou para colocá-lo entre as pernas e segura-lo pela mão.
Quando sai para fazer a próxima troca, eu jurava ter visto uma ereção no coitado do Bill, ele cruzou as pernas bem na hora que eu olhei-o e me olhou com aquele olhar de eu preciso logo de você, bem que eu avisei para ele não ter vindo aqui. Para a próxima foto, eles ligaram o som... Mein Gott, eles querem me matar e matar o Bill. Ele se mexeu incomodado e se incomodou mais ainda quando eu tirei o roupão. Céus, alguém nos socorre?
Eu me insinuei mais com uma lingerie lilás, mais inocente até. Mexer no cabelo descendo aquele cano, grudar as pernas, me virar, rodar... Eram só fotos, ué. Não olhei mais para Johan nem para o Bill, apenas continuei o que tinha que fazer. Os outros conjuntos continuaram sendo provocantes, as poses também e finalmente acabamos tudo aquilo. Eu estava super cansada, não sei se agüentaria bem à noite, mas daria um jeito.
As roupinhas que a Julia usou no ensaio:

Depois que me troquei e finalmente me livrei daquelas poucas vestes e a lingerie, quando eu estava indo falar com o Johan, alguém me puxou bruscamente para um dos banheiros. Estava escuro, então eu não consegui ver quem era, mas assim que o alguém me beijou e senti um piercing na língua dele, tive a certeza que era o Bill. Ele me beijou com tanta urgência trancando a porta e me prensando na parede, que foi impossível não o corresponder. Tinha certeza que, enquanto a minha razão me deixava, não íamos sair tão cedo daquele banheiro...

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 16 - Motivos

"Você é minha estrela
Fico feliz quando meu celular toca
Porque você está na linha comigo"
(Trecho da tradução de Video Phone da Beyoncé feat. Lady GaGa)
Na manhã seguinte, eu acordei com o celular tocando a música dele. Atendi toda sonolenta, mas foi gratificante ouvir a voz dele logo pela manhã.
- Bom dia! – ele me desejou animado.
- Hum, bom dia. – desejei de volta com a voz um pouco grogue.
- Acordei-te? – perguntou-me, devia estar erguendo aquela sobrancelha com o piercing super sexy.
- Acordou-me, mas eu não me importo, contanto que seja você... – falei me sentando na cama e olhando o relógio.
Oito e meia, ainda tinha tempo de falar um pouco com ele, fazer a minha higiene matinal, tomar meu desjejum, me trocar e esperar meu divo chegar.
- Você é uma fofa! – ele exclamou alegremente. Que saudade daquele sorriso lindo! – Não vejo a hora de te ver.
- Eu também Bill, eu também. – falei verdadeiramente, saindo da cama e indo até a janela ver como estava o dia.
Branco, cheio de neve e provavelmente muito frio lá fora, ainda bem que tinha aquecedor dentro da minha casa e as roupas super quentes que eu ganhara nos desfiles. O lugar que eu faria o ensaio, uma boate, provavelmente teria aquecedor lá também ou então eles levariam um já que eu iria ficar só de lingerie...
- Bem que eu podia ir nesse seu ensaio fotográfico, ficarei de bobeira a tarde inteira... – insinuou inocentemente.
- Bill, querido, eu queria que você fosse, mas acho melhor não. – falei indo para o closet escolher as minhas roupas.
- Sua malvada, está querendo me deixar com mais vontade de te ver ainda! – exclamou com a voz carregada de irritação.
- Pode ser, mas te recompensarei com certeza à noite, lhe garanto. – disse-lhe sedutora.
- Não fala assim, não quero que o Tom me pegue todo bobo. – pediu bobamente.
Eu ri debilmente e puxei meu sobretudo cinza com a mão livre.
- Okay, não falarei assim nunca mais. – prometi ainda rindo.
- Ah não, eu quero que você fale assim, mas quando estivermos sozinhos, de preferência nus na sua ou minha cama. – disse rapidamente todo malicioso.
- Você não presta. – afirmei pegando a minha calça jeans escura enquanto ria.
- Não quando estou falando ou com você. – disse ainda malicioso e rindo.
- Meu querido, agora terei que ir. Tenho que me trocar e fazer umas coisas aqui para ir ao ensaio fotográfico. – falei, hora da despedida.
- Ah Julia, tem certeza que você não quer que eu vá, mesmo? – insistiu desanimando-se.
- Eu queria que você fosse, mas é melhor não. À noite nos vemos, prometo! – respondi levando as minhas roupas para o quarto.
- Tudo bem então. – falou desanimado.
- Hum, eu amo você. – afirmei me lembrando do que ele tinha falado ontem antes de cair a ligação.
Ele ficou em silêncio, eu só ouvia a respiração ofegante dele.
- Bill? – chamei-o preocupada.
- Ah, ganhei meu dia! – exclamou em súbita animação – Eu amo você também! – exclamou logo em seguida, feliz.
- Eu sei. – falei convencida – Até a noite.
- Até mais tarde. – e ele desligou.
Joguei-me na cama com o celular, mas logo me levantei e fui para o banheiro, tomei um banho e fiz a minha higiene matinal. Rapidamente me vesti, colocando uma roupa básica e por cima meu quente sobretudo cinza. Tomei o café da manhã conversando tranqüilamente com a Hanna e Nicole, que me perguntaram sobre o ensaio que eu faria. Quando terminei tudo o que tinha para fazer, me sentei no hall da minha casa esperando Johan buzinar para irmos juntos até a boate. A casa dele era caminho da minha, então sempre saíamos juntos quando íamos para o mesmo lugar, coisa para diminuir a poluição urbana.
- E então diva, como dormiu? – ele perguntou depois de eu ter entrado no carro dele e de ter me dado dois beijinhos na bochecha.
- Dormi bem, mas fui acordada da melhor forma possível. – respondi colocando o cinto de segurança.
- Bill te ligou? – meu melhor amigo me conhecia muito bem. Fiz um gesto afirmativo com a cabeça – E você não o convidou para o ensaio? – quis saber.
- Claro que não Johan, esse ensaio está mais para sensual do que para o catálogo. – respondi rapidamente olhando pela janela o parque branquinho de neve.
- E o quê que tem isso? – perguntou.
- Somos dois seres morrendo de saudade um do outro, se ele me vir do jeito que eu ficarei, as coisas que eu farei... Não acha que é demais para um ser humano normal?
- Hum, ainda não acho um motivo bom o suficiente, mas fazer o quê? – deu de ombros parando o carro em frente a uma das boates mais famosas de Berlim.
Finalmente chegamos. Eu iria ensaiar as posições que faria naquele cano de stripper... Imagina se o Bill viesse comigo? Eu com certeza não ia agüentar. Victoria Secret’s queria mostrar às mulheres que elas podiam ser poderosas usando as suas lingeries, por isso de tudo aquilo. Dani era uma profissional em pole dance, melhor dizendo, dança do cano e ela iria me ensinar alguma coisa para aquele ensaio fotográfico.
Gastamos a manhã inteira naquele cano frio e após o almoço, eu fui me trocar para finalmente iniciarmos o ensaio. Algo me dizia que aquilo não ia prestar... Marjorie e Vanessa estavam lá. Nessah ia me ajudar com as peças, ela tinha ajeitado tudo por ordem de foto e me ajudaria quando eu precisasse de algo. Marjorie faria minha maquiagem e cabelo, ela era ótima no que fazia. Eles me deixaram sozinha no provador para que eu pudesse me trocar e depois fazer o cabelo e a maquiagem.
Quando eu finalmente terminei de colocar a lingerie vermelha nada inocente para a primeira foto, pedi para que Nessah me trouxesse o roupão que eu me esquecera. Ouvi uma conversa na porta do provador, algo do tipo: não podemos nos atrasar, temos hora. Mas nem dei bola, me virei para o espelho e admirei a lingerie que vestia, nada inocente mesmo! Nem a cor era inocente, vermelho sedução...
A porta do provador se abriu e eu quase morri de susto quando me virei para ver quem era. O que ele estava fazendo aqui?

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 15 - Um tempo sem ele



“E eu te disse que quero viver
Todos os meus sonhos junto com você
Quando tudo isso acabar
Ao teu lado quero estar

Quando eu acordar
Quero enxergar teus olhos...
Outra vez, sem pensar
Deixa tudo, tudo, tudo pra depois”


(Trecho da música Ao teu lado do Restart)


O que é um mês numa vida inteira? Um curto espaço de tempo que temos que passar. O que é um mês num relacionamento que acabou de começar impulsivamente? Tempo demais!

Okay, okay, eu sou uma pessoa forte e supero essa. Sim, eu consigo... Ao menos estou tentando ficar um mês sem ele e estou falhando drasticamente! Essa é a quinta vez que eu coloco o show deles no DVD para assistir, estou com um pote de sorvete de chocolate, vou engordar! Depois, correrei horas na esteira com meu I-pod ouvindo a voz dele.

- Que estado deprimente você está Julinha! – Johan me tirou dos meus pensamentos.

Eu estava aproveitando o meu dia de folga, depois de uns quinze desfiles e uma dezena de ensaios fotográficos, tinha o final de semana para mim sem ele. Estava deitada na minha cama de casal sozinha, com a TV ligada enquanto me empanturrava de sorvete. Estávamos no verão, normal tomar sorvete. Johan tinha acabado de chegar ao meu quarto, que não estava bagunçado porque Nicole sempre o arrumava... Nota: tenho que dar um aumento para todos aqui, pois eles estão agüentando a minha melancolia.

- Desculpe se eu nasci. – falei para o meu melhor amigo, olhando-o por um momento e depois voltando para a TV.

- Ah mein Gott, o que um mês sem sexo faz com uma pessoa. – ele falou sentando-se na minha cama e balançando a cabeça para os lados – Eu sei que sente falta dele, mas não pode ficar aqui o final de semana inteiro.

- Mas eu quero ficar aqui. – revidei levando a colher cheia de sorvete à boca.

- Não irá ficar, nós vamos viajar, temos um desfile na França, Grécia, Holanda, Áustria, Inglaterra e vários outros países, você tem que estar inteira Julia, seu trabalho chama por você. – Johan falou arrancando a coberta de mim.

- Ah que droga! – exclamei irritada, saindo da cama finalmente – Quanto tempo tudo isso? – perguntei olhando-o.

- Uns seis meses. – ele sussurrou amargamente.

- O QUE? – perguntei nervosa.

- Julia, por favor, reaja, você sabe que isso ia acontecer. Bill teve que ir para Los Angeles, terminar o novo CD, você tem que viajar pelo mundo, nos eventos de moda. Tem que ser assim. – afirmou me abraçando.

- Não quero mais ser famosa. Quero o Bill e a minha vida normal de volta. – falei agarrada a ele.

- Sabe que não é assim diva... Vocês vão se encontrar sim, só irá demorar um pouquinho. – falou acariciando o meu cabelo que devia estar um lixo.

Seis meses fora de Berlim, não sei como eu consegui, mas sobrevivi. Chegar à Alemanha nunca foi tão bom. Voltei em outubro, junto com o Tokio Hotel. Finalmente eles conseguiram lançar o tão esperado Humanoid, mas agora seria pior, uma correria que só para divulgarem o novo trabalho e muito menos tempo com o Bill.

Bem, então foi um relacionamento de uma semana, pronto, acabou... Não, não acabou não. Não teve um dia que ele não deixou de me ligar, eu também não deixei. Nós vivíamos ao telefone, eles tiveram que tomar o meu celular para que eu desfilasse.

A Alemanha me aguardava de braços abertos, nunca foi tão bom ver os mesmos paparazzis, apenas com algumas mudanças é claro e as perguntas, eu amava as perguntas feitas no alemão puro, os ensaios fotográficos para a Vogue alemã, as repórteres encheridas, eu estava em casa e pronta para aquela rotina novamente!

Estava tão empolgada desfazendo as minhas malas, voltei com várias extras, que me assustei quando o celular tocou. Quase que eu não consegui atende-lo, ele estava no meio da bagunça do meu quarto, tocava Heilig, a música dele. Ah mein Gott, eu taquei tudo pra cima na esperança de encontrá-lo, fiz uma bagunça geral, mas consegui acha-lo.

- Bill! – minha voz saiu cansada, eu estava eufórica.

- Pensei que não fosse me atender... – a voz musical falou para a minha alegria.

- Por que eu não atenderia você? – perguntei me jogando na cama, sem me importar se estava deitada em cima de alguma roupa – Meu celular estava no meio da bagunça do quarto, acabei de chegar, estava desfazendo as malas.

- Que bom, eu acabei de chegar também, estou no aeroporto. – a voz dele saiu meio abafada por causa dos gritos estridentes.

- Ah que maravilha! – exclamei animada ouvindo-o rir – Quando podemos nos ver? – perguntei mais eufórica ainda.

- Amanhã? – ele sugeriu rapidamente.

- Amanhã tenho um ensaio fotográfico para a Victoria Secrets, não dá. – falei rapidamente. Apesar da saudades, eu não queria de jeito nenhum que ele fosse à esse ensaio fotográfico, não mesmo.

- Claro que dá Julia, prometo não te atrapalhar. – me garantiu.

- Mas Bill, nesse ensaio eu não quero que você vá. Que tal a noite? É melhor. À noite na minha casa. – insisti.

- Aff Julia, eu preciso te ver! Só não vou atrás de você agora mesmo porque estou sem carro e dinheiro, eles estão me ordenando para descansar. – falou irritado pelo que eu pude perceber.

- Amanhã à noite, as oito na minha casa.

- Certo, só não sei como vou agüentar o dia inteiro. – afirmou ainda irritado.

- Eu também não sei Bill... – falei melancolicamente.

- Julia? – ele me chamou depois de ficar um tempo em silêncio, enquanto eu ouvia gritos e a respiração acelerada dele.

- Hum... O que?

- Eu amo você. – eu fiquei sem ação, senti uma vontade imensa de gritar. Isso quer dizer que o tempo inteiro que ficamos longe um do outro não fez com que a nossa relação piorasse e sim melhorasse... Ah mein Gott.

- Bill, eu... – comecei, mas fui interrompida por Johan que entrou no meu quarto.

Quando me voltei para o celular a linha estava muda, Bill havia desligado ou alguém tinha desligado por ele.


- IDIOTA! – ele exclamou para a surpresa das fãs e da banda inteira.

- Idiota é você. Bill, nós temos que ir e você fica nesse telefone? Precisa de uma boa noite de sono. Anda logo. – Tom falou empurrando o irmão.

- Eu estava falando com a Julia, porra! – Bill exclamou extremamente irritado.

- Er, fudeu. – o de tranças falou sorrindo sem graça para o outro.

Bill entrou irritado na van, ele ia ligar para a Julia novamente, quando a bateria acabou. Xingou de tudo qualquer nome o celular para a surpresa dos outros e estendeu a mão para que Tom desse o celular dele para ele. Foi o que o de tranças fez, com medo da raiva do mais novo. Entretanto, ele não conseguiu falar com a Julia, o celular dela estava desligado.

Assim que eles foram deixados no apartamento, depois de enfrentarem uma hora de transito e irritação do Kaulitz mais novo, Bill correu para o telefone e ligou para Johan, ele precisava saber aonde esse ensaio fotográfico seria antes que ficasse louco.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 14 - Segunda Noite


“Um beijo, um toque
Nunca o suficiente
Tão suave
Tão quente."

(Trecho da tradução de Human Connect to Human)

Eu não tinha certeza do que ia acontecer, acho que nem ele. Bill me encarou enquanto entrava no quarto e fechava a porta, ele apenas desviou os olhos amendoados dos meus verdes para trancá-la. Eu me afastei em direção a cama, sem desviar os olhos dele. Bill me encarou novamente na escuridão e se aproximou lentamente de mim com um pouco de receio. Mas apesar do seu receio, era claramente visto o desejo em seus olhos. Mordi o lábio inferior num gesto de nervosismo esperando a próxima ação dele.

Não conseguia desviar os meus olhos dos dele, que me puxou delicadamente pela cintura, para mais perto dele e eu levei as minhas mãos até o seu peitoral, subindo um pouco provocante até o pescoço. Os olhos do Bill foram para os meus lábios e ele subiu uma mão até eles acariciando-os levemente com o polegar, depois, desceu o polegar pelo meu queixo e subiu para a bochecha, fazendo um delicado carinho. Fechei os olhos para aproveitar melhor a sensação e era isso que ele esperava para me beijar.

De início foi um delicado roçar de lábios, depois se aprofundou, mas era delicado, carinhoso em cada ato. Bill estava com medo de me machucar pelas coisas que eu contei a ele, mas eu sabia que ele não me faria mal, eu confiava nele. Entretanto, eu gostei daquilo, daquele gesto carinhoso, protetor e daquele lado inocente que ele também tinha.

Separei-me dele e encarei-o, ele abriu os olhos lentamente, talvez com medo do que viria a seguir. Toquei seu rosto carinhosamente com o polegar, fazendo o mesmo carinho que ele tinha feito comigo. Mas ao contrário de mim, ele não fechou os olhos continuou me encarando.

- Você é tão carinhoso comigo. – falei – Talvez eu não mereça tanto...

- Julia! Não diga isso, você merece mais do que eu posso te dar. – falou.

- Não, eu sou tão...

- Não, não é. – levou o polegar aos meus lábios, me calando – Você é a pessoa mais especial que eu tive a felicidade de conhecer. Não me importa o seu passado, o que me importa é o seu presente e o seu futuro, que eu quero que seja comigo. – continuou e acariciou a minha bochecha novamente.

Fiquei tão lisonjeada com o que ele me disse que sorri e grudei meus lábios nos dele. Bill sorriu sobre os meus lábios e me puxou pela cintura, para mais perto de si, grudando ainda mais os nossos corpos. Então, ele me beijou, um beijo lascivo, ao mesmo tempo delicado e eu correspondi-o com a mesma intensidade que ele me beijava.

Bill estava diferente comigo, eu podia sentir aquele clima de cumplicidade e de paixão em cada ato. Bem, como em todas as vezes que me beijava, era difícil descrever aquilo de tão único e especial que era. Ele me beijava ao mesmo tempo de forma provocante e inocente, um misto disso tudo que o torna especial e que me intoxica, me faz ficar ainda mais inebriada nele.

Quando finalmente nos separamos por falta de ar, Bill me deitou delicadamente na cama, vindo por cima de mim e fazendo cada gesto sem desviar os belos olhos amendoados dos meus verdes. Ele ficou um tempo me encarando e acariciando o meu rosto outra vez. Eu segurei sua mão e a acariciei, depois a desci para o meu pescoço. Pelo brilho de seus olhos, tinha certeza de que ele entendeu onde eu queria chegar, fazendo-me um pergunta muda.

- Sim, eu confio em você. – respondi olhando nos olhos dele.

Então, Bill sorriu, um sorriso lindo que me fez sentir a pessoa mais feliz do mundo por tê-lo ao meu lado. Apesar da impulsividade dos nossos atos, eu podia sentir que me apaixonava cada vez mais por ele e talvez, ele sentisse o mesmo por mim.

Bill me beijou carinhosamente, mas um tanto mais intenso, eu podia senti-lo me desejando em cada beijo, em cada toque. E eu o correspondi da forma mais carinhosa possível. Bill me abraçou fortemente, sem desgrudar os lábios dos meus, começando a forçar a minha calça moletom e eu nem percebi que estava fazendo o mesmo com ele, o fazendo sorrir em meio ao beijo. Ele separou-se de mim e arrancou a camiseta que usava. Eu toquei o corpo desnudo dele, o fazendo estremecer de prazer e me forcei a sentar para alcançar sua boca, para beijá-lo novamente. Ele, ao perceber a minha intenção, me puxou para cima e juntou os nossos lábios num beijo de tirar o fôlego. Então, ele subiu o camisetão que eu usava e tocou delicadamente as minhas costas. Dessa vez fui eu que me separei dele, olhei-o por um momento e sem vergonha nenhuma me livrei do meu camisetão. Bill me encarou surpreso, mas logo mudou a sua expressão para uma travessa e sorriu marotamente.

Ofeguei surpresa quando ele me fez deitar novamente na cama e me beijou intensamente, tocando o meu corpo desnudo com as mãos ágeis e delicadas. Bill começou a descer beijos pelo meu pescoço, às vezes mordendo de leve para que eu não ficasse marcada, pelo menos não em lugares visíveis... Logo suas mãos se livraram da minha calça moletom, me deixando apenas de calcinha, começando a fazer a pior coisa que podia fazer num momento como aquele, começou a brincar com a minha intimidade por cima da calcinha.

Eu reclamei em alto e bom som, o fazendo rir convencido. Emburrei-me e puxei-o para cima, para beijá-lo novamente. Dessa vez o nosso beijo foi muito mais intenso, sem reservas, mas era notável que ele ainda estava sendo cuidadoso comigo. Lentamente, enquanto nos beijávamos, eu desci a minha mão até sua virilha. Se ele pode brincar comigo, eu também posso brincar com ele. Eu toquei e apertei seu membro rijo por dentro das boxers. Foi a vez dele ofegar surpreso e gemer alto. Sorri satisfeita e observei ele me encarar demoradamente.

Ambos já não estávamos mais agüentando aquelas brincadeirinhas, então fomos rápidos em nos livrarmos das últimas peças e ele se ajeitou um momento colocando a camisinha que dessa vez ele próprio trouxera.

Bill foi delicado ao me penetrar, sem pressa, sem violência, com carinho e eu tive que me segurar para não gemer alto quando as estocadas se tornaram mais apressadas, quase sem controle. Nós nos movimentávamos em sincronia e ouvi-lo gemer meu nome em meio aquilo tudo foi algo tão bom que eu pedi para que repetisse mais algumas vezes.

Posso dizer que a nossa segunda noite foi perfeita, fizemos amor sem pressa, com carinho e com um misto de inocência e luxúria. E de uma coisa eu tinha certeza, quando acordássemos, não íamos ter nos arrependido do que fizemos.

Antes de pegar no sono, Bill me abraçou trazendo-me para mais perto dele, dormimos abraçados e naquela noite eu não tive nenhum pesadelo, apenas um sonho real.



Na manhã seguinte, eu acordei com alguém acariciando carinhosamente o meu cabelo. Era um carinho tão bom que eu fiquei mais um tempinho de olhos fechados apenas para aproveitar a caricia e me lembrar do que aconteceu horas antes, da noite maravilhosa que eu tive com o Bill. Lembrava-me de cada detalhe, cada toque, ato, carinho... Ah, eu tinha muita sorte mesmo. Quando eu abri meus olhos, ele me encarou por um momento e depois sorriu belamente. Ah, ele é tão lindo!

- Bom dia bela adormecida! – exclamou e me deu um beijo na testa.

- Bom dia... Eu ainda estou sonhando? – perguntei-lhe me sentando na cama, puxando o lençol comigo.

- Só se estiver sonhando com a realidade. – respondeu-me roubando um selinho.

- Então eu quero continuar sonhando... – falei bobamente encarando-o.

Bill sorriu novamente e fez uma careta.

- Não prefere viver a realidade comigo? – perguntou fazendo bico.

Eu fingi pensar, olhando-o por um momento e depois para o quarto completamente desarrumado.

- Ahm, não sei. – olhei-o – Se a realidade inclui arrumar essa bagunça sozinha, eu estou fora. – e ri.

Ele riu e se levantou, já com os boxers pretos.

- Acho melhor arrumarmos tudo isso e descermos para o café, o Tom já me acordou batendo na porta até... Como você não acordou? Ele quase derrubou a porta do quarto! – perguntou me olhando.

- Devia estar cansada, e também estava dormindo tão bem que queria dormir mais. – bocejei jogando o cabelo para trás.

- Mas você não pode dormir mais, temos que trabalhar hoje. – lembrou-me – Temos que zarpar para Berlim, e eu ainda tenho que dar um jeito nessa juba. – passou a mão pelo cabelo bagunçado.

- Ah, e eu de volta aos eventos de moda e desfiles... – concordei desanimada – Não quer continuar fazendo coisinhas aqui comigo? – perguntei fazendo a cara mais inocente que consegui.

Então, Bill riu, uma risada tão gostosa de ouvir que eu fiquei com vontade de fazê-lo rir mais e mais vezes.

- Julia, você sabe muito bem que eu queria continuar aqui, mas temos responsabilidades e blá, blá... – ele me encarou por um momento, descendo os olhos para o lençol fino por cima do meu corpo – Amassos mais tarde, que tal? – sugeriu piscando maroto.

- Mais tarde. – concordei com ele – Vou cobrar. – afirmei me levantando da cama e enrolando-me no lençol.

- Eu também. – falou piscando novamente, antes de sair do quarto e me deixar para arrumar toda aquela bagunça.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 13 - Um pesadelo

 

“Nós todos temos nossos segredos
Eles são melhores quando não ditos
Todos temos os nossos problemas
Que queremos esquecer”

(Trechos da música Je Ne Regrette do Cinema Bizarre)

Fazia tanto tempo que eu não ia àquele lugar que nem soube como cheguei ali. Quando vi, estava sentada no banco de frente para o tumulo dela, Helen Maxforth, minha tutora, amiga, irmã e minha segunda mãe. Eu me lembrava de quando ela me contou o lugar que queria ser enterrada...

“- Tem um lugar lindo em Hamburgo, lindo para sepulturas... Se eu morrer antes de você quero que me enterre lá! – ela pediu alegremente, enquanto acertava um vestido em mim.
- Não diga isso Helen, você não vai morrer tão cedo. – afirmei convicta, me olhando no espelho por um momento.
- Não diga isso você minha querida, todos morrem um dia e é provável que eu morra bem antes de você. – afirmou me cutucando com um alfinete.
- Vamos parar com essa conversa de morte, por favor? – pedi sem rir.
- Tudo bem mal-humorada, vamos ver do que é capaz nesse desfile enquanto eu fico fora... Quero saber tudo!
E naquela noite, quando ela viajou, o acidente aconteceu.” 

- Por que você teve que me deixar tão cedo Helen? – perguntei com os olhos marejados que ninguém via por estarem escondidos sobre óculos de sol enormes.
Tinha escapulido da mansão, estava quase na hora do jantar, não tinha almoçado e eu não estava com a mínima vontade de voltar para lá, para encarar todos eles. Amanhã de manhã voltaríamos para Berlim e eu finalmente acabaria com essa palhaçada, de pensar que era possível eu me apaixonar logo quando aconteceu algo assim. Estava sendo muito restrita com os meus sentimentos esses últimos anos. Não estava me apegando à ninguém e ficava longe de pessoas que eu não gostaria de magoar, dizendo um não. Mas é claro que tinha as minhas aventuras de uma noite, sem ninguém saber. Johan sempre foi ótimo em encobertar as coisas, encobertou a briga que teve no aniversário dele com facilidade, ainda mais por ser um evento particular.
Fiquei sentada, me agarrando aos joelhos e deixando as lágrimas virem. Ninguém ia se importar, não tinha ninguém no cemitério pelo que eu percebi, deveria estar quase na hora de fechar... Mas não estava a fim de olhar para o celular e ver as chamadas perdidas de Johan e de um número que parecia ser da mansão. Fazia tempo que eu não chorava, extravasava toda a minha raiva, foi desde a morte de Helen, quando eu fiquei de luto por quase dois meses, fazendo eventos em memória dela.
Para a minha total surpresa, eu ouvi passos vindo na minha direção, não me permiti erguer os olhos para ver quem era, pouco eu estava me importando. Mas o individuo sentou-se ao meu lado, meio longe, mas eu percebi a movimentação.
- Johan disse que você podia estar aqui. – ele falou, a voz mesclando preocupação e irritação.
Ignorei-o, me perdendo nas lembranças do enterro de Helen. Ele se remexeu incomodado e falou num tom gentil:
- Não devia sair sem avisar ninguém, ficamos preocupados.
Limpei a garganta e me ajeitei melhor no banco, sentando-me normalmente.
- Hunf, já sou bem grandinha para sair sozinha. – falei com a voz meio embargada sem olhá-lo.
- Você queria conversar? – perguntou.
- Falou certo, queria. Acho que você não precisa saber de nada, já tirou suas próprias conclusões. – dei de ombros como se pouco me importasse.
- Tudo bem. – a voz dele saiu fria.
Lágrimas rolaram dos meus olhos novamente e antes que eu percebesse, elas escaparam da lente, escorrendo pela minha bochecha.
- Por que está chorando? – perguntou.
Eu me virei para olhar a face dele, Bill tinha cerrado a mão esquerda e a direita segurava o lado do banco, a expressão dele era de apreensão, como se ele não soubesse o que fazer ou tivesse medo de fazer algo errado.
- Não é nada. – baixei os olhos, mesmo estando com os óculos de sol não queria encará-lo.
- Se não fosse nada você não estaria chorando. – afirmou suavizando a voz para a minha surpresa.
Não falei, apenas ergui meus olhos para encará-lo. Ele me surpreendeu com o próximo gesto, ergueu a mão como se não se desse conta do que estava fazendo e secou as minhas lágrimas delicadamente com o polegar, fechei os olhos ao sentir o contato vindo junto com um carinho.
- Ele me machucou. – falei.
- Te traiu? – perguntou contornando distraidamente o aro dos meus óculos.
- Não. Mas deve ter me traído... – ergui rapidamente a minha mão para tirar os meus óculos – Quer realmente saber o que ele me fez? – perguntei olhando-o seriamente, o medo nos meus olhos.
- Sim, eu quero. – afirmou me encarando profundamente.
- Trevor foi meu primeiro namorado, eleabusoudemim. – saiu tudo junto minha última frase.
- Ele fez o que? – Bill perguntou sem entender.
- Abusou de mim, - falei mais lentamente desviando o olhar dele – meestuprou. – falei com dificuldade novamente, meus olhos enchendo-se de lágrimas mais uma vez.
Bill não disse nada, ficou em um longo silêncio. Eu esperei até onde eu aguentei, olhei de relance na direção dele, ele estava com os olhos parados, olhando para frente como se estivesse esperando o cérebro processar aquela informação.
- Tudo bem se você não quiser ficar perto de mim, dividir a mesma casa essa noite... Eu posso ir para... – comecei já percebendo que a rejeição viria novamente.
- Cale a boca. – ele sussurrou para mim.
- O que? – que péssimo, ele não queria nem ouvir a voz de uma impura.
- Cale a boca. Não diga besteira Julia. – falou me olhando demoradamente – Vamos voltar para a mansão. – se levantou e me estendeu a mão.
Pisquei diversas vezes olhando para a mão dele sem entender nadinha de nada.
- Você não vai me rejeitar? – perguntei pausadamente, olhando para a mão dele e depois nos olhos amendoados dele.
Ele voltou a sentar-se ao meu lado, puxando a minha mão para grudar-se a dele.
- Claro que não. – respondeu – Você é que devia me rejeitar, fui errado em não te ouvir... Johan bem que me disse que era mais do que parecia. Eu fui um tolo de pensar que você tinha outro e... Não era um sonho, não é? Era um pesadelo. – ele perguntou me olhando seriamente.
- Um pesadelo... Eu sinto muito por ter me lembrado disso contigo. Você nunca fez nada bruto, nada demais, sempre foi gentil comigo apesar dos nossos desentendimentos anteriores e... Eu sinto muito. – falei baixando os meus olhos.
- Eu é que sinto muito. Bem, mas chega de desculpas, vamos voltar para a mansão, você até agora não comeu nada! – exclamou me puxando junto com ele.
Eu sorri. Tinha um pressentimento bom quando estava perto dele e a certeza de que ele não me faria mal.

Uma vez eu ouvi falar que relacionamentos impulsivos nunca davam certo, mas não era aquilo que parecia entre a gente. Após o jantar, que foi mais animado com as piadinhas bobas do Tom na parceria do Georg e a pequena discussão dele com o Bill, eu estava com o meu namorado no quarto dele. Estávamos conversando tranquilamente sobre a pilha de CD’s dele que se encontravam na enorme cama de casal, tomando um terço dela.
Bill fazia graça para mim, me fazendo rir e muitas vezes fazer palhaçadas junto com ele. Ninguém se importou quando fomos os primeiros a subir e entramos direto no quarto dele. Já devia ser quase meia-noite, pois a casa estava em silêncio, não parecia ter ninguém acordado mais. Afinal, o combinado era que acordaríamos mais cedo para voltar à linda Berlim e a rotina começaria a toda novamente.
Tinha um evento que eu teria que comparecer para a entrega de um prêmio e mais uma gravação de um comercial e outra sessão de fotos! Mas Bill e a banda também tinham os seus compromissos, em breve eles viajariam novamente para promoverem o novo álbum, o curto descanso estava acabando.
Ajudei ele a acertar os CD’s e fui para o quarto de hospedes no qual eu estava hospedada. Tomei um banho na deliciosa banheira de hidromassagem e coloquei meu adorado camisetão junto com uma confortável calça de moletom.
Quando eu me deitei confortavelmente na cama, senti um vazio tomar conta de mim... Um vazio ruim que me fazia lembrar de coisas que eu queria esquecer. Decidi por fim levantar da cama, quem sabe um copo de água me ajudasse e uma espiadinha no quarto do Bill? Mordi o lábio superior e coloquei a mão na maçaneta, no exato momento que ia virá-la, ela se virou sozinha e eu dei espaço para porta se abrir.
Quando nós nos encaramos foi como se faíscas de desejos saíssem dos nossos olhos. Bill não era Trevor, na verdade eu nem pensei nele naquele momento, pensei apenas em coisas nada inocentes que eu queria que acontecessem naquele exato momento. Pelo jeito que ele me olhava, também queria o mesmo.
Eu me sentia pronta para aquela noite, para a segunda noite.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 12 - Memórias

 
“Todas estas memórias
Elas voltam
Quando eu durmo
Você levou meus sonhos”

(Trecho da música Silent Scream do Cinema Bizarre)

Não ficamos muito tempo nos agarrando. Logo Tom apareceu nos chamando para o jantar, a diversão acabou. Bill reclamou com o irmão, mas acabou descendo para a sala de jantar.
Dona Simone me tratou super bem, mas mesmo assim eu me sentia desconfortável naquela situação, estar logo assim de cara na casa do cara que eu conheci no dia anterior... É estranho!
O jantar foi divertido, os meninos faziam graçinhas e Johan conversava entusiasmadamente com a mãe dos gêmeos. A comida estava ótima e todos me tratavam muito bem, coisa que eu particularmente gostava, pois em família eu nunca fui bem tratada após a morte da minha mãe, na verdade eu fugi de casa.
Ninguém sabe muito as coisas que eu passei e sinceramente, não tenho a mínima vontade de me lembrar daquilo tudo. Não, eu não quero me lembrar daquilo, não mesmo. Eu vou ficar triste e querendo comer chocolate, coisa que faço demais.
Após comermos, fomos assistir a um filme que eles queriam tanto, sorte minha que não era terror. Okay, eu morria de medo desse tipo de filme, era um romance, sim, eles estavam assistindo há um romance, só que era um tanto vampiresco. ‘A Rainha dos Condenados’, nunca assisti a esse filme, mas gostei. Teve só umas horas nojentas, que eu preferi ignorar.
Quando o filme acabou, fomos dormir, tentar dormir era a palavra certa. O quarto que eu fiquei era bastante confortável e bonito por sinal, com uma enorme cama de casal, um banheiro e um guarda-roupa, mas também ficava perigosamente perto do quarto dele. Talvez isso fosse uma deixa para que ele viesse me procurar à noite... Não sei ao certo, sei apenas que quando eu estava quase dormindo confortavelmente enrolada no edredom e vestindo meus confortáveis moletons, alguém invadiu o quarto de hóspedes. Estava tudo escuro e o invasor adentrou no quarto, foi a porta que o denunciou, rangendo de leve. Ele fechou a porta e percebi girar a chave, oh mein Gott, iam abusar de mim? Impossível, eu acho...
Percebi o invasor sentar-se na cama e mexer numa mecha do meu cabelo, enquanto eu continuava de olhos fechados, senti a respiração dele no meu pescoço e uma mordida logo em seguida, despertei por completo. Sentei-me vagarosamente na cama, enquanto ele me esperava pacientemente, quando eu me acostumei com a escuridão do quarto, pude ver os olhos dele brilhando na minha direção, era o Bill, quem mais poderia ser?
- Você me assustou. – sussurrei para ele.
- Desculpe. – sorriu de canto.
- Hum... – analisei-o por um momento – O que você quer aqui? – perguntei.
- O mesmo que você. – respondeu de forma provocativa.
- Dormir?
- Você realmente está com sono? – perguntou me puxando pela cintura para mais perto dele.
- Sim, estou. – respondi curtamente tentando me desvencilhar dele.
- Ah, não se faça de difícil Julia. – ponto fraco, ponto fraco! Ele me chamou pelo meu nome, escondendo o rosto na curva do meu pescoço e respirando fundo.
Eu suspirei curtamente e ao senti-lo morder novamente o meu pescoço, me arrepiando e provocando. Idiota, ia me pagar caro por isso. Ninguém provoca Julia Herz e sai ileso!
- Bill, querido, hoje não. – fiz ele me soltar – Mas se quer tanto, pode ficar aí. – me virei de costas para ele, enrolando-me no edredom.
- Hunf. – ele apenas reclamou e deitou-se na espaçosa cama.
Ficamos parados em silêncio, eu estava esperando o meu sono voltar, já que ele tinha me acordado por completo com aquela mordida no pescoço. E eu não ia deixar por menos, não mesmo, ele procurou, agora terá que arcar com as conseqüências. Fingindo dormir, eu me virei na direção dele, encostando de propósito parte das minhas pernas nas dele. Pude ouvi-lo ofegar, como eu imaginava, Bill ainda não dormia.
- Julia? Está dormindo? – ele perguntou-me.
Senti o hálito dele bater no meu rosto, respirei fundo e abri os olhos. O quarto estava escuro e eu esperei meus olhos se acostumarem com a pouca claridade que entrava pela janela, pude perceber o brilho dos olhos dele e parte de sua silhueta. Bill colocou uma mão na minha cintura, me puxando para mais perto dele ainda e com a outra fez um delicado carinho no meu rosto. Eu me permiti apenas tocar o abdômen dele por cima da blusa do pijama que ele usava.
- Eu quero você. – ele falou sincero encarando-me nos olhos.
- Eu sei. – minha voz saiu meio embargada, enquanto eu correspondia o olhar intenso dele.
- Posso? – perguntou deslizando a mão da minha cintura pela minha perna, me provocando.
Eu apenas fiquei encarando-o em silêncio, me segurando para não agarra-lo naquele exato momento. Queria provocá-lo um pouco mais, então levei uma das minhas mãos até a nuca dele e delicadamente comecei a mexer nos cabelos negros que ele tinha.
- Você está me pressionando. – afirmei fechando os olhos e suspirando.
Ele resmungou parando de acariciar o meu pescoço, levando-a até o meu pescoço e voltando a subir a outra mão até a minha cintura. Aproximei-me um pouco mais dele, talvez deixando escapar um sorriso maroto achando que ele não podia vê-lo. Bill segurou mais forte na minha cintura e agilmente me virou na cama, ficando por cima de mim.
- E você está me provocando. – afirmou num tom malicioso.
- Sim. – eu ri me entregando e abrindo os olhos – Era essa a intenção. – virei meu rosto para o lado.
- Julia, - ele começou usando meu nome, sabendo que eu reagiria – você é provocativa mesmo sem querer. – falou virando meu rosto para encará-lo enquanto ria.
- Hum, e isso é ruim? – perguntei-lhe.
- Em certos momentos sim. Eu tive que me segurar para não agarra-la no meio do filme. – confessou rindo e tocando o nariz dele com o meu.
- Oh que medo. – falei abraçando-o pelo pescoço – Sinta-se feliz, Senhor Invasor de Quartos, você terá o que quer. – afirmei a poucos centímetros da boca dele.
- É muito bom saber isso, Julia. – sorriu. Meu nome novamente... Vou pirar!
Bill quebrou a distância entre nossos lábios, me beijando delicada e apaixonadamente, enquanto eu tentava acompanhar o ritmo dele. Já podia sentir suas mãos tocando livremente meu corpo e subindo a camiseta que eu pretendia usar para dormir. Aos poucos, o beijo de tornou mais intenso e luxurioso, coisa que era esperada por nós dois, pois já sabíamos aonde aquilo tudo ia chegar. Eu comecei a subir a camisa do pijama dele, íamos com certeza fazer aquilo de novo e eu desejava que acontecesse novamente. Queria senti-lo novamente em mim, logo... Foi quando eu o senti tocar o final das minhas costas que eu estaquei.
As memórias voltaram como um tufão, ele tinha feito o mesmo gesto, apesar de não ter sido nem um pouco carinhoso e depois eu fui encontrada num estado deplorável. Meu pai soube de tudo, mas não fez nada, apenas disse que era o que eu merecia. Tinha certeza que eu não merecia aquilo, já era mal demais.

Novamente eu me vi naquele lugar, uma rua com alguns postes sem luz, em frente de uma fabrica abandonada, lugar no qual diziam ser mal-assombrado. Trevor, meu primeiro namorado estava comigo. Naquela época eu tinha 14 anos, estava começando a me destacar no mundo das passarelas e tinha uma estilista famosa que me ajudava com tudo, Helen Maxfoth, que eu nem a mencionei por não achar necessário. Trevor era loiro, daquele estilo príncipe encantado, eu sabia que ele não prestava, mas insisti com aquilo. Ele era lindo e eu sortuda de tê-lo ao meu lado.
- Julia, querida, que tal irmos ali? Dizem que é mal assombrado...
- Não Trevor, você sabe que eu não gosto dessas coisas... Você me prometeu levar para casa!
- Só uma olhadinha, vou estar com você, não vou deixar fantasma nenhum te assustar. – ele garantiu sorrindo fracamente.
- Hunf. – resmunguei cruzando os braços.
Ele era um pouco mais alto que eu, mas com o salto que eu usava, ficávamos da mesma altura.
- Por favor, Julinha prometo que te pago um sorvete depois. – oferta barata.
- Não, eu quero ir para casa. – me afastei dele.
- Você vem comigo! – ele exclamou me puxando pelo braço.
- Me larga Trevor, se você quer tanto ir lá, vá sozinho! – tentei me soltar, ele era mais forte.
Trevor não me respondeu, apenas me levou para dentro da fabrica, entrando no porão dela. Lá ele fez a pior coisa que podia ter feito, ele abusou de mim... Fez coisas horríveis comigo, ele era mais violento do que eu imaginava e me deixou lá, num estado deplorável, sangrando. Policiais me encontraram, talvez por causa da luz que Trevor deixou na entrada, a lanterna dele. Eu fiquei muda, não conseguia responder a nenhuma pergunta deles e acabei ficando uns dias no hospital.
Meu pai foi me ver, mas ele foi grosso e ficou muito pouco tempo comigo, a minha única companhia foi minha estilista favorita, Helen Maxforth. Nos cinco dias que eu fiquei no hospital, ela vinha me visitar, alegrava-me e contava as novidades. Por sorte, eu não fiquei com nenhuma marca física, mas o que conta o físico se você tem as marcas psicológicas? Helen disse que queria ficar comigo, disse que ia conversar com o meu pai e tentar a minha guarda até meus dezoito anos, meu pai com gosto assinou todos os papéis, eu sabia que ele queria se ver livre de mim. Eu só servia para ele me mostrar aos amigos e para se aproveitar por eu cuidar da casa. Fui morar com Helen, na verdade eu ainda estava perdida e com medo, sentia falta da minha mãe que se fora a pouco tempo naquela época. Helen foi ótima comigo, me ensinou tantas coisas que eu o tenho como a minha segunda mãe. Foi nessa época que eu conheci pela primeira vez Johan, já que ele era grande amigo da minha tutora. Mas não me aproximei tanto assim dele naquela época, pois eu estava meio traumatizada e queria ficar mais no meu mundinho junto com Helen, minha mãe número dois. Ela me ajudou na minha carreira, mas eu acabei sendo reconhecida por mim mesma quando ela sofreu um acidente de carro e tragicamente morreu, lembro-me que chorei muito naquela época, quando eu tinha dezoito anos já... Faz onze meses que ela se foi e nem me viu ser a miss Alemanha, o que ela tanto sonhava que eu me tornasse. Então, nos vendo a sós, eu e Johan nos unimos mais, formando a dupla dinâmica que somos até hoje.
Parte do meu passado, eu ainda escondo... E não me importo que fique sempre escondida. Mas depois do que aconteceu com Trevor, eu pouco me envolvi psicologicamente, mas com o Bill era diferente, não era o meu físico, simples atração que reagia por ele e sim meu coração.

Bill, ao perceber que eu não estava bem, deitou-se ao meu lado e ficou acariciando o meu rosto. Eu me agarrei a ele com força, Bill não era Trevor, Trevor não estava aqui e eu me acalmei pensando nisso, aconchegando-me no peito dele. Ele ficou acariciando o meu cabelo e sussurrando uma canção, Heilig. Não me perguntou nada, apenas ficou me fazendo companhia até eu dormir.
Aquela noite o pesadelo voltou, a noite que eu fui violentada cruelmente e que nunca quero entrar em detalhes voltou-se para mim. O rosto maníaco de Trevor, a recusa do meu pai.
Quando eu acordei na manhã seguinte, Bill não estava mais comigo, o lado da cama estava vazio e o sol entrava pela fresta da cortina. Eu me levantei com pouca vontade e fui tomar um banho frio, precisava gastar meu tempo com desfiles, fotos, entrevistas e não com meu passado. Desci as escadas em direção à cozinha, encontrei Dona Simone.
- Bom dia Julia, dormiu bem? – ela perguntou olhando para mim.
- Sim, obrigada. – sorri mentindo, mas as olheiras me denunciavam – Sabe onde está o Johan? – perguntei.
- Ele está sentado no jardim com o Bill. – ela me respondeu e gentilmente perguntou se eu queria tomar café da manhã.
Neguei agradecendo, estava quase na hora do almoço já e eu estava com pouca fome. Fui para o jardim onde Bill e Johan estavam sentados conversando. Eles estavam sérios demais para o meu gosto. Aproximei-me lentamente deles, Johan ao perceber que eu estava me juntando a eles, sorriu amavelmente e Bill apenas me olhou sem expressar nada. Ele estava vestindo uma calça jeans e uma camiseta simples, sem maquiagem. E Johan, suas estilosas uma calça jeans com partes estampadas e uma camiseta com centenas de detalhes.
- Bom dia para vocês. – desejei para ambos.
- Bom dia Julinha, dormiu bem? – Johan perguntou se levantando para me dar um beijo na testa.
- Bom dia. – Bill me desejou de volta sem me olhar, estranhei.
- Sim... – respondi curtamente – Johan, posso falar rapidinho com você?
- Claro que sim diva. – sorriu alegremente – Já voltamos Billzinho.
Fomos andando pelo jardim enquanto conversávamos. Eu tinha estranhado a reação do Bill, será que ele estava bravo comigo porque não fizemos nada ontem a noite?
- Bill me contou que invadiu o quarto onde você estava ontem à noite... – Johan começou.
- Sim, ele foi ao quarto ontem à noite. – afirmei.
- Ele me disse também que vocês estavam se agarrando e do nada você começou a chorar.
- Sim...
- E que enquanto você dormia chamou por Trevor. – acrescentou.
- Oh, é por isso que ele mal me cumprimentou. – conclui me sentando num banco do jardim.
- Julia, você se lembrou do que aconteceu? – Johan perguntou sentando-me ao meu lado.
- Sim. – respondi-lhe fechando os olhos – Eu não gosto de me lembrar, acontece sempre nas horas que eu menos quero.
- Você sabe que eu sinto muito, mas acho que você devia contar para o Bill... – começou – Ele acha que você tem outro.
- Não estou pronta para partilhar isso com ninguém, não quero me lembrar! – joguei meu cabelo para trás.
- Eu sei querida, mas acho que ele devia saber, vocês estão tendo um relacionamento, por mais impulsivo que essa relação seja, ele deve saber. – meu amigo falou sabiamente.
- Eu não sei. Não pensei que ia chegar há esse ponto. – falei sinceramente.
Não gostava de compartilhar essas coisas com ninguém, até mesmo me sentia mal em compartilhá-las com Johan, após a morte de Helen, eu contei tudo para ele... Já que Trevor parecia estar querendo me achar. Johan me ajudou com isso, sou eternamente grata por isso. Mas e se eu contasse para o Bill? Isso poderia afasta-lo de mim mais ainda? Se bem que ele já estava se afastado mesmo...
- Ele é uma ótima pessoa, tenho certeza que ele irá te entender. – Johan falou como se lesse meus pensamentos.
- Não sei, talvez eu deva esperar mais um pouco. – tentei.
- Diva, converse com ele, dê uma chance para ele. Vocês já são tão íntimos um do outro, tenho certeza que darão certo. Dê uma chance para si mesma, para o seu coração! – ele estava fazendo a minha cabeça.
- Se ele me escutar, eu falo com ele. – você venceu meu amigo gay.
Afastei-me dele, indo para o lugar que tinha encontrado-os antes de pedir para que Johan viesse comigo. Bill ainda estava sentado lá, olhando pensativo para frente. Quando ele percebeu que alguém estava se aproximando, ele virou o rosto e me olhou por um momento, mas logo se levantou, indo na direção da mansão. Eu senti meu mundo cair, a rejeição bateu na minha porta novamente.

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 11 - Revistas




“Hallo, du stehst in meiner Tür
Es ist sonst niemand hier
Außer dir und mir
Ok, komm doch erstmal rein
Der Rest geht von allein
In Zimmer vier, acht, drei

Hier drinnen, ist niemals richtig Tag
Das Licht kommt aus der Minibar
Und morgens wirds hier auch nicht hell
Willkommen im Hotel”


(Trecho da música Reden)



Dessa vez fizemos o caminho até o centro da cidade ouvindo uma rádio local e comentamos alguma coisa sobre o tempo, pois cada vez baixava mais a temperatura.

Mas eu fiquei curiosa quando ele passou reto o hotel que Johan e eu combinamos que passaríamos a noite. Ele seguiu dirigindo para um bairro nobre.

- Onde estamos indo? – perguntei assim que nos afastamos do centro.

- Para a minha casa, ué? Acha que deixaríamos vocês ficarem num hotel sendo que podem ficar confortáveis em nossa casa? – perguntou me olhando seriamente.

- Mas você e o Tom não vinham visitar a mãe de vocês? – perguntei sem olhá-lo.

- Sim, e que mal tem? Não me diga que está com medo de conhecê-la... – falou rindo.

- Não, não é isso... É só que, achei muito rápido. Você me apresentar para a sua mãe... – falei pausadamente.

- Não se preocupe Julia, a dona Simone é tranqüila. Acho que ela vai adorar conhecer você. – afirmou ele, dizendo pela primeira vez meu nome de um jeito que eu achei diferente.

- Repete. – pedi.

- Acho que ela vai adorar conhecer você. – repetiu.

- Não isso, meu nome.

- Pra que repetir o seu nome? – Bill perguntou erguendo uma sobrancelha e me olhando.

- Apenas repita, por favor.

- Julia. – repetiu ele sem entender ainda.

Eu sorri para ele, o que o fez ficar um pouco abobalhado pelo que eu percebi e mudei o meu olhar para as casas que passávamos. Tinha gostado tanto de ouvi-lo falando meu nome, ele falava de um jeito tão fofo, tão apaixonante.

No rádio, começou a tocar uma música da banda, reconheci a voz dele. Bill me olhou por um momento e começou a cantar baixinho a música, cantando apenas para mim aquela bela música. Paramos na entrada de um portão cinza e esperamos por um tempo, Tom chegar com o seu carro e acionar o controle, para que abrisse o portão, revelando uma bela e ajeitada casa/mansão.

A casa era linda! Toda em detalhes cinza, branco e azul. Tinha uma piscina coberta, um belo jardim com uma fonte lindamente esculpida e a porta de entrada era em marfim, com alguns vidros. Consegui reparar em todos aqueles detalhes porque apesar de estar escuro, todas as luzes da casa estavam acesas.

- Uau, que casa linda! – exclamei admirada.

- Sim, realmente é linda. Dona Simone sempre teve bom gosto. – Bill concordou comigo um tanto orgulhoso.

Ele seguiu com o carro até a garagem e estacionou-o na primeira vaga que achou. Saiu do carro, pedindo que eu esperasse um pouco e foi exatamente o que eu fiz. Observei-o dar a volta no carro e abrir a porta para mim, como um perfeito cavalheiro, estendendo a mão para me ajudar a sair da BMW. Peguei na mão dele sorrindo e sai do carro, ele fechou a porta e pousou a mão na minha cintura, de forma protetora. Os outros estacionaram os carros próximos à BMW e saíram animados.

- Não vejo a hora de ver a Dona Simone! Como será que ela está? – perguntou Johan vindo em nossa direção.

Entramos na casa por uma porta lateral e encontramos uma estilosa mesa de jantar, já arrumada. Uma senhora loira de feições animadas e jovens apareceu, se dirigiu primeiro para o Tom, lhe dando um beijo na bochecha e um abraço, e fazendo isso com o Georg e Gustav, por último agarrou-se ao Bill, beijando-o na testa e abraçando-o.

- Meus queridos! Parece que cresceram mais! Como estão? – ela perguntou – Ah, e nos trouxeram visitas! – exclamou reparando em mim e Johan.

- Simone querida, quanto tempo! – Johan foi para o lado dela, entusiasmado abraçando-a.

- Como vai meu querido? Muito trabalho? – perguntou gentilmente soltando-o.

- Muito bem, e muito trabalho como sempre. – ele respondeu sorrindo – Olha só quem nós lhe trouxemos! – exclamou me puxando de trás do Bill.

- Julia Herz, a famosa miss Alemanha. – ela falou alegremente – É um prazer conhece-la querida, sou Simone, mãe desses dois lindinhos! – exclamou toda orgulhosa apertando a bochecha de Tom e Bill.

- Mãe... – Tom reclamou se afastando do aperto dela.

- Convidamo-os para passarem a noite aqui, não íamos deixá-los ficar num hotel... Importa-se mãe? – Bill perguntou à mãe, se livrando do aperto.

- Oh, claro que não! Fizeram bem em não os deixarem num hotel, imagine só, nossos amigos em um hotel sendo que podem ficar muito confortáveis aqui... – Dona Simone falou concordando com o filho. Realmente, ela era muito gentil como Bill tinha me falado – Vou pedir para colocarem mais dois pratos na mesa e preparem mais dois quartos de hospedes para vocês... À não ser que... – ela olhou para mim por um momento.

Eu sorri muito sem graça.

- Dois quartos mesmo. – afirmei corando.

Ela sorriu gentilmente para mim e se afastou de nós, cantarolando.

- Você conquistou a mamãe... – Tom falou rindo.

- Conquistei? – perguntei-lhe sem entender.

- É, se você tive dito um quarto apenas, ela ia achar que você era uma qualquer... Como você não disse... – ele respondeu ainda rindo.

- Hum... E isso é bom? – perguntei olhando para o Bill.

- Claro que é. Ela adorou você. – ele falou verdadeiramente, pegando a minha mão.

Fomos para o que pareceu ser uma sala de TV. Todos se acomodaram no enorme sofá, deixando uma poltrona de dois lugares para mim e o Bill. Mas ele não me deixou sentar.

- Eu não quero ficar aqui. – ele afirmou me olhando.

- Leve-a para o seu quarto então. – Tom falou rindo malicioso.

- Mas não é que é uma ótima ideia. – ele concordou com o irmão.

- Mas... Mas e a sua mãe? – perguntei olhando-o meio assustada.

- Ela já sabe. – acrescentou sem se importar com a minha pergunta, erguendo um jornal com nós dois na capa, saindo do carro dele em frente a minha casa.

- Ótimo, facilita as coisas. – Bill falou me puxando para fora da sala.

Eu olhei cínica para ele, enquanto o ser sorria. Droga, porque ele tinha que ter um sorriso tão bonito? Julia Herz, segure-se para não babar. Bill era super gentil comigo, e eu não estava acostumada com um homem sendo assim tão gentil comigo... seguimos por um corredor todo enfeitado até um amplo cômodo com uma escada espetacular, subimos até o andar superior. Ele estava extremamente animado me guiando pela casa. Paramos numa porta branca com uma plaqueta branca escrito numa bela caligrafia ‘Bill’, em preto.

- Meu quarto. – ele falou ao abrir a porta e ao acender a luz.

O quarto tinha paredes em tons claros de azul e uma delas estava lotada de painéis com alguns posters da Nena, do Green Day e do Placebo colados. No centro do quarto tinha uma enorme cama de casal com uma colcha simples azul marinho, tinha a entrada para um closet e um banheiro numa parede, na outra tinha uma estante com alguns livros embutida em uma escrivaninha. Do lado, tinha outra estante lotada de CD’s, com um estéreo de última geração, uma TV de plasma e um DVD. Entrei no quarto lentamente, o quarto era no meu ver, um quarto comum. E na mesma parede dos pôsteres tinha uma grande janela de vidro com uma cortina escura. Bill fechou a porta e entusiasmado sentou-se na cadeira da escrivaninha, indicando para mim a beirada da cama, onde eu me sentei.

- É um quarto bonito. – comentei com ele dando mais uma olhada no quarto e voltando o meu olhar para ele.

- Pois é. A maioria das pessoas pensa que o quarto de um músico é uma bagunça e tudo mais... Mas o meu é até bem organizado, tirando o closet. – explicou-me sorrindo.

- Sim, sim... O mesmo digo do meu, apesar de viver correndo de um lado para o outro. – falei – Apesar de sermos famosos e tudo mais, eles parecem esquecer que fomos pessoas normais um dia. – dei de ombros.

- Estou completamente de acordo.

- Sabe, sua mãe é muito legal. – falei mudando de assunto – Se fosse outra pessoa... Talvez nem nos abrigasse aqui. Mas ainda sim, podíamos ir à um hotel e evitar esse incomodo todo.

- Julia não seja boba! – ele exclamou segurando as minhas mãos por um momento – Nós que trouxemos vocês aqui, são nossos convidados. – disse ele – Temos vários quartos aqui, não é incomodo nenhum. – e se levantou da cadeira, sentando-se ao meu lado.

Eu olhei seriamente para ele por um momento e perguntei sendo extremamente direta:

- Por que me trouxe aqui? No seu quarto?

- Bem, eu conheço seu quarto... Achei que você devia conhecer o meu também. – falou me olhando demoradamente e depois sorrindo.

- Ah sim. – disse me apoiando na cama dele.

Ficamos em silêncio por um momento, e eu subitamente me levantei da cama dele, sentindo uma vontade louca de descobrir coisas sobre ele, vontade que eu não sei de onde veio.

- Ei, aonde vai? – ele perguntou me seguindo até o estéreo.

- Hum... Vou escolher alguma coisa para você colocar aí... – falei passando os dedos pelos CD’s e tirando o mais novo do Green Day de lá, CD viciante por sinal.

Ele sorriu satisfeito com a minha escolha e colocou o CD no estéreo, aumentando o som. Voltei a mexer nas coisas dele, vendo os CD’s e os livros que ele tinha. Acabei me sentando na cadeira da escrivaninha dele e meus olhos voltaram-se para uma pilha de revistas. A primeira era uma antiga, percebi pelo que estava escrito: ‘A nova Miss Alemã’ e comigo na capa, uma Vogue. Automaticamente peguei a revista e descobri mais uma comigo na capa, peguei aquela também e descobri uma terceira, e eu na capa novamente!

- Por que essas revistas estão aqui? – perguntei mostrando para ele as duas que eu havia pego.

- Faz tempo que Johan as deixou aí, dizendo que tinha produzido uma das modelos mais lindas da Alemanha. – Bill respondeu se aproximando, tirando a revista da minha mão e admirando a capa.

- Hunf, quer dizer que você já meio que me conhecia pelas revistas. – falei folheando a Vogue que eu tinha pego primeiro.

- Sim, praticamente. Eu tinha uma ideia de quem você era... Só não sabia que a verdadeira era tão boa assim. – insinuou ele deixando a revista que pegara em cima da escrivaninha.

Bill se aproximou mais de mim e tirou a revista de minhas mãos, largando-a junto à outra. Me puxou para ficar de pé, me girando de costas para a cama e me abraçou pela cintura enquanto eu automaticamente levava as minhas mãos ao pescoço dele. Ele investiu contra mim, tentando me beijar, mas eu desviei como quem não quer nada. Bill abriu os olhos e me encarou irritado, para a surpresa dele, eu investi contra ele, beijando-o de surpresa e logo me afastando sorrindo.

- Mas você é chata mesmo. – ele reclamou, descendo a mão da minha cintura para a minha coxa e apertando-a.

Eu automaticamente me inclinei na direção e ele capturou os meus lábios, me derrubando na cama que já não se encontrava tão distante de nós. Bill me beijava com volúpia, com desejo e explorava o meu corpo com as mãos, abrindo o casaco que eu usava e erguendo a minha blusa, indo morder a minha barriga.

- Vamos provar a sua cama também? – perguntei quando ele começou a beijar meu pescoço enquanto eu suspirava a cada toque e beijo que ele me dava.

- Claro. – afirmou se levantando para me olhar – Meu quarto tem que ficar com a sua marca, assim como o seu tem a minha. – e sorriu maliciosamente.

A noite estava só começando...

Por: Grasiele

Sie Hat Mich - Capítulo 10 - Início de sentimentos

“Kiss me gently
Always I know
Hold me love me
Don't ever go”

(Trechos da música Hot, da Avril Lavigne)

Assim que nós entramos na sala de mãos dadas, Johan me repreendeu por estar com o batom borrado e um pouco do rimel também borrado. Mas ele não reclamou muito ao ver que eu estava de mãos dadas com o divo dele. Johan soltou as nossas mãos e nos fez voltar para o quarto para acertar o estrago que nós fizemos. Ele reclamou pouco, apenas pediu para que Bill parasse de me comer com os olhos.
Voltamos para a sala de estar e fomos para o lado de Hanz. Ele nos mostrou como seria a pose que faríamos para a foto, pelo menos o que ele tinha pensado. Eu iria segurar com as duas mãos a gola da jaqueta de couro do Kaulitz, o puxando para mim com um ar sedutor e ele, iria apoiar a mão que mal iria aparecer na minha cintura e a outra no meu pescoço. O único problema foi nós fazermos a pose... Ele insistia em me desconcentrar, Hanz acabou ficando um pouco bravo com isso, mas quando finalmente conseguimos fazer a pose para a foto, ele ficou alegre e nos disse que a foto ficaria linda!
Assim que aconteceu o flash, ele me beijou na frente de todos... Hã, nós nos beijamos na frente de todos. Ouvimos a escandalosa risada do Tom e mais um flash disparando, graças a esse flash, nós nos soltamos. Johan me puxou para a última troca de roupas, o biquíni, e Bill foi para o quarto ao lado, colocar a roupa que ele viera. Colocar o biquíni foi rápido, ele era verde com vários riscos pretos, todos sem padrão, e Johan me maquiou novamente. Coloquei um roupão preto por cima, para sair até a pontinha da praia que tinha lá.
Ao sairmos para a beirinha da praia, alguns olhares foram dirigidos para mim. A produção inteira já tinha sido montada lá, e os meninos com a jornalista estavam lá também.
- Ela está maquiada e lindinha! – Johan exclamou atraindo a atenção para si.
- Ah, ela está ótima Johan. – Hanz falou olhando de canto para mim – Vamos então começar.
Hanz pediu para eu ir até onde estava riscado na areia. Marjorie ficou com o meu roupão preto, e eu tremi de frio. Realmente aquele tempo não era mais de praia.
- Agora se deite na areia e apóie-se no braço, olhando pra cá. – pediu.
Fiz exatamente o que ele pediu, assumindo a pose sem nenhuma perturbação, já que era parecida com a que eu fiz no sofá. Sentia os olhos de Bill passearem pelo meu corpo e lancei um olhar para ele de poucos amigos, pois ele me desconcentrava facilmente, logo voltando a olhar para a câmera com sensualidade. O flash aconteceu e estava acabado. Pedi o meu roupão e Bill veio me entregar.
- Podemos conversar? – ele perguntou me observando vestir o roupão, ele estava sério...
- Ahm, tudo bem... Vamos... Vamos dar uma volta pela praia. – respondi.
- Nós vamos dar uma volta. – Bill falou para os outros – Já voltamos.
- Tudo bem. – Johan se apressou a falar – Esperaremos vocês dentro da casa.
Bill me puxou para andar pela margem da praia. Ele estava um tanto sério, mas não ousei falar nada, continuei a andar com ele pela margem, olhando para o pôr do sol que acontecia à nossa frente. Quando ele parou de andar, eu também parei, me virando de costas para o sol, que já sumia e encarei-o.
- O que você queria conversar? – perguntei não agüentando mais aquele silêncio em que estávamos.
Ele demorou um pouco para responder, na verdade ele parecia pensar em uma resposta.
- É que... Não sei ao certo. – ele respondeu para o meu desagrado, entretanto, quando eu ia começar a falar, ele não me deixou – Vou ser sincero, eu não gostei daquele fotografo olhando para você.
- Entendi, você queria um tempo para ficar sozinho comigo e tentar me agarrar de novo. – falei rapidamente.
- Isso também e tem mais. – começou ele – Era só que... Eu gostei de ter vindo no seu ensaio fotográfico.
Eu sorri para ele e lhe dei as costas, deixando os meus pés afundarem na areia molhada e olhando para o pôr do sol. Bill fez exatamente o que tinha feito quando eu estava me olhando no espelho, me abraçou por trás e beijou o meu pescoço.
- Acho que estou me apaixonando por você. – afirmou me apertando.
- Hunf... – resmunguei segurando as mãos dele.
- E você? O que está sentindo? – perguntou ao ver que eu não falaria nada.
Na verdade eu não tinha pensado muito bem sobre esse assunto, enquanto o sol ia sumindo, eu refleti sobre o que ele me perguntará. O que eu estava sentindo? Sabia que o olhar dele me intrigava e que eu gostava que ele me olhasse. Também, que gostava quando ele me tocava, me beijava e me dava carinho como nenhum homem havia feito antes. E mais ainda, eu estava me apaixonando por ele, gostava da presença dele e apesar de termos nos conhecido há tão pouco tempo, se ele se afastasse de mim, eu sentiria falta. Nós estávamos ligados, sem tentarmos nada, sem insistirmos em nada.
- Talvez estejamos indo muito rápido. – falei me virando para olha-lo – Mas se não estivéssemos indo tão rápido assim, talvez nem tivéssemos dado certo. Eu sinto que... Que não quero me afastar de você, pelo menos não agora.
Ele me olhou ternamente, afastou uma mecha dos meus olhos e fez um carinho delicado no meu rosto.
- Eu estou me estranhando. – afirmou seguindo o meu rosto com o dedo – Eu nunca me apeguei a uma pessoa assim em tão pouco tempo.
- Você não é o único a se estranhar. – afirmei me aproximando um pouco mais dele – Eu também estou me estranhando muito. Sem contar que eu não costumo ir para a cama com o primeiro que me dá mole.
- O que? Eu estava dando mole para você? Foi você quem começou... – ele falou segurando o meu pescoço com uma das mãos e apertando-o fracamente.
- Ahm, você está bastante enganado... – falei rapidamente.
- Eu achei que você tinha começado a tentar me seduzir naquele provador lá, quando pediu para eu ajuda-la com o vestido. – disse se lembrando do dia anterior que passamos no shopping.
- Mas... Acho que entendemos tudo errado... Eu ia pedir para o Johan abrir o vestido para mim, mas você estava lá e... – comecei.
Bill me calou colocando o polegar nos meus lábios.
- Não importa, agora estamos juntos e não podemos voltar atrás. – afirmou me olhando.
- É você tem razão. – concordei com ele, o sentindo tocar a minha cintura por cima do roupão – Agora você pode me fazer um favor? – perguntei a ele.
- Claro que sim, o que você quiser. – respondeu-me num tom de malicia.
- Pode fazer a grande gentileza de calar a boca e me beijar logo?
- Se desejo é uma ordem.
E então, ele quebrou a distância entre nossos lábios, me beijando mais delicada e carinhosamente do que das outras vezes. Que aos poucos foi se tornando mais ousado e provocante, mas um tanto diferente. Ele agilmente chegou até o nó do meu roupão, desamarrando-o e tocando delicadamente o meu corpo. Me estremeci a cada toque e não senti frio nenhum e também não fiquei para trás. Minhas mãos se dirigiram para baixo da camiseta que ele usava, tocando a pele macia e branquinha dele.
Separamos-nos pela falta de ar, e aproveitando-se do momento, Bill admirou meu corpo sem pudor nenhum, me comendo pelos olhos. Ele se inclinou em direção ao meu pescoço beijando, mordendo levemente e chupando-o. Parecia um vampiro extasiado para não provar apenas o pescoço e sim ir mais além, acabei rindo baixinho com esse pensamento, atraindo a atenção dele para mim.
- Por que está rindo? – quis saber, apertando a minha cintura por baixo do roupão aberto e me olhando nos olhos.
- Você está parecendo um vampiro. – respondi tocando-lhe delicadamente o pescoço e observando ele sorrir de canto – Agora, será que podemos ir? – por mais que eu quisesse ficar com ele lá, sabia que tínhamos horário, e que a Gretta me esperava para fazer a mini-entrevista para a revista, como Johan havia me informado.
- Claro. – afirmou me puxando pela mão – Assim que estivermos no carro, eu ligo o aquecedor para você... Parece estar com frio.
Ele tinha adivinhado, ou talvez sentisse a minha mão tremer levemente por causa do vento frio do outono.
- Me deixe apenas fechar o roupão e dê uma ajeitada no seu cabelo. – falei dando um nó no meu roupão e dei uma ajeitada no meu próprio cabelo.
Bill passou o braço por meus ombros, me acolhendo para mais perto dele enquanto caminhávamos pela margem da praia como dois namorados. Ao chegarmos na casa, Hanz e sua equipe já tinham ido embora, ficando apenas Gretta, os meninos e Johan nos esperando.
Johan me puxou para trocar de roupa, coloquei a mesma que havia vindo para cá e me arrumei melhor, tirando a forte maquiagem e eu mesma me maquiei levemente.
Gretta me esperava sentada no sofá onde eu tinha tirado as fotos, indicou para mim a poltrona. Sentei-me tranquilamente na poltrona e as perguntas começaram, indo desde os desfiles e fotos até à vida pessoal.
- E a sua relação com Bill Kaulitz? É oficial? Vocês estão realmente namorando? – ela perguntou curiosa, olhando por um longo momento para o Bill e depois para mim.
- Ainda resta alguma dúvida? – perguntei meigamente (falsamente), olhando para ela.
- Então você confirma tudo isso, todos os rumores de que, na noite passada, ele passou a noite na sua casa? – quis saber ela, muito curiosa para o meu gosto.
- As fotos não bastam querida? É necessário que eu diga que passamos a noite juntos? – perguntei cinicamente à ela.
- Sim, sim. Você tem razão. – Gretta concordou comigo sorrindo amarelo – Obrigada pelas fotos, pela entrevista e por ter trazido eles aqui. – agradeceu se levantando.
- Não foi nada. – sorri amarelo para ela também e me levantei, indo para o lado do Bill – Podemos ir agora?
- Claro que sim. – Bill falou como se não tivesse nesse mundo – Está com frio? – perguntei me abraçando com um braço só.
- Um pouco. – respondi me aproximando mais dele.
Seguimos para fora da casa, finalmente estávamos livres daquela jornalista chata e o meu trabalho tinha acabado. Ele abriu a porta para eu entrar no carro, como fizera há algumas horas atrás, só que dessa vez foi mais gentilmente e estávamos em paz. Voltei a olhar para a casa, a jornalista nos olhava curiosa e eu não resisti em provocar. Quem ela pensa que é? Ela estava praticamente dando em cima dele.
Quando eu passei por ele, para entrar na BMW prateada, segurei-o pela gola da blusa e dei-lhe um selinho demorado, entrei no carro esperando ele fechar a porta. Bill demorou um pouco para fechar a porta e quando ele entrou no carro, estava um tanto alegrinho e sorrindo marotamente, acelerou o carro e finalmente partimos para o centro da cidade.

Por: Grasiele

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