domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 10 - Jogo!

Olhei para Tom e minha respiração começou a ficar alterada. Ele moveu os lábios sem deixar o som sair e pude entender que ele dizia “calma”. Ouvi o barulho da maçaneta e prendi o ar, fechando os olhos.
– Senhor! – uma voz feminina ecoou.
– Sim, Amber! – perguntou o homem da sala.
– Temos que ir logo! Ele disse que está no aeroporto e seu voo saí daqui a 40 minutos. Não vai dar tempo se demorarmos mais. – falou Amber.
– Ok. Vamos logo então. – ouvi o barulho da maçaneta novamente e pensei que agora seriamos pegos, mas nada aconteceu.
Arrisquei abrir meus olhos e o armário continuava escuro. Ficamos mais alguns minutos quietos, para ter certeza de que estava seguro sair e então Tom abriu a porta atrás de mim. Ele não estava mais lá. Saí e dei um grande suspiro, fechando os olhos e me acalmando. Precise me apoiar na mesa.
– Essa foi por muito pouco! – Tom murmurou baixo.
– Com certeza! – me virei para olhá-lo com a mão no peito, sentindo meus batimentos acelerados.
– Está tudo bem? – ele perguntou ficando mais próximo.
– Está. – falei encostando meu corpo na mesa. – É a adrenalina somente. – sorri e ele retribuiu.
– Jhuna... – começou a falar e eu olhei em seus olhos. – Sobre o beijo, eu queria...
– Está tudo bem Tom. – o interrompi. – Não foi o primeiro cara a me beijar! – falei e ele estreitou os olhos.
– Sabe que eu pensei que fosse?! – falou sorrindo sarcasticamente. – Até porque, sendo você. É meio difícil acreditar que outros caras tenham te beijado! – ele riu e eu senti meu sangue ferver de ódio.
– É mesmo? – perguntei desencostando da mesa e andando até ele, ficando muito próxima dele. – Pode ter certeza que eu já fui muito além de um beijo com caras bem melhores que você... Aliás, não tem nem comparação. – sorri e vi a expressão dele passar de divertida para raivosa. Virei-me para ir até a porta e ele segurou meu braço.
– Duvido! – falou com seus olhos cheios de ódio pelo o que eu falei.
– Acredite no que quiser. – falei.
Ele me empurrou até a mesa com força e me inclinou para trás, mesmo eu tentando me levantar, me fez ficar deitada sobre a mesa e curvou seu corpo sobre o meu. Ele segurou em cada coxa minha e levantou minhas pernas de modo que ele pudesse se acomodar entre elas. Enfiou seu rosto no meu pescoço e começou a distribuir leves beijos, então eu comecei a empurrar ele, mas Tom segurou meus pulsos e os prendeu acima da minha cabeça.
– Eu sei o que eu causo em você! – sussurrou em meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha.
– Você não causa nada em mim! – falei rápido. – Só raiva! – ele riu e levantou a cabeça, olhando em meus olhos.
– Não é isso que o seu corpo demonstra. – falou sorrindo de lado e depois roçou seus lábios no meu.
– Sai de cima de mim Tom! – falei virando meu rosto para o lado, evitando mais contado com a boca dele. – Ou eu vou gritar! – ameacei.
– Grita e nós dois estaremos ferrados! – ele falou e eu fechei os olhos respirando fundo.
Sentia a respiração dele bater de leve no meu rosto, aquilo estava me irritando. O que ele queria afinal? Era tão engraçado assim brincar com as pessoas?! Se sim, eu também sei brincar!
Virei meu rosto para encará-lo. Ele se aproximou mais e colou nossos lábios com calma, mas logo depois aprofundou o beijo, deixando o peso do seu corpo sobre o meu. Dessa vez eu não afastei, retribui o beijo dando passagem para a língua dele e senti que ele sorria enquanto mordia meu lábio inferior. Suas mãos largaram meus pulsos e foram parar uma em minha nuca e a outra em minha cintura, me apertando com força demais.
Joguei meu corpo contra o dele e caímos os dois no chão, mas dessa vez era eu quem estava por cima dele, com minhas pernas uma de cada lado da sua cintura com meu corpo curvado sobre o dele. Tom entrelaçou seus dedos no meu cabelo e puxou minha cabeça para trás, beijando e mordendo meu pescoço. Eu já podia sentir ele excitado embaixo de mim e provoquei-o mais, me mexendo um pouco em seu colo e ele ofegou.
– Então é assim que você é atrás da nerd? – ele perguntou rindo e segurou minha cintura contra a dele.
– É. – falei e mordi seu queixo. – Mas chega de brincar. – disse séria e tirei as mãos dele de mim, me levantando.
– O que você...?! – ele começou a falar confuso e vi a frustação em seu rosto, ri.
– Anda Tom! Levanta. – falei tentando segurar a risada, ele realmente estava com uma cara muito engraçada. – Não temos o dia todo. – abri a porta e ele se levantou do chão, murmurando um monte coisa em uma língua diferente. Provavelmente alemão.
Descemos as escadas. Abri a porta da escadaria com cuidado e não tinha ninguém na recepção. Puxei Tom pela camisa e corremos para a saída dos fundos do prédio. Assim que saímos olhei para Tom e comecei a rir descontroladamente, sempre que eu fazia coisas insanas e dava certo, eu tinhas essas crises de risos.
– Ok engraçadinha, vamos logo pra casa! – Tom falou mal-humorado e fomos para o carro dele.
– Por que ficou de mal humor de repente Tom? – perguntei assim que entramos no carro. Ele olhou para minha cara como se eu fosse a pessoa mais cínica do mundo. – O quê? – falei como se não tivesse entendido.
– Você sabe o porquê. – falou se ajeitando no carro e ligando. – E só pra deixar avisado, não vou deixar barato. Ouviu? – perguntou.
– Perfeitamente. – ri e abafei com a mão. – Aliás... Você está com o papel? Ou deixou cair no chão? – falei sorrindo.
– Está aqui. – ele pegou o papel e me mostrou, sorrindo rapidamente com uma falsidade absurda e proposital.
Não comentamos mais nada durante o caminho para casa. Eu sentia que ele ainda estava com raiva de mim, mas eu não me importava... Eu acho. Logo estávamos na frente da casa dele e antes de sair, ele me puxou e encostou rapidamente nossos lábios como um selinho.
– É só pra mostrar que eu tenho tudo que eu quero. – falou e saiu do carro. Saí e bati a porta com força, o fazendo olhar para trás com um sorriso de canto e eu o olhei incrédula.
– Eu odeio você! – cuspi as palavras e entrei como um furacão, deixando ele para trás.
Era o começo de um jogo, do qual eu sabia que a única perdedora seria eu!


Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 9 - Nova missão.

Assim que Georg saiu do meu quarto para eu me arrumar, coloquei um short preto e uma regata branca. Vesti uma jaqueta de couro preto e calcei meus all stars preto também. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e passei um delineador em volta dos olhos, deixando bem marcado o contorno deles. Peguei meu celular e saí do meu quarto, descendo para o primeiro andar e encontrei Georg sentado na sala com o resto da banda.
– Estou pronta! – falei assim que terminei de descer as escadas e todos me olharam.
– Mudança de planos, Jhuna. – Georg me falou. – Parece que você tem uma missão.
– Que missão? – perguntei curiosa.
– Nós precisamos que você faça algo meio errado... – Bill falou e minha Jhuna perversa começou a dar saltos dentro de mim, mas eu a ignorei.
– Que tipo de coisa errada? – disse desconfiada.
– Nós temos que ir até o escritório daqueles velhos e pegar o documento do contrato, David acha que eles estão tentando passar a perna em nós todos. – Tom falou, mas na verdade só uma parte foi a que me preocupou.
– Nós... Quem?! Você vai comigo?? – perguntei em pânico. Tudo que eu menos queria agora é passar nem que fosse o mínimo de tempo junto de Tom.
– Sim, nós dois vamos lá. – ele se levantou e olhou no relógio. – Aliás, vamos logo. David disse que esse horário eles estão almoçando e voltam só depois de duas horas. Anda. – falou indo para a porta e eu respirei fundo.
– Ok. – falei sem vontade alguma mais de sair e segui em direção à porta também.
– Só não se esqueçam de que ninguém pode ver vocês lá! – Bill falou e eu me virei para assentir, logo depois Tom abriu a porta e nós saímos. Entramos no carro dele em silêncio, tanto eu quanto ele não trocamos nenhum olhar ou algo do tipo.
– Vamos demorar mais ou menos 30 minutos para chegar lá. – Tom falou, enfim, mas eu não respondi. – Portanto quando nós chegarmos, vamos ter apenas uma hora para pegar o documento e sair. – completou.
– Tá bom. – foi a única coisa que eu disse e pude sentir ele me olhar brevemente. Virei-me mais ainda para a janela e fiquei apenas observando.
– Sério que você vai ficar emburrada por causa de um beijo? – perguntou. – Você era BV? – perguntou e pude ouvir uma risada abafada.
– Não. – olhei para ele e depois voltei a encarar a janela. Peguei meu celular que estava no bolso da jaqueta e desliguei. – Onde está seu celular? – perguntei séria.
– No bolso da minha calça, por quê? – perguntou curioso e eu nada disse, apenas enfiei a mão no bolso dele e tirei o celular. – Ow, o que você está fazendo?
– Vou desligar! – falei o óbvio, pois na verdade já tinha feito. – Ou você quer que seu celular fique tocando enquanto nós mexemos nas coisas dos outros?! – olhei para ele e ele não disse nada.
Depois de alguns minutos, estávamos na frente do prédio dos empresários, mas Tom estacionou perto de um beco para que ninguém nos visse. Tirei minha jaqueta e joguei no banco de trás de Tom. Entreguei o celular dele e ele guardou no bolso, eu fiz o mesmo com o meu. Saímos do carro e entramos no prédio pelos fundos. O único jeito de subir para os outros andares era pela recepção, mas tinha uma mulher lá.
– E agora?! – Tom sussurrou atrás de mim.
– Vem! – falei baixo e puxei-o correndo para as escadas assim que a mulher se virou para atender uma pessoa.
– Sério que a gente vai ter que subir 15 andares pela escada?- ele perguntou.
– Voando que não vai ser né, Tom. – bufei e continuei a subir os degraus, com ele reclamando atrás de mim.
Chegamos ao 10° e paramos um pouco, eu estava com minhas pernas bambas já de tanto cansaço e Tom não parava de dizer um minuto se quer que estava arrependido de ter vindo. Eu já estava a ponto de manda-lo embora e fazer o que era preciso sozinha mesmo. Voltamos a subir e finalmente chegamos ao 15° andar ofegando.
– Ah, finalmente! – Tom exclamou enquanto andávamos pelo corredor.
– Cala boca! – o repreendi baixo.
– Dá pra parar de se fazer de durona só porque eu te beijei?! – perguntou agarrando meu braço e eu puxei com força.
– Não estou me fazendo de durona. – olhei-o. – É apenas sua companhia que me desagrada! E eu quero acabar logo com isso. – me virei e continuei andando.
– Acho que essa aqui. – Tom falou tentando abrir a porta, ignorando completamente o que eu tinha acabado de falar. – Está trancada. Droga! – disse irritado.
– Calma. Eu dou um jeito. – tirei dois grampos do bolso do short e enfiei na fechadura. Foi um pouco difícil, mas com jeitinho eu consegui abrir. – Viu? – falei dando passagem para ele entrar.
– Ladra. – falou e eu sorri, pela primeira vez hoje para ele. – Então... – falou se virando para mim enquanto eu fechava a porta. – Por onde começamos?
– Sei lá, procura nas gavetas daquele lado e eu procuro desse. – falei indo em direção à mesa dele, mexi nos papéis e não foi preciso nem procurar nas gavetas, estava bem visível ali. – Hã... Esquece, já achei! – ergui o papel para ele ver e ele pegou para olhar.
– Vigaristas! Eles nos fizeram assinar um papel com as informações totalmente trocadas! – olhou para mim incrédulo. – Nós confiamos neles.
– É por isso que tem que aprender a ler na escola Tom. – falei irônica e ele olhou nervoso para mim.
– Não se preocupe, nós vamos conseguir... – ouvimos uma voz masculina pelo lado de fora e meus olhos quase saltaram do rosto.
– Espere um pouco! – outra pessoa falou assim que a maçaneta girou, impedindo ele de abrir a porta.
Olhei para todos os lados e Tom também estava um pouco em pânico. Vi uma portinha na sala e puxei ele pela camisa. Abri a porta e vi que era um mini armário com pouquíssimas camisas e ternos. Era muito estreito e provavelmente mal caberia uma pessoa, quem dirá duas, mas assim que eu ouvi a porta se abrindo, empurrei Tom para dentro dele e entrei junto, fechando a porta do armário atrás de nós.
Definitivamente era bem apertado. Meu corpo estava totalmente espremido contra o de Tom, sentia a respiração dele bater em meu pescoço e aquilo me arrepiou. Ouvimos o homem murmurar várias vezes “Onde está?” e eu olhei para Tom, mesmo com dificuldade, ele ergueu a mão com o papel e começou a rir, tampei rápido sua boca o repreendendo com o olhar.
– Amber! – o homem falou. – Vou trocar de camisa e vou fechar o escritório mais cedo. Preciso ver meu sócio urgentemente. – falou. Não ouvi uma resposta da tal Amber, provavelmente devia ter falado com ela pelo telefone.
Mas espera um pouco... Ele disse que vai trocar de camisa???????

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 8 - Beijo.

Sentia alguém me sacudindo com certa violência, mas meus olhos não abriam. Mesmo com o comando do meu cérebro, eles teimavam em se manter fechado. Senti meu edredom sumir de cima do meu corpo e alguém pigarreou, só então me lembrei de que eu não estava vestida corretamente, pois dedos frios tocaram a pele da minha coxa e foram se arrastando para cima. Abri meus olhos rápido e levantei meu tronco meio assustada, a mão se afastou rapidamente e então olhei para o dono delas.
– O que estava fazendo? – perguntei a Tom.
– Nada. – ele engoliu em seco e depois olhou para baixo. Tratei de me cobrir rápido com a big camisa. – Sabe que você fica muito mais engraçada do que já é com esse cabelo bagunçado?! – perguntou me olhando com uma expressão divertida.
– Tom? – ouvi uma voz enjoativa e olhei para a porta. – Já estou indo, me ligue. – Falou a loira siliconada e deixou um beijo no ar.
– Tchau. – falou seco. Como ele podia ser assim?! Tão bruto com todo mundo? – Então... O que eu estava falando mesmo? – me perguntou sorrindo e olhando meu corpo descaradamente.
– Tchau Tom! – sorri ironicamente e comecei a bater nele com meu travesseiro até ele se levantar.
– Você é louca? Só vim acordar você! – falou com raiva e arrancou o travesseiro da minha mão, me acertando com força. – Aí eu chego aqui... – acertou mais uma vez. – E você parece que está morta. – Acertou novamente. – E quando acorda, começa a me bater! – ele iria acertar mais uma vez se eu não tivesse chutado o travesseiro em suas mãos.
– Não está vendo que não estou totalmente vestida. Sai daqui! – me levantei e comecei a empurrá-lo para porta.
– Como se eu nunca tivesse visto uma mulher com belas curvas. – bufou. – Não se preocupe, não há nada em você que eu já não tenha visto por aí. – me olhou sorrindo e nesse exato momento, eu decidi que passaria a odiá-lo!
– SAI! – gritei com raiva.
– A casa é minha sabia? – falou com o tom de voz alto.
– Aé? – perguntei irônica. – Não seja por isso! – com ele ainda me observando, peguei minhas malas debaixo da cama e a deixei aberta no chão. Retirei montes de roupas do enorme guarda-roupa e enfiei na mala maior.
– O que você está fazendo?! – ele perguntou se aproximando. Parei para olhá-lo e depois continuei a tirar as roupas e as jogar na mala.
– Estou saindo daqui. A casa é sua. – falei seca. – Tem toda a razão em querer que eu saia. – joguei mais um monte de roupas na mala e percebi que não caberia mais, então me abaixei para fechar, mas Tom me puxou pelo braço com força.
– Não disse que queria que você saísse. – falou.
– Me solte. – falei, mas ao contrário do que eu pedi, ele apertou mais ainda suas mãos em meus braços. – Você está me machucando Tom!
Seus olhos estavam negros, estavam totalmente diferentes. Ele me puxou bruscamente para mais perto dele e soltou um dos meus braços, levando a mão até a minha nuca. No começo não entendi o que ele iria fazer, mas assim que vi seu rosto se aproximar, percebi rapidamente. Era tarde demais para protestar. Seus lábios já se moviam com selvageria sobre os meus e o mais engraçado é que eu estava aceitando sem nem ao menos pensar. Sentia sua língua explorar minha boca com vontade, a outra mão que me segurava pelo braço, passou para a minha cintura e apertou mais ainda meu corpo contra o seu. Eu sentia pequenas ondas de calor subindo desde os meus pés, até minha cabeça... Mas isso estava errado! Eu deveria odiá-lo, ele é um ignorante, egoísta, só se importa com ele mesmo e gosta de brincar com as pessoas!
Juntei minhas forças e o afastei de mim. Ambos ofegávamos e ele ainda me olhava com os olhos negros. Andei até a porta do meu quarto sem dizer nenhuma palavra e a mantive aberta, como um convite para que ele se retirasse. Tom saiu sem falar nada, assim como eu estava parada sem abrir a boca, mas antes de deixar meu quarto, ele olhou para mim com uma expressão indecifrável. Apenas esperei ele tirar os olhos do meu rosto e fechei a porta assim que ele se foi.
Encostei-me na porta fechada e meu corpo escorregou para o chão. Respirei fundo e passei a mão pelos cabelos, tentando clarear as ideias, mas a sensação de sentir os lábios dele no meu não saía da minha cabeça, nem do meu corpo, nem da minha boca... Mas eu o odiava! Claro que sim e isso não mudava a pessoa arrogante que ele era. Provavelmente iria rir da minha cara pelas costas.
Corri e me joguei na cama. Eu não poderia deixar que esse simples ato e idiota me afetasse, ou quem iria se ferrar bonito, era eu. Abracei com força meu travesseiro e me forcei a esquecer o que tinha acontecido ali, a poucos instantes. Ouvi uma batida na porta.
– Pode entrar. – disse torcendo para que não fosse Tom com um pedido de desculpas ou até mesmo uma piadinha.
– Hey. – Georg apareceu assim que a porta foi aberta e entrou. – Como está hoje? – falou se sentando na minha cama e eu fiz o mesmo, ficando de frente para ele.
– Sim, estou. – sorri forçado.
– Pensei que fossemos amigos. – ele disse e eu o encarei confuso. – Amigos dizem a verdade.
– Sério que está tão estampado no meu rosto assim que aconteceu algo? – perguntei.
– Não. Mas eu joguei verde e você colheu maduro. – ele riu e eu dei um tapa em seu braço. – Ai. – esfregou o local que bati. – Mas então, me conte o que aconteceu. Já que você se entregou. – Sorriu. Respirei fundo e o olhei.
– Tom me beijou. – sussurrei.
– Isso é ótimo! – Georg falou alto e eu me apressei em tampar sua boca com a minha mão.
– Não é ótimo! – falei cochichando e o soltando.
– Por que não? – ele cochichou de volta.
– Porque ele é um idiota! Só pensa nele mesmo. – falei. – com certeza está brincando comigo.
– Hã... E por que estamos cochichando? – perguntou curioso e eu o olhei.
– Não sei. – falei normal e nós dois começamos a rir.
– Vamos sair! – ele falou se levantando.
– O que? Pra onde? – perguntei confusa.
– Sei lá, vamos nos divertir. É difícil eu ter uma amiga mulher, quero saber como é. – ele disse sorrindo.
– Ok! – falei me levantando. – Vamos sair!

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 7 - Amigos.

O céu já estava escuro e a praça imensa mantinha agora muito poucas pessoas. Eu tinha passado a tarde toda ali e ainda permanecia deitada na grama, não estava nem um pouco a fim de voltar para casa. Quer dizer... A casa dos Kaulitz. Suspirei e notei que alguém se deitou ao meu lado, muito próximo. Olhei para o lado e depois voltei a observar o céu.
– O que está fazendo aqui? – perguntei.
– O que está fazendo aqui? – Georg repetiu minha própria pergunta.
– Não sei. Estou fugindo de discussões. – virei o rosto e ele me encarava. – A procura da paz. – sorri e ele retribuiu.
– Eu vim procurar uma pessoa. – disse e olhou para o céu.
– Encontrou? – perguntei curiosa.
– Sim. – ele respondeu. – Estou do lado dela. – sorriu ainda olhando para cima e eu dei um soco de leve em seu braço, rindo.
– Por que estava me procurando? – perguntei.
– Porque todo mundo está preocupado com você. – ele respondeu e se sentou, me encarando. Fiz o mesmo.
– Só não querem ter peso na consciência caso eu seja atropelada ou talvez não queiram gastar dinheiro com o hospital. – falei e me levantei. Georg também se levantou e nós começamos a caminhar pela praça.
– Você sabe que não é verdade! – Georg disse com suas mãos no bolso da blusa preta.
– Não?! – perguntei parando de andar e o olhando. – Mas foi isso que Tom deixou bem claro hoje! – bufei e voltei a andar.
– Ei! – Georg segurou em meu braço, me fazendo para e me virando de frente para ele. – Tom é um idiota! Ele sempre fala uma idiotice quando alguém não faz o que ele esperava. Mas ele é legal, tenho certeza que só estava nervoso.
– Tanto faz se ele estava nervoso. Ele deixou bem claro que sou um incômodo pra ele. – já sentia a raiva me queimar por dentro. – Eu sempre sou um incômodo para todo mundo! E sabe o que é pior Georg? – perguntei já sentindo as lágrimas quentes ameaçando escorrer. – O pior é que eu nem sei o que faço de errado para as pessoas me rejeitarem assim. – sussurrei e pude sentir meu rosto molhado.
– Não chore. – falou baixo e me puxou para ele, me abraçando forte. – Você é uma pessoa maravilhosa! São os outros que não merecem estar ao seu lado. – ele me afastou e segurou meu rosto em suas mãos. – Olha, não gosto de ver uma garota chorando. Pare de chorar. Prometo comprar sorvete para você. – falou sorrindo e eu ri, ainda com as lágrimas escorrendo.
– Ok. – disse secando o rosto e respirando fundo.
– Embaixo dos seus olhos estão machucados, como se você tivesse arranhado várias vezes. – ele falou me olhando.
– Ah... É. Eu tenho uma espécie de alergia a chorar. – falei envergonhada, porque isso era patético.
– Quem teria alergia a chorar?! – ele falou com uma expressão divertida.
– Eu. – falei com fadiga e ele riu.
– Ok. Vamos tomar sorvete.
– Está falando sério? – olhei-o com uma sobrancelha arqueada.
– Claro! Não quebro minhas promessas. – disse e me puxou pelo braço.
– Mas você não prometeu. – falei o acompanhando.
– Não importa. Quero tomar sorvete. – me olhou sorrindo e eu retribuí.
Caminhamos um pouco e vimos um táxi vindo. Georg acenou e o táxi parou. Entramos e ele deu o endereço para o motorista. Não conversamos durante o caminho, eu apenas observava L.A pela janela e Georg fazia o mesmo do seu lado. Tudo era muito bonito, mas eu me sentia um alienígena naquele lugar, eu sentia que eu não deveria estar ali... Sentia que não seria aceita por ninguém.
Nós não demoramos muito a chegar, Georg pagou o táxi e me puxou para dentro de uma enorme sorveteria e graças a Deus não estava muito cheia. Entramos e um homem logo veio nos entregando um papel para que desse na hora de pagar. Fomos para a fila e eu peguei um pote, cada um se servia com o que quisesse e depois era só pesar e pagar. Pode ter certeza que misturei de tudo em meu sorvete. Caldas, docinhos e chocolates, tudo junto e uma meleca só, mas uma meleca muito boa. Sentamo-nos em uma mesa de dois e começamos a comer.
– Cara, sério. Bill vai me matar se souber que deixei você comer toda essa mistura. – olhei para ele depois de ter enfiado uma colher imensa na boca.
– Por quê? – perguntei assim que engoli.
– Porque hoje você não estava bem e agora está se afogando no doce. – falou rindo e balançou a cabeça negativamente.
– Não me importo. – falei e enchi mais uma colher. – Amo sorvete... Não mais que chocolate, mas amo. – falei e sorri.
– Você parece uma criancinha gulosa. – falou rindo e eu sorri. Peguei minha colher e enfiei no pote de Georg, enchendo-a e depois enfiei na boca. – Ei! Come o seu! – falou afastando seu pote de mim e eu ri, logo depois ele me deu o troco pegando um bom punhado de sorvete do meu pote.
– Ei! Come o seu! – repeti as palavras dele e nós dois começamos a rir.
Quando terminamos de comer, pagamos e pegamos outro táxi para a casa dos Kaulitz. Dessa vez conversamos o caminho todo, um perguntando sobre a vida do outro. Falamos tanto que nem vimos quando chegamos a casa, descemos e fomos para a entrada da sala, mas antes eu segurei no braço de Georg e ele parou para me olhar.
– Por que está fazendo isso? – perguntei e ele me olhava sem entender. – Digo... Falando comigo, me fazendo companhia. Você meio que cuidou de mim hoje. Por quê? – perguntei.
– Eu disse que seremos amigos e somos. – ele disse. – Não quebro minhas promessas e nem minhas palavras. – sorriu.
– Obrigada. – falei e o abracei.
Entramos e por sorte não tinha ninguém na sala. Georg disse que tinha que ir, mas que voltaria amanhã para me ver. Assim que ele se foi, subi rápido para o meu quarto e pelos barulhos que vinham do quarto dele, parece que a loira ainda estava com Tom. Respirei fundo e fechei a porta do meu quarto, tomei um banho rápido e depois vesti um camisetão por cima da lingerie. Como eu não estava a fim de ouvir a “festinha” do Tom no quarto ao lado, peguei meus fones e meu celular e coloquei uma música do Matanza, Escárnio, deixando no último volume. Preferi não ouvi Tokio Hotel já que isso me lembraria ao senhor “Foda-se você!”, apenas relaxei e acabei dormindo mesmo com a música alta.

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 6 - Não me importo com você!

– Ela é fã da banda! – Tom falou e olhei de olhos arregalados para ele.
– Sério? – Georg sorriu e se sentou na ponta da minha cama, virado para nós.
– Sim e ela disse que o pre... – coloquei a mão na boca dele impedindo-o de falar. Tom empurrou minha mão e tornou a tentar falar. – Georg, ela disse que...
Rolei para cima dele, sentando em sua cintura e tapei novamente sua boca. Tom era grande demais, não conseguia controlar ele, mas então tive uma ideia. Comecei a fazer cócegas nele e ele começou a gargalhar, na verdade foi pior, porque ele ficava se remexendo mais ainda embaixo de mim. Não sei como e nem de onde, mas Tom levou sua mão até a minha nuca e com a outra segurou minha cintura, me jogando na cama e se levantando rápido.
– Ok, desisto! – falei deitada olhando o teto. – Estou passando mal. – foi só eu falar e saí correndo para o banheiro. Não tive nem tempo de pensar e alguém já erguia meus cabelos como da outra vez.
– Desculpe. – murmurou Tom.
– Tudo bem. – respondi quando terminei e fui lavar a boca.
– Está tudo bem Jhuna? – ouvi a voz de Georg e ele estava na porta do banheiro.
– Está sim. – olhei rapidamente para Tom e ele sorriu maléficamente. Tomei uma decisão. – Hã... Tom, posso conversar com Georg a sós? – perguntei e ele arqueou a sobrancelha. – Ah, você sabe... – tentei convencê-lo e ele “entendeu”.
– Ok! Já estou indo. - falou rindo e saiu do banheiro.
Georg se afastou para que eu pudesse sair também. Olhei pelo quarto e ele realmente tinha saído. Fui até a porta e abri, para ver se ele estava escutando escondido, mas não tinha nada no corredor. Quando fechei a porta e me virei, Georg estava sentado na minha cama com uma expressão curiosa, suspirei e me sentei ao seu lado.
– Ok, levante a mão direita. – falei séria e ele continuou me olhando com cara de “Hã?”, então peguei a mão dele e levantei para o alto. – Agora repete comigo: ”Eu Georg Listing...” – ele continuava com uma cara de quem não está entendendo nada. – Por favor, Georg. Você já vai entender.
– Você é louca. Eu Georg Listing... – disse e eu sorri.
– Prometo guardar qualquer segredo que a Jhuna me contar. – falei.
– Prometo guardar qualquer segredo que a Jhuna me contar. – repetiu sorrindo.
– E não rir de nada que ela falar, muito menos contar ao Tom. –continuei falando.
– E não rir de nada que ela falar, muito menos contar ao Tom. – repetiu mais uma vez.
– Obrigada, Georg. – falei sorrindo e ele retribuiu.
– Ok, mas... para quê tudo isso? – perguntou curioso.
– Eu contei uma mentirinha para o Tom. – falei com um pouco de receio.
– Que tipo de mentirinha? – perguntou tentando me incentivar.
– eudissequemeupreferidodabandaeravocêmasnaverdadeéele! - falei fechando os olhos com força.
– Espere aí... Quê? – perguntou confuso. – Fala devagar.
– Eu disse que meu preferido da banda era você, mas na verdade é ele. – eu ainda estava de olhos fechados.
– Abra os olhos Jhuna. – abri devagar e ele sorriu. Fiquei mais aliviada. – Por que não disse a verdade?
– Por que Tom se acha demais e iria achar que quero algo com ele. – falei.
– E não quer? – perguntou.
– S-não! É claro que não. – falei me levantando e passando a mão pelo cabelo. – Olha Georg, não é que eu não goste de você ou dos outros, pelo contrário. Gosto de todos. Inclusive depois do Tom, vem você na minha “lista”. – tentei sorrir.
– Que bom Jhuna. Espero ser realmente seu amigo. – ele se levantou. – E não vou contar ao Tom, mas por que você me contou que mentiu?
– Porque Tom ia encher sua cabeça de babaquices e isso não ia ser legal.
– Ah sim. – falou e se aproximou de mim. – Não se preocupe, seremos amigos! – disse segurando meu rosto entre as mãos e dando um beijo em minha testa. – Agora se eu fosse você, deitava um pouco. Você está parecendo farinha de trigo de tão branca.
– Obrigada pelo elogio. – falei sarcasticamente e ele riu, saindo do meu quarto.
Voltei a me deitar e fiquei de olhos fechados, mas logo ouvi alguém abrir a porta do meu quarto. Não me movi, apenas fingi que estava dormindo. A pessoa se sentou em minha cama e senti uma mão acariciar meu rosto.
– Meu quarto está parecendo o Oscar. – falei ainda de olhos fechados e a mão se afastou. – Todo mundo quer entrar. – abri meus olhos Tom sorria.
– Almoço doutora. – apontou para a bandeja em cima do criado mudo.
– Já? – perguntei me sentando na cama.
– Sim senhora. Bill mandou trazer. – falou.
– Eu acho que Bill está chateado comigo. – falei abaixando o olhar.
– Não está. Na verdade ele está bravo comigo por não te levar no médico. – respondeu.
– Olha, eu não preciso de médico, logo vou... – comecei a falar descontrolada.
– Calma. Não vou te forçar a ir. – ele disse me interrompendo e eu respirei fundo. – Agora come. – colocou a bandeja no meu colo e eu olhei.
– Sério Tom. Eu acho que não quero comer não. – falei fazendo uma careta.
– É uma sopa de legumes, vai te fazer bem. – ele disse.
– É, mas se eu não estiver com fome, não preciso comer isso.
– Sim, você precisa. – ele pegou a colher que estava do lado do prato e enfiou na sopa. – E vai comer! – disse erguendo a colher para que eu comesse.
– Nã... – foi só eu tentar falar que ele enfiou dentro da minha boca. Me engasguei. – Tom! – gritei assim que engoli. – Eca!
– Cala boca e come. – ele ergueu outra colher e arqueou a sobrancelha. Não me movi.
– Qual é Jhuna?! Vai querer voltar a ser criança e fazer birra agora? – me perguntou. Não respondi, sabia o que ele ia fazer. – Ótimo! – ele segurou em meu rosto com força, me fazendo abrir a boca e enfiou a colher dentro.
– PARA COM ISSO! – gritei depois que engoli. – Eu não quero comer! Me deixa em paz!
– Eu não me importo com o que você quer ou não! – gritou. – Aliás, eu não me importo com você!
– Então me deixa em paz. – falei.
– Só não quero uma pessoa morta dentro da minha casa. – eu bufei.
– Então saia, não vou morrer! – falei séria e ele se levantou, indo em direção à porta e a abrindo.
– Só não vomite na cama, eu tenho nojo de limpar e Bill também não o fará. – falou seco e eu me encolhi com o modo em que ele falou comigo.
Tom saiu e me deixou sozinha no quarto. Tudo bem que ele estava tentando me ajudar, mas não precisa fazer tudo aquilo e depois de tudo que ele disse. Realmente. Não acho que ele se importe de verdade, só não queria que eu fosse uma notícia ruim na mídia e envolvendo o nome dele. Senti raiva por ele ser tão seco, tão monstro como ele era. Levantei-me ainda com dificuldade, ainda não conseguia andar direito, mas não me importei. Fui até o espelho e me olhei, eu estava parecendo um zumbi, de verdade mesmo! Eu estava vestida com um short jeans escuro e uma blusa fina de mangas compridas azul escuro. Minhas roupas não estavam tão mal, então peguei um all star branco que tinha e o calcei. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e saí do meu quarto.
Não tinha ninguém no corredor, mas quando eu fui passar na frente do quarto de Tom, ouvi umas risadinhas femininas, então me encostei rápido na parede, aproveitando para me apoiar um pouco. Ousei-me a olhar pelo canto da porta e vi uma loira sentada em cima de Tom, os dois permaneciam vestidos... Ainda. Meu corpo escorregou pela parede me fazendo sentar no chão. Respirei fundo e olhei mais uma vez, acho que eu conseguiria passar engatinhada sem ele me ver. Comecei a atravessar a porta de Tom meio que me arrastando pelo chão e tentando ir o mais rápido possível, mesmo estando com uma puta dor de estômago.
Consegui passar e desci a escada sentada, um degrau de cada vez e lentamente, sem fazer barulhos. Pude ouvir risadas masculinas vindo da cozinha e juntei todas as minhas forças, me levantando depressa e tentando correr até a porta da sala. Quase gritei de felicidade quando coloquei a mão na maçaneta, mas não tive tempo pra isso, pois ouvi a voz dos meninos ficando bem mais próxima. Abri rápido a porta e saí.
Eu não sabia aonde iria ou porque saí assim, escondida, só continuei a andar pelas ruas de L.A, me apoiando nas paredes e observando as pessoas, até que encontrei uma praça enorme. Tinha várias pessoas sentadas na grama observando o pôr do sol, então caminhei para um local com espaço livre e me deitei no chão, observando a paisagem maravilhosa.

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Provocação - Capítulo 5 - Socorro, eu só faço besteira!

POV. Jhuna

Acordei no dia seguinte com uma leve dor de cabeça, eu não estava nem um pouco a fim de levantar, mas uma ânsia de vômito me atingiu e fui obrigada a correr para o banheiro, colocando praticamente as tripas para fora. Escovei meus dentes e voltei para cama. Isso era comum acontecer comigo, sempre passava mal assim e não havia remédios que ajudassem muito. Fiquei deitada apenas tentando controlar a vontade de vomitar, mas ouvi alguém bater na porta.
– Entra. – disse e alguém abriu a porta. Vi que era Tom.
– Bill disse que o café já está pronto. – falou e sua cara não estava muito boa.
– Hã... Acho que não vou tomar café ho... – senti a ânsia novamente e saí correndo para o banheiro. Senti mãos afastarem meus cabelos enquanto eu estava debruçada no vaso sanitário. – Não precisa fazer isso... – falei e voltei a vomitar.
– Shii... – murmurou.
Levantei-me e escovei os dentes mais uma vez. Eu estava me sentindo como se estivesse com uma faca em meu estômago, eu não conseguia andar ereta, apenas curvada e estava tonta. Sempre me sentia assim, era horrível e pior ainda era saber que algumas pessoas achavam que era fingimento meu, por isso nunca pedia a ajuda de ninguém.
– É melhor você ir ao médico. – Tom disse e me ajudou a deitar na cama.
– Não precisa, vai passar. – fechei os olhos e suspirei. – Obrigada.
– Tem certeza? Você está pálida! – falou e sentou do meu lado, na cama.
– Tenho, sempre é assim. – tentei sorrir.
– Eu vou buscar algo para você comer. – disse se levantando, mas eu segurei na mão dele e Tom me olhou.
– Ér... Não precisa. – o soltei envergonhada.
Ele não respondeu nada, apenas saiu do meu quarto. Minha dor de cabeça agora estava mais forte, sentia vontade de chorar, essas dores que eu sentia eram insuportáveis e completamente horríveis. Não demorou muito para Tom voltar ao meu quarto com uma bandeja enorme de comida, revirei os olhos e ele me repreendeu com uma cara feia.
– Não vou comer tudo isso. – falei.
– Mas pelo menos vai comer um pouco. – disse sorrindo e se sentou novamente na minha cama. – Anda, sente-se.
– Você não manda em mim. – falei.
– Anda logo, Jhuna! Não estou brincando. – bufei e me sentei na cama. – Vou ter que te dar na boca, ou você já sabe comer sozinha? – falou sarcástico.
– Muito engraçadinho você! – dei um sorriso falso e peguei a xícara de café.
– Por que você só toma café? – perguntou me olhando.
– Por que eu amo café! – ele riu.
– Toma, come. Assim você fica quieto e não fala babaquice. – peguei um dos morangos que ele tinha colocado em uma tigela e coloquei na boca dele.
– Hum... Amo morango. – falou de boca cheia e eu ri.
– Não fala de boca cheia! – falei rindo.
– AAA! – falou abrindo a boca.
– Nojento! – disse virando o rosto dele com a mão e ele começou a gargalhar.
No fim das contas, nós dois acabamos com toda a montanha de comida que Tom trouxe. Eu ainda me sentia enjoada, mas já não vomitava mais, minha cabeça ainda parecia que ia explodir. Fiquei deitada enquanto Tom disse que levaria as coisas lá embaixo, dizendo que iria voltar.
– Posso entrar. – Bill perguntou batendo na porta.
– Pode! – respondi.
– Tom me disse que está mal. – falou assim que abriu a porta e entrou no meu quarto.
– Sim, mas é normal. Acontece sempre. – sorri forçado.
– Se acontece sempre, não é normal. Vamos ao médico. – falou autoritário.
– Não Bill. Por favor! Eu não quero ir. – falei suplicando com o olhar.
– Não perguntei se você quer Jhuna! Não quero te ver mal e nós vamos ir sim. – disse e veio tentar tirar o edredom de mim.
– Bill, por favor! Não! – segurei o edredom com força e senti meus olhos marejando.
– Sério que você vai chorar só por que não quer ir no médico? – ele perguntou incrédulo e Tom chegou no quarto.
– Bill! Está fazendo ela chorar! – Tom falou alto e eu passei a mão em meu rosto, não tinha percebido que as lágrimas já tinham saído.
– Nós temos que levar ela no médico. – Bill falou e soltou meu edredom.
– Deixa que eu fico com ela. – Tom falou e veio se sentar do meu lado, mas Bill ainda continuava parado no quarto. – Não se preocupe Bill. Tchau. – praticamente o expulsou e Bill saiu do meu quarto, fechando a porta.
– Tem medo de médico? – perguntou gesticulando com as mãos para que eu desse espaço pra ele deitar.
– Não. – respondi indo um pouco mais para o lado e Tom se deitou. – Só não gosto deles. – Tom riu.
– Então você tem medo. – disse sorrindo. – Mas você também não é uma?
– Não, não sou uma médica. É diferente. – suspirei. – Mas eu não tenho medo!
– Tem sim. – peguei meu travesseiro e bati nele, depois coloquei de volta embaixo da minha cabeça.
– Não precisa ficar aqui. – falei olhando o teto.
– Tudo bem, não tenho nada melhor pra fazer mesmo. Não vai fazer diferença ficar cuidando de uma doente chata. – olhei para ele e Tom encarava o teto sorrindo.
– E por que não vai ver sua namorada em vez de ficar cuidando de uma doente chata? – perguntei curiosa.
– Por que eu não tenho mais namorada. – ele disse sério.
– Não? – perguntei.
– Não, ela quis dar um tempo. – falou e respirou fundo. – E um tempo para mim, é o fim. Mas como você sabe que tenho namorada? – dessa vez foi ele quem me olhou e eu encarei o teto. – Ou melhor, tinha.
– Digamos que conheço bem a banda de vocês. – falei.
– Então você é fã? – perguntou e eu não respondi. – Qual é?! Pode falar! Qual seu preferido? Não vou contar para Bill se disser que sou eu.
– Por que acha que você seria meu preferido? – perguntei e olhei para ele.
– Claro que sou eu! – falou convencido.
– Não, não é você Tom! – falei ficando irritada já. Como ele podia se achar tanto?
– Se não é eu, quem seria? Você só implica comigo. – ele disse e nos olhamos. – E onde tem implicância, tem amor! – falou sorrindo e apertando minhas bochechas. Dei um tapa na mão dele e ele riu.
– Onde tem implicância tem ódio também, sabia? – perguntei irônica.
– Então quem é?
– Quem é o quê, Tom? – falei pausadamente.
– Quem é seu preferido? – revirou os olhos.
– Georg! – falei rápido e claro, menti. Embora eu gostasse bastante do Georg.
– Eu o quê? – ouvi uma voz grave e quando percebi, Georg estava parado na porta sorrindo.
Merda! E agora? Ele ia achar que eu queria alguma coisa com ele ou algo parecido. Socorro, eu só faço besteira!

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 4 - Dupla personalidade?

POV.Tom

Além de ela falar um monte de baboseiras pra mim sem nem ao menos me conhecer, ainda se atrasa! Pois é, David forçou a banda toda ir para o tal jantar, ele quer que nós digamos o que achamos dos “serviços” dela. Estava tão distraído que nem percebi que ela estava no alto da escada, foi então, que um som ecoou e todos nós olhamos para cima.
Não é possível! Aquela não é a Jhuna, claro que não! Era uma mulher. Uma bela mulher por sinal. Um olhar firme, sorriso sacana nos lábios, corpo escultural, elegante e... sexy. Ela desceu cada degrau com uma calma irritante, percebi que não era somente eu que estava de boca aberta, TODOS nós estávamos e aquilo definitivamente estava constrangedor, mas era simplesmente impossível tirar os olhos dela.
– Então... – ela falou com uma voz sedutora. – Não estávamos atrasados? – perguntou olhando para David e vi-o piscar duro algumas vezes e pigarrear.
– Ah... Sim, claro... Quer dizer... – sério mesmo que ele estava gaguejando ridiculamente assim?! – Os meninos da banda vão conosco.
– Ótimo! – ela disse e sorriu de canto. – Vamos?
– Vamos. – David falou e ele estava mais recuperado. – Garotos! – chamou nossa atenção e olhamos para ele. – Vamos!
Saímos de casa e nos dividimos. David levaria Jhuna em seu carro, ele disse que queria deixar ela a par de toda a situação para saber o que fazer e eu e o resto da banda fomos no carro de Bill. Assim que entramos no carro, meu irmão começou a rir descontroladamente, parecia que tinha ganhado um prêmio. Ficamos encarando ele, até Bill perceber.
– O quê? – ele falou sorrindo e nos olhando. – Até parece que vocês não viram a mesma coisa que eu! – se virou e ligou o carro, seguindo David.
– Se você viu uma Jhuna completamente linda e sexy... Sim, nós vimos! – olhei para Georg e ele sorria maliciosamente.
– Não é só o fato de ela estar linda, Georg! Ela tem dupla personalidade! – Bill parecia fascinado.
– Como assim, Bill? Achei que fosse ruim uma pessoa ter dupla personalidade. – Gustav comentou. – Mas parece que você está feliz com isso.
– E é ruim! Mas com Jhuna é diferente. – falou e olhou rápido para trás. – As duas personalidades dela são maravilhosas. Uma hora ela é uma menina quieta, engraçada e vergonhosa, mas em outro momento, ela é uma mulher esperta, firme e atraente.
– Hoje ela foi um pouco agressiva comigo. – resolvi abrir a boca e falar finalmente. – Acha que ela então estava assumindo essa... tal de personalidade de mulher firme para o teste? – perguntei olhando para Bill.
– Não sei. Vamos descobrir isso quando ela passar no teste.
– Se ela passar, né? – falei.
– Sinto que vai, meu irmão. – ele sorriu e eu bufei.
Não demoramos muito para chegar ao restaurante. Assim que entramos vimos David e Jhuna sentados nos fundos, então fomos até lá. Por um simples acaso do destino, me sentei do lado dela, David sentou em uma cadeira do outro lado dela e os outros se sentaram também em qualquer lugar, nossa mesa era redonda e bem grande.
– Então... – falei baixo e ela me olhou brevemente, mas logo depois encarou o nada a sua frente. – O que é tudo isso? – sussurrei.
– Tudo isso o que exatamente? – perguntou e sorriu de leve.
– Você sabe do que estou falando. – suspirei. – Essa sua... mudança repentina.
– Sou eu. – ela me olhou e abriu um sorriso maior. – Sempre fui assim. Só escolho o momento em que quero mostrar isso. – voltou a observar o restaurante.
– É mesmo assim ou... – me aproximei mais do seu corpo de modo que pudesse falar ao seu ouvido. – Está apenas tentando excitar Georg? – completei e ela riu suave.
– Há algum problema nisso? – ela perguntou e arqueou a sobrancelha.
– Ah, como vai meus queridos! – ouvi David falar e percebi que estavam todos de pé, até mesmo Jhuna já havia se levantado.
Levantei-me também e dois grandes empresários haviam se juntado a nós na mesa. Geralmente era com eles que David fazia negócios, mas ultimamente eles estavam mais rígidos em relação aos valores cobrados. Os dois homens já de idade cumprimentaram todos nós da banda e David, por fim, Jhuna.
– O que uma bela mulher como você faz na mesa de vários marmanjos como nós? Tenho certeza que o papo de trabalho irá entediar uma moça tão jovem e bonita. – disse e sorriu um dos homens. Ele tinha os cabelos negros, o outro já estava com seus cabelos totalmente brancos.
– Talvez. – ela respondeu e sorriu se sentando, todos nós fizemos o mesmo. – Se não fosse eu a comandar os negócios esta noite. Sabe como é, não é? Evolução feminina no poder. – a vi cruzar as pernas embaixo da mesa e suas pernas ficaram mais expostas ainda. Alguém me beliscou e eu ergui meu olhar no mesmo instante.
– Mesmo? Interessante. – o mesmo velho murmurou. – Gosto das mulheres no comando. – sorriu. Sério que esse velho estava dando em cima dela? É cada coisa que me aparece viu.
– Isso é ótimo. Pulamos direto para os negócios então! – Jhuna disse.
– Ok. – disse o de cabelo branco suspirando. – Você já sabe as “regras” David.
– Meu caro amigo, acho que podemos reconsiderar algumas coisas essa noite. – disse David.
– Como por exemplo? – perguntou o de cabelos pretos.
Cara, só eu que estava achando tudo isso ridículo demais? Parecia uma conversa de velhos vampiros decidindo o julgamento de outro. Ok, eu não estou louco, mas Bill me faz assistir esse tipo de filme, então a comparação me serviu.
Eu já não prestava mais atenção na conversa, estava entediado e queria ir embora. Sem contar o fato de que várias vezes as pernas de Jhuna me chamaram bastante atenção e ela sempre me beliscava ou me chutava disfarçadamente. A única coisa que realmente me restou foi o jantar e o bom é que eu estava faminto, então me concentrei nele. Só percebi que tudo havia acabado quando todos se levantaram novamente e cumprimentaram os velhos. Fiz o mesmo.
– Foi um prazer conhecê-los. – Jhuna disse com seu sorriso sexy que ainda não era nem um pouco familiar para mim.
– O prazer é todo nosso, senhorita. – disse o moreno e depois deram as costas, se afastando.
– Caramba! – ouvi Bill dizer e o olhei. – Você foi maravilhosa Jhuna. 30% a menos para pagar para esses caras, sério, foi um grande avanço.
– 30% são muito pouco Bill. Conseguirei mais coisas futuramente. – ela disse sorrindo. É, eu estava surpreso. – Enfim, vamos?
– Sim, claro. – David respondeu.
Saímos do restaurante e voltamos para casa. O caminho todo o pessoal só falou da Jhuna e aquilo estava realmente me cansando. Ela é somente uma garota com um bom papo nos negócios e fim! Cheguei em casa e subi direto para o meu quarto, queria dormir e apenas isso.

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 3 - Uma mulher.

Depois que terminei de tomar café, Tom disse que iria ver seus cachorros e que se eu quisesse, poderia ir à piscina. Como estava saindo alguns raios de sol, aceitei e subi rápido para meu quarto. Tirei minha roupa e coloquei um biquíni preto que trouxe do Brasil, que na verdade, me deixava morta de vergonha usar aquilo. Era muito pequeno. Mas eu não tinha outro, e como Bill ainda não apareceu e Tom está com os cachorros... Lá vou eu!
Desci para o primeiro andar com uma toalha enrolada no corpo. Demorei algum tempo para achar a piscina, mas no fim, conseguir encontrar e o sol já estava um pouco mais forte, mas ainda sim, agradável. Desenrolei a toalha do meu corpo e forrei a espreguiçadeira, me deitando em seguida e colocando meus óculos escuros para não machucar os olhos.
– Caramba! – ouvi alguém dizer e tirei os óculos, era Tom me olhando de cima a baixo. – Você tem saúde. – ele sorriu maliciosamente.
– O-o quê? – perguntei confusa.
– Ele quis dizer que seu corpo é muito bonito, parabéns Jhuna. – ouvi a voz de Georg e só aí percebi que os quatro estavam ali, todos me olhando.
– Ah... Ér... Obrigada. – senti que eu estava ficando vermelha.
– Não precisa ficar com vergonha! – Tom disse rindo.
– Não estou com vergonha. – falei assumindo a calma que aprendi a controlar nos anos de faculdade.
– Não? – perguntou ainda sorrindo e se agachou do meu lado, ficando com seu rosto a centímetros do meu.
– Não. – respondi firme. Uma das coisas boas de você ser psicólogo é que consegue disfarçar muito bem, consegue afastar certas emoções.
Levantei-me e Tom levantou também, me olhando. Coloquei os óculos em cima da espreguiçadeira e corri em direção da piscina, dando um mega salto e afundando na água. Voltei à superfície e percebi que tinha molhado Gustav, Georg e Bill. Sorri envergonhada.
– Desculpe! – falei alto para que eles me ouvissem.
– Não tem problemas! – Georg falou e se afastou, logo em seguida, vi jatos enormes de água voando para cima de mim. Ele tinha pulado também.
– Isso foi vingança? – perguntei rindo e passando a mão no rosto.
– Não. – ele riu. – Só estou me divertindo, igual a você.
– Se não foi vingança... –alguém disse e eu olhei para o lado. – Eu vingo você Georg! – Tom falou e saiu correndo, pulando na piscina também e quase me fez engolir 50000 litros de água.
Ficamos “brincando” na piscina por mais um bom tempo. Tom e Georg eram crianças em corpos musculosos, era muito bom ficar perto deles, mas confesso que ficava incomodada com o fato de Tom achar que pode controlar qualquer um. Quando percebi, já era 15h00min, então entrei para procurar algo pra comer e depois iria tomar banho. Eu consegui achar salgadinhos e Coca-Cola.
– Doutora. – ouvi alguém murmurar e me assustei, como sempre. – Você está sempre assustada. Apronta demais? – Tom perguntou sorrindo.
– Depende... Às vezes sim. – olhei-o e ele sustentou meu olhar, mas não recuei.
– E que tipo de coisas apronta? – disse sorrindo e se aproximando de mim. Ignorei as batidas fortes do meu coração e passei o peso do meu corpo para uma perna.
– Se eu fosse você, não pagaria para descobrir.
– Está me ameaçando? – ele fez um falso drama na pergunta.
– Hã... Não. – respondi e me afastei dele, pegando o salgadinho e a coca. – Foi apenas um comentário. – sorri e dei as costas para ele, mas Tom segurou em meu pulso e me puxou.
– Como se eu não percebesse o jeito que fica perto de mim. – falou e mexeu no piercing.
– Posso te dar umas consultas grátis se quiser. – falei sorrindo e ele gargalhou como se tivesse ganhado algo. – Até porque... Você só pode estar louco! – fechei a cara e ele fez o mesmo. – Nós nos conhecemos ontem Tom e não sou dessas que você está acostumado a gastar seu dinheiro em motéis. – me soltei dele. – E se eu fosse você, ficaria esperto. Porque enquanto tenta cantar várias mulheres por aí, a sua pode estar sendo cantada também.
– A Ria nunca faria isso! – falou baixo.
– Tem certeza? – perguntei arqueando uma sobrancelha. – Nenhuma mulher gosta de um homem que não sabe satisfaze-la. E acredite, nós sabemos nos vingar!
– Olha aqui psicólogazinha! – ele apontou o dedo perto do meu rosto e eu ergui os braços em forma de rendição, sorrindo. – Eu sei muito bem satis...
– Foi apenas um conselho Tom. Confie no seu taco. – gargalhei e saí da cozinha, deixando ele lá e só.
Subi rápido para o meu quarto. Era meu segundo dia na casa e fiz com que o guitarrista da minha banda preferida sentisse raiva de mim. Mas quer saber?! Ele apenas gosta de jogar com as pessoas, brincar com elas e se isso não fosse verdade, ele não seria tão cara de pau como é. Acho que está mais do que na hora de eu usar minha personalidade profissional na vida pessoal também, só assim as pessoas aprenderão que não se deve brincar comigo.
Fui direto para o banheiro e tomei um bom banho. Lavei meus cabelos e relaxei com a água caindo sobre meu corpo. Assim que terminei, fiquei enrolada em uma toalha e fui comer meu salgadinho e tomar minha Coca-Cola, liguei a TV e não tinha nada de interessante para ver, mas deixei em um canal qualquer.
Quando terminei de comer, olhei as horas e já eram 17h00min, então fiquei um tempinho deitada, apenas pensando em algo que poderia funcionar hoje no meu teste. Era 18h30min quando decidi me levantar e ir arrumar meu cabelo. Sequei e depois passei chapinha para deixá-los mais comportados. Terminei com meu cabelo e abri o imenso guarda roupa, pegando uma saia preta e justa de cintura alta, uma regata branca e um sapato de salto bem alto preto e fechado.
Vesti-me e me olhei no espelho. Bom, eu realmente estava bem diferente de como costumava andar, mas era assim que eu trabalhava, eu deixava meu lado mulher se soltar mais. Contornei meus olhos com um delineador preto e passei um batom vermelho sangue na boca, passei uma base de leve no rosto e deixei meus cabelos soltos. Sim, acho que eu estava apresentável, embora minha saia esteja um pouco curta, mas eu já estava atrasada, então seria essa mesmo. Ouvi alguém bater na porta.
– Jhuna? – disse Bill.
– Sim? – falei sem abrir a porta, pois ainda não queria que ele me visse.
– David está lá embaixo e pediu para você descer. – falou alto.
– Obrigada, Bill. Já estou indo.
– Ok. – disse e ouvi seus passos, se afastando.
Me olhei no espelho por mais uma fração de segundo e assumi o minha personalidade insana. Pois é, só esse lado sabia blefar quando precisava e só esse lado não sentia medo. Peguei uma bolsa de couro e coloquei as coisas básicas, espirrei meu perfume no ar e dei um passo para frente, deixando as gotículas pousarem em mim. E então saí do meu quarto. Estavam todos na sala, ainda não tinham percebido minha presença no alto da escada, então desci o primeiro degrau e todos ouviram o eco do meu salto. Olharam-me com curiosidade e surpresa, mas nada recompensaria a boca aberta de Tom.

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 2 - Fruto proibido.

– E aí pessoal?! – disse Georg assim que Gustav fechou a porta atrás dele. Tom se levantou e cumprimentou Georg e Gustav com um curto abraço, me levantei também, mas fiquei onde estava.
– Essa é Jhuna. – Tom falou apontando para mim. – Ela vai fazer parte da nossa equipe agora. Vai trabalhar com David.
– É um prazer Jhuna. – Georg veio até mim e pegou minha mão, dando um leve beijinho. – Sou Georg.
– Prazer em conhecê-lo também. – tentei manter uma expressão suave e ele soltou minha mão.
– Sou Gustav. – acenou e sorriu.
– Prazer Gustav. – sorri e acenei de volta, me sentando novamente no sofá.
Todos os três que estava ali na sala, se sentaram também no sofá e próximo de mim. Eu podia sentir minhas mãos suando e os batimentos do meu coração pareciam audíveis até mesmo para quem está no Brasil agora, só espero que esteja enganada. Todos eles eram muito divertidos, e eu não queria me intrometer na conversa, mas quase sempre dava uma risada baixa quando Tom ou Georg falavam alguma besteira.
– Hey Jhuna! – Georg chamou minha atenção e o olhei. – Não fique calada, pode conversar conosco. Eu sei que Tom é um animal, mas ele é domesticado. – sorriu e eu não pude segurar a risada.
– Muito engraçado você né Barbie? – Tom falou e jogou uma almofada em Georg. – Cala boca. – sorriu para Georg e depois me olhou. – Então, o que é mesmo que você vai fazer para o David?
– Sou uma espécie de negociante. Serei a fonte do lucro de vocês. – falei e ele arqueou a sobrancelha. – Acho que podemos dizer assim. – sorri.
– Se aumentar 50% do meu dinheiro, te peço em casamento! – comentou Georg.
– Bem... Na verdade eu ainda não sei se isso irá realmente dar certo, pois eu sou psicóloga.
– Psicóloga? – perguntou Gustav. – Então por que David quer que você seja nossa “negociante”. – disse fazendo aspas no ar em relação à última palavra.
– Ele me viu resolver uma briga de velhos bêbados à base da conversa, a situação teria realmente ficado feia caso eu não parasse com aquilo. – falei calmamente. – Então ele disse que eu tinha um forte “poder” de persuasão e que poderia dar certo.
– E como vamos saber se vai dar certo? – perguntou Georg. Quando ia responder que não sabia, meu celular tocou e o peguei no bolso da calça. Era uma mensagem de David.
“Mil perdões por ter te abandonado no aeroporto, mas pedi a Bill para lhe buscar. Espero que ele tenha feito. Amanhã volto para L.A e as 20h00min passo aí para te pegar, temos uma reunião importantíssima e vamos testar do que você é capaz, ok?”
– Parece que meu teste é amanhã! – falei sorrindo, mas eu estava completamente nervosa.
“Sim, Bill me buscou, muito obrigada. Tudo bem. Estarei pronta!”- respondi a mensagem de David e guardei o celular no bolso amanhã.
– A pizza chegou! – ouvi a voz de Bill e ele apareceu na sala, indo direto na direção da porta.
Foi muito divertido ficar conversando com eles, todos eram bem engraçados, inclusive Gustav, mesmo ficando quase sempre em seu canto. Quando terminamos de comer, Bill me mostrou onde seria meu quarto, pois já era de noite e eu ainda precisava arrumar minhas coisas. Fiquei no quarto de hóspedes que era do lado do quarto de Tom, o que na verdade eu não gostei, pois não seria nada legal se ele trouxesse a Ri(a)dícula para cá e fizessem... barulhos. Se é que me entendem.
Assim que terminei de guardar todas as minhas roupas e outras coisas, fui direto para o “meu” banheiro. Tirei minhas roupas e entrei no chuveiro, molhando meus cabelos e me arrepiando com a água quente. Não fiquei muito tempo tomando banho, afinal, era meu primeiro dia e não iria demorar né, então logo saí enrolando uma toalha na cabeça e uma no corpo. Coloquei minha lingerie preta, uma calça fina azul escuro e uma regata vermelha... Eu sei, combinação horrível, mas eu só iria dormir mesmo, então tanto faz. Deitei-me com a toalha ainda na cabeça e fechei meus olhos.
Era completamente surreal acreditar que eu tinha conhecido todo o Tokio Hotel, ainda mais, que eu falei com Tom. Sim, eu tenho uma quedinha por ele, mas ele JAMAIS saberá disso, até porque ele tem uma namorada e Tom nunca olharia para mim mesmo. Fechei meus olhos pensando no dia de amanhã, se acordaria e isso tudo estaria realmente acontecendo.
°°°°°°°
Meu quarto estava claro, uma brisa leve passava pelo meu corpo e eu me encolhi mais embaixo do edredom. Não queria abrir meus olhos, mas foi preciso, esfreguei-os e levantei minha cabeça, observando o quarto.
– É, não foi um sonho, realmente estou aqui. – falei sozinha. Eu tinha essa mania. Peguei meu celular no criado mudo e olhei as horas. Ainda era 08h20min. Provavelmente os Kaulitz nem acordado estavam ainda. Levantei da cama e peguei uma blusa de moletom preta e com a estampa da banda Matanza, vesti e fui para o banheiro escovar meus dentes. Depois que escovei meus dentes, tirei a toalha da minha cabeça e penteei meus cabelos, tentando arrumá-los com a ajuda da chapinha. Bom, acho que funcionou um pouco, mas para todos os efeitos, enfiei uma touca na cabeça e depois calcei minhas pantufas de tartaruga.
Acho que não teria problema eu descer assim e fazer um café, até porque os Kaulitz não acordariam tão cedo e eu necessitava de café! Peguei um livro sobre analise de comportamento que trouxe comigo, meus óculos e abri a porta do meu quarto. Estava tudo silencioso, então eu saí e desci para o andar debaixo. Fui direto para a cozinha, não sabia exatamente onde estavam as coisas para eu fazer um café, mas eu resolvi procurar.
– Só espero que eles não fiquem bravos por eu estar mexendo na cozinha. – comentei para mim mesma.
“Eles não vão ficar bravos, pare de ser medrosa!” – meu subconsciente do insano falou. Na verdade, era ela. A Jhuna rebelde.
– Não sou medrosa, apenas não quero ser mau educada! – rebati para a diaba.
“Você é uma pateta!” – falou e riu. – “Ninguém nunca vai olhar para você.”
– Cale a boca! Não preciso que ninguém olhe para mim. – falei nervosa. Perceberam que eu estava discutindo comigo mesma né? Pois é.
– Jhuna? – ouvi alguém falar. Eu estava abaixada no chão, procurando o pó de café no armário debaixo e assim que me levantei rápido, bati minha cabeça em uma porta que havia deixado aberta.
– Au! – coloquei a mão na cabeça. – Merda! – me virei e vi que Tom estava roxo de vontade rir. Eu estava pronta para me explicar, mas meus olhos abaixaram e viram seus músculos expostos, ele estava sem camisa, apenas com calça de moletom preta.
– Está tudo bem? – perguntou e eu parei de analisar seu corpo, olhando em seu rosto.
– Ai... – falei esfregando o local que bati. – Está sim. – disse me sentando em um dos altos bancos que tinha diante da bancada da cozinha. – Só estava procurando o pó de café.
– Pode deixar que eu faço isso. – falou indo na direção dos armários e pegando o café.
– Você sabe fazer café, por acaso? – perguntei. Afinal, eu vi em um vídeo uma vez, ele secando um copo com uma tolha de banho, então é surpreendente se ele souber. Tive vontade de rir ao me lembrar daquela cena.
– Claro que sei! Por que não saberia? – perguntou me olhando com uma expressão desafiadora.
– Não sei, foi apenas uma pergunta. – falei abrindo meu livro e colocando meus óculos.
– Hum... – ele murmurou e o olhei. Ele me encarava com uma expressão divertida.
– Que foi? – perguntei.
– Você está muito engraçada vestida assim! – falou e não aguentou mais se segurar, começou a gargalhar.
Olhei para mim mesma e corei na hora, me esqueci completamente de o quão ridícula eu estava com aquela roupa. Mas fiquei com um pouco de raiva por Tom estar rindo, então levantei e fui em sua direção, dando um tapa de leve na sua cabeça e voltei para o meu lugar.
– Não ria, eu estava dormindo, não tem porque ficar me arrumando toda para somente revirar na cama! – falei.
– Tem razão. Mas você parece uma nerd até mesmo quando se arruma. – ele falou e se sentou em uma cadeira ao meu lado, apoiando seu braço em cima da bancada.
– Eu gosto do jeito que me visto. E não fico sempre parecendo uma nerd! Aliás, eu não sou. – falei e voltei a olhar meu livro.
– Ah não? – perguntou com um tom de voz irônico.
– Não! Quando estou à trabalho é totalmente diferente. – falei.
– Vou descobrir isso hoje. É seu teste, não é? – falou.
– É. E você vai ver que não sou uma nerd e que não me visto mal o tempo todo. – respondi. Não sei como eu conseguia falar e ainda ler alguns tópicos do meu livro.
– Eu não disse que você se veste mal. – ergui o olhar o encarando. – Gosto de como se veste. Aliás, o que está escrito aí na sua blusa?- perguntou curioso.
– Matanza. É uma banda de rock brasileira. – expliquei. – Gosto muito.
Ouvi um “hum” e ele se levantou para fazer o café enfim. Às vezes eu tirava os olhos do meu livro e observava Tom. Seu corpo era perfeito, seus músculos bem visíveis e definidos, ele era todo bonito e tinha uma qualidade recém-descoberta por mim. Sabia fazer um bom café. Mas ele era uma espécie de fruto proibido e traiçoeiro, não me deixaria levar por seus encantos.

Postado por: Grasiele

Provocação - Capítulo 1 - Conhecendo.

Talvez fosse difícil resumir uma vida em poucas palavras... Se não fosse a minha vida á ser resumida. Bom, me chamo Jhuna e tenho 22 anos. Acabo de terminar minha faculdade de psicologia e recebi uma proposta de um maluco. Trabalhar em negociações para uma banda alemã. Ok, vou explicar melhor, porém, rápido.
Certo dia eu estava sentada de frente para um balcão, esperando minha bebida chegar, quando um cara com uma expressão divertida se sentou ao meu lado. Não liguei, até ele começar a me encarar...
O quê? – falei o olhando também.
– Me desculpe. – falou em inglês e estranhei. – Você fala inglês? – perguntou-me.
– Sim. Falo. – ele sorriu e eu continuei sem entender o que ele queria.
– Você deve estar estranhando. – riu abaixando sua cabeça e depois voltou a olhar pra mim. – Só achei estranho uma pessoa como você, estar em um bar cheio de homens e bebendo?! – ele falou confuso ao olhar para o copo na minha frente, do qual não tinha percebido que já estava ali.
– Por quê? – arqueei uma sobrancelha e tomei um gole do meu amado Rum.
– É só que... – ele começou e uniu suas sobrancelhas, semicerrando um pouco seus olhos. – Você não tem a aparência de quem frequenta esse tipo de lugar.
– Quer dizer porque sou uma mulher em um bar de velhos barbudos e bêbados. Compreendo. – sorri de lado e ele retribuiu.
– Não, não é porque você é mulher...
– Shiii... – coloquei o dedo indicador sobre meus lábios em sinal de silêncio. – Não me importo. Eu poderia fazer você mudar facilmente de ideia, sou boa em convencer as pessoas, mas realmente não me importo.
– Pode me provar o quanto é boa em convencer as pessoas? – “perguntou realmente interessado, o estranho é que não havia malícia em sua voz pondo em questão o modo como me fez a pergunta.”
Depois dessa conversa, ouve uma briga no bar e eu fui a conciliadora. Consegui fazer aqueles porcos de 47 anos ou mais irem para sua casa e pararem de brigar com um simples jogo de conversa. O tal cara que havia conversado me contou que seu nome era David e que estava no Brasil procurando coisa nova. Disse que me achou. Ele me fez a proposta de trabalhar para ele como uma negociadora de seus eventos, ou seja, as apresentações realizadas pela banda Tokio Hotel e etc.
No começo eu fiquei meio sem reação, pois nem se quer saberia se isso iria dar certo. Formei-me para ajudar pessoas a se encaixar na sociedade de forma que elas se sintam bem e não para jogar verde com caras ricos, tentando aumentar o valor do dinheiro na mesa. Mas eu sabia que não conseguiria abrir meu consultório tão rápido e muito menos faria minha fama como profissional em tão pouco tempo, o que me restou foi aceitar.
E aqui estou! Desembarcando em L.A e completamente nervosa, pois vou contar meu segredo para vocês. Sou fã de Tokio Hotel. Pois é, mas isso ainda não é necessário que eles saibam, com o tempo descobrirão sobre mim. Oh God! É o...
– Hello! – Bill disse quando me aproximei dele. – Você deve ser Jhuna. – ele disse esticando a mão.
– Oh, sim! – cumprimentei-o. – Mas como sabia? – perguntei.
– David disse que contou para ele que roupa vestiria, supus que fosse você. – ele sorriu e soltando minha mão. – É um prazer conhece-la. Sou Bill Kaulitz.
– Igualmente.
– Vamos? – assenti. – Posso te ajudar com isso? – ele esticou a mão para uma das malas que eu arrastava e a pegou.
– Onde está David? Achei que ele viria me buscar. – disse e Bill começou a caminhar, o acompanhei.
– David mandou suas sinceras desculpas, mas teve que fazer uma viagem de emergência. Mas de todo jeito, você ficará na nossa casa. – ele me olhou rapidamente.
– Desculpe. Nossa casa? – perguntei confusa.
– Sim. Minha casa e de meu irmão. – falou casualmente. Espera um pouco. O QUÊ?
– Hã... Muito obrigada, Bill. Mas não quero incomodar, posso arrumar um lugar para ficar...
– Não, não. Não se preocupe, estou feliz por ter uma pessoa nova para conversar. – ele sorriu e chegamos ao lado externo do aeroporto. – E David me contou de seus... talentos.
– Para ser sincera... – um enorme homem apareceu e pegou minhas malas. – Obrigada. – disse ao homem quando ele colocou minhas malas no porta mala de um carro. – Para ser sincera, não sei se sou mesmo capaz de atingir os objetivos de David. – voltei a formular minha frase. – Mas isso não é algo de que me impeça de tentar. – sorri de lado, completando minha frase.
– Sabe, gostei de você. Parece divertida. – ele abriu a porta do passageiro para mim e eu entrei, Bill fechou logo em seguida. Observei ele contornar rapidamente o carro, entrando no lado do motorista.
– Obrigada. Também gostei de você. – falei assim que ele fechou a porta ao seu lado.
– Obrigado. – sorriu e ligou o carro. – Então Jhuna, o que levou David a descobrir seus poderes sobrenaturais de persuasão? – falou com um tom irônico na voz.
– É uma longa história... – ele me olhou como se tentasse me incentivar. – Ok, vamos lá...
Comecei a lhe contar como foi o modo estranho que nos conhecemos e depois o acontecimento da briga, Bill também ficou surpreso por eu estar em um bar como aquele, até porque, eu geralmente me vestia com uma simples calça jeans escura, camisetas de banda ou regatas e tênis, nunca exagerava. Usava também óculos, mas na verdade era por abito, pois precisava deles apenas para ler.
Não demorou muito a chegar à casa dos Kaulitz. Bill ajudou-me a retirar minhas malas do carro e carregamos para dentro da mansão. Tudo era muito bonito e claro, tanto por fora quanto por dentro, fazendo com que eu tivesse medo até mesmo de tocar nas paredes e manchar, ou algo do tipo. Deixamos minhas malas no canto da sala e ele disse para eu esperar, pois ele iria chamar Tom. Sentei-me no sofá observando um pouco mais como as coisas eram sofisticadas e ao mesmo tempo simples.
– Hello? – ouvi alguém dizer e olhei para escada. Tom estava parado no final dela com seus braços cruzados e uma expressão curiosa.
– Oi... ér... – me senti nervosa ao vê-lo pessoalmente e não sabia ao certo o que dizer. – Hã... sou Jhuna. – tentei sorrir e me levantei indo até ele e esticando minha mão. – Sou a...
– Assistente do David. – ele completou e pegou minha mão em um aperto rápido. – Ou algo do tipo. – sorriu e eu me senti um pouco mais aliviada, ele parecia tenso. – Prazer, eu sou...
– Tom! – ouvimos a voz de Bill e ele descia as escadas. – Estava te procurando para conhecer Jhuna, mas parece que já se conheceram.
– Sim. – ele colocou as mãos em seus bolsos. – Já.
– Jhuna, está com fome? – Bill me perguntou indo para a cozinha. – Vou ver o que podemos fazer por você. – disse, antes mesmo de saber minha resposta.
– Não precisa ter medo de se sentar. Essa também será sua casa agora. – disse Tom com uma expressão divertida e nós dois nos sentamos no enorme sofá. - O resto dos caras estão chegando. Podemos pedir pizza. - sugeriu.
– Ótima ideia! – Bill gritou da cozinha e depois apareceu com um telefone. Ouvimos um barulho na porta e por ela passou Gustav e Georg.
Meu Deus! Eu realmente estava diante da minha banda favorita e estava agindo tão normalmente assim?! Como isso é possível? Espero que seja sempre assim e eu não tenha nenhum ataque do coração nesse período.

Postado por: Grasiele

Provocação

Provocação
Sinopse: Jhuna é apenas mais uma garota tentando seguir seu caminho profissional, quando uma oportunidade inesperada aparece. Ser a negociante da banda Tokio Hotel. Tudo parece correr bem no início, até que começa as provocações entre ela e Tom Kaulitz.

Classificação: +18
Categorias: Tokio Hotel
Gêneros: Amizade, Hentai, Romance
Avisos: Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência
Capítulos: 26
Autora: mayk483

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