domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 7 - Amigos.

O céu já estava escuro e a praça imensa mantinha agora muito poucas pessoas. Eu tinha passado a tarde toda ali e ainda permanecia deitada na grama, não estava nem um pouco a fim de voltar para casa. Quer dizer... A casa dos Kaulitz. Suspirei e notei que alguém se deitou ao meu lado, muito próximo. Olhei para o lado e depois voltei a observar o céu.
– O que está fazendo aqui? – perguntei.
– O que está fazendo aqui? – Georg repetiu minha própria pergunta.
– Não sei. Estou fugindo de discussões. – virei o rosto e ele me encarava. – A procura da paz. – sorri e ele retribuiu.
– Eu vim procurar uma pessoa. – disse e olhou para o céu.
– Encontrou? – perguntei curiosa.
– Sim. – ele respondeu. – Estou do lado dela. – sorriu ainda olhando para cima e eu dei um soco de leve em seu braço, rindo.
– Por que estava me procurando? – perguntei.
– Porque todo mundo está preocupado com você. – ele respondeu e se sentou, me encarando. Fiz o mesmo.
– Só não querem ter peso na consciência caso eu seja atropelada ou talvez não queiram gastar dinheiro com o hospital. – falei e me levantei. Georg também se levantou e nós começamos a caminhar pela praça.
– Você sabe que não é verdade! – Georg disse com suas mãos no bolso da blusa preta.
– Não?! – perguntei parando de andar e o olhando. – Mas foi isso que Tom deixou bem claro hoje! – bufei e voltei a andar.
– Ei! – Georg segurou em meu braço, me fazendo para e me virando de frente para ele. – Tom é um idiota! Ele sempre fala uma idiotice quando alguém não faz o que ele esperava. Mas ele é legal, tenho certeza que só estava nervoso.
– Tanto faz se ele estava nervoso. Ele deixou bem claro que sou um incômodo pra ele. – já sentia a raiva me queimar por dentro. – Eu sempre sou um incômodo para todo mundo! E sabe o que é pior Georg? – perguntei já sentindo as lágrimas quentes ameaçando escorrer. – O pior é que eu nem sei o que faço de errado para as pessoas me rejeitarem assim. – sussurrei e pude sentir meu rosto molhado.
– Não chore. – falou baixo e me puxou para ele, me abraçando forte. – Você é uma pessoa maravilhosa! São os outros que não merecem estar ao seu lado. – ele me afastou e segurou meu rosto em suas mãos. – Olha, não gosto de ver uma garota chorando. Pare de chorar. Prometo comprar sorvete para você. – falou sorrindo e eu ri, ainda com as lágrimas escorrendo.
– Ok. – disse secando o rosto e respirando fundo.
– Embaixo dos seus olhos estão machucados, como se você tivesse arranhado várias vezes. – ele falou me olhando.
– Ah... É. Eu tenho uma espécie de alergia a chorar. – falei envergonhada, porque isso era patético.
– Quem teria alergia a chorar?! – ele falou com uma expressão divertida.
– Eu. – falei com fadiga e ele riu.
– Ok. Vamos tomar sorvete.
– Está falando sério? – olhei-o com uma sobrancelha arqueada.
– Claro! Não quebro minhas promessas. – disse e me puxou pelo braço.
– Mas você não prometeu. – falei o acompanhando.
– Não importa. Quero tomar sorvete. – me olhou sorrindo e eu retribuí.
Caminhamos um pouco e vimos um táxi vindo. Georg acenou e o táxi parou. Entramos e ele deu o endereço para o motorista. Não conversamos durante o caminho, eu apenas observava L.A pela janela e Georg fazia o mesmo do seu lado. Tudo era muito bonito, mas eu me sentia um alienígena naquele lugar, eu sentia que eu não deveria estar ali... Sentia que não seria aceita por ninguém.
Nós não demoramos muito a chegar, Georg pagou o táxi e me puxou para dentro de uma enorme sorveteria e graças a Deus não estava muito cheia. Entramos e um homem logo veio nos entregando um papel para que desse na hora de pagar. Fomos para a fila e eu peguei um pote, cada um se servia com o que quisesse e depois era só pesar e pagar. Pode ter certeza que misturei de tudo em meu sorvete. Caldas, docinhos e chocolates, tudo junto e uma meleca só, mas uma meleca muito boa. Sentamo-nos em uma mesa de dois e começamos a comer.
– Cara, sério. Bill vai me matar se souber que deixei você comer toda essa mistura. – olhei para ele depois de ter enfiado uma colher imensa na boca.
– Por quê? – perguntei assim que engoli.
– Porque hoje você não estava bem e agora está se afogando no doce. – falou rindo e balançou a cabeça negativamente.
– Não me importo. – falei e enchi mais uma colher. – Amo sorvete... Não mais que chocolate, mas amo. – falei e sorri.
– Você parece uma criancinha gulosa. – falou rindo e eu sorri. Peguei minha colher e enfiei no pote de Georg, enchendo-a e depois enfiei na boca. – Ei! Come o seu! – falou afastando seu pote de mim e eu ri, logo depois ele me deu o troco pegando um bom punhado de sorvete do meu pote.
– Ei! Come o seu! – repeti as palavras dele e nós dois começamos a rir.
Quando terminamos de comer, pagamos e pegamos outro táxi para a casa dos Kaulitz. Dessa vez conversamos o caminho todo, um perguntando sobre a vida do outro. Falamos tanto que nem vimos quando chegamos a casa, descemos e fomos para a entrada da sala, mas antes eu segurei no braço de Georg e ele parou para me olhar.
– Por que está fazendo isso? – perguntei e ele me olhava sem entender. – Digo... Falando comigo, me fazendo companhia. Você meio que cuidou de mim hoje. Por quê? – perguntei.
– Eu disse que seremos amigos e somos. – ele disse. – Não quebro minhas promessas e nem minhas palavras. – sorriu.
– Obrigada. – falei e o abracei.
Entramos e por sorte não tinha ninguém na sala. Georg disse que tinha que ir, mas que voltaria amanhã para me ver. Assim que ele se foi, subi rápido para o meu quarto e pelos barulhos que vinham do quarto dele, parece que a loira ainda estava com Tom. Respirei fundo e fechei a porta do meu quarto, tomei um banho rápido e depois vesti um camisetão por cima da lingerie. Como eu não estava a fim de ouvir a “festinha” do Tom no quarto ao lado, peguei meus fones e meu celular e coloquei uma música do Matanza, Escárnio, deixando no último volume. Preferi não ouvi Tokio Hotel já que isso me lembraria ao senhor “Foda-se você!”, apenas relaxei e acabei dormindo mesmo com a música alta.

Postado por: Grasiele

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