domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 8 - Beijo.

Sentia alguém me sacudindo com certa violência, mas meus olhos não abriam. Mesmo com o comando do meu cérebro, eles teimavam em se manter fechado. Senti meu edredom sumir de cima do meu corpo e alguém pigarreou, só então me lembrei de que eu não estava vestida corretamente, pois dedos frios tocaram a pele da minha coxa e foram se arrastando para cima. Abri meus olhos rápido e levantei meu tronco meio assustada, a mão se afastou rapidamente e então olhei para o dono delas.
– O que estava fazendo? – perguntei a Tom.
– Nada. – ele engoliu em seco e depois olhou para baixo. Tratei de me cobrir rápido com a big camisa. – Sabe que você fica muito mais engraçada do que já é com esse cabelo bagunçado?! – perguntou me olhando com uma expressão divertida.
– Tom? – ouvi uma voz enjoativa e olhei para a porta. – Já estou indo, me ligue. – Falou a loira siliconada e deixou um beijo no ar.
– Tchau. – falou seco. Como ele podia ser assim?! Tão bruto com todo mundo? – Então... O que eu estava falando mesmo? – me perguntou sorrindo e olhando meu corpo descaradamente.
– Tchau Tom! – sorri ironicamente e comecei a bater nele com meu travesseiro até ele se levantar.
– Você é louca? Só vim acordar você! – falou com raiva e arrancou o travesseiro da minha mão, me acertando com força. – Aí eu chego aqui... – acertou mais uma vez. – E você parece que está morta. – Acertou novamente. – E quando acorda, começa a me bater! – ele iria acertar mais uma vez se eu não tivesse chutado o travesseiro em suas mãos.
– Não está vendo que não estou totalmente vestida. Sai daqui! – me levantei e comecei a empurrá-lo para porta.
– Como se eu nunca tivesse visto uma mulher com belas curvas. – bufou. – Não se preocupe, não há nada em você que eu já não tenha visto por aí. – me olhou sorrindo e nesse exato momento, eu decidi que passaria a odiá-lo!
– SAI! – gritei com raiva.
– A casa é minha sabia? – falou com o tom de voz alto.
– Aé? – perguntei irônica. – Não seja por isso! – com ele ainda me observando, peguei minhas malas debaixo da cama e a deixei aberta no chão. Retirei montes de roupas do enorme guarda-roupa e enfiei na mala maior.
– O que você está fazendo?! – ele perguntou se aproximando. Parei para olhá-lo e depois continuei a tirar as roupas e as jogar na mala.
– Estou saindo daqui. A casa é sua. – falei seca. – Tem toda a razão em querer que eu saia. – joguei mais um monte de roupas na mala e percebi que não caberia mais, então me abaixei para fechar, mas Tom me puxou pelo braço com força.
– Não disse que queria que você saísse. – falou.
– Me solte. – falei, mas ao contrário do que eu pedi, ele apertou mais ainda suas mãos em meus braços. – Você está me machucando Tom!
Seus olhos estavam negros, estavam totalmente diferentes. Ele me puxou bruscamente para mais perto dele e soltou um dos meus braços, levando a mão até a minha nuca. No começo não entendi o que ele iria fazer, mas assim que vi seu rosto se aproximar, percebi rapidamente. Era tarde demais para protestar. Seus lábios já se moviam com selvageria sobre os meus e o mais engraçado é que eu estava aceitando sem nem ao menos pensar. Sentia sua língua explorar minha boca com vontade, a outra mão que me segurava pelo braço, passou para a minha cintura e apertou mais ainda meu corpo contra o seu. Eu sentia pequenas ondas de calor subindo desde os meus pés, até minha cabeça... Mas isso estava errado! Eu deveria odiá-lo, ele é um ignorante, egoísta, só se importa com ele mesmo e gosta de brincar com as pessoas!
Juntei minhas forças e o afastei de mim. Ambos ofegávamos e ele ainda me olhava com os olhos negros. Andei até a porta do meu quarto sem dizer nenhuma palavra e a mantive aberta, como um convite para que ele se retirasse. Tom saiu sem falar nada, assim como eu estava parada sem abrir a boca, mas antes de deixar meu quarto, ele olhou para mim com uma expressão indecifrável. Apenas esperei ele tirar os olhos do meu rosto e fechei a porta assim que ele se foi.
Encostei-me na porta fechada e meu corpo escorregou para o chão. Respirei fundo e passei a mão pelos cabelos, tentando clarear as ideias, mas a sensação de sentir os lábios dele no meu não saía da minha cabeça, nem do meu corpo, nem da minha boca... Mas eu o odiava! Claro que sim e isso não mudava a pessoa arrogante que ele era. Provavelmente iria rir da minha cara pelas costas.
Corri e me joguei na cama. Eu não poderia deixar que esse simples ato e idiota me afetasse, ou quem iria se ferrar bonito, era eu. Abracei com força meu travesseiro e me forcei a esquecer o que tinha acontecido ali, a poucos instantes. Ouvi uma batida na porta.
– Pode entrar. – disse torcendo para que não fosse Tom com um pedido de desculpas ou até mesmo uma piadinha.
– Hey. – Georg apareceu assim que a porta foi aberta e entrou. – Como está hoje? – falou se sentando na minha cama e eu fiz o mesmo, ficando de frente para ele.
– Sim, estou. – sorri forçado.
– Pensei que fossemos amigos. – ele disse e eu o encarei confuso. – Amigos dizem a verdade.
– Sério que está tão estampado no meu rosto assim que aconteceu algo? – perguntei.
– Não. Mas eu joguei verde e você colheu maduro. – ele riu e eu dei um tapa em seu braço. – Ai. – esfregou o local que bati. – Mas então, me conte o que aconteceu. Já que você se entregou. – Sorriu. Respirei fundo e o olhei.
– Tom me beijou. – sussurrei.
– Isso é ótimo! – Georg falou alto e eu me apressei em tampar sua boca com a minha mão.
– Não é ótimo! – falei cochichando e o soltando.
– Por que não? – ele cochichou de volta.
– Porque ele é um idiota! Só pensa nele mesmo. – falei. – com certeza está brincando comigo.
– Hã... E por que estamos cochichando? – perguntou curioso e eu o olhei.
– Não sei. – falei normal e nós dois começamos a rir.
– Vamos sair! – ele falou se levantando.
– O que? Pra onde? – perguntei confusa.
– Sei lá, vamos nos divertir. É difícil eu ter uma amiga mulher, quero saber como é. – ele disse sorrindo.
– Ok! – falei me levantando. – Vamos sair!

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog