domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 2 - Fruto proibido.

– E aí pessoal?! – disse Georg assim que Gustav fechou a porta atrás dele. Tom se levantou e cumprimentou Georg e Gustav com um curto abraço, me levantei também, mas fiquei onde estava.
– Essa é Jhuna. – Tom falou apontando para mim. – Ela vai fazer parte da nossa equipe agora. Vai trabalhar com David.
– É um prazer Jhuna. – Georg veio até mim e pegou minha mão, dando um leve beijinho. – Sou Georg.
– Prazer em conhecê-lo também. – tentei manter uma expressão suave e ele soltou minha mão.
– Sou Gustav. – acenou e sorriu.
– Prazer Gustav. – sorri e acenei de volta, me sentando novamente no sofá.
Todos os três que estava ali na sala, se sentaram também no sofá e próximo de mim. Eu podia sentir minhas mãos suando e os batimentos do meu coração pareciam audíveis até mesmo para quem está no Brasil agora, só espero que esteja enganada. Todos eles eram muito divertidos, e eu não queria me intrometer na conversa, mas quase sempre dava uma risada baixa quando Tom ou Georg falavam alguma besteira.
– Hey Jhuna! – Georg chamou minha atenção e o olhei. – Não fique calada, pode conversar conosco. Eu sei que Tom é um animal, mas ele é domesticado. – sorriu e eu não pude segurar a risada.
– Muito engraçado você né Barbie? – Tom falou e jogou uma almofada em Georg. – Cala boca. – sorriu para Georg e depois me olhou. – Então, o que é mesmo que você vai fazer para o David?
– Sou uma espécie de negociante. Serei a fonte do lucro de vocês. – falei e ele arqueou a sobrancelha. – Acho que podemos dizer assim. – sorri.
– Se aumentar 50% do meu dinheiro, te peço em casamento! – comentou Georg.
– Bem... Na verdade eu ainda não sei se isso irá realmente dar certo, pois eu sou psicóloga.
– Psicóloga? – perguntou Gustav. – Então por que David quer que você seja nossa “negociante”. – disse fazendo aspas no ar em relação à última palavra.
– Ele me viu resolver uma briga de velhos bêbados à base da conversa, a situação teria realmente ficado feia caso eu não parasse com aquilo. – falei calmamente. – Então ele disse que eu tinha um forte “poder” de persuasão e que poderia dar certo.
– E como vamos saber se vai dar certo? – perguntou Georg. Quando ia responder que não sabia, meu celular tocou e o peguei no bolso da calça. Era uma mensagem de David.
“Mil perdões por ter te abandonado no aeroporto, mas pedi a Bill para lhe buscar. Espero que ele tenha feito. Amanhã volto para L.A e as 20h00min passo aí para te pegar, temos uma reunião importantíssima e vamos testar do que você é capaz, ok?”
– Parece que meu teste é amanhã! – falei sorrindo, mas eu estava completamente nervosa.
“Sim, Bill me buscou, muito obrigada. Tudo bem. Estarei pronta!”- respondi a mensagem de David e guardei o celular no bolso amanhã.
– A pizza chegou! – ouvi a voz de Bill e ele apareceu na sala, indo direto na direção da porta.
Foi muito divertido ficar conversando com eles, todos eram bem engraçados, inclusive Gustav, mesmo ficando quase sempre em seu canto. Quando terminamos de comer, Bill me mostrou onde seria meu quarto, pois já era de noite e eu ainda precisava arrumar minhas coisas. Fiquei no quarto de hóspedes que era do lado do quarto de Tom, o que na verdade eu não gostei, pois não seria nada legal se ele trouxesse a Ri(a)dícula para cá e fizessem... barulhos. Se é que me entendem.
Assim que terminei de guardar todas as minhas roupas e outras coisas, fui direto para o “meu” banheiro. Tirei minhas roupas e entrei no chuveiro, molhando meus cabelos e me arrepiando com a água quente. Não fiquei muito tempo tomando banho, afinal, era meu primeiro dia e não iria demorar né, então logo saí enrolando uma toalha na cabeça e uma no corpo. Coloquei minha lingerie preta, uma calça fina azul escuro e uma regata vermelha... Eu sei, combinação horrível, mas eu só iria dormir mesmo, então tanto faz. Deitei-me com a toalha ainda na cabeça e fechei meus olhos.
Era completamente surreal acreditar que eu tinha conhecido todo o Tokio Hotel, ainda mais, que eu falei com Tom. Sim, eu tenho uma quedinha por ele, mas ele JAMAIS saberá disso, até porque ele tem uma namorada e Tom nunca olharia para mim mesmo. Fechei meus olhos pensando no dia de amanhã, se acordaria e isso tudo estaria realmente acontecendo.
°°°°°°°
Meu quarto estava claro, uma brisa leve passava pelo meu corpo e eu me encolhi mais embaixo do edredom. Não queria abrir meus olhos, mas foi preciso, esfreguei-os e levantei minha cabeça, observando o quarto.
– É, não foi um sonho, realmente estou aqui. – falei sozinha. Eu tinha essa mania. Peguei meu celular no criado mudo e olhei as horas. Ainda era 08h20min. Provavelmente os Kaulitz nem acordado estavam ainda. Levantei da cama e peguei uma blusa de moletom preta e com a estampa da banda Matanza, vesti e fui para o banheiro escovar meus dentes. Depois que escovei meus dentes, tirei a toalha da minha cabeça e penteei meus cabelos, tentando arrumá-los com a ajuda da chapinha. Bom, acho que funcionou um pouco, mas para todos os efeitos, enfiei uma touca na cabeça e depois calcei minhas pantufas de tartaruga.
Acho que não teria problema eu descer assim e fazer um café, até porque os Kaulitz não acordariam tão cedo e eu necessitava de café! Peguei um livro sobre analise de comportamento que trouxe comigo, meus óculos e abri a porta do meu quarto. Estava tudo silencioso, então eu saí e desci para o andar debaixo. Fui direto para a cozinha, não sabia exatamente onde estavam as coisas para eu fazer um café, mas eu resolvi procurar.
– Só espero que eles não fiquem bravos por eu estar mexendo na cozinha. – comentei para mim mesma.
“Eles não vão ficar bravos, pare de ser medrosa!” – meu subconsciente do insano falou. Na verdade, era ela. A Jhuna rebelde.
– Não sou medrosa, apenas não quero ser mau educada! – rebati para a diaba.
“Você é uma pateta!” – falou e riu. – “Ninguém nunca vai olhar para você.”
– Cale a boca! Não preciso que ninguém olhe para mim. – falei nervosa. Perceberam que eu estava discutindo comigo mesma né? Pois é.
– Jhuna? – ouvi alguém falar. Eu estava abaixada no chão, procurando o pó de café no armário debaixo e assim que me levantei rápido, bati minha cabeça em uma porta que havia deixado aberta.
– Au! – coloquei a mão na cabeça. – Merda! – me virei e vi que Tom estava roxo de vontade rir. Eu estava pronta para me explicar, mas meus olhos abaixaram e viram seus músculos expostos, ele estava sem camisa, apenas com calça de moletom preta.
– Está tudo bem? – perguntou e eu parei de analisar seu corpo, olhando em seu rosto.
– Ai... – falei esfregando o local que bati. – Está sim. – disse me sentando em um dos altos bancos que tinha diante da bancada da cozinha. – Só estava procurando o pó de café.
– Pode deixar que eu faço isso. – falou indo na direção dos armários e pegando o café.
– Você sabe fazer café, por acaso? – perguntei. Afinal, eu vi em um vídeo uma vez, ele secando um copo com uma tolha de banho, então é surpreendente se ele souber. Tive vontade de rir ao me lembrar daquela cena.
– Claro que sei! Por que não saberia? – perguntou me olhando com uma expressão desafiadora.
– Não sei, foi apenas uma pergunta. – falei abrindo meu livro e colocando meus óculos.
– Hum... – ele murmurou e o olhei. Ele me encarava com uma expressão divertida.
– Que foi? – perguntei.
– Você está muito engraçada vestida assim! – falou e não aguentou mais se segurar, começou a gargalhar.
Olhei para mim mesma e corei na hora, me esqueci completamente de o quão ridícula eu estava com aquela roupa. Mas fiquei com um pouco de raiva por Tom estar rindo, então levantei e fui em sua direção, dando um tapa de leve na sua cabeça e voltei para o meu lugar.
– Não ria, eu estava dormindo, não tem porque ficar me arrumando toda para somente revirar na cama! – falei.
– Tem razão. Mas você parece uma nerd até mesmo quando se arruma. – ele falou e se sentou em uma cadeira ao meu lado, apoiando seu braço em cima da bancada.
– Eu gosto do jeito que me visto. E não fico sempre parecendo uma nerd! Aliás, eu não sou. – falei e voltei a olhar meu livro.
– Ah não? – perguntou com um tom de voz irônico.
– Não! Quando estou à trabalho é totalmente diferente. – falei.
– Vou descobrir isso hoje. É seu teste, não é? – falou.
– É. E você vai ver que não sou uma nerd e que não me visto mal o tempo todo. – respondi. Não sei como eu conseguia falar e ainda ler alguns tópicos do meu livro.
– Eu não disse que você se veste mal. – ergui o olhar o encarando. – Gosto de como se veste. Aliás, o que está escrito aí na sua blusa?- perguntou curioso.
– Matanza. É uma banda de rock brasileira. – expliquei. – Gosto muito.
Ouvi um “hum” e ele se levantou para fazer o café enfim. Às vezes eu tirava os olhos do meu livro e observava Tom. Seu corpo era perfeito, seus músculos bem visíveis e definidos, ele era todo bonito e tinha uma qualidade recém-descoberta por mim. Sabia fazer um bom café. Mas ele era uma espécie de fruto proibido e traiçoeiro, não me deixaria levar por seus encantos.

Postado por: Grasiele

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