domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 5 - Socorro, eu só faço besteira!

POV. Jhuna

Acordei no dia seguinte com uma leve dor de cabeça, eu não estava nem um pouco a fim de levantar, mas uma ânsia de vômito me atingiu e fui obrigada a correr para o banheiro, colocando praticamente as tripas para fora. Escovei meus dentes e voltei para cama. Isso era comum acontecer comigo, sempre passava mal assim e não havia remédios que ajudassem muito. Fiquei deitada apenas tentando controlar a vontade de vomitar, mas ouvi alguém bater na porta.
– Entra. – disse e alguém abriu a porta. Vi que era Tom.
– Bill disse que o café já está pronto. – falou e sua cara não estava muito boa.
– Hã... Acho que não vou tomar café ho... – senti a ânsia novamente e saí correndo para o banheiro. Senti mãos afastarem meus cabelos enquanto eu estava debruçada no vaso sanitário. – Não precisa fazer isso... – falei e voltei a vomitar.
– Shii... – murmurou.
Levantei-me e escovei os dentes mais uma vez. Eu estava me sentindo como se estivesse com uma faca em meu estômago, eu não conseguia andar ereta, apenas curvada e estava tonta. Sempre me sentia assim, era horrível e pior ainda era saber que algumas pessoas achavam que era fingimento meu, por isso nunca pedia a ajuda de ninguém.
– É melhor você ir ao médico. – Tom disse e me ajudou a deitar na cama.
– Não precisa, vai passar. – fechei os olhos e suspirei. – Obrigada.
– Tem certeza? Você está pálida! – falou e sentou do meu lado, na cama.
– Tenho, sempre é assim. – tentei sorrir.
– Eu vou buscar algo para você comer. – disse se levantando, mas eu segurei na mão dele e Tom me olhou.
– Ér... Não precisa. – o soltei envergonhada.
Ele não respondeu nada, apenas saiu do meu quarto. Minha dor de cabeça agora estava mais forte, sentia vontade de chorar, essas dores que eu sentia eram insuportáveis e completamente horríveis. Não demorou muito para Tom voltar ao meu quarto com uma bandeja enorme de comida, revirei os olhos e ele me repreendeu com uma cara feia.
– Não vou comer tudo isso. – falei.
– Mas pelo menos vai comer um pouco. – disse sorrindo e se sentou novamente na minha cama. – Anda, sente-se.
– Você não manda em mim. – falei.
– Anda logo, Jhuna! Não estou brincando. – bufei e me sentei na cama. – Vou ter que te dar na boca, ou você já sabe comer sozinha? – falou sarcástico.
– Muito engraçadinho você! – dei um sorriso falso e peguei a xícara de café.
– Por que você só toma café? – perguntou me olhando.
– Por que eu amo café! – ele riu.
– Toma, come. Assim você fica quieto e não fala babaquice. – peguei um dos morangos que ele tinha colocado em uma tigela e coloquei na boca dele.
– Hum... Amo morango. – falou de boca cheia e eu ri.
– Não fala de boca cheia! – falei rindo.
– AAA! – falou abrindo a boca.
– Nojento! – disse virando o rosto dele com a mão e ele começou a gargalhar.
No fim das contas, nós dois acabamos com toda a montanha de comida que Tom trouxe. Eu ainda me sentia enjoada, mas já não vomitava mais, minha cabeça ainda parecia que ia explodir. Fiquei deitada enquanto Tom disse que levaria as coisas lá embaixo, dizendo que iria voltar.
– Posso entrar. – Bill perguntou batendo na porta.
– Pode! – respondi.
– Tom me disse que está mal. – falou assim que abriu a porta e entrou no meu quarto.
– Sim, mas é normal. Acontece sempre. – sorri forçado.
– Se acontece sempre, não é normal. Vamos ao médico. – falou autoritário.
– Não Bill. Por favor! Eu não quero ir. – falei suplicando com o olhar.
– Não perguntei se você quer Jhuna! Não quero te ver mal e nós vamos ir sim. – disse e veio tentar tirar o edredom de mim.
– Bill, por favor! Não! – segurei o edredom com força e senti meus olhos marejando.
– Sério que você vai chorar só por que não quer ir no médico? – ele perguntou incrédulo e Tom chegou no quarto.
– Bill! Está fazendo ela chorar! – Tom falou alto e eu passei a mão em meu rosto, não tinha percebido que as lágrimas já tinham saído.
– Nós temos que levar ela no médico. – Bill falou e soltou meu edredom.
– Deixa que eu fico com ela. – Tom falou e veio se sentar do meu lado, mas Bill ainda continuava parado no quarto. – Não se preocupe Bill. Tchau. – praticamente o expulsou e Bill saiu do meu quarto, fechando a porta.
– Tem medo de médico? – perguntou gesticulando com as mãos para que eu desse espaço pra ele deitar.
– Não. – respondi indo um pouco mais para o lado e Tom se deitou. – Só não gosto deles. – Tom riu.
– Então você tem medo. – disse sorrindo. – Mas você também não é uma?
– Não, não sou uma médica. É diferente. – suspirei. – Mas eu não tenho medo!
– Tem sim. – peguei meu travesseiro e bati nele, depois coloquei de volta embaixo da minha cabeça.
– Não precisa ficar aqui. – falei olhando o teto.
– Tudo bem, não tenho nada melhor pra fazer mesmo. Não vai fazer diferença ficar cuidando de uma doente chata. – olhei para ele e Tom encarava o teto sorrindo.
– E por que não vai ver sua namorada em vez de ficar cuidando de uma doente chata? – perguntei curiosa.
– Por que eu não tenho mais namorada. – ele disse sério.
– Não? – perguntei.
– Não, ela quis dar um tempo. – falou e respirou fundo. – E um tempo para mim, é o fim. Mas como você sabe que tenho namorada? – dessa vez foi ele quem me olhou e eu encarei o teto. – Ou melhor, tinha.
– Digamos que conheço bem a banda de vocês. – falei.
– Então você é fã? – perguntou e eu não respondi. – Qual é?! Pode falar! Qual seu preferido? Não vou contar para Bill se disser que sou eu.
– Por que acha que você seria meu preferido? – perguntei e olhei para ele.
– Claro que sou eu! – falou convencido.
– Não, não é você Tom! – falei ficando irritada já. Como ele podia se achar tanto?
– Se não é eu, quem seria? Você só implica comigo. – ele disse e nos olhamos. – E onde tem implicância, tem amor! – falou sorrindo e apertando minhas bochechas. Dei um tapa na mão dele e ele riu.
– Onde tem implicância tem ódio também, sabia? – perguntei irônica.
– Então quem é?
– Quem é o quê, Tom? – falei pausadamente.
– Quem é seu preferido? – revirou os olhos.
– Georg! – falei rápido e claro, menti. Embora eu gostasse bastante do Georg.
– Eu o quê? – ouvi uma voz grave e quando percebi, Georg estava parado na porta sorrindo.
Merda! E agora? Ele ia achar que eu queria alguma coisa com ele ou algo parecido. Socorro, eu só faço besteira!

Postado por: Grasiele

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