terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 27 - Epílogo


Fazia quase dois meses que estávamos na casa dos garotos na Alemanha, simplesmente fazendo nada. E com isso, eu quero dizer muita comida gordurosa, filmes, descanso, e nada para fazer. Eu havia acabado de chegar do supermercado com Lizzie depois de ser cercada por paparazzi perguntando sobre o meu relacionamento secreto com Tom – e eu preferi acenar e sair correndo. Por que eles não vão perseguir o Tom e perguntar isso pra ele? Nem era para eu ser alvo de flashes, eu nem sei tocar triângulo!
Nos primeiros dias, conheci Simone e Gordon, que foram muito gentis e são incríveis. Eles também falaram algo de eu ser um anjo, porque Tom nunca havia se apaixonado. Simone me mostrou fotos de Bill e Tom quando eram bebês... Uma coisa que Tom não pode nem sonhar, porque Simone disse que tanto ele, quanto o Bill, odeiam que ela mostre essas fotos.
Bill tinha recebido as fotos que Georg mandou, e quando chegamos à casa, todos estavam comentando e zoando Tom, dizendo que ele ficava uma graça de cueca box, na beira da pia. Hum, eu tenho que concordar.
Estava no banheiro do quarto do Tom, procurando um prendedor de cabelo que eu tinha certeza que estava ali, só não lembro em que lugar.
Ouvi a porta do quarto se abrindo e pessoas conversando, entrando e fechando a porta. Percebi depois que era Tom e os meninos, mas também havia uma voz fina e irritante, que eu jurava ser aquela baixinha que tem um estilo totalmente Tom Kaulitz no feminino.
As vozes iam ficando mais próximas e eu consegui ouvir a conversa.
– Como assim! Eu nunca namorei alguém sério até dois meses atrás, nunca pedi alguém em namoro, quanto mais em casamento! – Tom se exaltava e as outras pessoas riam. – E se ela rejeitar?
– Aí você faz o que você sabe fazer melhor. – Disse Gustav.
– Ser irritante.... – Disse Georg.
– ... E persistir. – Completou Bill.
– Quer saber? Eu não sou nada familiar, é melhor esquecer essa ideia. – A voz de Tom ficava cada vez mais alta como se ele estivesse vindo em direção ao banheiro.
– NÃO, TOM! – Gritou a voz feminina. Eu tenho certeza que é a Jess. Mas o que ela está fazendo aqui? – TOM KAULITZ! Presta atenção, seu idiota: você não vai desistir dessa ideia. Você a ama?
– Sim... – Tom respondeu como se bocejasse.
– Você tem certeza?
– Sim. – Continuou respondendo como se estivesse de saco cheio.
– Então você tem todos os motivos para pedir ela em...
– Alguém amarra essa criança e joga no fundo no mar. – Disse Tom – Eu vou jogar essa aliança no vaso...
O trinco da porta do banheiro se mexeu e eu me afastei, acabando por bater na pia e não ter saída. A porta se abriu rápido e Tom entrou, ficando estático quando me viu ali. Ele me encarava assustado e meio receoso.
– Você ouviu? – Perguntou.
– Vo-você vai me pedir em casamento? – Perguntei de volta. Às vezes eu sou tão babaca.
Tom abriu a boca algumas vezes, na intenção de falar alguma coisa, mas a fechava novamente, pois nada saía. Olhei para trás dele, e vi quatro seres olhando nós dois sem dizer uma palavra.
Georg estava comendo uma banana, Gustav comia um pacote de biscoitos de chocolate, Bill estava sentado na cama e Jess ao lado dele, com um sorriso tão grande, que não cabia na boca.
Jess levantou da cama depressa.
– Surpresa!? – Ela gritou e veio correndo em disparada até onde eu estava. Infelizmente, ou felizmente, Tom barrava sua passagem na soleira da porta. Ela até tentou passar por baixo do seu braço, foi quando eu reparei que ele segurava um anel, mas não tive tempo de enxergar ou analisar o anel. Foi tão rápido! Jess esbarrou do braço de Tom e a aliança que ele possivelmente segurava, voou longe, por cima da minha cabeça e caiu dentro do vaso automático.
A boca de Tom, Bill, Georg, Gustav, Jess e também a minha, formaram um perfeito O. Ficamos todos paralisados com a cena da aliança indo por água abaixo. Jess parou e ficou olhando para dentro do sanitário, depois olhou para mim e para o Tom, com um sorrisinho amarelo no rosto, e um olhar de desculpas.
– Opa. – Ela sussurrou para si mesma. – Agora não tem mais aliança.
– EU GASTEI EUROS NESSA COISA! – Tom gritou. Foi quando ele percebeu que eu ainda estava ali. Eu sorri amarelo. Tom olhou pra mim, e eu olhei para ele... Nenhum de nós dizia uma palavra se quer.
Ele se virou e pegou a tal banana que Georg segurava e voltou a se virar para mim. Nós encaramos a banana e ele estendeu na minha direção. A banana meio mordida e sem casca.
– Casa comigo? – Perguntou, rindo. – Eu te amo. – Esticou ainda mais a banana.
Esse é o momento em que eu reflito sobre o amor e digo uma frase bonita? Bem, eu só estava encarando a banana e contando mentalmente quantas bactérias tem a boca de Georg. E o quão era estranho ver Tom segurando uma banana. Ironicamente, também me veio à cabeça um determinado momento em que eu estava com Liz, reclamando de Tom e ela me veio com a frase “Isso ainda dá casamento”. Destino irônico dos infernos.
– Cloe, você está demorando e eu estou ficando com medo da resposta. – Tom disse, dando um pequeno sorriso de nervoso e baixando a cabeça.
Dei um sorriso de orelha a orelha, abaixei seu braço com a banana e ergui seu rosto, o que não foi esforço porque eu já sou bem baixa.
– Acho que sim... – Eu respondi, passando as mãos (que tremiam, diga-se de passagem) em volta de seu pescoço e me aproximando lentamente.
– Você acha? – Ele franziu a testa e eu gargalhei.
– É claro que sim.
O sorriso dele foi tão grande e sincero e eu sabia naquele momento que aquele destino idiota estava totalmente certo o tempo inteiro, e nada poderia ser diferente para encontrar aquele cara, o Tom Kaulitz. Ele era o cara dos meus pesadelos. Mas apesar disso, era tudo que eu desejava mais profundamente.
– Tom se casando antes de Bill? Essa vai entrar pra história. – Gustav comentou baixinho, nos tirando do transe.
Tom me apertou na cintura, me puxando para si.
– Eu amo você. – Sussurrou, com nossos lábios próximos.
– Eu amo você! – Retruquei.

“Ah, mas que vontade enorme que me dava de socar a cara dele naquele exato momento. Eu nunca, em toda a minha vida, conheci alguém tão convencido quanto Tom Kaulitz. Convencido, egocêntrico pelo visto e narcisista - uma forma mais bonitinha de chamá-lo duas vezes de egocêntrico.
– Ai que ódio eu tenho dele. – Grunhi.
– Isso ainda dá casamento. – Liz disse rindo.
– Vira essa boca pra lá que quem está de pegação com o baixista sexy é você, Lizzie. – Disse eu, ela riu.”

Postado por: Grasiele | Fonte: x

Call Of Destiny - Capítulo 26 (Final) - Fotos!


POV’s Georg

Lizzie e eu entramos no apartamento dela e da Cloe rindo baixinho, e ela me empurrava algumas vezes, testando minhas pernas, esperando que eu caísse, e uma Cloe puta da vida, acordasse xingando os quatro cantos do planeta e o casalzinho nota mil, só porque, segundo minha namorada, ela foi idiota a ponto de não ter ido atrás do Tom mais cedo.
Ouvimos alguém assoviar alguma música, e o som parecia estar vindo da cozinha. Vi Liz ficar sem fôlego e arregalar os olhos.
– Tem um ladrão aqui? – Ela disse baixo e assustada, agarrando-se ao meu braço e puxando meu cabelo. Tudo bem, tudo bem, eu amo a minha namorada, mas meu cabelo não...
– Desencosta... – Eu sorri sarcasticamente e tirei sua mão do meu cabelo – Isso, então, onde estávamos? É, ladrão? Deve ser só a Cloe, meu amor.
– Minha irmã não sabe assoviar! – Disse rápida, me olhando.
– Vai ver ela aprendeu. – Dei de ombros.
Dei alguns passos para longe da porta de entrada e notei que Lizzie estava realmente com medo, agarrada à porta. Revirei os olhos e deixei o corredor, parando onde estava quando cheguei na frente da porta da cozinha.
O que me parou e me fez pegar o celular no bolso foi, nada mais nada menos do que uma cena bizarramente engraçada e um tanto quanto sugestiva. Comecei a tirar fotos, me segurando para não começar a rir.
Tom Kaulitz, o guitarrista da banda mais famosa da Alemanha (e o meu melhor amigo), de cueca boxer preta, assoviando melodicamente o solo de Pain Of Love e cortando morangos bem vermelhos em uma tigela de cerâmica em cima da pia. E para piorar, ele até fazia uma dancinha estranha, rebolando algumas vezes.
Para a minha sorte, ele nem havia se tocado de que eu estava tirando fotos, pronto para enviar a Bill e mandá-lo publicar no aplicativo dos gêmeos.
Quando abri foto por foto, não teve como não soltar uma daquelas gargalhadas estilo Bill de ser, que deve ter acordado até o vizinho que mora ali na China.
Tom se virou muito assustado e quase deixou a tigela de morangos cair no chão. Ele parecia um tomate de tão vermelho. Liz veio correndo até onde eu estava e teve um ataque de gargalhadas junto comigo, ao ver as fotos do celular.
– O que está acontecendo? – Disse uma voz de sono vindo de nenhum lugar, até que Cloe apareceu toda descabelada e enrolada em um lençol branco, meio transparente. Eu coloquei as mãos no rosto.
– Oh, não! CLOE! LIZZE, OLHA SUA IRMÃ! – Eu gritei.
– O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI TÃO CEDO? – Cloe gritou de susto. Provavelmente ela estava ficando vermelha.
– Pelo menos as fotos ficaram incríveis! – Disse entre risos, apontando para o meu celular, enquanto Lizzie corria para empurrar a irmã de volta para o quarto, ainda rindo.
– VOCÊ TIROU FOTOS? – Tom perguntou, ameaçando correr atrás de mim. – ME DÁ ESSA PORRA, GEORG MORITZ HAGEN LISTING! – Saí correndo, com ele atrás de mim.
Demos a volta pelo apartamento inteiro umas quatro vezes, e eu poderia dar mais quatro, só que Tom se jogou no sofá cansado. Mas é sedentário mesmo!
– Cansou, Tomizita de cueca cortando morangos? – Eu balancei o celular.
– Não tem problema você ter tirado fotos. – Disse ele, ofegante. – Eu sou gostoso mesmo, entendo seus desejos sexuais por mim. – Riu e eu neguei com a cabeça. – Mas sinto desapontá-lo, eu gosto de mulheres, e principalmente, eu amo a Cloe. “Nós” nunca vai acontecer.
– Cala a boca, Tom! – Joguei uma almofada nele, e ele soltou uma gargalhada. – Ei, espera, é por isso que você está seminu aqui? Você transou com a Cloe!
Lizzie e Cloe saíram do quarto, juntas, com Cloe devidamente vestida. Pior foi que elas saíram do quarto exatamente quando eu GRITEI que Tom transou com a nanica. Ela escondeu o rosto com as mãos e Tom começou a rir.
– Pegou as fotos, Tom? – Cloe perguntou, se jogando em cima dele, o fazendo rir.
– Eu adoro quando você me chama pelo nome. – Deu um sorrisinho de lado, e Cloe sorriu toda abobalhada. – E não pequena, não consegui pegar as fotos, mas eu descobri que Georg tem uma atração muito forte por mim.
– Claro, Tom, eu quero te levar para cama e ser seu ativo. – Revirei os olhos – A única pessoa por quem eu tenho desejos sexuais é Lizzie – Eu completei, beijando o rosto da minha namorada, que ficou vermelha e me deu um tapa leve.
Sentei no sofá, e Lizzie veio se sentar ao meu lado, se aconchegando em meu abraço. Abri as mensagens para enviar as fotos para Bill.
– Aposto que Bill vai adorar publicar as fotos no BTK. – Eu suspirei falsamente.
– É O QUE? Ele está me provocando! Georch, se isso aparecer na internet, Lizzie já pode providenciar seu caixão.
– Pode deixar Tom, eu prometo pegar um bem decorado com flores. Mas então... Tom, você ainda por aqui? – Lizzie desviou o assunto, olhando Tom da cabeça aos pés. – E ainda seminu.
– Pois é, o mundo dá voltas e Bill foi pra Alemanha sozinho.
– Vocês vão pra Alemanha com a gente? – Liz perguntou, olhando para Cloe e Tom.
– Tom? Eu vou? – Cloe perguntou virando o rosto para Tom, o que o fez sorrir, mas ela não viu.
– Vai, sim, minha pequena. – Disse perto do ouvido dela, que sorriu.
– Nossa, eu vou ter diarreia de tanto doce. – Revirei os olhos.
– Agora você não aguenta que mais alguém fique de pegação, não é, Georgzita? – Tom provocou.
– Eu não fico de pegação! – Retruquei.
– É mais ou menos assim que você faz: - Disse Tom, puxando Cloe pelo rosto e começando a beijá-la, bem ali, na nossa frente. Eu franzi o nariz e fiquei encarando, esperando eles terminarem, só que... Não terminou. E só aumentava a cena, com Tom puxando Cloe com cuidado até que ela já estava sentada em seu colo, e totalmente vermelha, arrumando seu cabelo que caía no rosto.
– Lizzie, amor, vamos pro quarto, porque eu já estou ficando diabético de tanto mel. – Eu fingi que ia vomitar. – Pelo menos, lá é desprovido de barulhos que não sejam os nossos. – Levantei e puxei Liz até seu quarto, que veio rindo todo o percurso.

POV’s Tom

– Cloe? – Chamei, sussurrando em seu ouvido, quando ela ainda estava deitada no meu colo.
– Hm? – Murmurou com preguiça, acho que ela estava quase pegando no sono, novamente. Ela era linda. Os cabelos ruivos que eu tanto amava nela caíam por um pedacinho curto de seu rosto, e seu semblante era sereno.
Ri baixo, notando que ela não iria fazer mais do que murmurar palavras que não existem. Passei os braços por debaixo das suas pernas que estavam uma de cada lado das minhas e, bem devagarzinho, me levantei, erguendo-a junto, segurando com força a baixinha no meu colo.
Cloe aninhou sua cabeça em meu peito, e deu um longo suspiro.
Coloquei minha pequena na cama, em seu quarto, e me deitei ao lado dela, aninhando nossos corpos, e assim dormimos por mais algum tempo.
(...)

Acordei com a minha mais nova (e irritante) cunhada chacoalhando nossos corpos sem parar, e ouvi Cloe grunhir alguns xingamentos.
– Vai, acordem agora! – Georg entrou no quarto gritando, e batendo na porta com força. – Vocês têm três horas para arrumarem suas malas, e se arrumarem. – Deu uma pausa, e eu e Cloe nem se quer nos mexemos. Na verdade, a única coisa que eu fiz, foi passar o braço pelo seu corpo e segurá-la como se fosse minha pra sempre e ninguém toca. – Anda logo! Partimos para a Alemanha às seis.
Os dois saíram do quarto, e Cloe se levantou quase morrendo, e se arrastou para o banheiro. Continuei deitado na cama, então a baixinha apareceu na porta, arqueando uma sobrancelha.
– Não vem tomar banho? – Perguntou, e eu ri, me levantando e indo para o chuveiro com ela.
Depois de tomar um banho com Cloe, e fazer mais algumas coisas, que fique claro que ninguém precisa saber o que é; deixei-a arrumando as malas, e fui atazanar a Liz e o Georg, isso claro, depois de ter enchido bastante as paciências da pequena, que me chutou para fora do quarto.
Exatamente duas horas e pouco depois, estávamos todos prontos para ir para o aeroporto. Mentira! Atrasamo-nos meia hora da hora que tínhamos combinado de sair do apartamento.
Com todos prontos, chamamos um táxi, que nos levou até o aeroporto, e com a ajuda de alguns seguranças, que tem como dever me seguir e os outros até no inferno, conseguimos entrar no avião sem nenhum machucado grave e com todas as partes do corpo no lugar, se levar em conta a quantidade de fãs que se aglomeraram no aeroporto com placas escrito “Georg loves cactus”, pois elas já sabiam que Georg quem iria viajar naquele dia, mas me pegar foi uma surpresa.
O avião atrasou alguns minutos para decolar, mas isso era normal, porque coisas assim sempre acontecem. E quando decolou, eu não sabia se eu apertava mais a mão da Smith ou se ela quem apertava mais a minha.
– Vai conhecer sua sogra, meu amor. – Debochei com ela, que me olhou revirando os olhos, e foi aí que eu aproveite e lhe roubei um selinho.
(...)

Acordei com a voz do piloto do avião, pedindo para apertarmos os cintos, pois o avião estava prestes a pousar. Depois de descer do avião, passar pelo detector de metais e ensinar Cloe que a placa para onde ela estava andando estava escrito “embarque” ao invés de “desembarque”, saímos andando pelo aeroporto tranquilamente, eis que aparecem alguns – muitos – paparazzi, tirando fotos e mais fotos.
Cloe arregalou os olhos, soltou minha mão e recuou para trás de mim.
Olhei para ela, e sem tentar entender, parei e me virei.
– Tom, anda! – Ela disse.
– Por que parou?
Ela não fez nada além de apontar para os fotógrafos. Eu entendi. Meu pequeno amor não estava acostumado com câmeras, e estava ainda mais preocupada com as fotos que sairiam dali. Revirei os olhos, me virei para os fotógrafos e dei um tchauzinho, depois virei para Cloe novamente, peguei em sua mão, entrelacei nossos dedos, e saí andando com ela para a saída do aeroporto, atrás de Georg e Liz, que já estavam lá na frente;

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 25 - Ironia ou Destino?


Fiquei estática por um tempo, e quando percebi a merda que tinha feito, desci do carro feito uma louca, talvez prestando mais atenção no fato de que o carro era um Audi R8, mais do que o estrago que eu tinha feito.
Olhei a situação em que o audi havia ficado, e coloquei as mãos na cabeça, pensando a mesma merda que pensei quando bati no carro do Kaulitz: "fodeu".
Vi um homem grande, usando dreads negros e roupas largas sair do carro, ainda de costas pra mim, e ele parecia realmente irado como se fosse mandar matar a pessoa que fez aquilo, digo, eu. Bateu a porta do carro com força e se virou para mim.
De repente, pareceu que toda sua raiva evaporou, deixando no seu rosto uma sombra de surpresa e um pouco de alívio. Quando o vi, pensei que pelo menos eu não iria ser morta, mas não tinha mais chances nenhuma de ser recontratada caso eles abram uma nova vaga de estilista. Corrigindo: mereço o Oscar por bater duas vezes no MESMO carro parado.
Tom abriu a boca duas ou três vezes tentando falar alguma coisa, mas nada saía, e ele voltava a fechá–la. Eu não sei como, mas sem ao menos pensar duas vezes, corri em sua direção e pulei em seu pescoço, agarrando–o. Se alguém tivesse acompanhado toda a cena, acharia mesmo que eu estava tentando enforca–lo, mas ele estava levando a melhor com toda a força que me apertava contra seu corpo. O abracei forte sem emitir nenhum som, com o rosto na curva do seu pescoço e sentindo–o abraçar minha cintura, me puxando ainda mais para cima.
– Cloe. – Ele sussurrou, e eu só fui capaz de ouvir, pois estava com meu rosto muito próximo ao seu.
– Senti sua falta. – Eu sussurrei contra sua pele, mas tinha certeza de que ele ouviu. Algumas lágrimas queriam muito ser derramadas por saber que ele não estava dentro de um avião, indo para um lugar bem longe de mim, e sim dentro daquele carro com a traseira totalmente arrebentada... Por minha culpa.
– Eu também senti sua falta, pequena. – Ele apertou minha cintura, afirmando sua frase. Eu sorri ao ouvi–lo me chamar assim mais uma vez. Não estava se referindo à minha altura agora, estava sendo possessivo comigo.
– O que ainda está fazendo aqui? – Não contive a pergunta. – Pelo o que eu sabia, era pra você estar dentro de um avião, indo para a Alemanha. – Sussurrei a última frase, sem desgrudar nossos corpos um segundo, e sem sair daquele abraço que me fazia muita falta.
– O que você está fazendo aqui? – Perguntou de volta, com as mãos no meu cabelo fazendo uma carícia agradável. Quando queria, conseguir ser a pessoa mais fofa.
– Bem... – Comecei sem graça. Mas não falei mais nada, então o senti afrouxar o abraço e me colocar no chão novamente para que pudesse olhar em meus olhos. Abaixei a cabeça, e ele puxou meu queixo, fazendo–me encará–lo. – Eu vim tentar não te perder. E apesar de ter noventa e nova por cento de chances de você já estar no avião, eu vim correndo, porque esse um por cento me fez tentar. E olha que ironia, eu bati no seu carro. –Ttornei a abaixar a cabeça, sorrindo envergonhada.
– Isso não é ironia. – Disse ele. Sorriu, dando uma leve abaixada, e puxando meu queixo para cima novamente.
– Tom, é a segunda vez que eu bato no seu carro nesse a–
Ele me interrompeu.
– É algo que eu nunca poderia imaginar que talvez um dia, acreditasse – Ele olhou para o céu, que escurecia aos poucos – É destino. – O olhei tão intensamente, que me surgiu uma vontade de dizer tudo o que eu sentia, apenas pelo olhar que ele me encarou.
– Eu pensei que não te veria mais! – Disse decidida, e ele me olhou surpreso, deve ter achado que eu não falaria mais nada sobre meus "sentimentos", mas eu estava choramingando que nem um pato. – Eu estava prestes a cometer uma idiotice sem tamanho, e então eu vi um desenho que Liz fez, com aquela foto que você tirou de nós dois, lembra? – Eu puxei rapidamente meu celular do bolso e desbloqueei o ecrã, mostrando que a foto continuava como fundo de tela. Tom sorriu, segurando alguns fios do meu cabelo que voava com o vento. – Então... Eu percebi, que nunca começamos com o pé errado. – Eu fiquei vermelha por estar dizendo aquelas coisas olhando para seu rosto – Que eu tinha que ter batido no seu carro para te conhecer irritado, para brigar com você diversas vezes e não ter se tornado amiga como eu me tornei dos outros garotos. Eu realmente tinha que ter acabado com sua paciência. Eu percebi que é você.
Tom abriu a boca para dizer algo, mas era a minha vez de interromper. A primeira vez na minha vida que eu faço um discurso digno de novela mexicana, não quero ninguém me interrompendo! Cala a boca, diretor!
– É você que eu quero, e quem eu preciso. Eu quero que você fique nos Estados Unidos, porque eu não saí da Europa por nenhum motivo, e não é pra lá que você vai sem mim. E mesmo que você não me aguente mais, eu vou te perseguir porque você me perseguiu por muito tempo e eu simplesmente não consigo te tirar da minha cabeça! Então perca seu voo, porque eu quero você do meu lado, assistindo algum filme babaca na TV, e quero que você vá em festas comigo e cuide para que eu não tire toda a minha roupa e me meta em encrenca, e que aguente minha mãe junto comigo. – Nós rimos juntos – Eu quero sentir seu perfume quando acordar, mesmo que você esteja só pulando na minha cama para eu bater a cabeça em algum lugar e querer arrancar a sua. E quero seu corpo para me abraçar e me esquentar com seu edredom cor–de–rosa. Mesmo que você me irrite de todas as formas, ou que me faça deixar um cara esperando num restaurante caro, eu só quero você. – Eu finalizei olhando para o chão, morrendo de vergonha. Estava orgulhosa de mim por ter dito tudo isso, mas envergonhada. Eu tinha todas as chances de ele me olhar com uma cara estranha e me dar um fora... Ou talvez não, pois ele simplesmente abriu um sorriso de orelha à orelha.
– Você não tem ideia do quanto eu esperei para ouvir você dizer isso! – Tom revirou os olhos, feliz. – Cada segundo, cada minuto, cada hora do dia, era você em quem eu pensava! Desde que eu derrubei seu celular no sanitário.
Eu deixei uma gargalhada escapar, e isso também fez Tom rir.
– E por que você implicava tanto comigo? – Perguntei rindo. – Não podia ser gentil, nem nada?
– Eu queria fazer tudo certo, mas você sabe, eu só faço tudo errado. Cloe... – Ele segurou meu rosto – Eu queria pegar na sua mão, queria tirar seu cabelo ruivo dos seus olhos e queria te dar um selinho cada vez que você ficasse mais vermelha do que eu o seu cabelo, o que é constante. – Arqueei a sobrancelha sorrindo. – Mas no hora que eu iria fazer alguma coisa certa, a coisa errada me dizia “Implique com ela, brigue com ela, provoque ela... Mas mesmo assim, espere que ela seja só sua". – abri um sorriso tão grande, que os cantos na minha boca chegaram a doer.
– Por que não está a caminho da Alemanha nesse momento? – Perguntei, lembrando–me de que ele não havia me respondido essa pergunta ainda.
– Eu não consegui – Tom me puxou para falar mais baixo – entrar no avião. Eu não consegui te deixar aqui.
O olhei sorrindo, e muito, muito feliz mesmo. E pude sentir a mesma felicidade nele. Pela primeira vez, eu acreditei em suas palavras. Consegui enxergar Tom Kaulitz como Liz dizia que ele era. Vê–lo como tudo que eu queria. Consegui senti–lo.
Tom me puxou pela cintura, e como em nosso segundo beijo, no banheiro feminino da boate em Las Vegas, colocou–me em cima de seus pés, me fazendo ficar ainda assim, na ponta dos pés, e me deu um beijo bem apertado na bochecha, um beijo com bastante pressão. Sorri, e ele foi fazendo um caminho da minha bochecha até minha boca. Quando por fim nossos lábios se tocaram, ambos sorrimos, e ainda com os lábios grudados, respiramos fundo, sentindo o perfume que sentíamos falta. E então o senti me dar um selinho, depois dois, depois três, e depois aprofundou nosso beijo.
Ele me segurava forte pela cintura, enquanto eu o apertava firme pelo pescoço. Parecia que não nos tocávamos há séculos. Suas mãos passearam pelas minhas costas, e depois voltaram a ficar fixas na minha cintura. Ele parecia mais preocupado em me prender contra ele, do que se apossar de todo o meu corpo. E tudo isso ali, no estacionamento do aeroporto. Por vezes parávamos o beijo, e sorríamos, tomando um pouco de ar, mas em questão de segundos, voltávamos a colar nossos lábios.
– Nossa, pequena! – Tom disse sorrindo, logo após ter separado nossos lábios e encostado nossas testas uma na outra. Sorri meio abobalhada. Ele me deixava assim. Era impossível pensar e resistir com ele tão perto. Mais fácil simplesmente se entregar. Não é possível resistir à Tom.
– Quer ir pro meu apartamento..? – Perguntei, e ele me olhou com um sorriso malicioso em sua boca. – ...Assistir um filme com Liz e Georch. – Completei rindo, e vendo sua falsa cara de desapontamento.
– Claro, linda. – Separou nossos corpos, e se virou para o carro. – Mas vamos ter que ir no seu carro. – Me olhou sorrindo, e eu soltei uma gargalhada, olhando–o como se pedisse desculpas.
Entramos no carro, e ele foi dirigindo, claro! Não quero bater em mais nenhum carro. O Audi? Bom, um de seus seguranças foi buscá–lo.
O que não faltou no caminho, foi assunto. Tom me perguntou que idiotice eu ia fazer, e eu contei sobre Nathan, a ligação, o encontro... Ele não ficou muito contente, mas ficou feliz em saber que eu não fui idiota o suficiente de sair com ele de novo, e segundo ele, fui "esperta em ter ido procurá–lo". Não deixou de ser egocêntrico. Segurava minha mão em intervalos e acariciava–a.
Quando chegamos ao apartamento, estava tudo apagado, e nem sinal de Liz e Ge. Apenas um recadinho em cima da mesinha, que fica na entrada; nele estava escrito:
"Cloe, eu e o Ge saímos para uma noite só nossa, porque não é nada legal fazer as coisas com você em casa! Voltamos antes do meio–dia de amanhã, então por favor, mantenha a casa em ordem e não quebre nada só porque o Tom realmente viajou e você é estúpida demais para se dar conta de que foi burra e [...] pausa dramática, pois Georg disse que isso vai deixar você ainda mais irritada. Só deixe a casa arrumada, ok? Beijos, Liz".
Foi meio difícil acreditar que aquele recado tinha sido escrito pela minha tão doce e ingênua irmã. Ela devia estar bêbada, só pode!
Senti o Kaulitz soltar uma gargalhada atrás de mim. É, ele estava sim lendo o bilhete. Afinal, mais curioso que ele, só... Não, não tem ninguém mais curioso que ele.
– Esse é meu garoto! Estou vendo que eu o eduquei direitinho. – Tom disse orgulhoso de si mesmo. – Mas precisava avisar para Liz que eu estou aqui agora e não vou te deixar sozinha.
Eu sorri de frente para a parede, feliz em ouvir aquilo.
Falei pro Tom ir para o meu quarto e escolher um filme para assistirmos, enquanto eu tomava banho, para me livrar de toda a maquiagem que eu havia passado, desnecessária.
Saí do banheiro vestindo um short, com uma camisa grande que chegava a tapar o meu short, que já não era muito grande, devo dizer, e deixei meus cabelos soltos e molhados.
Quando entrei no quarto, o Kaulitz, que antes colocava um CD no aparelho, virou seus olhos para mim, e olhou por todo o meu corpo, inclusive, para as minhas pernas. Isso não era possível mudar nele.
Apaguei a luz, e esperei que ele se deitasse na cama, para que eu me deitasse ao seu lado, se possível, bem aconchegada ao seu corpo. Assim foi feito.
O filme devia estar em seus primeiros 15 minutos – era Ladyhawke, o feitiço de Àquila, um filme bem antigo, mas muito bonito, Tom deve ter pensado que era alguma coisa de ação e se decepcionou, dizendo que o filme tinha péssima resolução. E isso também não seria possível mudar nele.
– Olha que resolução horrível! É pior do que o primeiro video–game que eu e Bill ganhamos!
– Presta atenção, Kaulitz! – Eu revirei os olhos, mas ao invés de sentir que prestava atenção no silêncio que se seguiu, eu senti que ele olhava para mim. Virei meu rosto para ter certeza.
– Você é linda. – disse baixinho, perto do meu ouvido, me arrepiando completamente.
Sorri e me virei completamente para ele, que tirou seu braço de debaixo do meu pescoço, e ficou por cima de mim, roçando seu nariz pela minha pele sensível. Lentamente foi desabotoando minha camisa, e eu percebi que ele estava tremendo ao fazer aquilo. Coloquei minhas mãos em cima das suas, impedindo–o de continuar, e fazendo–o me olhar.
– Por que está tremendo? – Perguntei.
– Porque eu não quero perder a linha com você. – Respondeu meio sem graça, mas daquele jeitinho "eu sou machão" que só ele tinha.
– Você é foda! – Disse mais como um "você fode com tudo mesmo, hein?!".
– Não, eu não quis dizer que não quero transar contigo! – Se embolou e depois entendeu o que ele tinha dito e ficou vermelho. – Caralho! Na verdade, eu estou morrendo de vontade, mas... – Não continuou a frase e desceu seus olhos para o meu corpo, dando uma bela analisada. – Você nunca para de ser tão gostosa? – Arqueou a sobrancelha, e voltou a me olhar. Sorri perversamente, e puxei a gola de sua camiseta para mim.
Tom me beijava ferozmente, da mesma maneira que eu o beijava. Suas mãos não pararam em um só lugar, elas conheceram todo o meu corpo, como se já não tivessem sido “apresentadas” antes. Separei nossas bocas e puxei sua camiseta, que ele fez questão de tirar sozinho ao se separar alguns centímetros, e ele terminou de desabotoar minha camisa, e eu a tirei. Tom deu uma boa olhada no meu sutiã de renda – eu nem sei porque estava usando aquilo.
Voltamos a nos beijar, e quando minhas mãos desceram ao botão de sua calça, ele as segurou, parando minha ação, e foi me beijando com mais calma para desacelerar o ritmo. Suas mãos foram para as minhas costas nuas, e me fizeram arqueá–las. Depois desceu as mãos para o short, e o tirou delicadamente, separando nossos lábios por segundos, que pareciam eternos para mim. Se ajoelhou de frente para mim, tirando a sua calça e admirando todo o meu corpo no escuro.
Voltou a se deitar em cima de mim, e a me beijar também. Estávamos separados por míseras roupas íntimas, mas eu sentia sua pele, me arrepiava e sentia vontade de “mais”.
Nosso beijo se tornou calmo, mas ao mesmo tempo, era ardente e cheio de fogo. Ele descolou nossos lábios e nossos corpos mais uma vez. A cada pausa, eu soltava um gemido baixinho de raiva e ele ria.
Voltou a se ajoelhar em minha frente, na cama, e pegou meu pé delicadamente, depois deu um beijo na canela, e foi fazendo um caminho de selinhos até a minha cintura. Subiu seus dedos do joelho, até a minha calcinha, bem devagarinho, fazendo–me arrepiar por inteira. Além de arrepios, eu sentia o desejo crescente de que ele fizesse isso o mais rápido possível, ou eu mesma faria. Começava a ficar excitada com seus toques.
Me remexi, puxando o fecho do meu sutiã e deixando–o aberto enquanto Tom fazia questão de me torturar e abaixar minha peça de roupa íntima com a maior lentidão. Se eu achasse um pote de ouro no final do arco–íris, não iria demorar tanto para abrir o tal pote. Não que uma coisa tenha a ver com a outra...
Afastou minha peça de roupa, passando por cima de mim e puxando o sutiã que eu já havia deixado aberto. Seus olhos brilharam. Deveria ser essa a reação dos meninos ao verem peitos. Ele abaixou o rosto até o meu e selou nossos lábios, duas, três vezes, demorando segundos em cada uma.
Apesar da calma e delicadeza que ele usava a cada ato, sentia que ele não queria algo tão lento. Ele queria fogo, mas tinha medo de passar dos limites comigo. Ao encostar seu corpo no meu, senti sua ereção visível encostando no meu corpo por debaixo de sua boxer. Ele soltou um pequeno gemido contra minha boca ao ter feito isso, e se separou milimetricamente para retirar o tecido, deixando–se completamente nu.
Ele comandava toda a nossa dança íntima. Passou um braço por debaixo das minhas costas, segurando–me firme e sua outra mão desceu pelos meus seios, acariciando–os lentamente por um tempo enquanto me beijava de forma que provocava arrepios no meu pescoço, com direito à mordidas e leves chupões. Escorregou mais um pouco, passando pela minha barriga e brincando com minhas curvas, acariciou minha coxa e seu lado interno, subindo até minha virilha e traçando um caminho perigoso. Me deixava mais excitada. Quando tocou–me intimamente, meus olhos se arregalaram, encontrando os seus e eu deixei um gemido alto escapar. Fazia movimentos lentos, explorando o local, descobrindo meus pontos sensíveis em que minhas costas se arqueavam e eu arfava pedindo com os olhos por mais. Mordi o lábio inferior quando colocou seu dedo dentro de mim. Não doía, só me trazia sensação de incômodo acompanhada por prazer, mas era apenas o seu dedo. Eu coloquei o rosto na curva de seu pescoço e respirei fundo, deixando que colocasse mais um e voltasse a apenas me tocar.
Eu não aguentava que continuasse só naquela lenta masturbação. Puxei sua mão e ele virou o rosto para mim, e então entendeu o recado. Ele inclinou–se para pegar algo no bolso de sua calça e eu me controlei para não rir – não acredito que ele carregava camisinhas no bolso! Senti–o levando minhas mãos para acima da minha cabeça e entrelaçando nossos dedos. Fechei os olhos e mordi a boca. Completou–me.
O calor que percorreu meu corpo naquele momento foi indescritível. Arqueei um pouco as costas, na intenção de fazer nossos corpos ficarem mais colados, ao mesmo tempo em que nós dois deixávamos gemidos altos escaparem. Tom escondeu seu rosto na curva do meu pescoço e sentiu que eu me movimentava contra sua cintura, pedindo por mais contato, e intensificou a velocidade de seus movimentos.
Sem soltar suas mãos, encravava minhas unhas em sua pele.
Senti os movimentos mais rápidos, mais fortes e mais intensos a cada vez. Estava quase indo à loucura. Seu beijo, seu toque... Ele, dentro de mim. Éramos parte um do outro naquele momento. Não havia nada que me fizesse sentir suja, ou achar aquilo nada menos do que romântico e perfeito.
Nossa dança sexual era ditada por ele, e em todos seus movimentos, eu acompanhava. Nós vozes, misturavam–se palavras sem sentido, gemidos e nossos nomes. Sensações que eu nunca havia experimentado. Cheguei ao clímax e ele me acompanhou, derramando–se, ainda movimentando–se e me provocando o máximo de prazer. Seu corpo deitou em cima do meu, apoiando–se com seu braço que havia soltado minhas mãos.
Senti sua boca beijar–me a testa suada com as mãos segurando meu rosto.
– Eu te amo, pequena. – Sussurrou no meu ouvido.
Arrepiei–me e senti meu coração acelerar, se é que já não estava tão acelerado. Tom saiu de dentro de mim, e se deitou ao meu lado, puxando–me pela cintura, fazendo–me aninhar em si. Assim o fiz. Deitei em seu peito, e o senti fazendo carinho em meus ombros, enquanto eu fazia círculos com meus dedos em seu peito nu.
– Eu também te amo, Tom. – Disse baixinho, e me ajeitei em seu peito, fechando os olhos, e pela primeira vez desde que fiquei longe de Tom, tranquila. Não havia nada me incomodando, eu estava completa, eu tinha tudo.

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 24 - Direção hidráulica.


Eu vi o dia amanhecer na terça porque eu estava sem sono e não havia conseguido dormir direito a noite inteira. Então, seria hoje que eu iria me encontrar com o Nathan depois de tanto tempo.
Lizzie ainda não havia viajado com Georg, mas os dois estavam dormindo no quarto ao lado e provavelmente ninguém iria querer ser acordado só para fazer meu café da manhã. Me levantei, arrumando a cama e prendendo o cabelo e passeei de moletom pela casa, abrindo as janelas e procurando algo para pensar e ocupar minha cabeça. Preparei um café da manhã que por sorte, ficou bom, porque tudo que eu faço na cozinha queima. E lá estava eu, jogada na cadeira, tomando uma caneca de café, quando Lizzie apareceu, toda penteada e arrumada para um belo dia no sofá, assistindo TV, e me encarou dos pés à cabeça.
– Eu não sabia que eu dividia uma casa com um mendigo. – Ela riu. Pegou minha caneca de café e tomou – Essa coisa está sem açúcar e essas panquecas estão queimadas.
– Obrigada por acabar com a minha alegria de achar que estava tudo bom. – Abaixei a cabeça.
– Por que você está parecendo um saco de batatas? – Perguntou.
– Porque eu não dormi direito. – Ela continuou me encarando e esperando que eu continuasse – Porque hoje é terça.
– E por que seria um dia especial para você se são os Kaulitz que vão viajar? – Perguntou.
– Os Kaulitz vão viajar pra onde? – Perguntei, de repente, ficando interessada em conversar com alguém tão cedo.
– Para Alemanha. – Deu de ombros e me lançou um sorriso desafiador. – Mas você não precisa se importar, você vai estar saindo com o seu ex quando eles estiverem embarcando no avião. – E riu de uma forma sacana, esperando que eu perguntasse mais sobre o assunto e demonstrasse interesse.
– É! – Eu sorri falsamente – Eu vou sair. Quer ajudar a escolher minha roupa?
Lizzie colocou a caneca na mesa com força e se irritou.
– Olha aqui, Cloe, eu não estou acreditando que você vai mesmo nessa merda! Você ouviu o que eu acabei de falar? Bill e Tom vão VIAJAR para a ALEMANHA! Eles não vão voltar tão cedo! Eu não acredito que você vai ignorar esse fato.
– Não faz muita diferença na minha vida.
Eu posso ter dado de ombros novamente, mas por dentro eu imaginava se eu estava tomando algum caminho errado, fazendo besteira e sendo babaca.
– Faz sim! – Lizzie disse. Imagino que só não estávamos discutindo novamente (o que fizemos esses últimos três dias) porque Georg ainda estava dormindo, aquele preguiçoso. – Quer saber? Cloe, Tom está apaixonado por você.
– Eu não acredito nisso! – Retruquei, tentando não acreditar nela e proibindo que um sorriso aparecesse na minha cara.
– Ok, então, ele está LOUCO por você!
– Por que você insiste em defender ele? – Eu revirei os olhos. Ela continuou falando como se eu não tivesse interrompido.
– Georg ligou para o Bill ontem para saber como as coisas estavam, e o Bill respondeu que ele fica trancado no quarto, ouvindo Stereo Hearts o dia inteiro e só abre para perguntar quando o voo vai sair ou para comer alguma coisa. – Ela ficou em silêncio por segundos, me encarando, e eu fazia o mesmo, esperando que ela dissesse algo mais interessante. – Cloe, Stereo Hearts! É o cúmulo do clichê em versão rap! Sabe, aquela música “meu coração é um rádio, ele bate por você, então ouça atentamente, ouça meus pensamentos a cada nota”?
– Eu sei! – Me levantei da mesa da cozinha. - Ah, Liz, por favor, ele só pensa que está apaixonado por mim, quando menos perceber, não farei mais falta na vida dele. – Eu revirei os olhos como se fosse fácil falar aquelas coisas. – É a convivência.
– Estou impressionada com sua capacidade de ser idiota!
– Bom dia, meu amor, Cloe. – Georg passou pela cozinha e beijou os lábios da minha irmã, fazendo carinho no seu rosto.
De repente, senti vontade de ter um namorado. Mas essa vontade passou tão rápido como se fossem borboletas no estômago e logo o ácido produzido matasse-as. Triste.
– Bom dia Georg. – Eu disse, mais parecendo com um zumbi do que um ser humano. Atravessei a cozinha, dizendo que iria preparar minha roupa para o meu encontro mais tarde e depois, jogar um pouco de video game. Ouvi eles dizendo algo sobre mim depois que eu saí, como “ela ainda não desistiu?” e a Liz respondendo um “não” de saco cheio.

Me ocupei o resto do dia ora vendo algum filme no computador, ora dormindo. Quando você simplesmente não quer que algo aconteça, parece que a hora do dia passa voando e quando você olha para seu relógio, só falta quarenta minutos para estar pronta. Tomar um banho rápido foi fácil e escolher um vestido de renda preta também. Calcei um salto e andei até o guarda-roupa para pegar um casaco. Peguei minha bolsa, a chave do carro (que eu mal sabia dirigir) e corri até o hall de entrada. Logo atrás, era a sala, onde Georg e Liz estavam deitados em uma cama improvisada entre a televisão e o sofá, cheia de edredons. Olhei para trás e acenei.
– Tchau, gente.
– Cloe, espera! - Liz disse, levantando-se do seu colchão e correndo. Ela não falou aquilo como alguém que vá voltar a discutir comigo, falou como se quisesse avisar algo sem muita importancia, mas eu estava errada.
Coloquei a chave na porta, olhando para a cara dela e esperei que ela falasse.
– Eu sei que não adianta mais... - Ela disse, olhando para o relógio. Ah, claro, o voo dos meninos já deveria ter partido. Que ótimo.
Coloquei as mãos no bolso e senti algo dobrado. Algo como papel. Tirei lentamente o papel de lá e desdobrei, notando que se tratava do desenho que Lizzie havia feito, copiando a fotografia que tinha no plano de fundo do ecrã do meu celular. A foto que Tom tirou de nós dois no dia em que compramos. Levantei os olhos para Lizzie e vi que ela prestava atenção no que eu tinha em mãos.
Fui incapaz de dizer alguma coisa. Aquilo era algum tipo de misterioso sinal do destino, ou era só provocação mesmo?
– Vai, agora joga na cara. - Eu revirei os olhos.
– Quando ele foi se despedir de mim... - Ela começou, meio rindo, meio séria. - Ele disse bem baixo no meu ouvido "eu me apaixonei pela sua irmã de um modo que nem consigo explicar, e agora eu estou perdendo ela. Por que o nosso plano não deu certo?". - Ela deu de ombros após isso. - Infelizmente, eu não pude explicar o que aconteceu para ele. Acho que tivemos pouco tempo, ou talvez ele tenha ido me procurar muito tarde, tudo já estava acabando. - Ela pareceu falar consigo mesma. - Pensa, Cloe. Nathan não te conhece tão bem quanto Tom, nem tem tanto carinho por você como ele, nem te ama tanto como o Kaulitz.
Lizzie passou a mão no meu ombros e ajeitou minha roupa.
– Você tem que escolher quem vai fazer mais falta... E concordemos que, nós duas sabemos quem é. - Ela piscou e voltou para o colchão. - Boa noite para você.
Eu fiquei meio confusa. Obrigada, viu, Lizzie?
Kaulitz. Sykes. Eu apaixonada por um deles. Mas que merda eu consegui fazer com a minha vida? E toda aquela determinação de me mudar e não me deixar cair mais na tentação de algum cara? Foi para onde? Pro inferno? Pode ser! Fechei os olhos e respirei fundo até ouvir algumas risadas de fundo na sala. Abri os olhos novamente e encarei Georg e Liz, me assistindo e rindo de mim. É, eles sabem que fizeram uma confusão na minha cabeça.
Por mais que pareça estranho, sem sentido e meio babaca, Georg e Liz me fizeram sair correndo de casa com uma determinação que saiu não sei de onde, simplesmente porque me fizeram perceber, abraçados, que eu (e eles) ainda faziamos parte de algo que não existia em Nathan. Esse "algo" se chamava Tokio Hotel.
Entrei no carro e acelerei até o aeroporto, porque eu sabia que tinha pouco ou quase nenhum sobre tempo. Se Lizzie estivesse certa, eles poderiam já ter partido e minha chance também vai pro inferno assim como minha determinação em não me apaixonar.
Levei séculos para chegar no aeroporto, o que só me deixava mais nervosa e irritada, pois eu estava perdendo muito tempo. Quando finalmente cheguei, o que menos me importava era estacionar o carro, mas eu tinha que fazer isso. Vi uma vaga meio estreita ao lado de um carro cinza de um modelo conhecido. Sem pensar, virei todo o volante para a esquerda e ME ESQUECI COMPLETAMENTE QUE O CARRO TEM DIREÇÃO HIDRAULICA!
X da questão? Pela segunda vez no ano, eu bati meu carro em um carro PA-RA-DO! E sabe qual a parte mais cômica disso tudo? Que, pela segunda vez, eu bati em um Audi R8 cinza, com uma placa estranha escrito "T.K".
– Merda.

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 23 - Sendo babaca.


– Sou eu... Nathan.
Ao ouvir aquele nome, meu coração parou, tal como a minha respiração.
– Nathan? – Eu perguntei retoricamente. Minha voz era uma mistura de desconfiança, surpresa e talvez tristeza.
– Sim, Nathan Sykes. – Ele disse com a voz firme.
Prendi minha respiração e respondi com toda a agressividade que eu tinha dentro de mim.
– Como tem coragem de falar comigo, seu babaca?! Não torne a me ligar nem mais uma vez, eu quero total e nada menos do que distancia de você! – Gritei, quase batendo o telefone no gancho, mas a voz de Nathan cortou a linha, gritando meu nome. – O que você quer?
– Por favor, me dê cinco minutos e eu vou te fazer não querer desligar esse telefone.
– Nathan, você não tem mais efeito sobre mim! – Eu disse, firme.
– Por favor. – Eu suspirei, revirei os olhos e senti vontade de enfiar minha cabeça na privada e ir junto pro esgoto com meu antigo celular. Ele entendeu que era para continuar a falar. - Cloe, primeiramente, quero me desculpar pelo que eu fiz.
– Caramba, eu não imaginava que fosse a primeira coisa que iria dizer! – Usei todo o meu sarcasmo. – Claro, porque, se você quer que eu continue na linha, acertou em cheio no que precisa falar!
– Você continua encantadoramente educada, mas me deixe terminar. – Eu bufei e ele continuou. – Eu sei que o que eu fiz foi errado e fiz você sofrer... Eu me castiguei por isso.
– Você é tão óbvio! Por que eu ainda não desliguei na sua cara?! – Gritei, novamente, a ponto de enfiar o telefone no gancho.
– Eu tenho cinco minutos! – Ele disse.
– Então se apresse, pois seu tempo está acabando.
– Ok, ok! – Ele disse e respirou no telefone, fazendo um barulho que quase me fez ficar surda. Ele provavelmente deveria ter um IPhone para ser tão alto assim. – Quando fui atrás de você, na casa da sua mãe, ela me disse que você veio para Los Angeles por trabalho e que iria ficar um bom tempo. E eu devo dizer que vim atrás de você e agora eu estou em algum lugar dessa cidade, hospedado em um hotel, tentando te ligar há dias, mas seu celular não estava funcionando.
Eu ri naquele momento por lembrar que Tom jogou meu celular na privada. Obrigada, Tom! Me livrou dessa égua por dias.
– Eu pedi seu número novo para sua mãe, e ela me deu... – Ah, mas minha mãe é uma verdadeira... – E eu venho tentando ligar e só agora você atendeu!
– E você está me dizendo tudo isso, por que...?
– Você nunca foi tão fria, Cloe, o que aconteceu? – Perguntou.
– Conheci um vagabundo. – Respondi, grossa. Nathan soltou um “Ah”. – Nathan, valeu pelas desculpas, ok? Aceitei tanto como fui com a sua cara depois que atendi o telefone. Agora, se você não tem mais nada para fazer, eu tenho...
– Cloe, janta comigo essa noite.
Eu olhei para o telefone... E consequentemente o telefone olhou para mim, até porque, aquele era um objeto! E Nathan esperava minha resposta. Sério isso, diretor?
– O que te faz pensar que eu te daria essa chance? Bateu a cabeça, foi? – Eu falei com um tom debochado. APRENDI COM OS MELHORES, vulgo Tom Kaulitz.
– Eu mudei... – Ele parecia estar sorrindo do outro lado da linha. – E eu não paro de pensar em você.
E isso até me lembrou aquela música da Duffy, Mercy. “Você me tem implorando por misericórdia”.
– Você me disse isso uma vez e quem garante que pode ser verdade? – Eu provoquei.
– Saia comigo e deixe-me provar a você. – Disse com um tom de voz enlouquecedor. Eu quase podia sentir vontade de correr para os braços de Nathan novamente, mas acho que preferia correr para os braços de outra pessoa.
Depois de um longo minuto, Nathan checou para saber se eu não tinha morrido do outro lado da linha.
– Hã, certo. Mas hoje não. – Eu respondi, castigando-me por aceitar aquela porra. – Te encontro na terça, às oito em frente ao cinema Buffay na quinta avenida. Tem uns restaurantes lá.
– Ah, terça está tão longe. – Fez drama. Por favor, terça era só três dias depois daquele. – Não quer que eu te pegue? Me dê seu endereço.
– Sem essas babaquices, Nathan, eu sou uma menina crescida, por favor. – Desliguei o telefone e escorreguei na parede do quarto. Estava escuro, pois eu entrei sem nem ascender a luz. Fiquei olhando para os meus Oxfords no escuro e sua sombra, esperando que alguma luz no meu cérebro me fizesse abrir aquele telefone e gritar para o Nathan que eu queria que ele sumisse da minha vida, pois agora eu tinha ao Tom e nada mais importav...
Eu não tinha o Tom, por isso o lado “não-estou-bêbada-constantemente” do meu cérebro me fez responder sim ao Nathan.
Oh, eu não acredito! Eu não tinha o Tom! Eu realmente não o tinha mais! Isso, Cloe, agora sorria. Você se desfez de mais um cafajeste da sua vida, agora abra os braços para voltar ao passado e esquecer qualquer um que simplesmente te disse “Nos vemos algum dia” e foi embora para seu cobertor rosa em sua mansão confortável e cheia de putas em algum lugar aqui em Los Angeles.
Pensando assim, eu acabei por me dar conta de que não tinha muito a fazer do que sair correndo e contar para Lizzie. Tirei meus sapatos e larguei minha bolsa, correndo para sala e vendo Lizzie encostada com a cabeça em Georg no sofá. Ela se assustou com minha chegada repentina.
– Mas o que foi...?
– O Nathan me chamou para sair com ele! – Eu despejei. Georg me olhou estranho e Liz, depois que processou a informação, quase pulou pela janela e ficou vermelha de raiva.
– E VOCÊ VEIO ME DIZER QUE NÃO ACEITOU, NÃO É? – Ela gritou, abrindo um sorriso tipo Coringa, do Batman, que acabou de matar cem milhões de pessoas.
– Na verdade, eu aceitei. – Me encolhi e vi ela se levantando do sofá e vindo correndo atrás de mim. Eu corri até o banheiro e fechei a porta. Lizzie começou a espancar a porta com todas as suas forças, gritando.
– DESMARCA, SUA VACA! EU NÃO ACREDITO QUE FEZ ISSO! É O NATHAN, VOCÊ É LOUCA? BEBEU? EU NÃO TE PERMITI TOMAR BEBIDA ALCOOLICA! CLOE, VOCÊ É BABACA?! PUTA QUE PARIU...
– EU NÃO TENHO ESCOLHA, EU TENHO QUE FAZER ISSO, LIZZIE! – Gritei de volta.
– POR QUE? – Ela gritou de volta, parando de bater. – Você não vai esquecer o Tom, se quer saber!
– De onde Tom surgiu? – Eu perguntei, retoricamente.
– Leipzig, Alemanha. – Informou uma voz lá de trás.
– Ele surgiu há muito tempo, mas todos nos lembramos de você, beijando ele hoje mais cedo!
Droga! O beijo! Eles haviam visto isso!
– O que? Puff! – Eu tentei disfarçar – Era um beijo no rosto, estávamos nos despedindo, eu gostei de trabalhar com ele.
– Foi, Cloe? Gostou de trabalhar com o guitarrista desgraçado? – Ela provocou.
Eu abri a porta do banheiro e ela tomou um susto.
– Olha aqui, Lizzie, isso não importa. Nós não temos nada um com o outro e nem nunca vamos ter. Vamos esquecer o Tokio Hotel, certo? – Lizzie apontou para Georg atrás dela e eu ri. – Aí, Georg, valeu por vir de lembrancinha! – Eu fui irônica.
– Cloe, não é assim que funciona! – Ela quase voltou a gritar, mas eu estava bem de frente para ela. – Você não pode sair com o Nathan depois de tudo que ele te causou.
– Posso sim! – Eu disse, tentando convencer mais à mim do que a Lizzie. – Eu sei que em algum lugar da minha cabeça, eu tenho razão.
– Quando vocês vão sair? – Perguntou Lizzie.
– Na terça.
Ela revirou os olhos.
– Pelo menos você tem três dias para pensar sobre o Tom. – Disse.
– EU NÃO TENHO NADA A PENSAR SOBRE ELE! – Gritei.
– Cloe... – Começou Georg. – Sei que não sou especialista nisso, mas você sabe o que o Tom sente?
Eu bufei.
– E você, Georg, sabe? – Perguntei retoricamente. – Ninguém sabe o que ele sente, mas a gente sabe o que ele é, e o que ele não vai deixar de ser. – Eu balancei a cabeça e limpei uma lágrima que quase escorreu dos meus olhos. – Se me dão licença.
Passei por eles como um furacão e tranquei a porta do meu quarto.

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 22 - Não precisa se despedir!


– Vamos, vamos, vamos! – Ouvi David adentrando o camarim e batendo palmas para os meninos se apressarem. – Vocês estão atrasados! Meninas, adiantem com isso.
Olhei para meu “chefe” sugestivamente. Eu estava sendo a mais rápida e só quem atrasava agora era o cabelo e a maquiagem do Bill, vamos combinar, a parte mais complicada de todo o Tokio Hotel.
Como sempre, o primeiro a sair era o Kaulitz. Sua roupa era básica e quase não precisava fazer maquiagem. Ele parou em minha frente para que eu desse uma última ajeitada em seu visual. Fechei seu colete, ajeitei e passei a mão pelos ombros para tirar o possível pó. Sem olhá-lo.
– Você parece triste, pequena. – Parece que alguém percebeu o sorriso morto em meus lábios. Ele puxou meu queixo com a mão, fazendo-me olhar para seu rosto. – O que houve? – Perguntou olhando fundo em meus olhos.
– O que? Hã, nada. Vai, vai, você tem um show e Jost já está com formiga na bunda. – Sorri sem humor, passando a mão novamente pelos seus ombros. Ok, vamos concordar que já não tinha mais pó nenhum lá, mas eu simplesmente não conseguia ficar sem tocá-lo. – Vai lá, e mostra para as fãs o que você sabe. – O empurrei de leve.
– Você quer que eu fique nu e mostre para elas o que eu “sei fazer”? – Ele fez piada e riu, mas não teve muita graça.
– Aquela outra coisa que se chama tocar gui-tar-ra, Kaulitz. – Revirei os olhos e o empurrei novamente.
Estávamos na frente da escada, ele já tinha sua Gibson nas mãos. Quando foi subir no palco, deu meia volta e parou novamente na minha frente, abaixando o rosto e depositando um beijo estalo na minha boca que eu não tive forças para retribuir. Ele subiu no palco e eu quase fiquei surda.
Era hoje, o último show, o fim da turnê. Meu contrato acabaria e talvez eu não voltasse a ser contratada, pois era só para aquela vez. Amanhã nos despediríamos assim que chegássemos à Los Angeles, cada um iria para um canto, e provavelmente eu só continuaria vendo o Georg, já que ele e a minha irmã estão definitivamente namorando.
Todos estavam felizes, sorrindo e animados para o último show. Por que eu não estava assim? Por que eu não me permitia sorrir? Por que eu não conseguia sorrir?
No outro dia, na praia, eu não fazia ideia de como ficaria, eu pensei que ficaria bem, que tudo voltaria a ser como antes, ou até melhor, porque já não pensava mais naquele problema que mudou toda minha vida... O Nathan... Longa história, longa e dolorida história. Agora eu me via sem ter o que fazer. Eu nunca imaginei que doeria tanto pensar em ficar sem o Kaulitz. Sabe, é o Kaulitz! Repugnante, idiota, irritante acima de tudo! Eu só queria ficar longe dele no começo dessa turnê, porque ele realmente irritava. Mas agora eu me via com medo de sentir falta de que ele me irrite.
Agora, eu queria-o lá para me irritar.
E tudo que eu previa para o meu futuro era dias comprando roupas das vitrines, sem nenhum outro tombo magnífico que me levaria a dividir um edredom rosa com um garoto perfeito, mas sem nenhum adjetivo positivo. Ok, talvez ele só fosse bonito. Além de ser alto. E ele beija bem. E ele sabe ser romântico, e ele sabe (mesmo que da pior maneira) me fazer confiar nele, me faz desejar por ele, sonhar com ele, querer ficar cada vez mais perto dele...
Nunca passou pela minha cabeça sentir a dor cortante que estou sentindo só de pensar que, em questão de horas, eu posso “não precisar” vê-lo mais.
– Tudo bem, Cloe? – Bill perguntou, parando na minha frente.
– Que? Sim, claro. – Dei um sorriso fraco e percebi que ele estava esperando que eu ajeitasse sua roupa. – Boa sorte, Bill.
– Ei, Cloe... – Ele começou. Eu olhei atentamente. – Sabe, você foi a única... – Bill parou de falar, olhando para alguma coisa atrás de mim. Ah, claro, não se pode esperar que Bill termine uma frase sem se distrair com uma mosca no meio tempo. – Olha, que duendes legais. Foi você quem desenhou, Liz?
– Sim, foi. – Disse Lizzie, parando ao meu lado e mostrando os desenhos.
– Ela desenhava dinossauros antes. – Eu informei.
– Posso ver? – Perguntou. Antes que minha irmã pudesse responder um “claro”, David Jost já tinha gritado um “NÃO” e mandando-o para o palco.
Assistimos ao show do Tokio – digo, as meninas assistiram, porque eu fiquei deitada em um sofá no camarim. Primeiramente, imaginando como seria tudo sem eles. E sem ele, principalmente. Logo depois eu devo ter tirado um cochilo.
Parece estranho e soa meio depressivo, mas eu tinha me ligado a ele de uma forma inexplicável e eu não queria me soltar. E essa possibilidade, que realmente iria acontecer, só me fazia querer chorar.
– Cloe, viu o show? – Perguntou Gustav, que era o primeiro a entrar com suas baquetas nas mãos, descendo as escadinhas do palco. Logo todos entraram no camarim.
– Nossa, o show foi incrível. – Bill disse sorrindo e pulando de alegria, dando abraços apertados em Nick o tempo todo. Como assim? Caramba, o show acabou mesmo.
– Nossas fãs são tão... Hum... Altas! – Georg disse rindo. – Teve aquela hora em que o Tom tirou o colete e nem as caixas de som ajudavam Bill a cantar mais alto que elas gritando.
– Impressionante. – Eu murmurei, tentando parecer feliz.
Naquele momento, nada e Tom Kaulitz era a mesma coisa. Quieto entrou no camarim e quieto permaneceu. Todos ali presentes demonstravam nem perceber isso, mas eu sei que eles tinham percebido, afinal, estamos falando de Tom Kaulitz quieto. Isso é quase o apocalipse para uma pessoa que costuma ficar o tempo INTEIRO zoando alguém ou falando de si mesmo.
– As fãs estão loucas e cercando toda a arena. Tem fila de fãs até na rua de trás. Vamos aprontar as coisas para os últimos autógrafos da noite. – Jost entrou no camarim parecendo muito feliz pelo show ter corrido bem, junto com mais uma equipe de empresários que estavam abraçando os garotos empolgados. – Bom... Como vocês sabem, esse foi o último da turnê Best Of. Chega pra lá, Cloe. – se sentou ao meu lado e eu fiquei no meio de Jost e Georg. – E como eu sei que vocês não veem a hora de chegar a Los Angeles, e depois partirem para verem suas famílias... – ele sorriu, fazendo suspense. – Adiantei o voo de vocês, e ele sai hoje mesmo, mais tarde.
Bill, Gustav, Georg, Lizzie, Jess e Nick comemoraram de verdade, levantando as mãos, sorrindo e falando alto. Eu arqueei as sobrancelhas, olhei para Tom, que logo voltou o olhar para mim, mas eu tornei a abaixar a cabeça.
– Oba! – o Kaulitz animou-se ironicamente, recebendo os olhares de interrogação de todos.
(...)

Nunca fui boa em mostrar meus sentimentos, muito menos relatá-los, prefiro guardar tudo para mim. Vou acumulando e algum dia desconto em alguma coisa se estiver impossível de guardar mais. Mas hoje, estava impossível fingir que estava tudo ok. Eu jogava as peças de roupa na última mala sem me preocupar se iriam amassá-las ou não. Não precisava ser um Einstein para perceber que tudo iria acabar, e era só pensar dessa forma que eu ficava até com raiva. Fui catando as coisas em cima da cômoda e notei que o cubo mágico ainda estava lá. Eu arremessei o cubo com toda a minha força para a mala e machuquei o braço.
– Merda! – Gritei sozinha. Permiti que algumas lágrimas rolassem pelo meu rosto. Não, não era só por causa de Tom Kaulitz, apesar de grande parte de a dor ser sim por sua causa, mas não se tratava apenas dele, tratava-se de todos... Eu sentiria falta de todos.
Arrumei-me pela última vez e me sentei em cima da mala. Bateram na porta. Não era quem eu queria, porque o Kaulitz já chegava entrando (não se preocupava se eu estivesse de pijama ou até mesmo nua, para ele, seria até sorte me encontrar assim).
– Cloe, vamos? – Era Liz.
– Ah, sim, claro. – Dei um sorriso sem humor. – Não vejo a hora de chegar em casa. - Cara de pau, eu? Nem um pouco!
Descemos até o hall do hotel e todos foram se encontrando, segurando suas malas, juntos em uma roda e conversando. Principalmente rindo. Tom estava lindo. Ele usava um casaco jeans mais claro do que costumava usar, com as mãos no bolso e os dreads negros estavam presos.
– Vamos pessoal! – Disse Jost.
– Bom, acho melhor nos despedirmos agora, porque o aeroporto vai estar um tumulto e aí já sabem quem vai nos atacar. – Gus disse sorrindo fofamente.
– VOU SENTIR TANTA FALTA! – Disse Jess, se agarrando à todos.
Eu nem precisei sair do lugar para abraçar alguém. Estavam todos se apertando, então logo dois dos meninos do Tokio e as duas meninas vinham ao meu encontro. Não precisei me despedir de Georg, porque ele iria dormir no nosso apartamento em Los Angeles por um dia, e depois ele e Liz iriam para a casa dele na Alemanha.
É isso mesmo, vou ficar sozinha por sabe-se lá quanto tempo. Isso se chama sorte, e eu estou usando toda a minha ironia agora. Motivos? Eu não sei cozinhar, eu não sei dirigir, eu tenho vergonha de pedir pizza por telefone, eu não sei resolver problemas da casa – é, eu sou uma despreparada da vida.
Eles ainda falavam e se abraçavam quando eu notei que estava faltando um garoto do Tokio Hotel, e ele estava olhando para mim em um ponto afastado. Aproximei-me para dar-lhe pelo menos um abraço, ou sentir seu perfume outra vez.
– Não precisa se despedir de mim, se não quiser. – Ele disse, olhando para baixo.
– Não vamos nos ver. – Eu falei mais parecendo um zumbi do que um ser humano com vida.
– É. – Ele concordou. Ficamos em silêncio, mas bem no momento em que eu iria falar algo, ele também fez o mesmo e as palavras saíram emboladas, eu ri sem graça. – Primeiro você. – Ele disse.
– Olha Kaulitz, o que tivemos... – Até comecei, mas perdi a linha do pensamento.
–... Foi um rolo? – Ele supôs. – Passatempo? Diversão? Um erro?
– Começamos com o pé errado. – Eu disse antes que ele continuasse com suposições. – Principalmente porque eu apertei o acelerador ao invés do freio. – Ele riu.
– Certo... – Disse baixinho. – Então... Tchau? Vemo-nos algum dia?
– Nos vemos... – Eu iria completar, mas quando levantei a cabeça, Tom estava fazendo aquilo de novo. Aproximando e aproximando. Mas estávamos no lugar errado para isso. Os nossos amigos estavam ali atrás. Infelizmente (ou felizmente) não resisti. Aproveitei, louca por isso, a brecha e dei um salto até sua boca, estalando nossos lábios. Quando me afastei, olhei sugestiva para seu rosto, tentando achar sinais de que ele gostou ou não gostou daquilo. Eu não consegui achar, porque nesse meio tempo ele me abraçou, apertando minha cintura e eu me deliciei mais uma vez com seu perfume. Afastamo-nos. – Nos vemos algum dia. – Eu completei e me virei.
Todos estavam olhando.
(...)
Realmente, os voos foram separados. Não deu tempo para nos vermos, Georg foi o único que esteve ao lado da Liz, no mesmo voo que a gente.
Sai do aeroporto sozinha, apenas puxando minhas duas malas, e indo para fora, avistando o carro da Liz, que havia sido trago por um motorista do meu pai. Minha irmã já estava encostada no carro com Georg, apenas esperando por mim.
– Vamos? – Perguntei abrindo a porta de trás, e senti o olhar reprovador de Lizzie. – O que foi? – arqueei a sobrancelha.
– Nada! – ela deu a volta no carro, e se sentou no banco do passageiro. Georg iria dirigir.
Eu fui o caminho inteiro, calada, enquanto a Liz e o Ge conversavam animadamente sobre ela conhecer os pais dele.
Quando finalmente chegamos, sai do carro sem cerimônias, e o Georg já tinha aberto o porta-malas, para que eu pegasse minhas malas, e fosse para dentro. Assim o fiz.
Joguei minhas malas em um canto do quarto. O perfume do meu quarto continuava o mesmo. Eu queria me jogar na minha cama e esquecer que tudo havia acabado, como se tudo nunca tivesse começado. Olhei para o telefone fixo que estava no gancho e observei de olhos arregalados.
Haviam 70 chamadas perdidas de um número desconhecido! Setenta! Não deu nem três minutos, e esse número estava ligando novamente.
Algo me dizia que queria muito falar comigo, para estar tentando me ligar há dias e dias. Atendi.
– Alô? – Perguntei.
– Cloe? – Perguntaram do outro lado da linha.
– Sou eu sim, quem é? – Perguntei sem paciência.
– Pensei que reconheceria minha voz. Eu liguei várias vezes, mas você não atendeu. – Pareceu triste, e eu arqueei a sobrancelha, como se ele pudesse ver. – Sou eu... Nathan.
Ao ouvir aquele nome, meu coração parou, tal como a minha respiração.

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 21 - What About Now?


Eu estava em uma competição de hambúrguer, toda lambuzada de ketchup e maionese, e restávamos apenas eu e meu adversário, Tom Kaulitz. Sempre. Estava quase ganhando a competição, pois meus hambúrgueres estavam acabando e o Kaulitz já estava fazendo cara de enjoado a cada mordida.
Senti uma coisa grande e pesada cair sobre meu corpo, com o susto do impacto, abri os olhos. Ah, merda! Era um sonho! Quando eu vou, finalmente, vencer o Kaulitz em alguma coisa, alguém me acorda e me tira dos meus sonhos.
– Ei, acorda, Cloe. – Disse o próprio Kaulitz, sussurrando perto do meu rosto. Ele pôs as mãos na minha barriga e apertou. Qual foi sua intenção?
– O que!? Estava tão bom! – Fiz biquinho e voltei a fechar meus olhos, tentando voltar ao sonho.
– É, eu sei, todos dizem isso quando acordam de um sonho comigo. – Ele riu.
– Como você sabe? – Perguntei, surpresa.
– Você estava mesmo sonhando comigo? – Ele parou de repente e abriu um sorriso como se tivesse descoberto o país das maravilhas de Tim Burton, com o chapeleiro maluco e tudo.
Fiquei vermelha, me dando conta de que ele estava só brincando.
– Não! – Eu neguei fortemente – Não estava não, eu heim, estava sonhando com... Um hambúrguer.
Ele gargalhou.
– Nós vamos até a praia, pequena esfomeada. – Disse e logo deu um beijo estalado em minha bochecha, saindo de cima de mim. – Levanta e se arruma. Vamos sair em meia hora.
– Ok, ok. – Levantei morrendo de preguiça. – Cara, me diz como você consegue acordar tãaaaao cedo, acordar cego deveria ser proibido! Em um mundo perfeito, isso não seria obrigatório porque acordar cedo é muito difícil. E eu sei que você só veio me acordar porque iria perder!
Continuei falando mesmo que nem as paredes estivessem me ouvindo mais. E deixei deitado na minha cama, um Tom que tinha uma expressão interrogativa no meio da cara por não saber do que diabos eu estava falando. Catei um short, uma blusa meio transparente e um biquíni que não fosse tão velho, com estampas fora de moda e com uma calcinha tapa–toda–sua–bunda. Acabei por achar um biquíni decente – leia–se “biquíni para provocar um Tom Kaulitz da vida” – de um azul marinho bonito, tomara–que–caia de amarrar.
Me troquei rapidamente e deixei meu cabelo solto, coisa que eu raramente fazia, pois na maioria das vezes ele ficava armado e parecendo um pico, mesmo sendo liso. Eu costumava deixá–lo preso em um coque bem mal feito, despojada, como uma secretária de moda atarefada.
– Cloe – Ele me chamou quando saí do banheiro, eu me virei, percebendo que ele já não se encontrava mais deitado em minha cama, e sim bem próximo a mim, como se tivesse se levantado que nem o the flash sem nem emitir barulho. Tomei um susto. – Não acha que esse short está muito indecente? – Ele me avaliou de cima em baixo várias vezes.
– O que isso importa? – Respondi tentando controlar minha respiração, pois ele estava se aproximando de mim lentamente.
– Sabe que eu não aprovo isso, certo? – Segurou minha cintura com força – Todos vão ficar olhando para a minha estilista, e isso vai me obrigar a ficar o tempo inteiro agarrado em você. – Ele fez um biquinho como se ficar agarrado a mim fosse um esforço muito grande da sua parte, mas logo depois abriu um sorriso provocativo bem próximo da minha boca, e eu gargalhei nervosa com uma intensa vontade de beijá–lo.
– Nossa, que trágico. – Eu fingi drama. – Mas acho que vou continuar com esse short mesmo. – Eu ri e automaticamente, ele riu também. Como da primeira vez que nos beijamos, Tom me ergueu, colocando–me em seus pés e abraçando minha cintura, enquanto eu ficava na ponta dos pés e passava os braços pelo seu pescoço.
Quando já estava quase encostando sua boca na minha, ouvimos alguém bater na porta.
– Só vim avisar, que estamos saindo daqui a cinco minutos. – Alguém, que parecia ser Gustav, gritou do lado de fora do quarto, e logo depois, não ouvimos mais nada.
Podíamos muito bem continuar o que estávamos fazendo, mas aquilo havia quebrado totalmente o clima, e eu tenho certeza que eu estava mais vermelha que um pimentão naquele momento.
– Quando Gustav estiver bem no clímax com uma garota, eu vou abrir a porta e quebrar seu clima para ele ver como é bom. – Tom falou, me soltando e levantando as mãos para o alto – É melhor irmos.
– Também acho. – Olhei para ele. – Vou só pegar meus fones. – fui em direção à cômoda que havia do lado da cama, abri a primeira gaveta e peguei meus fones. Notei aquele cubo mágico que Tom havia me entregado no outro dia quando fui... Hum... Entregar–lhe a mala que foi parar em meu quarto por engano. – Ah, aqui está seu cubo, aquele que você me deu outro dia. – Disse me virando para ele, e entregando–lhe o cubo.
– Mas, que porra é essa? – Ele perguntou chocado. – Você conseguiu resolver esse cubo em dois dias, enquanto eu tentava–o resolver há duas semanas?! – Chocou–se.
– Não tem truque... Ok, na verdade tem, eu vi um video na internet ensinando a resolver. Mas você precisa pegar quando estiver em um bom dia, ou de bom humor, porque se não, se desconcentra e qualquer coisa te aborrece. – Sorri, fechando a gaveta, e andando até a porta. Olhei para o Kaulitz, que me olhava chocado. – Você não vem? – Perguntei rindo.
– Vou, eu vou sim. – Ele jogou o cubo na minha cama, e veio até mim.
– Não vai levar o cubo? – Perguntei estranhando.
– Eu venho buscar mais tarde. – Sorriu sapeca, e puxou a porta para fechá–la. Tom escorregou a mão até a minha e entrelaçou nossos dedos de uma forma meiga até o elevador.
Quando a porta do elevador se abriu, ele soltou minha mão e lançou–me uma piscadinha. Todos estavam na recepção, pelo que me parece, apenas esperando por Tom e eu.
– É muito curioso como sempre que todos já estamos aqui e a porta do elevador se abre, Tom e Cloe sempre aparecem juntos. – Comentou Georg, supondo algo que eu preferi ignorar para não quebrar–lhe a cara.
– Muito interessante sua observação, Ge, agora vamos. Não quero chegar tarde. – Jess disse nos apressando. Ela estava nervosa por alguma razão, eu notei.
Todos foram andando até o tour bus dos meninos, e sim, ele nos leva para todo tipo de lugar. Antes de entrarmos, puxei Jess pelo braço.
– O que houve? Você parece nervosa.
– É que eu tomei uma decisão hoje. – Ela sorriu vacilante. – Vou contar tudo aos meninos. – Arregalei os olhos, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, Nick apareceu na porta, chamando por nós duas, que entramos sem dizer uma palavra sequer.
Fomos o caminho inteiro conversando e rindo, mas como a praia não era muito longe do hotel, logo nós chegamos. Era uma praia pouco movimentada, na verdade, era quase deserta. Claro, para a sorte dos meninos, que só queriam descansar dos shows e da vida pública um pouco.
Nick sentou–se ao lado de Bill, que estava encostado em uma pedra, e recebeu a namorada com um enorme sorriso; a mesma o abraçou, e ficaram ali, conversando e rindo discretamente, como o casal tímido que eles formavam. Eles oficializaram o namoro há um dia, na lanchonete enquanto eu tomava um milkshake e cuspi fora quando disseram “ESTAMOS NAMORANDO” e eu tomei um susto.
Georg abaixou–se na frente de Lizzie, e a mesma subiu em suas costas, então os dois saíram passeando pela praia, rindo, e ele às vezes corria, para tentar assustar Liz que ria e gritava sem parar. Nem me lembra uma outra Smith escandalosa. Georg e Liz pareciam viver em um filme de comédia romântica mais para romance do que comédia. Eles estavam sempre rindo, mas nunca se beijavam perto da gente, mas, claro, eu e Tom os flagramos esses dias.
Jess saiu correndo para o mar feito uma alucinada que nunca havia estado próxima a uma praia na vida. Seu corpo chocou–se contra a água e ela desapareceu na água.
Além de mim, Gustav era o único decente. Eu e ele ficamos meio que, parados, um ao lado do outro, observando para onde os outros iam e onde iríamos ficar. Ele acabou por tirar a camisa e se deitar na areia, bem ali onde estava.
Por um momento, eu perdi Tom de vista e nem me importei. Avistei uma pedra grande e no rasinho, que tinha o sol batendo forte contra a mesma. Não perdi tempo, escalei a pedra que devia ter um metro e sessenta de altura, forrei uma toalha, tirei o short e a camisa, liguei o fone na maior paz e me deitei de costas, fechando os olhos e cantarolando junto com Chris Daughtry a música “What About Now?”, no acústico.
Eu quase saltei dois metros quando senti mãos sujas de areia segurarem meus tornozelos e me puxarem. Eu escorreguei pela pedra, tirando os olhos e gritando. Iria cair direto na água fria que eu havia me livrado, mas fui impedida por quem me puxou. Tom estava rindo da minha cara assustada. Agora ele me segurava no colo e me sujava de areia, foi quando eu percebi que ele estava todo sujo.
– Eu quase morri de ataque cardíaco! – disse brava.
– Pode me bater a vontade depois. Mas, agora, quero aproveitar que ninguém está nos vendo. – Ele empurrou meu corpo até ele encostar de volta na pedra. Pensei que fosse me beijar, mas ele desceu os lábios até o meu pescoço, dando leves mordidas no mesmo e alguns chupões também, isso me arrepiava de uma forma impressionante. Não aguentando mais a vontade de ter seus lábios colados aos meus, puxei seu queixo delicadamente, fazendo–o me fitar e então sorri, mordendo o lábio inferior. Ele aproximou nossos rostos, e deixou que nossos narizes se tocassem levemente, depois aproximou sua boca da minha, e deu alguns selinhos leves e demorados. Vagarosamente, pediu passagem para sua língua invadir minha boca, que eu cedi no mesmo instante. Uma das mãos dele foi até o meu rosto e me sujou de areia na bochecha. Desgraçado.
O beijo começou calmo e apaixonante, mas aos poucos foi se tornando quente e urgente, o que me deixou, e com certeza a ele também, descontrolados. Suas mãos, que antes passeavam pela minha cintura, agora já haviam explorado todo o meu corpo... Minhas mãos, que haviam ficado em seus ombros durante todo o tempo, agora usavam as unhas para arranhar as costas de Tom.
Ele foi escorregando e me levando junto até outro lado da pedra que ninguém ainda podia ver e nos sentamos na areia com minhas pernas por cima das suas.
Estávamos lá, dois babacas, se beijando atrás de uma pedra, sujos de areia, e ainda por cima, nem estávamos ligando para isso. Quero dizer, eu estava. Mas o beijo ainda era mais importante.
– Eu... – ele foi parando o beijo com selinhos. – Gosto de segredos... – tentou tomar fôlego. – Vamos fazer desse o nosso segredo. – sorriu malicioso, e por mais estranho que seja... Eu gostei da ideia.
Ele levantou e estendeu a mão para me ajudar a me levantar.
– Vire–se. – Ele disse e eu me virei. Então, ele delicadamente, passou a mão pelas minhas costas, tirando a areia que nela havia ficado, e ele foi abaixando... Depois ele agachou, e foi tirando a areia das minhas pernas, começando pelo tornozelo, e indo até as minhas coxas.
– Ok, eu já estou limpa, se afastada do meu traseiro. – Eu ri.
– Tem certeza de que não quer que eu limpe? – Ele perguntou rindo.“Claro que eu quero”, pensei.
– Não, claro que não. – Me virei rindo também, e tirando a areia do bumbum. – Deixe–me te ajudar. – coloquei as mãos em seus ombros, e ele se virou de costa para mim. Passei as mãos por suas costas, tentando tirar a arei de seu corpo, com a mesma delicadeza que ele tirou a areia do meu.
Quando menos esperei, ele puxou minhas mãos, fazendo–me abraçá–lo por trás. Guiando minhas mãos, ele as passou por todo seu peito nu, me deixando a ponto de um ataque de loucura. Vale ressaltar: me deixando a ponto não, me fazendo DEFINITIVAMENTE TER um ataque de loucura.
Tirei minhas mãos que estavam embaixo das de Tom rapidamente, temendo perder o controle em plena praia. Ele então se virou para mim e encostou–me na pedra, colocando as mãos em minhas coxas, e apertando–as, me fazendo soltar um gemido que era para continuar dentro de mim! Ele sorriu e deliciou–me com seus lábios mais uma vez. Depois de longos minutos nos beijando sem respirar direito, ele interrompeu o beijo. Argh! Estraga prazeres.
– Vamos dar o ar da graça antes que sintam nossa falta. – Disse ele passando o dorso da mão na boca e depois limpando a minha, que provavelmente estava cheia de restos de baba de Tom Kaulitz.
Saímos de trás da pedra e fomos conversando normalmente, como se não estivéssemos acabado de nos agarrar.
– Mas então, eu não acredito, você beijou mesmo o sapo esperando que ele se transformasse em príncipe sem ter ideia de que existia um príncipe na Alemanha respirando nesse mesmo dia?! – Tom fez uma vozinha gay de surpresa e eu comecei a rir, me perguntando de onde ele tinha tirado aquele assunto.
– Sim! – Eu entrei na brincadeira e arregalei os olhos – Eu beijei mesmo o sapo sem saber que Gustav Schäfer existia!
Tom começou a gargalhar e me deu um peteleco.
– O príncipe sou eu, anta.
– Não, eu juro, é o Gustav, ele é mais bonito que você. – Eu afirmei rindo.
Nos sentamos com o resto das pessoas que estavam rindo de alguma coisa que iríamos descobrir.

POV’s Tom

– Como assim, um encontro, Gus? – Perguntei rindo pela felicidade do meu amigo, ao contar, mais uma vez, o que havia acontecido para Cloe e eu.
– Isso mesmo que você ouviu. – Gus disse sorrindo. – Eu tinha uma amiga que vivíamos colados e ela deve ter me stalkeado e achado meu número de telefone. E andamos conversando pelo celular há alguns dias... E quando voltarmos da turnê, eu e ela iremos ter um encontro, com direito a vela e buquê de rosas.
– Que bom Gus! – Lizzie disse contente por ele.
– Nosso garoto vai deixar de ser virgem, Georg! – Eu zoei.
– Ei, Jess, tudo ok? – Bill perguntou, notando que a garota não havia dado um pio durante quase toda a conversa.
– A–ham. – ela deu um sorrisinho amarelo, e pude ver Cloe a olhando preocupada, e pior ainda, parecia saber de alguma coisa. – Bem, é que... Tenho uma coisa para contar para vocês. – baixou os olhos.
– Você ama o Gustav secretamente e agora ficou triste que ele vai sair com outra? – Eu brinquei.
– Ah – Gustav arregalou os dois – Desculpa, Jess.
– O que? Não – Ela gargalhou pela primeira vez no dia e depois voltou a ficar séria.
– Pode falar. – Bill disse, sorrindo amigavelmente para a garota. Todos nós a olhamos, atentos ao que ela falaria, e Cloe, mais uma vez, a olhava diferente.
– Sou fã de vocês. – Ela disse em um fio de voz, bem rápido.
– Eu sei, todos são meus fãs depois que me conhecem. – Eu balancei a cabeça.
– Ah, tá sei... Onde quer que nós assinemos? – Bill perguntou rindo, e fazendo um “clic”, como se estivesse pegando uma caneta para assinar um autógrafo, o que fez todos nós rirmos, menos Cloe e Jess. Ok, Cloe estava escondendo uma gargalhada.
– Eu estou falando sério. – Jess disse, levantando os olhos, e nos encarando, era quase impossível não notar o medo da rejeição em seus olhos.
Bill parou de rir e ficou sério e surpreso. Isso quase fez Jess ter um ataque de medo, ela estava quase chorando, mas então ele riu baixinho e ela se acalmou mais. Ele estendeu os braços e agarrou a garota para um abraço inesperado.
– Vocês não estão bravos? – Ela se surpreendeu depois de cada um de nós a puxamos para um abraço. Acabou que ela ficou molhada e suja de areia.
– É quase impossível não percebermos que você é nossa amiga sem segundas intenções. – Gus disse, sorrindo, e fazendo Jess dar um sorriso de orelha a orelha.
Todos rimos, e nos sentamos, e a conversa começou a ficar mais animada e divertida, pois agora, Jess também fazia parte dela, e dava todo o ar da perversidade que ela... Ei!
– Ei, Jessica! – Eu disse de repente. – Então esse seu ar safado e essas roupas tamanho XX você copiou de mim?
Jess ficou vermelha e todos ficaram em silêncio. Eu voltei a intervir.
– É ISSO AÍ, GAROTA! APRENDEU COM O MESTRE – Estendi a mão e ela bateu com um cumprimento.
– Pois é... A turnê logo acaba. – Gus disse, quando o assunto entre nós havia acabado. E fazendo todos nós nos encararmos.
– Agora eu quero relaxar... E quando a turnê acabar, eu vou sair para fazer algumas compras e depois vou hibernar. – Cloe disse rindo, fazendo todos rirem, mas eu não consegui sorrir.
Naquele momento, uma dor inevitável de medo e surpresa me atingiu no peito, e eu não pude deixar de temer e pensar certas coisas. Eu vou perder a Cloe?

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 20 - Vontades foram feitas para não serem resistidas


– Vai Cloe, você começa. – Jess disse animada.
Já estávamos dentro do tour bus, em direção ao local do próximo show do Tokio Hotel, Tampa. Estávamos parecendo um grupo de adolescentes que não tem o que fazer, e optam por jogos idiotas. E o pior era que o ônibus dos garotos era o último atrás dos instrumentos e da produção, ficávamos presos num engarrafamento sendo vítimas de fotos.
– Ok. – Eu sorri. – Vamos ver, minha pergunta é para o Gus. – Sorri de forma que ele riu também. – Gus, o que você prefere: uma barra de chocolates ou um encontro com uma supermodelo?
– Lógico que um encontro com uma supermodelo. – Ele disse rindo. – Quero algo mais difícil, Cloe, sua chata.
– Gustav, uma supermodelo é algo difícil. Ela seria muito alta pra você Gus. – Georg zoou.
– Hm... Sua vez Ge. – Liz disse sorrindo para ele. Aquele sorrisinho paquerador, sabe?
– Minha pergunta vai para a Cloe. – Ele disse sapeca. Ih, já vi que vai dar merda. – O que você prefere: Doritos ou Pringles? Melhor! – Pareceu pensar – Doritos ou Tom Kaulitz? – ele perguntou rindo.
Os garotos começaram a rir e as meninas fizeram um “hum” supondo algo que eu não estava atualizada.
– Não! – Gritei, rindo e nervosa – Pringles! – Respondi rindo, e senti minhas bochechas queimarem.
– Was? – Tom soltou uma exclamação de incredulidade. – Minha vez! – Ele sorriu zombeteiro, e todo mundo fez cara de medo, afinal, pode-se esperar tudo do Tom. – Minha pergunta vai para a Lizzie. – E gargalhou como uma bruxa! – Já experimentou o Georg, Liz?
– Ok, chega! Brincadeirinha chata essa, né? – Lizzie fugiu da pergunta se levantando. – Vou ir lá falar com o motorista, estou com fome, quero parar em alguma lanchonete. – Ela se levantou vermelha e todos riram. Georg se levantou atrás dela e segurou em sua cintura, beijando o seu rosto. Eles são um casal muito fofo.
Levantei de uma das cadeiras que ficavam envolta da mesa, e sentei-me no sofá, ao lado do Kaulitz. SIM, eu sei que é estranho, mas não fico mais incomodada de ficar perto dele, na verdade, é bem aconchegante.
Acho que minha visão sobre ele começou a mudar, ou realmente mudou radicalmente quando descemos do elevador naquele dia e eu achei que fosse morrer igual a uma barata tonta, mas ao invés disso, me joguei em cima dele e comecei a rir – e ele me abraçou, acredite ou não, sem passar a mão na minha bunda! O que seria esperado.
Peguei uma das folhas brancas que estavam em cima da mesa e um lápis que a Lizzie usa para desenhar e então desenhei um boneco alto com dreads na cabeça, usando um tutu de bailarina.
– É isso que você vai usar no próximo show! – Eu disse, rindo pelo desenho. Tinha que ver a cara incrédula que o Tom fez! – Tom a bailarina! Georg vai amar, é claro.
– Você não me deixaria usar uma coisa dessas, eu te contratei para me deixar mais sexy – apesar de isso ser meio que... Impossível.
– Convencido. – Revirei os olhos. – Suas fotos de tutu vão sair na internet e terá até vídeos chamados “Tom a bailarina”. E você ainda usará asas de fada. – Eu ri, imaginando.
– Você não faria isso. – Tom inclinou a cabeça, se aproximando do meu rosto e tentou beijar minha bochecha, mas a medida que se aproximava, eu me afastava rindo, e ele se aproximava mais. Isso acabou comigo deitada no banco e Tom conseguindo finalmente beijar meu rosto.
O tour bus parou de repente e me fez voar longe do banco e cair no chão, perto de Gustav que começou a rir da minha cara. Liz veio da cabine do motorista dizendo que era para descermos, pois iriamos comer na lanchonete que havia ali.
Todo mundo desceu, e quando eu fui descer, Kaulitz parou na minha frente se abaixou um pouco, olhando de lado para mim. Eu fiquei com uma cara de interrogação.
– Tom, anda, você está atrapalhando passagem! – Disse dando um tapinha nas suas costas.
– Aproveita que hoje eu estou de bom humor, Smith. – ele disse rindo. Foi então que me toquei do que era pra fazer.
Pulei em suas costas, e ele foi me levando de cavalinho. Que cena peculiar, Georg e Liz na frente de mãos dadas, logo depois Jess e Nick ao lado de Gustav e Bill, e por último, eu sendo carregada nas costas pelo Kaulitz.
Entramos desse jeito na lanchonete, e todo mundo ficou nos olhando como se fossemos loucos, e, diga-se de passagem, nós somos mesmo. Mas não aparentemente, certo?
– Ah. Meu. Deus. – uma garota parou na nossa frente, pálida. – São os Tokio Hotel! – ela gritou, e começou a pular em cima dos meninos. Acontece que quando ela se aproximou de Tom, ele fez uma cara de “desculpa, estou ocupado para te dar atenção” e eu a encarei com a melhor cara ameaçadora. Ela riu e tirou uma foto nossa. Quando eu me dei conta do que aquilo significava, eu escondi meu rosto nas costas de Tom.
De repente, sem que eu pudesse contar até cinco, havia uma multidão de garotas em cima dos meninos, mas eram muitas mesmo, uma delas me empurrou das costas do Tom, e eu caí de bunda no chão. Porra... Valeu hein?! Fãs agressivas!
Depois de fugir das fãs, comer na velocidade da luz dentro do um mini depósito que tinha na lanchonete, e correr para o tour bus, dormimos o resto do caminho todo e chegamos ao hotel de Tampa por volta das dez da noite.
Eu desci do tour bus e não tinha mais ninguém ali, só o Kaulitz que estava encostado na parede de fora do hotel. Será que estava me esperando?
– Cadê todo mundo? – Perguntei me aproximando.
– Já foram para os quartos. – ele disse, estava parecendo um zumbi. – Eu resolvi te esperar. – Ele me segurou pela cintura, e fomos para dentro do hotel.
Quando entramos no elevador, ficou um silêncio bem chato, e eu estava rezando para que o elevador não parasse, eu tenho pânico de lugares muito fechados.
As portas do elevador se abriram, e eu e o Kaulitz saímos, andando em silêncio e bem tranquilamente. Quando estávamos prestes a virar o corredor, vimos uma cena não muito comum, e nos abaixamos para poder espiar. Eram Liz e Georg.
Eles dois estavam no maior amasso, puta merda, eles estavam pensando o quê? Que ali era zona? O Ge tentava abrir a porta do quarto com a mão direita, enquanto a esquerda passeava pelo corpo da minha irmã; Lizzie passava as mãos pelo cabelo dele, e parava pra respirar um pouco, dando algumas mordidas nos lábios dele; foi então que ele conseguiu abrir a porta, e os dois se jogaram pra dentro do quarto, batendo a porta.
Eu e o Kaulitz nos levantamos rindo, mas rindo muito. Acho que tanto eu, quanto ele, nunca imaginamos ver a Liz desse jeito, ainda mais com o Ge, afinal, os dois não dão nem selinho na frente das pessoas, nem dos amigos! No máximo um abraço.
– Bela cena essa, não?! – Tom disse entre risos.
– Nem me fale. – eu ria. – Devíamos ter filmado. – nós dois ríamos muito, olhando um para o outro, feito dois idiotas.
– E colocar no Youtube como maior avanço pornográfico do século desse virgem! – Tom zoou. – Ok, chega... Eu preciso ir dormir, e você também precisa. – ele sorriu.
– Verdade. – eu fui para o meu quarto, e o Kaulitz para o dele. Era um de frente para o outro. Alguns chamariam de destino, há um tempo, eu chamaria de azar, mas agora nem sei mais. Nós dois nos despedimos com sorrisos e tchauzinhos.
Entrei no meu quarto, e vi uma mala diferente em cima da cama, não era minha, disso eu tinha certeza. Andei em direção a ela, e a abri, revelando um monte de camisetas, acho que eram do Kaulitz, porque eram tamanho extra extra grande (sim, extra duas vezes).
Peguei a mala, que não era muito pesada, e fui em direção ao quarto do Kaulitz. Bati, e ninguém abriu. Bati de novo, e mais uma vez ninguém abriu, nem respondeu. Tentei ver se estava aberta, e para a minha sorte – ou não – estava.
Ele estava saindo do banheiro, sem camisa, apenas com uma bermuda. Perfeito. Para a MINHA SORTE, ele estava sem camisa. Obrigada aí pessoa de cima.
– Ah, eu... Hum... Vim trazer essa mala que colocaram no meu quarto por engano, acho que é sua. – Eu disse meio boba e hipnotizada por aquele Deus grego em minha frente.
– É minha sim, não sei como foi parar lá. – Ele sorriu, e pegou a mala das minhas mãos, colocando-as em cima da cama.
Ficamos nos olhando por um tempo, então eu fui me aproximando mais e mais, até chegar bem perto. Já fazia um tempo que aquilo não acontecia e com aquele clima amigável, eu não sabia mais como seus sentimentos estavam por mim. Eu só queria não ter me apaixonado, mas eu não resistia não beijá-lo por tanto tempo.
Quando estava a ponto de roubar-lhe um beijo, Tom riu baixinho e virou o rosto, indo em direção à bancada e pegando algo em cima e brincando em mãos.
– Cloe, vá dormir, se você se atrasar amanhã, juro que te jogo da cama.
Eu fiquei estupefata com aquela reação. Ele não era Tom Kaulitz? Não era o tipo de cara que me agarraria a qualquer momento? Não só eu como todo ser que tenha peitos e respire?
– É. – Eu disse, balançando a cabeça – Você está certo. Até mais.
Passei por ele como um raio. Não sei se estava vermelha de vergonha, roxa de raiva ou azul de enjoada pelo momento embaraçoso. Acho que ele não gosta mais de mim, eu tenho o dom MARAVILHOSO de afastar as pessoas. Isso, Cloe, sua vaca.

POV’s Tom

Quase não resisti a minha vontade. Minha vontade de beijá-la ali, no mesmo minuto em que ela entrou no meu quarto com aquele sorrisinho envergonhado.
Ela passou por mim como um raio em direção a porta.
MAS O QUE EU ESTAVA FAZENDO? TOM, SEU CORNO! VOCÊ RECUSOU UM BEIJO VINDO DA VONTADE PRÓPRIA DELA!
Olhei o objeto em minhas mãos. Era um cubo mágico daqueles que você nunca consegue resolver e desiste depois de um tempo – ou joga pela janela. Eu andava tentando resolver esse, mas estava a ponto de quebra-lo com um martelo de tanta raiva.
Então eu fui até ela e a puxei pelo braço, fazendo-a se virar completamente para mim.
– Vai sair assim, sem se despedir? – Perguntei dando um sorrisinho.
– Ah... – ela sorriu confusa. – Desculpa. – Ela ergueu os pés, e deu um beijo estalado em minha bochecha. – Boa noite, Kaulitz. – ela se virou para ir embora novamente.
– Ah, Cloe! – Eu revirei os olhos e chamei seu nome como se ela fosse uma criança carrapato que eu já não aguentava mais tomar conta do tipo “ahh Cloe, saí do meu pé!”.
– O que? – Perguntou, se virando e me olhando estranho.
Andei até ela, fechei a porta que ela abriu com nem um pouco de delicadeza e a empurrei até a porta fechada, prensando-a, então me aproximei, passei meus braços envolta de sua cintura e fiz o que eu estava me segurando para não fazer durante todo esse tempo.
Comecei com selinhos leves, e o beijo logo foi se intensificando. E ela estava correspondendo! Desci minhas mãos para suas pernas, e as puxei, para que ficassem envolta da minha cintura, deixando Cloe na mesma altura que eu.
O beijo que antes era calmo e delicado, agora era quente e urgente. Percebi ao que isso nos levaria, e por mais que eu quisesse fazê-la minha, e que eu fosse Tom Kaulitz, não era pra acontecer. Não ali, não daquele jeito, não naquele momento. Seria diferente e especial. Com ela, eu decidi que seria perfeito.
Fui parando o beijo com calma e carinho, dando alguns selinhos para finalizar, e então dei uma leve mordida em seu lábio inferior.
Quando o beijo acabou, olhei para ela sorrindo, e ela retribui ao meu sorriso, mas parecia meio confusa por eu ter parado com o beijo.
– É, agora você pode ir dormir. – Eu disse a colocando no chão de novo. Eu ainda estava segurando o cubo mágico nas minhas mãos e entreguei para ela o objeto, que nem percebeu que estava agora segurando algo, talvez ela só percebesse quando chegasse em seu quarto.
– É eu também acho. – ela virou-se, pronta para abrir a porta, mas eu a puxei de novo, dando mais um selinho. Ela riu.
– Tchau. – Dei mais um selinho, e ela disse tchau, então eu dei outro selinho. – Tchau. – ela riu, e se soltou de mim. Virando-se, e saindo em direção ao seu quarto.
Tranquei a porta, e me joguei na cama. Não tive como evitar os pensamentos sobre o que teria acontecido naquele quarto, se eu não tivesse parado o beijo... E por isso, eu tirei a roupa e me enfiei em um banho frio antes que eu fizesse acontecer o que estava pensando.

Postado por: Grasiele

Call Of Destiny - Capítulo 19 - Hold my hand as strong as you can!


POV’s Tom

Às vezes a esperteza dela me dava calafrios, e por isso, eu resolvi confiar nela.
– Tom, criatura, desculpa a demora, estava despistando a Cloe. – Lizzie soltou tudo de uma vez, assim que entrou no meu quarto, ofegante. Jogou-se na minha cama e eu fiquei encarando.
– O que a criatura número dois tem de tão importante pra falar que precisa até se aproveitar do conforto da minha cama? – Perguntei desligando a TV com o controle, e mudando minha posição na cama de deitado, para sentado.
– Educação? Oi? – Ela revirou os olhos. – Um oi Lizzie, tudo bem com você, não tem problema ter se atrasado, cairia bem, obrigada. – Eu soltei um risinho.
– Você que já entrou se jogando. Fala logo Lizzie. - Eu a apressei. - Daqui a pouco alguém aparece por aqui.
– Ok, olha Tom. - Ela se virou na cama, ficando de frente para mim. – O que eu vou te contar, vai ter que ficar só entre nós. - Assenti. - Bom isso que aconteceu com a Cloe, só eu sei. Mas hoje, você também vai saber. Porém, nunca deixe a Cloe saber que você sabe. – Suspirei de tédio e mandei-a adiantar. - A Cloe era uma garota muito ingênua Tom, ingênua e meiga. Bem diferente de quem ela é agora.
– Algum dia ela foi meiga? Olha isso sim é novidade. – Fiz palhaçada e Liz me jogou um olhar que avisava que se eu continuasse fazendo graça, ela iria me comer vivo, e não seria no sentido gostoso. – Ok, desculpa, pode continuar.
– Sabe aquele... Nathan Sykes? Atualmente membro daquela banda, The Wanted?
– Conheço sim. - Eu afirmei. – Nos encontramos numa festa. Ele parece ser um cara legal, tipo o Bill assim, que acredita no amor, e outras drogas.
– É ele só parece mesmo. – Ela fez uma expressão de repugnância. - A Cloe o conheceu em um dos eventos que a minha mãe era convidada, levando junto com ela, eu e a Cloe. A Cloe era romântica e sonhadora, Tom, ela acreditava que acharia o seu par perfeito. Sua "ligação do destino". – Eu ri com o termo romântico e bizarro - Mas esse Nathan, se aproximou dela de sacanagem, pura sacanagem. Cloe saiu de casa em um dia frio, estava nevando. Mas ela disse que precisava vê-lo, dizer que estava pronta para "ir mais além", se é que você entende. - Ela arqueou a sobrancelha. É Liz, eu entendi muito bem. – Ela falou comigo antes, eu achei babaquice, porque ela só conhecia o Nathan há pouco tempo. – Então Lizzie parou de contar. Ela ficou meio pensativa. – Olha, eu realmente não deveria falar isso, então... Hum, a Cloe foi traída, certo? E então ela decidiu que ficaria centrada no futuro dela e que não iria mais acreditar em babacas egocêntricos e metido à famosos e pode-tudo.
– Ei, ei, espera aí! – Eu apontei – Eu não sou babaca egocêntrico, nem metido à pode-tudo, mas eu sou muito famoso. – Abri um sorriso galanteador e ela me encarou com desdém. – Ok, parei com isso agora. Conta o meio da história, por favor? Eu sei que está faltando algo... O Nathan simplesmente não ligou para ela?
– Não, não. – Ela mexeu a cabeça – Quem dera que fosse apenas isso. Ela me contou mais tarde quando voltou: quando chegou lá, bateu na porta, e ninguém abriu para ela, foi quando ela percebeu que a mesma estava aberta, então entrou. - Liz deu um longo suspiro. - Ela ouviu alguns barulhos vindos do quarto de Nathan, e foi ver o que era. Ah, para deixar claro que nessa época, ele e ela estavam saindo juntos. Eles estavam meio que namorando, e ele era todo romântico com ela... Mas eu não fui deixada enganar. Uma vez, quando saímos juntos, eu vi que ele era um babaca quando ela foi ao banheiro e ele ficou flertando comigo.
– Que babaca. – Eu repeti.
– Exatamente. Quando chegou lá, na casa do Nathan naquele dia frio, Nathan estava transando com aquela atriz inglesa, Mischa Barton. - Liz disse na lata, sem voltas. - A Cloe deu um grito, que segundo ela, não era para ter acontecido. Ela chamou atenção deles e como a merda já estava feita, ela começou a gritar com o Nathan. E esse babaca nem ficou arrependido de ser pego no flagra. Ele riu para ela, e bem onde estava, disse para ela que estava brincando com ela, que nunca gostou dela e, argh, ele é o maior babaca que eu já vi na vida. Disse que ela era um jogo que ele estava jogando e tentando chegar à “porta secreta”, mas ela nunca se abria para ele.
Eu ri e fui fuzilado com os olhos de Lizzie. Eu tenho sérios problemas em rir na hora errada.
– Desculpa, mais uma vez. – Eu fechei os olhos e tentei parar de rir. – Ele é um babaca, cafajeste e, hum, esses xingamentos que vocês garotas gostam de nos xingar.
– Viu Tom? Esse é o seu problema, você se coloca na mesma categoria do Nathan, quero dizer, você faz parte! Mas você é reconhecido assim, o Nathan era um príncipe encantado.
– É o que? – Eu repeti.
– Me deixa terminar, tá legal? Cloe sofreu bastante porque estava apaixonada por ele, ela vivia chorando e na época, estava num trabalho muito bom como estilista, mas foi demitida por faltar muito, mas o que podia fazer? Ela estava doente por aquele cara!
Então, eu fiquei sério.
– Para de falar sobre a Cloe assim. – Eu pedi sério. – Eu, hum, sinto algo doloroso quando você conta que ela estava assim.
Lizzie, de repente, abriu um sorriso gigante.
– E aí está onde você se diferencia do Nathan. Você gosta da Cloe.
– E pare de me comparar com esse Nathan, falou?!
– Deixe-me terminar. Depois dessa merda gigante, Cloe disse que não iria mais se apaixonar, iria se concentrar na carreira dela e não iria confiar mais em caras babacas assim. Ela disse uma vez, que se o amor é coisa do nosso cérebro, química, então ela poderia controlar isso. Eu não entendi direito, mas até agora ela não se apaixonou de novo. Bem, até agora. E esse também foi o motivo de nós termos vindo para cá. Brigamos com a nossa mãe, eu continuei do lado da Cloe e como mais velha, decidi que sair de lá seria melhor para minha irmã mais nova.
– Hã? - Perguntei confuso. – Digo, hã, Liz? Vocês brigaram com a mãe de vocês e vieram para cá? E o que o Nathan tem a ver com isso?
– Ah, a mamãe sempre foi interesseira por famosos. Por isso ela casou com papai, divisão de bens... A questão é que, quando ela ficou sabendo que a Cloe e o Nathan não estavam mais juntos, ficou atrás de Cloe dizendo que ela era estúpida, ridícula por não ter ficado com ele. Ela até soube que Nathan traiu Cloe, e a perseguição ficou pior quando chamou Cloe de fraca por não segurar ele. Foi capaz de dizer que ela foi burra demais em não ter engravidado dele.
– Sem ofensas, mas SUA MÃE É LOUCA. - Eu disse assustado. Nunca pensei que uma mãe pudesse agir assim com os filhos.
– Eu sei Tom. – Ela riu. – Agora entende por que ela não confia em você? Se aquele Nathan, que parecia um principezinho, fez isso com ela, imagine como ela deve se sentir em relação á você, que tem fama de Deus do Sexo no mundo todo? A Cloe só quer passar longe de você.
– Eu nunca faria isso com ela, Liz! – Eu disse, elevando a voz. – Você acredita em mim?
– Eu? Ah, eu sim, porque eu sei a diferença entre você e o Nathan. Mas a Cloe não.
– E qual é?
– Bom primeiramente, você gosta dela. Você quer conquista-la, você procurou ajuda para conseguir isso, você não precisa esconder que é safado e quer que ela te aceite assim, mas confie em você... Eu posso citar mais algumas diferenças.
Eu ri e olhei para o teto. Mas então, me veio algo em mente.
– Lizzie, a Cloe é... - Ela me olhou confusa, esperando que eu continuasse - Você sabe...
– Ah, você quer saber se ela é virgem? - Lizzie riu. - Por que você quer saber? Isso é invasão de privacidade. Não vou te contar. - Revirei os olhos. - Mas, como sou uma boa "futura cunhada", vou te dar umas dicas sobre a minha irmã.
– Desembucha, porque era isso que eu estava esperando esse tempo todo.
– Espero que você já tenha notado, porque senão, você é muito cego. Quando a Cloe fica nervosa, ela se afasta, fica em silêncio e tenta se concentrar só em si mesma. E quando isso acontecer, repare, vá atrás dela. Ela não vai te querer por perto, mas faça-a rir e descontrair o clima, sem deixa-la ainda mais nervosa, ouviu?
– Ahá, essa é a parte difícil, eu só faço merda.
– Eu sei bem. – Ela riu – Quando ela fica triste, tenta disfarçar, solta um sorriso frouxo, pois não quer que pensem que ela é fraca. Eu costumo não perguntar o porquê de ela estar triste. Apenas abrace-a, e quando ela se sentir confortável, dirá o que aconteceu por vontade própria e sabe o que mais? Quando ela conta, significa que achou confiança na pessoa.
– Ei, essa é uma boa ideia.
– Claro. Outra! Bom, esse é mais um truque do que uma dica, mas é fácil saber o que ela está pensando só pelos olhos e pelos movimentos da boca, repare nisso. E mais, quando ela fica com vergonha, fica enrolando as pontas do cabelo com o dedo. - Eu ri, baixando a cabeça. - O que foi?
– Liz, eu já sei de tudo isso. Reparo mais nela do que você ou o Bill podem imaginar. - Dei um sorrisinho discreto. E ela deu um sorriso fraterno.
– De onde o Bill saiu? - Ela riu, fazendo a pergunta em relação ao que eu tinha acabado de dizer.
– É que o Bill sempre sabe de tudo. Ou pelo menos ele pensa isso. - Ela riu, acompanhada por mim.
– Tudo bem. – Voltou a ficar séria – Já sei! Vamos convidar os outros para ir ao parque de diversões? – Perguntou, de repente. – Vamos fazer a Cloe confiar em você para ir àquele brinquedo... Qual nome? Que sobre e depois despenca e quase faz a Cloe morrer de medo... Elevador!
– Porra, Lizzie, você é um gênio. - Eu disse e puxei sua cabeça brutalmente e beijei seu rosto, me levantando e calçando um tênis.

POV's Cloe
Dia tedioso e principalmente quente em Dallas. Finalmente estávamos avançando para além da Califórnia. Estive o dia inteiro vendo televisão, feliz por ninguém ter vindo me tirar do meu sossego. Além do mais, eu estava apenas de short e um sutiã florido. Estou dizendo, estava um calor do cão!
Isso era para ser uma coisa boa, afinal, tudo o que eu queria era paz para poder descansar para o show do dia seguinte, certo? Errado! Eu queria fazer alguma coisa, qualquer coisa. Sair para ver umas roupas na vitrine, fazer as unhas – SIM, FAZER AS UNHAS, POR FAVOR –, pegar alguém na boate, largar alguém na boate, comer uma pizza, sei lá, qualquer coisa. Deve estar todo mundo namorando. A Nick e o Bill, a Lizzie e o Ge, a Jess e algum dos homens dela, o Gustav e o Tom... Ok, esse último casal não existe, mas eu venho insinuando que o Tom é gay em mente, vai que eu esqueço que gosto dele.
Peguei o controle da TV para mudar de canal, mas alguém escancarou a porta, adivinha quem era? Rufem os tambores e distribuam balas para quem disse Tom Kaulitz. Eu puxei um travesseiro e cobri a parte de cima do meu corpo.
– EDUCAÇÃO, SOCORRO, ALGUÉM NECESSITA DE VOCÊ. – Eu gritei, vermelha.
– Se arruma Cloezinha. – Ele disse. - Nós vamos ao parque de diversão. Tá olhando assim por quê? Eu já te vi de sutiã.
Isso serviu para me deixar mais vermelha.
– Desculpa, mas não quero ir ao parque de diversões com você, Tomzinho.
– Todos nós vamos! - Jess disse, entrando no meu quarto com Nick, Bill, Liz, Gus e Ge.
– Gente, eu estou de sutiã, dá pra saírem daqui? Caiam fora! – Eu disse.
– Pega! – Disse Nick, me jogando uma blusa. Vesti a blusa, já desembuchando outra pergunta.
– Mas, e se alguém reconhecer vocês? – Eu perguntei.
– Relaxa Cloe, tá tudo bem. - Ge assegurou.
– JÁ QUE INSISTE - Eu levantei rindo, e fui ao banheiro me arrumar melhor.
– Você não vai contestar? - Ouvi Kaulitz gritar do quarto.
– Não, eu estava mesmo querendo sair. - Respondi rindo.
– Então com o Georg você aceita sair, né? – Disse o mesmo, todo cheio de implicância... Ou seria ciúmes? Não, Cloe, para de imaginar coisas.
Depois de alguns minutos, eu saí do banheiro pronta, e estavam todos no meu quarto esperando. Eles haviam se arrumado antes mesmo de vir me chamar.
– Vamos pessoal! - Bill disse animado, passando a mão em torno da cintura da Nick, que corou feito um pimentãozinho.
Nós todos fomos juntos no tour bus que agora já havia tido o pneu trocado. Eu sei que um tour bus é bem chamativo, mas não tinha nenhum outro carro que era capaz de abrigar oito pessoas.
Nós fomos o caminho todo conversando e rindo. E por incrível que pareça eu e o Kaulitz não brigamos uma só vez. Acho que ele estava mesmo falando sério quando propôs aquele negócio de amizade.
Quando chegamos ao parque, eu fiquei alucinada, era muito bonito e brilhante. Acho que era capaz de iluminar a cidade toda com aquelas luzes. Os brinquedos eram todos enormes. Mas eu não vou a nenhum. De repente, eu entendi aquela parada de "relaxa Cloe, tá tudo bem".
Estava um silêncio, não?
Eles mandaram fechar o parque! Só para oito pessoas. Isso é mesmo possível? Ah Cloe, sua bobinha, com dinheiro, tudo é possível.
– Vocês fecharam o parque só para nós? - Perguntei incrédula.
– Não, mano, as pessoas que estavam aqui se transformaram em pombos e não fazem mais tanto barulho, como você pode ver. – Disse Gustav, cheio de... Socorro, o mundo está perto do fim! GUSTAV DE IRONIA? Todos riram inclusive eu, claro.
Liz puxou o Ge para ir à montanha russa, imagina como deve ser assustador ir só os dois. O Bill conduziu Nick para ir à roda gigante, Jess se dirigiu ao túnel do medo – TODA CHEIA DE CORAGEM, deixando Gustav, eu e Tom indo ao posto de algodão doce. Eu comprei um rosa, Tom comprou azul e Gus comprou verde.
– E vocês, não vão sair e brincar em algo? – Perguntou Gustav.
– Mas é claro. – Eu sorri – Tá vendo aquele carrossel ali? É todo meu. Tchau.
Fui me afastando, mas senti alguém me puxar pela camisa e quando vi, estava caminhando ao lado de Tom em direção ao brinquedo mais assustador do parque, em minha opinião.
– Olha lá, Cloe, o elevador! Eu adoro esse brinquedo.
– Não! Eu não vou, não mesmo. – Eu disse, tentando enfiar meus pés na areia de onde andava.
– Ah, qual é. Medo, Cloe?
– Sim, exatamente isso, medo.
– Medo por quê?
– Porque é muito alto, e isso desce na velocidade do cão. Fora que pode despencar a qualquer momento. - Eu disse, arregalando os olhos, imaginando tais cenas na minha cabeça.
– Confia? - Ele me olhou rindo, sabia que eu não ia confiar nele. Eu neguei com a cabeça.
Então, quando menos esperei, senti meus pés sendo levantados do chão, e pude ver o Kaulitz me jogando por cima de seus ombros.
– Me solta Kaulitz, por favor, me põe no chão! - Eu comecei baixo, mas como ele não resolveu me soltar, eu comecei a gritar e espernear em cima de seus ombros. Dei tapas fortes nele, ou pelo menos eu pensava que eram tapas fortes, porque ele só ria, e continuava me levando em direção ao Elevador. – KAULITZ, VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO, EU. TENHO. MEDO.
Tom só foi me soltar quando foi me colocar para sentar naquela cadeira. Ele desceu aquela proteção, prendendo meu corpo, e então se sentou ao meu lado, deixando que o cara que trabalhava lá, fechasse a dele.
– SEU LOUCO! E DEPOIS QUER QUE EU CONFIE EM VOCÊ!
Ele me olhou, e estendeu a mão.
– É isso mesmo, eu quero que você confie em mim na base do susto. – Ele riu. – Pega a minha mão.
– Não! Você é um idiota! – Gritei, morrendo de medo e vendo meus pés balançarem. O Elevador estava subindo. – ESTÁ SUBINDO! AH, NÃO!
– Cloe, me dá a mão? – Ele fez biquinho – Acho que eu vou ficar com medo também.
– Argh, você não sabe como eu te odeio!
– Talvez eu saiba, talvez não... O-oh – Disse, assim que o Elevador chegou ao seu máximo. – Vai pegar a minha mão ou não?
– TÁ LEGAL! ME DÁ A MÃO! – Gritei e logo senti sua mão agarrar a minha, e entrelaçar nos meus dedos. Olhei para seu rosto no último segundo antes do Elevador despencar.
Ele sorriu, sabia que eu iria gritar, não iria tapar os ouvidos, só sorriu porque... Hum, deveria estar querendo me hipnotizar com seus olhos. O Elevador despencou. Eu gritei mais que os meus pulmões aguentavam, sem desviar meus olhos dos seus. Eles me passavam muita confiança. Eu cheguei lá embaixo ainda gritando e quando o Elevador começou a subir de novo, eu já estava rindo e minha risada se misturava com a de Tom de uma forma engraçada que me deixava confortável.

Postado por: Grasiele

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