terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 18 - As intenções são as piores!


Continuei olhando para seu rosto, esperando que dissesse alguma coisa. Bem, ele quer conversar? Converse. Eu não tinha nada para falar... Ou estava apenas fugindo do assunto. Aquilo não era estranho? Ele me trouxe aqui, no meio do nada, a chuva estava meio fraca lá fora, aquele silêncio ensurdecedor...
Quando fui abrir a boca para dizer alguma coisa, Kaulitz me interrompeu.
– Eu ouvi a conversa... – ele disse, levantando os olhos e encarando minha cara confusa. – A conversa que você teve com a Lizzie. – eu engoli seco. Ele havia ouvido? Merda.
– Você não devia ficar escutando a conversa dos outros. Precisa parar com essa mania. – eu disse, tentando fugir do assunto.
– Essa não é a questão. – ele riu. Sabia que eu estava fugindo do assunto.
– É, só que... – ele me interrompeu.
– Cloe... – ele me olhou, e eu até que fiquei surpresa por ele me chamar pelo nome. – Você não confia mesmo em mim?
Não podia, não tinha como responder. Por mais que eu quisesse dizer que não, dizer que ele é o pior verme que eu já conheci, dizer que eu preferia não ter o conhecido – eu não conseguia. Ainda mais naquele momento, sentindo o peso de seu olhar sobre mim, de uma maneira que eu não havia sentido antes. Minha voz ficava falha, eu queria gritar até não ter mais pulmões, mas não conseguia.
O encarei por alguns milésimos de segundos, e eu sabia que se ficasse ali, não aguentaria. Ele me deixava sufocada, senti o ar faltar, e parecia impossível para mim, ficar no mesmo lugar que ele... sem estar junto com ele, naquele silêncio.
Desci do carro, na chuva mesmo. Eu não podia ficar sozinha no mesmo ambiente que o Kaulitz, ainda mais se fosse um lugar tão fechado quanto um carro. A chuva começou a desfazer a escova que eu tinha feito com tanto cuidado, merda.
– Smith! – me chamou descendo do carro, e vindo até mim. – Você está ficando louca? – ele se alterou.
– Eu quero ir embora! – eu disse bem baixo, com a voz rouca. – Você não tem direito de me perguntar nada! – o encarei.
– Para! – ele me puxou pelo braço, juntando nossos corpos.
E agora era como se o tempo colaborasse com uma triste e romântica (ou seja, dramática) cena de um filme dos anos 40. Chuva, mais um cara musculoso se segurando pelos braços e mantendo você colada ao corpo dele.
– Você precisa parar com isso. – ele afirmou. – Pare de fugir, pelo amor de Deus Cloe, para! – fiquei o olhando perder o controle, grudado à mim, enquanto a chuva caía sobre nós dois. Ele me olhou. – Será que você não percebe? Você não vê? – ele se aproximou mais. – Você não sente? – ele falou baixinho, com a voz rouca.
– Tom... Eu... – fui novamente interrompida.
– Você é o ser humano mais complicado que eu conheço. – ele disse, dando um sorriso curto. – E também é meio lerdinha. – revirei os olhos com a capacidade que ele tinha de falar besteiras em momentos tão inoportunos.
– VOCÊ é o ser humano mais imprestável que eu co-
– Sinta isso! – ele disse, pegando a minha mão, e colocando sobre seu peito. Assustei-me no início e me calei, seu coração batia rapidamente, muito rapidamente, assim como o meu, quando ele ficava tão próximo de mim. O encarei. – Só acontece quando você está por perto. – ele fixou seus olhos nos meus.
Fiquei incomodada com a troca de olhares, e com a forma que ele me olhava. Por mais que ele estivesse me surpreendendo, e me deixando – se possível – mais louca ainda por ele. Tom Kaulitz seria para sempre Tom Kaulitz. Por mais que ele falasse, isso não iria mudar. Ele seria sempre o guitarrista alemão safado, que sai com uma garota por noite, e que jamais se apaixona – ele continuaria sempre sendo esse idiota.
Ele se aproximou mais de mim, como se tivesse a intenção de selar nossos lábios, então eu me soltei de seus braços, incomodada, e ele estranhou.
– O que foi? – ele perguntou, franzindo a sobrancelha.
– Me leva pra casa, Tom. – eu disse, baixando a cabeça.
– Garota... – ele levantou minha cabeça com as mãos, fazendo-me encará-lo. – Você não ouviu o que eu disse, não?
– Eu ouvi, Kaulitz! – disse. – Infelizmente eu ouvi, e não quero que você volte a repetir nada disso.
– Qual o seu problema? – ele gritou. – Eu estou aqui, embaixo da chuva, dizendo a você que você me faz sentir como ninguém nunca fez. Dizendo que sinto algo por você, tentando te mostrar o que as palavras não conseguem se quer explicar, e você diz isso? QUAL O SEU PROBLEMA?
– MEU PROBLEMA É VOCÊ! – gritei. – Eu não devia ter aceitado esse maldito emprego! Eu não... Eu NÃO confio em você!
– POR QUE NÃO? – ele perguntou, com o tom de voz normal dessa vez.
– PORQUE VOCÊ É UM MALDITO GUITARRISTA QUE NATURALMENTE JÁ TEM CARA DE QUE NUNCA SE APAIXONARIA POR ALGUÉM... – Suspirei – Nunca faria alguém se sentir especial, e se sim, só por uma noite. Não faz parte de você ser nada do que falou, é tudo falso, tudo hipocrisia! Eu não acredito em você, nem confio, acho que você deveria ter mandado um processo para cima de mim quando eu bati no seu carro e então eu NUNCA teria tido esse emprego, nunca teria que reprimir uma mísera vontade de te beijar...
– Cala a boca! – ele voltou a se irritar, aparentemente – Você ouviu o que acabou de falar? Reprimir uma vontade de me beijar? Você é uma lerda, vesga, estúpida... E sabe o que mais? As pessoas mudam. Eu posso ser o que você quiser. Diga o que você quiser, e eu serei.
– Acabou de se entregar, Kaulitz. Entregou-se que é tudo isso que eu falei de você. Um babaca. – disse baixando a voz, e a cabeça. – Você é um babaca.
– Eu posso ser um babaca, se quiser. – Ele riu. – Olhe para mim, Cloe, você confiaria em mim se minhas intenções fossem apenas amigáveis?
– Ah... – Olhei para seu rosto. – Mas, é claro... Você parece ser um ótimo amigo. Daqueles que te ferra e quando faz merda, coloca a culpa em você.
– Então vamos começar por aí. – Disse ele. Eu ri. – Vamos ser amigos. Vou mostrar que você pode confiar em mim.
– Tem certeza disso? – Arqueei a sobrancelha.
– Tenho. – ele afirmou com certeza, encarando meus olhos com uma determinação visível. – Mas minhas intenções são as piores possíveis. – Riu, sacana.
– Hahaha, você é tão engraçado! – Eu fui sarcástica.
– É sério. – ele disse, e então passou a mão pelo meu rosto e tirou meu cabelo molhado das minhas bochechas. – Vamos voltar para o carro, aqui está frio e eu não vou te dar meu casaco, não sou seu namorado.- Me puxou pela mão e me guiou para o carro.– Ah, antes que eu me esqueça, eu adorei aquele seu pijama. – ele disse rindo, e quebrando o clima estranho que havia ficado entre nós naquele momento, e me tirando risos. Imbecil.

POV’s Tom

Eu deitei na cama, pensando em tudo o que havia acontecido... Em tudo o que eu havia feito... Em tudo eu havia falado. Depois me veio àquela linda garota na cabeça. Os cabelos ruivos, a pele branca e macia, e os olhos verdes profundos – apesar de ser uma vesga e cega, irritante, baixa, com um batom vermelho que gruda na minha boca quando a beijo... É, ela não era perfeita, mas a perfeição cansa! Eu já peguei uma modelo, e, nossa, ela era um saco. A Cloe é imperfeita, e é incrível.
Ouvi alguém abrindo a porta do meu quarto, e encarei a mesma, esperando que alguém entrasse. Vi aquela criatura impertinente entrar.
– Como foi? – perguntou. – Deu tudo certo? Seguiu meus conselhos?
– Ah, deu mais ou menos. – eu sorri fraco. – Eu mostrei a ela como o meu coração fica quando ela está por perto, e tentei de todas as maneiras, dizer alguma coisa, mas eu já disse pra você, quando ela fica perto de mim, eu ajo feito um verdadeiro idiota. – revirei os olhos.
– E o que ela falou? O que ela fez?
– Ah Lizzie, como se você não conhecesse a irmã que tem. – revirei os olhos mais uma vez. – Ela disse que não confiava em mim.
– Mas eu sabia que ela faria isso, poxa! – Liz sorriu.
– E mesmo assim, me incentivou a ir falar com ela?! – a olhei incrédulo.
– Claro! – ela riu. – Mas, o que você fez depois?
– Eu perguntei se ela confiava em mim como amigo, e ela disse que sim, então eu disse a ela, que começaríamos por aí, que seríamos amigos, para eu provar que ela pode confiar em mim como homem.
– UAU! – Liz exclamou surpresa. – Agora eu fiquei boba! – ela riu.
– Que seja. – revirei os olhos. – Não vai dar certo mesmo. Ela vai continuar não confiando em mim, não importa o que eu faça.
– Pare de ser tão pessimista, Tom. Vai dar certo sim. – Lizzie afirmou como se fosse a rainha da razão.
– E ai, o que está havendo? – Georg perguntou, entrando no quarto, acompanhado por Gustav.
– Estou tentando dar umas dicas ao Tom. – Lizzie disse rindo.
– Ótimo! – Ge riu. – Ele precisa.
– Como se fosse mesmo dar certo! Faça mil favores! A Liz não é a sabe-tudo. – fiz cara de tédio.
– Cara, vai por mim, se não fosse por ela, o Bill não estaria em um encontro com a Nick nesse momento. – Gustav afirmou, se jogando na poltrona.
– Caramba, você é mesmo a Sabe-Tudo. – Eu ri. – Ok, vou confiar em você. Qual o próximo passo?
– Preste bem atenção... Isso é muito importante... – Lizzie começou.

POV’s Cloe

Eu estava sentada na cama, olhando para Jess em minha frente, que parecia ter morrido, pois estava muda e pálida. Bom, ela ficou assim depois que contei tudo o que havia acontecido entre eu e o Tom.
Levei um susto, quando Jess começou a rir freneticamente, recuperando a vida, como num passe de mágica.
– Cara... Eu imaginei que vocês ficariam juntos, mas eu juro por tudo que é mais importante pra mim, que eu jamais esperava que ele tomasse atitude em relação a isso. – Jess disse, fazendo cara de surpresa.
– Para de falar tanta besteira Jess. – eu disse. – E, não vai falar nada pra ninguém, heim! – eu alertei. – Eu não vou falar para a Lizzie, ela anda defendendo muito o Tom ultimamente. – disse, fazendo uma cara confusa.
– Fica tranquila, tá? Eu vou ficar de boca fechada. – ela disse, passando os dedos pelos lábios, como se estivesse os fechando.
– Obrigada! – sorri com os lábios.
– Você gosta dele, Cloe? – arregalei os olhos. Puta que pariu, essa pergunta me pegou de surpresa.
Nick entrou no quarto, nos dando um susto, mas me deixando aliviada, por estar me livrando de responder a pergunta super tensa da Jess.
– Ai. Meu. Deus. – Nick disse, com um sorriso de orelha a orelha. – Foi o encontro mais perfeito que eu já tive, foi o garoto mais perfeito que eu já conheci... O beijo mais doce que eu já ganhei. – os olhos dela brilhavam.
– Vocês se beijaram? – perguntei animada.
– Aham! – ela sorriu. – Foi tão perfeito.
– Conta como foi Nicolle! – Jess disse, puxando ela, para se sentar entre nós duas.

Depois de muito ouvir a Nick falar sobre o encontro perfeito que ela teve com o Bill, sobre o beijo, o cheiro, e a pele perfeita dele, nós estávamos totalmente cansadas, então Nick se despediu de mim e de Jess, com dois beijinhos, e foi para o quarto, saltitando de alegria.
– Bom Cloe, eu vou dormir. Eu estou cansada, e você também deve estar. Teve um dia cheio hoje. – ela sorriu sapeca, e eu revirei os olhos. Ela andou até a porta, e antes de sair, se virou para mim. – Eu ainda quero que você responda a pergunta que eu te fiz antes da Nick entrar no quarto... Apesar de eu ter certeza da resposta verdadeira. – ela sorriu, e saiu do quarto.
Tom Kaulitz sempre será Tom Kaulitz, e eu sempre serei a garota que faz questão de odiá-lo por ser rude desde o primeiro dia em que eu bati no carro dele?

Postado por: Grasiele

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