terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 16 - Falta de sorte e inteligência.


Tom Kaulitz havia me contado uma história muito bizarra, e eu continuava sentada na minha cama, boquiaberta, sem saber o que pensar sobre a história. Se fosse verdade, eu iria me enterrar viva e esperar as bactérias me decomporem. Se fosse mentira, eu iria matá-lo ou me vingar da pior maneira possível. É isso aí. E eu preciso conversa com Lizzie, caso ela saiba alguma coisa. E Georg. É, e Georg também!
– CLOE!
– SANTA VODKA! PAREM DE ME ASSUSTAR ASSIM! – Gritei de susto, me virando para a porta e fuzilando Lizzie com os olhos. – Mas por outro lado, é você mesmo que eu estava procurando, querida irmã Smith.
– Não temos tempo para conversas agora, e você acha que eu também não preciso falar urgentemente com você? – Ela revirou os olhos e me jogou umas peças de pano, que mais tarde fui descobrir que eram roupas. – Vai, se arruma ou Jost vai arrancar com os dentes o couro da sua pele!
Ela nem esperou que eu respondesse, apenas saiu batendo a porta do meu quarto. Eu saltei da cama, pois não queria ficar aqui. Provavelmente, perderia o emprego e como castigo, meu pai me daria um emprego muito pior e olha que é impossível existir alguma coisa pior que os Kaulitz.
Minha linda irmã – sintam a ironia. – tinha me jogado um short, e uma blusa de manga comprida, até que não era feio. Vesti a roupa, colocando uma sapatilha vermelha para acompanhar, e corri para o banheiro, para arrumar aquele ninho de pomba que as pessoas costumam chamar de cabelo. Espera! Pomba tem ninho? Claro, todo animal que coloca ovos tem ninho, inclusive o Tom. Peguei minha bolsa, e a pequena mala que eu havia levado para o quarto de hotel, e fechei a porta, correndo para o saguão do hotel.
Chegando lá, notei que não tinha ninguém, nada, nem uma alma viva. Pronto, eles haviam se esquecido de mim, e eu ficaria sem carteira, sem serviço – ou com um pior – e provavelmente, voltaria a morar com a bruxa da minha mãe lá na puta que pariu! E a Liz? Ela esqueceu de mim também! Corri para a recepcionista e perguntei se os Kaulitz (a primeira coisa que apareceu na minha cabeça, não me julgue) já tinham saído do hotel.
– Desculpe, mas essa é uma informação sigilosa e eu não poderia informar para qualquer fã. – Disse, com voz de taquara rachada.
– Mas eu não sou fã! Eu trabalho para eles!
– Desculpe, mas essa é uma informação sigi-
– Ok, ok, já entendi, vaca! – Grunhi e bati o pé.
– Cloe?! – falaram atrás de mim, pulei de susto, me virando e me deparando com...
– Jost? – Perguntei surpresa. – Pensei que vocês haviam ido embora, e se esquecido de mim!
– E eu pensei que você seria uma das últimas a ficar pronta! – Eu o encarei surpresa, com aquela cara de “ninguém está pronto ainda?!”. – Eu marquei com aqueles relaxados há dez minutos e ninguém desceu!
– Nem você, pelo visto. – Eu ri. – E onde estão as meninas? Digo, elas são meninas... Devem estar prontas.
– Eu encontrei uma Jess caminhando pior que um zumbi perneta no corredor, ainda de pijama e vi Nick carregando umas roupas cheias de glitter – provavelmente do Bill – para o quarto do mesmo.
– Ah, obrigada, Jost, já sei onde encontrar minha irmã. – Joguei minhas malas para cima dos braços de Jost e saí correndo, ignorando seus pedidos de “fique aqui e espere os outros que eu vou tomar café da manhã”.
Peguei o elevador e subi para o corredor onde estavam os quartos dos meninos. A porta do quarto de Georg estava aberta e Liz estava lá, correndo atrás de um Listing todo despenteado e dizendo que perdeu sua prancha favorita. Eu bati na porta, mesmo aberta.
– Liz? – Chamei.
– TO OCUPADA. – Gritou ela.
Revirei os olhos e passei para o próximo quarto. Era do Bill, e também estava com a porta aberta, mas a situação era diferente. Bill e Nick tentavam fazer a Jess-xerox-de-Tom-Kaulitz-zumbi acordar e se vestir. Avisei que Jost havia mandado descer e eles apenas disseram um “Aham... Jess acorda!”. O quarto a seguir era do Tom, e estava fechado. Passei direto e entrei no quarto do Gustav, aberto. Ele parecia ser o único normal, vestindo uma roupa normal.
– Hey... Gustav. – Disse.
– Bom dia, Cloe. – Sorriu. Mas então eu vi que ele estava usando uma bermuda xadrez com uma blusa listrada.
– Tira essa porra agora! – Surtei – Não combina nada! – Abri sua mala e joguei uma blusa para ele – Veste essa e desce.
Certamente, todos estavam caindo de sono, pois foram acordados às oito da manhã, depois de uma noite como aquela na boate de Strip Poker... Que eu nem ao menos sabia o que tinha acontecido.
Entramos no tour bus do Tokio Hotel, e os meninos já foram logo deitando nas superfícies macias para dormir. Tom acabou por se jogar no sofá e Georg, se jogou em cima dele. É o amor.
A única que eu julgava ter ficado acordada era a Liz. Ela estava sentada... desenhando, só que dessa vez não era um dinossauro, era um pombo correio. Santa imaginação minha irmã tem, heim? Me sentei no sofá ao lado dela, me segurando na mesa por causa do movimento do ônibus.
– Desenha alguma coisa mais bonita, por favor. – Eu pedi.
– Que tal esse? – Ela tirou um desenha debaixo do pombo correio. E este era aquele dinossauro. E por baixo do dinossauro, tirou um desenho que eu julguei perfeito. Era no estilo mangá e era um casal de mãos dadas. Mas não era um casal qualquer. Era um garoto forte, de cabelos grandes e lisos e uma garota tímida com um sorriso fraco e os cabelos ondulados como o da Liz. Estava na cara que era ela e o Georg ali.
Aos poucos, o bando de zumbi começou a acordar. Jess foi a única que continuava dormindo. Estavam todos zoando o Bill e a Nick por alguma coisa que eu não sabia, e é lógico, que eu precisava saber! A curiosidade aperta nessas horas, sabe?
– Ei! O que aconteceu com o Bill e a Nick na noite passada? – Eu perguntei à Liz.
– Simples minha linda... – Algo não chamou o Tom na minha conversa com a minha irmã, mas ele se intrometeu mesmo. – O Bill e a Nick estavam na maior pegação ontem à noite. – Eu comecei a rir. – Assim como nós dois. – Eu parei de rir imediatamente, olhando séria para ele, enquanto todo mundo caía na gargalhada, inclusive, o próprio Kaulitz.
– Você é ridículo! – Revirei os olhos. – E vocês... – Apontei para todos do ônibus. – Parem de rir ou vou jogá-los pela janela. – Fiz bico, e cruzei os braços, ainda ouvindo as risadas daquelas crianças, pior que isso, as minhas custas.
Ficamos conversando por um tempo indeterminado, esperando que San Diego chegasse logo, mas claro, iria demorar. Eu, Jess (quando a santa acordou), Gustav e Tom, devoramos o frigobar do ônibus. Lá tinha umas três barras de chocolate. Acabou não sobrando nenhuma.
De repente, o ônibus parou. Mas não chegamos em San Diego. Olhei pela janela... e estávamos no meio do nada.
– Aconteceu alguma coisa, David? – Georg gritou, vendo um David suado e apavorado saindo da cabine do ônibus.
– Por acaso... Alguém aqui sabe trocar pneu? – Jost perguntou, dando um sorrisinho amarelo, nos vendo arregalar os olhos.
– O que?! – Bill perguntou saltando do sofá assustado.
– Foi uma péssima ideia dar férias ao James. – David disse mais para si mesmo, do que para nós.
– Mas e o cara que você contratou temporariamente, David? – Gustav perguntou, se levantando, e ficando ao lado de Bill.
– Ele não sabe! – Jost disse baixo.
– Você contratou um cara que não sabe trocar pneu, David?! – Tom perguntou.
– Digamos que eu não perguntei se ele sabia. – David disse olhando o chão e envergonhado.
– Mas e vocês? – Nick também se levantou. – Ninguém aqui sabe trocar uma merda de um pneu? – Todo mundo olhou assustado para ela.
– Vamos pensar em pontos positivos – Disse David. – Sem estresse.
– É? E qual seriam eles? - Disse o Tom, com o sarcasmo em alta nas suas palavras.
David pareceu em conflito com os próprios neurônios. Ele pegou um mapa em algum lugar no ônibus, enquanto ficávamos lá, encarando-o e esperando dar um solução.
– De acordo com esse mapa... Do ano de 1980... – David disse, dando um sorriso amarelo – Tem uma lanchonete aqui perto chamada Mario’s. Podemos dar uma corridinha até lá, comer, achar alguém que saiba trocar um pneu ou pegar uma carona.
Demorou para convencer Bill a colocar as botas novas de couro na estrada cheia de areia... Mas convencemos. Depois dele, foi só arranjar um idiota para me carregar pela estrada porque eu não estava afim de andar e fiz pirraça. Eles jogaram o Kaulitz para cima de mim, como sempre, e lá fomos nós. Posso dizer que ele vai ficar com uma bela dor nas costas.
– Hey! – Eu arregalei os olhos, falando baixo com Tom – Com cavalinho... Você quis dizer o que estamos fazendo agora, certo? – Eu ri, meio tensa. Tomara que seja, tomara que seja! Kaulitz não respondeu, deixou um suspense no ar com um risinho besta.
Depois de alguns minutos em silêncio...
– OH SUSANNA – Todos olharam para Gustav, depois de um tremendo susto – DON’T YOU CRY FOR ME! FOR I COME FROM ALABAMA, WITH THE BANJO ON MY KNEES! – Ele começou a cantarolar. – Alguém sabe o resto? Eu só sei essa parte, mamãe cantava para mim antes de dormir.
Nós rimos.
– Olha, gente, chegamos... – Disse David, sem a menor empolgação. Kaulitz ficou tão pasmo com aquela lanchonete que mais parecia um banheiro químico que acabou por me soltar e eu caí de bumbum no chão.

Narradora*

– Ai Katlen você é muito estúpida, acha mesmo que o Tokio hotel vai furar o pneu do tour bus de luxo e parar aqui nesse podrão para te dar um autógrafo?! – Amanda “perguntava”, revirando os olhos para a estupidez da amiga.
– Amanda! – Katlen chamou a atenção da amiga para si, que até então estava virada para seu copo de coca-cola. – Olhe para trás! – Amanda, percebendo a palidez da amiga, olhou para onde os olhos na amiga miravam, e se deparou com seus ídolos, aqueles que supostamente nunca furariam o pneu do tour bus para dar uma paradinha naquele podrão.

Nós entramos na lanchonete, com os meninos reclamando do pneu, e que não tinha nenhum ser que prestasse o suficiente para saber trocá-lo, e pedindo sucos, refrigerantes, e hambúrgueres para a pobre da atendente, que ficou mais perdida que cego em tiroteio.
Quando gritos ensurdecedores nos chamaram a atenção. Duas meninas, uma com um moletom do Tokio Hotel, e a outra com uma camiseta e um all star deles, olhando, dando pulos, apontando e gritando para os meninos do Tokio, chegou a ser assustador; e olha que eram apenas duas garotas, imagine uma multidão.
– Me dá um autógrafo, Tom? – A menina mais baixa pedia com os olhos brilhando, e quase se jogando em cima do meu Tom. Quer dizer, do idiota do Tom.
– Claro! Qual seu nome, gata? – Ele deu um sorriso pervertido, passando a língua pelo piercing, e piscando para a garota, que quase teve um ataque cardíaco.
– Ah Bill, seu lindo! – A outra garota surtava agarrada ao corpo do Bill, que retribuía o abraço da mesma, com muito carinho. Ele era um amor!
Elas abraçaram, pediram autógrafos, tiraram fotos e abraçaram mais um pouco os meninos da banda. Depois eles se desculparam, dizendo que precisavam resolver um problema, para poderem fazer o show em San Diego, ao qual as meninas haviam comprado ingressos para ir e ficaram maravilhadas.
Estávamos sentados na mesa, tomando alguma coisa (como suco ou refrigerante), e eu e Jess também estávamos comendo hambúrguer com batata frita.
– Vocês deveriam comer! Está uma delícia. – Eu disse de boca cheia, vendo Jess concordar comigo.
– Temos que dar um jeito de ir para aquele show! Não podemos atrasar. – Bill disse preocupado. – Eu não gosto de atrasar shows, nem de cancelar.
– Nenhum de nós gosta, Bill. – David começou. – Mas não sei o que podemos fazer.
– E se pedíssemos carona? – O idiota do Tom perguntou. Ou, talvez nem tão idiota assim.
– É uma boa ideia. – Eu concordei, dando um gole na Coca-Cola.
– Pode ser perigoso. – Gustav alertou. – Espera aí... – ele pensou um pouco. – Você concordou com o Tom, Cloe? – Todos se viraram para mim.
– Ah, foi uma ideia boa. – Eu baixei o olhar.
– Ela me ama. – O Kaulitz caçoou.
– Não é hora para brincadeira, Tom! – Bill o reprendeu. Obrigada Bill.
– Vamos ou não pedir carona? – Nick perguntou. E todos olharam para Jost.
– Não tenho ideia melhor, nem mais inteligente. – David disse, jogando os braços para cima, em sinal de rendição. Porra, entrou em decadência se ele não consegue ter uma ideia melhor do que a do estúpido do Kaulitz.
Fomos lá, os dez idiotas – pois o James estava junto – pedir carona para qualquer estranho de bom coração, ou com uma mente psicopata. Ou nós sairíamos bem dessa, ou nos daríamos muito mal.
Ninguém. Nenhuma alma bondosa ou psicopata nos deu carona, nem se quer pararam para perguntar nosso trajeto. Credo! Bando de gente sem coração, e sem bondade dentro de si. Olha, falei bonito! Claro que... Se fosse eu, dirigindo no meu carro maravilhoso com ar ligado, ao som da minha banda favorita e estivesse passado por ali, visse a imagem daquele grupo de dez pessoas, extremamente estranhas... Eu admito que nem pararia para apreciar.
– Por que não pedimos para um helicóptero vir nos buscar? – Eu perguntei, enquanto estávamos sentados naquela lanchonete novamente, olhando para nossas bebidas e lamentando.
– Por que você não disse isso antes? – O Kaulitz rosnou, quase voando em cima de mim e apertando meu lindo pescoço.
– Porque eu só pensei nisso agora, idiota! – Eu murmurei.
– Você é brilhante, Cloe! – Jost comemorou, levantando da mesa, e dando um beijo na minha bochecha, em seguida, saindo com o celular na mão, para provavelmente, chamar um helicóptero.
Em cerca de meia hora, um helicóptero pousou naquele enorme espaço que existe nas lanchonetes de beira de estradas, para os caminhoneiros estacionarem. Nós já tínhamos pegado nossas malas, então, entramos rápido no helicóptero, para chegarmos a tempo de arrumar as coisas e os meninos para o show.
Chegamos ao local do show pousando o helicóptero no meio da rua e causando um grande tumulto de fãs em volta, e seguranças, para que os meninos descessem em paz. Eu e as meninas saltamos primeiro com ajuda de seguranças musculosos e corremos para o camarim, enquanto os garotos sorriam e acenavam para fãs histéricas em volta do helicóptero.
[n/r: Não parece o clipe Monsoon?]
[n/f: Parece mesmo!]
Os garotos chegaram, o camarim era como se fosse um trailer com portas para o camarim de Gustav e Georg, e o dos gêmeos, e mais uma sala aberta para todos eles. Bill, Georg, Gustav e Tom, foram correndo tomar banho. Liz estava ajeitando a maquiagem que precisaria para arrumar o Bill, e o resto dos meninos, eu estava terminando de escolher as peças de roupa dos meninos, apressada, Nick estava andando para lá e para cá, com uma agenda em mãos, arrumando as coisas para o show; e Jess estava arrumando os instrumentos dos meninos, e organizando as trocas de roupas que já estavam preparadas.
Bill já estava vestido, e agora havia se sentado na cadeira de frente ao grande espelho para ser maquiado por Lizzie. Georg saiu pronto logo depois, sentando na cadeira ao lado de Bill.
– Cloe, pode me ajudar aqui? – Lizzie perguntou meio desesperada. – Arrume o cabelo do Georg, fazendo um favor?
– Claro! – Andei até ele, ligando a chapinha, e me preparando para arrumar seu cabelo.
– Ela vai queimar meu cabelo, Liz! – Georg disse, fazendo bico.
– Cloe! Onde estão minhas roupas? –Vi o Kaulitz passeando de cueca pelo camarim, na frente de todos.
– Está dentro do seu vestiário, Tom! Já disse para você e aos meninos umas noventa mil vezes. JESS, AJUDA ESSA AMEBA POR FAVOR. – disse tentando me concentrar no cabelo do Georg.
– Ai Cloe! – Georg reclamou. – Preste atenção no meu cabelo, não na cueca do Tom! – Eu fiquei vermelha, e o idiota do Kaulitz apenas riu.
– Tudo bem nanica! Vou conferir! – Ele disse, voltando ao vestiário. – ACHEI! – Ele gritou. Revirei os olhos.
– Anda logo Tom! – Gritei, o apressando.
Depois de vinte minutos, estavam todos prontos, e melhor ainda, não atrasamos o show. Os meninos estavam indo fazer o grande show, primeiro iria o Tom, ele passou por mim, mas voltou e parou na minha frente, só havia eu e ele ali, pois antes de entrarem, eu queria dar uma “checada” no visual deles. Ele me olhou nos olhos, depois sorriu.
– Me deseje um bom show, Cloe. – Ele disse, dando uma leve risada. Eu concertei seu colete, revirando os olhos. Fui pega de surpresa quando ele se abaixou e beijou o canto da minha boca. Então se virou rapidamente e entrou no corredor do estágio.
– Bom show, ameba. – Eu disse baixo, torcendo para que ele não ouvisse.
– Obrigado, Cloe. – Argh, ele ouviu!

Postado por: Grasiele

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