terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 23 - Sendo babaca.


– Sou eu... Nathan.
Ao ouvir aquele nome, meu coração parou, tal como a minha respiração.
– Nathan? – Eu perguntei retoricamente. Minha voz era uma mistura de desconfiança, surpresa e talvez tristeza.
– Sim, Nathan Sykes. – Ele disse com a voz firme.
Prendi minha respiração e respondi com toda a agressividade que eu tinha dentro de mim.
– Como tem coragem de falar comigo, seu babaca?! Não torne a me ligar nem mais uma vez, eu quero total e nada menos do que distancia de você! – Gritei, quase batendo o telefone no gancho, mas a voz de Nathan cortou a linha, gritando meu nome. – O que você quer?
– Por favor, me dê cinco minutos e eu vou te fazer não querer desligar esse telefone.
– Nathan, você não tem mais efeito sobre mim! – Eu disse, firme.
– Por favor. – Eu suspirei, revirei os olhos e senti vontade de enfiar minha cabeça na privada e ir junto pro esgoto com meu antigo celular. Ele entendeu que era para continuar a falar. - Cloe, primeiramente, quero me desculpar pelo que eu fiz.
– Caramba, eu não imaginava que fosse a primeira coisa que iria dizer! – Usei todo o meu sarcasmo. – Claro, porque, se você quer que eu continue na linha, acertou em cheio no que precisa falar!
– Você continua encantadoramente educada, mas me deixe terminar. – Eu bufei e ele continuou. – Eu sei que o que eu fiz foi errado e fiz você sofrer... Eu me castiguei por isso.
– Você é tão óbvio! Por que eu ainda não desliguei na sua cara?! – Gritei, novamente, a ponto de enfiar o telefone no gancho.
– Eu tenho cinco minutos! – Ele disse.
– Então se apresse, pois seu tempo está acabando.
– Ok, ok! – Ele disse e respirou no telefone, fazendo um barulho que quase me fez ficar surda. Ele provavelmente deveria ter um IPhone para ser tão alto assim. – Quando fui atrás de você, na casa da sua mãe, ela me disse que você veio para Los Angeles por trabalho e que iria ficar um bom tempo. E eu devo dizer que vim atrás de você e agora eu estou em algum lugar dessa cidade, hospedado em um hotel, tentando te ligar há dias, mas seu celular não estava funcionando.
Eu ri naquele momento por lembrar que Tom jogou meu celular na privada. Obrigada, Tom! Me livrou dessa égua por dias.
– Eu pedi seu número novo para sua mãe, e ela me deu... – Ah, mas minha mãe é uma verdadeira... – E eu venho tentando ligar e só agora você atendeu!
– E você está me dizendo tudo isso, por que...?
– Você nunca foi tão fria, Cloe, o que aconteceu? – Perguntou.
– Conheci um vagabundo. – Respondi, grossa. Nathan soltou um “Ah”. – Nathan, valeu pelas desculpas, ok? Aceitei tanto como fui com a sua cara depois que atendi o telefone. Agora, se você não tem mais nada para fazer, eu tenho...
– Cloe, janta comigo essa noite.
Eu olhei para o telefone... E consequentemente o telefone olhou para mim, até porque, aquele era um objeto! E Nathan esperava minha resposta. Sério isso, diretor?
– O que te faz pensar que eu te daria essa chance? Bateu a cabeça, foi? – Eu falei com um tom debochado. APRENDI COM OS MELHORES, vulgo Tom Kaulitz.
– Eu mudei... – Ele parecia estar sorrindo do outro lado da linha. – E eu não paro de pensar em você.
E isso até me lembrou aquela música da Duffy, Mercy. “Você me tem implorando por misericórdia”.
– Você me disse isso uma vez e quem garante que pode ser verdade? – Eu provoquei.
– Saia comigo e deixe-me provar a você. – Disse com um tom de voz enlouquecedor. Eu quase podia sentir vontade de correr para os braços de Nathan novamente, mas acho que preferia correr para os braços de outra pessoa.
Depois de um longo minuto, Nathan checou para saber se eu não tinha morrido do outro lado da linha.
– Hã, certo. Mas hoje não. – Eu respondi, castigando-me por aceitar aquela porra. – Te encontro na terça, às oito em frente ao cinema Buffay na quinta avenida. Tem uns restaurantes lá.
– Ah, terça está tão longe. – Fez drama. Por favor, terça era só três dias depois daquele. – Não quer que eu te pegue? Me dê seu endereço.
– Sem essas babaquices, Nathan, eu sou uma menina crescida, por favor. – Desliguei o telefone e escorreguei na parede do quarto. Estava escuro, pois eu entrei sem nem ascender a luz. Fiquei olhando para os meus Oxfords no escuro e sua sombra, esperando que alguma luz no meu cérebro me fizesse abrir aquele telefone e gritar para o Nathan que eu queria que ele sumisse da minha vida, pois agora eu tinha ao Tom e nada mais importav...
Eu não tinha o Tom, por isso o lado “não-estou-bêbada-constantemente” do meu cérebro me fez responder sim ao Nathan.
Oh, eu não acredito! Eu não tinha o Tom! Eu realmente não o tinha mais! Isso, Cloe, agora sorria. Você se desfez de mais um cafajeste da sua vida, agora abra os braços para voltar ao passado e esquecer qualquer um que simplesmente te disse “Nos vemos algum dia” e foi embora para seu cobertor rosa em sua mansão confortável e cheia de putas em algum lugar aqui em Los Angeles.
Pensando assim, eu acabei por me dar conta de que não tinha muito a fazer do que sair correndo e contar para Lizzie. Tirei meus sapatos e larguei minha bolsa, correndo para sala e vendo Lizzie encostada com a cabeça em Georg no sofá. Ela se assustou com minha chegada repentina.
– Mas o que foi...?
– O Nathan me chamou para sair com ele! – Eu despejei. Georg me olhou estranho e Liz, depois que processou a informação, quase pulou pela janela e ficou vermelha de raiva.
– E VOCÊ VEIO ME DIZER QUE NÃO ACEITOU, NÃO É? – Ela gritou, abrindo um sorriso tipo Coringa, do Batman, que acabou de matar cem milhões de pessoas.
– Na verdade, eu aceitei. – Me encolhi e vi ela se levantando do sofá e vindo correndo atrás de mim. Eu corri até o banheiro e fechei a porta. Lizzie começou a espancar a porta com todas as suas forças, gritando.
– DESMARCA, SUA VACA! EU NÃO ACREDITO QUE FEZ ISSO! É O NATHAN, VOCÊ É LOUCA? BEBEU? EU NÃO TE PERMITI TOMAR BEBIDA ALCOOLICA! CLOE, VOCÊ É BABACA?! PUTA QUE PARIU...
– EU NÃO TENHO ESCOLHA, EU TENHO QUE FAZER ISSO, LIZZIE! – Gritei de volta.
– POR QUE? – Ela gritou de volta, parando de bater. – Você não vai esquecer o Tom, se quer saber!
– De onde Tom surgiu? – Eu perguntei, retoricamente.
– Leipzig, Alemanha. – Informou uma voz lá de trás.
– Ele surgiu há muito tempo, mas todos nos lembramos de você, beijando ele hoje mais cedo!
Droga! O beijo! Eles haviam visto isso!
– O que? Puff! – Eu tentei disfarçar – Era um beijo no rosto, estávamos nos despedindo, eu gostei de trabalhar com ele.
– Foi, Cloe? Gostou de trabalhar com o guitarrista desgraçado? – Ela provocou.
Eu abri a porta do banheiro e ela tomou um susto.
– Olha aqui, Lizzie, isso não importa. Nós não temos nada um com o outro e nem nunca vamos ter. Vamos esquecer o Tokio Hotel, certo? – Lizzie apontou para Georg atrás dela e eu ri. – Aí, Georg, valeu por vir de lembrancinha! – Eu fui irônica.
– Cloe, não é assim que funciona! – Ela quase voltou a gritar, mas eu estava bem de frente para ela. – Você não pode sair com o Nathan depois de tudo que ele te causou.
– Posso sim! – Eu disse, tentando convencer mais à mim do que a Lizzie. – Eu sei que em algum lugar da minha cabeça, eu tenho razão.
– Quando vocês vão sair? – Perguntou Lizzie.
– Na terça.
Ela revirou os olhos.
– Pelo menos você tem três dias para pensar sobre o Tom. – Disse.
– EU NÃO TENHO NADA A PENSAR SOBRE ELE! – Gritei.
– Cloe... – Começou Georg. – Sei que não sou especialista nisso, mas você sabe o que o Tom sente?
Eu bufei.
– E você, Georg, sabe? – Perguntei retoricamente. – Ninguém sabe o que ele sente, mas a gente sabe o que ele é, e o que ele não vai deixar de ser. – Eu balancei a cabeça e limpei uma lágrima que quase escorreu dos meus olhos. – Se me dão licença.
Passei por eles como um furacão e tranquei a porta do meu quarto.

Postado por: Grasiele

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