terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 17 - Uma situação meio estranha.


Nossa... Como minha irmã demora! Faz uns vinte minutos que eu mandei mensagem, e ela disse que já estava vindo. Eu estava olhando para o teto, quando a porta se abre.
– Oi Cloe! – Vi uma garota baixa, vestindo um pijama rosa de corações, e calçando pantufas do Mickey nos pés, adentrar meu quarto.
– Uau! – Eu ri. – Voltou a ser criança, foi?
– Hey, garota! Não zombe de mim, eu sei que você ainda usa a sua pantufa do Bob Esponja. – Ela soltou uma gargalhada pela minha cara, e se sentou ao meu lado.
– Mas o Bob Esponja, é o Bob Esponja oras. Jamais se joga fora. – Fiz cara de metida.
– Que horas são, heim? Eu estou com sono. – Ela pegou o meu celular, ignorando meu momento “o Bob Esponja é importante”. – Awn... Bela foto! – Ela sorriu, mostrando-me a foto que o Kaulitz tirou de nós dois no dia em que compramos o meu celular. Ele estava sorrindo, e eu revirando os olhos. – Ficou muito bonita! – Liz afirmou, e eu revirei os olhos.
– Ah é, ele colocou isso como plano de fundo, eu nem tirei ainda. – Revirei os olhos.
– Não tira. – Ela riu. – O que tanto você queria falar comigo? – Perguntou. Ela me deu as costas, pegou um papel na mesa e começou a desenhar alguma coisa.
– Liz... – Me virei para ela. – Eu preciso saber o que aconteceu na noite do Strip Poker, porque o Tom andou me contando umas historias, que só a vodca sabe!
– Eu não sei de muita coisa. Eu só vi você bem bêbada, em cima da mesa de Poker, depois o Tom disse alguma coisa que te deixou brava, e te cobriu com a blusa dele, então ele foi até o Gustav, e disse que estava te levando embora, pois você não estava bem... Depois que o Gus me disse, eu vim atrás de você... E quando cheguei ao banheiro, você e o Tom... Estavam meio que... Se agarrando no chuveiro. – Arregalei os olhos.
– NÃO ACREDITO QUE É VERDADE! – Disse, incrédula.
– Psiu. Não grita Cloe. – Ela me repreendeu. – Você estava bêbada, estava completamente fora de si, sabemos disso... Georg e Tom também sabem. – Ela afirmou com segurança.
– Espera, o que o Georg tem haver com isso? – A encarei.
– Ele estava junto comigo, quando vi você e o Tom no chuveiro. – Ela disse concentrada em seu desenho.
– Ah, mas que lindo! – Falei, dando um sorriso sarcástico.
– Cloe... – Ela me chamou, me fazendo encará-la. – Por que isso te incomoda tanto? Foi só um mal entendido, um acidente.
– Quer mesmo saber por que me incomoda tanto? – Ela assentiu, esperando a resposta. – Porque eu tenho uma queda por aquele guitarrista desgraçado. – Grunhi.
– Queda? – Ela riu. – Você tem um abismo por ele. – Soltou uma gargalhada. Credo, minha irmã anda passando tempo demais com o Bill.
– Não fala besteira! – Briguei. – Eu sei muito bem separar trabalho dos meus sentimentos, sou muito experiente nisso, e eu sei que Tom é o meu “chefe” e minha relação com ele deveria ser estritamente profissional... Acho melhor eu me afastar dele... Quer saber? Esquece. – Revirei os olhos.
– Por que não dá uma chance? Se você parasse de brigar com ele o tempo todo, e parasse de enxergar os vários defeitos que você cria nele, veria como ele é de verdade. – Ela disse pra mim, sorrindo no final, e voltando a desenhar.
– Eu não sei QUE ADJETIVOS vocês encontram nele. Ele é Tom Kaulitz. – Afirmei com certeza. – Ele é incapaz de mudar, e eu sou incapaz de confiar em alguém como ele. – ela me olhou, e reprovou minhas palavras, negando com a cabeça, mas sorriu logo em seguida, e voltou a se concentrar no desenho. – Eu só queria saber o que tinha acontecido naquela noite.
– Entre você e o Tom, eu não sei Cloe, desculpe. – Ela me olhou.
– Tudo bem. – Sorri fraco. – Não tem problema.
Ficamos uns cinco minutos só no silêncio, e a única coisa que se podia ouvir, era o barulho do lápis que Liz estava usando para desenhar.
– Ok! Eu vou dormir agora. Estou cansadíssima, não consigo nem parar em pé. – Ela riu.
– Tudo bem, eu também já vou dormir. – Levantei da cama, andei até o canto do quarto, calcei minhas pantufas do Bob Esponja, e me virei para minha irmã. – Fazer o que, eu amo esse rapazinho! – Eu sorri, e ela soltou uma gargalhada.
– Tudo bem. Já vou indo. – Me deu um beijo na testa e saiu.
Reparei que ela fechou a porta e esqueceu seu desenho em cima da minha cama. Espiei o desenho e não tive mais certeza se ela esqueceu ou deixou aqui de propósito.
Era uma representação da foto do plano de fundo do meu celular. Um garoto de tranças com um sorriso torto e uma garota revirando os olhos para o outro lado, de braços cruzados, como se reprovasse e ignorasse o garoto ao lado.
Dei um sorriso curto, e por um instante pensei em amassar a folha e jogá-la fora, mas alguma coisa fez com que eu apenas a dobrasse, andasse até o meu casaco, e a guardasse no bolso.
Deitei-me na cama, e fiquei pensando sobre o que a minha irmã disse. Parar de enxergar defeitos onde não tem, e dar uma chance. Poderia ser uma coisa boa, eu só não sabia se estava preparada para isso. Então adormeci pensando sobre isso.

(...)

Era por volta das sete da noite, e eu estava no quarto de hotel, desenhando um projeto de roupa com o meu notebook do lado com abas de sites atualizados de moda, e vez ou outra, eu estava pesquisando alguma coisa, enquanto dava uma pausa nos desenhos.
– Toc, toc. – Nick disse, colocando o rosto para dentro do quarto e sorrindo. – Tem um segundo?
– Claro! – Sorri pra ela, e tirei os óculos. – O que é? – Ela colocou o corpo todo para dentro do quarto, e fechou a porta devagar. – Uau! – Admirei.
– Então, o que achou? – Ela perguntou meio insegura quanto à sua roupa. Estava toda produzida com um vestido preto e curto, que definia bem seu corpo e pela primeira vez, de cabelos soltos, ressaltando suas ondas naturais.
– Você está linda!
– Sério?! – Ela sorriu.
– Muito sério. – Eu sorri sapeca. – Pra quem é tudo isso?
– Bom, já que não temos o que fazer hoje, porque o nosso voo só sai amanhã à noite, Bill me convidou para jantar. – Ela abriu um sorriso de orelha a orelha.
– Bem, ele vai ficar de queixo caído. Isso eu posso garantir. – Sorri.
– Obrigada! – Ela sorriu meio envergonhada. – Só queria que você me ajudasse com a maquiagem. – Ela deu um sorriso sem graça. – Nunca fui boa com isso, só sei o básico.
– Bem... é a Liz que cuida da maquiagem, mas eu posso dar uns tratos. – andei até ela. – Sente-se. – apontei para a cama, e ela se sentou, respirando fundo, e esperando que eu voltasse com a maquiagem do banheiro.
Terminei sua maquiagem rapidamente, Nick tinha olhos amendoados e estava na cara que para ficar mais linda do que já era, só faltava um lápis de olho e uma sombra esfumaçada.
– Uau Cloe! Está perfeito. – Nick se admirava no espelho do banheiro. – Você faz uma maquiagem ótima!
– Acho que você deveria parar de me elogiar, e ir se encontrar com o Bill lá embaixo. – Eu ri. – Já são oito horas.
– Ok, ok! – Ela sorriu de nervoso. – Estou indo. Obrigada mais uma vez.
Ela saiu e fechou a porta com um banque surdo. Sentei-me na cama de novo, coloquei os óculos, e voltei a desenhar. Mas não foi por muito tempo, já que, não tinha dado nem cinco minutos, e havia alguém batendo na porta de novo.
– Entra! – Gritei, e tirei os óculos. Eram Gustav e Jess.
– Hey Cloe. Você sabe onde a Liz e o Georg foram? – Gustav perguntou.
– Nem sabia que eles haviam saído. Eles saíram?
– Sim. E só achamos um bilhete da Liz no quarto dela. – Jess disse me entregando o bilhete. Estava escrito: “Eu sai com o Georg, não vamos demorar a chegar, não se preocupem, estamos bem, e já somos bem grandinhos”.
– Bem típico da Liz. – eu ri. – Acostumem-se, Liz passou a vida toda saindo desse jeito, tá velha demais pra mudar.
– Ah, Cloe! – Gustav me chamou, antes de sair do quarto. – Eu e a Jess vamos jogar vídeo game, você topa?
– Ah não, obrigada. – sorri. – Hoje não, vou ficar por aqui trabalhando num novo estilo para os gêmeos. Alguma coisa que combine e não faça o Tom parece um mendigo pedófilo.
– Cara... – Jess disse. – Você não consegue desgrudar dele. – Ela saiu do quarto, batendo a porta, e deixando uma pergunta pairando em minha mente... Por que eu não consigo me desgrudar dele?

Deitei na cama, afastando o notebook e os meus desenhos, e fiquei pensando sobre o comentário da Jess, e o conselho da minha irmã. Minha cabeça revirou um pouco, e eu fiquei meio perdida... Eu sempre fui meio confusa, mas será que estava sendo idiota? Eu estava mesmo criando defeitos que o Kaulitz não tem? E eu me apego a esses defeitos?
– Smith! – O Kaulitz abriu minha porta com toda a força, me tirando dos meus devaneios. – Se troca, nós vamos sair! – Ele estava meio descontrolado.
– Kaulitz, você bebeu? – Me levantei, e fui até ele.
– Não, eu não bebi. – Ele afirmou. – Vai se trocar logo, eu espero aqui. – ele ficava andando de um lado para o outro.
– Tom, o que aconteceu? – Eu perguntei, e ele me ignorou. – Responde!
– Vai demorar muito para enfiar um jeans e uma camisa? – Ele revirou os olhos.
– PORRA, O QUE ACONTECEU? – Gritei.
Ele revirou os olhos para o meu estresse e me puxou pelo pulso, fazendo sinal de silêncio com o dedo. Bati seu corpo contra o meu, sem querer e tentei me afastar.
– Precisamos conversar.
– E precisa ser fora daqui? – Retruquei. - Que saco, todos estão querendo conversar comigo hoje.
– Sim, precisa! – Ele respondeu.
– Mas está chovendo!
– Não tem problema. – Ele ficou olhando nos meus olhos.
Era visível que o Kaulitz estava meio estranho e descontrolado, e quem o visse naquele estado, sem sombra nenhuma de dúvidas, concordaria comigo; então eu resolvi que o melhor, era fazer o que ele pedia naquele momento, mesmo que fosse loucura, eu o faria. Para onde iríamos?
Saí do banheiro terminando de fechar o zíper do casaco e Tom levantou da cama, já abrindo a porta e esperando que eu saísse.
– Vamos! – Disse, e estendeu a mão para mim, esperando que eu a segurasse. Recuei um pouco, mas ele me olhou de um jeito estranho, e eu então toquei suas mãos, entrelaçando nossos dedos e deixando que ele me guiasse até o carro.
Ficamos rodando com o carro por um bom tempo, a chuva não parava e o silêncio reinava dentro do veículo, o que estava me incomodando muito. Levantei a mão para poder ligar o rádio, mas fui impedida pelo Kaulitz.
– Não liga.
Tom encostou o carro em uma rua deserta, tirou o sinto de segurança, apertou firme o volante em sua frente, olhou para baixo, e mordeu os lábios; pareceu pensar um pouco no que iria fazer, e então se virou para mim.
– Agora... Nós precisamos conversar. – ele disse, e eu ouvi um trovão extremamente alto, que se juntou ao olhar do Kaulitz em cima de mim, fazendo-me arrepiar.

Postado por: Grasiele

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