terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tantchen - Capítulo 25 - Final Day

Farto de necessitar de você e do seu afeto
Eu prefiro ficar sozinho
A viver sem a sua atenção

Eu estou parado na dor
Que está me sufocando
Cada vez mais é o meu próprio sangue
Por que você não consegue ver?
Que estou faminto por seu amor
E preciso de atenção
Ou vou morrer
 

Attetion – Tokio Hotel


Fabricia tinha alugado um pequeno apartamento em Berlin e Zay tinha lhe arrumado um emprego em uma imobiliária. Naquele dia fazia um calor fora do comum estava preparando um suco quando o interfone tocou.

  
-Dona Fabrícia tem uma moça aqui embaixo perguntando pela senhora.

-Moça? Que moça?

- O nome dela é Lorena!

Fabrícia deixou o interfone cair, sentiu um calafrio e ao retomar o fone disse:
  
-Peça para ela subir. Por favor!


Fabricia ficou andando de um lado para o outro do apartamento sem saber o que fazer. Apertava as mãos e mexia no cabelo. O que a filha veio fazer em seu apartamento . Desde daquele dia não a viu mais. Ela tentou alguns contatos mas, nunca conseguiu retorno.Então decidira esperar o tempo fazer o seu papel.

A campainha a assustou Fabricia foi até a porta e abriu. Ela estava lá em pé na sua frente, ela estava magra e linda. As duas se olharam e o silencio se fez presente. Lorena foi que tomou a iniciativa. Correu até a mãe e a abraçou:

-Mãe, Maezinha ... Minha mãe ... Me perdoe! – As palavras de Lorena foram  suficientes para Fabricia se derreter, Fabrícia a abraçou e as duas se deixaram chorar por minutos. Fabricia abraçou Lorena como a primeira vez que abraçou ela quando a pegou pela primeira vez na maternidade.

-Minha filha... Me perdoe também ... Eu te fiz sofrer ...

-Não ...Não eu me fiz sofrer ... A única culpada do seu sofrimento , do meu sofrimento e de Bill . Foi Meu!  Fui egoísta,mesquinha e imatura demais .Ele nunca me deu um pingo de esperança e eu insisti .Tá..Eu sofri, te odiei mas depois de todo esse tempo percebi tudo o que havia feito com você. Mãe,você não merecia isso! Não merecia!

Fabrícia deixava as lágrimas rolarem e disse:

-Filha eu errei também deveria ter dito sobre o meu caso. É que tive muito medo.

- Mãe, nos erramos  e acho que  acima de tudo somos mãe  e filha e  devemos nos permitir o perdão. Só temos uma a outra nessa vida.  Vamos esquecer o passado e começar uma nova vida.

Fabrica sentia sua filha mais madura e vivida.

- Filha, você esta tão mudada. Acho que esse tempo longe de casa te fez muito bem.

-Não mãe, não foi o tempo longe de casa. Foi Bill que fez isso comigo.

Fabricia ao ouvir o nome dele gelou fazia quase um ano que não o via. Sempre perguntava dele para Laura e ela sempre dizia que não o via na rua pois não estava morando com os pais mais o via sempre no restaurante e que depois da partida de Fabricia ele sempre estava abatido, sem graça e triste . Toda vez que ia no restaurante nunca via um sorriso nos lábios dele.

-Bill?  – Fabricia perguntou confusa para a filha.

- Sim. Bill! Ele te ama demais acho que nunca presenciei um amor tão intenso. Ele não precisa dizer que te ama. Os olhos deles deixam transparecer, o sorriso, o modo como fala de você. Ele te ama muito mãe!

- Mas isso é passado minha filha. Passado! Já não nos vemos há quase  um ano.

-E por minha causa,pela minha imaturidade.

O interfone tocou e Fabricia foi atender.

- Quem? Mande o sumir - Fabriicia disse sem entender nada

Depois de dois minutos ele entrou no apartamento.

- Oi, Gustav  o que você faz aqui?

-Oi dona Fabricia vim com a Lorena eu a trouxe fui eu quem disse para ela que a senhora estava aqui. Espero que não tenha achado ruim. É que Lorena mudou muito e achei que era hora dela se desculpar.

- Gustav, eu só tenho  agradecer a você e a sua família. Sem vocês nem sei o que seria de mim.

- Mãe – Lorena a chamou.

Nossa era tão bom ouvir Lorena lhe chamando de mãe de uma forma carinhosa, depois da morte de Bernardo ela nunca mais havia a chamado dessa forma.

- Mãe, olha temos que ir embora eu parto amanhã para França e tenho algumas coisas para arrumar.

- França – Fabricia disse triste – Sua avó conseguiu .

-Não , minha avó não conseguiu nada. Eu vou sim com o dinheiro dela . Ela quer pagar não vejo por que recusar . Mas minha decisão veio há dias atrás quando percebi  que eu tinha um exemplo de determinação dentro de casa. Tenho certeza que se você tivesse a minha idade você faria a mesma coisa. Aprendi com você ser assim, ir atrás dos meus sonhos. Batalhar pela vida. Não me deixar abater por nada. Você é meu exemplo, mãe! Meu espelho, meu mundo. MEU TUDO! – Lorena  disse as palavras e abraçou a mãe com muito carinho – Não estou indo embora estou apenas indo estudar. A república é confiável  e quando for para faculdade ficarei em um apartamento e você poderá ficar comigo por uns tempos. Agora terá que ficar em um hotel pois a república é só para alunos. Bom isso se você quiser ir em visitar lá na França.

-Claro minha querida com certeza! Você será muito bem sucedida.

-Bom, sera que podemos ir almoçar pois não comemos nada ainda e são 15 hrs e estou verde de fome.

-Ain Gus você com fome  conta uma novidade!  -Lorena brincou e deu um selinho na boca do namorado.

-Vocês ... Estão..

-Sim mãe, nos estamos namorando sim. - Lorena riu e abraçou Gustav.

-Poxa que bom. Você sabe Gustav que sempre brinquei com a sua mãe que seriamos parentes.

-Eu sei dona Fabricia ela disse a mesma coisa para nós quando soube do nosso namoro. - Gustav riu envergonhado.

- Então vamos almoçar.Tem um restaurante ótimo aqui em Berlin vocês vão amar. Serve uma vitela e um vinho que...

Fabricia parou de falar,  toda vez que falava em restaurante era inevitável  lembrar de Bill. Vinho lembrava Bill. Chalé lembrava Bill. Na verdade tudo o que ela fazia ela lembrava de Bill. O perfume dele, o sorriso dele tudo isso fazia ainda muita falta para ela.

-Lembrou dele,né Mãe quando disse do restaurante? – Lorena perguntou para mãe.

Ela nada respondeu apenas sorriu tristemente.

-Por que não liga pra ele?

- Por que é passado. Ele com certeza já deve estar namorando e não quero atrapalhar mais uma vez a vida dele. Acho que já o fiz sofrer demais. Deixa as coisas como estão.

Os três foram almoçar em um restaurante perto do apartamento de Fabricia. Almoçaram, riram, colocaram a conversa em dia  e a noite já de volta ao apartamento Fabrica disse:

-Vocês vão dormir aqui comigo. Lorena no meu quarto e o senhor Gustav no outro quarto e de porta fechada. Vocês dois tomam cuidado. Não se apressem com nada. Com nada viu dona mocinha. -Fabricia disse rindo para a filha.

-Mãe, pode deixar que somos cientes. Muito ciente dessas coisas. Agora vou dormir pois estou morta de cansada. 



No dia seguinte bem cedo Lorena foi embora com Gustav para Stutgart e Fabricia sentou na frente do computador o ligou e entrou no msn e apareceu todos os seus contados e sempre via Bill online mas como o tinha bloqueado ele não a via on line. Então pegou o telefone e ligou para o celular do Bill. E depois de dois toques ele atendeu.

- Alô?

Ela nada disse.

-Fabricia é você. Fabricia são onze  meses. Não faça isso comigo. Fabricia...Meu Deus eu sei que é você.


Fabricia começou a  tremer e desligou o telefone. Não era justo. Não era! Ela não podia fazer isso com ele. Ela sabia que fora uma covarde. Mas agora era tarde demais para voltar atrás. Estava decidido ela ia para a França com a filha pois não conseguiria mais viver na Alemanha. Se ficasse na Alemanha ia voltar para Bill.

Na mesma noite começou a arrumar suas coisas . Ligou para o seu chefe mais uma vez. Nem tinha mais cara para pedir favores para Zay. Porem  como sempre  lhe prometeu arrumar um bom emprego na França. Eram muitos anos de amizade e confiança entre ela e o chefe.


Uma semana depois estava na França. Não estava feliz mas era assim que tinha que ser. Tinha que tirar Bill de sua cabeça seguir em frente. Já tinha tomado a sua decisão.


Naquela mesma semana Fabricia fazia aniversário. 31 anos! Um ano longe do Bill. Um ano sem seus abraços, seus beijos e sem ele do seu lado.

Dois dias antes de seu aniversario Lorena chegou com Gustav na casa que Fabricia estava morando e lhe entregou uma caixa vermelha com uma laço grande e muito bonito.

-O que é isso,minha filha? - Fabricia disse pegando a caixa.

-É o seu presente de aniversário. Economizei ia usar para outros fins. Mas acho que hoje eu usei para algo mais útil. Abra!

- Lorena...Filha..Não precisa!

- Precisa sim, mãe. Agora mais do que nunca. Acho tudo o que eu fizer seria muito pouco para fazer essa ferida que eu causei em você cicatrizar. Se um dia isso será possível.

-  Lorena, esse assunto esta esquecido. O que é passado é passado. -Fabricia olhou para caixa com os olhos cheios de lágrimas era óbvio que não havia esquecido o passado e que Bill era presente em cada suspiro, em cada segundo de sua vida.

Então desfez o laço, abriu a caixa e tirou o papel de dentro da caixa.

- O que é isso?

-Mãe, Leia!

-Uma passagem de Navio. Nas praias da Espanha?

-Sim, é isso mesmo! Você esta precisando relaxar, se divertir e viver um pouco mais sua vida.

-Lorena? Eu trabalho esqueceu?

-Mãe, você não tira férias há anos. Zay não vai ligar. Sei que são amigos de infância. Que ele te adora e que se ele fosse hétero seria gamadão em você.

-Lorena?

-Mãe, chega de se negligenciar. Vá.Eu paguei tão caro. São cinco dias. Por mim. Diz que sim?

-Dona Fabricia. Lorena economizou cada centavo e fez questão de presentear a senhora. Aceite como um pedido de desculpas. -Gustav disse para ela.

Fabricia o olhou e olhou para a filha. Olhou para a passagem e pensou. Ela precisava mesmo tirar umas férias e pensar mais nela.

-Tá bom...Eu vou!

Lorena correu e abraçou a mãe. Almoçaram os três e Fabricia foi arrumar as malas já que a viagem era na manhã seguinte.




O sol nasceu cedinho e o aeroporto da França estava vazio ainda.

- Gustav quero Lorena hoje no dormitório da escola. Hoje e não amanhã. Já liguei para sua mãe e ela vai ajudar a olhar Lorena e já liguei para a diretora da escola também.

-Nossa, mãe liga para o Papa, para o Obama e para a NASA.

- Lorena você tem apenas quinze anos esqueceu?

-Não, eu não me esqueci só que eu mudei.

-Querida não é questão de mudar e sim de se preocupar.

Fabricia abraçou a filha e a beijou demoradamente na bochecha.

- Feliz Aniversário eu sei que é só amanhã mas como não estaremos juntas.

Lorena abraçou a mãe forte e se deixou chorar.

-Um dia você promete que me perdoa? Jura que um dia vai esquecer todo esse mal que lhe causei?

Fabricia nada disse apenas abraçou a filha e também chorou. Tudo aquilo doía demais ainda.

O perdão da filha já havia acontecido. Infelizmente a falta de Bill em sua vida ainda não havia sarado e tinha certeza que nem se fosse para Júpiter não conseguiria esquecer do rapaz.

Se despediu da filha e foi dar um abraço em Gustav.

-Cuide dela pra mim. Por favor!

Fabricia beijou Gustav pegou sua mala e seguiu para o portão de embarque.Fez o seu checkin e sentou na sua poltrona no avião. Chegou na Espanha e seguiu de ônibus para o porto para pegar o seu navio.

Entrou no navio,foi para sua cabine era linda demais ficou pensando que com certeza Vânia tinha ajudado no presente por que Lorena não tinha condições de comprar aquela cabine sozinha. Era muito luxuosa e sofisticada. Deitou um pouco na cama e acabou adormecendo.

Fabricia acordou já era quase fim de tarde o sol brilhava ainda na janela. Levantou tomou um banho e foi procurar o seu vestido verde que Lorena também havia lhe dado de presente.

Abriu a mala e começou a procurar o vestido.

- Que droga eu coloquei na mala - Fabricia tirou quase todas as roupas da mala para achar o vestido verde.

-Achei!

Quando ela tirou o vestido da mala um envelope grande caiu no chão ela abaixou, o pegou e leu.
“Para minha querida mãe”

Com certeza era mais travessura de Lorena. Ela sorriu então se vestiu, pegou o envelope e subiu até a poupa e olhou para o convés onde havia algumas pessoas conversando. Fabricia se aproximou da ponta do navio onde não havia ninguém. Abriu o envelope de Lorena.

Ela percebeu que existia duas cartas uma rosa e a outra azul. No envelope rosa estava escrito :
“ Leia esse primeiro”

Fabrícia então abriu o envelope rosa e começou a ler:


Lorena minha neta amada, seu pai mandou lhe entregar essa carta quando você completasse 18 anos. Mas acho que em desculpa a você e sua mãe me adiantei 3 anos. Com certeza de onde ele estiver ele não vai se importar .

Beijos , Vovó



Bernardo havia deixado uma carta para Lorena? Como assim? Fabricia não entendia o porque e muito menos por que Vânia nunca tinha mencionado nada sobre esta carta.

Então ela abriu a carta de envelope azul e ao desdobrar o papel e reconhecer a letra de Bernardo seu estomago já deu um nó e seus olhos ficaram marejados.


Oi, Filha amada
Se sua avó esta te entregando essa carta é porque não estou mais do seu lado. A doença me venceu e infelizmente nessa data importante não estarei ao seu lado. Não fisicamente. Meu coração e minha alma estarão sempre ao seu lado. Estarei todas as noites ao seu lado te colocado para dormir e velando o seu sono.
Não. Você não foi planejada. Mas confesso que me rendi ao seu encanto na primeira vez que você mexeu na barriga da sua mãe e confesso ainda que me dobrei e desdobrei em orgulho quando te peguei pela primeira vez na maternidade e te chamei de : minha menina
Minha menina quero-te dizer que estou orgulhoso de você e sei que sua mãe conseguiu atingir o nosso maior objetivo. Fazer-te uma mulher!
Quero dizer que eu te amo e sempre te amarei. Quero te pedir que ouça sempre sua mãe, ouça sempre o que ela tem a dizer. Ela é uma mulher especial, sábia e linda por dentro e por fora. Tome-a como um exemplo a ser seguido. Parti em Paz e tranqüilo porque tinha certeza que ela seguraria muito bem essa barra. Peça desculpa a ela por eu ter partido e a deixado com essa responsabilidade. Por isso peço que cuide dela. Não deixe que ela trabalhe demais. Fique no pé dela para que ela seja feliz e viva a vida dela. Lorena e se um dia ela se apaixonar novamente não vire as costas para ela. Ela tem o direito de ser muito feliz. Não a deixe abdicar da vida e do amor. Conto com você, minha querida!
Um enorme beijo e lembresse sempre estarei ao lado de vocês duas.
Desculpe me por ter ido tão cedo. A vida te compensará!
TE AMO DEMAIS
Papai


Fabrícia olhou para o horizonte azul estrelado e disse como se estivesse frente a frente com ele:

- Bernardo, meu querido... A vida já a compensou. Você foi o melhor pai desse mundo e as lembranças que você deixou no coração dela... Jamais será esquecida! Jamais!

Fabrícia trouxe a carta até o seu peito, do lado do coração e chorou. Chorou toda a dor de seu coração, chorou o sofrimento de todos esses anos. Pela morte de Bernardo, pela falta de Bill, pelo amor impossível e chorou. As lágrimas pareciam não ter fim. Apertou a carta mais forte contra o peito. Um silêncio aterrador, apenas o som das batidas de seu coração e dos soluços que vieram com mais lágrimas. Ao seu redor apenas a escuridão e a sua solidão.

-  Não chore mais, minha linda!

Fabricia com o susto deixou o envelope com as cartas caírem no mar. Quando se abaixou para tentar pegar quase que ela caiu também.E as mãos a segurou pela cintura. Quando ele a virou ela não podia acreditar.

-Bill?

-E eu pensei que em um navio você nunca poderia fugir de mim. Estava errado. Você quase me escapou...mais uma vez. – Ele sorriu

-Bill? –Fabrícia quase não ouvia o que ele dizia.Não acreditava que ele estava ali parado na frente dela. – Bill?

-  Bom... já decorei meu nome você disse ele três vezes em menos de um segundo.

- O que você faz aqui? Como chegou até aqui? Como sabia que eu estava aqui? – Fabricia perguntou fazendo Bill sorrir mais uma vez.

-Eu estou AQUI e isso é o que importa. - Ele disse se aproximando.

Fabricia começou a tremer, se afastou e passou por ele para sair de perto dele. Bill foi mais rápido e a segurou pelo braço e com força a trouxe para perto de seu corpo.

- Nunca mais fuja de mim. Nunca mais me deixe dessa forma! E isso não é um simples pedido. É uma ordem! –  Bill disse com a feição fechada e com raiva.

-Bill não..

-Chega Fabricia! Até agora foi tudo do seu jeito e o que tivemos foi apenas sofrimentos, mentiras e solidão. Agora eu estou no comando. Eu! A partir de hoje seguimos as minhas regras.

Bill não deixou Fabrícia se pronunciar, a puxou com brutalidade e a beijou.

Fabricia não ofereceu resistência e o beijou também. Como a boca dele era deliciosa e macia. Ela nunca se esquecerá  do gosto da boca de Bill. Nem um dia se quer esqueceu do cheiro, do abraço e de como ele a satisfazia como mulher.
-Fabricia  meu Deus um ano sem olhar para você. Por que judiou tanto de mim dessa forma?
- Foi para o seu bem...
-O meu bem? Vou te mostrar o que me faz bem.
Bill a puxou novamente e a beijou mais uma vez com paixão.
-Venha! - Bill a puxou pela mão e a levou para a cabine de Fabricia.
-Abra! – Ele disse para ela quando chegou na porta.
-Como sabe que aqui..
-Abra essa porra de porta logo!

Fabricia tremia e não conseguia abrir a porta. Bill tirou o cartão da mão dela e ele mesmo abriu a porta. A empurrou para dentro da cabine e fechou a porta.

Se olharam e a partir daquele momento as palavras já não eram mais necessárias. A linguagem corporal de ambos era perfeita e graciosa. O roçar ansioso, saudoso, de ambos era o bastante. Sob o luar pálido, ao som das ondas do mar ao longe, os dois começaram seu ato de amor. Após um ano, esta seria a noite da matar todas as saudades acumuladas de todos esses meses. Esta era sua noite de amor, que estava só no inicio.

Bill sentia seu interior arder de desejo. Um calor que o atravessava, o consumia. O perfume de Fabricia adentrava direto em suas narinas, descontrolando totalmente seus hormônios.

-Seu cheiro... Deus sabe que quase enlouqueci sem ele. Sem você!

Fabricia agora deixava uma lágrima escapar de seus olhos. Aquilo também doera demais nela. Bill tinha certeza disso. Mas agora tudo aquilo era passado.

Bill se aproximou mais seu corpo do corpo da mulher e aproximou sua boca do pescoço dela e Fabricia se arrepiou só pelo simples ato dele aproximar sua boca de seu corpo. Ela gemeu!  Bill segurou a barra do vestido de Fabricia e o puxou para baixo com força deixando a apenas com a micro calcinha. A empurrou na parede e segurando sua nuca e com a outra mão segurou sua coxa, beijando-a na boca de forma desesperadora. Fabricia se contorcia de prazer. Bill  passou a língua em um dos seios fazendo Fabricia fechar os olhos e soltar um gemido rouco.

 - Geme...isso geme...minha linda...quero ouvir você gritar pelo meu nome.

E foi beijando o seio, a barriga até chegar na micro calcinha ele apenas mordeu a renda e com a boca foi descendo até chegar nos pés da amada. Bill a olhou completamente nua e Fabricia teve a impressão que ele salivava de desejo pelo seu corpo. Bill a beijou e a levou para cama e separou suas pernas com agressividade e tocou lhe com a ponta da língua o lugar mais delicado de sua intimidade.

Fabricia puxou o cabelo de Bill e se contorceu de prazer ao sentir o gélido piercing de sua língua e em meio aos gemidos e suspiros incontroláveis, Fabricia sentiu suas pernas adormecerem, formigando de prazer até espinha. Seu corpo arrepiou por completo, e seu gemido ecoou pela cabine toda. Era como se ela fosse explodir. E explodiu !

Bill mordeu suas coxas e foi subindo deixando um rastro de fogo venenoso pelo corpo nu de Fabricia. E sem demora posicionou se sobre ela e sem delicadeza a penetrou.

Se olharam e Bill não se movimentou. Apenas olhou para ela e a ouviu dizer baixo :

- Eu te amo!

Bill começou a se movimentar rapidamente dentro dela e baixou até o ouvido dela e disse:

- Diga novamente! Quero ouvir mais uma vez ! Diga!

Fabricia não conseguia dizer estava ofegante demais, tentando segurar os gritos que insistiam em sair cada vez mais alto de sua boca, mas a força das investidas e o prazer que estava sentindo se tornaram inimigos da sua tentativa, Fabricia  deixava os gemidos e gritos saírem sem o controle dela, Bill só aumentava a velocidade que estavam cada vez mais fortes e carregadas de tesão. Ele não queria terminar o ato até que ela dissesse o que Bill queria ouvir, fazia um esforço quase sobre-humano para não chegar ao êxtase.

- Digaaaaaaa – Ele gritou de uma forma desesperada ainda em movimento.

Então Faricia quase desfalecida de tanto prazer disse:

- Eu te amo! Te amo como nunca amei alguém em toda minha vida.

Bill aumentou os movimentos e a viu segurar o lençol com força e dizer mais vezes.

- Te amo ..te amo..te amo!  - Ela dizia fechando os olhos e mordendo os lábios de tanto prazer.

Fabrícia o viu sorrir pela confissão e o puxou para um beijo molhado e apaixonado.

- Bill ! – Ela parou o beijo, gemeu alto e o arranhou as costas em desespero anunciando o que aconteceria a seguir. Bill entendeu o recado.

- Saudades de te ver assim em meus braços...A beira do clímax!

-Eu te amo, Bill kaulitz – Ela gritou quase em delírio chegando ao ponto mais alto da loucura daquele ato animalesco grudando seu corpo suado ao dele. E assim ficaram por alguns minutos. Abraçados,ofegantes e totalmente satisfeitos.

Depois foram tomar um demorado banho juntos, amaram se mais uma vez e depois dormiram a noite toda exautos.



Na manhã seguinte Bill acordou Fabrícia com beijos suaves em suas costas nuas.

-Vamos acordar, minha linda. Estou faminto

-Tô com preguiça!

Bill sorriu e voltou a beijar lhe as costas.

- Vamos perder o café ...a manhã ..O sol! 

-Tá bom. Mas quero saber como você veio parar aqui.

- Minha linda..depois...Olha vou indo para segurar uma mesa para nós dois.

Bill saiu da cabine e Fabricia ainda dormindo foi até o banheiro fez a sua higiene matinal,se vestiu ,saiu da cabine e foi em direção ao restaurante do navio. O sol estava queimando e o dia estava maravilhoso e com Bill ali ao seu lado o mundo parecia fazer sentido.

Entrou no restaurante e procurou por Bill o lugar estava cheio e não conseguia encontra-lo.

-Senhoras e senhores presentes nesse recinto muito bom dia. Hoje é um dia muito especial na minha vida por três motivos.

- Meu Deus! – Fabricia disse olhando Bill em cima do palco com o microfone na mão falando para todos os presentes.

- Primeiro é que depois de tanto tempo voltei a sorrir, meu coração voltou a bater e hoje posso dizer que sou completamente feliz. Dois : É aniversário da mulher que eu amo e Três...Bom o terceiro é ainda segredo... quero chamar os meus amigos ao palco para começarmos a revelar o terceiro motivo.

Então no palco entrou Tom, Georg  e Gustav  e se posicionaram e Bill começou a cantar.


Zum ersten mal alleine
Primeira vez sozinhos
In unserem versteck
Em nosso esconderijo
Ich seh noch unser namen an der wand
Ainda vejo os nossos nomes na parede
Und wisch sie wieder weg
E os apago novamente


Fabricia continuava ainda parada no mesmo lugar e ali permaneceu ouvindo o cantar a música.


Ich wollt dir alles anvertraun
Queria te contar tudo agora
Warum bist du abgehaun
Por que você foi embora?
Komm zurück
Volte,
Nimm mich mit
e me leve com você


Bill cantava sentado no banquinho e olhava apaixonadamente para Fabricia e ele pode perceber que ela chorava contida.


Komm und rette mich
Venha e salve me
ich verbrenne innerlich
Estou queimando por dentro

Komm und rette mich
Venha e salve me
Ich schaffs nicht ohne dich
Não consigo sem você
Komm und rette mich


Rette mich
Salve me
Rette mich
Salve me
Rette mich
Salve me
Rette mich
Salve me


Fabricia  deixou se chorar. Não ligava mais. Não se importava em ser ridícula. Ouvia o rapaz cantar e tocar o violão  e abriu o seu coração, sua alma e sua vida para ele.

Quando ele parou de cantar ele levantou, desceu do palco e foi até ela lhe deu um beijo, pegou sua mão e a levou para cima do palco.

-  Antes de começar a falar quero que alguém te entregue algo.

Fabricia olhou para a porta do restaurante e Lorena surgiu com um buquê de flores e uma caixa linda. Fabricia se emocionou e Bill a segurou pela cintura para a apoiar.

Lorena lhe beijou e lhe entregou os presentes. Fabricia abriu o envelope e leu baixo.

“ Parabéns. Hoje te amo 31 vezes mais do que ontem. Bill “

Ela fechou os olhos e suas lágrimas molharam o pequeno envelope.

Bill então pegou a caixa de sua mão e mais uma vez falou ao microfone.

- Você se lembra um dia em sua casa e que conversamos sobre essa música?

Fabricia o olhou e apenas afirmou com a cabeça. Óbvio que ela se lembrava.

- Você disse que amava essa música e me pediu para eu cantar novamente para você. E eu te respondi com uma frase. - Bill disse olhando para ela.

Fabricia colocou a mão na boca. Lembrava exatamente o que ele respondeu. Fabricia olhou para Lorena e ela estava abraçada a Gustav e também chorava.

Então Bill continuou o seu discurso com a pequena caixa na mão.

- Eu te respondi que só cantaria e tocaria para você o dia que eu te pediria em casamento. - Bill deu o microfone para Lorena  e ajoelhou diante de Fabricia, diante de todos presentes no restaurantes.

- Case se comigo minha linda.Venha e salve me, não consigo sem você. Salve me!


Bill abriu a caixa e Fabricia pode ver o anel de diamante azul lindo 
 .
Fabricia olhou emocionada e só conseguiu dizer:

-  Sim, eu te salvo. meu lindo. Nós, eu e você estamos salvos!


Fabricia estendeu a mão e Bill colocou o anel em seu dedo. Depois o beijou se levantou e beijou lhe a boca com paixão.


O garçon do restaurante trouxe o bolo e todos ali presentes comemoraram o aniversário com eles. Fabricia mais tarde subiu no convés com a filha e ali a abraçou.


- Mãe, acho que agora estou perdoada de todas as idiotices que eu fiz. Sei que fui uma idiota, uma mimada ridícula. Aprendi demais com tudo isso. Aprendi com Bill, com Gustav, com a linda carta que meu pai me deixou e principalmente aprendi com você!

-Minha filha, minha querida.Vamos esquecer tudo isso. Colocar uma enorme pedra e começar do zero.


- Ok! – Lorena abraçou a mãe e lhe deu um beijo demorado.


-Opa, agora posso beijar também minha noiva?


As duas viraram e sorriram para Bill.


- Lógico, vou ver onde Gustav esta? No mínimo ainda no restaurante. Se deixar ele come até o bote salva vidas desse navio.


Os três sorriram e Lorena se afastou. Bill se aproximou de Fabricia e a abraçou.

- E sua mãe, Bill?

- Ela não aceitou mas também nunca mais tocou no assunto. Acho que já é alguma coisa. Um dia ela vai ter que aceitar. Mas deixo o tempo se encarregar disso. Casaremos em breve e ela acostumará.


Fabricia virou se e encostou na grade da ponta do navio. Bill se aproximou e mais uma vez a abraçou.


- Acho que agora temos que viver nossa vida e definitivamente esquecer o passado e tudo o que nos fez mal. Não podemos tentar agradar a todos. Isso não existe. Isso não funciona! Vamos viver a nossa vida,minha linda!

- Bill foi você que comprou essa passagem para mim,né?

- Você descobriu isso sozinha ou alguém te ajudou?  – Bill sorriu alto. - Mas um dia sem você Fabricia eu morreria! Eu tinha que arriscar e aqui em alto mar você nunca escaparia de mim.


Fabricia nada disse pois sabia que ela tinha agido errado com ele indo embora sem dizer nada. E queria de vez esquecer tudo aquilo então tentou mudar de assunto.

-  Nós dois aqui estamos igual ao filme TITANIC .

- Fabricia nem brinca. O mocinho morre no fim. – Bill sorriu - Esse um ano sem você foi o Titanic mas nós dois aqui juntos me lembra mais o filme AMOR sem FIM.

- Eles não ficam juntos no final ! – Fabricia disse fazendo uma careta.

- Não? Hummm... Love story.

- Bill, eles também não ficam juntos no final.

- Porra...Nunca assisti esses filmes até o fim. Odeio esse tipo de filme. Me diz um filme que eles acabam felizes e transando.

Fabricia sorriu da confissão do noivo.

- Já sei! Trouxe minha câmera que tal a gente ir para a sua cabine e fazermos nosso próprio filme? – Bill disse sorrindo maliciosamente para ela.

Os dois sorriram e Bill chegou bem próximo do rosto de Fabricia o segurou delicadamente  e disse sério:

- Eu te amo, Tiazinha

Fabricia o olhou com os olhos molhados e disse:

 - Eu também te amo, meu pivete!

O beijo foi demorado, logo depois entrelaçaram as mãos e seguiram para a cabine de Fabricia e lá dentro não se despiram apenas de suas roupas, se despiram também dos preconceitos, dos medos, das dúvidas, das criticas. Mas o mais importante foi que mesmo longe tanto tempo um do outro não conseguiram nem por um minuto se despir do amor que sentiam um pelo outro. Sim...Um amor diferente perante a sociedade. Porem por ser DIFERENTE não quer dizer que seja ERRADO ou de MENOR VALOR.  Um amor PURO e VERDADEIRO que não escolhe raça, classe social, nacionalidade e muito menos IDADE... 

FIM

Postado Por: Grasiele | Fonte: x

Tantchen - Capítulo 24 - Verdades!



Infelizmente Bill estava errado nos dias seguintes quando Fabrícia saia de casa perceberá que os vizinhos a olhavam e quase não a olhou no rosto. No mercado perto de sua casa as pessoas a olhavam com cara de reprovação. E quando voltou ao seu carro percebeu que ele estava riscado. No seu trabalho ela perderá três vendas grandes de imóveis em um bairro vizinho do seu. Seu chefe não quis dizer o motivo, mas ela não era boba e já sabia o real motivo. Chegou em sua casa e quando estava entrando em casa ouviu um carro passando na rua e uma voz masculina gritando...



- Ah, se eu tivesse meus dezoitos anos...



Fabrícia apenas baixou a cabeça e foi nessa hora que ela tomou a decisão definitiva...



Bill estava no restaurante quando seu pai veio falar com ele.



-Bill, queria conversar com você.

-Então fale!

-Sua mãe me contou do seu caso com a Fabrícia e...

-Primeiro não tenho um caso com ela nos somos namorados e nos amamos.

-Filho é isso o que você quer? É dela que você gosta realmente?

-É isso o que eu quero e é ela que eu amo. E nada e nem ninguém vai me fazer afastar dela.

- Se é uma escolha sua. Você já é um homem e sempre foi muito responsável. Não posso interferir nisso. Só peço que não vá embora de casa.

-Pai, eu agradeço que não tenha ficado contra, obrigado. Mas já decidi vou morar no apartamento do centro e minha decisão esta tomada.

- Ela vai morar com você?

-Não, Ela não vai morar comigo porque ela não quer, porque eu adoraria.

-Você estando feliz meu filho eu fico tambémo pai de Bill lhe deu um abraço e saiu do escritório.



O pai de Bill não era muito de conversar, talvez era o jeito alemão de ser. Bill o olhou saindo do escritório e ficou feliz pelo pai estar lhe apoiando.

Bill tentou ligar para casa de Fabrícia e ninguém atendeu, ligou para o celular e ninguém atendeu então deixou Tom responsável por algumas tarefas e foi até a casa dela.

Chegou na casa e apertou a campainha e ninguém atendeu. Pegou sua chave e a abriu entrou e estava tudo como deixou naquela manhã. Subiu as escadas e foi para o quarto de Fabrícia e não viu ninguém o desespero de Bill começou quando ele abriu o guarda roupa e viu que faltavam roupas e sapatos. Olhou embaixo da cama onde ela guardava a mala e não a viu lá.

Desceu as escadas correndo e foi em direção à casa de Gustav apertou a campainha e o amigo saiu.



-Gus, você viu a Fabrícia? Será que sua mãe viu a Fabrícia? - Bill falava com rapidez e nervoso.

-Não... Não a vimos!

-Oi, Bill o que houve? - dona Laura saiu na porta ao ouvir a voz alta e descontrolada de Bill.

-Dona Laura a Fabrícia não esta em casa e acho que ela... A mala não esta lá, as roupas... - Bill falava e cada vez mais ficava mais nervoso.

-Bill fique calmo! Vamos entrar e tentamos ligar para ela! - quando Bill foi entrar na casa ouviu uma voz feminina gritando:

-Vai ver ela foi embora porque percebeu que não é mais bem vinda aqui nesse bairro. Como que íamos ficar tranqüilas com nossos filhos com uma mulher desse tipo a solta.



Bill se virou e foi em direção a mulher.



-Lava essa boca para falar de Fabrícia. Ela é uma mulher maravilhosa e vocês não chegam nem aos pés dela.

-Criança, to vendo que aquela raposa enfeitiçou o cordeirinho.



Bill ia revidar quando o marido da senhora saiu da casa e partiu em defesa da mulher, se não fosse Gustav e Georg os dois teriam rolado aos socos e pontapés no meio da rua.

Gustav e Georg colocaram Bill dentro da casa e Laura estava tentando ligar para Fabrícia. Bill andava de um lado para o outro, roia as unhas e tentava não chorar de desespero.



-Bill, ela não atende!



E ali ficaram por mais uma hora até Bill desistir e ir para seu apartamento. Tentou ligar para ela a noite toda e não obteve resposta, mas foi na tarde do dia seguinte que ele percebeu que tinha perdido talvez para sempre o seu grande amor.

Bill estacionou seu carro na frente da casa de Fabrícia e não acreditou quando o dono da imobiliária onde ela trabalhava estava colocando a placa de ALUGA-SE na frente da casa da amada.



-O que é isso? Quem mandou você colocar essa placa aqui?

-A dona da casa me pediu - disse o homem.

-E onde ela esta?

-Não sei, ela pediu demissão ontem e pediu para colocar a casa para alugar. Fez tudo por telefone mesmo.



Bill ficou sem palavra olhou o homem terminar de colocar a placa e o viu indo embora, pegou sua chave e entrou na casa foi em direção ao quarto, deitou na cama de Fabrícia lembrou de quantas vezes se amaram nela, lembrou da primeira vez que fez amor com ela naquela cama, do medo que teve em decepcioná-la, lembrou do cheiro, do sorriso e ali perdido em lembranças deitado na grande cama se desfez do homem que ele era e se deixou chorar como um menino indefeso, perdido e com muito medo de perder a única coisa que lhe dava força para viver. O amor de Fabrícia...



Em Berlin...



Fabrícia ouvindo o telefone do hotel tocar e o atendeu.



-Alô?

-Coloquei a placa na casa.

-Obrigado, querido!

-Bill estava lá! – seu ex-chefe disse num tom de reprovação.



Fabrícia sentou-se na cama.



-Estava?

-Sim e esta arrasado. Fabrícia não faça isso com ele, meu Deus o garoto esta com olheiras, mais magro do que já é... Fale com ele.

-Eu preciso fazer isso! Não posso fazer isso com a vida dele. Não seria justo.

-Bom, a placa esta colocada qualquer novidade entro em contato. - disse o homem.



Fabrícia colocou o telefone no gancho e foi até a janela ver a vista da cidade. E pediu a Deus que lhe fortalecesse e que essa atitude fosse a melhor para os dois. A chuva começou em Berlin e ela lembrou da vez que fez amor com Bill na chuva. Fabrícia abriu a janela do hotel e a chuva começou a molhar seu cabelo, sua roupa, o chão, ela se aproximou mais da janela e gritou num ato de desespero:



- Bill... É para o nosso bem... Meu lindo... O nosso bem!



E naquele exato momento era impossível saber que gotas molhavam mais. Da chuva ou das lágrimas de Fabrícia.



O tempo foi passando... Um mês... Dois... Cinco... E a cada dia Bill ficava mais deprimido magro e abatido. O restaurante não tinha mais graça, os ensaios não tinham mais graça. A vida não fazia mais sentido para Bill. Todos os dias ele entrava no MSN. Todo o dia mandava lhe email pedindo para voltar. Tudo em vão. Bill a cada dia morria um pouco. Tentava lutar, mas era em vão. Ele não chorava mais talvez porque não lhe existia mais lágrimas.  E o tempo foi passando...

 E após exatos oito meses sem noticias de Fabrícia, Bill voltou a encontrar Lorena em seu restaurante.



-Oi, Bill – ela disse com um sorriso meloso.

-Olá.  – ele foi curto e grosso.

-Vim para Stutgart é aniversário de Katy e viemos comemorar aqui.



Bill nada respondeu foi até Katy e apenas disse:



-Feliz aniversário. Vou levá-los até o salão principal.



Bill foi à direção ao salão e acomodou todos. No meio do jantar quando Bill veio até a mesa para presentear Katy com um bolo foi onde tudo aconteceu.



-Bill, podemos conversar?

-Não, Lorena não podemos!

-Você esta com raiva de mim? O que eu te fiz? Afinal, eu fui à enganada de toda essa historia.

-Enganada? Olha Lorena sim nós erramos em não te contar. Isso você pode jogar na nossa cara agora se fazer de vitima. Pelo amor de Deus a quem você quer enganar?  Sua mãe se preocupava com você e até cogitou de abdicar da felicidade dela para eu namorá-la para te fazer feliz. O que eu nunca permitiria.

-Você nunca namoraria comigo?

-Nunca. Eu te achava madura e superior as meninas da sua idade, mas isso foi até eu conhecer a sua mãe e te conhecer de verdade. Você é a pessoa mais egoísta que eu conheci sempre queria a atenção para você. Sabe o que eu acho que na verdade você tinha inveja da sua mãe. Pois ela era a mulher que você nunca vai ser. Bonita, jovem, amada e que todos admirava. Você a tratava que nem uma empregada, um motorista. Você achava que só você tinha perdido um ente querido. Só você podia sofrer. Pelo amor de Deus ela também perdeu o marido e foi obrigada a te sustentar sozinha. Mesmo com a pensão que sua avó te dava a que ela nunca mexeu. Porque esse dinheiro era seu. Mas você estava tão cega com o seu individualismo que não pode ver que cada dia mais você a deixava sozinha e triste. Quantas vezes você sentou com ela e conversou sobre algo? Quantas vezes você perguntou se ela estava bem? Nunca, porque estava tão preocupada em ser a pobre vitima que esquecia que ela estava lá do seu lado sempre que você precisava. Lorena eu tenho nojo de pessoa como você que acham que o mundo gira somente em volta do seu umbigo.  Você não merece a mãe que tem. Sabe que tipo de pessoa você vai se tornar? Sua avó!  Uma pessoa amargurada e infeliz.  E quer saber de outra coisa. Gustav fez muito bem em partir para outra eu não gostaria de vê-lo com uma pessoa tão mesquinha como você.  Até isso você perdeu! Além de uma mãe maravilhosa você perdeu um rapaz de ouro. E agora que já falei tudo que estava engasgado aqui todos esses meses, vou cuidar da minha vida e tentar superar a falta que sua mãe me faz. Pois desde do dia que ela me deixou. Eu não vivo... Eu sobrevivo... Com licença!



Quando Bill saiu do salão principal Lorena percebeu que todos estavam olhando para ela. Lorena correu até a saída e Gustav pegou a pelo braço.



-Aonde você vai?

-Gustav leve me para o aeroporto! Eu quero ir embora agora.



Gustav chamou um táxi e no meio do caminho indo para o aeroporto Lorena começou a falar.



-Eu queria te pedir desculpas, Gus se um dia... Sabe, eu... Perdão!



Lorena começou a chorar e Gus não a abraçou.



-Lorena... Não posso passar a mão na sua cabeça. O que Bill disse eu assino embaixo. Desculpe, mas eu também acho que essa sua obsessão por ele te cegou e você acabou extrapolando. Fazia tempo que você tratava sua mãe mal... Enfim acho que você não precisa de um sermão. Pois Bill já falou tudo o que você deveria e merecia ouvir.



Lorena olhou para o amigo e se permitiu chorar em seu ombro.O amigo lhe abraçou e deixou ela desabafar...

Postado Por: Grasiele

Tantchen - Capítulo 23 - The Pain



"O que posso fazer?
Para acabar com a dor
O quão duro eu luto?
Para acabar com a dor
Não importa o quanto
Para acabar com a dor
Não importa o quanto eu tentei...“.
(Lacuna Coil – The Pain)



"-Mãe?"

As duas se viraram e ele estava parado na porta, tirou o óculos escuro e mais uma vez perguntou...

-Mãe, o que você faz aqui? – Bill perguntou e olhou o lenço de rosas jogado no chão. Foi até ele e o pegou do chão.
-Pois é! Eu descobri essa sem vergonhice. Mas meu filho ainda é tempo de você sair dessa teia de aranha que essa aí armou para você.

Bill olhou para Fabrícia e ela o olhou com os olhos cheios d’água.

-Não vou sair dessa, mãe! Só se a Fabrícia me deixar, mas eu nunca a deixaria. Jamais!
-Bill, meu filho, não force a barra. Nós sabemos o motivo por que você escolheu se relacionar com uma mulher mais velha.
-Porque eu a escolhi? Ta já sei, porque ela é mais velha e o sexo é mais fácil e na minha idade isso é só o que eu penso, em transar. Minha mãe querida fique você sabendo que com Fabrícia foi mais difícil chegar a esse ponto do que com qualquer uma garota de 15 anos aqui nesse bairro. Que só não comi porque não quis e se bobear tinha comido na sua cama ainda.

Simone arregalou os olhos das palavras de Bill.

-Bill eu não vou aceitar você com essa senhora. E nem seu pai e nem esse bairro e nem ninguém.
-Mãe, eu não estou nem aí para o que todos vocês vão achar da minha relação com a Fabrícia, não dou à mínima. Eu a amo, e ela é a mulher da minha vida.
-Pára Bill... Até ela ter 40 anos e você 32 anos e começar a caçar uma garota de 20 anos.
-Como ela pode me trocar por um homem de 35, 38 ou 45 anos. É um risco que temos que correr, hoje não troco Fabrícia de 30 anos por nenhuma ninfeta. 

Fabrícia se mantinha calada. Deixava Bill falar e se entender com a sua mãe, só voltou a falar quando Simone tocou no nome de sua filha.

-Que lar Lorena será criada por um padrasto tão novo. E quando ela tiver com...
-Simone tudo isso que você esta jogando na minha cara eu já pensei e analisei. E traições não são só as mulheres mais velhas com rapazinhos que sofrem, são homens infelizes independente da idade da companheira. Bill e eu sabemos dos riscos dessa relação colocamos na balança e hoje decidimos que queremos ficar juntos.
-Bill você vai levar essa palhaçada adiante? - Simone começara a alterar o tom de voz. -Você vai assumir essa mulher como uma relação. Você só pode estar brincando? Vai jogar sua vida fora dessa maneira?
-Vou e a partir de hoje não moro mais com vocês. Vou me mudar para o apartamento do centro.
-O que? Você esta vendo o que você esta fazendo com a vida do meu filho? Você esta destruindo a vida do meu menino.  - Simone estreitou a distância entre ela e Fabrícia.
-Mãe, Já chega! Vamos embora!
-Não vou. Ela tem que me ouvir.  
-NÃO... Vamos agora! - Bill pegou o braço da mãe, mas antes Simone aproximou se de Fabrícia arrancou-lhe com toda a força a corrente do pescoço dela fazendo Fabrícia gritar de dor e colocar a mão no pescoço. Quando olhou para sua mão ela tinha sangue.

Bill quase arrastou sua mãe para fora da casa da namorada.

Fabrícia sentou no sofá e olhou para o topo da escada e viu Lorena a olhando.
-Filha... Eu...

Lorena estava com os olhos cheio de fúria e se pudesse avançaria na sua mãe. Ela desceu correndo as escadas e saiu para rua correndo. Fabrícia foi atrás dela.

-Lorena, espera vamos conversar.
- A vagabunda era você. Esse tempo todo era você. Eu te odeio! Você é uma ridícula que não se coloca no seu lugar.
-Lorena, minha filha vamos entrar para casa e conversar. Eu sei que eu errei, minha querida... Vamos conversar?
- Foi por isso que Deus levou o meu pai. Porque ele era muito bom para estar do seu lado, meu pai não te merecia. Bem que minha avó fala que você é a culpada da morte do meu pai. Engravidou para tirar dinheiro dele, usou-me... Como esta usando o Bill... Você não vale nada. Nada. Tenho vergonha de ser sua filha e tenho vergonha do que você esta fazendo com a memória do meu pai.

O tapa ardeu no rosto de Lorena. Ela apenas colocou a mão no rosto e correu pela rua, Fabrícia ficou olhando ela sumir na rua e o desespero bateu. Deixou-se chorar pelo maremoto que sua vida acabará de passar. Fabrícia sentiu um braço a segurá-la e ajudá-la a entrar em sua casa. Era Georg. Ele entrou com ela e a sentou no sofá. Pegou o seu celular e discou o número do amigo.
Em menos de um segundo Bill estava atravessando a porta da sala da casa de Fabrícia.

-Obrigado Ge!

Viu o amigo lhe bater nas costas e sair da casa os deixando sozinho.
Bill pegou a corrente e o pingente que estava no chão e sentou-se ao lado de Fabrícia e apenas a abraçou. Não gostava de expressar sua opinião nessas horas. O abraço e o conforto já eram suficientes!  E quando Bill estava limpando o machucado que sua mãe havia feito no pescoço dela. Fabrícia começou a desabafar.

-Ela me acusou de ter matado o pai dela. – Fabrícia olhava fixo para o nada. -Me acusou! Podem me acusar de tudo de estar destruindo sua vida, mas ter matado Bernardo. Jamais! Eu o amei e... – Fabrícia caiu em um choro desesperado.

Bill a deixou chorar e depois com calma levou ela até a cama, tirou-lhe a roupa e a deitou. Ele deitou ao lado da namorada apenas fazendo carinho em seus cabelos e lhe beijava a têmpora então ele ouviu o telefone tocar.

-Alô? - ele disse baixo - Oi, dona Laura... Ela esta dormindo. Ela esta com você?

Fabrícia virou para ele e o olhou no telefone.

-Gustav vai acompanhá-la até a casa da avó? Peça para ele ligar assim que deixá-la em Hamburgo. Eu vou ficar aqui com ela até ela se acalmar. Por favor, nos mantenha informado. Pode deixar dona Laura. Mais uma vez obrigado!

Bill não precisava passar o recado ela já o entenderá. Lorena tinha ido embora para casa da avó e a abandonado. Fabrícia o olhou com tristeza e Bill pode ver as lágrimas dela rolarem. Foi até a cozinha pegou um calmante e a fez tomar. Fabrícia o tomou e deitou em seu colo.

-Porque não podemos mandar em nossos corações... Porque não somos fortes o suficiente para tomarmos as atitudes certas?
-E qual seria a graça disso tudo minha linda? Qual seria a graça? – Bill a viu dormir, se aconchegou e ficou ali zelando pelo sono da amada.

Fabrícia acordou no outro dia tomou banho e desceu para a cozinha se deparou com Bill arrumando a mesa.

- Você fez almoço?
-Se soubesse eu o faria para você. Dona Laura trouxe para você.
-Hum... – ela sentou á mesa e o olhou nos olhos. –E você o que pensa em fazer?

Bill a olhou e disse:

-Sobre o que?
- Sobre a sua vida, você não voltou para casa ainda.
-E nem vou voltar, hoje mesmo vou para o meu apartamento no centro e vamos viver nossa vida.
-Nossa vida! – Fabrícia suspirou. –Você falando parece tudo tão fácil!
-Fabrícia, não somos culpados de nada. De nada! Não podem nos jogar pedra porque nos apaixonamos. -Bill pegou sua mão e a beijou delicadamente.

Infelizmente Bill estava errado nos dias seguintes quando Fabrícia saia de casa perceberá que os vizinhos a olhavam e quase não a olhou no rosto. No mercado perto de sua casa as pessoas a olhavam com cara de reprovação. E quando voltou ao seu carro percebeu que ele estava riscado. No seu trabalho ela perderá três vendas grandes de imóveis em um bairro vizinho do seu. Seu chefe não quis dizer o motivo, mas ela não era boba e já sabia o real motivo. Chegou em sua casa e quando estava entrando em casa ouviu um carro passando na rua e uma voz masculina gritando...

Postado Por: Grasiele

Tantchen - Capítulo 22 - Frozen





"Você não me perdoará
Mas eu sei que você ficará bem
Me machuca saber que nunca entenderá..."

(Within Temptation - Frozen)

A campainha tocou na manhã do outro dia e Fabrícia levantou-se para ver quem era. Quando abriu a porta se deparou com um vaso maravilhoso de tulipas.

-Senhora Fabrícia Kaufmman?
-Sim, sou eu.
-A senhora pode assinar aqui, por favor?  – o rapaz disse mostrando o X no recibo.

Ela assinou entrou para casa e leu o cartão o pequeno cartão.

“Obrigado por você existir - Uma vez mais do que ontem”

Fabrícia leu a frase e não entendeu. Mal como Bill era maluco e cheio de esquisitices depois perguntaria o que significava essa frase sem sentido.
Da Janela dos Kaulitz, Simone pôde ver o carro do entregador de flores e leu o adesivo enorme que o carro continha: “Flor de Liz”.

Fabrícia estava preparando o café para Lorena quando a campainha tocou novamente. Ela abriu a porta e paralisou ao ver o lindo vaso de lírios do campo.

- A senhora pode assinar aqui, por favor.

Ela leu o cartão.

“Obrigado por você existir – Duas vezes mais do que ontem”.

Fabrícia sorriu novamente da frase sem sentido.
Depois de uma hora a campainha tocou novamente e quando ela abriu a porta o entregador sorria com um vaso de rosas colombianas nas mãos. O rapaz lhe entregou e ela leu no cartão:

“Obrigado por você existir – Três vezes mais do que ontem”

Ela sorriu e pensou o que ele estaria aprontando. Fabrícia descobriu o que realmente Bill estava aprontando às 20hs quando a campainha tocou pela Trigésima vez e ela abriu com o sorriso no rosto, pois já conhecia o entregador que ele lhe sorria também. Era um vaso enorme de Orquídea. 

-Porque não trouxe tudo de uma vez? Assim não perderia tanto tempo? - Fabrícia sorriu e disse para o entregador.
-Porque a pessoa que comprou nos pagou a mais para trabalhar somente para ele hoje. - o entregador disse sorrindo - Feliz Aniversário dona Fabrícia!

Fabrícia estava com lágrimas nos olhos quando agradeceu o entregador. E quando fechou a porta ela abriu o cartão e leu:

“Obrigado por você existir – Feliz trinta anos - Hoje te amo TRINTA VEZES MAIS do que ontem!”.

Fabrícia olhou para dentro da sua casa e viu os trinta vasos de trinta espécies de flores diferentes, sentou no sofá e chorou. Chorou de felicidade por ter alguém tão especial em sua vida e por tristeza por não poder estar perto dele. Lorena entrou na sala e a viu chorando.

-Nossa esse admirador caprichou. Quem é ele? - a filha disse com a cara de poucos amigos.
-Eu não sei, ele não assina. E manda sempre as mesmas frases que te mostrei. - Fabrícia não mostrara o ultimo cartão.

Fabrícia foi preparar o jantar, não fez bolo e nada especial para o seu aniversário, pois fazia três anos que não comemorava o seu aniversário. Não curtia mais esse tipo de festividade. Bill queria fazer uma festa, mas ela não aceitou. Então amanhã na hora do almoço iriam comemorar. Só os dois.
Fabrícia estava na cozinha quando o seu celular tocou, ela atendeu e quando ouviu a voz de Bill do outro lado da linha Fabrícia não conseguiu dizer nada ficou tão emocionada que não disse uma palavra sequer. E ele vendo que ela chorava começou a dizer em tom baixo.

-Queria poder estar com você nessa data tão importante na sua vida meu amor. Queria estar do seu lado... Mas não posso. Quero te dizer que você é uma mulher formidável, linda, inteligente e deliciosamente gostosa.

Fabrícia sorriu ao ouvir os últimos elogios.

-Eu te amo, minha linda. Amo-te de uma forma que com certeza você nunca foi amada em toda sua vida. Fabrícia eu daria minha vida por você.
-Eu te amo... - ela disse ainda em soluços –Eu te amo... Muito... Demais.  - e as palavras viam entre soluços.

Bill quase não entendia o que ela dizia, pois a namorada mais soluçava e chorava do que falava.

-Nós nos amamos demais e ninguém pode mudar isso. Ninguém! Você é minha tiazinha! – ela ouviu Bill dizer do outro lado da linha.
-Eu sei... E esse amor é puro, limpo e verdadeiro. Você é o meu pivete!

Depois de muitas juras de amor ela desligou o celular, Lorena e ela jantaram e Fabrícia foi para cama. Lorena estava no computador não deu muita atenção para Fabrícia e muito menos para data festiva.

No dia posterior Fabrícia foi almoçar com Bill em um hotel bem distante. Fabrícia se permitiu ficar à tarde inteira com ele, amaram-se e quando estavam deitados ainda na cama descansando Bill a presenteou com um pingente com a letra F maravilhoso de ouro.

- Deixe me colocar no seu pescoço!

-Bill, não precisava você me fez aquela linda surpresa ontem.
-E foi pouco! Muito pouco para as coisas que você me dá de presente.
-Eu te dou? Nunca te dei nada! – ela disse envergonhada.
-Você me deu presentes que não tem preço. O seu amor. O seu coração!  - Bill disse sério olhando a nua deitada sobre a cama do hotel.
-Bill... – Fabrícia com os olhos marejados lhe deu um beijo molhado na boca. - Olha, vamos começar a nos preparar para contar, ok? Prefiro eu contar para Lorena a outra pessoa. Se ela descobrir de outra forma será bem pior.

Bill abriu um sorriso maravilhoso e a beijou.

-Quer que eu ajude a contar?
-Não, meu lindo! Deixa que eu mesmo falo com ela, nesse sábado eu falo com ela. Esta mais do que decidido.
- Minha linda. Nem acredito que vou te ter por completo.

O ato foi feito mais uma vez com calma e com muita paixão.
 Despediram-se e voltaram para casa. Bill sempre dava um tempo de quinze minutos para Fabrícia chegar na frente. Para não darem bandeira.
Quando Fabrícia encostou o carro e desceu ela ouviu o seu nome.

-Fabrícia!
-Oi, Simone como vai?
- Não tão bem como você. Podemos conversar? - Simone disse em um tom seco.
-Podemos sim. Vamos entrar?

Fabrícia entrou em sua casa e apontou para o sofá.

-Não, obrigada prefiro ficar em pé. Fabrícia não sou uma mulher de rodeios por isso vou direto ao ponto. Isso é seu?

Quando Fabrícia viu o seu lenço nas mãos de Simone ela a olhou e disse:

-Sim!
- E o que ele fazia na casa de veraneio do meu filho?
- Eu o esqueci.
-Sim você o esqueceu e pra sua infelicidade o caseiro veio entregar as contas para Bill pagar e entregou-me o lenço que a namorada de Bill esqueceu lá. No caso: você! E para sua infelicidade também no dia que Lorena perguntou do lenço para você eu estava com ela. Ela estava choramingando o desprezo de Bill. Ai não precisou ser muito inteligente para juntar as duas coisas. O caseiro achar um lenço de rosas vermelhas e você perder um. Coincidência... Não? A maldita namorada do meu filho é você! - Simone jogou o lenço em Fabrícia que tremia tanto que não conseguiu levantar a mão para pega-lo. O lenço caiu nos pés de Fabrícia.

Fabrícia mantinha-se calada. O seu coração batia forte e descompensado. Essa conversa tinha que acontecer mais cedo ou mais tarde. Não queria desse jeito, entretanto tinha que ser a mais verdadeira possível. A mentira tinha que acabar.

-Você esta saindo com o meu filho? Como pode?
-Simone, eu...
- Ele é apenas um garoto. E você uma viúva, uma mulher que já tem uma bagagem, tem uma filha e que por ironia do destino vive indo lá em casa se oferecer para ele e chorar o desprezo dele para mim.
-Bill não é nenhum garoto. Ele é um homem responsável e maduro. E sobre Lorena...
-E o povo desse bairro ainda te idolatra. A santa Fabrícia. Pobre coitada viúva que vive para o trabalho e para a filha. Coitados! Mal sabem a mulher que eles idolatram!
-Perai Simone! Entendo a sua posição, mas o meu namoro com o Bill não tem nada a ver com o meu caráter como pessoa, mãe ou dona de casa. Você esta confundindo as coisas, eu respeito a minha relação com o seu filho. Eu me dou o respeito, o que sinto pelo Bill é amor.
-Faça-me o favor. Uma mulher de 30 anos com um garoto de 22 anos. Que respeito é esse? Não me venha falar em respeito. Isso seria hipocrisia.
-Não, hipocrisia é esse seu preconceito.
-Meu não? Do mundo! E não me diga essa palavra amor, pois nós duas sabemos o porquê o meu filho te escolheu. Existe um real motivo nisso tudo.
-E qual seria esse real motivo?
-Não interessa! O que interessa que você esta tendo um caso amoroso com o meu filho! Eu exijo que você deixe Bill em paz! Não quero e não vou permitir que você desvirtue meu menino, saia da vida de Bill agora ou vou contar para sua filha a sem vergonha, vagabunda e sem escrúpulos que você é!
-Mãe?

As duas se viraram quando ouviram a voz vinda em direção da porta...

Postado Por: Grasiele

Tantchen - Capítulo 21 - Never Gonna Be Alone


"O tempo está passando
muito mais rápido do que eu
E eu estou começando a me arrepender de não gastar
tudo isso com você..."
(Nickelback - Never Gonna Be Alone)

O que estava deixando ele sem paciência era a indecisão de Fabrícia em assumi-lo para a sociedade. Mas em uma tarde ele realmente saiu do sério quando ela chegou super atrasada no hotel e para piorar o humor do namorado disse que podia ficar somente cinco minutos. Bill não agüentou tudo aquilo...

-Fabrícia, quero uma data para contar para todos sobre nós. Quero um dia... Agora!
-Bill, eu quer...
-Fabrícia um dia! Agora! - Bill disse cruzando os braços sobre o seu peito.
-Mas um mês... – Fabrícia ia começara falar, mas Bill bufou e sentou se na cama e baixou a cabeça.

Ela chegou perto dele e colocou sua delicada mão sobre os ombros do namorado. Na verdade ela era tão covarde que por ela essa relação não saia do anonimato nunca.

-Não me pressione desse jeito!
-Não to pressionando. Só quero... Só quero poder te beijar e abraçar na hora que eu bem entender sem ficar me escondendo.
-Não posso agora! Minha filha vai sofrer, tenho que pensar nela.
-Ahhhhhh... Eu não estou ouvindo isso! E eu? Eu estou sofrendo também. Poxa e em mim ninguém pensa? – ele perguntou levantando da cama já alterando o tom de voz – E nos meus sentimentos Fabrícia alguém esta pensando?
-A culpa é minha, a errada nessa historia toda sou eu. Naquela noite que você me beijou eu deveria ter te parado eu deveria ter me policiado e devia ter te mandando embora da minha casa. Mas não... Eu compactuei com essa loucura absurda. Meu Deus, por que eu fui tão fraca?
-Eu ia investir até você se cansar, eu ia atrás de você, eu ia te caçar, eu ia te infernizar... Eu não ia desistir de você tão fácil. Eu te desejava tanto que seria capaz de uma loucura só para te ter ao meu lado, eu te queria e te quero ainda como nunca quis alguém em toda minha vida. 
-Não fale bobagens você tem uma vida pela frente. Muito que viver e aprender.
-Bom... Não vou ficar aqui ouvindo você falar esse monte de merda, não vou! Vamos fazer assim, o dia que você quiser nos assumir você me procura. Pois eu cansei disso, quero ter um relacionamento de verdade e se você não quer, paciência! – Bill disse calmo passou por ela, abriu a porta, desceu as escadas e entrou no carro.

Quando foi dar a ré para sair da garagem ele freou com força Fabrícia estava atrás do carro.

-Sai desse carro!  – ela batia com os punhos no vidro traseiro do carro.

Bill abriu o vidro e gritou:

-Esta louca? Sai dessa chuva! – Bill a olhava pelo retrovisor do carro.

Ela permanecia atrás do carro ela sabia se ela saísse Bill iria embora.

-Você vai me ouvir! Sai desse carro, Bill Kaulitz!
-Fabrícia, por favor, nós não temos condições de continuar essa conversa hoje. Por favor, vá para dentro do quarto, esta caindo o mundo, você vai se resfriar!

Nessa hora o céu ficou branco com o raio que caiu ali perto do Hotel. Fabrícia olhou para o céu, mas não se moveu um centímetro.

-Vai pra dentro do quarto! - Bill gritou sem paciência com ela.

-Nãoooo... Não vou! Você pode ir embora eu vou ficar aqui e quem sabe um raio caia em cima de mim e me mate logo pelo menos não faço tantas pessoas sofrerem – ela disse agora saindo detrás do carro.

Ele desligou o motor, saiu do carro e foi em sua direção. Fabrícia viu Bill se aproximar com o olhar que lhe deu medo ele se aproximou e segurou lhe os braços com força.

-Me larga! Deixa-me! Deixa-me ficar aqui!
-Pára Fabrícia! Pára com isso!  

Ele a chacoalhava com todas as suas forças e começou a dizer:

-Pára de sentir dó de você mesmo, pare com isso. Até quando vai ser a trouxa das outras pessoas, até quando vai deixar sua felicidade de lado para tentar agradar a todos? Quando vai dar valor a quem te ama de verdade? Quando vai levantar essa cabeça e tentar ser feliz sem culpa?  Quando você for velha, acabada e sozinha? Sozinha! Porque você se importa com tanta gente e ninguém esta nem ai pra você... Ninguém! Acorda pra vida!

O tapa na cara de Bill aconteceu no mesmo instante que outro raio se formou ali perto deles.
Fabrícia colocou as duas mãos na boca e percebeu o que tinha acabado de fazer. Viu Bill colocar a mão no rosto e andar em sua direção. Fabrícia deu um passo para trás para afastar se dele, porém ele foi mais rápido.
Bill a pegou pelo braço e a jogou contra o carro com força. Fabrícia sentiu suas costas baterem na lataria fria e molhada do carro. Bill a pegou pela nuca com ódio e a beijou com raiva. Bill machucava os lábios de Fabrícia, ela pode sentir o gosto de sangue em sua boca, mas não tentou se afastar dele. O beijo foi ficando mais exigente, Bill passou a beijar o delicado pescoço de Fabrícia e foi descendo até os seios. Fabrícia era mais rápida e já estava com a mão dentro da calça de Bill e segurava com força o membro dele. A tempestade caía de forma absurda sobre eles, mas naquela hora nem toda aquela chuva era suficiente para diminuir ou apagar o fogo dos dois.

-Suba! - Bill ordenou empurrando-a pelos degraus.

Os dois subiram a escada, dentro do quarto carregou-a até a pequena mesa e com o antebraço derrubou os enfeites que ali estavam e a sentou na beirada da mesa a pressa era tanta que se ajoelhou rapidamente entre as pernas de Fabrícia, colocou a pequena peça íntima de lado e com uma fome desesperadora começou a explorá-la na parte delicada, fazendo Fabrícia se contorcer em cima do móvel. Ela gemia alto e falava palavras desconexas, a respiração estava descontrolada e a cada movimento da boca de Bill sua respiração ficava mais alta e seu corpo demonstrava sinais que não conseguiria segurar por muito tempo. Fabrícia puxava o cabelo negro de Bill e mordia o próprio lábio tamanho era o prazer intenso que lhe consumia, doía em sua alma, em seu ser.
Fabrícia gemeu alto quando conseguiu o êxtase.
Puxou o cabelo de Bill e o fez ficar em pé e disse para ele ainda com a respiração falha.

-Vamos pra cama!

 Olharam-se e Bill disse ainda com raiva no olhar:

-Você vai me assumir... Essa semana ainda?

-Sim! – ela respondeu languidamente em um uníssono que ecoou pelo quarto do hotel. Então Bill aproximou-se e mais uma vez ordenou:

-Vire-se!

Fabrícia o obedeceu virou se, apoiou as duas mãos na mesa, podia se ver refletida no grande espelho que ali existia que ficava em cima da grande cama redonda. Pode ver também a imagem de Bill refletida no espelho, seus olhos amendoados brilhavam, sua expressão estava transtornada pelo desejo. Então fechou os olhos quando sentiu as duas mãos de Bill segura-lhe o quadril e penetrá-la sem delicadeza, sem carinho, sem dó... Mas, apenas a penetrou não se moveu...
Fabrícia abriu os olhos e o olhou pelo reflexo do espelho, se olharam por segundos trocaram juras de amor assim somente pelo olhar sem dizer uma só palavra.
Bill então começou a movimentar-se dentro dela, Fabrícia podia sentir Bill pulsando dentro dela.

-Por que você tem que ser tão gostoso, pivete...

Bill sorriu ao ouvi-la, ele massageava os ombros nus de Fabrícia. A bela mulher se entregou ao ato, falava as coisas mais absurdas e obscenas que ela estava sentindo dentro do seu ser, Bill a mordia e a lambia com todo o amor que sentia por ela, ele puxava o cabelo de Fabrícia e beijava sua nuca fazendo-a arrepiar se por inteira. Bill aproximou sua boca do ouvido de Fabrícia e começou a provocar-lhe dizendo as coisas mais excitantes. 

-Não me imagino dentro de outra mulher sem ser você... Não imagino outra mulher gemendo em meus braços... Não conseguiria fazer outra mulher chegar ao orgasmo... Só você tem esse poder sobre o meu coração, meu corpo e minha alma.

Os dois já não gemiam, urravam como dois animais feridos, imorais e totalmente no cio. As investidas de Bill aumentaram e ficaram mais fortes. Fabrícia agora segurava na mesa com toda sua força, suas unhas cravaram-se na madeira. Bill a pegou e a jogou na cama deitando sobre ela e ali continuou a torturá-la da maneira mais deliciosa que sabia.

-Desculpe-me pelo tapa. – Fabrícia disse entre gemidos.

Bill sem pensar duas vezes atingiu-lhe a face não com muita força. Mas o suficiente para deixar a maça do rosto de Fabrícia rosada.

-Estamos quites!  - ele disse sorrindo.

Fabrícia o olhou, mordeu os lábios sensualmente e o abraçou com as pernas e Bill segurou na cabeceira da cama forçou as investidas, ela arranhava as costas de Bill em desespero. O casal não agüentou mais um instante, Fabrícia gritou o nome de Bill sentindo o seu próprio gozo e o de seu amado misturando se dentro de seus corpos. Agarraram-se um ao outro, o que acabará de acontecer ali naquele momento foi inenarrável.
Bill a olhou emocionado e com lágrimas nos olhos disse:

 -Prefiro a morte a ser abandonado por você!

Bill odiava sentir-se fraco perto dela, mas não conseguiu se segurar, o amor que sentia por Fabrícia era irreal e intenso demais e aquela situação de não se assumirem estava o matando por dentro.

-Daremos um jeito, não sei qual... Mas daremos e ainda essa semana, eu quero você ao meu lado como meu homem. Meu único homem. - Ela disse o abraçando e beijando seus cabelos negros molhados da chuva.

 O choro foi liberado. Só que dessa vez quem chorou foi apenas Bill. Ficaram abraçados por mais alguns minutos. Fabrícia consolando e dizendo palavras de conforto para o rapaz. Tomaram banho e seguiram cada um o seu caminho.


Nesse mesmo dia chegou em casa e não viu Lorena em casa tomou um banho rápido para tirar as roupas molhadas e ligou para o celular da filha para saber onde estava.

-Oi mãe! Estou aqui na casa do Ge, estou aqui com a galera. Mãe, hoje eu fui usar o lenço que a vovó te deu e não achei. – Lorena ficou em silêncio - Perdeu? Como você perdeu? Não, eu não queria o rosa eu queria o vermelho com rosas que a vovó te trouxe da França.  Esta bem mãe já estou indo.
-Desculpe mentir, dona Simone é que não gostaria que minha mãe soubesse que estou conversando com a senhora sobre o Bill. Dona Simone... A senhora esta bem? – Lorena estranhou, a senhora perdeu a cor em fração de segundos.
-Lorena, eu preciso sair agora e depois nos falamos. Foi ótimo falar com você minha querida.

Simone foi com Lorena até a porta e lhe beijou. Depois subiu até o seu quarto e abriu a última gaveta da sua cômoda e pegou a pequena peça vermelha com rosas. Fechou os olhos e não sabia se chorava ou se rasgava aquela maldita peça. Manteve a compostura, pois só aquilo não era suficiente para acusar ninguém, porém infelizmente a confirmação veio uma semana depois quando ela pegou Bill no telefone dizendo baixo:

-Não, eu passo na loja e deixo as flores pagas. Obrigado!

Quando ele saiu e seguiu para o restaurante, Simone apenas apertou o redial e ouviu.

“-Floricultura Flor de Liz. Boa Noite?”.

Simone desligou o telefone sem dizer nada. Não ia falar apenas agir...
A campainha tocou na manhã do outro dia e Fabrícia se levantou para ver quem era...
 

Postado Por: Grasiele

Tantchen - Capítulo 20 - Sorry



Você vai ouvir minha história?
Só vai levar um minuto
Como eu posso explicar
Qualquer coisa que tenha havido aqui
Nunca significou que eu quisesse te machucar
Como eu posso causar tanta dor?
(Daughtry - Sorry)


No outro dia de manhã Lorena chegou em casa jogou a mala na sala e subiu as escadas abriu a porta do quarto de sua mãe o quarto estava escuro então ela acendeu a luz e chegou perto da cama.

-Mãe, eu cheguei!  - Lorena então sem obter resposta da mãe puxou a coberta e descobriu o rosto da mãe. -Mãe?
-Oi, Lory, já chegou? - Fabrícia disse ainda sonolenta.
-Nossa, eu chamei e você não respondeu então fiquei preocupada. Você esta bem?
-Sim, filha é que fui dormir tarde com dor de cabeça.

Era mentira. Fabrícia chegara às seis horas da manhã tinha tomado o remédio no hotel e dormira até as 5h30. Fabrícia havia dormido doze horas seguidas. Acordou se vestiu e veio para casa quase escondida para que Bill não a visse chegar.

-Já vou levantar e fazer seu almoço. E a viagem como foi? - Fabrícia levantou da cama e sentou se perto da filha.
- oi Bem. Na verdade foi um lixo, uma droga... Mas minha vida é assim mesmo. Já me acostumei!

Não queria insistir na conversa, pois sabia que ela não tinha gostado da viagem porque Bill não tinha ido com eles. Levantou, tomou banho e foi preparar o almoço e mais tarde Lorena saiu para encontrar com os colegas no porão da casa do Georg. Fabrícia então deitou no sofá para assistir Tv. Lorena entrou correndo bateu a porta da sala e subiu correndo para o seu quarto. Fabrícia levantou do sofá feito um tiro com o susto para ver o que estava acontecendo quando Alexia entrou porta adentro.

-O que foi, Alexia!
-Ain Tia o Tom disse para ela que Bill esta namorando sério.

O chão de Fabrícia abriu e ela sentou para não cair.

-Como assim? Namorando sério? Quem contou para o Tom? – o estômago de Fabrícia estava embrulhado e sentiu que ia vomitar, mas segurou-se ao máximo que pode para não chegar a esse ponto.
-Tia, só sei que o Tom disse para ela que a mãe dele pegou o Bill com uma mulher conversando no telefone e pareciam que estavam apaixonados. Depois disso Lorena saiu correndo do porão e veio para cá.

Meu Deus que semana do cão. Tudo estava acontecendo, estava dando errado.

-Alexia, irei falar com ela. Pode voltar para o porão e agradecer ao Tom por isso.

Fabrícia subiu as escadas e foi falar com Lorena. Entrou no quarto e acendeu o abajur do quarto da filha.

-Filha o que aconteceu? Conversa comigo. - Fabrícia pediu tirando os cabelos da Lorena do rosto.
-Bill esta namorando. Tom me disse que a mãe dele pegou uma conversa dele com uma garota, e que eles falaram de uma viagem que fizeram juntos e que ele disse que a amava.
-O que mais a mãe dele ouviu?
-Mais nada ela tentou ouvir o nome e não conseguiu.
-Filha, esse rapaz nunca te deu esperança. Nunca disse que gostava de você. Porque você ficou alimentando esperanças?
-Porque eu o amo e queria lutar por ele. - Lorena disse sentando na cama.
-Filha você é tão nova para falar em amor, em sofrer ou chorar desse jeito por amor.
-Você e meu pai...
-Lorena não sabia nada do amor, nos precipitamos eu engravidei e o amor nasceu e cresceu, mas porque eu era correspondida e nos dois queríamos estar juntos. Esse moço não quer nada com você.
-Uma vagabunda. É isso o que essa garota é! Uma vagabunda, vadia... Odeio essa garota, não a conheço, mas já a odeio de todo o meu coração.
-Você nem conhece a moça. – Fabrícia disse afagando os cabelos loiros da filha. – Minha filha vai ver foi só uma viagem entre amigos, pode ser que não rolou nada.

Lorena parou de chorar olhou para mãe e disse ainda soluçando.

-Eles foram viajar sozinhos... Sozinhos! Você acha que eles fizeram o que nessa viagem? Jogaram dominó? Ela dá uma coisa que eu não vou poder oferecer a ele, não tão cedo!
-Vai ver ele gosta dessa garota e você não pode culpá-lo por isso.
-Que gosta, mãe... Bill também é muito novo para saber o que é o amor. Só tem 22 anos.
-É um Homem. Bill já é um homem.
-Não sei, não me interessa. Só sei que se eu pegar essa... Essa... Essa... Eu mato... Mato... Mato. – Lorena gritava de raiva e socava a almofada entre suas pernas.
-Lorena, Pára de falar assim!

Lorena começou a chorar e deitou na cama aquilo partia o coração de Fabrícia por mais difícil e distante que a filha estivesse ela era sua filha e seu coração sangrava mais ao lembrar que a tal mulher que Lorena queria matar era sua própria mãe.

-Lorena, tente esquecê-lo! Por favor, filha tente encontrar outro rapaz bom que goste de você.
-Eu já sei! Eu vou falar com ele. – Lorena se levantou da cama rapidamente Fabrícia a segurou pelo braço e a olhou nos olhos.
-Não! Não você não vai! Você não vai sair desse quarto você me ouviu? Um dia mais calma você conversa com ele. Hoje não!

Lorena deitou na cama e chorou.

-Quero ficar sozinha, mãe! Sai daqui!

Fabrícia olhou para a filha e sabia que a conversa havia terminado ali. Ela levantou-se e saiu do quarto. Chegando no seu quarto não agüentou e chorou, porque a vida estava lhe pregando essa peça? Porque estava sendo castigada desse jeito? Por que tinha que se apaixonar pela mesma pessoa que a filha. Por que não tinha forças para largar Bill?
Ela sentou na cama e pegou um porta-retrato com uma foto linda de Lorena e Fabrícia que Bernardo havia tirado poucos dias antes dele falecer chorou ainda mais ao lembrar do ex-marido.

-Não pode ser você que esta me punindo... Nunca fui injusta com você!

Esticou o braço para colocar o porta retrato no criado-mudo quando ouviu o celular tocar e não precisava ser vidente para saber quem era.

-Oi. - ela atendeu baixo
-Fabrícia pelo amor de Deus quer me matar do coração. Ontem te vi chorando com a dona Catarine. Depois tento falar com você o dia todo e você some. O que deu em você? – Bill estava nervoso. -Por que você faz isso comigo, minha linda? Sabe que eu me preocupo demais com você, sabe que ficar sem notícias suas me deixa sem chão. – a voz dele era doce agora.

Fabrícia nada respondeu e continuava a chorar.

-Você esta chorando? Fabrícia pelo amor de Deus o que esta acontecendo?
-Tom, não te contou?
-Não! Quer dizer disse que Lorena teve uma crise de ciúmes por minha causa e deu um show no porão da casa...
-Crise de ciúmes? Se tivesse sido só isso... Ele disse para Lorena que você esta namorando.
-O que? – o agudo foi tão grave que ela tirou o celular da orelha. –Como esse imbecil fala uma coisa dessas sem saber!
-Ele apenas disse o que vieram contar no ouvido dele. Ele disse para Lorena que você esta namorando sério e que sua mãe ouviu você conversando com uma garota no telefone sobre uma viagem que fizeram juntos e que você estava com voz melosa e sentiu que você esta apaixonado.
-Velha desgramenta! Por isso quero ir embora dessa casa. Não tenho privacidade nem para falar com minha namorada pelo telefone.

Fabrícia ouviu Bill dizer “namorada” e se calou no celular.

- Oi? Você esta ai ainda? – Bill perguntou.
-Sim! - Fabrícia disse baixo.
-O que mais minha mãe disse para o Tom?
-Só isso e que ela tentou descobrir o nome da garota e não conseguiu.
-Com certeza ela pegou uma de nossas conversas. Essa porra de celular ficou quebrado um dia e te liguei aqui de casa e essa bosta tem extensão. E Lorena como esta depois que Tom disse a noticia?
-Péssima, chorando e xingando a vagabunda de todo nome. Não sei o que fazer, não sei o que falar. Não sei nada! Isso esta me deixando louca, meu Deus o que estou fazendo com a vida da minha própria filha.

Bill a ouviu chorar do outro lado da linha e disse sério.

-Vamos dar mais um tempo e temos que abrir o jogo para todos. Chega disso! Eu estou cansando também, quero te ver não posso, quero te beijar não posso. Não temos culpa, não temos culpa de nos amarmos.
-Bill isso não pode continuar. Eu vou perder Lorena, ela não vai me perdoar. Jamais!
-Calma, calma Fabrícia, por favor, não vamos tomar decisões precipitadas. Pensaremos em algo.

Era impressionante como Bill conseguia com palavras acalmar Fabrícia. Ele sempre com o seu jeito meigo, protetor e atencioso conseguia acalmar o coração apertado da namorada. Então mais calma ela disse.

- Catarine descobriu sobre nós também.
-Ain... Espera aí é muita informação. Como ela sabe da gente?
-Isso já não importa. O que importa é que estamos sendo desmascarados aos poucos.
-Desmascarados? Ouvindo você falar parece que matamos. Estamos apaixonados e por mim essa história nunca séria um segredo. Mas olha pensaremos em algo juntos, ok? - Bill era muito doce e meloso em suas palavras.
-Hoje não consigo pensar em nada. Vou desligar e depois nos falamos, meu lindo beijos pra ti!
-Ok se cuida, beijos e nunca esqueça que estarei sempre do seu lado!
-Eu sei! – ela apenas respondeu, desligou o celular e foi tentar dormir.

Com Lorena de férias os encontros com Bill ficaram escassos e difíceis. Lorena já quase não saia de casa devido o ocorrido na garagem de Ge. Encontravam-se uma vez por semana apenas e era tudo muito corrido Bill não ficava bravo em fazer sexo rapidamente para Fabrícia ir embora sem que Lorena percebesse sua ausência. O que estava deixando ele sem paciência era a indecisão de Fabrícia em assumi-lo para a sociedade. Mas em uma tarde ele realmente saiu do sério quando ela chegou super atrasada no hotel e para piorar o humor do namorado disse que podia ficar somente cinco minutos. Bill não agüentou tudo aquilo...

Postado Por: Grasiele

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