terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tantchen - Capítulo 24 - Verdades!



Infelizmente Bill estava errado nos dias seguintes quando Fabrícia saia de casa perceberá que os vizinhos a olhavam e quase não a olhou no rosto. No mercado perto de sua casa as pessoas a olhavam com cara de reprovação. E quando voltou ao seu carro percebeu que ele estava riscado. No seu trabalho ela perderá três vendas grandes de imóveis em um bairro vizinho do seu. Seu chefe não quis dizer o motivo, mas ela não era boba e já sabia o real motivo. Chegou em sua casa e quando estava entrando em casa ouviu um carro passando na rua e uma voz masculina gritando...



- Ah, se eu tivesse meus dezoitos anos...



Fabrícia apenas baixou a cabeça e foi nessa hora que ela tomou a decisão definitiva...



Bill estava no restaurante quando seu pai veio falar com ele.



-Bill, queria conversar com você.

-Então fale!

-Sua mãe me contou do seu caso com a Fabrícia e...

-Primeiro não tenho um caso com ela nos somos namorados e nos amamos.

-Filho é isso o que você quer? É dela que você gosta realmente?

-É isso o que eu quero e é ela que eu amo. E nada e nem ninguém vai me fazer afastar dela.

- Se é uma escolha sua. Você já é um homem e sempre foi muito responsável. Não posso interferir nisso. Só peço que não vá embora de casa.

-Pai, eu agradeço que não tenha ficado contra, obrigado. Mas já decidi vou morar no apartamento do centro e minha decisão esta tomada.

- Ela vai morar com você?

-Não, Ela não vai morar comigo porque ela não quer, porque eu adoraria.

-Você estando feliz meu filho eu fico tambémo pai de Bill lhe deu um abraço e saiu do escritório.



O pai de Bill não era muito de conversar, talvez era o jeito alemão de ser. Bill o olhou saindo do escritório e ficou feliz pelo pai estar lhe apoiando.

Bill tentou ligar para casa de Fabrícia e ninguém atendeu, ligou para o celular e ninguém atendeu então deixou Tom responsável por algumas tarefas e foi até a casa dela.

Chegou na casa e apertou a campainha e ninguém atendeu. Pegou sua chave e a abriu entrou e estava tudo como deixou naquela manhã. Subiu as escadas e foi para o quarto de Fabrícia e não viu ninguém o desespero de Bill começou quando ele abriu o guarda roupa e viu que faltavam roupas e sapatos. Olhou embaixo da cama onde ela guardava a mala e não a viu lá.

Desceu as escadas correndo e foi em direção à casa de Gustav apertou a campainha e o amigo saiu.



-Gus, você viu a Fabrícia? Será que sua mãe viu a Fabrícia? - Bill falava com rapidez e nervoso.

-Não... Não a vimos!

-Oi, Bill o que houve? - dona Laura saiu na porta ao ouvir a voz alta e descontrolada de Bill.

-Dona Laura a Fabrícia não esta em casa e acho que ela... A mala não esta lá, as roupas... - Bill falava e cada vez mais ficava mais nervoso.

-Bill fique calmo! Vamos entrar e tentamos ligar para ela! - quando Bill foi entrar na casa ouviu uma voz feminina gritando:

-Vai ver ela foi embora porque percebeu que não é mais bem vinda aqui nesse bairro. Como que íamos ficar tranqüilas com nossos filhos com uma mulher desse tipo a solta.



Bill se virou e foi em direção a mulher.



-Lava essa boca para falar de Fabrícia. Ela é uma mulher maravilhosa e vocês não chegam nem aos pés dela.

-Criança, to vendo que aquela raposa enfeitiçou o cordeirinho.



Bill ia revidar quando o marido da senhora saiu da casa e partiu em defesa da mulher, se não fosse Gustav e Georg os dois teriam rolado aos socos e pontapés no meio da rua.

Gustav e Georg colocaram Bill dentro da casa e Laura estava tentando ligar para Fabrícia. Bill andava de um lado para o outro, roia as unhas e tentava não chorar de desespero.



-Bill, ela não atende!



E ali ficaram por mais uma hora até Bill desistir e ir para seu apartamento. Tentou ligar para ela a noite toda e não obteve resposta, mas foi na tarde do dia seguinte que ele percebeu que tinha perdido talvez para sempre o seu grande amor.

Bill estacionou seu carro na frente da casa de Fabrícia e não acreditou quando o dono da imobiliária onde ela trabalhava estava colocando a placa de ALUGA-SE na frente da casa da amada.



-O que é isso? Quem mandou você colocar essa placa aqui?

-A dona da casa me pediu - disse o homem.

-E onde ela esta?

-Não sei, ela pediu demissão ontem e pediu para colocar a casa para alugar. Fez tudo por telefone mesmo.



Bill ficou sem palavra olhou o homem terminar de colocar a placa e o viu indo embora, pegou sua chave e entrou na casa foi em direção ao quarto, deitou na cama de Fabrícia lembrou de quantas vezes se amaram nela, lembrou da primeira vez que fez amor com ela naquela cama, do medo que teve em decepcioná-la, lembrou do cheiro, do sorriso e ali perdido em lembranças deitado na grande cama se desfez do homem que ele era e se deixou chorar como um menino indefeso, perdido e com muito medo de perder a única coisa que lhe dava força para viver. O amor de Fabrícia...



Em Berlin...



Fabrícia ouvindo o telefone do hotel tocar e o atendeu.



-Alô?

-Coloquei a placa na casa.

-Obrigado, querido!

-Bill estava lá! – seu ex-chefe disse num tom de reprovação.



Fabrícia sentou-se na cama.



-Estava?

-Sim e esta arrasado. Fabrícia não faça isso com ele, meu Deus o garoto esta com olheiras, mais magro do que já é... Fale com ele.

-Eu preciso fazer isso! Não posso fazer isso com a vida dele. Não seria justo.

-Bom, a placa esta colocada qualquer novidade entro em contato. - disse o homem.



Fabrícia colocou o telefone no gancho e foi até a janela ver a vista da cidade. E pediu a Deus que lhe fortalecesse e que essa atitude fosse a melhor para os dois. A chuva começou em Berlin e ela lembrou da vez que fez amor com Bill na chuva. Fabrícia abriu a janela do hotel e a chuva começou a molhar seu cabelo, sua roupa, o chão, ela se aproximou mais da janela e gritou num ato de desespero:



- Bill... É para o nosso bem... Meu lindo... O nosso bem!



E naquele exato momento era impossível saber que gotas molhavam mais. Da chuva ou das lágrimas de Fabrícia.



O tempo foi passando... Um mês... Dois... Cinco... E a cada dia Bill ficava mais deprimido magro e abatido. O restaurante não tinha mais graça, os ensaios não tinham mais graça. A vida não fazia mais sentido para Bill. Todos os dias ele entrava no MSN. Todo o dia mandava lhe email pedindo para voltar. Tudo em vão. Bill a cada dia morria um pouco. Tentava lutar, mas era em vão. Ele não chorava mais talvez porque não lhe existia mais lágrimas.  E o tempo foi passando...

 E após exatos oito meses sem noticias de Fabrícia, Bill voltou a encontrar Lorena em seu restaurante.



-Oi, Bill – ela disse com um sorriso meloso.

-Olá.  – ele foi curto e grosso.

-Vim para Stutgart é aniversário de Katy e viemos comemorar aqui.



Bill nada respondeu foi até Katy e apenas disse:



-Feliz aniversário. Vou levá-los até o salão principal.



Bill foi à direção ao salão e acomodou todos. No meio do jantar quando Bill veio até a mesa para presentear Katy com um bolo foi onde tudo aconteceu.



-Bill, podemos conversar?

-Não, Lorena não podemos!

-Você esta com raiva de mim? O que eu te fiz? Afinal, eu fui à enganada de toda essa historia.

-Enganada? Olha Lorena sim nós erramos em não te contar. Isso você pode jogar na nossa cara agora se fazer de vitima. Pelo amor de Deus a quem você quer enganar?  Sua mãe se preocupava com você e até cogitou de abdicar da felicidade dela para eu namorá-la para te fazer feliz. O que eu nunca permitiria.

-Você nunca namoraria comigo?

-Nunca. Eu te achava madura e superior as meninas da sua idade, mas isso foi até eu conhecer a sua mãe e te conhecer de verdade. Você é a pessoa mais egoísta que eu conheci sempre queria a atenção para você. Sabe o que eu acho que na verdade você tinha inveja da sua mãe. Pois ela era a mulher que você nunca vai ser. Bonita, jovem, amada e que todos admirava. Você a tratava que nem uma empregada, um motorista. Você achava que só você tinha perdido um ente querido. Só você podia sofrer. Pelo amor de Deus ela também perdeu o marido e foi obrigada a te sustentar sozinha. Mesmo com a pensão que sua avó te dava a que ela nunca mexeu. Porque esse dinheiro era seu. Mas você estava tão cega com o seu individualismo que não pode ver que cada dia mais você a deixava sozinha e triste. Quantas vezes você sentou com ela e conversou sobre algo? Quantas vezes você perguntou se ela estava bem? Nunca, porque estava tão preocupada em ser a pobre vitima que esquecia que ela estava lá do seu lado sempre que você precisava. Lorena eu tenho nojo de pessoa como você que acham que o mundo gira somente em volta do seu umbigo.  Você não merece a mãe que tem. Sabe que tipo de pessoa você vai se tornar? Sua avó!  Uma pessoa amargurada e infeliz.  E quer saber de outra coisa. Gustav fez muito bem em partir para outra eu não gostaria de vê-lo com uma pessoa tão mesquinha como você.  Até isso você perdeu! Além de uma mãe maravilhosa você perdeu um rapaz de ouro. E agora que já falei tudo que estava engasgado aqui todos esses meses, vou cuidar da minha vida e tentar superar a falta que sua mãe me faz. Pois desde do dia que ela me deixou. Eu não vivo... Eu sobrevivo... Com licença!



Quando Bill saiu do salão principal Lorena percebeu que todos estavam olhando para ela. Lorena correu até a saída e Gustav pegou a pelo braço.



-Aonde você vai?

-Gustav leve me para o aeroporto! Eu quero ir embora agora.



Gustav chamou um táxi e no meio do caminho indo para o aeroporto Lorena começou a falar.



-Eu queria te pedir desculpas, Gus se um dia... Sabe, eu... Perdão!



Lorena começou a chorar e Gus não a abraçou.



-Lorena... Não posso passar a mão na sua cabeça. O que Bill disse eu assino embaixo. Desculpe, mas eu também acho que essa sua obsessão por ele te cegou e você acabou extrapolando. Fazia tempo que você tratava sua mãe mal... Enfim acho que você não precisa de um sermão. Pois Bill já falou tudo o que você deveria e merecia ouvir.



Lorena olhou para o amigo e se permitiu chorar em seu ombro.O amigo lhe abraçou e deixou ela desabafar...

Postado Por: Grasiele

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