Tantchen - Capítulo 17 - Rain

 

"Eu sinto que irá chover assim por dias
Então deixe esta chuva cair e lavar tudo o que há
Espero que amanhã o sol brilhe
E com o amanha comece uma outra vida..."

(Creed - Rain)

Ele saiu do carro e ouviu apenas ele dizendo:

-Leve meu cartão e se quiser tomar alguma coisa me ligue. Você é muito linda e tem um corpo que...

O que aconteceu depois da frase inacabada foi rápido demais. Bill pulou pra cima do rapaz, Fabrícia entrou na frente de Bill para tentar evitar a briga, mas Bill estava cego de ciúmes.

-Vou te ensinar a ter um pouco de respeito com as mulheres, rapaz.

O soco foi forte e o outro rapaz caiu no chão quando Bill foi pega-lo no chão recebeu um chute no estômago e caiu e rapidamente o rapaz levantou e lhe deu um soco no rosto. Bill novamente foi para cima do rapaz e também lhe desferiu um soco. Dois homens que passava no local viram o desespero de Fabrícia e veio ajudar a moça que tentava em vão segurar Bill.

- O que esta acontecendo aqui? - um deles gritou.
-Esse louco apareceu do nada e começou me agredir. - o rapaz disse nervoso apontando para Bill.
-Esse sem vergonha mexeu com ela. - Bill disse furioso.
-Bill, chega... Você esta sangrando! – Fabrícia chegou perto dele de Bill e viu que sua boca sangrava.
-Não mexi apenas lhe disse a verdade, o que essa moça é sua, meu amigo? Irmã ou prima? Tranque-a em um baú.

Fabrícia e Bill se olharam e Bill ia dizer que Fabrica não era sua irmã e muito menos prima.

-Ela não é...
- Olha peço desculpas pelo ocorrido. Vamos embora!
- Interne seu irmão minha princesa, pois se cada homem que for te olhar com desejo ele for bater... Ele viverá sangrando. 
-Pode deixar! Vou conversar com ele e você vê se cresce e não fique passando cantadas baratas em mulheres que não conhecem.
-Você quer registrar queixa? - um dos homens perguntou ao rapaz que Bill agrediu.
-Não, acho que não é preciso. – Fabrícia disse olhando para o rapaz que sangrava.
-Olha só não dou queixa por você. – o rapaz mais uma vez olhou para Fabrícia com olhos de tarado o que fez Bill ficar mais puto ainda e tentar mais uma vez ir pra cima do rapaz.
-Não... Não faça isso chega... Vamos, vamos embora daqui! - Fabrícia puxava Bill. -Bill porque você fez isso? Olha como você esta todo machucado... Meu Deus eu já ia me livrar dele.

Os dois viraram e ainda ouviram os homens falarem para o rapaz:

-Da próxima vez mexe com garotas da sua idade garoto... Pensou se não fosse o irmão fosse o marido dela que te desse uma surra.

Quando Bill chegou em seu carro Fabrícia pode ver que Bill mantinha a cara fechada.

- Você esta bem? –Ela perguntou se aproximando dele.
-To! – foi apenas o que respondeu.
-Quer que eu te leve para um hospital para vermos se...
-Não!

Fabrícia sabia por que Bill estava com essa cara fechada.

-Vamos parar em uma farmácia deixa-me cuidar disso. - Fabrícia foi colocar a mão em Bill e ele a segurou.
-Não quero que você faça nada. Nada. – disse baixo se virando para entrar em seu carro.
-O que você queria que eu dissesse para aqueles homens que...
-Que somos namorados, afinal somos isso ou não somos? - disse Bill ainda de costas para ela não contendo sua tristeza.
-E que diferença faria?

Bill se virou e a encarou não com raiva, mas sim com tristeza.

-Para mim muita, se nem para um estranho você quer me assumir... Imagine para os conhecidos, quando será que você vai me assumir para a sociedade? Bom, isso se um dia acontecer, né?
-Você viu a sociedade o que acha quando nos vê juntos que somos irmãos... Quem sabe sua mãe...
-Quero que essa sociedade vá tomar no cú, Fabrícia! 

Ele se virou entrou no carro e saiu cantando os pneus.
Fabrícia ainda ficou um pouco mais pensando na cena que acabara de acontecer. Depois entrou no carro e foi para um cliente tentou ainda conversar com Bill pelo celular, mas ele não atendeu.

Sábado, o dia da viagem para a casa de veraneio de Gustav chegou e a Van estava estacionada enfrente a casa dos Shäfer. As meninas iriam com Georg e o restante na Van alugada, Tom só iria mais tarde e Bill com certeza iria com Tom, aquilo deu um aperto em seu coração, mas ela nunca jamais diria para Bill não ir ou que Lorena tinha planos para ele. O porquê nem ela sabia exatamente. Talvez quem sabe Bill se interessasse realmente por Lorena e assim ela seria obrigada a esquecê-lo teria um motivo.

Fabrícia estava almoçando sozinha no sábado fazia dois dias que tentava falar com Bill e não conseguia o barulho de seu novo celular a trouxe de volta para a realidade.

-Oi, Zay... Hum... E ele quer vender a casa? Faz assim como a casa esta vazia eu passo aí pego à chave e já coloco a placa de vende-se. Não estou fazendo nada mesmo, estou indo para imobiliária. Beijos.

Fabrícia fechou a casa e foi direto para a imobiliária pegar a chave e a placa de ‘Vende-se’ e seguiu seu caminho. A casa que tiraria foto ficava duas horas do bairro de Fabrícia, a casa era linda. Era um chalé com uma sacada no quarto, parecia ser aconchegante. Tinha um jardim maravilhoso, estava bem cuidada, ela desceu do carro e foi abrir a cerca, uma mulher veio abrir para ela a cerca.

-Oi, Eu vim colocar a placa e tirar fotos sou da imobiliária.
-A moça balançou a cabeça e Fabrícia entrou com o carro.

Entrou na casa e ficou abismada com o chalé, ele era grande, nada gigantesco, mas amplo e cheirava eucalipto. Começou tirar as fotos, então subiu as escadas e foi para a suíte e ficou mais deslumbrada ainda. A cama era feita no chão e era bem baixa, ela abriu a porta que dava para sacada e ali naquela sacada cabia outra cama, a vista era digna de filme de Hollywood! Era simplesmente divina!

-Gostou da vista? – alguém disse e segurou seu braço, pois com o susto ela quase caiu da sacada.

Fabrícia com o desequilíbrio deixou sua câmera cair no térreo.
Fabrícia estava com uma mão no coração e branca feito um fantasma.

-Puta que pariu, seu filho da puta. Bill você qua...  O que você esta fazendo aqui?

Bill sorriu e disse:

-Essa casa é minha!
-Sua? Como sua? – Fabrícia perguntou sem entender.
-Minha... Essa casa é minha. Quer que eu desenhe? – Bill disse rindo. 
-Não! Não quero, seu tonto!  Mas na imobiliária disse que era do Senhor Ludovig.
-Meu avô!
-Então essa casa é do seu avô?
-Que morreu e passou para mim.
-E você vai vender? Ela é maravilhosa.
-Nunca venderia essa casa, jamais... Nunca!
-Como não? Estou aqui para colocar a placa de venda, será que entrei em lugar errado? Meu Deus entrei em casa errada.

Bill começou a rir vendo a expressão de aflição no rosto da mulher e foi nesse momento que Fabrícia percebeu que era tudo uma outra armação.

-Você? Seu moleque! – Fabrícia sorriu. -Eu caí de novo! Você não cansa de fazer isso? De me pregar essas armadilhas?
-Me desculpa! Se eu te convidasse você colocaria muitos empecilhos mesmo estando sozinha em casa e as visitas na sua casa são doloridas tem uns matinhos duros perto da cerca que machucam e entram na minha bunda.

Fabrícia sorriu do modo que ele explicava aquela situação.

-Você não ia passar o dia na casa do Gus? - perguntou Fabrícia.
-E deixar você sozinha? Só você para ter acreditado nessa história sem pé e nem cabeça.
-Eu acreditei mesmo quando Lory me disse que você ficaria três dias.
-Nunca! Minha prioridade é você e jamais deixaria você sozinha em casa.
-Mas, não pedi pra você ficar! - Fabrícia mantinha a voz doce.
-Eu sei, não disse nada... Nem sei por que você esta dizendo isso!

Eles se olharam e ficaram em silêncio por alguns segundos...

-Pensei que você estivesse com raiva de mim, não atendeu minhas ligações. -ela disse agora olhando para o horizonte.
-Eu estava! – disse Bill sério também tentando olhar para o horizonte.
-E você continua com raiva de mim? - ela perguntou virando-se para encará-lo.

Ele ainda permanecia com o olhar no horizonte e nada respondeu.

-Bom... Vou embora antes que fique tarde... Eu vou ligar para a imobiliária e dizer que foi um mal entendido. Tchau, Bill! – ela se virou para ir embora, mas a mão de Bill foi mais rápida e a segurou.
-Você não vai sair daqui e nem vai ligar para ninguém hoje. Hoje você será só minha... Só minha... Inteira minha...

Postado Por: Grasiele