segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 22 - The End


— Se eu me lembro de você? - Ela disse com a voz rouca. O coração de Tom palpitou. Ela precisava se lembrar dele, Tom não aguentaria ver sua irmã, sua namorada, o tratar como um estranho. Ela molhou os lábios antes de responder. Ele estava lá, ansioso, com os olhos rasos de água, segurando a mão dela. — Tom, é sério, você tem que parar de fumar maconha. - Ela disse em um tom brincalhão, girando os olhos.
Um sorriso rasgou o rosto de Tom, era incrível como mesmo depois de três meses em coma, Thammy conseguia fazer piadas.
Ele se debruçou na cama e selou seus lábios aos dela, sem se importar com quem veria. Tom só queria senti-la, ama-la, recuprar o tempo perdido.
— Tom. - Ela o repreendeu, espalmando sua mão sobre o peito dele em uma tentativa falha de o afastar, Tom se afastou, mas foi pelo susto. — Você é louco? Quer que nos vejam? – Ela fanziu a sobrancelha, fazendo uma expressão irritada.
Tom sorriu de lado e depositou vários beijos em sua testa, fazendo-a desfazer a expressão de irritação e abrir um sorriso.
Thammy, você acordou. - Os dois olharam para a porta, vendo o doutor em pé já dentro do quarto. — Tom, deveria ter me chamado. - Repreendeu Tom, indo até Thammy.
Fez alguns exames simples e algumas perguntas como, "que dia é hoje?" e recebendo em resposta um, " sei lá, Doutor, veja no calendário" e ainda depois, o médico se arriscou a perguntar "quantos anos você tem?" e recebeu em resposta um "bem, depende de quanto tempo fiquei aqui. Quando cheguei tinha dezessete."
Bem, as perguntas foram inúteis, mas os exames disseram que estava tudo bem. Thammy já reclamava querendo ir para casa, mas tinha de ficar mais uma semana em observação.
Thammy P.D.V
Graças a Deus, amanhã eu vou sair deste hospital. Tom queria dormir aqui nessa cadeira dura mais uma vez, eu tive que obrigá-lo a voltar para casa e ter uma noite agradável e bem dormida, mas ele prometeu que amanhã bem cedo viria me buscar.
Demorei um pouco para dormir por pura ansiedade de ir embora. Até que finalmente chegou o dia de deixar o hospital. Tom chegou bem cedo como o prometido, e trouxe junto minha mãe, Gordon, Alice, Georg, Gustav e os meninos da minha banda, só faltava uma pessoa: Bill.
Desde que acordei não tive notícias dele, mas quando chegar em casa irei apertar o Tom para que ele me conte com o Bill está.
Comprimentei à todos e fomos até o estacionamento. Como éramos muitos, vieram dois carros, em um iria o Tom dirigindo, eu, Alice, Georg e Gustav, eles que se virassem se ficasse apertado no banco de trás. E o outro carro iriam minha mãe, o Gordon e os meninos da minha banda.
Passamos pela entrada do hospital e vimos vários fãs, tanto do Tokio Hotel como do Black Tears. Os fãs estavam com vários cartazes desejando melhoras, confesso que fiquei emocionada.
Chegamos até à casa dos meninos da Tokio Hotel, não havia mudado muito desde que eu estava fora.
Tom disse que ia me levar até o nosso quarto. Estranhei a palavra nosso, mas o segui.
O quarto era maravilhoso e bem moderno. Mas havia uma surpresinha na cama, era o Bill.
Estava mais bonito, agora seus cabelos eram loiros e ele estava com barba.
Corri até ele o abraçando forte, era tão bom vê-lo bem, sua aparência havia melhorado muito.
— Deu um susto em todos nós. - Ele disse sorrindo fraco. — Mas te devo desculpas. Se não fosse por mim, nada disso teria acontecido. – Sua expressão ficou triste, pesada.
— Não precisa se desculpar, agora eu já estou bem. - Abri um sorriso, mas me lembrei do problema dele. Como será que ele estava em relação à isso? — Mas e você? - Disse torcendo para que ele entendesse em qual sentido eu disse aquilo.
— Eu estou bem. - Ele voltou à sorrir. — Me internei em uma clínica, mas saí de lá por ter uma ajudinha à mais. - Ele abriu um sorriso sapeca. — Mas ainda tenho que ir lá três vezes por semana. Estou em fase de abstinência. – Seu sorriso se fechou e o clima ficou pesado.
— Me diz que ajudinha à mais é essa. - Disse tentando descontrair e o empurrando com o ombro.
— Estou namorando uma enfermeira de lá. - O sorriso em seu rosto voltou. Ele estendeu o dedo, mostrando a aliança. — Seu nome é Dafne. - Suspirou.
— Que lindo. O Bill está apaixonado. Mas quero conhecê-lá para ver se aprovo. – Brinquei, gargalhando logo em seguida e o abraçando mais uma vez.
Conversamos mais um pouco, e logo fomos almoçar. Nos juntamos e conversamos a refeição toda, passamos à tarde em brincadeiras e conversas, até que anoiteceu e Bill teve de ir embora, já que essa noite ele dormiria na clínica.
Georg o levou até lá, por Bill estar sem seu carro.
Conversamos mais um pouco até a hora de nos recolhermos. Eu e Tom subimos juntos.
— No mesmo quarto? – Disse após entrar, vendo Tom fechar à porta. — No que está pensando seu depravado?– Sorri sapeca vendo Tom abrir um sorriso também.
Autora P.D.V
O de tranças passou seus braços pela cintura dela e a puxou mais contra seu corpo. Sua boca foi urgente até a dela. Um beijo doce se iniciou. Tom foi andando para frente, fazendo Thammy ir para trás até cair na cama.
Ele ficou de pé a olhando, esperando um sinal verde para o quê pretendia fazer, e esse sinal veio. Ela abriu um sorriso, mordendo o lábio inferior. Então, sem demoras Tom pousou seu corpo sobre o dela, controlando seu peso.
Ele bricou com a barra da blusa dela, até tirá-la completamente, revelando parte do corpo de sua gêmea. Ele admirou por alguns segundos, tão linda... Se arrependeu amargamente de ter procurando outra mulher, quando tinha essa, maravilhosa, esperando por ele.
Ele livrou-se de sua blusa antes de voltar a deitar-se por cima de Thammy. Ela suspirou ao ver seu peitoral. Ele sorriu por ver que causava essas sensações à ela.
Passou a ponta de seu dedo desde seu pescoço até a barriga, fazendo-a se arrepiar. Atacou novamente seus lábios enquanto suas mãos tentavam retirar o sutiã de Thammy.
Após conseguir, ele admirou os seios dela por alguns segundos, isso era praticamente o quê ele adorava fazer, admira-lá.
Logo depois, abocanhou seu seio esquerdo, fazendo-a arquear as costas e arfar. Depois foi a vez do seio direito, causando nela as mesmas sensações.
Ele abriu a calça jeans dela, tirando-a devagar, logo após fez o mesmo, tirando sua própria calça.
Seu membro já estava necessitado em cima da boxer, mas ele não queria que ela o tocasse, era a vez dela, era tudo para ela.
Ele afastou um pouco suas pernas, fazendo-a cobrir o rosto com a palma das mãos, em uma atitude infantil por estar envergonhada.
— Não se esconda. - Ele disse, tirando suas mãos da frente do rosto. — Você é linda. - Ele acariciou seu rosto, fazendo-a sorrir e logo se voltou para o quê estava fazendo.
Beijou sua intímidade por cima do pano e logo depois, o afastou com os dedos, tocando-a em seu ponto mais sensível. Era gemeu, fechou os olhos e os apertou.
Tom massageava seu clitóris devagar e deliciosamente, mas quando sentiu que ela iria ter um orgasmo, parou.
Ela grunhiu em desaprovação, o fazendo sorrir.
A boxer estava ficando apertada demais, então ele à tirou sob os olhos mergulhados em luxúria de Thammy.
Ao ver o membro do irmão ereto e parecendo tão necessitado, ela teve a coragem de tocá-lo e apertá-lo. Tom gemeu surpreso. Ela começou a massagear e um movimento de cima para baixo, ela era inexperiente, mas ainda sim o levava a loucura.
Quando ele sentiu que ia gozar, retirou as mãos dela de cima de seu membro, e a puxou para ele. Beijou sua boca com urgência e a colocou próxima ao seu colo.
A olhou como se disesse "tem certeza disso?" Ela apenas sorriu e selou os lábios mais uma vez.
Ele foi a colocando lentamente em cima de seu membro. Ela colocou suas mãos ao redor dele, e escondeu seu rosto na curva de seu pescoço.
Ele foi devagar, devagar, até que o membro todo entrou. Ela apertou um pouco os olhos e as mãos ao redor dele. Tom passou suas mãos pelas costas dela e esperou até que ela se acostumasse com seu membro. Então, ela começou a se mover lentamente, dando o sinal verde para que Tom começasse.
Ele deu a primeira estocada, profunda e forte, e logo veio outra e outra, até que os corpos começaram a se chocar em uma sincronia perfeita, a verdadeira sincronia de gêmeos.
Os gemidos deles que antes eram tímidos, agora eram altos e largos ao ritmo das estocadas. Mais uma estocada e veio o orgasmo. A primeira vez que Thammy experimentava aquela sensação maravilhosa. Além de aquele ser o melhor orgamos da vida de Tom, talvez por ter sido com alguém que ele realmente amava.
Os corpos caíram exaltos sobre a cama desarrumada. Ele puxou o corpo dela junto ao seu, aconchegando-se e adormecendo.
Após os primeiros raios de sol, ele despertou.Tom sorriu para ela e selou brevemente seus lábios para a despertar. Ficou a encarando enquanto ela acordava. Thammy abriu seus órbes castanhos e sorriu.
Ele encarou seus olhos; como pôde ter feito aquele brilho tão lindo, se transformar em tristesa?
— Thammy. - Ele a chamou, recebendo um 'hum' de resposta. — Eu parti seu coração? – Ela despertou de vez no mesmo momento.
— Bem, sim. - Ela desviou o olhar por alguns minutos. — Mas isso me ajudou a compor. - Sorriu, aliviando Tom. Pelo menos toda aquela dor serviu de algo.
— Notas de um coração partido. – Os dois sorriram. Bem como dizem, todo o sofrimento, viram apenas lembranças no final.
Thammy finalmente pôde começar sua turnê, e sua música não poderia ter sido melhor, talvez fosse porque agora seu coração tivesse reconstruído.

Postado por: Grasiele | Fonte

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 21


Três meses depois.
— Oi de novo, meu amor. Tom disse, entrando no quarto após ir ao banheiro, sentando-se no banco, que ele já chamava de cama, segurando a mão imóvel de sua irmã-namorada.

Thammy havia entrado em estado de coma, a exatamente três meses atrás. Tom não saía mais daquele hospital. Já conhecia todas as enfermeiras, recepcionistas, médicos, e até as tias que faziam a comida.
Ele estava com olheiras profundas. Todos diziam para ele ir em casa, dormir direito, mas ele nunca ia. Preferia a cadeira ao lado da cama. E se não pudesse ficar dentro do quarto com ela, ficava na repcepção, mas nunca deixava o hospital. Ia em casa quando era extremamente necessário, mas mesmo assim só tomava um banho, comia algo e voltava ao hospital.
Todos sempre vinham visar Thammy, até mesmo Bill, que pedia permisão na clínica de reabilitação em que ele se internou após receber alta do hospital, mas uma enfermeira sempre o acompanhava.

Tom nunca perdeu a esperança. E para alegria de todos, o médico avisou que as ondas cerebrais dela estavam altas, portanto ela logo acordaria.
Agora que Tom sabia que ela acordaria a qualquer momento, se recusava a sair do quarto. Ele queria ser o primeiro à quem ela visse.

Mas ainda existia o medo. Medo de haver sequelas, e a pior delas, Thammy não se lembrar mais de ninguém. Isso sempre assolava a mente de Tom, mas ele tentava se manter esperançoso. Daria certo. Ela se lembraria dele.

Tom ficou mais alguns minutos com ela, mas o sono estava ficando mais forte. Seus olhos lutavam para ficarem abertos, ele não podia dormir. Thammy podia acordar enquanto ele dormia, e então, como ele ia recebe-lá? Isso era inaceitável.
Levantou-se da cadeira e foi até o corredor, onde ficava uma mesinha, com alguns copos descartáveis e uma garrafa de café. Encheu o copo e voltou ao quarto.
Agora a mão esquerda segurava o copo transbordante de café, enquanto a outra segurava novamente a mão de Thammy.
Tom dava várias goladas no café, queria que a cafeína fizesse efeito rápido, queria espantar aquele sono.
Até que em uma de suas goladas, sentiu um aperto em sua mão.
O copo de café caiu, enquanto ele se virava rapidamente, quase desesperadamente, para Thammy.
Viu-a apertar os olhos. Era agora. Ela acordaria.
Seu coração estava a mil por hora. Finalmente veria aqueles olhos que ele tanto amava novamente. Como sentia falta daqueles olhos.

Thammy, meu amor. – Sua voz saiu embargada, seus olhos estavam rasos de lágrimas. Ele parecia um gay, mas não se importava. Ela estava acordando.

Thammy abriu os olhos, e piscou algumas vezes. A luz a incomodava. Olhou um pouco em volta, e sentiu que seguravam sua mão.
Olhou para o moreno de tranças parado ao seu lado, com os olhos marejados e olheiras profundas.

Thammy... Você sabe quem sou eu? Ele perguntou receoso. Thammy fez uma expressão confusa.

Isso não podia estar acontecendo. Ela não podia ter se esquecido dele.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 20


Eu fechei meus olhos, pedindo para que se fosse minha hora de morrer, que não sentisse dor.
— Coloque a arma no chão, e solte a moça. Assim ninguém se machuca. – Eu ouvia a voz do policial, e torcia mentalmente para o homem aceitar.
— NÃO CHEGA MAIS PERTO! FICA AÍ! – Ele gritou, apertando mais a sua mão em meu pescoço, me fazendo sentir uma pequena falta de ar e tossir um pouco.
— TÁ SUFOCANDO ELA! FAÇAM ALGUMA COISA! – Ouvi a voz do Tom, e automaticamente abri os olhos; que marejaram ao ve-lo. Ele estava apavorado, com os olhos vermelhos e inchados. Ele gritava para o policial fazer alguma coisa.
— É melhor você sair daqui. Não está ajudando. – O policial que estava a frente disse para Tom.
— Eu não vou sair daqui. – Ele disse, sem desviar os olhos de mim.
— Eu quero um carro e um helicóptero. – O homem disse atordoado, me apertando mais. Estava muito difícil de respirar.
— Ela vai morrer sem ar! – Tom gritou novamente, mas não ligaram. — JÁ CHEGA! – Tom gritou tirando a arma da mão de um dos policiais. Isso mesmo. A arma da mão de um dos policiais. Olha só nas mãos de quem estava minha vida. Nas mãos de um policial que não consegue nem segurar uma arma com firmeza.

Então, sem pensar duas vezes, Tom atirou. O tiro pegou no ombro do homem. Quando ele me soltou e caiu de joelhos pela dor, eu saí correndo. Mas quando estava no meio do caminho, senti algo nas minhas costas, minhas vistas escureceram e eu caí.
P.O.V - Autora
Tom correu até Thammy que estava caída inconsciente no chão. Ele a pegou no colo e correu com ela até seu carro. Não se importou com os flashes que dispararam enquanto ele carregava a irmã no colo.
Milhares de pensamentos rondavam sua cabeça. Ela não podia morrer, ele não a deixaria morrer.
A colocou deitada no banco de trás e correu até o banco do motorista. Arrancou o carro à caminho do hospital. Em menos de 20 minutos ele já estava estacionando em frente ao UCLA.
— AJUDEM! – Ele gritou desesperado, assim que colocou os pés para dentro do hospital.

Logo algumas enfermeiras apareceram com um médico trazendo uma maca, onde Tom colocou Thammy deitada.
O doutor mandou leva-la para a sala de cirúrgia. Tom quis ir junto, mas não o deixaram.
Ele preencheu a ficha de Thammy, e se jogou em um dos bancos da sala de espera.
Ao lado de fora, uma multidão se formava. Tanto de fãs das duas bandas, quanto de jornalistas.
Mas Tom não estava se importando com nada. Ele estava de olhos fechados, com as mãos apoiadas no rosto. Ele só queria sua Thammy.
Sentiu uma dor imensa. Estava sentindo o que ela estava sentindo. Colocou as mãos sobre o peito, enquanto respirava rapidamente.
Sentiu colocarem uma mão sobre seu ombro. Levantou o olhar e viu Georg e Gustav.
— Como ela está? – Georg perguntou se sentando ao lado de Tom.
— Eu não sei, não me falaram nada. – Ele sussurrou.
— Tom! – Ele levantou o olhar, e viu sua mãe se aproximando com os olhos vermelhos e o rosto completamente molhado.
Tom se levantou e correu para os braços da mãe.
— Ela vai ficar bem, você vai ver. – Ela disse, confortando seu bebê. Seu bebê de dezoito anos.

Georg e Gustav ficaram mais alguns minutos, e disse que veriam Bill que estava em outro hospital.
Simone e Tom continuaram ali, aflitos. Queriam alguma notícia dela, qualquer coisa.
Depois de mais ou menos uma hora, o médico finalmente apareceu.
Simone e Tom se levantaram em um pulo, e pararam em frente ao médico.
— Como ela está? – Tom perguntou afobado.
— Conseguimos tirar a bala, mas ela perdeu muito sangue. – Seu tom de voz era profissional.
— Ela corre risco de vida? – Simone perguntou, caindo aos prantos de novo.
— Sim.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 19


— Se você encostar um dedo nela, eu mato você! – Tom gritou pelo telefone, fazendo o homem arregalar um pouco os olhos, mas ele sorriu sarcásticamente logo depois. Ele também desligou o viva-voz.
Acho que ficou com medo do Tom dar uns foras nele. Afinal, ele não quer passar vergonha na frente dos reféns, certo? Cara patético!

Mas que puta que pariu! E esse outro cara com as mãos — bem bobas por sinal — em mim.
Ele fedia! Eu ia vomitar a qualquer momento.

Até que Deus ouviu minhas preces. O chefe olhou para o fedido e deu um aceno de cabeça, e então finalmente, ele tirou aquelas mãos horrorosas de mim e me amarrou de novo.
Eu prefiro mil vezes essa corda apertada do que as mãos daquele cara.
Mas nesse momento eu estava preocupada com o que Tom estava resolvendo com o homem no telefone. Mas eu não pude ficar sabendo, já que depois do aceno de cabeça, ele se afastou com o celular.
Depois de alguns minutos, ele voltou e não estava lá com uma cara muito boa.
Merda! Será que Tom não entrou em um acordo com ele?
Se eu morrer aqui, volto só para puxar as trancinhas dele! Mas vale lembrar que eu não quero morrer.

— Seu irmão é um viado, você sabia? – O homem disse irado. — Um viado de merda! – Ele se aproximou rapidamente. Me encolhi por reflexo. — Já que ele não vai me dar a merda do dinheiro, eu devia matar vocês agora mesmo. – Ele pegou meu rosto com suas mãos, apertando forte. Soltei um gemido fraco. — O quê você acha? – Eu não respondi. Estava apavorada demais. — Responde, filha da puta! – Ele me deu um tapa estalado na cara, e sacou a arma.
Eu acho que nunca fui tão humilhada, muito menos maltradada em toda a minha vida.
Tapa na cara é uma das coisas mais vergonhosas que existem.

— Eu vou estourar seus miolos agora mesmo. – Ele disse decidido, e mexeu na arma, que deu um estálo. Puta que pariu, vou morrer.
— Deixa ela, filho da puta. – Bill gritou. E como ele estava somente com as mãos algemadas no chão, seus pés estavam livres, o que o permitiu de dar um chute de leve na perna do homem.
Pernas grandes tem seus benefícios. Podem salvar alguém da morte. Ou podem te matar.

— Seu viado! – O homem gritou e se virou ferozmente para Bill. E em um piscar de olhos, disparou.

Eu arregalei nos meus olhos e meu coração deu um salto.

Virei minha cabeça rapidamente em direção a ele, e vi que o tiro tinha pegado no pé.
Bill deu um grito agonizante e chocou suas costas contra a parede.
Seu pé sangrava enquanto ele gemia e chorava.
— Ai meu Deus! Bill! – Eu gritei chorando junto com ele.
— Fica quieta, sua vadia. – O homem gritou, se virando para mim novamente e balançando a arma. — Mas você é um viado mesmo. Olha só! – Ele deu uma gargalhada, chamando os capangas com a mão. — Chorando com uma adolescente que terminou com o namorado. – Ele deu mais uma gargalhada.

Aquilo estava me apertando o peito. Bill parecia nem estar prestando atenção. Ele só sentia dor, mais nada. Mas mesmo assim, ele não merecia que alguém ficasse falando besteria, enquanto ele chorava de dor. Ainda mais se ele fez pra me ajudar.
— Deixa ele em paz! – Eu gritei com a voz falha, por causa do choro.
— Você vai ser a próxima. – Assim que acabou de dizer, ele pegou a arma. Gelei.
Acho que agora eu morro.

Fechei meus olhos esperando a dor, quando ouço o toque do meu celular. E é por isso que eu amo celulares!
— Já volto pra estourar seus miolos. – Ele gargalhou e foi até meu aparelho.
'Já volto pra estourar seus miolos.' Olha como ele me ameaça. Eu em!
Eu aproveitei para respirar fundo, e aproveitar meus prováveis últimos segundos de vida.
Olhei para Bill, que havia parado de chorar, e não se mexia.
Será que ele morreu?! Puta que pariu. Precisamos sair daqui agora!
— Bill! Bill! Me responde! Bill! Você tá vivo? – Eu gritava desesperada. Por favor, que ele não esteja morto!
— Cala essa boca, porra! – O capanga fedido berrou, quando eu ia gritar o Bill de novo.
Eu preciso saber se ele está vivo. Morrer com um tiro no pé é estranho. Mas ele perdeu muito sangue, pode te morrido!
Credo!Credo!Credo! Será?
Mas quando eu já estava quase sofrendo pela morte de Bill, ele abriu os olhos devagar e sorriu para mim.
— Você tá vivo! – Sussurrei, respirando alíviada logo depois.
Vivo, ufa!

Fiquei um pouco mais calma, só um pouco. Já que depois que o cara voltasse, eu iria morrer.
Mas para a minha alegria, ele demorou mais de 20 minutos no telefone. Eu estava estranhando. Provavelmente era o Tom, já que ele sabe que eu fui sequestrada. Mas o quê eles tanto falavam?
Deviam estar discutindo sobre moda, só pode.

Depois de mais ou menos 25 minutos, ouvimos um barulho estrondoso na porta. Como se estivesse arrombando.
Logo o homem apareceu correndo com meu telefone na mão.

— É a polícia! – Ele disse apavorado. — Caralho, a polícia!
— Fudeu. Vamo ser preso. Fudeu. Fudeu. – Um dos capangas gritava apavorado também.
— Como é que eles nos acharam, eu não... – Então, a resposta veio em sua mente. — A ligação! Rastrearam a porra da ligação! – Ele deu um chute em uma mesinha que estava perto, enquanto a polícia continuava tentando arrombar a porta. Mas ela era de ferro, então daria mais um pouco de trabalho.
— Vamos ser presos! – O outro gritou novamente, deixando o homem mais irado.
— Cala a boca, porra! – Ele gritou enquanto olhava para a porta. Ela já tinha um buraco, em segundos os policiais entrariam. — Eu não vou voltar para a cadeia! – Ele gritou e veio para cima de mim. Desamarrou minhas cordas na velocidade da luz e me agarrou, me virando de costas para ele, encostando seu corpo no meu e passando suas mãos em volta do meu pescoço. E o detalhe mais importante: apontando uma arma para a minha cabeça.
— Parados! – O policial gritou, entrando no balcão. Mas arregalou os olhos quando viu que o homem tinha me feito de refém. Eu soava frio. Meu coração saltava. — Solte a moça. – O policial disse se aproximando.

— Mais um passo, e eu estouro a cabeça dela.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 18


Nos levaram até um balcão. Estava escuro e úmido. Carregaram Bill para o canto mais fundo, e logo depois me levaram também.

Eu não estava enxergando nada, e não sabia como aqueles caras enxergavam. Deram-me alguns arrancos, até me colocarem sentada em algum lugar. Amarraram minhas mãos tão apertado, que acho que havia parado minha circulação.

Até que um marginal acendeu a luz, e eu pude ver onde estava. Era um lugar grande, com a tinta das paredes descascadas. Onde eu estava, havia uma cama ao lado, muito pouca luz. Olhei para a minha frente, e vi Bill com uma das mãos presas a uma algema em um cano no chão. Ele estava de cabeça baixa e ofegante. Tinha alguns machucados no rosto. Acho que os hematomas que Tom deixou nele hoje se juntaram com os que o traficante fez.

— Bill! Você está bem? – Perguntei aflita. Na verdade, foi uma pergunta inútil, já que ele não me parecia nada bem.

Ele apenas levantou a cabeça e me olhou, dando um pequeno aceno de cabeça e olhando para baixo novamente.

— Como ela é preocupada. – O traficante — que eu ainda não sabia o nome, e na verdade nem fazia questão de saber. Já que a descrição dele seria suficiente para a polícia — disse ironicamente.
— Por quê você está fazendo isso? – Perguntei inocentemente. Mas me dê um desconto, já que fui sequestrada e não fazia ideia do que fariam comigo.
— Vai dizer que você não sabe? – Ele disse, e após não obter resposta, caiu na gargalhada. — Vocês, dois cantores famosos e ricos. Sabe quanto vale o sequestro de vocês? – Ele ergueu uma sobrancelha, abrindo um sorriso logo depois. — Vou poder me aposentar. – Ele gargalhou e sentou-se despojado na cama, como se a profissão dele fosse digna.

Eu juro que se tivesse uma arma naquele momento, atiraria bem na cabeça.

Um silêncio se instalou, mas foi quebrado por Bill, que começou a dar alguns gemidos e ofegos, se mexendo desconfortavelmente no chão.

— Bill? – O chamei nervosa e me ergui um pouco, na inútil tentativa de me levantar.

Não devia ter feito isso. Meu pulso deu uma fisgada e eu dei um pequeno gemido. Se meu pulso continuasse amarrado daquela maneira, acho que precisaria amputar. E se não fosse o bastante, minhas pernas também estavam amarradas, e já começavam a doer.

— Acho que a princesinha está com abstinência. – Ele disse sarcástico se referindo ao Bill. — Você quer? – Ele perguntou, se levantando da cama e indo em direção a Bill. Ele levantou a cabeça e olhou para o homem, assentindo nervosamente com a cabeça. — Isso vai ser divertido. – Ele gargalhou. Será que ele não cansava de rir diabolicamente? — Dave, pega. – Ordenou, mas sem olhá-lo. Seu olhar permanecia em Bill. Ele tinha um sorriso no rosto, enquanto Bill ofegava.

Eu não queria ver Bill se drogando. Seria demais pra mim.

— Não faça isso, por favor. – Supliquei com os olhos fechados, sentindo algumas lágrimas descerem.
— Ah, por quê você não quer princesa? Vai ser divertido. – Eu abri os olhos e o vi me olhando. Ele deu um sorriso e se voltou para o tal de Dave que havia chegado com uma seringa na mão. — Vamos lá, princesa. – Ele disse se agachando e ficando da altura de Bill. Ele esticou o braço de Bill que estava solto.

Nesse momento eu fechei os olhos. De jeito nenhum queria ver aquilo. Eu chorava desesperadamente, porque imaginava a cena na minha cabeça. Não queria ter que presenciar a cena de Bill drogado. Doeria demais.

— Isso. – O chefe disse lentamente.

Abri os olhos e o vi se levantando, enquanto Bill estava com a cabeça levantada, encostado na parede com um sorriso nos lábios.

Chorei ainda mais.

Então, o homem se sentou na cama que estava ao meu lado, me encarando.

— Você sabia que ele chama por você enquanto está chapadão? – Ele disse em um Tom de voz divertido.

Como ele podia se divertir com isso?

Eu não o encarei nem o respondi. Continuei olhando para o nada, mas ainda chorava.

— Thammy... – Ouvi um sussurro com meu nome, e olhei para Bill que continuava com os olhos fechados.

Nos meus pensamentos, eu gritava para Bill calar a boca.

O homem deu uma gargalhada, jogando a cabeça para trás e batendo palmas. Logo depois ele se levantou e foi em direção a Bill. O segui com os olhos, observando atentamente todos os movimentos dele.
Ele pegou uma chave, e abriu a algema de Bill.

Será que ele o deixaria ir embora? Doce ilusão.

Ele sacudiu um pouco Bill, e o levantou. Bill estava viajando um pouco, mas tinha controle sobre seu corpo.

— Soltem ela, e coloquem na cama. – Ele ordenou.

Dois homens vieram em minha direção e desamarraram as cordas. Passei as mãos pelos pulsos, que já estavam roxos em tão pouco tempo. As cordas realmente estavam muito apertadas.

Eles me arrastaram e me jogaram na cama.

Eu não sabia o que ele estava tramando. Mas com certeza não seria bom.

— Bill, você sempre a quis, certo? – Meu coração deu um pulo. Ele não faria isso. — Pois então. Ela está aí. Aproveite. – Ele disse dando um tapa nas costas de Bill, o que o fez ir mais para perto de mim. Mas ele continuou lá, parado, me encarando. — Vamos lá, cara. Sua chance de provar para mim que não é viado. – Ele deu mais uma de suas gargalhadas. — Ela está aí, completamente entregue a você.

Bill deu um meio sorriso e caminhou em minha direção.

— Bill, não! Por favor! – Eu berrava então chorava e me debatia, mas os caras ainda seguravam meus braços e pernas.

Bill apenas me ignorou e subiu na cama, colocando uma perna de cada lado do meu corpo. Ele passou as mãos pelos meus seios, e apertou o direito, enquanto eu ainda me debatia.

Eu seria estuprada pelo meu melhor amigo. Tudo bem que ele estava drogado, não tinha noção do que estava fazendo e foi persuadido por aquele homem. Mas ainda sim era terrível.

Ele estava se aproximando da minha boca, quando ouço um toque de celular.
Era o meu celular.

— Opa, opa! – O homem gritou. — Saiam todos daí. – Ele gritou, todos obedeceram, menos Bill. — Sai, porra! – Ele gritou, empurrando Bill de cima de mim. — Segurem ele! – Então, seus capangas seguraram os braços de Bill. Haviam uns 5 lá, mas só dois o seguraram.

Eu tentei levantar, mas ele obviamente me segurou e tirou o celular do bolso da minha calça. Apareceu outro capanga e me segurou na cama, enquanto ele se afastava para atender.



— Tom. – Disse assim que olhou no visor do celular, se virando para mim com um sorriso. Ele fez questão de colocar no viva-voz assim que atendeu. Apertei meus olhos, chorando mais.

— Thammy, onde você está? – A voz de Tom ecoou por todo o balcão.
— A Thammy não pode falar no momento. – Ele disse sarcástico.
— Quem é você? – Tom disse com raiva.
— Isso não te interessa. – Disse grosso. — Ela e o viadinho do Bill estão aqui. Quero 100 milhões na conta que eu falar, ou então você não os verá novamente. – Como ele era baixo. Mas o quê se podia esperar de um bandido?
— Isso é mentira. Você roubou o celular dela, e quer passar um trote. – Tom disse decidido.
— Odeio quanto duvidam de mim. – O homem disse nervoso. — Acho que vou ter que te provar. – Ele deu um sorriso e veio em minha direção. — Diz oi pro irmãozinho, diz. – Eu fiquei quieta. Acho que por medo. — Mandei falar, sua piranha! – Ele gritou, dando um tapa na minha cara.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI! – Gritei. O tapa dele doía, oras.
— Minha nossa, Thammy! Você está bem? – Tom gritava angustiado.
— Então, vamos resolver o dinheiro, ou vou ter que deixar meus colegas se divertirem com ela? – Ele disse, olhando e sorrindo para o ‘colega’ dele que me segurava. O capanga sorriu para mim, enquanto passava suas mãos pelo meu corpo.

Eu chorava em um desespero horrível.

Ele cumpriria o que falou? Deixaria seus capangas se ‘divertirem’ comigo?

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 17


— Ir a onde? Thammy, você enloqueceu? – Tom disse indignado, ameaçando se levantar para me impedir.
— Vou ver o Bill, já disse. – Respondi o encarando.
— Ele te machucou e você vai vê-lo de novo? O que há de errado com você? – Agora ele tinha se levantado de vez e estava na minha frente.

Ele não entendia que eu precisava vê-lo. Agora ele estava machucado e é culpa minha. Eu havia, no ponto de vista de Bill, merecido aquela surra, já que joguei a coisa mais importante para ele naquele momento, fora.

— Eu de alguma forma mereci aquele surra, Tom. E você o machucou, vou ver como ele está. Vai ficar tudo bem. – Sorri tentando o confortar e fui em direção ao quarto de Bill.

A porta estava encostada, respirei fundo criando coragem. Dei duas batidas e fui abrindo a porta aos poucos. Coloquei a cabeça para dentro do quarto e vi Bill sentado na cama, ele chorava e batia as costas na cabeceira da cama.

— Bill? – O chamei e ele levantou o olhar para mim.

Fiquei com medo de ele me xingar, ou levantar da cama e vir me bater, ou levantar da cama me xingando e me bater.

— O quê você quer? – Ele perguntou com a voz falha, o estado dele era deplorável.
— Vim pedir desculpas. – Suspirei triste após acabar de falar.
— Agora não adianta mais, você já jogou fora. – Ele desviou o olhar e continuou a bater as costas na cama, só que agora mais forte. — Jogou fora. Não tem mais. – Ele estava atordoado. — Caralho! – Ele gritou se levantando.

Quando percebi que ele vinha para a porta, me afastei rapidamente. Ele saiu do quarto e foi em direção ao quarto da mãe dele.

— Eu quero dinheiro. – Ele entrou no quarto gritando.
— Bill, eu não vou te dar dinheiro. – Ela disse com toda a calma, mas dava pra ver em seu olhar que ela estava desolada.
— Eu sou rico. Ganhei todo esse dinheiro com meu suor, ele é meu e eu o quero. – Ele ainda gritava, andando de um lado para o outro.
— Por isso mesmo que eu não vou te dar. Você trabalhou muito duro para ganhar seu dinheiro e ter as boas condições de vida que tem agora. Não deixarei você gastar tudo em droga. – Algumas lágrimas já escorriam dos olhos dela.
— Foda-se. – Berrou e saiu do quarto. Eu o segui.

Eu andava um pouco mais atrás, para ele não me ver. Mas acho que perturbado do jeito que estava, seria difícil de ele perceber minha presença.

Ele desceu as escadas e pegou a chave de um carro na mesa que ficava na sala. E depois disso saiu, batendo a porta.

Com certeza arrumaria um jeito de conseguir a droga. Imagine se ele roubasse ou coisa do tipo. Eu não poderia deixar isso acontecer.

Corri e peguei outra chave que estava na cabeceira. Acho que era a do carro do Tom. Ele não se incomodaria se eu pegasse emprestado, certo? É, certo.

Saí rapidamente da casa e desliguei o alarme do carro de Tom. Bill já estava um pouco à frente. Eu precisava me apressar.

Liguei o carro e acelerei. Eu não estava muito perto, mas conseguia ver o carro de Bill.

Dirigimos por uns 20 minutos, e Bill estacionou em frente a um beco. Ele saiu do carro e correu para lá. Sem pensar duas vezes eu saí também. Fiquei olhando meio escondida em um muro.

Bill começou falar com uns caras, que provavelmente eram traficantes. Eles tinham pistolas escondidas dentro da calça.

Onde Bill estava se metendo?

Eles conversavam e Bill estava nervoso e agitado.

— Me dá essa porra! – Bill gritou para um homem moreno, cheio de tatuagens e que tinha cara de chefe do tráfico.
— Quem você pensa que é pra falar assim comigo, seu viadinho?! – Ele gritou de volta, puxando o braço de Bill e o fazendo ficar imóvel de costas para ele. O ‘’traficante’’ também sacou uma arma e apontou para a cabeça de Bill. — Eu estouro seus miolos em dois tempos. – Após gritar isso, ele deu uma coronhada na cabeça de Bill, que caiu de joelhos no chão, ofegante. O homem ia dar outro golpe, eu não podia deixar.

— Não! – Gritei pulando pra dentro do beco.

O homem me olhou assustado, mas logo depois deu um sorriso sacana. Droga. Não gostei daquele sorriso.

— Thammy, que merda. – Bill disse entre ofegos enquanto me olhava, ainda ajoelhado no chão.
— Olha o que temos aqui. Thammy Kaulitz. Minha irmã é sua fã, sabia? – Que beleza, o marginal me conhecia. Ele foi se aproximando perigosamente de mim. Um passo que ele dava em minha direção, era dois que eu dava para trás. — Não fica com medo princesa. – Eu não consegui mais me afastar, e ele conseguiu me tocar. Colocou aqueles dedos imundos no meu rosto. — Que lindo, a heroína veio salvar o viadinho. – Ele deu uma gargalhada tão alta que eu me arrepiei.
— Deixa ela, seu idiota. – Bill disse se levantando do chão, mas logo os capangas do marginal seguraram os braços dele. — Me soltem. – Bill gritou.
— Agora o viadinho quer bancar o herói. Que noite animada. – Ele deu outra gargalhada. — Sabia que você é muito linda? – Ele disse chegando mais perto de mim e deu uma fungada no meu cabelo. — E é cheirosa também. – Passou o dedão no meu queixo.

Minha vontade nesse momento era de vomitar. Eu estava muito assustada.

— Nos deixe ir embora. – Eu pedi em um sussurro. Eu só tentei. Duvido que ele irá deixar.
— Ah, não! Vocês acabaram de chegar. – Ele disse sarcástico. Odeio sarcasmo. — E além do mais, o filho da puta ali me deve uma grana. E com você aqui as coisas serão muito mais divertidas. – Disse me dando um beijo na bochecha. Limpei na hora, o que fez ele gargalhar irônico. — Levem-nos. – Ele gritou.

Então, os dois homens que seguravam Bill, começaram a andar com ele, que se debatia. Apareceram também mais dois homens e seguraram meu braço. Eu me debati, mas inutilmente. Eles estavam nos levando até uma espécie de galpão.

Iríamos morrer?

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 16


— Responda! Que merda você está fazendo aqui, Thammy? – Ele gritou tirando o capuz e os óculos escuros.

Ele gritava, mas eu não conseguia responder. Meus olhos estavam fixos nele. Estava assustada com sua aparência. Seus cabelos estavam ressecados e desarrumados. Ele havia emagrecido, tinha olheiras e um pacotinho com um pó branco na mão. Pó branco? Era isso? Ele havia saído para comprar drogas! Bill estava de óculos escuros e capuz para não o reconhecerem. Mas eu acho que nem precisava de disfarce, já que sua aparência estava completamente diferente e acabada.

— Bill eu... – Não consegui completar a frase. Droga. Meus olhos não saiam do pacotinho que estava em sua mão. Ele percebeu e rapidamente o guardou o bolso de trás. Respirei fundo e tentei continuar. — Eu queria conversar com você.

Meu coração batia tão forte que chegava a doer. Eu não queria que ele usasse aquela porcaria. Ele ia acabar morrendo daquele jeito. Eu tinha que ajudá-lo.

— Mas eu não quero falar com você. – Ele disse rude, cuspindo as palavras na minha cara. — Vá embora daqui. – Gritou apontando para a porta.

Eu já estava querendo chorar. Ele não queria ao menos me ouvir.

— Por favor, Bill. – Funguei. — Eu quero fazer as pazes.

Eu usaria todo tipo de argumento possível. Ele precisava me ouvir.

— Mentira. – Ele ainda gritava, mas sua voz saiu embargada. — Você está feliz com sua bandinha e seu irmão-namorado. – Agora ele berrava e chorava ao mesmo tempo. — Você só veio por pena. Acha que eu sou um drogado, como todo mundo nessa casa acha. Eu não preciso de pena.

Me cortou o coração vê-lo naquele estado. Gritando feito um louco, com lágrimas escorrendo sem parar.

— Não é isso, Bill. – Disse me levantando e limpando minhas lágrimas. — Estou preocupada com você. E sinto sua falta. – Eu falei tentando me aproximar.

Eu andava devagar, enquanto mais lagrimas escorriam. O medo de ele me rejeitar era enorme, mas à vontade de abraçá-lo era maior.

— Eu quero que você me perdoe, Bill. – Disse, parando em sua frente. Eu estava preparada para sua rejeição, quando ele colocou sua mão em meu rosto.

— Eu sinto tanto sua falta, Thammy. – Ele passou seu dedão, limpando minhas lágrimas. — Penso em você toda hora.

Eu sorri e ameacei abraçá-lo. Fui com calma, afinal, ele ainda podia me rejeitar. Mas ele foi mais rápido que eu e me puxou para si. Coloquei minhas mãos em suas costas enquanto chorava como um bebê. Sabe aquele choro com barulho? Eu estava fazendo um escândalo e ainda molhando a blusa dele.
Mas pelo movimento de seu peito, Bill também chorava.

Enquanto eu o abraçava, lembrei do pacotinho no bolso da calça dele. Então, lentamente, eu comecei a puxar o plástico, que estava com uma ponta para fora e consegui pegá-lo. Até que minha mão leve teve alguma utilidade.

O plástico era pequeno, então o escondi na palma da mão e torci para que ele não percebesse.

Assim que nos separamos, abaixei a mão que estava com o pacote e a deixei um pouco atrás das costas, mas bem sutil. Nada muito na cara. Agora eu tinha que arrumar um jeito de fazê-lo sair do quarto ou de sair do quarto, para jogar aquilo fora.

— Olha sua cara de choro, Bill. – Dei uma risada. — Por quê você não toma um banho, enquanto eu peço pra Dona Lúcia fazer um lanche pra nós? – Foi a melhor coisa que eu pude pensar em tão pouco tempo.

— Você tem razão. – Ele disse enxugando as lágrimas e sorrindo.

Ele foi até o banheiro e fechou a porta. Rapidamente eu joguei todo o conteúdo do pacote pela janela e depois joguei o plástico também.

Eu estava com medo de que ele pudesse fazer algo comigo, mas isso era para o bem dele.

Respirei fundo, soltei o ar pela boca e fui em direção à cozinha.

— Dona Lúcia? – A chamei enquanto me encostava ao balcão.
— Sim, querida? – Ela respondeu.
— Você pode levar um lanche pra mim e para o Bill no quarto dele? – Perguntei sorrindo.
— Você vai fazer ele comer? Que ótimo, menina! Ele gosta muito de você mesmo, por quê todos nós tentamos fazer ele comer, mas é muito difícil. Vou fazer e daqui a pouco levo lá.
— Obrigada. – Sorri e saí da cozinha.

Encontrei com Tom na sala.

— Tá tudo bem? – Ele perguntou, visivelmente preocupado.
— Tá sim. – Respondi. — Ele me perdoou. – Disse com um sorriso enorme.
— Isso é bom. – Ele disse meio sarcástico, mas eu não ia me irritar com isso agora.
— Tenho que voltar, ele está me esperando. – Dei um beijo na sua bochecha e subi às escadas correndo.

— A Dona Lúcia disse que... – Falei chegando à porta do quarto, mas me assustei com a cena.

Bill estava revirando todo o quarto, provavelmente procurando a droga.

— Você pegou? – Ele berrou, se virando para mim. Eu não respondi. Estava apavorada demais para isso. — Responde sua piranha! Você pegou o pacote? – Ele me pegou pelo braço e me puxou mais para dentro do quarto.

Gemi pela força. Ia ficar marcado.

— Tá machucando, Bill. – Disse baixo enquanto fazia uma careta.
— Onde você colocou? – Não respondi. — Eu te perguntei onde você colocou! – Ele gritou de novo, me sacudindo.

Eu apenas o olhava assustada e já começava a chorar.

— Minha nossa, Bill! – Dona Lúcia chegou e deu um pulo ao ver ele me segurando.
— Vá embora daqui, Lúcia! – Ele gritou com ela também, ainda me segurando.

— Mas que porra tá... – Tom apareceu na porta e em menos de um segundo, puxou Bill pela gola da camisa. — Quem você pensa que é pra encostar nela, seu drogadinho?!

Então, Bill o empurrou com uma força incrível e Tom chocou as costas contra a parede. Mas logo desencostou e foi rapidamente em direção á Bill, e deu um soco.

Bill cambaleou para trás e estava com o nariz sangrando.

— TOM, PARA! – Eu gritei entrando na sua frente. Mas ele me colocou de lado e foi para cima de Bill novamente.

Eu, obviamente não conseguiria separá-los então, corri para a escada.

— Georg! Gustav! Bill e Tom estão brigando, ajudem! – Gritei do topo.

Então, sem demoras, os dois apareceram e subiram as escadas correndo. Georg na frente e Gustav atrás. Corri para o quarto e Georg já estava segurando Tom e Gustav o Bill.

— Vem, cara. – Georg puxou Tom e o levou para o quarto dele, eu fui junto.

— Por quê você bateu nele, Tom? Ele está doente. – Georg falava com Tom, que estava sentado na cama e tinha um corte na sobrancelha.
— Ele estava machucando a Thammy! Primeiro fica gritando o nome dela, depois a machuca. Qual é a dele?

Eu passei as mãos pelos cabelos. Era tudo culpa minha, os dois estavam machucados por minha culpa. Mas não me arrependo de ter jogado o pacote fora.

— Você está bem, Thammy? – Georg perguntou.
— Estou.
— Está nada, olha o seu braço. – Ele pegou meu braço e eu olhei também. Estava começando a ficar roxo.
— Que merda ele fez no seu braço? – Tom perguntou se levantando e vindo em nossa direção. Merda. Ele não precisava ver isso. — Filho da puta! – Ele gritou se virando para o quarto de Bill. — Eu devia matá-lo. – Ele ameaçou sair, mas Georg não deixou.
— Calma ae, cara. – Ele disse puxando Tom para trás.
— Calma? Ele a machucou, Georg! – Ele disse indignado.

Agora tudo tinha ficado pior. Os dois se odiando e vivendo na mesma casa. Isso não seria bom.

— Eu dei motivo para ele fazer isso. – Disse baixo e suspirei.
— O quê você fez? – Georg perguntou.
— Joguei o pacote de droga dele pela janela. – Olhei para ele. — Fiz mal?
— É claro que fez, Thammy! O quê você estava pensando? Ele podia te matar. – Georg me repreendeu.

Podiam falar o quê fosse, eu não me arrependia.

— Aquela merda vai matá-lo, eu não me arrependo. – Disse decidida.

Tom não disse nada, apenas se sentou novamente. Georg foi até o quarto de Bill, para ver se estava tudo bem.

Abri um armário em busca de uma mala de primeiros socorros. O peguei e fui cuidar do machucado de Tom. Fiz tudo sem dizer uma palavra, Tom também não se manifestou. Acho que foi melhor assim.

Assim que eu acabei, guardei a mala novamente e fui em direção à porta.

— Onde você vai? – Ele perguntou se erguendo um pouco.
— Vou ver o Bill.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 15


— Muito obrigada, Thammy. – Katie agradeceu, dando um sorriso mesmo com os olhos cheios de lágrimas.
— Estou muito feliz em ajudar, Dona Katie. – Retribui o sorriso.

Eu queria ir o quanto antes ver Bill. Dizer que estava com ele, e o ajudaria no que fosse necessário.

— Que bom que concordou, Thammy. – Dr. Hernandez disse. — Tenho certeza de que Bill vai se recuperar, Katie. Acredite.

Meu maior medo agora era de que Bill se recusasse a me ver, e me expulsasse da casa dele à ponta pés.

— Obrigada, doutor. Você quer ver o Bill agora, Thammy? – Ela perguntou enquanto se levantava da cadeira, e apertava a mão do doutor.
— Claro. – Respondi me levantando também.

Despedi do doutor, e sai do consultório com Katie. Entramos em seu carro e fomos em direção à casa dos meninos.

Eu estava uma pilha de nervosos. Não sabia qual seria a reação de Bill ao me ver. Dizem que as drogas mudam muito as pessoas, não devia ser diferente com ele.

O caminho foi silencioso. Parece que nós duas estávamos perdidas em pensamentos, que com certeza estavam voltados ao Bill.
Assim que ela estacionou o carro, meu coração acelerou. Agora não tinha mais volta.

Assim que entramos, demos de cara com Georg e Gustav que estavam jogando vídeo-game na sala.

— Olá, meninos. – Katie os cumprimentou, fazendo-os voltarem a atenção para a porta.
— E aí, Dona Katie. – Georg disse, pausando o jogo e vindo em nossa direção. — Thammy, veio ver o Bill? – Perguntou.
— Sim. – Sorri fraco. — Oi, Gustav. – O cumprimentei.
— Oi, Thammy. Dona Katie. – Ele se posicionou de frente para nós, ao lado de Gustav.
— Oi, querido.

— Gustav, você viu minha... – Ouvi a voz de Tom. Ele estava descendo as escadas, mas parou de falar assim que me viu. — Thammy. – Veio ao meu encontro e me deu um abraço. Nada de beijos, já que Dona Katie estava lá, e pelo jeito não sabia da nossa relação.
— Oi, mano. – Disse sorrindo pela careta que ele fez. Tom não gostava que eu o chamasse de ‘mano’. Nunca entendi o por quê, já que também somos irmãos.
— Ai, como é lindo o amor fraternal. – Georg brincou, suspirando e passou os braços pelos ombros de Tom.

A careta que ele fez era impossível de explicar. Eu não aguentei e caí na gargalhada. Me aproximei dele e dei um beijo em sua bochecha e me aproximei da escada.

— Ele tá aí? – Perguntei para Georg, com uma cara apreensiva.
— Não.

Droga. Eu não havia vindo para cá à toa. Iria falar com ele, e o convencer a se tratar. Nem que levasse meses para isso.

— Vou esperar ele no quarto. – Disse assim que me virei. Subi as escadas rapidamente e fui até o quarto de Bill.

A porta estava encostada. Abri-a devagar, mas não consegui enxergar muita coisa. Acendi a luz e me assustei com o estado do quarto.
Alguns móveis estavam jogados no chão. Roupas espalhas e cama desarrumada. A janela estava fechada e o quarto estava muito abafado. Nem de longe parecia o aposento daquele menino todo organizadinho. Se o quarto estava assim, imagine o Bill.

Algumas lágrimas escorreram. Era doloroso ver aquilo.

— Thammy. – Tom disse abrindo mais a porta e entrando no quarto.
— Você viu como está o quarto, Tom? – Minha voz falhou pelo choro. — Nem parece o quarto dele.

Ele veio até mim e me abraçou. Envolvi minhas mãos em volta do seu corpo e chorei.

Depois que me acalmei, ele me soltou e deu um beijo na minha testa.

— Eu quero que você tome cuidado, OK? – Ele disse com um ar preocupado.
— Por quê? – Eu tinha um ponto de interrogação na testa.
— Porque ele está mais agressivo. Eu vou estar no quarto da frente, qualquer coisa grita.
— Você está me assustando, Tom. – Me afastei dele com os olhos arregalados.
— É a verdade, Thammy. Qualquer coisa me grita, já estou doido pra dar uns belos socos nele. – Disse fechando as mãos em punho.
— O quê? Tom! – O repreendi. — Ele está doente. – Disse indignada.
— É só por isso que eu ainda não arrebentei a cara dele. – Ele respirava rápido e forte. — Como você acha que um cara fica quando ouve outro marmanjo chamando o nome da mulher que ele ama? – Ele ainda mantinha as mãos fechadas, como se fosse bater no primeiro que viesse à sua frente.
— Você também ouviu? Dona Katie me contou isso no consultório. – Suspirei triste.

Não era legal saber que seu melhor amigo sofria por você. Algumas mulheres acham que faz bem pro ego, mas quando tem alguém machucado, não faz.

— A casa toda ouviu, Thammy. – Ele ainda estava nervoso. — Não sei o quê vou fazer se ouvi-lo gritar que ama você mais uma vez.

Fui até ele e o abracei. Tom não podia fazer nada com Bill. Agora ele precisava de ajuda, não de hematomas.

— Não faça nada, Tom. Por favor. – Disse perto do seu ouvido enquanto ele me apertava mais. — Eu amo você. – Me separei dele e dei um selinho.
— Só isso? – Ele fez um bico.
— Só. Não podemos arriscar. Agora vai. Não quero que Bill chegue e te encontre comigo no quarto dele. – Acho que soei meio grossa.
— Caraca, doeu. – Ele colocou a mão no peito.
— Sem gracinhas, Tom. – Dei uma risada. — Por favor. – Pedi. — Quando eu terminar de falar com ele, vou até o seu quarto. – Ele abriu um sorriso na hora. Safado.
— Vou estar te esperando. – Deu um sorriso sacana e saiu do quarto.

Eu fechei a porta e voltei a observar o quarto. Pensei bem e comecei a levantar o criado mudo que estava derrubado. Também tinha marca de sapato. Bill com certeza deve tê-lo chutado. Peguei os objetos que estavam em cima dele antes de ser derrubado, e coloquei de volta no lugar.

Peguei as peças de roupas que estavam jogadas no chão e coloquei no cesto de roupa suja, e também arrumei a cama. Por último, abri a janela e as cortinas. O quarto ficou menos pesado com a luz que entrava.

Sem mais o que fazer, sentei na cama e esperei por Bill.

Então a maçaneta se mexeu. Meu coração disparou e eu engoli a seco.

— Que porra você está fazendo aqui?

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 14


Já se passou um mês desde os últimos acontecimentos, e fico feliz em dizer que depois daquela briga, Tom e eu não discutimos mais. As coisas estavam correndo bem. Fizemos vários shows, e é inexplicável a sensação de estar em um palco com várias pessoas gritando seu nome. Estávamos com turnê mundial marcada, mas algo nos impediria de viajar.

Bill começou a sair todos os dias depois da nossa briga, ele chegava em casa em um estado deplorável. Eu estive lá na primeira vez que ele retornou de suas festinhas.

Flashback ON .:

Assim que fizemos as pazes, Tom e eu ficamos o dia inteiro grudados. Agora eu estava no quarto, havia acabado de tomar banho me preparando para uma sessão de filmes com Alice e os meninos, tirando Bill que ainda não havia chegado em casa.

Eu estava parcialmente feliz, já que a discussão de mais cedo com Bill e o belo fora que ele me deu antes de sair estavam me perturbando.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e coloquei um casaco, já que a noite estava fria. Estava saindo do quarto quando vejo um Bill completamente bêbado vindo pelo corredor.

— Minha nossa, Bill. - Disse correndo para o amparar, já que ele não mal se aguentava em pé. Bill olhou no fundo dos meus olhos e fez uma cara de choro.

— Thammy. - Ele se embolou todo só para falar o meu nome. Tentou também passar os dedos no meu rosto, só que não estava sóbrio o suficiente para tal. Aquilo mais parecia um tapa. Estranhei sua tentativa de carícia já que antes de sair ele estava me odiando. — Por quê fez isso comigo? - Levei alguns segundos para entender o que ele havia falado.

— O quê, Bill? O quê foi que eu fiz? - Perguntei, mesmo duvidando que ele tivesse condições de responder.
Eu só queria saber o por quê da raiva dele por mim. Só queria pedir desculpa, seja lá pelo que fosse. Queria que meu melhor amigo voltasse. Mas como o esperado, ele não me respondeu. Apenas se soltou de mim e foi cambaleando para o seu quarto.

E eu fiquei lá, parada no meio do corredor, com os olhos marejados e encarando a porta.

Flashback OFF .:

Isso se repetiu várias e várias vezes, de acordo com o que os meninos me contaram. No começo todos achávamos que era somente bebida. Mas depois descobrimos que era algo bem mais pesado.

Bill estava viciado em drogas.

A banda obviamente deu uma pausa. Todos os meninos estavam focados em ajudar Bill. A mãe dele, Katie, saiu da Alemanha para ajudar na recuperação dele. Recuperação essa que ele negava a submeter-se.

Eu queria ajudar de alguma maneira. Todos estavam preocupados com Bill. Então, eu cancelei nossa turnê. Os meninos da Black Tears ficaram um pouco chateados, mas se conformaram. Já Alice concordou plenamente.

Katie conversava semanalmente com um doutor especializado em dependentes químicos, para saber como melhor ajudar Bill e também a como o convencer a se tratar.

Estranhamente, hoje ela pediu para que eu fosse conversar com ela e o Dr. Hernandez. Concordei na hora, já que assim eu poderia ajudar na recuperação de Bill.

Cheguei ao hospital para dependentes químicos em que ele consultava e fui direcionada para a sala em que ele já me esperava com Katie.

A enfermeira abriu a porta para mim, e pude ver Katie sentada de frente para o doutor.

— Pode entrar, senhorita Kaulitz. - O doutor disse, apontando para a cadeira ao lado da Katie.
— Oi. - Disse para o doutor enquanto me sentava. — Oi, Dona Katie. - Sorri para ela.
— Olá, querida. Obrigada por vir. - Respondeu com seu tom de voz doce e deu um sorriso fraco.

Eu admiro a força dela. Mesmo com tudo o que está acontecendo, ela ainda sorri e procura tratar todos bem.

— Que nada, Dona Katie, só quero ajudar o Bill.

Isso era tudo o que eu mais queria. Vê-lo bem, recuperado, e ter participado da recuperação dele.

— Então, senhorita Kaulitz. - O doutor começou a falar.
— Thammy. - O corrigi.

Por favor, tenho 17 anos, quase 18, acho que não tem necessidade de me chamar de Senhorita.

— Thammy. - Ele sorriu ao se corrigir, mas logo voltou ao seu semblante sério. — Eu vou direto ao assunto, você está disposta a ajudar o Bill, certo? - Assenti com a cabeça. — Pois então, acho que você terá o papel mais importante na recuperação dele.

Me assustei um pouco com isso, mas não deixei de ficar alegre em saber que ia ajudar.

— Mas como eu posso ajudá-lo, Doutor? - Perguntei um pouco afobada, mas não podia evitar.
— Thammy, a mãe de Bill, me contou algumas coisas que acontecem com ele. - O Doutor se virou para Katie e eu fiz o mesmo.

— Sabe, Thammy. Quando ele está dormindo, ou até mesmo sob o efeito de drogas, ele chama por você.

Eu paralisei nesse momento. Meu coração deu uma batida tão forte que machucou. Uma emoção que eu desconhecia subiu e parou no meu peito.

— Como assim? Ele brigou comigo, Dona Katie. Não estamos nos falando. - Abaixei a cabeça e suspirei triste.

Como eu sentia falta dele.

— Mas isso não significa que ele deixou de gostar de você, Thammy. - Dona Katie disse. — Eu acho que se você pedir para meu filho se internar, ele faria. Faria por você. - Seus olhos já estavam marejados. Eu podia imaginar a dor que ela estava sentindo.

— Se você conversar com ele, Thammy. Estiver perto dele, falar da recuperação aos poucos. Eu realmente acho que ele pode querer melhorar. - O Doutor completou.

Eu realmente estava muito assustada. Jamais imaginaria que Bill chamasse por mim enquanto dormia e enquanto estava drogado. Era bom, mas era ruim, não sei explicar.

— Ele tem alucinações com você, Thammy. Diz coisas desconexas, grita que te ama e pede para você não ir embora. Você precisa ajudá-lo, Thammy. - Ela já chorava sem segurar. — Por favor. - Me olhou suplicante. Era de cortar o coração.

— Hoje mesmo vou ver o Bill. - Respondi decidida.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 13

Eu não estava acreditando no que Tom estava dizendo, ou talvez não queria acreditar.
— Você está abrindo mão de mim por quê brigamos muito?
Eu disse baixo e devagar. Eu nem sentia a voz sair. Minha cabeça rodava. Eu simplesmente não conseguia acreditar que Tom queria me deixar.— O quê? Não! Thammy?! - Ele disse alto, indignado. Deu um pulo na cama e se virou para mim. — Eu nunca abriria mão de você. Entendeu? - Perguntou. — Nunca.

Confesso que me derreti um pouco. Só um pouco. Mas ainda sim não acreditava nele. Eu achava que Tom queria era se livrar de mim, ou qualquer coisa do tipo.
— Então por quê quer me deixar? - Eu não o encarei. Continuei olhando para um ponto fixo na parede.
Por dentro eu estava desesperada. Queria gritar para que ele não me deixasse, mas tinha que manter o pouco que resta do meu orgulho.— Thammy, olhe para mim. - Falou colocando seus dedos em meu queixo.
Relutei um pouco, não queria olha-lo. Se meu olhar se cruzasse com o dele, possivelmente eu esqueceria aquele papo de orgulho e começaria a implorar. Resisti, até que Tim virou meu rosto para ele.
Adeus orgulho.
— Eu não quero te deixar. - Ele começou a falar, mas eu evitava que meu olhar cruzasse com o dele. — Na verdade nem é questão de querer. Eu simplesmente não consigo te deixar.

OK. Dei mais uma amolecida, mas ainda estava com raiva e indignada com o fato de ele querer terminar comigo.— Isso é mentira. - Eu gritei e me afastei bruscamente. — Se você não conseguisse me deixar, não estaria pedindo para terminar.

A raiva assumiu o lugar de todos os outros sentimentos.

— Primeiro. - Ele começou a falar, assustado com o jeito que me afastei. — Eu não disse para terminarmos. Eu perguntei se você achava melhor darmos um tempo. - Tom disse calmo, como se não fosse um absurdo.

Isso só aumentou mais a minha raiva. Essa era só uma maneira mais elegante de chutar lindamente a minha bunda.

— E têm diferença? - Disse com tom de indignação.

Minha vontade agora era de estapeá-lo.

— Segundo. - Ele disse ignorando totalmente o que falei. — Eu não quero que você sofra lembrando da estupidez que cometi. - Puxei o ar com força e desviei o olhar.
Senti uma dor aguda ao lembrar da voz de mulher no fundo da ligação.
— Viu como você fica? - Sua voz saiu embargada. — Não quero mais que passe por isso, Thammy. - Ele respirou fundo. — E se você continuar comigo, vai sempre se lembrar, e irá sofrer.
Voltei meu olhar para Tom. Seus olhos estavam marejados e ele tinha uma expressão de dor.
Acho que pela conexão de gêmeos, eu sabia quando Tom estava mentindo. E dessa vez ele me parecia sincero.
Sem pensar duas vezes, corri até ele e o abracei forte.
Queria senti-lo, queria que ele soubesse do medo absurdo que eu
tinha de perde-lo.
— Eu amo você. - Disse baixo, o apertando mais.

Já não pensava em mais nada. Naquele momento, eu o perdoei completamente. Apenas o queria junto de mim.
— Eu só preciso que me perdoe, Thammy. - Ele sussurrou no meu ouvido e soltou o restante do ar devagar. — Só isso.

Eu estava totalmente desmanchada em seus braços. Só queria ficar com ele para sempre.
— Eu já perdoei, meu amor. - Nos separamos, mas ele ainda mantinha os braços em volta da minha cintura.
— Sério? - Ele abriu um sorriso lindo, e seus olhos brilharam.
— Sim, mas... - Respirei fundo. Precisava falar aquilo para me sentir mais leve.
Tom arregalou os olhos e seu sorriso se desfez.
Passei meus dedos sobre o seu rosto, fazendo carinho.
— Mas o quê, Thammy? - O medo dele era quase palpável. — Calma, Tom. - Dei uma risada da sua reação. Tirei suas mãos da minha cintura, e já que ele ainda estava sentado, me sentei ao seu lado. — Se você quiser, não sei... - Estava buscando as palavras certas. — Se você quiser tentar com outra pessoa, se apaixonar por outra garota, quero que termine comigo antes de tomar uma iniciativa. Quero que seja direito comigo. Assim eu vou poder seguir em frente também. - Senti como se uma tonelada tivesse saido de cima dos meus ombros. Por mais que doesse dizer e pensar em Tom com outra garota, eu tinha que dizer isso. Não queria mais ser chifruda. Soa engraçado, mas é triste.— Está bem? - Perguntei. Ele pensou um pouco e depois começou a rir. Não entendi sua reação, na verdade, me assustei com ela.
— Você acha mesmo que eu vou te deixar para ficar com outra pessoa? - Respirei aliviada assim quando ele terminou a frase. — Se depender de mim, Thammy, vamos ficar juntos para sempre. - Abri um sorriso. — E acho que não conseguiria te ver com outro homem.
Agora eu estava toda boba. Mesmo nosso amor sendo errado para a maioria das pessoas, eu não consigo ver erro ou pecado nisso. É puro, como outro amor qualquer. Então sem aviso prévio, Tom me envolveu em um abraço. Passei minhas mãos em volta do seu pescoço e ficamos assim por alguns minutos.
— Eu amo você. - Ele disse assim que nos separamos, e selou nossos lábios. Nesse momento, eu decidi que faria todo o possível para ficarmos juntos para sempre. 

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 12


So lately, been wondering
Who will be there to take my place
When I'm gone you'll need love to light the shadows on your face
If a great wave shall fall and fall upon us all
Then between the sand and stone, could you make it on your own
Wherever You Will Go – The Calling

Eu fiquei sentada por mais alguns minutos. Eu não pensava direito quando estava nervosa. Acho que não foi legal dizer aquilo para Bill.
Respirei pesadamente e me levantei. Voltei em passos lentos para a cozinha, onde todos menos Bill e Gustav continuavam sentados.
— Tá tudo bem? – Tom perguntou acariciando meu braço.
— Sim. – Respondi rápido e voltei meu olhar para a mesa, que antes estava me enchendo os olhos, mas agora não sinto a mínima fome. Na verdade aquela comida toda estava me embrulhando o estômago. — Licença. – Disse me levantando e ignorando o protesto de Tom.
Eu odiava ficar daquele jeito com Bill. Ele me ajudou muito, eu o amo, mas não desse jeito. Do jeito que ele diz que me ama.
Eu andava olhando para os meus pés, estava na hora de comprar um chinelo novo.
Até que sinto meu corpo se chocar com outro.
— Bill. – Disse fraco olhando em seus olhos.
Ele pareceu um pouco triste, mas a sua reação foi completamente diferente da que eu esperava.
— Não olha por onde anda, garota? – Agora ele me olhava com ódio.
Como uma pessoa muda de humor tão rápido.
— Bill, eu...- Eu ia argumentar, mas ele me impediu.
— Não enche. – Ele passou as mãos pela sua roupa, como se limpasse onde eu encostei, me olhou com nojo e foi embora.
Fiquei destruída. Bill sempre foi doce, carinhoso. Mas os feridos tendem a ferir.
E mesmo eu não querendo, eu o feri. Ele está triste, está machucado por minha culpa e isso é muito doloroso para mim e ainda mais para ele.
As lágrimas escorreram enquanto eu ia para o quarto onde Alice dormiu.
Me joguei na cama e afundei meu rosto no travesseiro, como eu sempre fazia quando chorava.
Eu chorava demasiadamente, e precisava de ar, mas não queria tirar meu rosto do travesseiro.
— Thammy? – Tive a impressão de ouvir alguém me chamar. Mas não tinha certeza, já que o som que predominava era o dos meus soluços.
Senti alguém tocar as minhas costas e aí tive certeza de que estavam me chamando.
Tirei meu rosto do travesseiro e respirei fundo. Como é bom ter ar.
— O que foi, Tom? – Respondi com a voz falha.
— Por que você está chorando, Thammy? – Ele passou seus dedos grossos e com calos no meu rosto.
— Não foi nada. – Limpei minhas lágrimas e dei uma fungada — Estou ótima, não está vendo? – Abri um sorriso mostrando todos os dentes.
— Você realmente acha que vai conseguir disfarçar assim? – Ele deu uma risada. — Vamos, me conte. – Tom se ajeitou na cama e me encarou.
— Não é nada, Tom. Já disse. – Eu tentei desviar do olhar dele. — Droga, para de me olhar assim. – Eu realmente ficava incomodada com esse olhar de Tom. Ele sempre me olhava assim quando eu não queria contar algo, e ele sempre conseguia minha confissão. — Eu odeio você. – Suspirei pesadamente enquanto ele abria um sorriso vitorioso.
— Conte. – Ele falou com aquela boca cheia de dentes. Que vontade de arrancar um por um com o alicate.
— Bill brigou comigo, só isso. – Soltei o ar com força, torcendo para que ele não perguntasse o por quê.
— Por quê? – Droga.
— É um assunto delicado, Tom. – Ele com certeza insistiria até eu contar.
— Você sabe que eu vou continuar insistindo, não é? – Não te falei?
— O Bill disse que... – Eu estava procurando as palavras certas para continuar.
— Disse que...? – Ele me incentivou a continuar.
— Que estava apaixonado por mim.
Eu achei que a reação de Tom seria normal, já que era ele quem estava apaixonado por mim e não ao contrário.
— Eu sempre soube. – Ele levantou com raiva e ficou andando de um lado para o outro com os punhos cerrados e a respiração pesada. — Ele vai querer tirar você de mim, mas eu não vou deixar. Eu parto a cara dele em duas! – Eu dei uma risadinha. Foi engraçada a reação dele.
— Fica tranquilo. A tática dele foi me ignorar e quando não ignorar, tratar mal. – Olhei para baixo e soltei um suspiro.
— E você está se importando com isso? – Ele parou de andar e se posicionou na minha frente. — Você está afim dele, Thammy? – Ele aumentou o tom de voz.
— Fala baixo, cara. – Olhei para ele. — Não estou afim dele. E por isso nós brigamos. – Eu estava me segurando para não chorar de novo.
— Ainda não sei por que você está tão abalada por causa disso, Thammy. – Eu já estava perdendo a paciência.
— PORQUE ELE É MEU MELHOR AMIGO. ELE QUE ME AJUDOU A PARAR DE CHORAR POR CAUSA DOS LINDOS CHIFRES QUE VOCÊ COLOCOU NA MINHA CABEÇA. PORQUE EU SEI QUE ELE ME DARIA VALOR SE EU FICASSE COM ELE. PORQUE EU SEI QUE ELE NUNCA ME TRAIRIA. – Eu gritei isso a plenos pulmões.
A cara que Tom fez depois que eu acabei de falar, me fez arrepender de tudo o que havia acabado de falar.
— Tom, eu não queria falar isso. – Suspirei pesadamente. Merda de boca enorme. — Mas você me irritou. – Olhei suplicante para ele, que mantinha a mesma expressão de decepção.
— Então acho que você deveria ficar com ele. – Tom disse e saiu batendo a porta com força.

Que bela bosta, sem Tom e sem Bill. Eu queria morrer naquele momento. Mas já que eu sou covarde e não teria coragem de cometer suicídio, decidi que era hora de ir para casa.
Desci as escadas e encontrei minha mãe sentada, conversando com Tom. Logo com ele.
— Mãe, acho melhor voltarmos para hotel. – Disse evitando ao máximo olhar para Tom.
— Mas já, Thammy? Por quê? – Ela pelo jeito não sabia da briga minha com Tom, nem da com o Bill.
— Acho que já abusamos demais da hospitalidade da Tokio Hotel. – Sorri ironicamente, enquanto minha mãe dava uma gargalhada.
— Que isso, minha filha. Essa casa é do seu irmão também. Não precisamos ter pressa de ir. Não é mesmo Tom? – Ela se virou para ele, que até agora permanecia calado.
— Claro, mãe. – Ele respondeu, mas me parecia sincero. Acho que não estava sendo irônico.
— Dane-se. Eu volto para o hotel. – Disse me virando e indo em direção ao quarto de novo.
Assim que entrei, fui direito para o banheiro e dei um jeito na minha cara e ajeitei minha roupa, e quando voltei para o quarto, Tom estava sentando na cama.
— O que você quer? – Perguntei procurando a minha bolsa.
— Quero conversar com você. Uma conversa definitiva. – Ele estava sério. — Sente-se aqui. – Bateu a palma da mão na cama. Sentei um pouco longe dele e o encarei
— Fala. – Eu queria que ele acabasse logo com isso.
— Thammy, se você ainda não me perdoou de verdade. – Ele suspirou e passou a mão na nuca. — Acho melhor darmos um tempo.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 11


And I took her for granted
I was so cavalier
Now the way that it stands
She's out of my hands
Kept my love for her locked deep inside
And it cuts like a knife
She's out of my life

She’s Out Of My Life – Michael Jackson


O rapaz saiu apressado da área da piscina. Passou pela cozinha, onde todos ainda estavam sentados tomando café. Ele não pronunciou uma palavra, apenas subiu as escadas de dois em dois degraus sob o olhar atento do rapaz de óculos.
Bill entrou em seu quarto e bateu a porta com força. Deitou-se encolhido na cama. Seu peito apertava, ele estava sem ar. As lágrimas escorriam uma atrás das outras, atrapalhando a visão do maior o fazendo fechar os olhos.
Ele escutou baterem na porta, mas ele não queria responder. Queria apenas ficar ali, sozinho, chorando até aquilo tudo acabar.

Ela o preferiu. O homem que a traiu. Ela escolheu um amor incestuoso, do que um livre de preconceitos, de pecado, livre de problemas. Ela escolheu Tom ao invés de Bill.

Mais batidas, mas ele não se pronunciava.
Gustav, que estava atrás da porta, decidiu entrar já que Bill não o respondia. Ele abriu a porta e se deparou com o maior todo encolhido na cama chorando intensamente. Aquilo lhe cortou o coração.
Gustav ajeitou os óculos no rosto e se aproximou da cama.

— Bill. - Ele chamou baixo, não queria assusta-lo. — Bill. – Chamou de novo não obtendo resposta do maior. — Vamos, Bill. Vai ficar assim por uma garota? – Gustav estava disposto a usar todo o tipo de argumento para tirar o amigo daquele sofrimento.

— Ela voltou com ele Gustav. – O mais velho disse quase que num sussurro.

Gustav respirou fundo antes de responder, precisava escolher muito bem as palavras. Qualquer letra mal colocada provocaria mais dor ao amigo. Mas ele também não podia mentir.

— Você sabia que ela o amava, Bill. Thammy nunca escondeu isso de você. – Ele disse com o tom de voz mais doce que conseguiu.

As palavras do menor fizeram a razão de Bill reaparecer aos poucos. Ele estava todo encolhido na cama, chorando feito uma criança, sendo consolado por Gustav. E o pior de tudo, chorando por uma mulher. Isso era patético.
— Eu achava que ela poderia se apaixonar por mim, Gustav. – Bill fungou. — Nunca iria imaginar que Thammy correria para os braços do Tom de novo. – Ele só argumentaria por mais um momento. 99% de seu corpo já estava conformado e com raiva dele mesmo por estar encolhido aos prantos na cama. Um homem de um metro e noventa.
— Mas isso não aconteceu, Bill. Sinto muito, mas Thammy não te ama. Não desse jeito. – O de óculos soltou o ar com força. — Não vai adiantar nada chorar dessa maneira. Você está parecendo um bebê, Bill. – Gustav suspirou aliviado ao ver que tinha arrancado um sorriso pequeno do maior a sua frente.
Bill estava decidido, esqueceria Thammy. Nem que para isso tivesse que sair com Deus e o mundo. Afinal, ele tinha várias fãs, por que não aproveitar?
— Você tem razão, Gust. – Ele passou as mãos sobre o rosto, enxugando as lágrimas.
— Eu sei. – Gustav se gabou ajeitando os óculos no rosto com um meio sorriso.
Ele tinha uma sensação de dever cumprido. Havia feito bem ao maior.
Bill se levantou da cama e deu um abraço no de óculos.
— Muito obrigado. – Disse ao se separarem.
— E quanto a Thammy? – Gustav precisava perguntar isso, queria saber o que Bill faria. Se manteria a amizade com ela. Coisa que seria difícil e dolorosa para ele.
Ela está fora da minha vida. – Bill respondeu de imediato. Deu um abraço no amigo e correu para o banheiro. Ele tomaria um banho, tiraria essa cara de choro e sairia. Encontraria alguma fã. Aliás, nem precisava ser fã. Ele queria era alguma moça que lhe agradasse, talvez, alguma que se parecesse com a sua amada.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 10


I'm sorry that I hurt you
It's something I must live with everyday
And all the pain I put you through
I wish that I could take it all away
And be the one who catches all your tears
That's why I need you to hear
The Reason – Hoobastank

Senti passarem os dedos sobre meu rosto, enquanto murmuravam um ‘acorda, meu amor’.
Espreguicei-me e abri os olhos devagar me deparando com meus orbes gêmeos me encarando amorosamente.
— Bom dia. – Ele disse dando um beijo na minha bochecha.
— Bom dia. – Respondi bocejando. — Que horas são? – Cocei meus olhos sentando-me na cama.
— Oito e meia. – Respondeu olhando no celular.
— Tá muito cedo. Vou dormir de novo. – Disse me virando de costas para Tom e me cobrindo até a cabeça.
— Nãaaaaaaaaaaao. – Ele disse arrastando a voz e me balançando. — Vamos tomar café, vem. – Me balançou mais forte.
— Me deixe dormir, Tom! – Meu grito saiu abafado pelas cobertas.
— Não, Thammy. Vamos descer. – Senti um vento frio porque Tom tinha arrancado à coberta de mim.
— Droga. – Murmurei me sentando na cama e olhando furiosamente para Tom, que tinha um sorriso sapeca no rosto.
Levantei da cama e fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal.
— Vamos. – Disse saindo do banheiro e caminhando até a porta do quarto.
— Não. – Ele disse me fazendo tirar a mão da maçaneta e virar para ele. — Quero conversar com você primeiro. Vem aqui. – Bateu a palma da mão na cama indicando que eu me sentasse.
Senti um frio na barriga quando Tom disse que queria conversar. Eu não conseguia interpretar seu olhar.
Sentei-me ao seu lado, assim como ele pediu e o encarei esperando que ele falasse algo.
— Bem, é... – Ele não sabia como falar. Confesso que essa cena foi fofa. — Thammy, eu quero você de volta. – Ele disse me olhando.
Arregalei meus olhos e respirei fundo. Eu não sabia que Tom podia ser tão direto assim.
— Tom... – Esperei minha respiração se regular. — Eu ainda estou magoada com o que você me fez. Você sempre soube que traição é uma coisa que eu abomino. – Meu estomago embrulhava só de me lembrar da voz da vadia no fundo da ligação.
— Thammy, eu estou arrependido. Nunca mais farei nada para te machucar. Eu sinto toda a dor que você sente. – Seus olhos marejaram. — Eu não aguento mais ficar sem você. Dói me olhar no espelho e ver um pouco de você lá, sabendo que você já foi minha e eu não dei valor. – Sua voz embargou. Ele tentava segurar o choro. Era raro Tom chorar. Mais raro ainda chorar por questões do coração. — Eu não aguento mais conviver com a sua ausência. – Ele engoliu a seco.
Um sorriso pequeno surgiu em meus lábios. Ele sentia minha falta e estava chorando por mim.
Eu já sabia o que fazer.
— Isso foi muito gay. – Brinquei dando uma risada misturada com choro. Não sei explicar. — Eu amo tanto você. – Passei meus dedos pelo seu rosto e ele fechou os olhos. — Falta de estar com você. – Me aproximei mais dele. — Falta dos seus lábios. – Passei meus dedos pelo seu lábio inferior e me aproximei mais quebrando qualquer distância.
Não disse mais nada. Apenas encostei meus lábios nos seus. Tom se surpreendeu, mas em menos de um segundo retribuiu o beijo. Ele colocou suas mãos sobre a minha cintura e me apertou mais contra ele. Ele me segurava forte enquanto me beijava intensamente. Aquele beijo tinha sabor de saudade, de reconciliação.
Nos separamos por falta e ar e Tom abriu os olhos.
— Isso significa um ‘te perdoo meu Tommi?’ – Ele disse imitando minha voz.
— Ei, eu não falo assim. – Reparei o som da minha voz. — Caraca, eu falo assim. – O olhei assustada e Tom caiu na gargalhada, não muito tempo depois eu ri também.
— Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo. – Ele me abraçou forte, como se eu fosse fugir a qualquer momento.
— Que clichê, Tom. – Brinquei dando um selinho nele e me levantando. — Agora vamos descer, estou com fome. – Coloquei as mãos sobre a barriga.
— Espera. – Ele abriu a gaveta do criado mudo e tirou de lá uma caixinha.
— O que é isso? – Perguntando.
— Nossas alianças. – Ele me olhou dando um sorriso. — Quero mostrar que você já tem dono, mesmo que não possam saber quem é. – Ele se aproximou de mim, abriu a caixinha e tirou duas alianças pratas. — Eu peguei a mais discreta. Se pegasse com mais detalhes, poderiam ver nossas alianças parecidas e desconfiar. A mídia é terrível. – Ele bufou e colocou a aliança em meu dedo. Peguei a outra aliança da caixinha e coloquei em seu dedo também. — Finalmente casados. – Ele brincou rindo logo depois.
— Pensei que você tinha pavor dessa palavra. – Disse enquanto olhava a aliança em meu dedo.
— Se for com você não. – Ele se aproximou e enlaçou minha cintura e assim iniciamos outro beijo de tirar o fôlego.
— Chega, Tom. Preciso comer. – Choraminguei me afastando dele e indo até a porta. Ele gargalhou e veio atrás de mim.
Descemos as escadas e todos já estavam a mesa.
— Bom dia. – Eu disse me sentando ao lado de Alice na mesa enquanto observava quase babando as várias opções deliciosas a minha frente.
— E aí. – Tom disse sentando-se ao meu lado.
Vi um bolo de chocolate e automaticamente lembrei-me do bolo que a minha mãe fazia e dei um sorriso. Peguei a faca comecei a partir o bolo.
— Que aliança é essa, Thammy? – Bill perguntou enquanto eu acabava de partir o bolo.
Droga, eu deveria ter usado a minha outra mão. Eu queria ter contado para Bill, não queria que ele ficasse sabendo dessa forma.
— É a nossa aliança. – Tom respondeu antes de mim.
— Ai, meu Deus. – Minha mãe se pronunciou. — Vocês se acertaram? – Ela disse animada.
— Sim. – Tom respondeu me dando um selinho rápido sem se importar da minha boca estar cheia de bolo de chocolate.
— Com licença. – Bill disse e saiu da mesa. Ele não tinha uma expressão muito boa.
— Já volto. – Disse me levantando da cadeira.
— Aonde você vai? – Tom perguntou segurando em meu pulso.
— Vou falar com Bill, ele não parece muito bem. – Me soltei de Tom e fui até a varanda.
Olhei pelo jardim e ele não estava lá. Cheguei até a área da piscina e Bill estava sentado em uma cadeira de sol. Do mesmo jeito em que eu estava quando nos beijamos na festa da Chantelle.
Esses dias tenho me lembrado muito daquele tempo.
Me sentei na cadeira eu seu lado e respirei fundo antes de falar. Não sabia se Bill preferia ficar sozinho quando não estava bem. Já que quem sempre estava mal era eu e nunca ele.
— Está tudo bem? – Perguntei receosa.
— Por que voltou com ele? – Ele disse sem me encarar.
— Ele me pediu perdão. Algumas vezes vale a pena dar uma segunda chance. – Disse me ajeitando na cadeira e observando o céu azul.
— Ele te traiu uma vez. Quem garante que não fará de novo?
— Eu acredito que ele mudou.
— Eu duvido. – Ele disse dando uma risadinha irônica.
— Por que você se importa tanto com isso? – Perguntei me virando para encara-lo.
— Você ainda não percebeu? – Ele me encarou com uma expressão indignada. — Eu amo você, Thammy. – Ele disse com a voz embargada. Meu coração deu um pulo. — Só você não percebe isso. – Ele tinha uma expressão de dor.
— Bill, eu... – Ele não me deixou terminar de falar.
— Não, Thammy. Eu só servi para te consolar enquanto você sofria pela traição do seu gêmeo-namorado. — Ele deu um sorriso irônico.
— Não é isso, Bill! Eu amo você, mas não desse jeito. – Engoli a seco. — Eu gosto de estar com você. Você tem sido um ótimo amigo. – Eu estava nervosa, por isso falava a primeira coisa que vinha a minha mente.
Ele me encarou e pude ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto.
— Essa foi a pior coisa que você poderia ter dito para mim. – Bill se levantou com os olhos repletos de lágrimas e saiu de lá. Me deixando completamente abalada e sem reação.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 9


Falling out of love is hard
Falling for betrayal is worse
Broken trust and broken hearts
I know, I know
Thinking all you need is there
Building faith on love is worse
Empty promises will wear
Impossible – Shontelle

— Como você sabe que Tom falou de mim para Marina? – Ergui uma sobrancelha.
Realmente eu não conseguia criar uma hipótese na minha cabeça, para explicar como Gustav sabia desse rolo todo.
— Eu vou te explicar.
Gustav’s P.O.V — Flashback On:
Confesso que estou achando esse jantar uma chatice.
Georg não me dá atenção, por que está com Alice. Eu sei que isso soou gay, mas eu gosto da companhia dele.
Tom está com Marina — o que eu acho ridículo, já que ele só está com ela para tentar fazer ciúmes em Thammy — e Bill não desgruda da Thammy.
De repente, me deu uma imensa dor de barriga. Acho que os camarões não caíram muito bem.
Como a casa estava cheia, eu não usaria o banheiro debaixo. Eu poderia passar por uma situação constrangedora. Então decidi usar o banheiro do meu quarto.
Subi as escadas colocando minha mão sobre a barriga achando que a dor iria passar.
Realmente isso é uma coisa inútil de se fazer.
Quando cheguei ao topo da escada, vi Thammy sair com uma expressão de dor. Ela estava pálida, definitivamente não estava bem.
— Está tudo bem, Thammy? – Perguntei preocupado.
Ela apenas assentiu com a cabeça e desceu as escadas apressadamente.
Eu ainda estava preocupado, afinal ela é gêmea do meu amigo. Mas eu sabia que Bill a ajudaria.
Minha barriga fez um barulho assustador, meu tempo de chegar ao banheiro estava acabando.
Meu quarto é no final do corredor. Quando passei pelo quarto de Tom, a porta estava meio aberta e ele estava gritando histericamente com Marina. Estava furioso.
Eu sei que não é certo ouvir conversa dos outros. Mas eu sabia que aquilo tinha algo com o estado que Thammy saiu.
Encostei-me à parede e cheguei mais o ouvido na porta. Mas do jeito que Tom estava, duvido que ele veja alguma coisa.
— O QUE DEU NA SUA CABEÇA PRA FALAR AQUILO PRA THAMMY? – Ele gritava e gesticulava com a mão.
— Não gosto dela. Você sempre me ignora por causa dessa fulana. – Confesso que até eu fiquei com raiva. Olhe como ela está falando da Thammy.
— FULANA É VOCÊ. NA VERDADE, VOCÊ É UMA VADIA QUE ACEITA DAR PRA TODO MUNDO. NÃO TEM DIREITO ALGUM DE FALAR DA MINHA IRMÃ. – Tom estava perdendo o controle.
— A deixe para lá, Tommi. Você tem há mim. Ela é só sua irmãzinha patética que quer ser famosa. – Agora pude ver Marina, já que ela chegou mais perto de Tom se oferecendo.
Tom a empurrou com tanta violência, que eu dei um pequeno pulo de susto.
Ele a encarava com ódio estampado nos olhos. Nunca tinha o visto dessa maneira.
— Você é só uma puta qualquer. – Agora ele falava calmo e com um tom de voz psicótico. — Você nunca será metade da mulher que ela é. — Ele respirou fundo, como que tentando se acalmar para não enfiar a mão na cara dela. — Vá embora da minha casa.
— Tommi. – Ela chamou manhosa. — Eu te amo. Quero ficar com você. – Ela tentou se aproximar, mas foi empurrada novamente.
— Você me dá nojo. – Ele a encarava furiosamente. —Thammy sempre será a pessoa que mais me importa nesse mundo e nem essa mentira que você disse a ela, mudará isso. – Ele deu uma pausa. — Suma da minha casa agora, vadia. – Ele apontou para a porta.
Agora eu tinha certeza que era por isso que Thammy estava daquele jeito.
Eu não sei o que Marina disse para ela, mas seja o que for é mentira.
Percebi que se ficasse mais tempo ali, seria descoberto e cagaria nas calças. Então fui correndo para o banheiro.
Gustav’s P.O.V — Flashback Of

Thammy’s P.O.V — On:
— Realmente não precisava contar a parte do banheiro, Gust. – Alice disse dando uma risadinha. Ele também riu, mas eu não conseguia rir.
Na verdade, minha mente estava somente rodando em volta das palavras de Gustav.
— Você tem certeza, Gustav? – Perguntei piscando algumas vezes para sair de meu pensamento. — Não foi alucinação do camarão? – Me ajeitei na cama.
— Não, não foi alucinação do camarão. – Deu uma risada. —Tom está realmente mal achando que você o odeia. Por que não vai falar com ele? – Ele ajeitou os óculos no rosto.
— E se ele estiver dormindo? – Eu me movimentava inquieta na cama. Realmente queria ir falar com ele, mas não sei se seria uma boa ideia.
— Tenho certeza que ele não se importará de ser acordado por você. – Deu um sorriso
Gustav era um amor. Sempre queria ver todos bem, e se ele pudesse ajudar, nunca hesitava.
— Eu vou falar. – Levantei da cama num pulo. — Gustav, muito obrigada. Você é um amor. – Dei um beijo em sua bochecha antes de sair do quarto.
Meus passos até o quarto de Tom eram lentos e silenciosos.
Eu estava tentando criar coragem durante o percurso.
Quando cheguei à porta do quarto, não tinha mais tempo de criar coragem. Tinha que falar.
Coloquei a mão na maçaneta e percebi que a porta não estava trancada. Fui abrindo aos poucos até que minha cabeça já estivesse toda dentro do quarto.
Essa cena lembrou-me do que ocorreu enquanto estávamos na casa do nosso pai. Depois que Tom teve que dormir com aquela mulher asquerosa.
O cômodo estava meio escuro, mas dava para ver Tom deitado.
Entrei no quarto e encostei a porta sem fazer barulho, mesmo sabendo que Tom tinha um sono pesado.
Agachei-me em frente ao rosto de Tom e deslizei a ponta de meus dedos sobre seu rosto.
Ele tinha uma expressão serena. Era lindo vê-lo dormir.
Um peso tinha saído do meu coração ao saber que Tom não tinha dito aquelas coisas de mim.
— Thammy. – Ele sussurrou.
— Desculpa. Não queria acordar você. – Disse sussurrando também. Tirei meus dedos do seu rosto e sentei-me no chão continuando de frente pra ele.
— Você não está me odiando agora? – Ele ainda sussurrava.
— Não. Gustav me contou que ouviu sua conversa com Marina e que você não tinha dito nada daquilo. – Suspirei triste. — Sinto muito ter acreditado nela.
— Só você me importa agora. – Ele tocou meu rosto. — Dorme aqui comigo? - Pediu.
— Tudo bem. – Dei a volta e subi na cama, deitando-me encostada na parede.
Tom se aproximou e passou seus braços em volta do meu corpo, me trazendo para perto de si.
— Senti tanta falta de ficar assim com você. – Ele sussurrou enquanto eu colocava meu rosto na curva do seu pescoço. — Eu amo você. – Deu um beijo molhado em minha bochecha.
— Eu também amo você.

Postado por: Grasiele

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 8


I'm so scared
Drowning now
Reaching out
Holding on to everything I love
Crying out
Dying now
Need some help
S.O.S – Good Charlotte

Eu fiquei ali, nos braços dele por um longo tempo. Eu me sentia segura com ele. Definitivamente amava estar com Bill.
Quando eu parei de chorar, me separei dele devagar e olhei em seus olhos. Ele deu um sorriso lindo, mostrando seus dentes perfeitos.
— Obrigada por aguentar o chororô. – Dei uma risada fraca enquanto limpava algumas lágrimas.
— Sempre vou estar aqui quando você precisar. – Ele passou seus dedos gélidos pelo meu rosto fazendo um carinho gostoso.
— Eu vou embora. Obrigada de novo. – Dei um beijo em sua bochecha e quando eu ia me afastar dele, Bill me puxou e apertou-me em um abraço. Passei meus braços pela sua cintura o retribuindo. — Fica. – Ele sussurrou. Encolhi um pouco em seus braços por causa do arrepio que sua voz causou. Ele deu risada da minha reação.
— Bill. – Disse me separando dele. — Eu não quero vê-lo. – Suspirei e olhei para baixo.
— Thammy. – Chamou. Levantei meu olhar para ele. — Por favor. – Fez um bico enorme.
Droga. Os bicos deveriam ser proibidos.
— Não me olhe assim. – Disse fazendo uma expressão de choro. Eu iria ceder. — Merda, Bill. Golpe baixo. – Dei uma risada.
Ele deu pulinhos e bateu palmas. Acho que descobri de onde Alice aprendeu isso.
Bill pegou minha mão e entramos novamente na casa. Eu não queria estar ali, doía muito saber que Tom disse aquilo tudo de mim.
Meu irmão gêmeo. Era realmente muito difícil.
Enrosquei minha mão nos braços de Bill e encostei minha cabeça em seu ombro. Sem me importar em andar desengonçada por causa disso.
Bill me levou até a mesa e nos sentamos. A mesa era enorme. Minha mãe que estava na outra ponta deu um sorriso para nós e voltou a conversar com Gordon.
Quando nos viram, Georg e Alice vieram se sentar conosco. Gustav também veio.
Estávamos nós cinco conversando na mesa. Pelo menos os quatro estavam. Eu só prestava atenção e ria das palhaçadas de Georg.
Ouvimos passos de salto alto descendo as escadas apressadamente. Todos nós olhamos e vimos Marina descendo furiosamente com uma cara de poucos amigos. Ela saiu e bateu a porta fortemente.
Bill me encarou e eu apenas dei ombros e deitei a cabeça sobre seu braço novamente. Depois, vimos Tom descer. Sua expressão estava triste e seus olhos inchados.
Senti uma forte dor no peito. Eu não aguentava vê-lo sofrer. Apertei mais minhas mãos nos braços de Bill e fechei os olhos.
Não queria ver sua feição de dor. Era demais para mim.
Sabe quando sentimos a sensação de que alguém está nos observando? Pois é, eu estava com essa sensação naquele momento.
Abri meus olhos devagar, e vi que Tom estava sentado na minha frente. Ele estava com uma expressão não muito amigável.
Lentamente, desenrosquei as minhas mãos dos braços de Bill e me acertei na cadeira.
Bill se mexeu desconfortavelmente enquanto eu encarava o chão.
Logo todos se sentaram à mesa junto conosco e jantaram. A comida estava ótima. Não muito tempo depois, os demais foram embora e só nós ficamos.
— Acho que já está na hora de irmos. – Minha mãe disse enquanto se levantava da cadeira.
— Dona Simone. – Bill chamou.
— Dona não, Bill. – Ela deu uma gargalhada. Como eu amava a gargalhada da minha mãe.
— Simone. – Ele corrigiu com um sorriso. — Por que vocês não dormem aqui hoje? Temos muitos quartos. – Ele me encarou ainda com um sorriso.
Dormir aqui? Isso não seria saudável para a minha mente.
Não aceite, não aceite, não aceite, não...
— Oh, Bill. Se não for incomodar. – Aceitou. Merda. — Seria ótimo. Acho que seria bom os gêmeos ficarem um tempo juntos. Eles não são acostumados a viver um sem o outro. E agora quase não se falam mais. – Ela nos olhou com um sorriso.
Onde é que eu enfio minha cara agora?
Olhei para Tom que tinha um sorriso enorme no rosto.
Falso.
Os meninos acharam melhor irem para o hotel. Assim que se despediram, Bill se manifestou.
— Ótimo. Vou mostrar os quartos. – Ele se levantou e foi na frente, todos nós fomos o seguindo. Mas eu tentava andar o mais longe possível de Tom.
— Você e o Gordon podem dormir aqui. – Bill abriu a porta para eles.
Minha mãe agradeceu e disse que já iria dormir. Deu um beijo em cada um de nós enquanto Gordon só deu um tchauzinho.
— Meninas, vocês se importam de dormir juntas? – Ele perguntou.
— Não. – Eu e Alice respondemos ao mesmo tempo, dando risada depois.
Senti Tom um pouco desconfortável. Confesso que também fiquei.
Tempos atrás, éramos nós que falávamos em uníssono.
— Vocês vão dormir agora? – Georg perguntou.
— Eu não vou. – Respondi primeiro. Realmente não conseguiria
— Eu também não. Fiquem aqui conosco. – Alice disse abrindo mais a porta.
Enquanto os meninos entravam, eu tirava os meus sapatos e me jogava na cama.
— Maaaaaaacia. – Disse com a voz arrastada deitando na enorme cama de casal.
Alice também tirou os sapatos e se deitou ao meu lado.
— É booooooom. – Ela fechando os olhos e se ajeitando.
— Estamos parecendo duas caipiras, o que os meninos vão pensar de nós? – Disse rindo.
Bill e Georg se sentaram na beirada da cama, enquanto Tom e Gustav arrastaram duas poltronas que tinham no quarto. Tom posicionou a sua ao meu lado, enquanto Gustav colocou a sua ao lado de Alice.
Deitada olhando para Bill, pensei no sucesso que eles estavam fazendo e quantas fãs se matariam para estar no nosso lugar agora.
Eu queria saber se tínhamos fãs também. Até que uma ideia veio à minha mente.
— Bill, você tem notebook? – Perguntei.
— Sim. Por quê?
— Pode me emprestar? – Dei um sorriso.
Ele assentiu e saiu do quarto.
— O que você quer com notebook, Thammy? – Alice perguntou.
— Você nunca teve a curiosidade de saber se temos fãs? – Me ajeitei ficando sentada na cama.
— Claro. – Ela abriu um sorriso.
— Você não está pensando em jogar seu nome no Google, está? – Georg perguntou fazendo uma careta, enquanto Bill voltava com o computador em mãos.
— O que tem demais nisso? – Ergui uma sobrancelha. — Obrigada. – Agradeci Bill sorrindo e pegando o notebook.
— Não é muito bom, sabe. A mídia escreve muita besteira. Vocês podem ficar atordoados, algo assim. – Ele respondeu.
— Só quero saber se temos fãs. – Respondi.
Conectei a internet e pesquisei o nome da nossa banda. Alice grudou em mim olhando curiosa assim como eu.
Entramos em um fórum e vimos que tínhamos vários fãs. Alice e eu ficamos radiantes.
— Temos fãs. – Disse ainda olhando para a tela do computador. — Estão pedindo turnê. – Direcionei meu olhar para Bill com um sorriso enorme no rosto. Bill retribuiu com um do mesmo tamanho.
— Olha isso. – Alice pegou o computador do meu colo. — Eles querem ver os gêmeos Kaulitz tocando juntos. – Ela olhou para mim e para Tom.
Olhei para ele rapidamente, e vi que ele tinha um sorriso enorme no rosto. Tinha certeza que ele faria algo para realizar esse desejo dos fãs da Black Tears.
— Thammy. – Ela cutucou-me fazendo com que eu parasse de observar Tom. — Nossos fãs acham que você e Bill são um casal. – Eu olhei assustada para Bill que mantinha sua expressão serena.
— Não é para menos. Até eu acho isso. – Tom disse com um tom de voz irritado e magoado ao mesmo tempo.
— Eu não tenho essa sorte toda. – Bill disse me lançando um olhar que eu não soube identificar.
— Você é tão doce. – Respondi dando um sorriso.
Ficamos um bom tempo ali, olhando sobre nossos fãs. Eram milhares ao redor do mundo.
Quando já estava de madrugada, Georg disse que ia se deitar. Tom me lançou um olhar triste e disse que ia também. Bill e Gustav ficaram mais um tempo.
— Eu já vou. Vem também, Gustav? – Bill perguntou levantando e se espreguiçando.
— Preciso falar com a Thammy primeiro.
Bill despediu-se e saiu. Eu olhava com um ponto de interrogação na cara.
— Quer que eu saia? – Alice perguntou.
— Não precisa. – Ele respondeu.
— O que é, Gustav? – Eu estava visivelmente curiosa.
— É sobre Tom. – Assim que ele acabou de falar, eu suspirei triste e assenti com a cabeça. — Thammy, ele não falou nada daquilo de você. Marina mentiu.
Postado por: Grasiele

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