segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Notes Of A Heartbroken - Capítulo 18
Nos levaram até um balcão. Estava escuro e úmido. Carregaram Bill para o canto mais fundo, e logo depois me levaram também.
Eu não estava enxergando nada, e não sabia como aqueles caras enxergavam. Deram-me alguns arrancos, até me colocarem sentada em algum lugar. Amarraram minhas mãos tão apertado, que acho que havia parado minha circulação.
Até que um marginal acendeu a luz, e eu pude ver onde estava. Era um lugar grande, com a tinta das paredes descascadas. Onde eu estava, havia uma cama ao lado, muito pouca luz. Olhei para a minha frente, e vi Bill com uma das mãos presas a uma algema em um cano no chão. Ele estava de cabeça baixa e ofegante. Tinha alguns machucados no rosto. Acho que os hematomas que Tom deixou nele hoje se juntaram com os que o traficante fez.
— Bill! Você está bem? – Perguntei aflita. Na verdade, foi uma pergunta inútil, já que ele não me parecia nada bem.
Ele apenas levantou a cabeça e me olhou, dando um pequeno aceno de cabeça e olhando para baixo novamente.
— Como ela é preocupada. – O traficante — que eu ainda não sabia o nome, e na verdade nem fazia questão de saber. Já que a descrição dele seria suficiente para a polícia — disse ironicamente.
— Por quê você está fazendo isso? – Perguntei inocentemente. Mas me dê um desconto, já que fui sequestrada e não fazia ideia do que fariam comigo.
— Vai dizer que você não sabe? – Ele disse, e após não obter resposta, caiu na gargalhada. — Vocês, dois cantores famosos e ricos. Sabe quanto vale o sequestro de vocês? – Ele ergueu uma sobrancelha, abrindo um sorriso logo depois. — Vou poder me aposentar. – Ele gargalhou e sentou-se despojado na cama, como se a profissão dele fosse digna.
Eu juro que se tivesse uma arma naquele momento, atiraria bem na cabeça.
Um silêncio se instalou, mas foi quebrado por Bill, que começou a dar alguns gemidos e ofegos, se mexendo desconfortavelmente no chão.
— Bill? – O chamei nervosa e me ergui um pouco, na inútil tentativa de me levantar.
Não devia ter feito isso. Meu pulso deu uma fisgada e eu dei um pequeno gemido. Se meu pulso continuasse amarrado daquela maneira, acho que precisaria amputar. E se não fosse o bastante, minhas pernas também estavam amarradas, e já começavam a doer.
— Acho que a princesinha está com abstinência. – Ele disse sarcástico se referindo ao Bill. — Você quer? – Ele perguntou, se levantando da cama e indo em direção a Bill. Ele levantou a cabeça e olhou para o homem, assentindo nervosamente com a cabeça. — Isso vai ser divertido. – Ele gargalhou. Será que ele não cansava de rir diabolicamente? — Dave, pega. – Ordenou, mas sem olhá-lo. Seu olhar permanecia em Bill. Ele tinha um sorriso no rosto, enquanto Bill ofegava.
Eu não queria ver Bill se drogando. Seria demais pra mim.
— Não faça isso, por favor. – Supliquei com os olhos fechados, sentindo algumas lágrimas descerem.
— Ah, por quê você não quer princesa? Vai ser divertido. – Eu abri os olhos e o vi me olhando. Ele deu um sorriso e se voltou para o tal de Dave que havia chegado com uma seringa na mão. — Vamos lá, princesa. – Ele disse se agachando e ficando da altura de Bill. Ele esticou o braço de Bill que estava solto.
Nesse momento eu fechei os olhos. De jeito nenhum queria ver aquilo. Eu chorava desesperadamente, porque imaginava a cena na minha cabeça. Não queria ter que presenciar a cena de Bill drogado. Doeria demais.
— Isso. – O chefe disse lentamente.
Abri os olhos e o vi se levantando, enquanto Bill estava com a cabeça levantada, encostado na parede com um sorriso nos lábios.
Chorei ainda mais.
Então, o homem se sentou na cama que estava ao meu lado, me encarando.
— Você sabia que ele chama por você enquanto está chapadão? – Ele disse em um Tom de voz divertido.
Como ele podia se divertir com isso?
Eu não o encarei nem o respondi. Continuei olhando para o nada, mas ainda chorava.
— Thammy... – Ouvi um sussurro com meu nome, e olhei para Bill que continuava com os olhos fechados.
Nos meus pensamentos, eu gritava para Bill calar a boca.
O homem deu uma gargalhada, jogando a cabeça para trás e batendo palmas. Logo depois ele se levantou e foi em direção a Bill. O segui com os olhos, observando atentamente todos os movimentos dele.
Ele pegou uma chave, e abriu a algema de Bill.
Será que ele o deixaria ir embora? Doce ilusão.
Ele sacudiu um pouco Bill, e o levantou. Bill estava viajando um pouco, mas tinha controle sobre seu corpo.
— Soltem ela, e coloquem na cama. – Ele ordenou.
Dois homens vieram em minha direção e desamarraram as cordas. Passei as mãos pelos pulsos, que já estavam roxos em tão pouco tempo. As cordas realmente estavam muito apertadas.
Eles me arrastaram e me jogaram na cama.
Eu não sabia o que ele estava tramando. Mas com certeza não seria bom.
— Bill, você sempre a quis, certo? – Meu coração deu um pulo. Ele não faria isso. — Pois então. Ela está aí. Aproveite. – Ele disse dando um tapa nas costas de Bill, o que o fez ir mais para perto de mim. Mas ele continuou lá, parado, me encarando. — Vamos lá, cara. Sua chance de provar para mim que não é viado. – Ele deu mais uma de suas gargalhadas. — Ela está aí, completamente entregue a você.
Bill deu um meio sorriso e caminhou em minha direção.
— Bill, não! Por favor! – Eu berrava então chorava e me debatia, mas os caras ainda seguravam meus braços e pernas.
Bill apenas me ignorou e subiu na cama, colocando uma perna de cada lado do meu corpo. Ele passou as mãos pelos meus seios, e apertou o direito, enquanto eu ainda me debatia.
Eu seria estuprada pelo meu melhor amigo. Tudo bem que ele estava drogado, não tinha noção do que estava fazendo e foi persuadido por aquele homem. Mas ainda sim era terrível.
Ele estava se aproximando da minha boca, quando ouço um toque de celular.
Era o meu celular.
— Opa, opa! – O homem gritou. — Saiam todos daí. – Ele gritou, todos obedeceram, menos Bill. — Sai, porra! – Ele gritou, empurrando Bill de cima de mim. — Segurem ele! – Então, seus capangas seguraram os braços de Bill. Haviam uns 5 lá, mas só dois o seguraram.
Eu tentei levantar, mas ele obviamente me segurou e tirou o celular do bolso da minha calça. Apareceu outro capanga e me segurou na cama, enquanto ele se afastava para atender.
— Tom. – Disse assim que olhou no visor do celular, se virando para mim com um sorriso. Ele fez questão de colocar no viva-voz assim que atendeu. Apertei meus olhos, chorando mais.
— Thammy, onde você está? – A voz de Tom ecoou por todo o balcão.
— A Thammy não pode falar no momento. – Ele disse sarcástico.
— Quem é você? – Tom disse com raiva.
— Isso não te interessa. – Disse grosso. — Ela e o viadinho do Bill estão aqui. Quero 100 milhões na conta que eu falar, ou então você não os verá novamente. – Como ele era baixo. Mas o quê se podia esperar de um bandido?
— Isso é mentira. Você roubou o celular dela, e quer passar um trote. – Tom disse decidido.
— Odeio quanto duvidam de mim. – O homem disse nervoso. — Acho que vou ter que te provar. – Ele deu um sorriso e veio em minha direção. — Diz oi pro irmãozinho, diz. – Eu fiquei quieta. Acho que por medo. — Mandei falar, sua piranha! – Ele gritou, dando um tapa na minha cara.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI! – Gritei. O tapa dele doía, oras.
— Minha nossa, Thammy! Você está bem? – Tom gritava angustiado.
— Então, vamos resolver o dinheiro, ou vou ter que deixar meus colegas se divertirem com ela? – Ele disse, olhando e sorrindo para o ‘colega’ dele que me segurava. O capanga sorriu para mim, enquanto passava suas mãos pelo meu corpo.
Eu chorava em um desespero horrível.
Ele cumpriria o que falou? Deixaria seus capangas se ‘divertirem’ comigo?
Postado por: Grasiele
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