segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 19


— Se você encostar um dedo nela, eu mato você! – Tom gritou pelo telefone, fazendo o homem arregalar um pouco os olhos, mas ele sorriu sarcásticamente logo depois. Ele também desligou o viva-voz.
Acho que ficou com medo do Tom dar uns foras nele. Afinal, ele não quer passar vergonha na frente dos reféns, certo? Cara patético!

Mas que puta que pariu! E esse outro cara com as mãos — bem bobas por sinal — em mim.
Ele fedia! Eu ia vomitar a qualquer momento.

Até que Deus ouviu minhas preces. O chefe olhou para o fedido e deu um aceno de cabeça, e então finalmente, ele tirou aquelas mãos horrorosas de mim e me amarrou de novo.
Eu prefiro mil vezes essa corda apertada do que as mãos daquele cara.
Mas nesse momento eu estava preocupada com o que Tom estava resolvendo com o homem no telefone. Mas eu não pude ficar sabendo, já que depois do aceno de cabeça, ele se afastou com o celular.
Depois de alguns minutos, ele voltou e não estava lá com uma cara muito boa.
Merda! Será que Tom não entrou em um acordo com ele?
Se eu morrer aqui, volto só para puxar as trancinhas dele! Mas vale lembrar que eu não quero morrer.

— Seu irmão é um viado, você sabia? – O homem disse irado. — Um viado de merda! – Ele se aproximou rapidamente. Me encolhi por reflexo. — Já que ele não vai me dar a merda do dinheiro, eu devia matar vocês agora mesmo. – Ele pegou meu rosto com suas mãos, apertando forte. Soltei um gemido fraco. — O quê você acha? – Eu não respondi. Estava apavorada demais. — Responde, filha da puta! – Ele me deu um tapa estalado na cara, e sacou a arma.
Eu acho que nunca fui tão humilhada, muito menos maltradada em toda a minha vida.
Tapa na cara é uma das coisas mais vergonhosas que existem.

— Eu vou estourar seus miolos agora mesmo. – Ele disse decidido, e mexeu na arma, que deu um estálo. Puta que pariu, vou morrer.
— Deixa ela, filho da puta. – Bill gritou. E como ele estava somente com as mãos algemadas no chão, seus pés estavam livres, o que o permitiu de dar um chute de leve na perna do homem.
Pernas grandes tem seus benefícios. Podem salvar alguém da morte. Ou podem te matar.

— Seu viado! – O homem gritou e se virou ferozmente para Bill. E em um piscar de olhos, disparou.

Eu arregalei nos meus olhos e meu coração deu um salto.

Virei minha cabeça rapidamente em direção a ele, e vi que o tiro tinha pegado no pé.
Bill deu um grito agonizante e chocou suas costas contra a parede.
Seu pé sangrava enquanto ele gemia e chorava.
— Ai meu Deus! Bill! – Eu gritei chorando junto com ele.
— Fica quieta, sua vadia. – O homem gritou, se virando para mim novamente e balançando a arma. — Mas você é um viado mesmo. Olha só! – Ele deu uma gargalhada, chamando os capangas com a mão. — Chorando com uma adolescente que terminou com o namorado. – Ele deu mais uma gargalhada.

Aquilo estava me apertando o peito. Bill parecia nem estar prestando atenção. Ele só sentia dor, mais nada. Mas mesmo assim, ele não merecia que alguém ficasse falando besteria, enquanto ele chorava de dor. Ainda mais se ele fez pra me ajudar.
— Deixa ele em paz! – Eu gritei com a voz falha, por causa do choro.
— Você vai ser a próxima. – Assim que acabou de dizer, ele pegou a arma. Gelei.
Acho que agora eu morro.

Fechei meus olhos esperando a dor, quando ouço o toque do meu celular. E é por isso que eu amo celulares!
— Já volto pra estourar seus miolos. – Ele gargalhou e foi até meu aparelho.
'Já volto pra estourar seus miolos.' Olha como ele me ameaça. Eu em!
Eu aproveitei para respirar fundo, e aproveitar meus prováveis últimos segundos de vida.
Olhei para Bill, que havia parado de chorar, e não se mexia.
Será que ele morreu?! Puta que pariu. Precisamos sair daqui agora!
— Bill! Bill! Me responde! Bill! Você tá vivo? – Eu gritava desesperada. Por favor, que ele não esteja morto!
— Cala essa boca, porra! – O capanga fedido berrou, quando eu ia gritar o Bill de novo.
Eu preciso saber se ele está vivo. Morrer com um tiro no pé é estranho. Mas ele perdeu muito sangue, pode te morrido!
Credo!Credo!Credo! Será?
Mas quando eu já estava quase sofrendo pela morte de Bill, ele abriu os olhos devagar e sorriu para mim.
— Você tá vivo! – Sussurrei, respirando alíviada logo depois.
Vivo, ufa!

Fiquei um pouco mais calma, só um pouco. Já que depois que o cara voltasse, eu iria morrer.
Mas para a minha alegria, ele demorou mais de 20 minutos no telefone. Eu estava estranhando. Provavelmente era o Tom, já que ele sabe que eu fui sequestrada. Mas o quê eles tanto falavam?
Deviam estar discutindo sobre moda, só pode.

Depois de mais ou menos 25 minutos, ouvimos um barulho estrondoso na porta. Como se estivesse arrombando.
Logo o homem apareceu correndo com meu telefone na mão.

— É a polícia! – Ele disse apavorado. — Caralho, a polícia!
— Fudeu. Vamo ser preso. Fudeu. Fudeu. – Um dos capangas gritava apavorado também.
— Como é que eles nos acharam, eu não... – Então, a resposta veio em sua mente. — A ligação! Rastrearam a porra da ligação! – Ele deu um chute em uma mesinha que estava perto, enquanto a polícia continuava tentando arrombar a porta. Mas ela era de ferro, então daria mais um pouco de trabalho.
— Vamos ser presos! – O outro gritou novamente, deixando o homem mais irado.
— Cala a boca, porra! – Ele gritou enquanto olhava para a porta. Ela já tinha um buraco, em segundos os policiais entrariam. — Eu não vou voltar para a cadeia! – Ele gritou e veio para cima de mim. Desamarrou minhas cordas na velocidade da luz e me agarrou, me virando de costas para ele, encostando seu corpo no meu e passando suas mãos em volta do meu pescoço. E o detalhe mais importante: apontando uma arma para a minha cabeça.
— Parados! – O policial gritou, entrando no balcão. Mas arregalou os olhos quando viu que o homem tinha me feito de refém. Eu soava frio. Meu coração saltava. — Solte a moça. – O policial disse se aproximando.

— Mais um passo, e eu estouro a cabeça dela.

Postado por: Grasiele

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